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MATEMÁTICA FINANCEIRA

 Proporcionalidades, regra de três simples e composta e porcentagens

Razão: Razão é a relação existente entre dois valores de uma mesma grandeza, representada por um quociente
𝑎
onde o denominador é diferente de, ou seja, 𝑏 .
𝑎 𝑐
Proporção: É a relação de igualdade entre duas razões, ou seja, = .
𝑏 𝑑

Propriedade Fundamental das Proporções: Em uma proporção, o produto dos meios é igual ao produto dos
𝑎 𝑐
extremos, ou seja, 𝑏 = 𝑑 ≡ 𝑎 ∙ 𝑑 = 𝑏 ∙ 𝑐.

Proporções Múltiplas: Chamamos de proporção múltipla, ou série de razões iguais, a toda proporção que
𝑎 𝑐 𝑚
envolve uma igualdade entre três razões ou mais. De forma geral: =𝑑=⋯= (onde a, b, c,..., 𝑛 ∈ ℝ∗ ) é
𝑏 𝑛
6 15 3
uma proporção múltipla. EXEMPLO. = 35 = 7.
16
𝑎 𝑐 𝑚
Propriedade fundamental das proporções múltiplas: Seja a proporção = 𝑑 = ⋯ = 𝑛 . Considerando que cada
𝑏

uma dessas razões é igual a um mesmo número 𝑘. Esse valor 𝑘 é chamado de coeficiente de
proporcionalidade dessa proporção.
𝑎 𝑐
Propriedades Gerais das Proporções: Dada a proporção 𝑏 = 𝑑.

1) A soma/diferença dos antecedentes de uma proporção está para a soma/diferença dos seus
consequentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente.
𝑎+𝑐 𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑐
= = 𝑜𝑢 = =
𝑏+𝑑 𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑑
2) A soma/diferença dos termos da primeira razão está para seu antecedente, assim como a
som/diferença dos termos da segunda razão está para seu respectivo antecedente.
𝑎+𝑐 𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑐
= = 𝑜𝑢 = =
𝑏+𝑑 𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑑
3) A soma/diferença entre os termos da primeira razão está para seu consequente, assim como a
soma/diferença entre os termos da segunda razão está para seu respectivo consequente.
𝑎+𝑐 𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑐
= = 𝑜𝑢 = =
𝑏+𝑑 𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑑
OBS: As propriedades acima valem tanto para proporções simples como múltiplas.

Grandeza: É tudo aquilo que pode ser medido e possibilita que tenhamos características baseadas em
informações numéricas e/ou geométricas.

Grandezas escalares: São aquelas definidas apenas por um número seguido de uma unidade de medida.
Essas grandezas precisam apenas da informação do módulo (valor numérico) para serem completamente
caracterizadas. EXEMPLO. Temperatura e massa.

Grandezas vetoriais: São aquelas que, para a sua completa caracterização, são necessárias três informações:
módulo (valor numérico), direção e sentido. EXEMPLO. Força e velocidade.

Grandezas Diretamente Proporcionais: São aquelas grandezas nas quais, ao aumentarmos o valor de uma
delas um certo número de vezes, o respectivo valor da outra grandeza igualmente aumenta o mesmo número
de vezes. Da mesma forma, ao diminuirmos o valor de uma delas, a outra diminui proporcionalmente. Se A e B
𝐴
são diretamente proporcionais 𝐵 = 𝑘.
Grandezas Inversamente Proporcionais: São aquelas grandezas nas quais, ao aumentarmos o valor de uma
delas certo número de vezes, o respectivo calor da outra grandeza diminui proporcionalmente (o mesmo
número de vezes), e vice-versa. Se A e B são inversamente proporcionais 𝐴 ∙ 𝐵 = 𝑘.

Regra De Três: É o processo destinado a resolver problemas que envolvam grandezas diretamente ou
inversamente proporcionais.

Simples Direta: É uma forma de relacionar grandezas diretamente proporcionais. Nela teremos, por exemplo, 𝐴
proporcional a 𝐶, assim como 𝐵 é proporcional a 𝑋, onde 𝐴 e 𝐵 pertencem a uma grandeza e 𝐶 e 𝑋 a outra,
sendo elas diretamente proporcionais. 𝐴, 𝐵 e 𝐶 são conhecidas e 𝑋 é uma incógnita. Nesse caso basta aplicar
𝐴 𝐶
a propriedade fundamental das proporções a = 𝑋 para determinar 𝑋. EXEMPLO. Para se construir um muro
𝐵

de 17𝑚² são necessários 3 trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários para construir um muro
17 3 51×3
de 51𝑚²? RESPOSTA. 51 = 𝑋 → 𝑋 = → 𝑿 = 𝟗 𝒕𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒂𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔.
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Simples Inversa: É uma forma de relacionar grandezas inversamente proporcionais para obter uma proporção.
Nela teremos, por exemplo, 𝐴 proporcional a 𝐶, assim como 𝐵 é proporcional a 𝑋, onde 𝐴 e 𝐵 pertencem a
uma grandeza e 𝐶 e 𝑋 a outra, sendo elas inversamente proporcionais. 𝐴, 𝐵 e 𝐶 são conhecidas e 𝑋 é uma
𝐴 𝑋
incógnita. Nesse caso basta aplicar a propriedade fundamental das proporções a = 𝐶 para determinar 𝑋.
𝐵

EXEMPLO. Um automóvel com velocidade de 80 𝑘𝑚/ℎ gasta 15 𝑚𝑖𝑛 em certo percurso. Se a velocidade for
80 𝑋
reduzida para 60 𝑘𝑚/ℎ, que tempo, em minutos, será gasto no mesmo percurso? RESPOSTA. = 15 → 𝑋 =
60
80×15
→ 𝑿 = 𝟐𝟎 𝒎𝒊𝒏.
60

Composta: É um processo de relacionamento de grandezas diretamente proporcionais, inversamente


proporcionais ou uma mistura dessas situações. Utilizam-se as regras de regra de três simples direta e inversa
ao mesmo tempo. Nesse caso a razão que compreende a incógnita fica isolada de um lado da equação e
todas as outras razões são multiplicadas direta ou inversamente no outro lado da equação. EXEMPLO. Numa
gráfica existem 3 impressoras off set que funcionam ininterruptamente, 10 horas por dia, durante 4 dias,
imprimindo 240.000 folhas. Tendo-se quebrado umas das impressoras e necessitando-se imprimir, em 6 dias,
480.000 folhas, quantas horas por dia deverão funcionar ininterruptamente as duas máquinas restantes?
RESPOSTA. A grandeza horas é inversamente proporcional às grandezas número de impressoras e dias e
10 2 6 240.000
diretamente proporcional ao número de folhas, logo = 3 × 4 × 480.000 → 𝑿 = 𝟐𝟎 𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔.
𝑋

Porcentagem: É a representação utilizada em expressões de acréscimos ou reduções em preços, números ou


quantidades, sempre tomando por base 100 unidades. Em outras palavras, a porcentagem ou percentagem é
uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma proporção ou uma relação entre 2
(dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de uma fração cujo denominador é 100 (cem), ou seja, é
dividir um número por 100 (cem). EXEMPLO. Se eu quero saber a que porcentagem 13 lâmpadas equivale num
13 𝑥
total de 50, tem-se 50 = 100 → 𝑥 = 26%.
𝑎
Taxa Percentual: Toda razão 𝑏 , na qual 𝑏 = 100.

Forma Fracionária: 26/100

Forma Percentual: 26%

Forma Decimal ou Unitária: 0,26


𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑜𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠
Cálculo Geral: =
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 100%

Lucro: 𝑅$𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = 𝑅$𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 − 𝑅$𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜


Prejuízo:𝑅$𝑃𝑟𝑒𝑗𝑢í𝑧𝑜 = 𝑅$𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 − 𝑅$𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎

Aumento/Acréscimo Percentual: Para um aumento percentual de 𝑥%, deve-se multiplicar o valor por um fator
multiplicante 𝑓𝑎 = 1 + 𝑥𝑑 , onde 𝑥𝑑 é a forma decimal de 𝑥%. O resultado dessa multiplicação será o valor com
desconto (𝐴% = 𝑉 × 𝑓𝑎 ). EXEMPLO. Aumento de 25% em um produto que custa R$80,00. RESPOSTA. 𝑓 =
1 + 0,25 = 1,25; 𝐴% = 𝑉 × 𝑓𝑎 = 𝑅$80,00 × 1,25 = 𝑹$𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎

Desconto Percentual: Para um desconto percentual de 𝑥%, deve-se multiplicar o valor por um fator
multiplicante 𝑓𝑑 = 1 − 𝑥𝑑 , onde 𝑥𝑑 é a forma decimal de 𝑥%. O resultado dessa multiplicação será o valor com
desconto (𝐷% = 𝑉 × 𝑓𝑑 ). EXEMPLO. Desconto de 10% em um produto que custa R$200,00. RESPOSTA. 𝑓 =
1 − 0,10 = 0,90; 𝐷% = 𝑉 × 𝑓𝑑 = 𝑅$200,00 × 0,90 = 𝑹$𝟏𝟖𝟎, 𝟎𝟎

Aumentos/Acréscimo e Descontos Sucessivos: Para aumentos e descontos sucessivos basta fazer cada conta
tomando como base o valor final da anterior, ou, utilizar um fator multiplicante total 𝑓𝑇 que corresponderá ao
produto de todos os fatores envolvidos. EXEMPLO. Aumentos sucessivos de 5%, 8% e 4% sobre R$600,00.
RESPOSTA. 𝐴% = 𝑉 × 𝑓𝑇 = 𝑉 × 𝑓1 × 𝑓2 × 𝑓3 = 𝑅$600,00 × (1 + 0,05) × (1 + 0,08) × (1 + 0,04) = 𝑹$𝟕𝟎𝟕, 𝟔𝟐

 Juros simples e compostos

Juros: É toda compensação em dinheiro que se paga, ou que se recebe, pelo dinheiro que se empresta, ou que
se pede emprestado.

Capital (C): É o dinheiro que se empresta ou que se pede emprestado.

Taxa de juro (i): É a taxa de porcentagem que se paga ou que se recebe pelo aluguel do dinheiro.

Tempo (t): A taxa 𝑖 é indicada em relação a um intervalo de tempo 𝑡 que representa a quantidade de tempo que a
taxa foi aplicada. A unidade dessa quantidade de tempo vai depender se a taxa é anual (a.a.), mensal (a.m.),
diária (a.d), etc. Se o tempo é dado em uma unidade diferente da que é referente à taxa de juro, deve-se usar
regra de três para passar o tempo para a unidade da taxa.

Prazo Exato x Prazo Comercial: O prazo exato considera o ano civil de 365 ou 366 dias contados diretamente
pelo calendário, podendo o mês ter 28, 29, 30 ou 31 dias. Já o Prazo Comercial, normalmente utilizado em
cálculos, considera o ano comercial de 360 dias e o mês de 30 dias.

Juros Simples: Os juros são calculados, para cada período, sempre sobre o capital. 𝐽 = 𝐶 × 𝑖 × 𝑡

Juros Compostos: Os juros de cada período são incorporados ao capital para o cálculo dos juros seguinte, ou
seja, o juro incide sobre o montante do período anterior. 𝐽 = 𝐶 × (1 + 𝑖)𝑡 − 𝐶

Montante (M): É o total que se paga no final do empréstimo (capital + juro).

Fórmula: 𝑀 = 𝐶 + 𝐽

Montante para juros simples: 𝑀 = 𝐶 × (1 + 𝑖 × 𝑡)

Montante para juros compostos: 𝑀 = 𝐶 × (1 + 𝑖)𝑡

Valor Atual/Presente e Valor Futuro: Em juros compostos podemos dizer que 𝑉𝐹 = 𝑉𝐴 × (1 + 𝑖)𝑡 , ou seja, basta
substituir a montante pelo valor futuro e o capital pelo valor atual.

Juros de Mora: Quando alguém está obrigado, por um contrato ou pela lei, a realizar um pagamento dentro de um
prazo determinado e por sua exclusiva culpa, não o faz, diz-se que essa pessoa se encontra em mora. Ao
encontrar-se em mora, o devedor fica legalmente obrigado a indenizar o credor pelos eventuais danos por este
sofrido, decorrente do não pagamento em tempo devido. Esta indenização traduz no pagamento de juros de mora.
Os juros de mora são calculados em boletos bancários ou contratos, através do regime de capitalização simples,
quando ocorre atraso de pagamento inferior ao período da taxa referenciada.
Juros Simples x Juros Composto:

 Capitalização e desconto

Capitalização: É a operação de adição de juros ao capital. Ela pode acontecer sob a forma de dois regimes –
regime de capitalização simples (juros simples) e regime de capitalização composto (juros compostos). Vide
tópico anterior.

Desconto: Consiste em um abatimento sobre o valor nominal da dívida.

Desconto Simples: Usado amplamente em operações de curto prazo (até um ano), a uma taxa linear.
Desconto Simples por Dentro (Racional): O Desconto é calculado sobre o valor atual do título.

𝐷 = 𝐴×𝑖×𝑛 𝐷 =𝑁−𝐴

𝐷: Desconto 𝐴: Valor atual 𝑁: Valor nominal/futuro 𝑛: Prazo

𝑖: Taxa de desconto (percentual aplicado por antecipar a dívida; 𝑖 = 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑜/𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙)

Desconto Simples por Fora (Bancário ou Comercial): O desconto é calculado sobre o valor nominal do
título.
𝐷 =𝑁×𝑖×𝑛 𝐷 =𝑁−𝐴

Desconto Composto: Usado para as operações de longos prazos (superiores a um ano), a uma taxa
exponencial.

Desconto Composto por Dentro (Racional): O Desconto é calculado sobre o valor atual do título.
1
𝐷 = 𝑁 × [1 − (1+𝑖)𝑛] 𝑁 = 𝐴 × (1 + 𝑖 )𝑛 𝐷 =𝑁−𝐴

Desconto Composto por Fora (Bancário ou Comercial): O desconto é calculado sobre o valor nominal do
título. É raramente empregado no Brasil, não apresentando uso prático. Sua importância é meramente
teórica.
𝐴 = 𝑁 × (1 − 𝑖 )𝑛 𝐷 =𝑁−𝐴

 Taxas de juros nominal, efetiva, equivalente, real e aparente

Taxa nominal: É quando o período de capitalização dos juros ao capital não coincide com aquele a que a taxa
está referida. EXEMPLO. 12% ao ano, capitalizados mensalmente.
Taxa efetiva: É quando o período de capitalização dos juros ao capital coincide com aquele a que a taxa está
referida. A taxa efetiva é utilizada nas calculadoras financeiras e nas funções financeiras das planilhas eletrônicas.
EXEMPLO. 2% ao mês, capitalizados mensalmente.
Taxa proporcional: É a taxa de juros fornecida em unidades de tempo diferentes que, ao ser aplicada a um
mesmo principal durante um mesmo prazo, produz um mesmo montante acumulado no final daquele prazo, no
regime de juros simples. EXEMPLO. 12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre.

𝑖1 × 𝑡1 = 𝑖2 × 𝑡2 ,

onde 𝑡1 e 𝑡2 devem estar na mesma unidade de tempo (“quantos 𝑡2 existem em 𝑡1 ?”, ou vice versa)

Taxa equivalente: É a de juros fornecida em unidades de tempo diferentes que ao ser aplicada a um mesmo
principal durante um mesmo prazo produz um mesmo montante acumulado no final daquele prazo, no regime de
juros compostos. EXEMPLO. 8% ao semestre é equivalente a 16,64% ao ano.

(1 + 𝑖1 )𝑡1 = (1 + 𝑖2 )𝑡2 ,

onde 𝑡1 e 𝑡2 devem estar na mesma unidade de tempo (“quantos 𝑡2 existem em 𝑡1 ?”, ou vice versa)

Taxa aparente: É a taxa que se obtém numa operação financeira sem se considerar os efeitos da inflação. Se a
inflação for zero, a taxa aparente e a taxa real são iguais.

Taxa real: É a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da operação. Na verdade, significa dizer que
taxa real de juros é o verdadeiro ganho financeiro. Se considerarmos que uma determinada aplicação financeira
rendeu 10% em um determinado período de tempo, e que no mesmo período ocorreu uma inflação de 8%, é
correto afirmar que o ganho real desta aplicação não foram os 10%, tendo em vista que o rendimento
correspondente sofreu uma desvalorização de 8% no mesmo período de tempo. Desta forma temos de encontrar
qual o verdadeiro ganho em relação à inflação, ou seja, temos de encontrar a taxa real de juros.
(1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 )
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 = −1
(1 + 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜)

 Rendas uniformes e variáveis

Rendas: São um conjunto de dois ou mais pagamentos, realizáveis em épocas distintas, destinados a constituir
um capital ou amortizar uma dívida. Os pagamentos, que podem ser prestações ou depósitos, constituem os
termos da renda. Denomina-se n o número de termos (pagamentos) e i a taxa unitária de juros. Se o objetivo da
renda for constituir capital, esse capital será o montante da renda. Se, entretanto, seu objetivo for amortizar uma
dívida, o valor dessa dívida será o valor atual (ou valor presente) da renda.
Rendas Certas x Rendas Aleatórias: Rendas certas são aquelas em que o número de termos, os vencimentos dos
termos e seus respectivos valores podem ser previamente fixados. Quando pelo menos um destes elementos não
puder ser determinado com antecedência, a renda é chamada aleatória. A grande maioria das rendas são certas.

Classificação quanto ao período que se iniciam os pagamentos (carência dos pagamentos):

Imediatas: Quando o primeiro pagamento é devido no primeiro período contado da origem da renda.
Diferidas: Quando o primeiro pagamento somente é devido após um determinado período de tempo (m)
denominado período de diferimento. EXEMPLO: Compra financiada em três prestações mensais e iguais,
porém com a primeira vencendo daqui a três meses.
Classificação quanto ao período correspondente ao intervalo entre dois termos:

Unitária: Quando o período entre dois termos for igual ao período da taxa efetiva empregada.

Múltipla: Quando o período entre dois termos for múltiplo do período da taxa efetiva empregada.

Fracionária: Quando o período entre dois termos for submúltiplo do período da taxa empregada.

Contínua: Quando o período entre dois termos for infinitesimal.


Classificação quanto ao prazo de duração:

Temporária/Finita: Quando os pagamentos possuem um prazo para acabar.


Perpétua/Infinita: Quando os pagamentos são infinitos. EXEMPLO: Aluguel de imóveis.
Classificação quanto ao intervalo de tempo entre pagamentos:

Periódica: São aquelas em que o intervalo de tempo entre dois pagamentos consecutivos é constante
(mensais, trimestrais, semestrais etc.).

Não periódica: São aquelas em que o intervalo de tempo entre dois pagamentos consecutivos é variável.

Classificação quanto aos termos:

Constante: Quando os valores dos termos são iguais.

Variável: Quando os valores dos termos são diferentes.

Classificação quanto ao vencimento dos termos:

Postecipadas: Quando os pagamentos ocorrem no fim de cada período de tempo. EXEMPLO: Compra
financiada em três pagamentos mensais sucessivos, ocorrendo o primeiro pagamento 30 dias após a compra.
Antecipadas: Quando os pagamentos ocorrem no início de cada período de tempo. EXEMPLO: Compra
financiada em três pagamentos mensais sucessivos, ocorrendo o primeiro pagamento no ato da compra.

Nomenclatura:

𝐶: Valor dos termos da renda devido em cada período

𝑛: Número de pagamentos da renda

𝑚: Período de diferimento da renda

𝑛 + 𝑚: Duração total da renda (observe que, devido ao fato de os termos da renda serem sucessivos, 𝑛 é
número de termos da renda e é também o tempo no qual ocorrem os pagamentos)

𝑖: Taxa de juros efetiva de cada período

𝑉𝑃: Valor da renda em sua origem, isto é, na data focal 0

𝑉𝐹: Valor da renda no seu término, isto é, na data focal (n + m).

𝑟 𝑛 : Fator de acumulação de um capital → 𝑟 𝑛 = (1 + 𝑖)𝑛 .

𝑣 𝑛 : Fator de valor atual para um capital → 𝑣 𝑛 = (1 + 𝑖)−𝑛 .


(1+𝑖)𝑛−1
𝑆𝑛⌉𝑖 : Fator de acumulação de capital para uma série uniforme → 𝑆𝑛⌉𝑖 = .
𝑖
(1+𝑖)𝑛−1
𝑎𝑛⌉𝑖 : Fator de valor atual para uma série uniforme → 𝑎𝑛⌉𝑖 = .
𝑖(1+𝑖)𝑛

Rendas Constantes:

Temporária, Imediata e Postecipada: 𝑉𝐹 = 𝐶 × 𝑆𝑛⌉𝑖

𝑉𝑃 = 𝐶 × 𝑎𝑛⌉𝑖

Temporária, Imediata e Antecipada: 𝑉𝐹 = 𝐶 × (𝑆𝑛+𝑘⌉𝑖 − 1)

𝑉𝑃 = 𝐶 × 𝑎𝑛⌉𝑖

Temporária, Diferida e Postecipada: 𝑉𝐹 = 𝐶 × (𝑆𝑛+𝑚⌉𝑖 − 𝑆𝑚⌉𝑖 )

𝑉𝑃 = 𝐶 × 𝑎𝑛⌉𝑖

Temporária, Diferida e Antecipada: 𝑉𝐹 = 𝐶 × (𝑆𝑛+𝑚+1⌉𝑖 − 𝑆𝑚+1⌉𝑖 )

𝑉𝑃 = 𝐶 × 𝑎𝑛⌉𝑖
1
Perpétua, Imediata e Postecipada: 𝑉𝑃 = 𝐶 × ( )
𝑖

1
Perpétua, Imediata e Antecipada: 𝑉𝑃 = 𝐶 × (1 + 𝑖 )

1
Perpétua, Diferida e Postecipada: 𝑉𝑃 = 𝐶 × ( 𝑖 − 𝑎𝑚⌉𝑖 )

1
Perpétua, Diferida e Antecipada: 𝑉𝑃 = 𝐶 × ( 𝑖 − 𝑎𝑚−1⌉𝑖 )

OBS: Não faz sentido falar de valor futuro para rendas certas perpétuas.

Rendas Variáveis:
𝛼 𝑛×𝛼
Em Progressão Aritmética: 𝑉𝐹 = [(𝐶 + 𝑖 ) × 𝑆𝑛⌉𝑖 ] − 𝑖

𝛼 𝑛×𝛼
𝑉𝑃 = [(𝐶 + 𝑖 ) × 𝑆𝑛⌉𝑖 ] − 𝑖

𝑔𝑣 𝑛−1
Em Progressão Geométrica: 𝑉𝐹 = 𝐶 × 𝑟 𝑛−1 × [ 𝑔𝑣−1 ]

𝑔𝑣 𝑛−1
𝑉𝑃 = 𝐶 × 𝑣 × [ 𝑔𝑣−1 ]

𝛼: razão de variação aritmética

𝛼 > 0 → variáveis crescentes; 𝛼 < 0 → variáveis decrescentes; 𝛼 = 0 → constantes

𝑔: razão de variação geométrica

𝑔 > 1 → variáveis crescentes;0 < 𝑔 < 1 → variáveis decrescentes; 𝑔 = 1 → constantes

 Planos de amortização de empréstimos e financiamentos

Definição: Um sistema de amortização nada mais é do que um plano de pagamento de uma dívida contraída. Eles
são desenvolvidos basicamente para operações de empréstimos, envolvendo pagamentos periódicos de parcelas,
as quais denominamos genericamente de prestações. As diferenças mais importantes entre os vários métodos
dizem respeito à explicitação do sistema para reembolso do principal, cálculo e pagamento dos encargos
financeiros. São exemplos de aplicação dos sistemas de amortização: compra da casa própria financiada pelo
sistema financeiro de habitação, dívidas tributárias, empréstimos em bancos para pagamento em parcelas
periódicas e outros.

Sistema Francês de Amortização (SFA): Todas as prestações (pagamentos) são iguais. É usado comumente nos
financiamentos em geral de bens de consumo.

Montante Obtido pelo Devedor: 𝑀𝐷 = 𝑉𝐹 × 𝑟 𝑛


Montante Obtido pelo Devedor: 𝑀𝐶 = 𝑃 × 𝑆𝑛⌉𝑖
𝑉𝐹×𝑟 𝑛 1
Supondo mercado de capitais perfeito: 𝑀𝐷 = 𝑀𝐶 → 𝑃 = = 𝑉𝐹 × 𝑎
𝑆𝑛⌉𝑖 𝑛⌉𝑖

1
Prestação do SFA: 𝑃 = 𝑉𝐹 × 𝑎
𝑛⌉𝑖

Saldo Devedor: 𝑆𝐷𝑡 = 𝑃 × 𝑎𝑛−𝑡⌉𝑖


Juros de Amortização: 𝐽𝑡 = 𝑖 × 𝑃 × 𝑎𝑛−𝑡+1⌉𝑖
Quota de Amortização: 𝑞 = 𝑃 − 𝐽𝑡
Sistema de Amortização Constante (SAC): A amortização da dívida é constante e igual em cada período. É usado
comumente no sistema financeiro da habitação.

Valor Futuro: 𝑉𝐹 = 𝑛 × 𝑞
𝑉𝐹
Quota de Amortização: 𝑞 = 𝑛
𝑉𝐹
Saldo Devedor: 𝑆𝐷𝑡 = 𝑛
(𝑛 − 𝑡)
𝑉𝐹
Juros da prestação “𝑃𝑡 ”: 𝐽𝑡 = 𝑖 (𝑛 − 𝑡 + 1)
𝑛
𝑉𝐹
Prestação do SAC: 𝑃𝑡 = [1 + 𝑖(𝑛 − 𝑡 + 1)]
𝑛

Tabela Price: Caso Particular do Sistema Francês. Ele acontece quando são verificadas uma taxa de
financiamento fornecida em termos nominais e de período, geralmente anual, capitalizada mensalmente
(maioria) ou trimestralmente (raro) e prestações com período menor do que aquele fornecido pela taxa nominal
(frequentemente as prestações tem período mensal). Desta forma, as fórmulas do SFA são todas validas para
a Tabela Price desde que a taxa efetiva do SFA seja alterada para uma taxa nominal da Tabela Price. Vale
ressaltar que as taxas expostas na Tabela Price se encontram em seus períodos anuais, apesar de os
coeficientes nela contidos acharem-se calculados implicitamente para uma prestação de base mensal.

Sistema de Amortização Misto (SAM): Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das prestações
respectivas nos Sistemas Price e no Sistema de Amortização Constante (SAC). Sendo as prestações do SAM as
médias aritméticas, respectivas, dos dois sistemas, SAC e Price, os juros também serão as médias aritméticas
dos juros correspondentes dos dois sistemas, a cota de amortização serão as médias aritméticas correspondentes
e o saldo, bem como o saldo devedor. É usado comumente nos financiamentos do sistema financeiro da
habitação. Na representação gráfica que ilustra o SAM, os juros são decrescentes e as cotas de amortizações
crescentes.

Exemplo de Tabela Para Solução de Problemas Relativos aos Sistemas de Amortização:

n Saldo Devedor Prestação em UPF


Juro Quota Total
0 2.400,00 - - -
1 2.390,00 10 24 34
2 2.380,00 10 23,9 33,9
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
240 0 10 0,1 10,1

 Cálculo financeiro: Custo real e efetivo das operações de financiamento, empréstimo e investimento

Custo Real (Custo Real Efetivo; 𝑖𝑐𝑟𝑒 ): É a taxa real no período completo, ou seja, é a taxa real como se a
operação tivesse apenas um período. É a taxa de juros que exprime o verdadeiro custo de um financiamento.
EXEMPLO. Supondo-se um empréstimo concedido em 18 meses a uma taxa real de 3% a.m., para achar o custo
real efetivo basta achar a taxa equivalente da taxa real fornecida correspondente a apenas um período através da
fórmula (1 + 𝑖𝑐𝑟𝑒 ) 1 = (1 + 𝑖𝑟 )18 .
Custo Efetivo (Custo Total Efetivo; 𝑖𝑐𝑒 ): É a taxa aparente no período completo, ou seja, é a taxa aparente como
se a operação tivesse apenas um período. O custo efetivo (isto é, descontando o efeito da inflação) é MENOR do
que o custo efetivo total. A relação entre taxa real e taxa aparente é (1 + 𝑖𝑎 ) = (1 + 𝑖𝑖 ) × (1 + 𝑖𝑟 ), onde 𝑖𝑖 é
taxa de inflação acumulada.

 Avaliação econômica de projetos

Conceito: A avaliação econômica de um projeto consiste em identificar, quantificar e dar valor aos benefícios e
custos atribuíveis à sua execução ao longo de toda sua vida. Normalmente, esses benefícios e custos não
ocorrem num só momento, mas ao longo do tempo, constituindo em um fluxo. A diferença entre o valor dos
benefícios e o dos custos que ocorrem em cada momento da vida do projeto constitui o benefício líquido
correspondente a esse momento. O conjunto de benefícios líquidos distribuídos no tempo conforma o fluxo a partir
do qual se calculam a maioria dos indicadores de rentabilidade que, a sua vez, ajudam a decidir se convém ou
não executar o projeto. O indicador mais utilizado, por ser mais confiável, é o valor presente líquido, que é igual à
soma dos valores atuais dos benefícios líquidos do projeto, calculados utilizando a taxa de desconto. Também se
costuma calcular outros indicadores, tais como a taxa interna de retorno, a relação beneficio/custo etc.

 Taxas de retorno e taxas internas de retorno

Índices de Rentabilidade: Os índices de rentabilidade procuram evidenciar qual foi a rentabilidade dos capitais
investidos, ou seja, o resultado das operações realizadas por uma organização, por isso, preocupam-se com a
situação econômica da empresa.
Giro do Ativo (GA): O giro do ativo é um dos principais indicadores da atividade da empresa. Ele estabelece
relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, que estão representados
pelo ativo médio, e demonstra quantas vezes o ativo girou como resultado ou efeito das vendas ou quanto a
empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total. A interpretação isolada do índice de giro do ativo é no
sentido de “quanto maior, melhor”, indicando o nível de eficiência com que são utilizados os recursos aplicados
na empresa.
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠
𝐺𝐴 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Margem Líquida (ML): O índice de retorno sobre as vendas, também chamado de margem líquida ou margem
operacional, compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de
lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento. Ele evidencia qual foi o retorno que a
empresa obteve frente ao que conseguiu gerar de receitas. Em outras palavras: quanto o que sobrou para a
firma representa sobre o volume faturado. A interpretação do índice de retorno sobre as vendas é no sentido
de que “quanto maior, melhor”.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑀𝐿 = 𝑥 100
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠
OBS: Quando o Giro do Ativo é superior a um, a situação, aparentemente, é favorável. Se a Margem de
Lucro é inferior a um, indica que a aparente situação favorável não é suficiente para cobrir os custos
necessários à sua obtenção. Por outro lado, quando o Giro do Ativo é inferior a um, indica, em princípio,
situação desfavorável, o que poderá não corresponder à realidade se a Margem Líquida for superior a um.
Isso revela que, embora as vendas tenham sido baixas em relação ao Capital Total investido na empresa,
foram suficientes para cobrir os custos necessários à sua obtenção. Portanto, nem sempre um volume de
vendas alto é sinônimo de lucratividade garantida e vice-versa, ou seja, nem sempre um volume de vendas
baixo é sinônimo de prejuízo. Há casos em que, estrategicamente, a empresa reduz o volume de vendas
como medida necessária para aumentar a sua lucratividade. Isso é possível quando um menor movimento
de vendas resulta na redução de gastos. Na adoção dessa estratégia, é importante analisar se a queda no
volume de vendas provocará, simultaneamente, queda na lucratividade. As empresas que ganham mais na
margem, normalmente ganham no preço, as empresas que ganham mais no giro visam quantidade. A
rentabilidade de uma empresa é obtida por meio de uma boa conjugação entre preço e quantidade. Quanto
menor for a margem, menor será o preço do produto, propiciando mais venda, mais produção nas
indústrias, mais empregos. Assim, conforme a característica de cada empresa, o ganho poderá ocorrer
numa concentração maior sobre o giro ou sobre a margem.
Retorno sobre o Investimento (ROI – Return on Investment): O retorno sobre o investimento, também chamado
de rentabilidade do ativo, é calculado quando se deseja ter uma ideia da lucratividade, como um todo, do
empreendimento, venham de onde vierem os recursos, admitindo-se as aplicações realizadas. Este indicador
mede quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 de investimento total, por isso, é visto como u ma
medida de potencial de geração de lucro da parte da empresa. Em uma empresa em que a Rentabilidade do
Ativo tenha sido de 27,77, pode-se dizer que para cada $100,00 investidos a empresa ganhou $ 27,77, ou
27,77%.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐼 = 𝑥 100
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE – Return on Equity): De início, é preciso dizer que o Patrimônio
Líquido Médio consiste na soma do Patrimônio Líquido Inicial com o Patrimônio Líquido Final, dividida por 2.
Quando se precisa demonstrar o que ele representa, para o acionista, em termos de dinheiro adicional ao seu
investimento inicial, o índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é o mais indicado. De outra forma: retrata
quanto vai para o acionista do lucro gerado pelo uso do ativo, quaisquer que tenham sido as fontes de
recursos, próprias ou de terceiros. Por esta razão, este quociente é de interesse tanto dos acionistas como da
gerência. É importante observar que o cálculo da Rentabilidade do Patrimônio Líquido permite saber quanto a
administração, através do uso dos ativos, obteve de rendimento com a respectiva estrutura de despesas
financeiras, considerando-se o nível de relacionamento percentual entre o capital próprio e o de terceiros. Em
última instância, evidencia qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. A apuração deste indicador
vislumbrará, portanto, quanto a empresa obteve de lucro para cada $100,00 de Capital Próprio investido. Uma
taxa de 15,45 representa, então, que para cada $ 100,00 de Capital Próprio investido se obteve um retorno de
$15,45, ou 15,45%. A interpretação do índice de retorno sobre o patrimônio líquido é no sentido de “quanto
maior, melhor”. O retorno sobre o patrimônio líquido pode ser representado por ROE = ML x GA x ROI.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐸 = × 100
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
EXEMPLO: Supondo uma empresa em que seu ativo total foi de R$1.000.000,00, suas vendas líquidas de
R$1.071.225,00, seu Lucro Líquido de R$194.000,00 e seu patrimônio líquido de R$506.000,00, temos:
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 1.071.225,00
 Giro do Ativo: 𝐺𝐴 = = 1.000.000,00 = 1,07
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

O quociente de 1,07 indica que os investimentos totais efetuados na empresa giraram mais de uma vez.
Portanto, para saber se este quociente é satisfatório ou não, deve-se analisar a Margem de Lucro Líquido.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 194.000,00


 Margem de Lucro: 𝑀𝐿 = 𝑥 100 = 1.071.225,00 × 100 = 18%
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠

A margem de 18% obtida indica que para cada real em vendas, a empresa obteve R$ 0,18 de lucro
líquido. Conjugando o resultado desse quociente com o do anterior, podemos dizer que o volume de
vendas efetuado foi suficiente para cobrir os custos, restando ainda uma margem de lucro.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 194.000,00
 Retorno sobre o Investimento: 𝑅𝑂𝐼 = × 100 = 1.000.000,00 × 100 = 19%
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

O ROI de 19% revela que para cada real investido no Ativo houve uma lucratividade de R$ 0,19. Para
melhor aquilatar a importância deste indicador, calcula-se, através do payback, o tempo de retorno do
Capital investido:
1 𝑎𝑛𝑜 = 19%
→ 𝑥 = 5,26 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑥 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 100%
Conclui-se que, utilizando exclusivamente os lucros apurados, a empresa precisará de 5,26 anos para
dobrar os investimentos efetuados em seu Ativo.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 194.000,00
 Retorno sobre o Patrimônio Líquido: 𝑅𝑂𝐸 = 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 × 100 = 506.000,00 × 100 = 38%

O ROE de 38% indica que a empresa obteve R$ 0,38 de Lucro Líquido para cada real de Capital Próprio
investido. Calculando o prazo de retorno do capital investido, tem-se:
1 𝑎𝑛𝑜 = 38%
→ 𝑥 = 2,63 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑥 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 100%
Pelos cálculos efetuados, os proprietários da empresa terão de volta o valor do capital que investiram na
empresa em 2,63 anos.

OBS: Como o exemplo trata apenas de um Exercício Social, considera-se para efeito de cálculo, somente o
Ativo desse Exercício e não a média entre os Ativos, como fora visto anteriormente.
Conceitos Importantes em Investimentos:

Taxa Mínima de Atratividade (TMA): É uma taxa de juros, que ao se fazer um investimento o investidor espera
um retorno pelo menos igual a essa taxa. A TMA é única para cada investidor e não existe fórmula matemática
para calculá-la, pois ela pode variar com o tempo.
Valor Presente Líquido (VPL): É a diferença entre o valor investido e o valor regatado ao fim do investimento,
trazidos ao valor presente. Se VP for positivo, então o valor investido será recuperado e haverá um ganho. Se
VP for zero significa que aplicar ou não fará diferença. Agora se VP for negativo significa que o investidor
estará resgatando um valor menor que o valor investido, então não se deve aplicar neste investimento.
𝑛
𝑅𝑡 − 𝐶𝑡
𝑉𝑃𝐿(𝑖𝑎𝑡 ) = ∑
(1 + 𝑖𝑎𝑡 )𝑡
𝑡=0

Taxa interna de Retorno (TIR): É a taxa que relaciona o valor investido com o valor resgatado ao fim do
investimento. Ou seja, a taxa necessária para trazermos o valor final do investimento para o valor presente e
este seja igual ao valor investido. Matematicamente falando, é a taxa que zera o VPL.
𝑛
𝑅𝑡 − 𝐶𝑡
∑ =0
(1 + 𝑖𝑖𝑟 )𝑡
𝑡=0

 Avaliação de alternativas de investimento em economia estável e em ambiente inflacionário

Investimento: É toda aplicação de algum tipo de recurso (dinheiro ou títulos) com a expectativa de receber algum
retorno futuro superior ao aplicado compensando, inclusive, a perda de uso desse recurso durante o período de
aplicação (juros ou lucros, em geral, em longo prazo). Avaliar uma alternativa de investimento, portanto, significa
verificar suas rentabilidades para compará-las entre si de forma a se elaborar uma escala de prioridade na
consecução da mais lucrativa (caso sejam mutuamente exclusivas) ou das mais rentáveis (caso sejam
independentes).

Critérios Básicos de Análise de investimento:

Critério do Valor Atual ou do Valor Presente Líquido: Consiste em determinar a alternativa mais atraente
através da verificação de qual gera o maior valor presente líquido. De acordo com esse critério, a alternativa
que tiver o maior VPL será superior (mais lucrativa/rentável).

Vantagens: Rápida resposta, facilidade de entendimento, possibilidade de aplicação para fluxos de caixa
não convencionais, representa método moderno de determinação do “preço mínimo de oferta”, fácil
visualização gráfica, fácil cálculo operacional e possibilidade de uso de taxas mínimas múltiplas de
atratividade.

Desvantagens: Necessidade de calcular o m.m.c quando analisando alternativas como vidas úteis
diferentes e dificuldade, de certas empresas, em explicitar uma taxa mínima real de atratividade.

Critério da Taxa Interna de Retorno: Consiste em calcular a Taxa Interna de Retorno e compará-la com a Taxa
Mínima de Atratividade.

 Se 𝑖𝑖𝑟 > 𝑖𝑎𝑡 : A alternativa é rentável.


 Se 𝑖𝑖𝑟 < 𝑖𝑎𝑡 : A alternativa não é rentável.
 Se 𝑖𝑖𝑟 = 𝑖𝑎𝑡 : Indiferente.
Vantagens: Índice de fácil entendimento – taxa de lucro do projeto analisado –, e não requer cálculo do
m.m.c para vidas úteis distintas.
Desvantagens: Na avaliação de dois ou mais projetos, não é simples identificar a TRI de maior rentabilidade
(há a necessidade do emprego do “projeto incremental” na análise “aos pares” de projetos de acordo com
as regiões onde se encontra a taxa mínima de atratividade).

Critério da Série Uniforme Equivalente: Também conhecido como Critério do Lucro ou do Custo Anual
Uniforme. Consiste no emprego do custo de oportunidade do capital (Taxa Mínima de Atratividade) para
obtenção de fluxos de caixa equivalentes de receitas e custos. Nele, a viabilidade de um projeto “X” é dada
pela expressão abaixo.

𝐿𝑥 = 𝑅𝑥 − 𝐶𝑥 , onde
1 𝑅 1
𝑅𝑥 = (𝑉𝐿𝑃 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠) × (𝑎 ) = (∑𝑛𝑡=0 (1+𝑖𝑡 𝑡 ) × (𝑎 )
𝑛⌉𝑖𝑎𝑡 𝑎𝑡 ) 𝑛⌉𝑖𝑎𝑡

𝑛
1 𝐶𝑡 1
𝐶𝑥 = (𝑉𝐿𝑃 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠) × ( ) = (∑ )×( )
𝑎𝑛⌉𝑖𝑎𝑡 (1 + 𝑖𝑎𝑡 )𝑡 𝑎𝑛⌉𝑖𝑎𝑡
𝑡=0

 Se 𝐿𝑥 > 𝐿𝑦 , o projeto “X” é preferível ao “Y”


 Se 𝐿𝑥 < 𝐿𝑦 , o projeto “Y” é preferível ao “X”
 Se 𝐿𝑥 = 𝐿𝑦 , o projeto “X” é equivalente ao “Y”
Vantagens: Não requer cálculo do m.m.c para vidas úteis distintas, pode avaliar alternativas que só
apresentem estruturas de custos, pode trabalhar com fluxos de caixas não convencionais e gera facilidade
na montagem de um ranking.

Desvantagens: Índice econômico-financeiro de difícil entendimento.

Critério do “Pay-Back Period”: Também chamado de Critério do Período de Reposição, ele consiste num
método simplificado para determinar o tempo de retorno de uma alternativa de investimento realizada. Ele
0 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐶
prevê o tempo de reposição “𝑡” através de 𝑡 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑈𝑛𝑖𝑓𝑜𝑟𝑚𝑒 𝐿 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (Pay back Simples). Quando o
𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙

lucro não for uniforme, deve-se somar os lucros esperados em anos sucessivos até que essa soma se iguale
ao desembolso original investido. Contudo, como esse tempo de reposição dado pela fórmula acima tem pouca
ou nenhuma significação econômico-financeira, utiliza-se a adaptação feita por Getúlio S. Dowsley, que leva
em consideração o custo de oportunidade do capital. Desta forma, admitindo-se um custo inicial 𝐶0 , com lucro
operacional uniforme ao longo da vida útil do projeto (calculado à taxa Mínima de Atratividade - 𝑖𝑎𝑡 ) dado por
𝐿 1
𝐿 = (∑𝑛𝑡=0 (1+𝑖𝑡 𝑡 ) × (𝑎 ), determina-se o tempo “𝑡” de reposição através da fórmula 𝐶0 = 𝐿 × 𝑎𝑛⌉𝑖𝑎𝑡 . A partir
𝑎𝑡 ) 𝑛⌉𝑖𝑎𝑡

dessas fórmulas, o tempo de reposição pode ser encontrado pela equação abaixo.

1
[ 𝑖𝑎𝑡 × 𝐶0 ]
1−( 𝐿 )
𝑡 = 𝑙𝑜𝑔
log(1 + 𝑖𝑎𝑡 )

Vantagens: Índice de fácil entendimento – tempo que recupera o capital investido.

Desvantagens: Dificuldade na elaboração de um ranking na avaliação de múltiplos projetos devido às várias


metodologias de cálculo (Pay Back Simples – Leva em consideração apenas o capital investido e o lucro,
ignorando a taxa mínima de atratividade; Pay Back Acumulado - busca capitalizar o custo da implantação
do projeto para amortiza-lo dos lucros operacionais futuros; Pay Back Descontado – busca descapitalizar,
seguidamente, cada lucro operacional para abatê-lo) e possibilidade de escolha errônea devido a algumas
metodologias não levarem em consideração os fluxos finais de caixa.

Critério da Razão Benefício/Custo: Consiste na relação entre o valor presente dos benefícios e o valor
presente dos custos, afirmando-se que os projetos serão economicamente viáveis quando essa relação for
maior que a unidade, ou, no limite, igual a esta, no mínimo.
𝐵𝑡
∑𝑛
𝑡=0(1+𝑖𝑚𝑠 )𝑡
𝑅(𝑖𝑚𝑠 ) = 𝐶𝑡 , onde 𝑖𝑚𝑠 é a taxa mínima social
∑𝑛
𝑡=0(1+𝑖 𝑡
𝑚𝑠 )

 Se 𝑅 (𝑖𝑚𝑠 ) > 1, tem-se lucro social

 Se 𝑅 (𝑖𝑚𝑠 ) < 1, tem-se prejuízo social

 Se 𝑅 (𝑖𝑚𝑠 ) = 0, tem-se lucro social normal

Generalizando para taxas mínimas variáveis, teremos uma relação Benefício/Custo dada por:

𝐵𝑡
∑𝑛𝑡=0
∏𝑛𝑡=0[1
+ (𝑖𝑚𝑠 )𝑡 ]𝑡
𝑅(𝑖𝑚𝑠 ) =
𝐶𝑡
∑𝑛𝑡=0 𝑛
∏𝑡=0[1 + (𝑖𝑚𝑠 )𝑡 ]𝑡
Vantagens: Apropriado para avaliação social de projetos

Desvantagens: Dificuldade operacional com múltiplos projetos e necessidade de calcular o m.m.c quando
analisando alternativas como vidas úteis diferentes.
OBS: Todos os critérios acima levam em consideração a Taxa Mínima de Atratividade ao contrário de outros
métodos empíricos ou errôneos.

 Fluxo de Caixa

Conceito: É um instrumento de controle adotado para acompanhar a movimentação financeira em um


determinado período de tempo, no qual entradas e saídas de capital são registradas para verificação e análise.

Exemplo Gráfico:

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