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A Semiótica: A Base para a Linguagem Visual1

Deivi Eduardo Oliari2


Associação Educacional Leonardo da Vinci- Asselvi

Resumo

O presente artigo é resultado da participação do autor na disciplina de Criação e Comunicação


Visual do Curso de Especialização em Propaganda e Marketing, oferecido pela Univali. A
reflexão gerada no artigo é fruto dos diversos debates. Através da diversidade de
profissionais, contribuíram para mostrar que a linguagem visual têm como base a semiótica. O
artigo é dividido em: Semiótica e semiologia: seus criadores (Ferdinand Saussure e Charles
Sandres Peirce); Semiótica uma ponderação; Comunicação e Linguagens – Visual; Semiótica
e a linguagem visual. O autor concorda com Peirce, que o universo é semiótico, e o homem
interage com os sinais, lendo os que o antecedem e formulando novos sinais em suprimento
das necessidades emergentes, ou seja, unifica todas as ciências com a semiótica, tudo pode ser
convertido a signo, ou seja, todo elemento é passível de significações.

Palavras-chave
Peirce; Saussure; Semiótica; Comunicação; Linguagem Visual.

1 INTRODUÇÃO

“além de a vida do homem moderno ser totalmente


regida por signos, os meios de comunicação
empenham-se numa luta contra a estereotipação
da linguagem, quanto mais previsível for uma
mensagem, tanto menor será a informação dessa
mensagem”
(Brosso e Valente, 1999. p.22)

1
Trabalho apresentado ao NP 15 – Semiótica da Comunicação, do IV Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom.
2
Mestrando em Ciências da Linguagem – Tecnologia da Informação da Universidade do Sul de Santa Catarina (defesa em
set./2004); Especialista em Propaganda e Marketing pela Universidade do Vale do Itajaí – Univali; Relações Publicas e
Professor dos Cursos de Comunicação Social – Relações Públicas e Publicidade e Propaganda da Associação
Educacional Leonardo da Vinci e de Jornalismo da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí; Editor
Eletrônico da Editora da Univali. E-mail: deivi.rp@terra.com.br
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Esta reflexão é resultado da participação do autor na Disciplina de Criação e


Comunicação Visual do Curso de Especialização em Propaganda e Marketing, oferecido pela
Universidade do Vale do Itajaí – Univali, ministrada pelo Professor Wladmir Perez no
primeiro semestre de 2004. Nesta disciplina, ocorreram os mais diversos e produtivos debates,
possibilitando discussões construtivas, através da diversidade de profissionais e/ou alunos,
contribuíram para mostrar que a criação e comunicação visual tem como base a semiótica,
como afirma Brosso e Valente (1999. p.15), “o ato articulador da Semiótica não tenha sido
aquele de superar todas as ciências, ela se insere num quadro contextual onde não há limites
impostos, quer pela Psicologia, pela Lingüística ou pela Antropologia Cultural. No âmbito da
fenomenologia ou da Estética, por exemplo, é constatável o impulso gerado pela Semiótica.”

2 SEMIÓTICA E SEMIOLOGIA: SEUS CRIADORES

Semiótica ou Semiologia nasceu do grego (semeiotiké (téchne) = a arte dos sinais


e signos). É a Teoria Geral dos Signos, entendendo-se por signo, toda e qualquer coisa que
substitua ou represente outra, em certas medidas, para certos efeitos. Alguma coisa que se
organize ou tenda a organizar sob a forma de linguagem (verbal ou não) é considerado estudo
da semiótica.

No campo da semiótica, precisamente no início do século XX, duas figuras


importantíssimas marcaram história no mundo dessa ciência, o filosofo americano Charles
Sandres Peirce e o lingüista suíço Ferdinand Saussure.

2.1 FERDINAND SAUSSURE E CHARLES SANDRES PEIRCE, FUNDADORES DA

SEMIÓTICA E/OU SEMIOLOGIA

Os dois "fundadores" da semiótica e/ou semiologia foram: Ferdinand de Saussure,


lingüista suíço (1857-1913) e Charles Sanders Peirce, filósofo norte-americano (1839-1914).
3

2.1.1 FERDINAND SAUSSURE

Saussure é considerado o pai da lingüística moderna. Após sua morte, nasceu à


idéia de editar, através das anotações de seus alunos, O Cours de linguistique générale,
conhecida como a obra póstuma que lhe deu notoriedade, fruto dos três cursos ministrados
durante os últimos anos de vida do autor na Universidade de Genebra. A obra é organizada
por seus discípulos Charles Bally, Albert Séchehaye com a colaboração de A. Riedlinger,
concluindo assim a 1ª edição em 1916. Revolução nas idéias, e estudos sobre as estruturas na
Linguagem passadas pelo Saussure, foram decisivas para o estabelecimento da lingüística
moderna (estruturalista). Porém o curso de lingüística geral aponta para a necessidade de uma
ciência dos signos, que abraça a própria lingüística, isto porque, o signo lingüístico, pede
inevitavelmente signos de outra natureza (os signos peircianos não verbais.) num processo
denominado significação. Saussure alertava para a criação de uma ciência dos signos, mas,
somente em 1950, alguns contemporâneos de Saussure, esquecendo-se de que havia um
criador da Semiótica, passaram a empreender a tarefa da construção da Semiologia, outro
nome da Semiótica. Entre eles citam-se Roland Barthes, Umberto Eco, Todorov.

Porém estes cientistas ignoravam a teoria de Peirce, tentando transpor esquemas e


conceitos da Lingüística para os demais sistemas de signos, confinando num mega-
verbalismo. Saussure baseava-se ainda pela lógica tradicional (conceitos dicotomizados ou
dualísticos - significante/significado, língua/palavra, denotação/conotação,
paradigma/sintagma) e estes foram aplicados à análise de obras visuais, musicais,
cinematográficas, arquitetônicas. Isto ocorreu após de exaustivamente aplicados à narrativa
literária e à linguagem poética, comumente, chamada de estruturalismo.

Estes - os chamados estruturalistas - levaram uns vinte anos para começar a


perceber que existe um pensamento e uma linguagem não verbal. Acabaram por reconhecer
Peirce como imprescindível para a lógica da linguagem em geral.

Como afirma Brosso e Valente (1999), a partir deste momento, criou-se uma
“semiologia de Lingüistas”, tomando às vezes por Semiótica, porém de raiz saussuriana,
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preocupada em escrever os sistemas de comunicação e com base no signo dupla-face


(significante/significado).

Um exemplo para tal afirmação segue abaixo:

A palavra que é o signo lingüístico por excelência, possui dois códigos diferentes,
um falado e outro escrito. A lingüística estuda a palavra falada e não a escrita, mas não pode
deixar de sofrer influência desta.

Enquanto que Saussure formulava suas teorias na França, que denominou de


semiologia, o filosofo Charles Sanders Peirce, na mesma época, formulava princípios de uma
ciência a que veio ser denominada semiótica.

2.1.2 CHARLES SANDRES PEIRCE

No dia 10 de setembro de 1839, em Cambridge, Massachusetts, nasce o filosofo,


(que só foi reconhecido como filosofo depois de morto), Charles Sandres Peirce. Filho de um
matemático e professor de astronomia em Harvard, membro de uma família de quatro filhos,
sendo um professor de matemática, um engenheiro de minas e outro diplomata. Peirce, aos
dezesseis anos começou a estudar Kant. Seu avô paterno foi bibliotecário na Universidade de
Harvard e o materno, Elijah H. Mills, advogado, fundou uma escola de Direito, tornando-se
senador de Massachusetts. (Brosso e Valente (1999).

Como podemos notar, o filósofo criou-se e viveu num meio cultural


extremamente profícuo. Segundo os autores citados anteriormente, Peirce aos onze anos,
precocemente escreveu uma História da Química, aos vinte e três anos publica Teoria
Química da Interpretação e mais tarde, em 1869, publica uma tabela de elementos químicos,
antecipando a de Mendeleev e foi o primeiro aluno da Harvard a receber um grau summa cum
laude em química.

Peirce, teve uma passagem pela matemática (publicou: Álgebra Universal da


Lógica, Álgebra das Relações Diádicas, Lógica do Número), física (foi considerado um físico
importante para área da física da gravidade), psicologia (primeiro psicólogo experimental
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americano), lingüística, filologia (publicou uma pesquisa filológica sobre a pronúncia


shakespeariana e conhecia mais de dez línguas, chegando desenvolver uma gramática árabe,
um ensaio sobre a pronúncia do grego antigo e estudou sobre a ordem cronológica dos
diálogos platônicos). Poeta, especialista em história (especializou-se na lógica de se delinear a
história a partir de documentos antigos e de testemunhos), entre outros também escreveu uma
novela de ficção e foi nomeado membro da Academia Americana de Ciências e Artes, em
1867, a qual apresentou cinco estudos sobre Lógica (Esta nomeação era uma forma de
reconhecimento da Lógica como ciência).

“Para Peirce, a Lógica nasce dentro da Semiótica ou da Filosofia científica da


Linguagem”. Na verdade, a Semiótica é a Lógica em sentido lato. (SANTAELLA, 1983).

Peirce publicou em vida, cerca de 800 artigos e ensaios em diversas revistas


cientificas da época, os quais, reunidos, poderiam formar cerca de 24 grossos volumes,
porém, seus manuscritos que deixou de publicar, renderiam 90 mil páginas catalogadas, onde
os mesmos foram entregues a biblioteca de Harvard, pela sua segunda esposa. Caso venha ser
publicado, somará 104 volumes. Foram nestes manuscritos não publicados que se
encontravam os estudos sobre semiótica. Dados estes, encontrados na obra de Brosso e
Valente do ano de 1999.

Peirce tinha convicção de que toda a sua produção não publicada seria muito
difícil organizá-las, até por ele mesmo, devido à forma assistemática. Mas na década de 20,
Hartshorne e Weiss, tornaram-se seus editores sendo que somente entre 1931 e 1935, foram
publicados os primeiros seis volumes intitulados Collected Papers, como afirma em
apontamentos o Professor Aldo Litaiff, o filosofo Max H. Fisch teve a incumbência, a partir
de 1928, de trabalhar intensamente na organização e catalogação do conjunto dessa
monumental obra.

Devido sua pluralidade no mundo científico, Peirce morreu na pobreza, porém


consciente que não alcançaria grande projeção no campo acadêmico, ao contrario de seu
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grande amigo e iniciador do “pragmatismo3 ” e “pragmaticismo” William James (1842-1910).


Peirce não concordava com a extensão de significado que James aplicou à palavra
“pragmatismo” e “pragmaticismo”.

O sistema filosófico de Peirce, que pode ser dividido em três pontos:

I. Fenomenologia (origem da semiótica): observa o fenômeno diretamente de


forma empirista;

II. Ciências Normativas:

§ Estética (forma);

§ Ética (regra de ação);

§ Semiótica (Gramática Pura – Lingüística), Lógica Crítica


(Formal – Aristóteles e Freige), Retórica Pura (Parte da
Lingüística).

III. Metafísica: Ciências das Realidades (sociais – Relacionais).

3 SEMIÓTICA UMA PONDERAÇÃO

“Peirce foi o primeiro e único, até agora, a


formalizar uma teoria geral dos signos, toda
Semiótica é de natureza peirciana”, e é ela que
mantém relações de semelhança no que respeita à
abordagem sígnica e sistêmica e diferenças, no
que concerne às limitações do âmbito da

3
Pragmatismo(de maneira mais objetiva): tese fundamental é que a verdade de uma doutrina consiste no fato de
que ela seja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação. Para Peirce, é o conceito que temos de um
objeto nada mais é que a soma dos conceitos de todos os efeitos concebíveis como decorrentes das
implicações práticas que podemos conceber para o referido objeto.
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Semiologia saussuriana em contraponto com a


abrangência da Semiótica peirciana”. Décio
Pignatari apud Brosso e Valente (1999: p.31)”.

3.1 COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS – VISUAL

“ A Semiótica segundo, Décio Pignatari, é uma


ciência que ajuda a ler o mundo - 10/06/1978, O
Estado de S. Paulo.

A linguagem visual é espacial e global. O objeto, tal como a imagem fixa que
representa objeto, está situado no espaço. Esta linguagem usufrui pois, essencialmente, das
três dimensões espaciais, mesmo na imagem em que a perspectiva cria a ilusão da
profundidade. A percepção visual é antes de mais global - milhares de informações
simultâneas são transmitidas num "abrir e fechar de olhos" e, se bem que nem todas as
mensagens são analisadas e decodificadas, são numerosas as que são registradas.

Esse campo de visão fornece-lhe um ponto de vista preciso, o qual influencia a


sua percepção subjetiva do mundo visível. A estruturalidade do olho permite-lhe estabelecer
relações significativas entre elementos visuais, realçar este ou aquele ponto, focar a sua
atenção sobre um elemento em detrimento dos outros, que, de certo modo, são colocados
“fora da idéia e / ou foco".

Devemos que sempre observar na criação de qualquer peça, os seguintes itens:

• Público alvo (o receptor e seu contexto);

• Estudo da preparação;

• A percepção (leis da Gestalt) como elemento fundamental na interpretação


das imagens visuais e suas relações psicológicas;

• Estudo das formas- as formas essenciais:


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- Ponto, linha, plano, volume, espaço

• As formas estruturadas:

- Equilíbrio, ritmo, simetria;

- As formas dinâmicas: tempo x movimento.

- As qualidades da superfície: textura, luz, sombra, cor;

• Estudo da composição:

- a composição como sintaxe das possibilidades expressivas as


relações significantes com os significados

• Estudo dos signos:

- a imagem real x imagem representada;

- processos de simbolização gráfica os signos pictórico, gráfico,


linear, esculturas, fotos, cinema, vídeo;

• a linguagem dos materiais:

- nobres, sintéticos, imitação

- estudo das relações sociológicas

- os estilos x panorama sociológico;

- autenticidade;

- inter-relações dos processos de produção com a legitimação;

- relevância social, critica, mercado, ensino, outros.


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3.2 SEMIÓTICA E A LINGUAGEM VISUAL

Qualquer peça visual desenvolvida tem que se preocupar com inúmeros fatores
para que ela atinja os resultados esperados, ou seja, a interpretação.

Como afirma Belloni (2002), as mídias, tanto as novas como as "velhas", fazem
parte do universo de socialização, participando, de modo ativo e inédito na história da
humanidade, da socialização das novas gerações. Novas linguagens surgem na paisagem
audiovisual que os jovens contemplam e aprendem, sozinhos ou com outros jovens, a ler e a
interpretar. Imagens coloridas fixas e em movimento, sons ambientes, música, linguagem oral
e escrita, teatro, todas estas formas de expressão – "linguagens" – estão mixadas numa mesma
mensagem, construindo significados, carregando representações, difundindo signos
(BELLONI, 2002).

Num outro contexto, Bakhtin (1997,p.35-36) afirma que: os signos são o alimento
da consciência individual, a matéria de seu desenvolvimento, e ela reflete sua lógica e suas
leis. A lógica da consciência é a lógica da comunicação ideológica, da interação semiótica de
um grupo social.

Portanto, a consciência adquire forma e existência nos signos criados por um


grupo organizado no curso de suas relações sociais (BAKHTIN, 1997, p.35).

Concordando em outro contexto com Bakhtin, Eco (1976), afirma que todo signo
só vai ter significação se socializado, ou seja, se não for social não tem sentido.

Para Levy (1996), os signos evocam cenas, intrigas, séries completas de


acontecimentos interligados. Maior a quantidade e enriquecimento de linguagens, mais
aumentam as possibilidades de simular e imaginar.

As formas de uso das mídias em devem ser adaptadas, para que, esses materiais
possam vir a ser interpretados tanto pelos grupo que quer se atingir. Devemos, considerar,
como fundamento dessa mediatização, o social, os contextos, o conhecimento, as
características e demandas diferenciadas dos grupos e/ou públicos que vão gerar leituras e
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aproveitamentos fortemente diversificados (BELLONI,2002). Um coletivo pensante homens-


coisas, coletivo dinâmico povoado por singularidades atuantes e subjetividades mutantes
(LEVY, 1993, p.11).

A quantidade de linguagens novas e velhas, veiculadas em novos meios de


comunicação, é muito grande, como afirma Carmo (1998): a compreensão, a fabricação e o
uso em materiais multimídia, gera novos desafios para os atores envolvidos nestes processos
de criação (professores, realizadores, informatas etc.) criando a mediatização4 .

4 CONCLUSÃO

Podemos notar que a comunicação só é possível graças a signos que representam


algo e/ou coisas.

Como afirmava Peirce, o universo é semiótico, e o homem interage com os sinais,


lendo os que o antecedem e formulando novos sinais em suprimento das necessidades
emergentes, ou seja, unifica todas as ciências com a semiótica, tudo pode ser convertido a
signo, ou seja, todo elemento é passível de significações.

Define-se a Semiótica como a ciência que estuda os signos e as leis que regem sua
geração, transmissão e interpretação. Seu objeto compreende, assim, todos os sistemas de
comunicação humanos ou animais e, dentro desses últimos, tanto a linguagem verbal como as
dicções emotivas, os gestos e qualquer atividade comunicativa ou significativa (publicidade,
sinalização de trânsito, artes, moda, rituais, etc).

“Signo é sempre um signo social -

4 Carmo (1997, p.195) considera Educação a Distância como "uma modalidade de ensino que obriga a um processo de mediatização para
suprir a descontiguidade entre o ensinante e aprendente", ou seja, processo de mediatização segundo Carmo, foram: a implementação de
recursos que beneficiam a comunicação bidirecional e assíncrona entre o grupo de aprendizagem e a participação do professor como um
administrador deste ambiente;
11

A Invasão dos signos não é apenas típica de uma civilização industrial citadina onde
impera todo um sistema complexo de sons e sinais. Pelo contrário, Homo Sapiens
teria vivido também num universo de signos indiciais: nuvens (tempo), folhas
(estações), sulcos na terra (cultivo), musgo (norte), movimento do sol (horário),
perfume, flores (direção do vento), pêlos (caça). Umberto Eco, apud Brosso e
Valente (1999: p.19).

Eco adverte que os fenômenos naturais em si não dizem nada, ou seja,

“os fenômenos naturais dizem algo ao homem à medida que este aprende a lê-los. O
homem vive num mundo de signos não porque vive na natureza mas porque, mesmo
quando está sozinho, vive na sociedade: aquela sociedade camponesa que não se
teria constituído e não teria podido sobreviver se não tivesse elaborado os próprios
códigos, os próprios sistemas de interpretação dos dados materiais (que por isso
mesmo se tornam dados culturais)”. Eco, apud Brosso e Valente (1999).

Primeiro veio à imagem, e após a escrita, constando-se que o Homo Sapiens


utilizou inicialmente do objeto-símbolo e a memória para guardar informações: o túmulo de
um companheiro, uma pedra (objeto-símbolo) colocado sobre o túmulo, aproveitamento de
vários neurônios e manutenção de apenas alguns com a informação necessária. Esta, em parte
passa a ser extra-somática. Conforme Mascarenhas apud Brosso e Valente (1999).

Contudo certos autores, como Lévi-Strauss, consideram que a Semiótica está mais
voltada para os signos da natureza, enquanto a Semiologia se ocupa dos signos da cultura.

Portanto qualquer criação tem que se preocupar principalmente com os signos que
representam o público a ser atingido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1997.

BELLONI, Maria Luiza. Ensaio sobre a educação a distância no Brasil. Educ. Soc. [online]. abr.
2002, vol.23, no.78 [citado 04 Maio 2004], p.117-142. Disponível na World Wide Web:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
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BROSSO, R.VALENTE, N. Elementos da semiótica: comunicação verbal e alfabeto visual.


Panorama, 1999.

DELTA, Universal Enciclopédia. Volume 9.Rio de Janeiro: Delta,1982.

CARMO, Hermano. Ensino superior a distância. Lisboa: Universidade Aberta, 1998.

ECO, Umberto. Tratado geral de semiótica. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1976.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio - Século XXI.3ª ed. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de


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Informação da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, 2002.

PEIRCE, C.S. Semiótica. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva, traduzido por J. Teixeira Coelho Netto, 2000.

SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasilie nse, Col. Primeiros Passos, 1983.

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Lingüística Geral.São Paulo: Cultrix, (Título original,1916).

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