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2.º Teste – 11.

º ano
Proposta de Correção

Grupo I
A.
1. As didascálias iniciais permitem situar a ação no tempo (princípios do século XVII) e no
espaço onde decorre a ação nos aspetos físico-geográfico (“Câmara antiga”; “donde se vê toda a
Lisboa”), decorativo (“ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa”; “salão antigo,
de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família,”; “um casarão sem ornato
algum”), social (“sobre o escudo, coroa de conde.”), religioso (“cavaleiro moço, vestido de preto,
com a cruz branca de noviço de S. João de Jerusalém”; “tribuna que deita sobre a capela da Senhora
da Piedade”; “tocheiras, cruzes, ciriais e outras alfaias e guisamentos de igreja”) e cultural (“sobre
o bufete alguns livros”). Neste mundo dramático, o espaço anuncia a desgraça que se aproxima e
tem uma ação opressiva, fatal.
2. Os locais descritos estão intimamente relacionados com a ação dramática. Na verdade, a
primeira didascália descreve o palácio da Manuel de Sousa Coutinho, a segunda o palácio que fora
de D. João de Portugal, o primeiro marido de D. Madalena de Vilhena, e o terceiro local
corresponde à parte baixa deste palácio, que tem ligação para a igreja onde decorrerão as
cerimónias religiosas, de entrada no convento, de Manuel de Sousa Coutinho e de D. Madalena.
3. O ambiente do primeiro local é alegre, luminoso e harmonioso e a luxuosa decoração, de
bom gosto, confortável, jovial, permite concluir que a família de Manuel de Sousa Coutinho, o
dono do palácio, é de elevada estirpe social, de bom gosto, culta e religiosa. O retrato de corpo
inteiro de Manuel de Sousa Coutinho ocupa a centralidade da atenção.
A segunda didascália apresenta um espaço fechado, escassamente iluminado, sóbrio,
nostálgico. Os reposteiros pesados de tecidos espessos de amplas dimensões, por um lado, ocultam
algo, por outro, remetem para a ideia de que, uma vez descerrados, se passará para um outro
espaço. O trio de retratos ocupa um espaço privilegiado, numa cumplicidade em que se misturam
o idealismo, o patriotismo, a desgraça e a fatalidade.
4. O cenário aberto e luminoso do início (“No fundo, duas grandes janelas rasgadas,”) vai-se
fechando e despojando (“Parte baixa do palácio de D. João de Portugal “). Os elementos físicos
são sobrecarregados de severidade, pela força do trágico, mais evidente no terceiro ato pela
presença de símbolos religiosos (“A um lado um esquife (...) uma grande cruz negra de tábua com
o letreiro J.N.R.J. (...) toalha pendente como se usa nas cerimónias da Semana Santa”). Assim, o
espaço apresenta uma concentração e um afunilamento progressivos, parecendo aprisionar as
personagens sem que elas possam ter alguma intervenção no decorrer dos acontecimentos (“No
fundo, porta que dá para as oficinas e aposentos que ocupam o resto dos baixos do palácio”).

B.
5. Ao longo do poema, evidencia-se toda uma mundividência pessimista através do predomínio de
vocábulos com uma conotação negativa, tais como “cansados”, “vil miséria dura”, “trabalhos
arriscados”, “ar corruto” e “Abássia fera e avara”. Estão presentes alguns recursos expressivos,
como o oximoro “Foi-me […] a luz do dia escura”, a metáfora “Me fez manjar de peixes”, a
apóstrofe “bruto Mar”, a dupla adjetivação “vil miséria dura”.
A presença da primeira pessoa do singular (“vivi”, “vi”) remete para um percurso pessoal,
confirmando que parece tratar-se de uma confissão do “eu”.

6. No último verso do poema, o “eu” deixa transparecer o seu amor à pátria e a saudade que sente
dela. Este verso enfatiza a saudade do eu lírico enquanto consequência do seu afastamento forçado
da terra natal. É o próprio “eu” que confessa esse afastamento quando refere o “ar corruto, / Que
neste meu terreno vaso tinha/ Me fez manjar de peixes em ti, bruto / Mar, que bates na Abássia
fera e avara, “.

Grupo II
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

D B A C C Valor de Complemento Oração subordinada


simultaneidade. direto. adjetiva relativa
restritiva.

Grupo III

Tópicos sugeridos:

 corresponde à 5.ª arte, com o intuito de expressar emoções e ideias;


 o teatro desperta os sentimentos e emoções do público, fazendo-os rir ou chorar. (Teatro
de revista, tragédia, comédia…);
 as peças de teatro são momentos de cultura e transmitem conhecimento aos
espectadores;
 o teatro mostra a cultura e forma de pensar de determinada época ou contexto social (Ex.
Frei Luís de Sousa);
 nas crianças, o teatro contribui para a formação e para o desenvolvimento, despertando o
desejo por conhecimento.
 (…)

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