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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

HIDROTERAPIA

Apostila elaborada por:

Profª Ms. Patrícia Oliveira Roveda

roveda.patricia@gmail.com
proveda@unisc.br
(55) 99344109

Registro da Turma 2015 II

Santa Cruz do Sul, fevereiro de 2016.


Olá querida (o) aluna (o) da disciplina de Hidroterapia de 2016!

Você escolheu fazer FISIOTERAPIA, PARABÉNS, NOSSA PROFISSÃO É


FANTÁSTICA! Seja bem vindo ao mundo aquático, nos próximos meses estaremos
convivendo intensamente, nos veremos semanalmente, todas as segundas-feiras pela
manhã ou noite conforme a sua turma. Você precisará de vontade de aprender e muita
determinação! Você está entrando no mundo maravilhoso da Especialidade da Fisioterapia
que é a Fisioterapia Aquática ou Hidroterapia, onde o elemento água aquecida é o
fundamental.
Estamos numa era de tecnologia onde muitas de nossas atividades diárias estão
condicionadas ao uso de mídia eletrônica, e isso na maioria das vezes é muito bom. Na água
vivenciaremos de fato muitas sensações, reais, palpáveis, talvez excelentes para alguns e
nem tanto para outros, que por ventura tenham algum fator que não o permita apreciar muito
o meio aquático. Mas não se preocupe, vamos construir, aprender juntos e eu estarei sempre
a disposição para auxiliar, para superarmos dificuldades e para dúvidas. Cada um fazendo
sua parte teremos um semestre produtivo, de amizade, parceira, muito aprendizado e selfies.
Conhecer a base teórica da disciplina é importante para que sinta-se seguro para
elaborar, criar e desenvolver bons planos e propostas para prevenção e tratamento na água.
Praticar os exercícios e pensar em novas possibilidades também é fundamental.
Neste semestre a realização de monitorias não vai ser pontuada na avaliação da dis-
ciplina, mas você tem a sua disposição uma excelente infraestrutura no Complexo de
Hidroterapia, equipado com vários artefatos, você tem uma monitora que pode auxiliar, então
aproveite, você, sem dúvida se sentirá mais seguro para atender no estágio e na vida
profissional, caso algum dia atue nesta especialidade.
Participe, questione, pesquise, aprofunde os conteúdos abordados em sala e
na piscina. Vamos buscar sempre!
No plano de ensino estão todos os conteúdos trabalhados. E além desta apostila,
você terá a disposição o polígrafo de exercícios com alguns registros fotográficos e legendas
e caso quiserem podem fotografar e/ou filmar as aulas práticas. UTILIZEM também os livros
da biblioteca, tem excelentes materiais neles.
Sugestões e críticas serão bem vindas, eu espero que ao final destes 4 meses você
tenha compreendido a importância da água em nossas vidas, seja para promover saúde ou
para tratar e reabilitar. Abraço Profe Patrícia Roveda

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Sumário
1. Elemento Água .................................................................................................................4
2. Conceitos ..........................................................................................................................4
3. Breve Histórico da Hidroterapia........................................................................................7
4. Propriedades Físicas da Água (PF).................................................................................9
5. Efeitos / Benefícios e Precauções da Fisioterapia Aquática.........................................17
6. O Uso de Artefatos Aquáticos.........................................................................................18
7. Diversidades da Hidroterapia..........................................................................................26
7.1 Variáveis a serem consideradas durante o movimento na água...............................26
7.2 Indicações da Fisioterapia Aquática...........................................................................27
7.3 Classificação dos exercícios na água utilizando alguns artefatos............................30
7.4 Contra indicações da fisioterapia Aquática...............................................................31
8. Efeitos Fisiológicos da Imersão.....................................................................................33
8.1 Sistema Circulatório.......................................................................................................34
8.2 Sistema Respiratório.....................................................................................................35
8.3 Sistema Renal...............................................................................................................36
8.4 Sistema Musculoesquelético ........................................................................................38
8.5 Sistema Termorregulador .............................................................................................39
8.6 Sistema Neurológico ......................................................................................................40
9. Alguns Métodos ........................................................................................................................42
9.1 Bad Ragaz......................................................................................................................42
9.2 Ai Chi ............................................................................................................................51
9.3 Halliwick .......................................................................................................................54
9.4 Watsu ...........................................................................................................................55
10. Fisioterapia Aquática nas Faixas Etárias ......................................................................55
11. Fisioterapia Aquática nas Áreas Específicas ................................................................57
11.1 Avaliação Fisioterapêutica..............................................................................................57
11.2 Fisioterapia Aquática em Pneumologia..........................................................................58
11.3 Fisioterapia Aquática em Ortopedia e Traumatologia....................................................59
11.4 Fisioterapia Aquática em Reumatologia........................................................................60
11.5 Fisioterapia Aquática em Neurologia.............................................................................62
11.6 Fisioterapia Aquática em Ginecologia e Obstetrícia......................................................63
12. Outros Artigos para Complementarem o Conteúdo das Áreas Aplicadas.................65
13. Dicas Gerais Sobre a Atuação em Fisioterapia Aquática...............................................67
14. O Uso do Turbilhão.........................................................................................................68
15. Referências Bibliográficas .............................................................................................71

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Conteúdos Programáticos da Disciplina

1. Elemento Água
O óxido de diidrogênio (H2O) ou água é um dos principais elementos da natureza
humana e da própria Terra (70%). Várias teorias tentam explicar que a água é nosso habitat
ancestral, desde Darwin quando fala da evolução das espécies, até a própria concepção que
fomos gerados no líquido amniótico, no ventre materno, ou seja, em um ambiente líquido.
Sendo assim, se fomos gerados na água, a água é nossa constituinte essencial porque não
prevenir e reabilitar na água?
A medicina tradicional da Índia, a mais antiga denominada Ayurveda, diz que a água
possui um tipo de energia vital chamada prana e entre as qualidades do prana está a
capacidade de energizar o organismo, tornando-o mais saudável (BONTEMPO, 1994 apud
MARTINEZ, 2007).

Porcentagens de água que o corpo humano contém:

50% do peso corporal

65% do peso corporal

2. Alguns Conceitos
2.1 Hidroterapia
O termo vem do grego, é bastante abrangente, pois pode caracterizar qualquer forma de
tratamento que utilize água.  hydor = água, therapia = cura (SKINNER E THOMSON, 1985);
Exemplos:
Banhos de contraste: ________________________________________________________
Duchas: __________________________________________________________________
Crioterapia: _______________________________________________________________
Talassoterapia: ____________________________________________________________
Fangoterapia: _____________________________________________________________

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Sauna: ___________________________________________________________________
Compressas úmidas: ________________________________________________________
Crenoterapia: ______________________________________________________________
Turbilhão: _________________________________________________________________
Ofurô/Furô: _______________________________________________________________
Exercícios /atividades na água Fisioterapia Aquática:________________________________
__________________________________________________________________________

HIDROTERAPIA é um dos recursos mais antigos da fisioterapia, porém desde 3 de


setembro de 2014, com a Resolução 443/2014, passou a ser a ESPECIALIDADE
FISIOTERAPIA AQUÁTICA.

Hidroterapia é definida como o uso externo da água com propósitos terapêuticos, que utiliza
os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina,
como recurso auxiliar da reabilitação, ou na prevenção de alterações funcionais (Candeloro e
Caromano, 2006).

Hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que proporciona melhoras osteomioarticulares


utilizando como princípios os elementos físicos da água – empuxo, viscosidade, pressão
hidrostática, tensão superficial e temperatura (SALICIO; MATTOS; BRANDALI; SHIMOYA-
BITTENCOURT e SALICIO, 2015).

Aspectos que diferenciam FISIOTERAPIA AQUÁTICA/HIDROTERAPIA e HIDROGINÁSTICA?


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HIDROTERAPIA ASPECTOS HIDROGINÁSTICA

Profissional
Responsável

Local do profissional

Tempo médio
de sessão;

Temperatura da água;

Objetivos da
sessão / aula

Clientela e quantidade;

Tipo de exercícios
> tempo nas sessões

2. 2. Hidrocinesioterapia
 hydor = água, cinesio = movimento, therapia = cura ( LAPIERRE, l987).
Do grego: "hydor", "hydatos" = água / "therapeia" = tratamento (http://www.moreirajr.
com.br/revistas.asp?id_materia=3368&f).
“É o uso do ambiente aquático e seus efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos
provenientes da imersão do corpo ou parte dele em meio líquido.”
(RADL E ALVES, 2007 p.92)

2. 3. Exercícios Aquáticos Terapêuticos – exercícios aquáticos juntamente com terapia física


(BATES E HANSON, 1996).

2. 4. Reabilitação Aquática ou Fisioterapia Aquática – Teoria científica mais fundamentos


médicos e procedimentos clínicos (BECKER E COLE, 2000 E RUOTI/MORRIS E COLE, 2000).

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2. 5. Fisioterapia Aquática
“É a prática de exercícios terapêuticos e/ou preventivos em piscina aquecida
associados ou não a manuseios, manipulações, massoterapia ou hidromassagem”
(MARTINEZ, 2000; ROVEDA, 2004).

“Terapia de reabilitação física que se utiliza de exercícios, manuseios e técnicas


específicas fundamentalmente associadas às propriedades do meio líquido, com o objetivo
de promover ganhos específicos que possam ser transferidos para o solo e, portanto,
traduzidos em ganhos funcionais aplicáveis à vida diária de cada paciente” (SILVA E
BRANCO, 2011).

LEMBRE! FISIOTERAPIA AQUÁTICA NÃO É SOMENTE FAZER EXERCÍCIOS IGUAIS AOS


DE SOLO NA ÁGUA. DEVEMOS PENSAR DE UM MODO DIFERENTE!

3. Breve Histórico da Hidroterapia – a seguir, um pouco de informações a respeito do


histórico desta especialidade, pois para chegarem ao atual reconhecimento muitas pessoas
pesquisaram e testaram o meio aquático. Alguns fatos da Pré-história, até a Idade
Contemporânea:

3.1. A pré história


 Inicia com o surgimento dos primeiros homens há cerca de 4 milhões de anos e se estende
até o aparecimento da escrita, por volta de 4000 a.C.
 Período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) – até 10000 a.C.; descoberta do fogo.
 Período Neolítico (Idade da Pedra Polida) – de 10000 a 4000 a.C.: formas rudimentares
de escrita.
 O uso de rituais mágicos estava baseado na crença de que os demônios da natureza eram
os responsáveis pelos inúmeros males e pelas mortes.
A história da medicina estava estreitamente ligada à da religião – finalidade comum: a
defesa do indivíduo contra as forças do mal (demônios, maus espíritos).

3.2. Idade Antiga


 Inicia aproximadamente em 4000 a.C., com o advento da escrita, e estendendo-se até a
queda do Império Romano no ano 476 d.C.
 Antiguidade Oriental: A civilização egípcia; as civilizações da mesopotâmia (sumérios,
acadianos, Babilônicos e Assírios); hebreus; fenícios e os medo-persa.
Antiguidade Clássica: Gregos e Romanos
Não existem evidências precisas sobre quando a água foi usada pela primeira vez para
finalidades curativas.
 Civilizações que habitavam os vales dos rios da Mesopotâmia, no Egito, na índia e na
China: as piscinas de banhos foram amplamente utilizadas para a renovação e cura
individual, religiosa e social.
 Nas culturas grega, hebraica, romana e cristã existiam os rituais das águas curativas para
limpar o corpo espiritual dos pecados.
 Hebreus usavam a água com fins terapêuticos, higiênico e religioso.
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Os ginásios gregos eram constituídos por uma pista, uma sala de banho de água fria e
uma grande sala principal usada para funções educacionais e sociais.
Heródoto (446 a. C.) médico grego, escreveu um tratado sobre águas quentes e sobre
saúde
Hipócrates (O Pai da Medicina - 460 a.C) Escreveu Sobre ares, águas e lugares, um
tratado sobre saúde pública e geografia médica; Banhos de contraste, medicina natural;
escreveu sobre quatro tipos de banho: água quente (caldarium), água morna (tepidarium),
água fria (frigidarium), água muito quente (laconicum).
Homero (446 a.C): usou banhos quentes para reanimar soldados e curar melancolia
Galeno (130 d.C.), médico e escritor: Os tratamentos empregados por Galeno derivavam
do conceito da ação dos opostos: a terapia dos opostos (alopatia): hidrófilos e hidrófobos.
 Os Etruscos, que precederam os romanos, possuíam conhecimentos de medicina, de
odontologia, de hidroterapia e sobre instalações sanitárias.
 A cultura romana elevou os banhos a um nível mais prático, formal, educacional, social e
tecnicamente refinado. As termas romanas incluindo-se banhos com vapor quente, piscinas
geladas e áreas de relaxamento, funcionavam como uma importante instituição social e civil.
 Celso - escritos sobre a hidroterapia.

3.3. Idade Média


 Inicia-se em 476 e estende-se até 1453, quando terminou a Guerra dos Cem Anos, na
Europa, e a cidade de Constantinopla caiu em mãos dos turcos otomanos.
Descoberta da cidade de Bad Ragaz.
-1032: descoberta da nascente
-1242: primeiro uso documentado da nascente com propósitos curativos.
-1420: construída a primeira casa de banho.
Savanarola de Ferrara (1453) - uso da água na metrorragia, na gota e reumatismos.
Mengo Biancheli - uso de duchas ascendentes nas afecções do útero.

3.4. Idade Moderna


 Inicia-se em 1453 e estende-se até 1789, quando iniciou a Revolução Francesa.
Médicos dos séculos XV e XVI - tratamento de feridas e úlceras (ação tônica, adstringente
e sudorífera).
Paracelso (aprox. 1500): escritos sobre hidroterapia e utilização de inúmeras substâncias
minerais, como enxofre, mercúrio, chumbo, cobre, ferro e antimônio.
Gunter d'Andermach (1565) - banhos frios para facilitar o sono.
John Flayer (1697) - publicação do "Tratado completo de Hidroterapia"; História do Banho
Frio."
 Frederico Hoffman (1712) - publicação: "De aqua medicina universali"
 Moneta - uso da água em moléstias agudas das vias respiratórias.
Wright (1779): cirurgião naval publicou observações sobre o uso do frio no tratamento da
varíola e outras condições febris.
 Currie - publicação dos Relatórios Médicos sobre o Efeito da água Fria e Quente como
Remédio para Febre; banhos frios, salgados e curtos para a sedação do SN e nas afecções
de vias digestivas.

3.5. Idade Contemporânea


 Inicia-se em 1789 e estende-se até os nossos dias. Em nosso século, o capitalismo atingiu
a sua maturidade e plena dinamização, alcançando progressivamente sua globalização.
Giannini (1805) e Armstrong (1818) - uso de água fria para febres intermitentes e
perniciosas.
Vicent Pressnitz (1830) estabelece centro para uso da água fria e exercícios vigorosos.
Primeiras investigações científicas sobre as reações dos tecidos à àgua sob diversas
temperaturas e sua ação nas doenças.
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Scoutteten (1843) e Schedel (1845) classificam os efeitos múltiplos do método hidrotera-
pêutico (higiênico, antiinflamatório, antiespasmódico, alterante ou resolutivo, auxiliar ou
coadjuvante).
Winternitz (1864) - Pai da Hidroterapia Científica: estabeleceu base fisiológica para a
hidroterapia.
Leroy Duprés (1875) - publicação do tratado "Indicações e Contra-Indicações da
Hidroterapia"
Entre 1851 e 1852: foi inaugurado no Brasil, o Centro Hidroterápico em Botafogo.
Em 1903: abertura do primeiro centro de Hidroterapia nos EUA em Boston.
Em 1930: abertura da Clínica para Tratamento de Doenças Reumáticas em Londres com
Fisioterapeutas diplomados.

Figura1.Termas romanas Figura 2. Duchas Figura 3. Spa moderno em Bad Ragaz

Figura 5 – Piscina adaptada com duchas de diferentes pressões

4. PROPRIEDADES FÍSICAS (PF) DA ÁGUA


O conhecimento das propriedades físicas da água é fundamental para o atendimento
na hidroterapia, cada uma exerce influência sobre o corpo do ser humano, podendo ser
utilizada direta ou indiretamente no trabalho aquático por meio de efeitos causados pela
hidrostática ou hidrodinâmica.
Hidrostática: _____________________________________________________________
________________________________________________________________________
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Hidrodinâmica: ___________________________________________________________
________________________________________________________________________
4.1 – Massa – é a quantidade de matéria que a substância compreende (Kg), é inalterada.
4.2 – Peso – é a força com a qual a substância (o corpo) é atraído no sentido do centro da
Terra (gravidade), altera-se de acordo com a posição do corpo. A unidade é o Newton P = m .a
4.3 – Densidade: é a relação entre a sua massa e o seu volume. d = m
v
Materiais/Substâncias Densidade (G/CM3)
Água Pura
Água do mar
Corpo Humano (adulto)
Corpo Humano (bebê)
Ferro
Madeira
Gelo
Tecido adiposo

4. 4 – Densidade relativa ou Gravidade Específica (GE): relação entre a massa de um


dado volume de substância e a massa do mesmo volume de água.
GE = m densidade da substância
m densidade da água
A densidade relativa depende de fatores como:
a) ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
b) ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
c) ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
d) ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
e) ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
f) ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
g) ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

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4.5 – Refração: é o deslocamento, ou alteração do vetor quando ele passa de um meio mais
denso para um meio menos denso, ou vice-versa. Sofre interferência das propriedades
específicas do material, particularmente a velocidade da luz no material e o ângulo de
incidência do feixe luminoso.

Figura 6. Refração

4. 6 – Pressão Hidrostática: é definida como força por unidade de área. Está baseada na
Lei de Pascal.

“ “_____________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
____________________________________________________”.

A pressão hidrostática aumenta com a profundidade e com a densidade do líquido.


Ela aumenta 1 mmHg por 1,36 cm de profundidade. Um corpo imerso 122 cm está sujeito a
uma pressão de 88,9 mmHg, levemente maior que a pressão sangüínea diastólica, por isso,
auxilia no retorno venoso.
Exemplos e cuidado:
a) Sistema circulatório
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
b) Sistema respiratório
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

A pressão hidrostática também exerce efeito sobre as articulações, promovendo a


estabilização das mesmas. “Estabilização articular”

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4. 7 – Tensão superficial: é a força existente entre as moléculas da superfície de um líquido.
Oferece pequena resistência a músculos pequenos, se a área a ultrapassar esta pele for
grande a resistência aumenta tanto do ar para á água como vice-versa. “Pele elástica”
“Lembrar do mosquito que anda sobre a água!”

4. 8 – Flutuação: é a força que atua em sentido oposto a força de gravidade (Empuxo). O


centro de gravidade no solo está no nível de S2 e na água no nível de pulmões. A flutuação
baseia-se no Princípio de Arquimedes:

“ “_______________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________”.

Figura 7. Força do empuxo versus força de gravidade.

Durante a imersão, o empuxo pode através de sua força que age de baixo para cima:

Figura. 8. Ação do empuxo sobre o movimento.

AÇÕES DO EMPUXO
A.Facilitar _______________________________________________________________
________________________________________________________________________
O empuxo pode realizar movimentos passivos durante a imersão quando paciente relaxa.

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B. Resistir  _______________________________________________________________
________________________________________________________________________
C.Sustentar  ______________________________________________________________
________________________________________________________________________

É importantíssimo o controle respiratório, esta propriedade proporciona o alívio do


peso corporal (gera descompressão articular, ou seja, reduz a pressão sobre a superfície
articular beneficiando todas as pessoas que apresentam desgastes articulares, por exemplo).
% de alívio do peso corporal (pela ação do empuxo): AO LADO DA FIGURA COLOQUE AS
% E REGIÕES CORPORAIS.

Figura 9. Porcentagens de alívio de peso corporal na imersão.

ATENÇÃO A PRÓXIMA PROPRIEDADE É A ÚNICA HIDRODINÂMICA

4. 9 - Viscosidade: é a magnitude do atrito interno do líquido, ou seja, é o atrito en-


tre as células de um líquido. Causa resistência ao fluxo do líquido, isto é observado quando o
líquido está em movimento.
Segundo o Teorema de Reynolds, existe o fluxo laminar e o fluxo turbulento, os quais estão
também relacionados com a velocidade do movimento.
 Velocidade  Fluxo laminar  movimento regular R = V
 Velocidade  Fluxo turbulento  movimento irregular (redemoinhos) R= V2

Teorema de Bernoulli – é a relação entre a pressão e a velocidade de um fluído ao longo de


uma linha aerodinâmica. Após um movimento irregular e rápido formam-se redemoinhos que
é a turbulência. Facilita ou dificulta os movimentos depende do local que o objeto/corpo se
encontra.

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“Efeito esteira” age facilitando o movimento, onde se gera uma diferença de pressão sendo
na frente positiva (>) e atrás do objeto/corpo em movimento sendo negativa (<). Ex.
Reeducação precoce da marcha.
“Não esqueçam dos patinhos atrás da
mamãe pata na lagoa”.

Figura 10. Efeito Esteira


A viscosidade pode então:
Facilitar - ___________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Sustentar -__________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Resistir -___________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Exemplo - treino progressivo de marcha ________________________________________


________________________________________________________________________

Não esqueça: A viscosidade da água aumenta o tempo de reação das respostas de


equilíbrio e retificação corporal e é a propriedade que mais oferece resistência para
programas de fortalecimento muscular, além de promover estabilidade articular.

A quantidade de resistência oferecida pela viscosidade é influenciada pela:


- Posição do paciente ou do membro trabalhado (área corporal)
- Velocidade do movimento
- Uso ou não de artefatos (tamanho e formato)
- Alavancas
- Presença ou não de turbulência

Força coesiva/coesão: força de atração entre moléculas vizinhas do mesmo tipo de matéria.
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Força adesiva/adesão: força de atração entre moléculas vizinhas de diferentes tipos de
materiais. Estas forças oferecem intenso estímulo tátil. Quando há o turbilhonamento da água
este estímulo tátil aumenta muito.
* Exemplos:

Vamos resolver estes casos!


Caso 1 – M.S. 43 anos de idade, do sexo feminino, com história pregressa de cirurgia há 8
anos para resolução de trombose venosa, possui artrose no joelho direito. Fez uma longa
viagem de ônibus (20 horas) e ao chegar ao destino apresentou edema (joelhos, pés e
tornozelos). Refere também dor muscular na região de toda coluna vertebral e membros
inferiores (principalmente joelho direito e coluna cervical). Tem diminuição de flexão de
joelhos. Esta senhora foi encaminhada para realizar fisioterapia aquática. Informa na
avaliação que tem osteoporose significativa. Quais serão os cuidados a serem tomados
desde o momento da avaliação fisioterapêutica e quais serão os objetivos fisioterapêu-
ticos neste caso? Faça relação com a ação das propriedades físicas da água.

Caso 2 – A.L. homem com 62 anos de idade com história pregressa de enfisema pulmonar,
refere dificuldade respiratória (é fumante de longa data). Apresenta hipertensão arterial
sistêmica (HAS) com controle medicamentoso e sofreu uma queda onde a sequela deste
episódio foi uma subluxação do tornozelo direito. Foi até a unidade básica de saúde (UBS) 72
horas pós-trauma e o clínico geral o encaminhou para a fisioterapia, após avaliação
fisioterapêutica se resolveu iniciar com fisioterapia aquática. Referia dor intensa no tornozelo
e sensação que estava “solto, que ia cair”, edema moderado e usando muletas axilares.
Quais serão os cuidados e os objetivos fisioterapêuticos com este senhor consideran-
do as propriedades físicas da água?

Resolução dos Casos.


Caso 1.
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_________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Caso 2____________________________________________________________________
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________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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LEITURAS PARA COMPLEMENTAÇÃO DO CONTEÚDO
1. SKINNER, A.;THOMSON, A.M. Duffield: Exercícios na Água. São Paulo: Ed. Manole,
1985. Leitura do Capítulo 1.
2. SACCHELLI, T.; ACCACIO, M. P.; RADL, A. L. M. Fisioterapia Aquática. Barueri: Editora
Manole. 2007. Leitura do Capítulo 1.
3. Artigos
- CANDELORO, J.M.; CAROMANO, F. A. Discussão crítica sobre o uso da água como
facilitação, resistência ou suporte na hidrocinesioterapia. ACTA FISIATR 2006; 13(1): 7-11.
- COSTA, D.P.M.; LUCENA, L.C. VELOSOS, L.S.G. Aplicabilidade terapêutica dos princípios
físicos da água. Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Fisioterapia/MONITORIA
UFPB-PRG / XI Encontro de Iniciação à Docência. 2008.
RESUMÃO PRINCIPAIS “PF” DA ÁGUA

3 PROPRIEDADES
FISICAS DA
ÁGUA

Pressão Hidrostática: Empuxo / Flutuação: Viscosidade:


Retorno venoso/linfátic., Promove descompressão Oferece resistência aos mo-
reduz edema, forta- articular e aumenta a ADM vimentos fortalecendo, o
lece mm inspiratórios e articular, fortalece nos mo- tempo de resposta das rea-
promove estabilidade ar- vimentos contra o empuxo. ções de equilíbrio e retifica-
ticular. ção, estabilidade articular,
reduz mov. involuntários.

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5. Efeitos / Benefícios e Precauções da Fisioterapia Aquática
5.1 Efeitos
a. Trabalho mio-articular global;
b. Redução da dor muscular e articular;
c. Redução do tônus muscular (neuro);
d. Redução do espasmo muscular, espasmo de proteção e relaxamento;
e. Redução de edema com melhora da circulação sangüínea e linfática;
f. Aumento de ADM e flexibilidade;
g. Melhora progressiva da força muscular;
h. Alívio de peso corporal  descompressão articular  menor desgaste articular ;
 alívio da pressão sobre proeminências ósseas;
Esta redução de peso pode facilitar a manipulação de obesos e plégicos ou dificultar pela
falta de fixação;
i. Melhora das reações de equilíbrio e retificação corporal;
j. Melhora da coordenação motora e do controle postural;
k. Aumento do estímulo sensorial (tátil, visual, vestibular e proprioceptivo);
l. Aumento da capacidade respiratória e cardiovascular;
m. Relaxamento dos órgãos de sustentação (coluna vertebral)
n. Melhora das trocas gasosas propiciando condicionamento cardiopulmonar e treinamento
dos músculos respiratórios;
o. Melhoria da orientação espaço-temporal.
p. Melhora das trocas teciduais pelo  de metabolismo auxiliando no retorno venoso;
q. Melhor condição da pele pela vasodilatação periférica;
r. Reeducação precoce da marcha;
s. Melhora da interação social / socialização;

5.2 Precauções
* Quedas e imersões inesperadas;
* Não suspender a Fisioterapia de solo;
* Vestuários adequados e higiene pessoal;
* Respeito à condição física e psicológica do paciente;
* Adaptação das instalações às necessidades;
* Observar a temperatura e cloração da água (PH = 7,2 a 7,6 );
* Solicitar hidratação após a sessão, devido a perda hídrica (durante a sessão também pode
hidratar-se);
* Uso de diuréticos (soma do efeito diurético da imersão com medicação);
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* Orientar um tempo na sala de espera após sessão  evitar a troca brusca de temperatura;
* Cuidado com lesões e queimaduras devido distúrbio sensitivo, especialmente em membros
inferiores (AVC, TCE, TRM, diabetes, etc...)
* Cuidado com quadros agudos devido excesso de mobilização;

6. O Uso de Artefatos Aquáticos


Existe uma gama de artefatos que podem ser utilizados pelo Fisioterapeuta durante
a sessão de hidroterapia, porém deve-se ter o cuidado para não usar em demasia. Existem
os flutuantes, que são a grande maioria e possuem funções como assistência, sustentação,
resistência, posicionamento do paciente, alongamento, equilíbrio estático ou dinâmico,
propriocepção, coordenação, sensibilidade tátil, relaxamento, e tração articular; os não
flutuantes ou de peso que possuem funções como estabilização, tração ou descompressão
articular.
O uso de diferentes artefatos oferece ludicidade e desafio no decorrer das sessões
de fisioterapia aquática. Conforme evolução do paciente vai se mudando o tipo e a
quantidade de flutuadores utilizados impondo outras dificuldades e/ou facilidades de acordo
com cada paciente.

ATENÇÃO PESSOAL!

“NÃO É INDICADO UTILIZAR ARTEFATOS DE PESO PARA FORTALECIMENTO


MUSCULAR NA ÁGUA, POIS COMO A DENSIDADE DO PESO É MUITO MAIOR QUE
1, ELE ANULA, NEUTRALIZA A AÇÃO DO EMPUXO, GRANDE DIFERENCIAL DO
MEIO AQUÁTICO.”

6.1 Classificação de Artefatos:


a) Fuller (2000) classifica em equipamentos de segurança, acesso, flutuação, pesos,
recreativos e de resistência baseado no arrasto.
b) Koury (2000); Larsen (2001); Fuller (2000) classificam como móveis ou portáteis e fixos,
além de mencionarem as órteses.
c) Bates e Hanson (1998) classificam em equipamentos de segurança, terapêutico e de
exercício.

A seguir, na Tabela 1 estão as cargas correspondentes de alguns artefatos flutuantes.

18
Tabela 1 – Peso Hidrostático de alguns Artefatos Aquáticos.

Artefato Peso Hidrostático


Halter Mini 750 gf
Halter Médio 1.25 Kgf
Halter Grande 1,9 Kgf
Caneleira Pequena 500 gf
Caneleira Média 1,2 Kgf
Caneleira Grande 1,55 Kgf
Sorriso Pequeno 900 gf
Sorriso Médio 1,2 Kgf
Sorriso Grande 1,55 Kgf
Palmar tipo morcego 350 gf
Aquatubo com furo 4,2 Kgf
Aquatubo sem furo 4,6 Kgf
Aquatubo encharcado 3,6 Kgf
Prancha Pequena 1,5 Kgf
Prancha Média 2,2 Kgf
Prancha Grande 3,1 Kgf
Prancha Peixe 450 gf
Bóia de Braço inflável 2,75 Kgf
Cinturão / Cinto Pélvico Grande 3,7 Kgf
Fonte: MARTINEZ, 2007.

Em 2005 e 2011, foram publicados dois estudos de Martinez et al. intitulados


“Determinação da carga de flutuantes de implementos flutuantes utilizados em hidroterapia e
hidroginástica” e “Caracterização das Cargas de Flutuação de Implementos de Hidroginástica
e Hidroterapia”, os quais apresentam a pesquisa a respeito dos artefatos aquáticos. Estão
disponível em: <http://www.ufrgs.br/biomec/articles%202/11%20(XI)%20CBB/Ghiorzi%20-
%20Carga%20Flutu%20Implementos.pdf> e
http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/3628. Na página 23 do
Capítulo 2 do Livro da Parreira e Baratella também se encontram algumas informações sobre
artefatos/materiais. Leiam e complementem o conhecimento!

A seguir encontrarão o registro fotográfico e os nomes dos artefatos (flutuadores e


de peso) que se encontram no Complexo de Hidroterapia da UNISC, este manual foi
elaborado pela bolsista Alexandra Naue em 2009 e complementado pela bolsista Taís Borges
em 2013 acrescentando as novas aquisições para as aulas práticas e atendimentos. Ao
apresentá-los a vocês, temos por objetivo a padronização da nomenclatura usada e que

19
aprendam como devem ser utilizados. Lembramos que o uso dos artefatos otimiza e
potencializa as ações da fisioterapia aquática, porém sem eles, também é possível se fazer
um bom trabalho.
Não se teve por objetivo listar as funções de cada artefato, pois cada acadêmico ou
profissional utilizando sua criatividade pode inovar, criar e estabelecer novas funções.

ARTEFATOS DE POSICIONAMENTO

Figura 11. Colete flutuador de E.V.A adulto Figura 12.Colete flutuador de E.V.A infantil

20
Figura 13. Colete flutuador de isopor Figura 14. Colete flutuador inflável

Figura 15. Cinto pélvico de E.V.A Figura 16. Cinto para fixação de coluna vertebral

Figura 17 a/b. Colar cervical inflável e de neoprene com isopor

Figura 18. Colete adaptado para posicionamento de tronco em ortostase

21
ARTEFATOS PARA MMSS

Figura 19; 20 e 21. Halteres flutuadores triangular, circular e tipo morcego.

Figura 23. Haltere tipo Barrão

Figura 24. Aquapalm de PVC Figura 25. Aquapalm de EVA

22
Figura 26. Flutuadores infláveis de braço

ARTEFATOS PARA MMII

Figuras 27. Prancha de propriocepção Figura 28 a e b. Caneleiras flutuadoras

Figura 29. Caneleiras de peso Figura 30. Caneleira Flutuadora


ARTEFATOS EM GERAL

Figura 31. Aquatubo ou espaguete Figura 32. Disco de propriocepção

23
Figura 33. Step de alumínio e E.V.A

Figura 34. Step de plástico

Figura 35. Sorriso ou Feliz Figuras 36 e 37. Bolas de propriocepção (30 cm e 10 cm).

Figura 38. Cânulas de menor e maior calibre

Figura 39. Active roll ou ‘’pepino’’

24
Figura 42. Bóia circular inflável

Figura 41. Prancha flutuadora

Figura 40. Bastão com ou sem peso

Figura 43. Cama elástica aquática

Figura 44, 45 e 45 a. Faixa elástica, tubbing elástico e puxador Mercur

25
Figura 46. Tapetes flutuadores. Figura 47. Argolas flutuadoras

Figura 48. Andador de PVC Figura 49. Prancha flutuadora motivos infantis

7. DIVERSIDADES DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA


Este item abordará diversos temas da hidroterapia, entre eles variáveis a considerar
num movimento quando imerso, indicações e contraindicações.

7.1 - Variáveis a serem consideradas durante o movimento na água


7.1.1. Propriedades físicas da água:

26
7.1.2. Força gravitacional (nível de imersão);
7.1.3. Velocidade e aceleração do movimento;
7.1.4. Área - superfície do segmento deslocado (corpo e artefatos);
7.1.5. Princípios das alavancas - ângulos de movimento;
7.1.6. Artefatos que podem ser utilizados para resistência, facilitações ou posicionamentos;
7.1.7. Temperatura da água;
7.1.8. Dinâmica muscular e articular;
7.1.9. Cinestesia aquática (sensibilidade);
7.1.10. Atividade via reflexa;
7.1.11. Relaxamento e tensão muscular (tônus);
7.1.12. Tipo de atividade proposta na sessão.
7.1.13 Nível de adaptação ao meio líquido.

Quais os por quês destas variáveis interferirem no movimento na água?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

7.2 - Indicações da Fisioterapia Aquática


As indicações da hidroterapia são diversas, elas podem ser divididas indicações
relacionadas a patologias, subdivididas em áreas e por sinais e sintomas, pois muitos
pacientes chegam até a fisioterapia sem ter um diagnóstico clínico definido e sim, muitas
vezes, com uma hipótese de diagnóstico.

7.2.1 - Quanto às patologias


Neurológicas: Parkinson, Alzheimer, seqüelas de AVE, TRM, poliomielite, polineuropatias,
TCE, PC, tumores do SNC, doenças degenerativas do SN, distrofias musculares, lesões
periféricas de nervos, síndromes neurológicas (Down, Guillan Barré) e pós-operatórios em
geral.
Ortopédicas e Traumatológicas: fraturas consolidadas ou em fase de consolidação,
alterações posturais, pós-lesões traumáticas como entorses, luxações, subluxações, pós-
operatórios ósseos e articulares, discopatias degenerativas, etc..
27
Reumáticas: AR, febre reumática, espondilite anquilosante, osteoartrites ou artroses,
tendinites, bursites, capsulites, miosites, polimialgias, fibromialgia, etc..
Respiratórias: asma brônquica, bronquite crônica, enfisema pulmonar, fibrose cística,
seqüelas de infecções respiratórias, pós-operatórios, etc..
Ginecologia e Obstetrícia: pré e pós parto, dismenorréias, pré e pós cirurgia de mama e,
outras.
Cardíacas: hipertensos, alterações valvulares, etc...
Endócrinas: obesos, alterações da tireóide, etc...
Psíquicas/Mentais: depressão, neuroses, autismo, deficiências mentais em geral.

7.2. 2 - Quanto a sinais e sintomas


Dor;
Edema;
Desvios da marcha;
Amplitude de movimento articular diminuída;
Fraqueza muscular e falta de resistência muscular;
Incoordenação motora e falta de equilíbrio;
Resistência cardiovascular diminuída;
Déficit de sensibilidade (todas);
Contraturas e encurtamentos;
Deficiência na propriocepção;
Atividades de vida diárias comprometidas e
Falta de interação social.

28
Comentário sobre o ciclo da dor durante a imersão

Trauma físico
Disfunção “Overuse”
Movimento muscular Tensão muscular
Imobilização
prejudicado e/ou arti- Doença
cular Cirurgia

Reduz a Reduz o
sensação espasmo
de dor
Imersão
em água
aquecida

Reduz o medo Aumenta a


de movimentar circulação
a articulação

Bates e Hanson, 1998.

Comentário sobre amplitude de movimento

Passivo Ativo Ativo-assistido

Força Contração Músculo e força


externa muscular externa
Bates e Hanson, 1998.
Mão do fisio;
Mão do pcte;
Efeito esteira;
Turbulência;
Força da flutu-
ação/empuxo.
29
7.3 Classificação dos exercícios na água utilizando ou não alguns artefatos
(USAR o capítulo 2 “Hidrocinesioterapia – Mecânica dos Fluídos” da Flavia Martinez do
Livro Fisioterapia Aquática de Patrícia Parreira e Thaís Baratella, 2011).

A) Exercícios Passivos
Objetivos: ganho de amplitude de movimento articular (ADM), relaxamento, analge-
sia, tração ou decoaptação articular, mobilização articular, oferece estímulos extero e
proprioceptivos, entre outros.
A1) Passivos manuais
Pessoal, pesquisem e na
A2) Passivos pela pressão anterior da água/arrasto próxima aula prática a-
presentarão o exemplo
A3) Passivos pelo fluxo de esteira
de cada tipo de exercício
A4) Passivos pela flutuação na piscina!

B) Exercícios Ativo-assistidos
Objetivos: idem passivos.

C) Exercícios de Facilitação – indicados para grupos musculares com força


menor que 3 na escala de Oxford. Uso de flutuadores.

D) Exercícios Resistidos
Objetivos – aumentar a força muscular, a resistência muscular localizada e auxiliam
no ganho de condicionamento aeróbio.
D1) Exercícios com uso de sobrecarga
D2) Exercícios com uso de extensores ou materiais elásticos
D3) Exercícios por resistência manual
D4) Exercícios resistidos pelo empuxo ou flutuação
D5) Exercícios resistidos por flutuadores (simples, combinado dinâmico e combinado
estático-dinâmicos)
D6) Exercícios resistidos pela turbulência/arrasto
D7) Exercícios mistos
D8) Exercícios complexos.

Exemplos de exercícios (serão realizados na piscina):


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

30
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

“Anote os porquês das contraindicações abaixo.”

7.4 Contraindicações da Fisioterapia Aquática


É imprescindível que o fisioterapeuta domine as contraindicações da hidroterapia,
pois, se não submeter o paciente a uma avaliação fisioterapêutica para investigar possíveis
contraindicações haverá o risco de prejudicar este paciente. A imersão provoca aumento do
gasto energético e perda hídrica e de eletrólitos.
A hidroterapia é uma especialidade fantástica, porém, como qualquer outra especia-
lidade ou recurso da fisioterapia possui situações em que seu uso está contraindicado.
Existem as contraindicações absolutas e as relativas e é muito importante saber o porquê
das contraindicações para realmente poder avaliar se o paciente pode ou não fazer uso desta
terapêutica.

7.3.1 - Contraindicações Absolutas


 Febre acima de 37,5ºC
__________________________________________________________________________
 Infecções e inflamações agudas
__________________________________________________________________________

31
 Úlceras de pressão;
__________________________________________________________________________
 Fase aguda de trombose venosa profunda;
__________________________________________________________________________
 Doenças contagiosas que estejam com lesão aberta;
__________________________________________________________________________
 Insuficiência cardíaca descompensada;
__________________________________________________________________________
 Insuficiência renal severa; embolia pulmonar recente:
__________________________________________________________________________
 Pressão arterial alterada sem controle medicamentoso;
__________________________________________________________________________
 Epilepsia não controlada;
__________________________________________________________________________
 Alergia as substâncias químicas usadas na água;
 Capacidade vital muito reduzida;
__________________________________________________________________________
 Pânico da água;
__________________________________________________________________________
 Fratura na base do crânio
__________________________________________________________________________
 AVE recente
__________________________________________________________________________
 Tímpano perfurado.
__________________________________________________________________________

7.3.2 - Contraindicações Relativas


 Incontinência fecal e urinária;
__________________________________________________________________________
 Epilepsia bem controlada;
 Hipertensão ou Hipotensão;
 Lesão aberta (extensão);
__________________________________________________________________________
 Hemofilia, HIV;
__________________________________________________________________________
 Diabetes;
32
__________________________________________________________________________
 Enfarto do miocárdio e angina instável;
__________________________________________________________________________
 Tratamento radioterápico ou com esteróides em andamento ou recente;
__________________________________________________________________________
 Ausência do reflexo da tosse, traqueostomia;
__________________________________________________________________________
 Paciente com severa diminuição da habilidade de regular a temperatura corpórea;
__________________________________________________________________________
 Esclerose múltipla (excesso de calor/fadiga);
__________________________________________________________________________
 Soro intravenoso;
 Colostomia, iliostomia;
__________________________________________________________________________
 Aparelho de Ilisarof;
__________________________________________________________________________
 Medicamentos diuréticos;
__________________________________________________________________________
 Alterações tireoidianas muito importantes;
__________________________________________________________________________

8. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO

Abreviações
RVP: resistência vascular periférica
PA: pressão arterial OUTRA AULA FUNDAMENTAL,
PH: pressão hidrostática VAMOS EM FRENTE
RV: retorno venoso
TURMINHA!
FC: frequência cardíaca

33
A água é um meio muito diferente do ar. Ao ser inserido neste novo meio o organis-
mo é submetido a diferentes forças físicas e em consequência realiza uma série de
adaptações fisiológicas.

8.1 SISTEMA CIRCULATÓRIO

Na PA: Vários autores endossam a ideia de que nos primeiros instantes da imersão em água
ocorre uma vasoconstrição periférica devido a pressão hidrostática, densidade e viscosidade,
aumentando a RVP e ocorrendo por isso, um leve aumento da PA. Porém, logo que corpo
começa a absorver calor, ocorre vasodilatação das arteríolas e queda da PA. Há aumento da
pressão intratorácica, na pressão venosa central, na pressão arterial pulmonar.

No RV: Como vários autores demonstraram, imediatamente após a imersão, em consequên-


cia da ação da PH, 700 ml de sangue são deslocados dos membros inferiores para os vasos
do tronco, tórax e coração, causando aumento no retorno venoso (o sistema venoso é muito
sensível às alterações externas de pressão. A pressão venosa começa a aumentar com a
imersão até o processo xifóide e aumenta até que o corpo esteja completamente submerso.

No volume sanguíneo: Ocorre um aumento do volume sanguíneo central em 60% sendo


que, um terço desse volume é apanhado pelo coração e o restante pelos grandes vasos dos
pulmões. O volume cardíaco aumenta de 27 a 30% com a imersão até o pescoço, porém o
coração não é um receptáculo estático. O aumento da força de contração é a resposta
cardíaca sadia ao aumento do volume (distensão). À medida que o coração distende-se
produz uma melhor relação entre os filamentos de actina e miosina, favorecendo a eficiência
do miocárdio, ou seja, segundo a Lei de Starling, o aumento do volume sangüíneo cardíaco
leva a contrações mais intensas do miocárdio e, consequentemente, ao aumento do volume
sistólico e não aumento da freqüência cardíaca, com conseqüente aumento do débito
cardíaco.

Frequência Cardíaca: Uma grande variedade de autores considera que há diminuição da FC


(bradicardia) quando comparado a mesma atividade em solo. O débito cardíaco (VS X FC),
aumenta de 30 a 32% associados a uma diminuição de aproximadamente 10 bpm ou de 4 a
5% na FC em relação a posição bípede no solo. Existem inúmeras teorias que explicam por

34
que a FC é mais baixa no meio líquido: reflexo de mergulho (resultante da interação de
fatores mecânicos e neurais: bradicardia, vasoconstrição periférica e desvio de sangue para
os órgãos vitais), dissipação do calor, etc. Contudo, a FC tende a aumentar com a elevação
da temperatura e como resultado da intensidade do exercício.

 

 

  

  

Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 35; RAMOS, ACCACIO, AMBRÓSIO, 2007 pg.17

8. 2 SISTEMA PULMONAR / RESPIRATÓRIO


O sistema pulmonar é profundamente afetado pela imersão do corpo no nível do
tórax, devido principalmente à compressão sofrida pela pressão hidrostática. Esse efeito se
deve a dois aspectos:
- à concentração do sangue na cavidade torácica (aumento do volume central);
- à compressão da parede torácica e abdome pela água.
O centro diafragmático desloca-se cranialmente, a pressão intratorácica e a pressão
transmural nos grandes vasos aumentam. Essas alterações, causadas pela PH na parede
torácica e pelo deslocamento do sangue para a cavidade torácica aumentam o trabalho
respiratório em 65%.

35
Devido ao aumento do volume sangüíneo no tórax e às forças hidrostáticas que
estão agindo em oposição à musculatura respiratória, durante a imersão, a pressão na caixa
torácica diminui a circunferência da mesma em aproximadamente 10%.

A capacidade vital: quantidade máxima de ar que pode ser inspirada e depois expirada.
Compõe-se do VRE (volume de reserva expiratório) + VRI (volume de reserva inspiratório) +
VC (volume corrente). A capacidade vital sofre uma redução de 6,0%.

IMERSÃO COM A CABEÇA PARA FORA DA ÁGUA


  

  

   

   

   
  Trabalho Respiratório 
60% - 65 %

Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 38; RAMOS, ACCACIO, AMBRÓSIO, 2007 pg.19
.

8. 3- SISTEMA RENAL

A imersão aquática tem muitos efeitos no fluxo sanguíneo renal, sistemas


reguladores renais e nos sistemas endócrinos. De um modo geral pode-se dizer que a
expansão volumétrica central (no coração) causa aumento da na eliminação urinária a qual é
acompanhada por uma significante excreção de sódio e potássio, que começa imediatamente
após a imersão.

A resposta renal à imersão inclui o débito urinário aumentado (diurese) com perda de
sódio, potássio e supressão de angiotensina, renina e aldosterona plasmática.

O papel da diurese na imersão é explicado como um forte mecanismo compensador


homeostático para contrabalançar a distensão sofrida pelos receptores pressóricos
cardíacos.
A distensão atrial esquerda provoca uma resposta vagal que diminui a atividade
simpática renal. A redução dessa atividade aumenta o transporte de sódio nos túbulos
36
aumentando sua excreção, a qual é acompanhada por água livre - esse fato é responsável
pela maior parte do efeito diurético da imersão. A distensão atrial provoca um aumento na
liberação do fator atrial natriurético o qual facilita a excreção de sódio e a diurese. Ainda em
decorrência disso a resistência renal vascular diminui em cerca de 1/3.
Por outro lado, a função renal é altamente regulada pelos hormônios renina,
aldosterona e pelo hormônio antidiurético (ADH). Todos esses hormônios são grandemente
afetados pela imersão:
- a aldosterona controla a reabsorção de sódio nos túbulos renais distais e justifica a maior
parte da perda de sódio durante a imersão;
- a liberação do ADH é suprimida com a imersão de 50% para mais;
- a renina estimula a angiotensina que por sua vez estimula a liberação de aldosterona;

IMERSÃO

   


  

Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 43

Algumas informações para relembrar


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

37
OBS: Tendo em mente essas alterações, é importante fisioterapeuta orientar o seu paciente,
quanto à necessidade de hidratação durante e após a sessão. Isso vale também para o
profissional.

8.4 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

A imersão na água também causa significantes efeitos no sistema musculoesqueléti-


co, os quais são causados pelos efeitos compressivos da imersão, bem como pela regulação
reflexa do tônus dos vasos sanguíneos. Vários estudos concluíram que durante a imersão é
provável que a maior parte do débito cardíaco aumentado seja redistribuída para a pele e
músculos. Acredita-se que o fluxo sanguíneo muscular de repouso aumente de aproximada-
mente 1,8 ml/min/100g de tecido para 4,1 ml/min/100g de tecido com a imersão até o nível
do pescoço.
Como consequência do fluxo sanguíneo elevado, há:
a) > distribuição de oxigênio;
b) > eficiência na remoção de produtos tóxicos do metabolismo muscular;
c) Redução do espasmo muscular;

A viscosidade da água produz resistência tridimensional durante toda a imersão por


isso as contrações das unidades motoras são sincrônicas. Vários autores concordam que
não existe em nenhum momento contração excêntrica no meio aquático, quando se trabalha
sem artefato flutuador, e, nestes casos, todo trabalho muscular é concêntrico. Já com o uso
de materiais flutuadores, seria o contrário do exercício em solo, ou seja: movimentos para
cima, contra a ação da gravidade são excêntricos e movimentos para baixo a favor da ação
gravitacional seriam concêntricos.

38
Figura 50. Contrações Musculares em solo e em imersão.
Fonte: Di Masi, 2000

8. 5 SISTEMA TERMORREGULADOR - EFEITOS DA TEMPERATURA

O hipotálamo é o centro coordenador dos processos de regulação de temperatura


sendo estimulado por receptores térmicos a nível cutâneo ou pela temperatura do sangue
que perfunde o próprio hipotálamo.
A temperatura corporal se mantém em torno de 37° podendo variar 1°C a mais ou a
menos, e o sistema termorregulador é o responsável em manter esta temperatura
relativamente constante no corpo, realizando um equilíbrio entre a produção e a perda de
calor. Quando este equilíbrio é afetado o organismo lança mão de mecanismos termorregu-
ladores para estabilizá-lo.
É importante lembrar que a temperatura corporal é diferente da temperatura da pele,
a qual é de aproximadamente 33°C.
Conforme a pele é aquecida os vasos sanguíneos superficiais (periféricos) se dilatam
aumentando o suprimento sanguíneo periférico e por condução este sangue aquecido eleva
a temperatura das estruturas subjacentes (músculos ativos).
A sensação de frio e calor é muito individual, podendo variar em cada indivíduo de
acordo com fatores como formação corporal, raça e costumes. Lesões neurológicas também
podem alterar a sensibilidade térmica.

39
Uma elevação geral da temperatura corporal na terapia em piscina aquecida é inevitável,
varia de paciente para paciente, e ocorre geralmente devido a dois fatores:
 a temperatura da água geralmente está acima da temperatura da pele, e assim o corpo
ganha calor através das áreas imersas (absorção do calor da água);
 o calor produzido à partir da conversão de energia durante o exercício.
Assim conclui-se que quanto mais elevada a temperatura da água menor deve ser o tempo
de exposição.

8.6 SISTEMA NEUROLÓGICO

8.6.1 O porquê da Fisioterapia Aquática em Neurologia? Qual a influência/ação das


propriedades físicas sobre este sistema?
 Viscosidade
 tempo de resposta das reações de equilíbrio e retificação corporal - MARCHA;
 movimentos involuntários;
 propriocepção;
 estabilização da postura e do movimento

Promove consciência sensorial aumentada por estimular os mecanorreceptores.

 Empuxo / flutuação – alívio de peso corporal


Redução da sobrecarga corporal  redução da compressão articular  SNC interpreta
estímulo de pressão reduziu
Musculatura relaxa, reduz + a compressão e reduz a dor

 Temperatura aquecida da água


 Tônus muscular (“hipertonia/espasticidade”)
Relaxamento Muscular

2
Em cada cm de pele temos:

200 sensores para a dor (+ lentos em


se comunicar com o cérebro)
25 sensores para o tato
12 sensores para o calor
02 sensores para o frio
nº ignorado para a pressão

40
8.6.2 - A teoria da comporta da dor explica:
 A dor depende do somatório da estimulação sensorial e não apenas da descarga de
receptores especializados da dor.
 A sensação da dor está sujeita a controle central capaz de modular a transmissão
da informação dolorosa, o que pode influenciar na percepção da dor.
 Na imersão  a sensibilidade das terminações nervosas sensitivas pela sobrecarga
sensorial) “”Mascaramento da dor””

8.6.3 - Efeitos Fisiológicos da Imersão sobre o Sistema Nervoso


Os sensores corporais do calor são estimulados pela água aquecida  informação
de relaxamento chega primeiro no SNC, antes dos sensores da dor.
“TEORIA DA COMPORTA DA DOR”
(as fibras de tato e pressão – grosso calibre – são bem + estimuladas que as da dor -
fino calibre – sendo assim o estímulo de tato e pressão chega antes que o de dor ao SNC)

Imersão em água aquecida



Altera liberação de neurotransmissores
(catecolaminas que regulam a FC e a resistência Vascular)
Logo após a imersão

 níveis de epinefrina
 níveis de norepinefrina
 níveis de dopamina
/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Empuxo gera instabilidade na água

Sistema vestibular + solicitado

Treino de Equilíbrio Estático e Dinâmico

Resistência da PH e da viscosidade  ajuste tônico



Aumenta o estímulo do fuso neuromuscular aumentando a propriocepção o que favorecerá a
formação de inputs sensoriais, necessários para a formação do esquema corporal.

41
A seguir tem a indicação de alguns materiais para complementar o conteúdo, MAS,
PROCURE OUTROS, SEJA CURIOSO!

ARTIGOS PARA COMPLEMENTAÇÃO DO CONTEÚDO


1. Efeitos fisiológicos da imersão e do exercício na água FÁTIMA A. CAROMANO*
MÁRIO ROBERTO F. THEMUDO FILHO** JULIANA MONTEIRO CANDELORO - Revista
Fisioterapia Brasil - ano 4 - nº 1 - jan/2003 poolterapia.com.br
2. Movimento na água Fátima A. Caromano - Fisiot. Brasil- vol. 4, n. 2- março/abril de 2003.
poolterapia.com.br.
3. Capítulo 1 do livro Fisioterapia Aquática de Parreira e Baratella, 2011.

Tem muitos!

9. Bad Ragaz, Halliwick, Watsu e Ai Chi e outros.


Atualmente existem dezenas de métodos em Fisioterapia Aquática, além do Bad
Ragaz, Halliwick, Watsu e Ai Chi que são os primeiros a serem desenvolvidos e utilizados até
os dias de hoje também foram criados: reflexologia aquática, aquadinamic, quiropraxia
aquática, water dance, healing dance, feldenkrais, jahara, aquatic being, entre outros.
No capítulo 14 – Relaxamento Aquático do livro Fisioterapia Aquática de Patrícia
Parreira e Thaís Verri Baratella, Editora Manole, 2011 você encontra informações sobre
alguns destes métodos.

9.1 Método dos Anéis de Bad Ragaz


É um método originado na Suíça, na cidade de Bad Ragaz, em 1960, foi
aperfeiçoado por terapeutas alemãs. Anéis referem-se ao uso de artefatos flutuadores na
cervical, na pelve e nos tornozelos.
Posicionamento: paciente permanece na horizontal (geralmente em DD, pode ser
usado o DV e o DL também, mas com menor frequência).
As cadeias de exercícios são geralmente fechadas, sendo assim cuidado com
pacientes que não podem ter compressão articular. O ponto fixo é predominantemente a
estabilização realizada pelo fisioterapeuta.

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O método trata-se de um programa de resistência progressiva (com exceção dos
padrões passivos) onde a resistência é representada pelo peso do paciente e varia com a
intensidade do exercício (> ou < velocidade), além de fixação do fisioterapeuta.
Objetivos principais: fortalecimento muscular, alongamento (mais de tronco), inibi-
ção de tônus e relaxamento com padrões passivos;
Padrões: utilizam-se padrões combinados de movimentos em espiral com padrões
diagonais no plano horizontal, estes podem ser de tronco, MI e MS. Skinner e Thomson em
1986b classificaram os padrões em isotônicos e isométricos, mais tarde, em 1998 segundo
Schoendinger são: passivo, isométrico, isotônico e isocinético.
Pegadas: quanto mais proximal ou mais perto do centro de flutuação a fixação pelo
fisioterapeuta, maior será seu controle sobre o movimento, com pegadas proximais o
paciente se sente mais seguro.
Nível da água: o ideal é a nível entre cintura e linha mamilar para o fisioterapeuta,
este deve usar a mecânica corporal adequada, tórax para cima, ombros para baixo, suporte
abdominal, ampla base de apoio e transferência de peso de um MI para o outro em vez de
rotação de tronco.

Padrões com desenhos para visualização


Em todos os padrões o fisioterapeuta deve orientar o usuário a manter o alinhamento
da cabeça com esterno, orientar a respiração correta para que não façam apnéia durante os
exercícios, assim como observar compensações em todo o corpo.
É importante a avaliação inicial para determinar o quanto se pode exigir do indivíduo,
inclusive os ângulos de movimentos solicitados.
O comando verbal do fisioterapeuta determina o padrão que se quer realizar (passivo
/ isométrico / isotônico) e deve ser constante durante a execução.

Atenção com pessoas que tenham labirintite, sensibilidade da água nos ouvidos e outros
comprometimentos que causem náuseas e tonturas, estes podem estar contraindicados.

1. Padrões Isométricos
1.1) Membros Inferiores
Padrão de ABDUÇÂO das pernas (membro inferior direito)
 Posição inicial – DD (uso de colete flutuador e flutuador na pelve) e com ABD dos MMII,
uso de flutuador no tornozelo D.

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 Pegada – mãos sobre faces externas do MIE (coxa e perna)
 Ação – Usuário: manter MMII em Abdução
- Fisioterapeuta: empurrar o paciente em torno de um círculo.
Obs.: Pode se fazer para adutores, porém muda-se a pegada e o sentido do movimento 
mãos sobre as faces internas no MIE e terapeuta “puxa” o paciente em torno de um círculo
(sentido anti-horário). Também se pode fazer bilateral dependendo o objetivo terapêutico e o
grupo muscular a ser trabalhado.

Direção do
movimento

FLUTUADORES

Figura 51. Padrão de abdução do MID.

1.2) Membros Superiores


Padrão de ABDUÇÂO dos braços (MMSS)
 Posição inicial – DD (uso de colete flutuador e flutuador na pelve) com ABD dos MMSS em
90°.
 Pegada: ABD – pegada nos pés (calcâneo e dorso dos pés)
AD – pegada nos ombros e parte da escápula (flutuador nos tornozelos).
 Ação – Usuário: manter MMSS em Abdução
- Fisioterapeuta: empurrar o paciente em linha reta caminhando para frente.
Obs.: Pode-se trabalhar uni ou bilateral e variar o ângulo de abdução dos MMSS.

Adução
Fisio empurra escá-
pulas

Abdução
Fisio empurra pés

Figura 52. Padrão de ABDUÇÂO e Padrão de ADUÇÂO dos MMSS

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1.3) Tronco
Existem padrões de inclinação lateral e rotações de tronco. Em se tratando de
padrão isométrico os movimentos são realizados pelo fisioterapeuta e o usuário apenas
“mantém“ a posição.
O fisioterapeuta fica entre os MMII da pessoa com pegada nas laterais na
pelve e realiza os movimentos, uso de colete flutuador e flutuador na pelve.
Inclinação lateral para a direita – fisio gira a pessoa para a direita da pessoa e
não do fisio. O paciente fica na linha média, não há movimento de inclinação lateral na
isometria.
Rotação para a direita – o fisio roda a pelve para a direita e gira a pessoa em
círculo também para a direita, esta deve sempre manter a posição.

Fisio

Inclinação lateral direita


Fisio gira tronco para direita

Figura 53. Padrão de inclinação lateral para D (isométrico)


2. Padrão Passivo
Os movimentos e posições são os mesmos dos isométricos, porém o paciente “relaxa”
durante a execução e não mantém nenhuma posição, apenas o alinhamento cabeça-esterno.
Geralmente são usados para alongamento, inibição de tônus e relaxamento.

3. Padrões Isotônicos
Isotônicos de MMII
3.1) Padrão de ABDUÇÃO do MID
 Posição inicial – DD com 3 flutuadores, fisio ao lado do MI de repouso (E)
 Pegada: ABD – mãos na lateral (pé E e coxa E –acima do joelho, sem tocar nos flexores.
 Ação – Usuário: fazer ABD do MID com rotação interna e extensão de quadril, então
relaxa esperando o fisio aduzir.
– Fisioterapeuta: aduz passivamente o MIE e empurra até completar um círculo.
Obs.: Cuidar a flexão lateral de tronco, pois a pessoa não deve fazer, deve-se manter
alinhado na linha média.

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Usuário abduz MID
Fisio aduz MIE para
reposicionar

Figura 54. Padrão de abdução e adução do MID

3.2) Padrão de ADUÇÃO do MID


Realizar o padrão contrário, fisioterapeuta abduz o MIE passivamente e a pessoa aduz
o MID.

Fisio com mãos na


face medial do MIE

Figura 55. Padrão de adução do MID.

3.3) Padrão de ABDUÇÃO e ADUÇÃO de MI


O fisioterapeuta ao lado do MI do usuário vai mudando as pegadas (idem 3.1 e 3.2) e
a pessoa vai alternando realizando a adução e abdução ativamente.

Pegada – face lateral do MIE Pegada – face medial do MIE


Usuário – abduz MID Usuário – aduz MID

Figura 56. Padrão de abdução e adução sequencial.

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3.4) Padrão de ABDUÇÃO e ADUÇÃO bilaterais.
 Posição inicial – DD com 2 flutuadores.
 Pegada – Fisioterapeuta (oferece resistência) nos pés com as mãos face medial durante
a adução e fisio caminha para frente. mãos na face lateral durante a abdução e fisio
caminha para trás.

Adução Abdução
passo para passo para
frente trás

Figura 57. Padrão de abdução e adução bilateral.

3.5) Padrão de transferência de peso


Posição inicial – DD com 2 flutuadores. Planta de um dos pés (D) apoiada no esterno do
fisioterapeuta com extensão de quadril e joelho.
Pegada – Fisioterapeuta com uma mão estabiliza o joelho do MID e a outra mão fica no
dorso do pé E.
Comando verbal – mantenha o MID em extensão e puxe o MIE em direção ao seu ombro.
Mantenha e cuide para não rolar o tronco.
 Assim a pessoa faz descarga de peso no esterno do fisioterapeuta com o MID e fortalece a
musculatura flexora (quadril, joelho e tornozelo) do MIE.

Figura 58. Padrão de transferência de peso para MIE

Isotônicos de tronco
Existem dois tipos de padrão isotônico de tronco variando tronco inferior em movimento e o
tronco superior em movimento, a posição do fisioterapeuta também muda.

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3.6) Padrão de flexão lateral de tronco inferior em movimento
Posição inicial – DD com 3 flutuadores e usuário com dedos entrelaçados atrás da coluna
cervical.
 Pegada – fisioterapeuta fica posicionado atrás da cabeça da pessoa, mãos sobre os
cotovelos fixando também laterais do tronco. As mãos vão mudando de posição para
reposicionar o usuário.
 Ação – pessoa flete lateralmente o tronco para os lados.
Pode ser realizado só para a direita ou só para a esquerda ou ainda para ambos os lados ou
AINDA, combinado com extensão do tronco sendo que se orienta o usuário a dirigir os MMII
para o fundo da piscina.

Figura 59. Padrão de flexão lateral para D de tronco inferior em movimento

3.7) Padrão de rotação pélvica com tronco inferior em movimento


 Posição inicial – idem a anterior
 Pegada - idem a anterior
 Ação - pessoa roda a pelve e MMII para a D ou para a E.
Pode ser realizado só para a direita ou só para a esquerda ou ainda para ambos os lados ou
AINDA combinado com flexão e extensão de tronco inferior em movimento. Na flexão
orienta-se o usuário a dirigir os pés na direção do fisioterapeuta sem fletir os joelhos e na
extensão orienta-se a pessoa a dirigir para a borda oposta da piscina num plano horizontal.
Cuidado com a hiperlordose neste último exercício.

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Figura 60. Padrão de rotação pélvica para D com tronco inferior em movimento

3.8) Padrão de flexão lateral com tronco superior em movimento


Posição inicial – DD com 2 flutuadores, fisioterapeuta entre as pernas do indivíduo
segurando nas laterais das coxas ou laterais da pelve.
 Ação – o usuário ativamente realiza a inclinação lateral de tronco, o fisioterapeuta então
reposiciona.
Atenção: a posição dos MMSS pode variar para aumentar ou reduzir a resistência (ângulos
diferentes de abdução de ombros)

Figura 61. Padrão de flexão lateral para a D com tronco superior em movimento

3.9) Padrão de rotação de tronco superior em movimento


 Idem anterior, porém com comando para rodar e não inclinar o tronco.

Isotônicos de MMSS
3.10) Padrão de ABDUÇÃO de um só MS
 Posição inicial – DD, 3 flutuadores, com adução de MMSS e MMII
 Pegada – fisioterapeuta ao lado do usuário, uma mão no dorso da mão/punho e outra na
face lateral do braço OU na escápula. (Na escápula o fisio consegue fixar melhor o paciente)

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 Ação – pedir que a pessoa afaste o corpo do braço sem fletir o cotovelo. O padrão
completo envolve abdução associado a rotação externa de ombro e extensão de punho e
dedos. O fisioterapeuta faz a adução do MS passivamente e vai para frente (círculo).

Figura 62. Padrão de ABDUÇÃO do MSD

3.11) Padrão de ADUÇÂO de um só MS


Só muda a posição inicial do MS que agora inicia em abdução e a pegada é na palma da
mão e face medial do braço (possibilidade de segurar na escápula).
 Fisioterapeuta faz a abdução passiva e vai para trás.
 O usuário então é orientado a trazer o corpo para junto do braço

Fisio abduz passi-


vamente e vai para
Usuário trás o corpo trás
para junto do braço

Figura 63. Padrão de ADUÇÃO do MSD

3.12) Padrão de ABDUÇÃO ou ADUÇÃO bilateralmente


 Posições e pegadas idem anteriores, porém os 2 MMSS ao mesmo tempo. O fisioterapeu-
ta vai dirigindo-se de um lado para o outro.

Observação: Quando o paciente necessita de um fortalecimento bilateral (dois


hemicorpos ou de um movimento de dois membros), não há necessidade do
fisioterapeuta reposicionar e sim o próprio paciente vai e volta, já fortalecendo ambos
grupos musculares. “Isotonia”

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9.2 Método Ai Chi
O Ai Chi é uma atividade corporal aquática desenvolvida por Jun Kuonno do Japão e
a tradução ao pé da letra é Amor Energia. O conceito é desbloquear a energia que
permanece presa em nosso ponto cardíaco através de movimentos suaves na água.
Os movimentos do Ai Chi desenvolvem muito a mobilização do ponto cardíaco e
dissolve em água a rigidez deste ponto assim como as demais regiões do corpo. O início se
dá com movimentos suaves e aliados ao poder da respiração acessando o cérebro e entrar
em um estado de relaxamento profundo e entrega. Uma espécie de meditação aliada a
exercício na água.
O hábito do Japão em movimento é diferenciado e levado muito a sério, visto as
atividades consagradas de origem japonesa, como o Judô, Karate, Sumô e Aikidô. O Ai chi
usa os movimentos para ensinar ao corpo que ele pode se soltar e se livrar das amarras que
se cria ao redor do coração para proteção de nossos sentimentos.
Este é um conceito que podemos notar quando sofremos um trauma emocional e ao
redor do coração, cria-se um estado de rigidez na musculatura ao redor do coração,
principalmente nas costas, seguido de um encurtamento da musculatura peitoral na região
anterior do corpo, algo que é muito trabalhado no Ai Chi.
Com a abertura do chácara cardíaco ou desta couraça ao redor do coração, segue-
se com movimentos que irão trabalhar o restante do corpo em torções, estimulando a
musculatura em espiral dos pés a cabeça e região do pescoço.
No final é interessante a utilização deste espiral quando fechamos totalmente em
espiral e abrimos depois. O Ai Chi trata o sistema nervoso com muito carinho e tolerância, se
não é possível ir além do que o músculo permite então paciência, repetimos mais uma vez e
então os órgãos tendinosos de Golgi aos poucos vão permitindo a liberação e descontraindo
aquele músculo aos poucos.
Sentimos também uma interessante aumento da amplitude de movimento relativo as
articulações. Os proprioceptores das articulações trabalham conjuntamente com o restante
do sistema nervoso e permite que aos poucos àquela articulação possa atingir um grau
máximo de amplitude, já que a articulação recebe aporte e se mantém firme devido as
propriedades físicas da água em especial a pressão hidrostática. Sente-se um trabalho muito
rico nestas articulações. Os encurtamentos musculares e pontos de dor que são normalmen-
51
te devido a síndromes miofasciais, através destes benefícios do Ai Chi vão se dissipando
conforme avançam as práticas.
A caixa torácica aumenta a sua amplitude, facilitando a respiração, consequente-
mente os tecidos recebem um aporte de oxigênio maior e as células são nutridas com
oxigênio, principalmente as células cerebrais.

Princípios do Ai Chi

YUAN - fazer os movimentos de forma circular, buscando a harmonia interna e externa.


SUNG - relaxar, interna e externamente, para promover a circulação sanguínea.
CHING - não tencionar o corpo ou torná-lo rígido.
YUN - movimentar-se em determinada velocidade, controlada pela mente.
CHENG - manter bom equilíbrio e postura.
SHU - movimentar o corpo de forma fácil, confortável e relaxada.
T SING - dirigir-se o pensamento para a mente, concentrar-se.

O Ai Chi focaliza continuamente em fluir, suave e lentamente, os movimentos


projetados integram o corpo, a mente e o espírito e fornece uma aproximação mais sutil que
a força buscando a flexibilidade e a capacidade aeróbica. De acordo com a pesquisa
japonesa, apenas respirar quando submerso para empurrar ao nível aumenta o consumo do
oxigênio por 7% e aumenta conseqüentemente a queima de calorias.
Como no trabalho corporal aquático, os movimentos do Ai Chi incentivam a
respiração diafragmática profunda que enche não somente os pulmões, mas aumenta a
capacidade massageando também o fígado apenas abaixo.
Este teste padrão, respirando também, suporta o aspecto acalmando o sistema
nervoso (parassimpático) que retarda por sua vez a frequência cardíaca, velocidade da
digestão e acelera o processo natural de desintoxicação do corpo. A respiração coordenada
com os movimentos faz com que as ações sejam mais fáceis de executar e promove um
estado meditativo.
Na água morna, os músculos relaxam e se flexibilizam de modo que uma escala
maior do movimento seja possível e todo o desconforto ou dor em se mover seja reduzido.

Movimentos do Ai Chi

1 - Contemplando 2 - Flutuando

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3 - Elevando 4 – Fechando

5 – Cruzando 6 – Acalmando

7 – Agrupando

8 – Livrando

9 - Transferindo

10 - Aceitando

53
11 - Aceitando com graça

12 – Circulando 13 – Balançando

14 – Fluindo 15 – Refletindo

16 – Sustentando

Leitura Complementar:
- O Uso do Método Ai Chi na Promoção do Equilíbrio na Marcha Hemiparética: Estudo de
Caso http://fisioaquaticafuncional.com.br/resources/Estudo_de_caso_Ai_Chi.pdf
- Livro: Ai Chi Técnica de Relaxamento Aquático, Paulo André Poli de Figueiredo. Porto
Alegre, 2001
- Relaxamento Aquático, em Piscina Aquecida, Realizado pelo Método Ai Chi: uma Nova
Abordagem Hidroterapêutica para Pacientes Portadores de Doenças Neuromusculares
Márcia C.B.Cunha et .al. http://www.unifesp.br/dneuro/neurociencias/Neurociencias%2008-
2.pdf

9.3 Método Halliwick


Informações no capítulo 4: Conceito Halliwick do livro Fisioterapia Aquática de
Tatiana Sachelli, Letícia Maria Pires Accacio e André Luis Maierá Radl, Editora Manole, São
Paulo, 2007.

54
9.4 Método Watsu
Informações no capítulo 7: Watsu do livro Fisioterapia Aquática de Tatiana Sachelli,
Letícia Maria Pires Accacio e André Luis Maierá Radl, Editora Manole, São Paulo, 2007 e
capítulo 17 Watsu do livro Reabilitação Aquática de Ruoti, Morris e Cole, Manole, 2000.
No último dia de aula haverá uma demonstração, um de vocês será sorteado.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!
10. FISIOTERAPIA AQUÁTICA NAS FAIXAS ETÁRIAS O livro Fisioterapia Aquática Funcional da Juliana
Borges da Silva e Fábio Rodrigues Branco de 2011
10.1 - Fisioterapia Aquática em Pediatria tem vários capítulos onde consta a reabilitação em
 Importante: pediatria.
• Simples realização de exercícios  falta de estímulos, situações entediantes (lembrar da
continuidade da fisioterapia);
• Precisa ter espírito inventivo que envolva e integre a criança;
• Prender interesse da criança  jogos e brincadeiras

Habilidades  reconhecer e premiar
Para atingir os objetivos terapêuticos precisa ter criatividade e imaginação.
 Sucesso - combinação dos benefícios terapêuticos e recreacionais/lúdicos
• Dar limites a fim de atingir o objetivo terapêutico;
• Transmitir confiança;

Relação criança-fisioterapeuta: ALEGRIA


O progresso e evolução da criança...

Relação Procedimentos Confiança e


Afetiva e Adequados Participação
de Respeito dos familiares.
Dependência?
CAMPION, 2000

10.1.1 Fisioterapia Aquática em Bebês Recém - Nascidos


•1ª Situação: Promoção de Saúde com bebês saudáveis. Recomendado - a partir dos 2
meses em grandes piscinas, em casa (banheira) pode iniciar antes.

55
•2ª Situação: Promoção de Saúde e tratamento a bebês com algum déficit no DNPM ou
patologias congênitas como torcicolo congênito e outras.

Intervenção fisioterapêutica na UTIN  grandes benefícios (Sweeney e Swanson)


Objetivos da Fisioterapia Aquática em UTIN
•Modular tônus muscular;
•Normalizar movimentos anormais;
•Minimizar contraturas e deformidades;
•Facilitar padrões normais de movimento;
•Promover comportamento de interação social com familiares e profissionais da unidade
facilitando a ligação à todas as pessoas que prestam cuidados.

10.2 - Fisioterapia Aquática na Terceira Idade


O indivíduo idoso requer do fisioterapeuta uma série de cuidados que devem ser
observadas após a avaliação e indicação da hidroterapia. Alguns deles são:
•Medo da água – ajuste mental – segurança;
•Condições cognitivas (concentração, memória);
•Audição e visão deficientes (uso de óculos, aparelhos auditivos – repetir explicação);
•Equilíbrio deficiente (refração, instalações);
•Medicamentos (efeitos colaterais);
•Marcapassos cardíacos (monitoramento);
A relação fisioterapeuta-idoso exige:
56
•Persistência para orientar
• Respeito aos limites;
•Observar sinais que indiquem interrupção da atividade;
•Afetividade e respeito;
•Comunicação oral constante.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-98232013000100005&script=sci_abstract&tlng=pt

11. FISIOTERAPIA AQUÁTICA NAS ÁREAS ESPECÍFICAS

Independente da área a ser trabalhada é fundamental


uma boa avaliação fisioterapêutica para se chegar a um
diagnóstico cinético funcional, para então definir os objeti-
vos e as condutas a serem efetuadas!

11.1 - Avaliação Fisioterapêutica


Obter informações a respeito do nível de adaptação ao meio líquido com
questionamentos como: Gosta de água? Entra sozinho na piscina? Faz imersão? Sabe
flutuar? Sabe nadar?
DETALHE – Não esqueça que, muitas vezes, o paciente tem sua memória da sua adaptação
anterior a instalação do seu problema, quando se trata de caso adquirido, não congênito.
Ainda na avaliação o fisioterapeuta deve investigar as contraindicações para a
hidroterapia, nominando algumas possíveis, utilizar testes avaliativos quantitativos também,
passar as informações relativas a uma sessão de hidroterapia.

57
Itens como amplitude de movimento articular, força muscular, dor, equilíbrio estático
e dinâmico, flexibilidade, sensibilidade (superficial e profunda), entre outros dêem ser
avaliados de acordo com diagnóstico clínico, sinais e sintomas e história pregressa.

Avaliação da Força Muscular

Escala de Oxford na água Escala de Oxford no solo


1 Contração c/ assistência da flutuação 0 Ausência de contração

2 Contração com flutuação contrabalançada 1 Tremulação de contração

2+ Contração contra a flutuação 2 Movimento com a gravidade contrabalançada

3 Contração contra a flutuação em velocidade 3 Movimento contra a gravidade

4 Contração contra a flutuação e uso de flutua- 4 Movimento contra a gravidade e resistência


dores leves (menores)
5 Contração contra a flutuação e uso de flutua-
5 Normal
dores pesados (maiores)
Bates e Hanson, 1996

Leitura Complementar:
- AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA AQUÁTICA. Aquatic Physical Therapy Assessment
Andreane Daniele Barbos; Carla Regina de Camargo; Eliani de Souza Arruda; Vera Lúcia
Israel. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.19, n.2, p. 135-147, abr./jun., 2006
- Capítulo 6 Avaliação fisioterapêutica em ortopedia e Oliveira, Oliveira e Gomes da Silva,
do livro Fisioterapia Aquática de autoria de Patrícia Parreira e Thaís Baratella, Editora
Manole, 2011.

11.2 - Fisioterapia Aquática em Pneumologia


São poucas as indicações diretas para hidroterapia de pacientes pneumopatas,
geralmente o sistema respiratório é tratado concomitante a outro sistema que esteja com
déficit. Deve-se:
•Lembrar que a imersão já trabalha a musculatura da caixa torácica (PH); CUIDADO com
excessos!
•Saber que o calor da água ajuda no aumento e manutenção da amplitude da caixa torácica;
•Orientar a respiração adequada durante os exercícios;
•Usar posições diferentes para reeducar o padrão respiratório (empuxo);
•Natação;
•Evitar as trocas bruscas de temperatura ao sair da piscina;
•Priorizar o tratamento do sistema respiratório em qualquer paciente;

58
Pessoas com bronquite e asma minimizam as crises com exercícios aquáticos.
(com exceção de quando os produtos químicos da água forem fatores alérgenos).

http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2013/RN2103/relato-de-caso/845rc.pdf

http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2003/original%2020%2003/740%20
original.pdf

11.3 - Fisioterapia Aquática em Ortopedia e Traumatologia


No momento de elaborar o tratamento considerar além das propriedades físicas e
fisiológicas do meio líquido:
- Progressão dos Exercícios (além do empuxo):
- Velocidade dos movimentos;
- Comprimento da alavanca;
- Turbulência;
- Uso ou não de flutuadores;
- Aerodinamismo = áreas corporais / flutuadores < ou >;
- Contraindicações (luxações, articulações com desgaste..)

Alguns Cuidados
• Osteoporose: evitar final ADM movimentos suaves e lentos pricipalmente de rotação da
CV, evitar compressão da CV e fortalecer musculatura.

59
• Instabilidade ligamentar aguda por trauma: CUIDADO com a instabilidade articular.
• Cervicalgia: posicionamento correto e confortável para paciente, feedback constante, evitar
extensão cervical, 1º movimentar o corpo sobre a cabeça, em 2º a cabeça sobre o corpo.
• Artroplastia de quadril (próteses): evitar a rotação interna, adução além da linha média e
flexão além dos 90°. A hidro pode ser iniciada 10 a 14 dias após a cirurgia.
• Estenose vertebral: geralmente se trabalha melhor com a flexão da CV e não com a
extensão.
• Protusão discal: a maioria dos pacientes tolera a extensão do que a flexão, mas precisa
saber direção da protusão.
• Fraturas recentes: cuidar para não re-fraturar, pode se usar tala ou gesso sintético e cuidar
movimentos compensatórios na mobilização;
• Cirurgias de CV (laminectomia) – iniciar a hidro logo após a cicatrização da sutura.

Caldart J, Faggion M, Santos RVdos.


https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/fisisenectus/article/view/1753/966

11.4 - Fisioterapia Aquática em Reumatologia


É a área da fisioterapia que tem total indicação da hidroterapia, por serem as
patologias de ordem ou origem reumatológicas, geralmente multiarticulares e/ou multisistêmi-

60
cas sendo a indicação excelente, além do alívio de peso corporal promovido pelo empuxo um
grande aliado a liberação das articulações e analgesia.

Objetivos Gerais na Reumatologia considerando as patologias


- Proteção articular a adaptações;
- Evitar a progressão das degenerações, já que a maioria das patologias reumáticas não são
curativas e sim paliativas.
- Descompressão articular.

• A fisioterapia aquática é uma forma segura de fortalecimento da musculatura sem aumentar


o atrito entre as articulações, principalmente àquelas envolvidas na sustentação de peso.
• Cuidar fases agudas das patologias – repouso.

Rodrigues et. al. Ano 2, n° 1, out. 2012 / mar. 2013


https://repositorio.unp.br/index.php/catussaba/article/view/161/227

61
11.5 - Fisioterapia Aquática em Neurologia
É a área de maior demanda da fisioterapia aquática. Deve-se:
• Ter cuidado nas entradas e saídas (transferência, fixação e apoios adequados);
• Observar sempre a temperatura da água  adaptar o tipo de sessão;
• Adaptação do tônus;
• Facilitar padrões normais de movimento fornecendo estímulos sensoriais e evitar os
padrões anormais;
• Avaliar sempre as contraindicações;
• Plasticidade do SNC (Sistema Nervoso Central);
• Sempre orientar familiares quanto aos posicionamentos, exercícios, AVD’s;

Evitar o uso de flutuadores com criança muito espástica, pois o


DD aumenta a extensão da coluna (opistótono);
• Trabalho multidisciplinar (psico / fono / educação especial /...);
• TER OBJETIVOS FUNCIONAIS / INDEPENDÊNCIA;

11.5.1 - Estímulos sensoriais que mais se destacam na imersão


Proprioceptivos Táteis Vestibulares

Controle Postural Sensações Termodolorosas Reações de equilíbrio

Percepção Corporal Estereognosia Reações de endireitamento

O visual e o auditivo também são bastante estimulados.


Zeghbi (1994) apud, Fiorelli e Arca, 2002

11.5.2 - Alguns recursos/manuseios que podem ser utilizados na água:


1. Manuseio ou facilitação – para orientar o movimento correto e dar estímulo sensorial;
2. Descarga de peso ou transferências – para propriocepção, controle postural e estabilidade;
3. Tração ou descompressão articular (decoaptação);
4. Estímulo tátil rápido facilitatório – para aumentar a função muscular;
5. Estímulo de estiramento lento e mantido inibitório – para relaxamento, alongamento e
redução de tônus;
6. Estímulo térmico, visual e auditivo.

62
Rev Neurocienc 2015; 23(1):68-73.
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2015/2301/original/975original.pdf

Rev Neurocienc 2012;20(2):204-209


http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2002/original%2020%2002/651%20orig
inal.pdf

11.6 – Fisioterapia Aquática em Ginecologia e Obstetrícia


Indicações: dismenorréias, pré e pós-parto, climatério, mastectomia (pré e pós operatório),
reeducação uro-ginecológica e pré e pós - cirúrgicos ginecológicos;

A) Objetivos principais da Fisioterapia em Gestantes


- Minimizar os transtornos gestacionais: motor, postural, respiratório e circulatório;
- Fortalecer e relaxar os principais grupos musculares: períneo, abdominais, peitoral,
intrínsecos do pé, eretores da espinha, ...
- Proporcionar a participação efetiva da gestante no momento do parto, sempre que possível.
- Evitar o ciclo medo-tensão-dor.
- Fazer prevenção quanto ao prolapso pélvico no pós-parto.
- Orientar e preparar a mama para a lactação;

63
- Proporcionar melhor reestabelecimento no puerpério.
- Aliviar as algias provindas dos transtornos gestacionais.

Fases de uma sessão de hidroterapia para gestantes.


A) Exercícios Metabólicos - aquecimento muscular e articular,  circulação sanguínea, 
da capacidade pulmonar e  de edema;
B) Exercícios Principais - manter tonicidade da musculatura alongada (peitorais, reto,
transverso, oblíquo interno e externo, assoalho pélvico ..), alongar musculatura encurtada
(eretores costais, assoalho pélvico-períneo, adutores de quadril..), trabalhar visando a
estética (glúteos, culote, laterais de tronco, alongamento da CV .....);
C) Exercícios Respiratórios: melhorar a condição cardiorrespiratória e melhorar a
preparação para o parto;
D) Exercícios de Relaxamento: tratar as algias, relaxar, reflexão.

B) Fisioterapia aquática na mastectomia


As complicações no pós-operatório podem ser imediatas e TARDIAS, são elas:
edema do membro superior, retrações cicatriciais, limitação de movimentos (cintura
escapular/ombro), quadro doloroso crônico e limitação nas AVD’s.

A fisioterapia aquática tem por objetivos:


Redução da dor e do edema;
Aumento de ADM de cintura escapular, ombro, cotovelo, punho e dedos;
Aumento da expansibilidade torácica;
Correção da postura (antálgica);
Trabalhar a funcionalidade (AVD’s);
Melhorar força muscular;
Dessensibilização ou estímulo sensitivo..........

64
Rev
Neurocienc 2012;20(3):372-378
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2003/original%2020%2003/635
%20original.pdf

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA NA AMPLITUDE DE


MOVIMENTO DE MULHERES MASTECTOMIZADAS
Effects of a program of aquatic group physical therapy on range of motion of mastectomy women
BELLÉ, D.C.B. SANTOS, R.V.
PERSPECTIVA, Erechim. v. 38, Edição Especial, p. 17-25, março/2014
http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/1002_405.pdf

12. OUTROS ARTIGOS SUGERIDOS PARA LEITURA PARA COMPLEMENTAREM O


CONTEÚDO DAS ÁREAS APLICADAS

http://ojs.unirg.edu.br/index.php/2/article/viewFile/779/296

A UTILIZAÇÃO DA HIDROTERAPIA COMO UM RECURSO DA FISIOTERAPIA


VETERINÁRIA. NOGUEIRA; SILVA; ARAÚJO e AMBRÓSIO. REVISTA CIENTÍFICA
ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679-7353 In.
http://www.revista.inf.br/veterinaria14/artigos/RCEMV-AnoVIII-Edic14-Art10.pdf

65
A Atuação da Hidroterapia na Lesão do Ligamento Cruzado Anterior
(LCA) de Haron Silva Dorta
Brazilian Journal of Health, Vol. 2, No 3 (2011)

http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/33/175_-_Hidroterapia_como_tratamento_fisioterapYutico_de_osteoartrite_de.pdf

http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao/article/viewFile/1645/1448

EFEITOS DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA NO EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO DE


UM PACIENTE USUÁRIO DO SUS PORTADOR DA DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO
DE CASO Silva, et al, 2014
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, Edição Suplementar 1, São Paulo, v.8, n.46,
p.362. 2014. ISSN 1981-9900. 362
www.ibpefex.com.br/www.rbpfex.com.br

66
ATIVIDADES AQUÁTICAS EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL: UM OLHAR NA
PERSPECTIVA DA FISIOTERAPIA
Flayani da Silva Schmitz, Felipe Stigger

Revista de Atenção a Saúde, v. 12, n. 42 (2014)

13. DICAS GERAIS SOBRE A ATUAÇÃO EM FISIOTERAPIA AQUÁTICA

LEIA COM ATENÇÃO ANTES DE ATENDER EM PISICNA AQUECIDA.

1. Pacientes com diagnósticos de origem reumatológica – observar para trabalhar em cadeia cinética
ABERTA, para não haver compressão articular. Colocar um aquatubo debaixo do pé gera compres-
são articular de tornozelo, joelho e quadril;

2. Sempre que se faz a imersão de um artefato flutuador se contrai a musculatura


abdominal. Deve-se cuidar excessos e ao manter o artefato se permanece em
contração isométrica, o que é ótimo para consciência corporal – sensação
cinestésica;

3. O uso do decúbito ventral é ótimo para encurtamento de musculatura anterior,


exemplo em casos de cifoses, mal de Parkinson, espondilite anquilosante.....,
porém deve-se relaxar coluna cervical caso o paciente não saiba permanecer
mergulhando durante o posicionamento;

4. Utilizar com prudência os artefatos, sendo 2 ou 3 no máximo por sessão, não vários na
mesma e não repetir sequencialmente séries de exercícios de uma sessão para a outra;

5. No manuseio: manter área trabalhada imersa, por que massoterapia, mobilização passiva fora
da água na hidro?

6. Queixa principal diária NORTEIA a sessão do dia. Para que iniciar aquecendo se paciente
chegou com crise álgica?

7. Observar apoio do pé, por exemplo, equino no disco para não estimular mais a
plantiflexão, colocar do meio para trás, não para frente, e mais para o centro não
nas bordas para evitar a inversão se for o caso;

8. Ao levantar o paciente de decúbito dorsal para ortostase – fazer apoio occipital e não na
coluna cervical, não esquecer de retirar os flutuadores dos membros inferiores antes e
auxiliar a descida de membros inferiores;
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9. Nos casos de osteoporose severa associada ou não a outro diagnóstico observar /
cuidar alavancas muito longas, excesso de resistência e alta velocidade pelo
maior risco de fratura;

10. Trabalhos de estabilização, exemplo de tronco, manutenção de postura


tem mais efeito que exercícios ativos rápidos repetidos. “ISOMETRIA” funciona
mais para tomada de consciência corporal;

11. Nos diagnósticos de doenças sistêmicas da reumatologia, lembrar da evolução


característica da doença ao elaborar o plano de tratamento;

12. Observar insistentemente as compensações posturais durante os exercícios;

13. Não utilizar base instável como disco em casos de tremor, atetose, ataxia,
movimentos involuntários a base deve ser fixa;

14. Momento da alta? Direcionar para outra atividade, do nível que o paciente está para encaminhar. Não
manter só porque o paciente gosta.

14. O Uso do Turbilhão

14.1 Conceito: É um meio terapêutico onde usamos a água de forma turbilhonada, a uma
dada pressão e temperatura pré determinadas. Existem turbilhões para MMSS, MMII e para
corpo inteiro.

14.2 Ações Terapêuticas


- Aumento de circulação (vasodilatação); aumento do metabolismo; diminuição da pressão
arterial (?); descontraturante; estimulação do estado geral; relaxamento muscular; sedativo e
analgésico e tonificante muscular.
As ações terapêuticas vão depender da temperatura da água e também do tempo de
exposição no turbilhão. A escolha adequada da temperatura vai depender do objetivo do
tratamento e da patologia.

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- Água fria: produz efeito estimulante. Quando é usada com curta duração aumenta o tônus
muscular e a energia. Quando for usada com longa duração podem produzir rigidez e
diminuição da capacidade funcional.
- Água Morna: produz efeito relaxante, diminuindo a fadiga.

14.3 Cuidados
Após avaliação fisioterápica, tendo indicação do uso, observar e ter alguns cuidados.
# Com paciente: Fazer a higienização do membro a ser tratado, posição em que vai se
colocar o paciente e o modo como posicioná-lo, sinais vitais, não colocar membro superior
junto com membro inferior, pode-se solicitar cinesioterapia ao mesmo tempo do turbilhona-
mento.
# Com o turbilhão: - A quantidade, pressão e direcionamento dos jatos (quanto mais aberto o
registro, maior é a pressão / Marca Galano), temperatura da água, não obstrução dos
dispositivos de sucção e bicos injetores, local do turbilhão com adaptações necessárias, piso
antiderrapante e próprio para paciente vestir-se, fazer a limpeza diária do turbilhão, jamais
ligar o turbilhão vazio ou com água abaixo do nível, nunca fechar todos os jatos simultanea-
mente e não usar antiséptico espumante.

14.4 Tempo de exposição


Varia com a temperatura utilizada, no que se refere a água quente, temos: Machado
(1991) coloca em torno de 35 min.; Shestack (1987) coloca de 20 a 25 min. e Gutmann
(1991) coloca de 10 a 20 min.

14.5 Indicações para o uso do turbilhão


- Aderência, artralgias, anquiloses, mialgias, atrofias, artroses, contraturas e fibroses,
hipertonia, hipotonia;
- Artrite (fase crônica), Gota;
- Cicatrizes (com algia ou com aderências);
- Cotos de amputações dolorosas;
- Distensões subagudas, edemas (por retenção de líquido, pós gesso e traumática);
- Doenças vasculares periféricas (estágios precoces);
- Dor lombar, entorses subagudos, hematoma, contusões;
- Queimaduras (cicatrizadas), fraturas (pós gesso);
- Lesões dos nervos periféricos (estágio agudo), lesões nervosas;
- Restauração de tendões (pós cirúrgico), sinovite, periartrite, tenossinovite subaguda,
tendinite;
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- Úlceras de decúbito (se fechadas), veias varicosas crônicas;
Observação: Tem literatura que indica para escaras com necrose, pois facilitaria a
retirada do tecido necrosado com posterior tratamento para cicatrização.
- Esporão de calcâneo, espasticidade, plegias, paresias e
- Pré cinesioterapia.

14.6 Contraindicações
- Doenças contagiosas;
- Processo inflamatório agudo;
- Estados febris (???)

14.7 Valores em fevereiro de 2016.

R$ 9.166,50 R$ 7.997, 91

Turbilhão Elétrico 220 Litros Aço Inox - R$ 9.589,00

Cadeira para Turbilhão – R$ 620,49

Pessoal, chegamos ao fim deste semestre, com muito aprendizado, muita “á-
gua”, muitos novos conhecimentos. Meu desejo com carinho para cada um de vocês
é que sejam fisioterapeutas felizes e realizados! Abraço da Profe Patrícia

70
15. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS DO POLÍGRAFO

BATES, A ; HANSON, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo: Editora Manole, 1999.
BECKER, B.; COLE, A. Terapia Aquática Moderna. São Paulo: Editora Manole, 2000.
CAMPION, M.R. Hidroterapia Princípios e Práticas. São Paulo: Editora Manole, 2000.
RUOTI, R.; MORRIS, D.; COLE, A.. Reabilitação Aquática. São Paulo: Editora Manole. 2000.
SACCHELLI, T.; ACCACIO, M. P.; RADL, A. L. M. Fisioterapia Aquática. Barueri: Editora Manole. 2007.
SKINNER, A.;THOMSON, A.M. Duffield: Exercícios na Água. São Paulo: Ed. Manole, 1985.
PARREIRA, Patrícia; BARATELLA, Thais Verri. Fisioterapia aquática. 1.ed. Barueri: Manole, 2011. 317
p. (Reabilitação Instituro Cohen)
SILVA, Juliana Borges da; BRANCO, Fábio Rodrigues. Fisioterapia aquática funcional. São Paulo: Ar-
tes Médicas, 2011. 392 p.
JAKAITIS, FABIO. Reabilitação e Terapia Aquática Aspectos Clínicos e Práticos. São Paulo: ROCA,
1ªed. 2007. 282
BONACHELA, V. Manual Básico de Hidroginástica. Rio de Janeiro: Editora Sprint. 1994 .
BUENO, J. Psicomotricidade: Teoria e Prática. Estimulação, Educação e Reeducação Psicomotora
com Atividades Aquáticas. São Paulo: Lovise, 1998
CASE, L. A. Condicionamento Físico na Água São Paulo: Editora Manole, 1998.
DI MASI, F. Hidro: Propriedades Físicas e Aspectos Fisiológicos. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 2000.
FIORELLI, A.; ARCA, E.A. Hidrocinesioterapia Princípios e Técnicas Terapêuticas. Bauru, São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado – EDUSC, 2002.
FREITAS JUNIOR, G.de C. A Cura pela Água Hidrocinesioterapia Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Ed.
Rio, 2005.
GUTIERRES FILHO, P. A. Psicomotricidade Relacional em Meio Aquático. São Paulo: Editora Manole,
2003.
KATZ, J. Exercícios Aquáticos na Gravidez. São Paulo: Editora Manole, 1999.
KOURY, J. M. Programa de Fisioterapia Aquática. São Paulo, Editora Manole, 2000
SOARES, M. P. Hidroterapia no tratamento da osteoporose. Rio de Janeiro, Sprint, 1999 95p. 4 fitas
de vídeo
SOARES, M. P. Hidroterapia: patologias do joelho. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. 5 fitas de vídeo
WHITE, M. Exercícios na Água. São Paulo: Editora Manole, 1998.
* Trabalhos monográficos de conclusão de Curso de Graduação e Especialização.
* Sitios eletrônicos referentes aos conteúdos, alguns dos utilizados são:
http://www.ufrgs.br/biomec/articles%202/11%20(XI)%20CBB/Ghiorzi%20-
%20Carga%20Flutu%20Implementos.pdf>
http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/3628
http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/3001/pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2013/RN2103/relato-de-caso/845rc.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-98232013000100005&script=sci_abstract&tlng=pt
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2003/original%2020%2003/740%20original.pdf
https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/fisisenectus/article/view/1753/966
http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/33/175_-
_Hidroterapia_como_tratamento_fisioterapYutico_de_osteoartrite_de.pdf
http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao/article/viewFile/1645/1448
https://repositorio.unp.br/index.php/catussaba/article/view/161/227
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2015/2301/original/975original.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2002/original%2020%2002/651%20original.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2003/original%2020%2003/635%20original.pdf
http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/1002_405.pdf
* Vídeos de atendimentos e artigos de revistas de Fisioterapia.
TODOS OS ARTIGOS MENCIONADOS NOS FINAIS DE CAPÍTULOS DA APOSTILA. 71

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