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Maria Faria, A Mulher e Seus Adorno em Baudelaire
Maria Faria, A Mulher e Seus Adorno em Baudelaire
br
A MULHER
E SEUS ADORNOS
Em Baudelaire
Maria Cristina Brandão de Faria*
>Admirador da mulher e sua relação com o que ele chama de alta espiritualidade da moda, Charles Baudelaire
exalta a maquilagem, as vestimentas e os adereços femininos definidos como uma deformação sublime da
natureza. Comentários sobre o pensamento baudelairiano a respeito da Modernidade e da moda. Breve
panorama da indumentária da segunda metade do século XIX.
Charles Baudelaire - Moda – Modernidade
>Charles Baudelaire admired women and their relation to what he called the high spirituality of fashion. He
exalts feminine maquillage, ladies’s wear and adornments, all defined as a sublime deformation of nature.
Comments on Baudelaire’s thoughts about Modernity and fashion. A view of the second half of the XIXth
century’s garments.
Charles Baudelaire - Fashion - Modernity
Notas
* Professora da Facom/UFJF.
Lumina - Facom/UFJF - v.4, n.1, p.137-152, jan/jun 2001 - www.facom.ufjf.br
pintura “o andar, o olhar e o gesto” da vida moderna. Na pintura da platéia no Concerto nas
Tulherias, de Manet, certas figuras destacam-se na multidão mas rapidamente dissolvem-se
nela. Uma delas é o retrato de Baudelaire (a figura de perfil por trás da mulher sentada à
esquerda) FRASCINA, Francis... et allii. Modernidade e Modernismo - A pintura francesa
do século XIX. São Paulo, 1998. p. 30.
14. Ver também O Flâneur. In: BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire, um lírico no
auge do Capitalismo. São Paulo, 1989. pgs. 186 a 236.
15. BAUDELAIRE, Charles. 1996. O artista, o homem do mundo... Op. cit. p. 22
16. Os rufos voltaram à moda, e havia uma paixão pelos xales que vinham, inicialmente, de
Caxemira em Paisley (Grã-Bretanha). Saber usar um xale com graça era a marca da mulher
elegante e ele era peça essencial no guarda-roupa de todas as mulheres.
17. LAVER, James. PROBERT, Christina. SP.1989. p. 156.
18. Neste mesmo ano, a Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena absolve Flaubert,
autor do romance Madame Bovary (leitura considerada indecente e corruptora). Flaubert foi
absolvido pelos juízes, mas não pelos críticos puritanos, que não lhe perdoaram o
tratamento cru do tema : adultério. Mesmo mais tarde houve quem opusesse à “indecência”
de Madame Bovary a visão de “mais sublime”de outro e quase contemporâneo romance de
adultério: Ana Karenina. CARPEAUX, Otto Maria. Prefácio de Madame Bovary.
19. Estrofes do poema A que está sempre Alegre, que o poeta dedicou a Mme. Sabatier, ou
Appolonie Sebatier, uma promotora da vida literária parisiense em quem Baudelaire diz
encontrar o anjo da guarda, a musa e a madona. (Este ano, pela primeira vez, havia se
afastado do grande amor de sua vida, a mulata Jeanne Duval). Com uma regularidade
pendular, o poeta oscila entre momentos alegres - a recente admiração por Madame
Sabatier, a publicação de Exposição Universal de 1855 e a permanente amargura de pular
de hotel em hotel fugindo de dívidas que havia contraído. Os juízes julgaram descobrir um
sentido a um tempo sanguinário e obsceno nas duas últimas estrofes. A gravidade da
coletânea excluía semelhantes gracejos. Mas “veneno” equivalendo a spleen ou a
melancolia era uma idéia muito simples para criminalistas. (JUNQUEIRA, Ivan. In: As
Flores do Mal. RJ. 1985, p.515) Que sua interpretação sifílica lhes fique na consciência!
(Charles Baudelaire)
20. O termo designava, inicialmente, uma armação feita com crina de cavalo. A crinolina
era uma espécie de armação por arcos e surgiu em 1856. A crinolina de 1865 exigia um
vestido de 8 a 10 metros de tecido. Foi criada para livrar a mulher do empecilho de várias
camadas de anáguas. As mulheres sentiam-se como dentro de uma gaiola de aço mas
podiam movimentar as pernas livremente. Em meio à uma ventania, para que as pernas não
fossem vistas, usavam pantalonas compridas de linho com renda na barra. Era marca de
distinção deixar aparecer as pantalonas de renda. No final da década, as saias armadas com
crinolinas eram prodigiosas e impediam que duas mulheres entrassem juntas em uma sala
ou sentassem no mesmo sofá.
21. LAVER, James. PROBERT, Christina. Op. cit. p. 184
22. BAUDELAIRE, Charles. 1996 A modernidade. Op. cit. p. 25
23. BAUDELAIRE, Charles. 1996. Op. cit. p. 47
24. LAVER, James. et allii. 1989. Op. cit. p.158
25. BAUDELAIRE, Charles. 1996. Op. cit. p.52
26. JUNQUEIRA, Ivan. 1985. Op. cit. p. 57.
Lumina - Facom/UFJF - v.4, n.1, p.137-152, jan/jun 2001 - www.facom.ufjf.br
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