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Medidas e Avaliação Física em Educação Física PDF
Medidas e Avaliação Física em Educação Física PDF
ÍNDICE - Cineantropometria
FÍSICA E ESPORTES
Talento Esportivo
Antropometria
Variáveis Neuromotoras
Metabolismo
PUCC
ÍNDICE - Cineantropometria
Introdução ........................................................................................................................................................ 1
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA NO CURSO: .................................................................................................1
JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................................1
Capítulo I........................................................................................................................................................... 2
Capítulo II........................................................................................................................................................ 13
O MÉTODO CINEANTROPOMÉTRICO......................................................................................................... 13
1. FUNDAMENTOS......................................................................................................................................... 13
Quadro 1 - Classificação das Variáveis de Performance, Modificada de Astrand e Rodah ............... 13
Quadro 2 - Classificação das Variáveis de Performance ..................................................................... 13
2. DEMARCAÇÃO DOS PONTOS ANATÔMICOS ....................................................................................... 14
Figura 1. Pontos anatômicos................................................................................................................. 15
Figura 2. Esqueleto humano com identificação de alguns ossos. ........................................................ 16
Figura 3. Equipamento antropométrico básico ..................................................................................... 17
3. CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS....................................................................... 17
Figura 4. Alturas mais utilizadas na avaliação antropométrica............................................................. 19
Quadro 3. Principais cálculos para avaliação cineantropométrica ....................................................... 20
Figura 5. Diâmetro do úmero e do fêmur .............................................................................................. 21
Figura 6. Alguns dos principais perímetros utilizados em cineantropometria. ..................................... 22
Quadro 4. Equações para cálculo de alguns dos principais índices antropométricos. ........................ 23
Quadro 5 - Constantes de Conversão para a Estimativa da Gordura Percentual em Mulheres Jovens.
(McAdarle, W.D., Katch, F.I. e Katch, W.L.: Exercise Physiology, Lea & Febiger, 1981.) ................... 24
Quadro 7 - Constante de Conversão para a Estimativa de Gordura Percentual em Mulheres Idosas.25
Quadro 8 - Constantes de Conversão para a Estimativa de Gordura Percentual em Homens Jovens.27
Quadro 9 - Constantes de Conversão para a Estimativa da Gordura Percentual em Homens Idosos.28
Índice Cintura Quadril (ICQ).................................................................................................................. 29
Quadro 11. Normas para a proporção entre Circunferências da Cintura e do Quadril (ICQ) para
Homens e Mulheres. ............................................................................................................................. 30
Índice de Massa Corporal (IMC) ........................................................................................................... 30
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ÍNDICE - Cineantropometria
Quadro 12. Valores para o Índice de Massa Corporal de adultos.........................................................30
Quadro 13. Valores de IMC para meninas entre 7 a 18 anos de idade. ...............................................34
Quadro 14. Valores de IMC para meninos entre 7 a 18 anos de idade. ...............................................34
COMPOSIÇÃO CORPORAL...........................................................................................................................35
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................35
2. MÉTODOS NÃO LABORATORIAIS ...........................................................................................................35
Figura 2. Pontos anatômicos para coleta de dobras cutâneas. ............................................................37
3. MÉTODOS DE FRACIONAMENTO DO PESO CORPORAL.....................................................................38
Quadro 3. Padrões de Percentual de Gordura para Homens e Mulheres Ativos .................................39
4. EXERCÍCIO E COMPOSIÇÃO CORPORAL ..............................................................................................40
5. EQUAÇÕES GENERALIZADAS DE REGRESSÃO PARA PREVISÃO DE DENSIDADE CORPORAL
(DB) PARA ADULTOS DE AMBOS OS SEXOS ............................................................................................43
Quadro 5 - Constantes por Sexo e Idade para Cálculo da Gordura Corporal Relativa em Crianças e
Jovens da Equação de LOHMAN ..........................................................................................................43
Quadro 6 - Constantes por Sexo, Idade e Raça para o Cálculo da Gordura Corporal Relativa em
Crianças e Jovens para serem utilizadas nas Equações de LOHMAN (1986). ....................................43
Quadro 7. Padrões de Composição Corporal para homens e mulheres ..............................................44
Quadro 8. Padrão Normal e Padrão de Obesidade para homens e mulheres: ....................................44
Quadro 9. Relação de gramas de gordura perdida com kcal produzida...............................................44
Figura 3. Padrões para homens e mulheres .........................................................................................45
Figura 4. Valores obtidos com base na coleta de dados.......................................................................46
Tabela 1 - Valores Absolutos (kg) e Porcentagem de Maturação de Peso Corporal em Escolares
Brasileiros...............................................................................................................................................47
Tabela 2 - Valores Absoluto (mm) de Dobras Cutâneas (X 3) E (X 7) em Escolares Brasileiros.......47
Capítulo IV.......................................................................................................................................................48
SOMATOTIPO .................................................................................................................................................48
1. METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DO SOMATOTIPO.................................................................48
2. ASPECTOS HISTÓRICOS ..........................................................................................................................48
Quadro 1. Valores para determinação do somatotipo ...........................................................................48
Quadro 2. Predominância somatotípica e suas principais características (Adaptado de Carter, 1975).55
Capítulo V........................................................................................................................................................56
VARIÁVEIS NEUROMOTORAS......................................................................................................................56
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ÍNDICE - Cineantropometria
II - TVPA (TESTE DE VELOCIDADE PARA POTÊNCIA ANAERÓBIA) / ................................................................... 59
RAST (RUNNING – BASED ANAEROBIC SPRINT TEST)..................................................................................... 59
Figura 3 - Esquema de aplicação do teste:........................................................................................... 59
3. ZONAS DE INTENSIDADE DE TREINAMENTO ....................................................................................... 60
Quadro 1 - Classificação de Cargas de Treino pelas Zonas de Intensidade ....................................... 60
Quadro 2 - Percentual de pessoas que passaram ou encontram-se no limiar anaeróbico em relação
ao percentual da capacidade máxima .................................................................................................. 60
MEDIDAS DA FORÇA MUSCULAR .............................................................................................................. 61
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ÍNDICE - Cineantropometria
Figura 8 – Esquema do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico da AAHPERD ..................................77
Tabela 14 - Classificação do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (GOBBI, VILLAR e ZAGO, 2005)77
MEDIDAS DE FLEXIBILIDADE.......................................................................................................................77
I - TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR DE WELL’S E DILLON (BANCO DE WELL’S) ...................................................78
Tabela 15 - Classificação por idade e sexo ...........................................................................................78
II - TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR DA AAHPERD ........................................................................................79
Tabela 17 - Classificação por categoria de nível de flexibilidade, baseada em resultados obtidos por
Zago & Gobbi (2003), em idosas de 60 a 70 anos. ...............................................................................79
MEDIDAS DE COORDENAÇÃO.....................................................................................................................80
Capítulo VI.......................................................................................................................................................87
Capítulo VII......................................................................................................................................................92
ESTATÍSTICA ..................................................................................................................................................92
Capítulo VIII...................................................................................................................................................106
O ÍNDICE Z ....................................................................................................................................................106
PUCC
ÍNDICE - Cineantropometria
Quadro 5.7 - Componentes Médios e Desvio-Padrão do Modelo ...................................................... 108
Capítulo IX .................................................................................................................................................... 109
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ÍNDICE - Cineantropometria
17. TESTE DE CORRIDA DE 2.400 METROS (COOPER) ..........................................................................126
Tabela 4 - Nível de Capacidade Aeróbica do Avaliado, em função do sexo e idade..........................126
18. TESTE DE ANDAR E CORRER EM 12 MINUTOS (COOPER) .............................................................127
Tabela 5 - Nível de Capacidade Aeróbica - Teste de Andar/Correr 12 Minutos (Cooper)..................127
Tabela 6 - Teste de Nadar 12 Minutos - Distância (em metros) nadada em 12 minutos...................128
Tabela 7 - Teste de 12 Minutos de Bicicleta (bicicleta com 3 marchas) Distância (em km) percorrida
em 12 minutos......................................................................................................................................128
19. TESTE DE RESISTÊNCIA GERAL (9 MINUTOS)..................................................................................128
20. TESTE DE CORRIDA DE BALKE - 15 MINUTOS..................................................................................129
21. TESTE DE CORRIDA DE RIBISL & KACHODORIAN...........................................................................129
22. TESTE AERÓBIO MÁXIMO DE CORRIDA DE VAI E VEM DE 20M.....................................................130
23. YOYO INTERMITENT ENDURANCE TEST .......................................................................................131
Tabela 11 - valores estimativos do vo2máximo de acordo com a velocidade e idade.......................................133
Tabela 12 - Yoyo intermitente teste – Esquema para controle do teste..............................................134
Tabela 13 - Yoyo intermitente teste – Esquema para controle do teste..............................................135
24. TESTE DE CORRIDA DE 1.000 METROS .............................................................................................135
25. EQUAÇÕES GERAIS PARA DETERMINAR O VO2 MAX EM TESTES DE PISTA ................................136
26. PROTOCOLOS DE TESTAGEM UTILIZANDO ERGÔMETROS...........................................................137
TESTES DE BANCO.......................................................................................................................................137
27. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO BANCO ......................................................................138
28. PROTOCOLO DE BANCO DE HARVARD.............................................................................................138
Tabela 14 - Índice de Aptidão do Banco de Harvard Forma Longa ...................................................138
Tabela 15 - Índice de Aptidão Banco de Harvard Forma Abreviada ..................................................139
29. PROTOCOLO DE BANCO DE KACTH & MCARDLE ...........................................................................139
30. PROTOCOLO DE BANCO DE ASTRAND .............................................................................................139
31. PROTOCOLO DE BANCO DE BALKE ..................................................................................................140
32. PROTOCOLO DE BANCO DE NAGLE ..................................................................................................140
33. TESTES ERGOMÉTRICOS.....................................................................................................................141
34. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO CICLOERGÔMETROS..............................................143
Tabela 16 - Conversões e Relações úteis ...........................................................................................144
35. FORMA DE ATUAÇÃO DOS AVALIADORES .......................................................................................146
36. PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS DURANTE UM TESTE DE ESFORÇO..........................146
Tabela 17A - Classificação Original (IPE) ou Escala de Borg .............................................................147
Tabela 17B - Nova classificação da Escala de Borg ...........................................................................147
Metodologia para mensuração da FC.......................................................................................................148
Tabela 18 - Classificação da Pressão Arterial.....................................................................................148
37. PROTOCOLOS SUBMÁXIMOS ..............................................................................................................149
Tabela 19 - Fator de Correção da Idade de Astrand ...........................................................................150
38. PROTOCOLOS MÁXIMOS......................................................................................................................150
39. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO ESTEIRA ROLANTE .................................................152
Tabela 20 - Protocolo de Bruce ...........................................................................................................152
Tabela 21 - Protocolo de Balke...........................................................................................................153
Tabela 22 - Protocolo de Naughton .....................................................................................................154
Tabela 23 - Protocolo de Ellestad........................................................................................................155
Tabela 24 - Protocolo de Dalke – Ware...............................................................................................155
Tabela 25 - Estimativa do Consumo Máximo de O2 relacionado a Resultados de Diversos Protocolos
de Avaliação da Capacidade Aeróbica ................................................................................................155
Tabela 26 - Cálculo do VO2max Previsto em Relação à Idade, Sexo e Grau de Condicionamento Atual156
Tabela 27 - Equações Preditas para Estimar o VO2max (ml.kg-1.min-1) ................................................156
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ÍNDICE - Cineantropometria
Tabela 28 - Valores médios da capacidade funcional máxima cardiorespiratória em diferentes faixas
etárias .................................................................................................................................................. 156
Tabela 29 - Classificação da Capacidade Aeróbica Baseada no Consumo Máximo de Oxigênio ... 157
(VO2 máx. ml.kg-1.min-1) Obtido........................................................................................................ 157
Tabela 30 - Fórmulas para cálculo da freqüência cardíaca máxima (FCM)....................................... 158
Tabela 31 - Nível de aptidão física do American Heart Association VO2max em ml.kg-1.min-1 ............ 159
Tabela 32 - Nível de Aptidão Física de Cooper VO2max em ml.kg-1.min-1 ........................................... 159
PUCC
Introdução
O futuro profissional de Educação Física deverá utilizar seus conhecimentos, entre outras
atividades, na pesquisa em Educação Física, Treinamento Esportivo e Lazer, em academias, em clubes,
escolas ou entidades patrocinadoras de diferentes modalidades desportivas, em órgãos governamentais
que coordenam e supervisionam campeonatos ou eventos desportivos ou mesmo colaborando com outros
profissionais de equipes multidisciplinares.
A disciplina de Avaliação em Educação Física e Esporte, de acordo com a ementa, se propõe em
desenvolver junto ao aluno de Educação Física, futuro profissional da Área de Humanas, a consciência
crítica e ética, por meio do desenvolvimento do projeto de pesquisa específico na área da motricidade
humana, a importância do conhecimento sobre uma série de aspectos relevantes para nossa atuação como
profissionais da Área de Ciência do Esporte.
JUSTIFICATIVA
Como esta disciplina se destina aos futuros profissionais que pretendem iniciar uma abordagem
científica da Educação Física, vale lembrar que o conhecimento da área a ser investigada corresponde ao
primeiro e fundamental passo. E quando falamos de conhecimento da área, não devemos entender apenas
o conhecimento técnico científico, mas sua dimensão e relevância social.
A consciência e a reflexão ampla dos problemas que envolvem uma área, por certo facilitarão o
diagnóstico e a elaboração de perguntas mais adequadas sobre o mundo em que vivemos. E é aí, nesse
ponto, que o futuro profissional de Educação Física deve exercitar uma das suas características básicas: a
arte de saber observar analiticamente e não apenas ver ou enxergar.
Neste aspecto ressaltamos alguns pontos importantes:
• A Distância Avaliação-Realidade – problema que deveremos observar é a distância entre a
avaliação e a realidade que o cerca;
• Integração Campo-Laboratório – desenvolver atitude científica frente as maravilhas que
acontecem no seu dia a dia de trabalho com a atividade física e esportiva;
• A Busca do Tema de Avaliação – a busca do tema a ser investigado deve atender às
prioridades das áreas de aprofundamento como: pedagógica; saúde e treinamento;
• O caminho da Busca da Pesquisa – como deveremos responder a pergunta base, à hipótese
estabelecida no objetivo do trabalho?;
• As Etapas do Caminho da Busca da Verdade – essa procura poderá ser feita basicamente de
acordo com o método estatístico utilizado:
• O Método Quanto à Estatística – conforme a variável a ser medida e de acordo com à
constituição da amostra podemos ter uma idéia, a priori, da distribuição dos seus resultados,
portanto, o método estatístico deve ser adequado a distribuição dos resultados:
o Teste de hipótese para amostras independentes - permite comparar os resultados
encontrados em sua amostra com os resultados encontrados por outro grupo;
o Teste de hipótese para amostras dependentes – caracteriza-se pela comparação de
duas médias, pertencentes a uma mesma amostra, em um mesmo teste, realizados em
momentos distintos: teste e reteste.
Assim definida como ciência, a Avaliação em Educação Física Esporte, irá contribuir na formação
do profissional de Educação Física, de modo que os conhecimentos de cada assunto ministrado deverão
proporcionar ao aluno o desenvolvimento no trato com o conhecimento específico e aplicação do mesmo,
sem, contudo perder a noção de que os modelos que se baseiam em sociedades em outro estágio de
desenvolvimento tecnológico e que nem por isso garantiram para seus membros uma vida mais feliz. Por
isso, urge que o desenvolvamos em nossa área uma tecnologia que atenda as nossas prioridades de
Terceiro Mundo, estando sempre atentos contra o “cientificismo dos laboratórios de muitas máquinas e
poucos neurônios”.
Capítulo I
INTRODUÇÃO Às MEDIDAS E AVALIAÇÃO
1. CONCEITOS
Desde que o homem está sobre a terra uma luta contínua vem se desenvolvendo, a da vida contra a
morte. Para manter a vida um critério natural de seleção instalou-se, comum a todas as espécies vivas - o
da vitória do mais forte em prejuízo do mais fraco, garantindo desta forma a sobrevivência e a reprodução
aos vitoriosos.
Progressivamente de um modo empírico no início, para tornar-se científico, numa evolução constante
com o correr dos séculos, procurou o homem aumentar seu período de vida, garantir sua vida, garantir sua
aparência externa, e a atividade física transformou-se num dos meios fisiológicos mais válidos com tal
finalidade, sendo hoje um dos mais eficientes métodos de combate ao envelhecimento precoce e a
manutenção da saúde: Tais fatos são verdades, hoje, incontestáveis, bastando lembrar o conceito atual da
doença hipocinética, isto é, do déficit de movimento.
Se, contudo, pensarmos nestas situações propostas, alguns fatos se destacam de saída,
sobrevivência do mais forte, prolongamento da vida, etc., envolvendo necessariamente um conceito de
quantificação de grandezas que necessita ser comprovado por comparação, análise e tomada de medidas,
dentro de certas bases. Paralelamente fazemos uma afirmação:- O exercício físico funciona como método
de combate ao envelhecimento. Como comprovamos esta situação? A resposta óbvia será fornecida, para
haver precisão na hipótese levantada, através do emprego de métodos de pesquisa e da quantificação,
dentro de normas pré-determinadas: o método científico.
Em Educação Física qual será o melhor ou os melhores fatores para obter o resultado anteriormente
citado? Necessária se faz a experimentação de programas, o seu reajuste às necessidades de cada ser, a
verificação cuidadosa dos dados obtidos em observações bem conduzidas. Surgem, pois, no raciocínio
biológico, mesmo numa linha ainda primária, a noção de quantidade, medida, análise, avaliação e
comprovação, por comparação, de fatos que se supõe sejam verdadeiros. Nasceu uma Biologia quantitativa
- a BIOMETRIA, hoje englobada na CINEANTROPOMETRIA.
De seu conceito de "medida da vida" ou, em um sentido mais elástico - medida dos fenômenos
biológicos - podemos hoje dizer que a BIOMETRIA é o ramo da Biologia que estuda e mede os
componentes biológicos e suas correlações. VANDERVAEL a define como sendo "a ciência que tem por
objetivo a medida dos grupos humanos e de seus problemas, usando a matemática e a estatística". Já a
cineantropometria foi apresentada pela primeira vez como uma especialidade emergente no Congresso
Internacional das Ciências da Atividade Física, realizado em Montreal, em 1976, na tentativa de reunir em
uma só disciplina, profissionais das áreas de biometria, antropologia, física, biologia e biotipologia (De
Rose, 1981).
“O termo cineantropometria é de origem grega sendo que KINES significa movimento, ANTHROPO
significa homem e METRY medida. Seu conceito é o do uso da medida no estudo do tamanho, forma,
proporcionalidade, composição e maturação do corpo humano, com o objetivo de ampliar a compreensão
do comportamento humano em relação ao crescimento, à atividade física e ao estado nutricional” (De Rose,
1981).
Em termos de Educação Física e de Desporto lidamos com numerosas valências, específicas ao
aspecto físico, e outros comuns às demais áreas da educação. Hoje não se admite um desenvolvimento
físico desacompanhado do desenvolvimento intelectual e vice-versa. Estando os 2 elementos altamente
interligados nas estruturas psicológicas, sociais, etc., do indivíduo e da sociedade. O conceito de afastar o
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
As divisões históricas da Biometria apresentam uma característica eminentemente didática, de
vez que a preocupação com o todo sempre existiu. Ao dizermos que o período de verificação da força
começa por volta de 1880, estamos dando uma margem didática ou esquecendo-nos que ao usar, na
Antigüidade Clássica, um novilho sobre os ombros para correr, visando aumentar a sua capacidade na
medida que o animal aumentava de peso, MILON realizava uma avaliação de seu estado; ao colocarmos no
Período que vai, em média até 1890 à época das medidas antropométricas estaríamos cometendo um erro
se não fosse puramente didática a nossa catalogação, de vez que elementos como VALSAVA, por volta de
1707, já se preocupavam com a aptidão cardíaca e posteriormente ao ano de 1890, praticamente na
metade do século XIX surge o trabalho de classificação biotipológica de SHELDON, e outras medidas
estudadas e analisadas posteriormente, em atletas que participam dos Jogos Olímpicos, como se fez em
Roma no ano de 1960, em Tóquio, no México, etc., sendo hoje ainda motivo de pesquisa.
Podemos, para sistematizar nossos estudos, dizer que 9 são os períodos básicos da evolução
biométrica:
1. Medidas Antropométricas .........................................................................................(1860-1890)
2. Medidas da Força .....................................................................................................(1880-1910)
3. Medidas Cardiovasculares .......................................................................................(1900-1925)
4. Medida da Habilidade Motora...................................................................................(1900-1920)
5. Medidas Sociais........................................................................................................(1920)
6. Medidas de Habilidade Esportiva Específica ...........................................................(1920)
7. Período da Avaliação................................................................................................(1920)
8. Medidas do Conhecimento .......................................................................................(1940)
9. Conceito de Aptidão Física.......................................................................................(1940)
O termo Antropologia foi criado por QUETELET, entretanto desde a mais remota antigüidade o corpo
era medido usando-se parte dele como unidade, entre os egípcios, por exemplo, empregava-se o dedo
médio da mão como medida e algumas correlações eram traçadas e um braço media 8 dedos, um membro
inferior, 10 dedos etc. Foi, entretanto, na Grécia Clássica que as medidas antropométricas iniciam sua fase
áurea, trazidas a nós pelas estátuas dos atletas, comparáveis em beleza às dos deuses. HIPÓCRATES,
cerca de 400 a.C., traça-nos a primeira classificação biotipológica, dividindo os indivíduos em físicos
(esbranquiçados, em que predominava o comprimento) e os apopléticos (Vultosos, avermelhados).
Entretanto, somente com estudos de LEONARDO DA VINCI e MICHELANGELLO, na Renascença, voltaria
o assunto à tona. Bem mais tarde, na Inglaterra, MACLAREN desenvolveu suas técnicas de medidas,
incluindo nelas as antropométricas.
No Novo Mundo o movimento dos testes foi lançado por EDWARD HITCHCOK, na Universidade de
Amherst, valorizando os dados de altura, peso, idade, envergadura, cintura, capacidade vital e alguns itens
de força, procurando avaliar o progresso de seus alunos e, basicamente, definir um tipo físico ideal para o
homem. O assunto foi levado ao Congresso de Educação Física, em 1885.
Por volta de 1880 começam os estudos de SARGENT, em Harvard, usando mais de 40 medidas,
incluindo-se alguns tipos de força, para PRESCREVER UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
INDIVIDUALIZADO aos alunos da sua Universidade e lançando o seu livro sobre este tema - "Manual de
Testes e Medidas". Foi um dos pioneiros no campo dos testes de força, julgando ser a CAPACIDADE DE
PERFORMANCE mais importante que o tamanho e a simetria preconizados por HITCHCOK.
Ainda no campo das pesquisas antropométricas destacam-se os estudos de HASTING, sobre o
crescimento humano, de McCLOY, os quadros de PRYOR, a carta de MEREDITH, os estudos de
KRETSCHMER, VIOLA, etc.
Entretanto, com SARGENT, começa a preocupação com os níveis de força. As verificações feitas por
ele, junto com BRIGHAM, pesquisando força de braços, pernas, costas e preensão de mão (por meio da
dinanometria), da capacidade vital (usando o espirômetro), marcam uma faixa de transição seguindo-se as
pesquisas de outros autores - CAPEN, CHUI, BOVARD e COZENS, KELLOG - (que desenvolveu o
dinamômetro universal, testando 25 grupos musculares), etc. Os trabalhos de RUDGERS, de 2925, sobre
TESTES DE CAPACIDADE FÍSICA NA ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA, esquematizam os
3. A BIOMETRIA NO BRASIL
No Brasil o uso da Biometria já se faz notar no início do século. Fichas antropométricas são usadas
no serviço médico do Fluminense Football Club, do Rio de Janeiro, em 1917.
Por volta de 1930 começa o curso da Escola de Educação Física do Exército. Na década de 1940
aparece o livro de Biometria de SETE RAMALHO, divulgando o seu modo de ministrar a disciplina naquela
Escola; surge o livro de biotipologia de BERARDINELLI. Na Escola de Educação Física da antiga
Universidade do Brasil aparecem as figuras de Peregrino Jr. e Armando Peregrino.
O controle médico desportivo, usando testes simples, difunde-se nos Clubes, sobretudo em relação
ao futebol.
Por volta de 1969 cabe a Maurício José Leal Rocha criar, na Escola de Educação Física da UFRJ, o
primeiro centro de Medida e Avaliação moderna, o LABOFISE, difundindo-se e aos outros centros o
programa atual de pesquisas em bases mais científicas. O processo de renovação desta estrutura foi
iniciado em 1971, ao introduzir os conceitos fundamentais da composição corporal, difundido a
determinação do percentual de gordura estimado pela medida da dobra cutânea e o cálculo de peso ósseo,
através de diâmetros ósseos.
Se em Educação Física iremos lidar com a mais perfeita das máquinas - o corpo humano, e com o
mais precioso dos bens - o desenvolvimento físico e mental de uma criança, Medidas e Avaliação deverá
ser utilizada com os seguintes objetivos:
5. TENDÊNCIAS
Vimos a história mostrar-nos uma evolução nos meios e na filosofia das medidas. Para onde estamos
indo?
O futuro depende basicamente do melhoria nos nossos conhecimentos, pesquisa, ênfase e atenção
na filosofia de trabalho.
Atravessamos uma época de alta sofisticação operacional, de automação e de maravilhas
tecnológicas. Estamos diante de uma verdadeira explosão de conhecimentos, impondo-nos a
especialização e mesmo sub-especializações. Aonde chegaremos na área de Medidas e Avaliação aplicada
à atividade física?
6. TESTES
Vimos a situação da Biometria, as tendências e as fases históricas dos testes. Quais, entretanto, as
bases de nosso trabalho? Como aplicá-lo?
Na filosofia das medidas teremos de ter em mente que lidamos com seres humanos, que devem ser
integrados sadios para constituir uma sociedade sadia. Esta mesma sociedade irá ditar-nos as bases de
nosso trabalho, dizendo-nos o que espera de nós.
Hoje, admite-se que seja esperado do professor de Educação Física produzir indivíduos cada vez
mais aptos, mais fortes e mais capazes física e intelectualmente. O produto, isto é, o estudante deve ter as
características de uma pessoa fisicamente educada. BARROW destaca que o produto desejado "é o
produto ideal - o critério de todas as práticas de Educação Física - critério estabelecido através de padrões
derivados da avaliação e da formulação de objetivos". Estes objetivos poderão ser usados como um guia,
nunca como um fim, de vez que o processo é eminentemente dinâmico. O professor deve saber o que
ensinar ao aluno, como ensinar, com que finalidade e dentro de que intensidade, servindo-se dos métodos
de Medidas e Avaliação para orientar este trabalho. O programa deve ser cada vez mais individualizado e
tendo em vista responder às perguntas específicas:- O que medir? Por que medir? Para que medir? Todo o
desenvolvimento do produto, isto é - do aluno/atleta - dependerá de 2 fatores: suas necessidades e um
ponto de referência. Medir torna-se indispensável para planejar o processo, acompanhar sua evolução e
avaliar o rendimento. Ter em mente, nesta avaliação, que aquilo que não pode ser medido pode ser julgado
e os níveis e técnicas para realizar este julgamento implicam em numerosos aspectos qualitativos.
Por outro lado só poderá educar bem quem se mantiver em dia com o avanço da ciência. O método
de trabalho a ser utilizado na avaliação e na programação dependerá diretamente desta evolução científica.
Além disto devemos ter em mente, de um modo contínuo, que a época da improvisação já está
ultrapassada. Hoje só colhe frutos quem planeja bem, executa bem e recolhe dados precisos para sua
análise e avaliação posterior.
Modernamente o homem deve ser analisado em sua globalidade resultante que é de sua carga
hereditária genética e das influências ambientais que sobre ele agem.
A meta prioritária passou a ser a aptidão global, cujos fundamentos são analisados por YUHASZ,
dentro do seguinte esquema (figura 1):
Aptidão Global
Base Base
Genética Ambiental
Teste: É uma pergunta ou um trabalho específico utilizado para aferir um conhecimento ou habilidade
de uma pessoa. Estamos testando nosso conhecimento ao respondermos a um questionário previamente
construído, a exemplo das provas realizadas em um vestibular, ou quando executamos um trabalho físico
qualquer, visando obter uma resposta a uma indagação que nos fazemos: como está nossa força, por
exemplo.
Teste, portanto, é um instrumento, procedimento ou técnica usado para se obter uma informação.
Essa informação pode ser na forma escrita, observação e performance.
Medida: É uma técnica capaz de nos dar, através de processos precisos e objetivos, dados
quantitativos que exprimam caracteristicamente, e em bases numéricas, as qualidades que desejamos
situar. Qual é minha altura? Quanto obtive de índice na prova de línguas? Qual o meu QI? Qual o meu
índice de força nos membros superiores? A minha velocidade de deslocamento?
Portanto, medida é o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo um
valor numérico aos resultados.
As medidas devem ser precisas e objetivas. Podem ser coletadas de duas formas: formal (a pessoa
sabe que irá ser testada) e, informal (a pessoa não sabe que irá ser testada).
Avaliação: É o processo pelo qual, utilizando medidas, podemos subjetiva, e objetivamente exprimir
e comparar critérios. Assim, por exemplo, ao iniciarmos um programa de treinamento e medirmos a
situação em que se encontram nossos alunos, poderemos, posteriormente, após aplicar o nosso plano de
trabalho, repetindo os testes iniciais, comparar os dados e julgar se estamos no caminho certo ou se
necessitamos reformular, em parte ou no todo, o que vínhamos usando, sabendo se o resultado foi positivo
ou negativo.
Avaliação portanto, determina a importância ou o valor da informação coletada; classifica os
testandos; reflete o progresso; indica se os objetivos estão ou não sendo atingidos; indica se o sistema de
ensino está sendo satisfatório, faz comparação com algum padrão (escalas, médias, desvios padrões,
percentuais, etc.). Deve refletir a filosofia, as metas e os objetivos do profissional. No quadro 1
apresentamos um exemplo, caracterizando teste, medida e avaliação.
Vemos, pois, que a avaliação é uma parte do processo educacional, medida uma técnica de
avaliação e teste um instrumento de medida, como nos lembra BARROW. Enquanto a medida nos dá
informação quantitativa de um trabalho, a avaliação nos posiciona qualitativamente dentro dele. A avaliação
é um processo que deve ser permanente para nos criar condições de, partindo de valores básicos,
determinar a ação, características, desvios e toda a seqüência do processo. Na análise final a avaliação
torna possível julgar a eficiência do método empregado em função do grupo e do indivíduo.
BERTEUFFER e BREYRER estabeleceram um conceito - a medida focaliza um conhecimento ou
habilidade específica de um momento e a avaliação é um processo dinâmico, uma mudança
(preferentemente para melhor) em um período de tempo, fornecendo-nos bases preciosas de diferenças
entre estes dois pontos. A medida e a avaliação são meios e fins, mas não uma finalidade básica em si
mesma.
Validade: É a determinação do grau em que o teste mede aquilo que se propõe medir. Exemplo:
teste de 50 metros mede velocidade, pois independente do sexo ou faixa etária, o tempo conseguido está
dentro da utilização da fonte imediata de energia.
Determinação:
• Comparação com testes de validade conhecida;
• Definição a partir de opiniões de pessoas de reconhecido gabarito no assunto;
• Por conhecimento teórico, fundamentados em literatura;
• Através de análise com referência a “Critérios”.
Objetividade: É o grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o teste é aplicado ou
anotado simultaneamente por diferentes indivíduos nos mesmos alunos ou atletas, em diferentes dias,
geralmente próximos entre si, não devendo ultrapassar 15 dias. Nesse espaço de tempo o aluno ou atleta
não deve modificar seus hábitos de vida.
9. TIPOS DE AVALIAÇÃO
Em geral, quando o termo avaliação é mencionado, pensa-se em administrar testes e atribuir graus
aos indivíduos. Como será visto a seguir, a avaliação tem um papel mais amplo do que testar e atribuir
graus. Dependendo do objetivo, o avaliador pode lançar mão de três tipos de avaliação: Diagnóstica,
Formativa e Somativa.
Avaliação Formativa: Este tipo de avaliação informa sobre o progresso dos indivíduos, no decorrer
do processo ensino-aprendizagem, ou, treinamento, dando informações tanto para os indivíduos quanto
para os profissionais, indica ao profissional se ele está aplicando o conteúdo (ensino ou treinamento) certo,
da maneira certa, para as pessoas certas e no tempo certo. A avaliação é realizada quase que diariamente,
quando a performance do indivíduo é obtida, avaliada e em seguida é feita uma retroalimentação,
apontando e corrigindo os pontos fracos até ser atingido o objetivo proposto (Johnson & Nelson, 1979;
Paniaga et al., 1979; Kirkendall et al., 1980).
B - Orientação do Avaliado: A pessoa que irá ser avaliada precisa estar ciente do processo de
medida. Dar conhecimento da execução do teste é fundamental para obtermos o melhor resultado, que
aliás só será obtido com uma motivação adequada. Lembremos que em alguns testes desejamos esforço
máximo e, para tal, a boa motivação é básica. Um bom repouso na noite anterior e um intervalo adequado
entre a última refeição e o teste também são importantes, assim como o uniforme, que de preferência deve
ser constituído de calção, camiseta, meia e tênis.
Resumindo: o local onde o teste será realizado deve ser bem definido com relação às condições
adequadas de:
1. Dimensão 5. Vento
2. Luz 6. Condições do Solo
3. Som 7. Segurança
4. Temperatura 8. Trânsito de Pessoal
E - Mecanismo de Aplicação
Existe alguns aspectos que irão influenciar a aplicação do teste e que precisam merecer nossa
atenção, tais como:
1. quanto ao número de avaliados: pois alguns testes como na maioria deste manual são estritamente
individuais, enquanto outros podem ser coletivos;
2. quanto ao número de avaliadores: da mesma forma, a maioria dos testes aqui descritos exigem
apenas um avaliador mas há ocasiões que mais de um avaliador é necessário;
B - Selecionar itens de testes que se enquadram dentro das qualidades físicas desejadas
Natureza do teste: Não se deve tirar de um teste uma informação diferente daquela que o elemento
pode nos fornecer. Devemos estar atentos à perfeita obediência dos critérios determinados e, em se
tratando de algumas valências específicas, aos fatores internos e externos que podem alterar o resultado.
Assim, ao lidarmos com um teste de capacidade aeróbica, não esquecer, por exemplo, a interferência de
fatores como altitude, umidade, calor, etc.; nas provas em ambiente externos: a luminosidade, a velocidade
de vento, são outros tantos a nos levar a resultados falsos.
A razão de ser deste artifício consiste em traduzir o desempenho físico por um conjunto de variáveis
mensuráveis e não por fatores aleatórios ou fortuitos que não permitem uma análise científica. A
performance passa a ser o somatório da adequação e condicionamento de cada uma destas três variáveis
ao tipo de atividade desenvolvida.
É lógico que não existe uma participação quantitativamente idêntica destes fatores nas diversas
modalidades de atividade física. Um maratonista depende sobretudo de sua capacidade de produzir energia
aeróbica, enquanto um atleta de saltos ornamentais tem sua performance basicamente determinada pela
estruturação e condicionamento da variável neuromuscular. A classificação das modalidades esportivas
proposta por Venerando indica a variável predominante e propicia uma excelente orientação para elaborar
uma bateria de testes específica (Quadro 2).
Uma bateria de testes é caracterizada por um conjunto de medidas. Medir é obter um determinado
dado expresso quantitativamente e que constitui, ao se inter-relacionar com outras informações da mesma
ordem, a base do sistema de avaliação funcional. Este processo se conclui pela decisão em termos de tipo,
intensidade, freqüência e tempo de duração dos exercícios a serem prescritos, visando atingir um
determinado objetivo.
Dois aspectos são importantes nesta sistemática. O primeiro é a caracterização do conjunto de
medidas, testes e avaliação como uma atividade-meio e não uma atividade-fim; o segundo caracteriza
avaliação como um processo contínuo, que propicia constantemente a realimentação do sistema
estabelecido em direção ao produto final desejado. Desta forma, a avaliação vincula-se ao controle e à
verificação do produto final obtido.
Estando o indivíduo na posição descrita, são determinados os seguintes pontos anatômicos; que
servirão como referência para a tomada de medidas antropométricas (figura 1):
⇒ Vértex: Localiza-se na parte mais superior do crânio, estando a cabeça posicionada com o plano de
Frankfurt horizontalizado em relação ao solo. É usado para determinar estatura e altura sentada.
⇒ Acromial: Ponto mais lateral do bordo superior e externo do processo acromial. Esta referência é
usada para a determinação do diâmetro biacromial, do comprimento do membro superior e do braço.
⇒ Radial: Ponto mais alto do bordo superior e lateral da cabeça do rádio. Usa-se na determinação do
comprimento do braço e do antebraço.
⇒ Estiloidal: Localiza-se no ponto mais distal da apófise estilóide do rádio. É a referência utilizada para
estabelecer o comprimento do antebraço e da mão.
⇒ Dactiloidal: Ponto mais distal da extremidade do dedo médio da mão direita. Utiliza-se na medida da
altura total, comprimento do membro superior, envergadura e da mão.
⇒ Ileocristal: Ponto mais lateral do bordo superior da crista ilíaca. É a referência utilizada para a
medida do diâmetro bi-ileo-cristal e dobra cutânea supra-ilíaca.
⇒ Trocantérico: Situa-se no grande trocânter do fêmur, em seu ponto mais alto. Como referência, usa-
se na determinação do diâmetro bitrocantérico, do comprimento do membro inferior e da coxa.
⇒ Mesofemural: Situa-se entre o ponto médio do trocânter e do côndilo femural. É usado na medida de
circunferência e dobra cutânea da coxa.
⇒ Tibial: Ponto localizado no bordo superior da tuberosidade medial da tíbia. É usado na medida do
comprimento da coxa e da perna.
⇒ Maleolar: Situa-se no ponto mais inferior do maléolo tibial. Esta referência é usada para determinar o
comprimento da perna e membro inferior.
⇒ Pternial: Ponto mais posterior do calcanhar. Usa-se para medir o comprimento do pé.
⇒ Acropodial: Ponto mais anterior dos dedos do pé, que eventualmente poderá ser a extremidade do
primeiro ou segundo pododáctilo, dependendo do indivíduo. Usa-se para medir o comprimento do pé.
Acromial
Manúbrio
Esterno
Apêndice xifóide
Epicôndilo umeral
Radial
Ileocristal
Trocantérico
Dactílio
Epicôndilo femural
Tibial
Maleolar
Pternial
Acropodial
Figura 1. Pontos anatômicos
Maxilar
Clavícula Mandíbula
Úmero
Escápula
Esterno
Coluna Vertebral
Ulna
Costelas Rádio
Ílio
Sacro Carpo
Púbis Metacarpo
Ísquio Falange
Fêmur
Patela
Tíbia
Fíbula
Tarso
Metatarso
Falange
Medidas Anatômicas: As medidas lineares são divididas, segundo os planos e os eixos em que se
encontram, em longitudinais, transversais, ântero-posteriores e circunferenciais. As dobras cutâneas são,
também, medidas lineares. Em geral, seguem o eixo transversal e, eventualmente, o oblíquo. Entretanto,
por serem usadas para estimar o percentual de gordura, são descritas no capítulo de composição corporal.
Medidas Longitudinais: São medidas lineares realizadas no sentido vertical e recebem o nome de
alturas. Teoricamente. qualquer ponto do corpo humano pode gerar uma distância ao solo, estando o
indivíduo em posição anatômica, caracterizando assim uma variável que permite a análise
cineantropométrica. As alturas mais utilizadas na rotina de avaliação são descritas a seguir e apresentadas
na figura 2.4.
⇒ Altura Total: Distância entre o ponto dactiloidal da mão direita e a região plantar, estando o membro
superior deste lado, elevado acima da cabeça, completamente estendido, formando um ângulo de
180o com o tronco.
⇒ Estatura: Distância entre o vértex e a região plantar, estando a cabeça com o plano de Frankfurt
paralelo ao solo e o corpo na posição anatômica, procurando por em contato com o instrumento de
medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital.
Esta medida é chamada de estatura e é tomada com o indivíduo em inspiração profunda (apnéia
inspiratória), sendo aplicada uma discreta tração na região cervical, destinada a corrigir o
achatamento dos discos vertebrais, que são mais acentuados ao final do dia. São feitas três medidas,
sendo que entre uma medida e outra o valor não pode ser superior a 5 mm.
⇒ Altura Sentada: Distância entre o vértex e a porção mais inferior da bacia, estando o indivíduo
sentado em um banco com 50cm de altura, sendo a marca zero colocada ao nível do acento deste
banco. Da mesma forma que na medida da estatura, faz-se a correção através da inspiração
profunda e da tração cervical. O plano de Frankfurt deve ser igual, e o indivíduo encosta no
estadiômetro a região occipital e o dorso. Alguns autores utilizam de uma mesma forma os termos
altura sentada e altura do tronco, o que não é correto. A altura do tronco, tomada desta mesma
forma, é a distância entre o ponto cervical e o banco, excluindo, portanto, a altura da cabeça. São
feitas três medidas, sendo que entre uma medida e outra o valor não pode ser superior a 5 mm.
⇒ Alturas do Membro Superior: Acromial, radial, estiloidal e dactiloidal. Caracterizam a distância entre
estes pontos anatômicos e a região plantar, estando o indivíduo na posição anatômica
⇒ Comprimento do Membro Superior: Caracteriza-se pela distância entre os pontos anatômicos
Acromial e Dactiloidal.
⇒ Alturas do Membro Inferior: Trocantérico, tibial e maleolar. Da mesma forma, caracterizam as
distâncias entre os respectivos pontos anatômicos e a região plantar, respeitando a posição
anatômica. Às vezes, é bastante difícil palpar o grande trocânter. Alguns movimentos de flexão e
extensão da coxa facilitam sua localização
⇒ Comprimento do Braço: Caracteriza-se pela distância entre os pontos anatômicos Acromial e
Radial.
⇒ Comprimento do Antebraço: Caracteriza-se pela distância entre os pontos anatômicos Radial e
Estiloidal.
⇒ Comprimento da Mão: Caracteriza-se pela distância entre os pontos anatômicos do Estiloidal e
Dactiloidal.
⇒ Comprimento do Membro Inferior: Da mesma forma, caracteriza-se as distâncias entre os pontos
anatômicos Trocantérico e Maleolar. Às vezes, é bastante difícil palpar o grande trocânter. Alguns
movimentos de flexão e extensão da coxa facilitam sua localização.
⇒ Comprimento da Coxa: Caracteriza-se pela distância entre os pontos anatômicos Trocantérico e
Tibial.
⇒ Comprimento da Perna: Caracteriza-se pela distância entre os pontos anatômicos Tibial e Maleolar.
Observação: Somente nas avaliações de estatura e altura tronco-cefálica são realizadas três vezes
consecutivas, nas demais avaliações uma única medida é suficiente.
Localização do ponto
acromial
Localização do ponto
Altura Tronco Cefálica radial
Estatura
Determinação da altura
maleolar, utilizando Determinação da altura
uma régua dactiloidal
Marcação do ponto
Localização do ponto médio esternal
estiloidal
REFERÊNCIA ALTURA
Masculina Feminina
Pequena Altura 130 - 160 cm 121 - 149 cm
Média Altura 161 - 169 cm 150 - 158 cm
Grande Altura + de 170 cm + de 159 cm
REFERÊNCIA ALTURA TRONCO-CEFÁLICA
Índice Côrmico = Altura Tronco-Cefálica X 100
Altura (cm)
Classificação Branquicôrmicos Menos que 51
Metracôrmico 51 a 53
Macrocôrmicos Mais que 53
REFERÊNCIA LONGITUDINAL
Comprimento Global de Membros Superiores = Comp. Mb. Sup. X 100
Altura (cm)
Classificação Membro Superior Curto Até 44,9
Membro Superior Médio 45 a 46,9
Membro Superior Longo Acima de 47
Comprimento do Braço = Comp. Do Braço X 100
Altura (Cm)
Classificação Braço Curto Até 18,9 cm
Braço Médio 19 a 19,9 cm
Braço Longo Acima de 19,9 cm
Comprimento de Antebraço = Comp. De Antebraço X 100
Altura (dm)
Classificação Antebraço Curto Até 14,9 cm
Antebraço Médio 15 a 15 ,9 cm
Antebraço Longo Acima de 15,9 cm
Comprimento Global do Membro Inferior = Comp. Mb. Inf. X 100
Altura (cm)
Classificação Membro Inferior Curto Até 54,9 cm
Membro Inferior Médio 55 A 56,9 cm
Membro Inferior Longo Acima de 57 cm
Comprimento de Coxa = Comp. Coxa X 100
Altura (cm)
Classificação Coxa Curta Até 28,9 cm
Coxa Média 29 a 29,9 cm
Coxa Longa Acima 29,9 cm
Comprimento da Perna = Comp. Perna X 100
Altura (cm)
Classificação Perna Curta Até 21,9 cm
Perna Média 22 a 23,9 cm
Perna Longa Acima de 23,9 cm
Envergadura Classificação Envergadura Pequena Valor Menor que a Estatura
Envergadura Média Valor Igual a Estatura até 5 cm acima
Envergadura Grande Valor Maior que 6 cm em Relação a Estatura
Medidas Transversais: Definição ⇔ São medidas lineares realizadas em projeção entre dois pontos
considerados, que podem ser simétricos ou não, situados em planos geralmente perpendiculares ao eixo
longitudinal do corpo. As medidas podem ser realizadas em ambos os lados do corpo, mas quando o fator
tempo para aplicação for considerado, o lado direito deverá ser o escolhido por convenção internacional.
Sua aplicação está relacionada com a determinação do peso ósseo e do somatotipo.
Precauções:
1) Ao se medir, o aparelho não deve ficar frouxo nem fazer pressão excessiva;
2) Observar a colocação do aparelho em relação ao diâmetro a ser medido;
3) São feitas três medidas considerando-se a média;
4) O resultado é dado em cm com precisão de 0,1 cm .
Diâmetro do úmero
Diâmetro do fêmur
Figura 5. Diâmetro do úmero e do fêmur
Nádegas
Braço
Coxa
Antebraço
Abdômen
Panturrilha
Precauções:
1. Não utilizar fita muito larga;
2. Nunca utilizar uma fita elástica ou de baixa flexibilidade;
3. Cuidado com a compressão exagerada, colocar a fita levemente na maior circunferência;
4. Não deixar o dedo entre a fita e a pele;
5. Medir sempre sobre a pele nua;
6. São feitas três medidas considerando-se a média.
Observações
1) Os valores de % de gordura podem ser modificados, de acordo com a faixa etária, nível de prática ou
preferência por outro protocolo. Em caso de troca de valores, substituir a fração pelo valor considerado.
Exemplo, em caso de atleta de voleibol, utilizaremos como valor 12%, assim sendo, 1,0 - 0,12 = 0,88. O
valor 0,88 passa a ser o divisor;
2) Como referência anatômica, neste protocolo, temos as seguintes variações: abdome (2,5cm acima do
umbigo), coxa direita (parte superior, logo abaixo dos quadris).
Para cálculo do Índice de Adiposidade de McArdle, Katch, F.I. e Katch W.L. consultar os quadros 2.3,
2.4, 2.5 e 2.6.
Observação: Os valores de % de gordura podem ser modificados, de acordo com a faixa etária, nível
de prática ou preferência por outro protocolo. Em caso de troca de valores, substituir a fração pelo valor
considerado. Exemplo, em caso de atleta de voleibol, utilizaremos como valor 12%, assim sendo, 1,0 - 0,12
= 0,88. O valor 0,88 passa a ser o divisor.
Quadro 11. Normas para a proporção entre Circunferências da Cintura e do Quadril (ICQ) para Homens e Mulheres.
Exemplo de como calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) e classificar de acordo com o quadro
12: 80kg / 1,80m x 1,80m = 24,69 (Normal)
Peso IMC
Apresentamos a seguir o IMC para crianças e jovens, que correspondem aos valores para adultos
iguais a 25 (sobrepeso) e 30 (obesidade) (Cole TJ. Establishing a standard definition for child overweight
and obesity worldwide: international survey. Brit Med Jour. May 6, 2000).
Apresentamos na seqüência gráficos para cálculo do IMC para meninos e meninas de 2 a 20 anos de
idade (CDC).
1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo são descritos os métodos indiretos utilizados para o fracionamento do peso corporal.
Os pontos anatômicos onde são medidas as dobras cutâneas são os seguintes (figura 3.1 e 3.2):
⇒ Bíceps: É determinada no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, na altura da
maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps, estando o avaliado na posição
ortostática e membro superior em repouso.
⇒ Tríceps: É determinada no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face posterior, na distância
média entre a bordo súpero-lateral do acrômio e o bordo inferior do póie no, estando o avaliado em
pé, com os braços relaxados ao longo do corpo.
⇒ Subescapular: É determinada no sentido oblíquo, ao eixo longitudinal do corpo, seguindo a
orientação dos arcos intercostais, dois cm abaixo do ângulo inferior da escápula, estando o avaliado
em pé (ombros descontraídos), com os braços ao longo do corpo.
⇒ Supra-Ilíaca: É determinada no sentido oblíquo, ao eixo longitudinal do corpo, dois cm acima da
espinha ilíaca-ântero-superior na altura da linha axilar anterior, estando o avaliado em pé.
⇒ Peitoral: É determinada no sentido oblíquo ao eixo longitudinal do corpo, tendo como ponto de
referência o ponto médio entre a linha axilar anterior e o mamilo (homens), e a um terço da distância
da linha axilar anterior e a mama.
⇒ Axilar Média: É determinada no sentido oblíquo, ao eixo longitudinal do corpo, tendo como ponto de
reparo a orientação dos espaços intercostais, localizado na intersecção da linha axilar média com a
linha imaginária horizontal que passaria pelo apêndice xifóide, estando o avaliado em pé.
⇒ Abdominal: É determinada paralelamente ao eixo longitudinal do corpo, dois cm a direita da borda da
cicatriz umbilical, com o cuidado de não tracionar o tecido conectivo fibroso que constitui as bordas
da cicatriz umbilical, estando o avaliado em pé. É uma medida especialmente difícil em indivíduos
obesos, devendo o pesquisador estar seguro de ter incluído todo o tecido adiposo na dobra cutânea.
⇒ Coxa: É determinada no sentido do eixo longitudinal do corpo, na face anterior da coxa, no ponto
médio entre o trocânter e a tíbia, estando o avaliado em pé, com o membro inferior relaxado.
⇒ Panturrilha: É determinada no sentido do eixo longitudinal da perna, na borda medial da tíbia na
altura da maior circunferência da perna, procurando o indicador esquerdo definir o tecido celular
subcutâneo do músculo adjacente, devendo o avaliado estar sentado, com o joelho em 900 de flexão,
tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio no solo. Alguns autores sugerem que o indivíduo
póie o pé direito sobre um bloco de madeira com 15cm de altura para facilitar esta medida.
⇒ Peso: O avaliado deve se posicionar em pé de costas para a escala da balança, com afastamento
lateral dos pés estando a plataforma entre os mesmos. Em seguida coloca-se sobre e no centro da
plataforma, ereto com o olhar num ponto fixo à frente. No sentido de avaliar grandes grupos, permite-
se que o avaliado esteja vestindo apenas calção e camiseta.
Precauções – Dobras:
Precauções – Peso:
1) a balança deverá estar calibrada;
2) a leitura deve ser feita na borda interna da escala;
3) os cilindros deverão estar bem encaixados no momento da leitura e devem retornar ao ponto zero
assim que terminar a pesagem;
4) recomenda-se que seja calibrada a cada 10 pesagens no caso de avaliação em massa;
5) verificar o nivelamento do solo sobre o qual se vai ser apoiado a balança;
6) é feita apenas uma medida que será anotada em kg com aproximação de 0,1kg.
Segundo De Rose, as dobras cutâneas da axila e da coxa constituíam-se em fatores de erro, razão
pela qual utilizava apenas a subescapular, tricipital, supra-ilíaca e abdominal.
Assim, medidas estas quatro dobras, é estimado o percentual de gordura (%G) e calculado o peso de
gordura (PG) e a massa corporal magra (MCM), assim: P G = Peso Total (PT) x (%G/100)
MCM = PT - PG
Dois procedimentos são apresentados aqui, sendo o primeiro deles descrito por De Rose e
Guimarães para a análise dos atletas escolares brasileiros no projeto ANTROPOJEBS, e o segundo
elaborado por Drinkwater a partir da utilização do Modelo e do índice z.
O peso de gordura é calculado através do percentual determinado pela equação de Faulkner, a partir
das dobras de subescápula, tríceps, supra-ilíaca e abdômen. O peso ósseo é estimado pela equação de
Von Dobeln modificada por Rocha. O peso residual é estruturado a partir de uma relação proposta por
Wurch em relação ao peso corporal total, que é de 24,1% para homens e 20,9% para mulheres. Este tipo
de raciocínio é idêntico ao de Matiegka e ao de Drinkwater. Assim teremos:
O peso muscular é definido pela equação derivada da fórmula básica de Matiegka, sendo conhecidos
os pesos de gordura, ósseo, residual e total.
Percentual de gordura (% G)
∑ 4 dobras = subescapular + tricipital + supra-ilíaca + abdominal
∑ = 8,1 + 5,8 + 5,3 + 7,9 = 27,1 mm
%G = (∑4 x 0,153) + 5,783
%G = (27,10 x 0,15) + 5,78 = (4,14) + 5,78 = 9,93
%G = 9,93
Conclui-se então que o fracionamento do peso corporal de 67,3kg do indivíduo estudado, em quatro
componentes, é assim representado por 6,68kg de gordura, 11,68kg de ossos, 32,79kg de músculos e
16,15kg de peso residual ou de outros tecidos.
Apresentamos no quadro 3.3 os padrões de percentual de gordura para homens e mulheres ativos.
Controle do Treinamento: Preparar um atleta para uma competição significa geralmente diminuir ao
mínimo sua massa de gordura e potencializar ao máximo sua massa muscular. Especialmente quando este
atleta transporta seu peso, todo o acréscimo de gordura reduzirá sua capacidade de trabalho, pois exigirá
maior consumo de energia. Por outro lado, massa muscular é sinônimo de uma maior potência, já que a
força produzida é proporcional à seção transversal do músculo que atua no movimento.
O peso corporal total, eventualmente, pode não indicar estas modificações nos dois componentes,
especialmente se elas se eqüivalem. O gráfico 06 mostra a evolução do peso corporal médio de um plantel
de jogadores de futebol durante um ano. Observa-se que o peso corporal inicialmente sofre uma redução, e
após aumenta novamente, o que corresponde a uma perda de tecido adiposo e ganho de tecido muscular.
O peso médio do plantel em janeiro e agosto é semelhante, embora correspondam a composições
corporais muito distintas. Assim, apenas a observação da variável peso corporal total não permite a análise
das modificações estruturais de adaptação ao seu esforço, razão pela qual as técnicas de composição
corporal tem aqui indicação obrigatória.
O mesmo raciocínio pode ser desenvolvido para determinar o peso ideal de indivíduos sedentários do
sexo masculino, o que é de grande importância em clínica médica, especialmente na prevenção de acidente
isquêmico e da obesidade. Merriman e Donegan citam como percentual de gordura ideal para esta
população o valor de 13% (fração de gordura = 0,1300). Substituindo na equação descrita, teremos:
Um indivíduo que pesa 93kg e que possui o somatório de dobras tricipital, subescapular, supra-ilíaca
e abdominal igual a 120mm, terá o seu peso ideal calculado da seguinte maneira:
Excesso de peso
Excesso de peso = PT - Pi
Excesso de peso = 93 - 81,52
Excesso de peso = 11,48kg
Conclui-se que o indivíduo estudado terá que reduzir seu peso em 11kg, através de dieta e exercício.
A dieta limitará o aporte calórico e de hidrato de carbono, forçando o organismo a processar gordura para
produzir energia. O exercício deverá ser de longa duração e baixa intensidade, nunca transformando o
limiar anaeróbico descrito por Wasserman, para utilizar basicamente gordura como combustível. Deve-se
observar que mais importante do que a modificação do peso corporal é a redução do percentual de gordura
e o aumento da massa muscular.
Alguns autores norte-americanos, que se originam basicamente da área da fisiologia do exercício,
não concordam com o fracionamento do peso corporal em quatro componentes proposto por Matiegka, Von
Dobeln, Wurch e Drinkwater, entendendo ser o método antropométrico pouco preciso e, para evitar maiores
erros ou criticismos, aceitam apenas o fracionamento em dois componentes, a partir do peso hidrostático.
Devemos lembrar, entretanto, que Behnke preocupava-se com os problemas de solubilidade de gás
no tecido adiposo em mergulhos de profundidade, enquanto Brozek estava apenas interessado em
desnutrição e obesidade. Para eles, portanto, o sistema de dois componentes era suficiente. Em Educação
Física, porém, estudamos o homem em movimento, e apesar do valor evidente do peso total e do peso de
gordura, devemos buscar maiores informações sobre a massa muscular e sua correlação com a
performance. Para tanto é fundamental partirmos para o fracionamento completo. Esta é também a idéia
dos cineantropometristas que fundamentaram os métodos antropométricos utilizados para este tipo de
análise, todos eles ligados diretamente à atividade do indivíduo no seu sentido mais amplo. E quanto à
possibilidade de erro? É claro que ela existe, mas convém citar aqui a afirmação de Ross. Um sistema
modelo, para que possa ser aplicado, não necessita ser totalmente verdadeiro. Basta que forneça, ao longo
da sua utilização, informações sobre as modificações ocorridas e oriente a realimentação necessária.
Conceito de Peso Atual, Teórico e Ideal: Denomina-se peso atual ao peso que uma pessoa
apresenta no momento em que é executada a medida, e que é obtido pela pesagem direta.
Procurou-se, partindo do peso atual e de outras referências, calcular o peso teórico, isto é, o peso
que a pessoa deveria ter para que se estabelecesse os critérios de obesidade e magreza.
Inicialmente rotulou-se como obeso todo indivíduo que apresentasse um peso atual superior a 15%
do correspondente ao peso atual menor que 10% de médio. Este critério, rapidamente, sofreu críticas, pois
o fator constituição física não era levado em consideração.
Tentou-se então estabelecer, teoricamente, fórmulas que, correlacionando medidas, possibilitassem,
com segurança, mostrar os desvios da normalidade.
A primeira tentativa foi a correlação pura e simples entre peso e altura (subtrair 100 da altura em
centímetros). Novamente revelaram-se falhas, embora alguns setores clínicos ainda teimem em usá-lo hoje.
O fracasso foi maior ainda ao se lidar com estes dados no terreno do esporte.
Várias outras fórmulas de regressão foram desenvolvidas, algumas ainda hoje citadas e usadas na
área médica e desportiva. As principais delas são as seguintes:
F = Equação de Shearburn
E - Índice de Ricci
PI = 0,985 Tcm - 100 Equação utilizada para cálculo da densidade
corporal.
G - Equação de Siri
Dc = 10.701 - (12.3 T + 5.08 A + 2.72 S)
Equação utilizada para cálculo do percentual de
10.000
gordura:
sendo: T dobra cutânea tricipital
%G = [(4,95 / Dc) - 4,5] x 100 A dobra cutânea abdominal
S dobra cutânea supra ilíaca
Quadro 5 - Constantes por Sexo e Idade para Cálculo da Gordura Corporal Relativa em Crianças e Jovens
da Equação de LOHMAN
sexo/idade 7 10 13 16
masculino 3,4 4,4 5,4 6,4
feminino 1,4 2,4 3,4 4,0
Quadro 6 - Constantes por Sexo, Idade e Raça para o Cálculo da Gordura Corporal Relativa em Crianças e Jovens para
serem utilizadas nas Equações de LOHMAN (1986).
SEXO RAÇA 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino Branca 3,1 3,7 4,1 4,7 5,0 5,7 6,1 6,7
Masculino Negra 3,7 4,0 4,3 4,7 5,0 5,3 5,6 6,0 6,3 6,7 7,0 7,3
Feminino Branca 1,1 1,7 2,0 2,7 3,0 3,6 3,8 4,3
Feminino Negra 1,4 1,7 2,0 2,3 2,6 3,0 3,3 3,6 3,9 4,1 4,4 4,7
FONTE. revista brasileira de atividade física e saúde, vol. 1 - no. 4 - dez. 1996.
Caso o somatório dos valores de espessura das dobras cutâneas medidas nas regiões tricipital e
subscapular se apresentar superior a 35 milímetros, os fatores de nível maturacional e aspecto racial
deixam de apresentar uma participação significativa na predição da quantidade de gordura relativa, sendo
possível a utilização de uma única equação para cada sexo:
Rapazes: Moças:
% Gordura = 0,783 (∑2) + 1,6 % Gordura = 0,546 (∑2) + 9,7
APÓS: 20 anos ----- redução de 10% nas necessidades calóricas diárias em repouso
20 anos ----- aumento de 230 - 450 gramas cada ano até 60 anos
35 anos ----- aumento de 200 - 800 gramas cada ano até 60 anos
Dieta com baixo teor de carboidratos diminui a MCM
Gordura corporal EXCEDER a MCM, a obesidade é uma AMEAÇA A SAÚDE
Idade = Idade =
Altura = Altura =
Peso = Peso =
Músculo = Músculo =
Osso = Osso =
Restante = Restante =
_ _
Tabela 2 - Valores Absoluto (mm) de Dobras Cutâneas (X 3) E (X 7) em Escolares Brasileiros
_ __ _
Idade (X3) Homens (X7) (X3) Mulheres (X7)
_ _ _ _
+
X S X S± X S± X S±
07 7,54 4,69 7,35 4,08 7,92 2,94 7,69 2,95
08 7,18 1,99 6,99 2,17 8,81 3,85 8,49 3,97
09 8,14 4,82 8,00 4,69 9,53 3,44 9,34 3,18
10 9,60 6,65 9,32 5,97 9,22 2,79 9,26 2,99
11 8,00 2,93 7,61 2,55 10,40* 4,24 9,74* 3,67
12 7,57 2,24 7,12 2,01 10,89* 2,91 10,36* 2,55
13 7,84 2,14 7,10 3,38 12,10* 4,21 11,64* 3,79
14 7,73 3,39 7,03 2,70 11,92* 5,41 11,37* 5,08
15 8,30 3,30 7,78 3,17 13,72* 3,01 13,36* 2,95
16 8,31 2,47 8,03 3,07 13,09* 4,01 12,51* 3,80
17 8,61 2,52 8,25 2,33 13,26* 4,89 12,74* 4,87
18 7,99 2,61 7,61 2,68 12,91* 3,63 12,14* 3,40
* (p < 0,01) “t” Student
_
X 3 = média do tríceps, subescapular e supra-ilíaca
_
X 7 = média do bíceps, tríceps, subescapular, supra-ilíaca, axilar média, abdominal e panturrilha medial.
2. ASPECTOS HISTÓRICOS
Embora Hipócrates, Galeno e outros precursores dos cineantropometristas atuais já filosofassem a
cerca da forma humana e de sua inter-relação com outras variáveis, costuma-se dividir os biotipologistas
em quatro escolas, que possuem métodos e objetivos distintos, e que podem ser assim descritas.
Escola Francesa: Baseia-se sobretudo nos aspectos anatômicos. No início do século XIX, HalIé
descreveu os temperamentos vascular, muscular e nervoso, que se intermediavam pôr temperamentos
parciais, determinados pelo predomínio das regiões cefálica, torácica ou abdominal. Sigaud, no início deste
século, buscava a relação entre este tipo de pensar organicista com o ambiente externo, classificando os
indivíduos em atmosférico, alimentício e ambiental social.
Escola Italiana: Fundamenta seu método na antropometria, e sem dúvida o seu principal
representante foi Viola, que em 1930 criava a classificação: longilíneos, normolíneos e brevilíneos. Através
do uso da estatura avaliava comparativamente o tronco e os membros, tendo como referência o normotipo
equilibrado. Foi seguido pôr Pende, que definia o biótipo como uma individualidade pessoal, resultante de
componentes genéticos e ambientais. Sem dúvida, foi a escola italiana que mais influenciou o ensino de
Biometria no Brasil até os anos 70.
Escola Alemã: Criada a partir das idéias de Kretschner, que na década de 30 pensava biótipo
apenas em termos de hábitos e caráter psíquico. Estudava doentes mentais e procurava correlação entre
as patologias e a forma do corpo. Raramente usava a antropometria, pois preferia o método da observação,
bastante mais empírico. Classificava os indivíduos em astênicos, atléticos e pícnicos, mas aceitava também
um grupo de displásicos, considerados patológicos.
Escola Inglesa: Foi iniciada pôr Sheldon, também psiquiatra como seu colega Kretschner, pôr quem
certamente foi influenciado. Procurou, no entanto, buscar seus objetivos através de métodos menos
empíricos. Utilizando a fotografia, criou uma técnica de classificação dos indivíduos a partir da expressão
numérica de três cifras, que representavam gordura, músculo e linearidade. As características principais de
cada um destes fatores são assim expressos pelo autor:
Determinar o somatotipo significa determinar o valor numérico dos três componentes, que são
sempre apresentados seqüencialmente numa mesma ordem, representando a endomorfia, a mesomorfia e
a ectomorfia, e ligados por hífens.
Os números abaixo de cada componente indicam os valores extremos que podem ser encontrados,
determinando o elastério onde se distribuem e se qualificam os indivíduos.
Existem dois métodos básicos para determinar o valor dos três componentes e obter o somatotipo:
⇒ Método fotoscópico
⇒ Método antropométrico
O cálculo dos componentes é feito através das seguintes equações propostas pôr Carter e descritas
aqui pôr VÍVOLO.
Cálculo do Somatotipo: A determinação dos três componentes era feita, originalmente, através de
tabelas. No entanto, esta forma além de muito imprecisa mostrava-se extremamente trabalhosa. Foram
portanto desenvolvidas equações de regressão para facilitar os cálculos possibilitando a programação dos
mesmos em calculadoras ou ainda em computadores.
A seguir são fornecidas as fórmulas para o cálculo de cada um dos componentes acompanhadas de
um exemplo.
Cálculos Finais: A equação deverá ser escolhida em relação ao valor de Σ dobras (sem correções).
Intervalos:
x ≤ 27,0 Y = 0,125 x - 0,61875 Equação A
27,0 < x < 58,7 Y = 10,4274 a - 12,8654 / 100 Equação B
58,7 < x < 196 Y = 13,1812 b - 18,3440 / 100 Equação C
Obs.: Y = Valor do 1o. componente.
ou
Segundo De Rose et al., (1984), o primeiro Objetivando corrigir o somatório das dobras
componente, pode ser assim calculado: cutâneas relacionado com as proporcionalidades
individuais referentes à estatura, Carter propõe
ENDO = - 0,7182 + 0,1451 (X) - 0,00068 (X)2 + utilizar a seguinte equação: Σc = Σ x 170,18
0,0000014 (X)3 E
onde: X = Σ das dobras cutâneas tricipital,
subescapular e supra ilíaca sendo os valores onde: Σc = somatório corrigido
expressos em mm Σ = somatório das dobras cutâneas obtido
E = estatura do indivíduo em cm
Exemplo:
Dados Coletados:
Peso ......................................... 72 kg Dados com Correção:
Altura ........................................179 cm Circunf. Braço Corrigida
D.C.Tríceps ...............................6,0 mm
Exercícios de Reforço:
D.C. Subescapular .................. 7,0 mm 30,0 - 0,6 = 29,4
D.C. Supra-Ilíaca..................... 6,0 mm D.C.Panturrilha 6,0 mm
Diâm. Úmero ........................... 7,5 cm Circunf. Perna Corrigida = 39,0 - 0,6 = 38,4
Diâm. Fêmur ......................... 10,4 cm
Circunf. Braço ........................ 30,0 cm D.C. Panturrilha
Circunf. Perna ........................ 39,0 cm
Obs.: Os dados acima são a média de 3 medidas consecutivas.
1º. Componente
Σ 3 dobras cutâneas = 6,0 + 7,0 + 6,0 = 20,0
Cálculo do x corrigido
x = 20,0 x 170,18 = 19,01
2o. Componente
Correção Altura:
x = h .'. x = 179 = 70,5
2,54 2,54
Cálculo dos Desvios Relativos:
1- Yu.p. = 0,0971 x 70,5 - 0,1455 = 6,7 3- YB.P. = 0,4428 x 70,5 - 0,6653 = 30,6
Desvio Relat. Úmero = 6,7 - 7,5 = 5,5 Desv. Relat. Braço = 30,6 - 29,4 = -1,7
- 0,1455 - 0,6653
2- YF.P. = 0,1386 x 70,5 - 0,2075 = 9,6 4- Yp.p. = 0,5184 x 70,5 - 0,7683 = 35,8
Desv. Relat. Fêmur = 9,6 - 10,4 = 4,0 Desv. Relat. Perna = 35,8 - 38,4 = 3,38 = 3,4
- 0,2075 - 0,7683
Cálculo Final:
Obs.: Caso os cálculos sejam repetidos poder-se-á encontrar variações de até 1,0 unidade nos
resultados finais em função das aproximações.
Exemplo 1:
Dados Coletados:
Peso ......................................... 82 kg
Altura .........................................169 cm Dados com Correção:
D.C.Tríceps ...............................16,0 mm Circunf. Braço Corrigida
D.C. Subescapular ....................17,0 mm Circ. braço - dobra tríceps =
D.C. Suprailíaca .......................16,0 mm
D.C.Panturrilha..........................14,0 mm
Diâm. Úmero .............................07,5 cm Circunf. Perna Corrigida =
Diâm. Fêmur .............................09,4 cm Circ. perna - dobra panturrilha =
Circunf. Braço............................35,0 cm
Circunf. Perna ...........................43,0 cm
Exemplo 2:
Dados Coletados:
Peso .........................................72 kg
Altura .........................................180 cm Dados com Correção:
D.C.Tríceps ...............................6,0 mm Circunf. Braço Corrigida
D.C. Subescapular ....................9,0 mm circ. braço - dobra tríceps =
D.C. Suprailíaca ........................8,0 mm
D.C.Panturrilha..........................9,0 mm
Diâm. Úmero .............................7,5 cm Circunf. Perna Corrigida
Diâm. Fêmur..............................10,6 cm circ. perna - dobra panturrilha =
Circunf. Braço............................38,0 cm
Circunf. Perna ...........................44,0 cm
EXERCÍCIOS DE REFORÇO
o
1 . Componente
Σ 3 dobras cutâneas = + + =R
Cálculo do x corrigido
x = R x 170,18 =
H
Cálculo Final:
Como Σ 3 D.C. corrigida (x) é
Usaremos equação pois <
Y = 0,125 x - 0,61875 Y = = - 1o. Componente
ou
- Somatório das dobras cutâneas tricipital, subescapular e supra-ilíaca
Σ= + + =
- Cálculo do somatório corrigido pela estatura do avaliado
2º. Componente
Correção Altura:
x = h ∴ x = =
2,54 2,54
Cálculo Final:
2o. Componente = Σ desvios relativos + 4 = + + + + 4
8 8
= = 2o. componente
ou
Com os seguintes dados:
U = cm F = cm E = cm
B = cm (já corrigido) P = cm ( já corrigido)
3o. Componente
Cálculos de Transformação:
H = h = = in
2,54 2,54
Cálculo Final:
x = H (in) = =
3 3
√ W pds √
Y = 2,42 x - 28,58
Y = 2,42 x - 28,58 Y = = 3o. Componente
1. INTRODUÇÃO
A principal fonte de energia nos exercícios de pequena duração é de origem anaeróbica. Nas
atividades de "curtíssima" duração, ou seja, com até 10 segundos, a energia provém principalmente dos
estoques de ATP-CP, sendo este mecanismo metabólico denominado de anaeróbico alático. Portanto, são
exemplos de eventos "anaeróbicos aláticos" as provas de salto em altura, extensão, triplo e com vara, o
arremesso de peso, os lançamentos de disco, dardo e do martelo, modalidades de saltos ornamentais,
halterofilismo, assim, como todo início de eventos esportivos de qualquer duração.
Nas atividades de "curta" duração, ou seja, com duração em torno de 40 segundos, a energia provém
principalmente do metabolismo do glicogênio estocado, sem participação significante do oxigênio, sendo um
mecanismo denominado de "anaeróbico lático". Assim, são exemplos de eventos "anaeróbicos láticos" a
prova de 400 m, com e sem barreiras, as provas de 100 m nos diferentes estilos da natação, bem como os
períodos de 30 a 60 segundos iniciais de exercícios de qualquer duração.
Esta variável quando relacionada pelos resultados absolutos em escolares e jovens atletas,
apresenta maturação precoce, sendo encontrado para as escolares, já aos 7 anos de idade 85% de sua
maturação final e 104,8 aos 13 anos de idade, enquanto que para os jovens atletas, aos 13 anos
encontramos 96,6% da maturação. Esses valores altos mesmo no período pré-púbere, provocou interesse
em alguns pesquisadores entre eles, BAR-OR (1988).
Esse autor constatou que mesmo quando a capacidade anaeróbica era expressa por quilograma de
peso corporal, apresentava valores nitidamente mais baixo que a de grupos mais velhos.
Através da aplicação de um teste anaeróbico (Wingate) em uma criança de 8 anos, encontrou uma
produção de apenas 45-50% de força mecânica produzida por um menino de 14 anos de idade. Quando
corrigido pelo peso corporal o valor foi ainda baixo, 65-70%.
Pelo método da biópsia muscular verificou-se que, a concentração de ATP, CP e glicogênio no
músculo em repouso das crianças são os mesmos, ou apenas levemente menores que aqueles dos adultos
jovens, ERIKSSON (1980). Contudo, a não diferença relacionada à idade no índice de utilização do ATP ou
CP, não corresponde ao índice de utilização de glicogênio, que está bastante diminuído na criança. O
reflexo dessa diminuição na utilização do glicogênio reflete no índice de produção de lactato no músculo
que é de 65-70% em meninos de 13 a 15 anos de idade, em comparação a concentração atingida por
adultos durante o exercício máximo, ERIKSSON (1974).
Crianças menores atingem níveis de lactato muscular e níveis de atividade de fosfofrutoquinase mais
baixos comparados com adultos, sendo que a enzima fosfofrutoquinase é considerada limitada na glicose.
Esses achados sugerem que a produção de lactato no músculo está relacionado ao nível de maturação
sexual de meninos pubescentes, portanto, essa variável apresenta maturação tardia, contrário ao que se
pensava.
Este fato é apenas uma indicação adicional de que as crianças são menos adequadas para tarefas
anaeróbicas, especialmente aquelas dependentes do seu índice de glicólise.
MARGERKURTH (1988), citado por MATSUDO (1988) et alli, revelou que as correlações entre os
testes de Wingate e 40 segundos aumenta significativamente quando corrigido pelo peso corporal deste
último. A curva de percentual de maturação funcional foi corrigida pelo peso corporal (peso x distância/40
seg.), permitindo concluir que a maturação do processo anaeróbico, quando medido pelo teste de 40
segundos, evidencia picos de aceleração na fase pubertária, contrário quando utilizado o valor absoluto,
onde o pico de aceleração ocorre na fase pré-púbere.
Apesar desta variável ser muito solicitada em treinamento tanto físico quanto técnico-tático, pesquisa
recente KOKUBUN e DANIEL (1992), mostrou pouca relação com a prática do basquetebol.
Vemos assim que a potência anaeróbica é um importante fator metabólico, da aptidão física geral e
por conseguinte, sua avaliação tem merecido a atenção de muitos pesquisadores. Assim, nos últimos anos
diversos métodos foram desenvolvidos sendo que neste capítulo apenas mencionaremos aqueles que
apresentam maior adequação às condições de trabalho no Terceiro Mundo.
200 100
250 B
300
Tabela 1 - Valores Absolutos (m) e % de Maturação de Potência Anaeróbica (m) em escolares brasileiros
Homens Mulheres
_ _
Idade
X S± Δ% X S± Δ%
07 178,03* 12,24 68,04 166,42 11,91 82,76
08 191,95* 19,37 73,35 169,50 12,89 84,29
09 197,29 13,72 75,39 186,42 17,50 92,70
10 200,21* 17,01 76,51 189,93 10,52 94,45
11 203,34* 19,24 77,71 195,09 24,33 97,02
12 213,15* 19,37 81,46 195,82 18,16 97,38
13 221,48* 15,93 84,64 201,78 25,79 100,34
14 230,29* 23,23 88,00 204,35 20,11 101,62
15 246,54* 12,76 94,22 202,16 18,96 100,53
16 250,70* 16,56 95,80 197,29 15,64 98,11
17 240,20* 17,32 91,79 197,12 10,01 98,02
18 261,67* 19,85 100,00 201,09 10,98 100,00
* (p < 0,01) “t” Student (m)
A - Objetivo: Medir indiretamente a potência anaeróbia total (máxima, média e índice de fadiga).
B - Material e métodos: Local plano de aproximadamente 65mts, 4 cones, trena, cronômetro, ficha
de protocolo e apito.
C - Procedimentos:
Do Atleta:
realiza aproximadamente 10 minutos de aquecimento;
recupera durante aproximadamente 2 minutos;
completa seis corridas de 35 metros, no máximo de velocidade com 10 segundos de recuperação entre as
corridas.
Dos Avaliadores:
cronometrar e anotar o tempo de cada corrida em planilha apropriada;
controla e tempo de recuperação de 10 segundos entre cada corrida;
faz os cálculos apropriados.
No quadro 1 são apresentadas cinco zonas de intensidade de trabalho físico com prováveis
freqüência cardíaca, porcentagem do consumo de oxigênio, concentração de lactato e duração máxima do
trabalho.
Quadro 2 - Percentual de pessoas que passaram ou encontram-se no limiar anaeróbico em relação ao percentual da
capacidade máxima
% FCmáx 50 60 70 80 90 100
% VO2 28 42 56 70 83 100
erro de + 8%
Fonte: McArdle
No que diz respeito à área de secção transversa muscular, se a força for medida em relação à
unidade de área (cm2), IKAI e FUKUNAGA observaram que os valores tornam-se idênticos em homens e
mulheres adultos, dentro de uma mesma faixa etária, dependente do estado de treinamento. O que faz
variar a quantidade global de força é portanto, o aumento da área de secção total transversa do músculo.
A força é um dos fatores mais dinâmicos na área da performance psicomotora e que pode e deve ser
melhorada através o treinamento. Convém sempre lembrar que em igualdade de condições vence sempre o
elemento que tiver mais força.
A melhoria na capacidade de força pode ser influenciada por vários fatores, dentre eles:-
crescimento e maturação física.
A força parece ser determinada, em princípio por questões de tamanho e o crescimento exerce uma
influência mais importante do que o treinamento. À medida que a idade aumenta, essa relação diminui
gradualmente e os efeitos do treinamento torna-se mais significativos. Outra característica interessante é
que o desenvolvimento da força mostra grande semelhança com as curvas do desenvolvimento sexual e os
maiores aumento desta coincidem com a época de puberdade. Portanto, o aumento da força depende da
maturação sexual e, não da idade.
O desenvolvimento de força principalmente para os esportes coletivos, deve estar centralizado na
melhoria da potência, e isso deve ocorrer pela perda de peso corporal (diminuição da gordura e não
incremento da massa muscular), através de exercícios com o próprio peso ou com elástico, proporcionando
uma melhora do recrutamento e sincronismo de fibras musculares, já que o aumento da massa muscular
não produz um aumento linear da potência, WATSON, 1986.
Como os esportes coletivos consistem de atividades em que o corpo representa o objeto que deve
ser impulsionado, o excesso de peso (gordura e massa muscular), pode influir negativamente no
desempenho do salto, diminuindo portanto, a força relativa, já que a massa corporal quando aumenta,
cresce relativamente mais depressa do que a força muscular, interferindo, portanto, na força relativa,
prejudicando com isso o desempenho no salto que tem relação direta com o peso corporal a ser levantado.
São vários os motivos pelos quais devemos medir e avaliar a força muscular. Mathews (1980) cita
quatro boas razões para avaliá-la:
1) a força é necessária para uma boa aparência;
2) a força é básica para um bom desempenho nas técnicas;
3) a força é altamente considerada quando da medida de aptidão física;
4) a manutenção da força pode servir como uma profilaxia contra certas deficiências ortopédicas.
Potência: É a capacidade de realizar uma contração muscular máxima num tempo o mais curto
possível.
P=FxV
Pela sua própria definição constatamos ser um fator que se relaciona diretamente com a força e com
a velocidade.
É uma das características básicas do atleta de qualidade superior, pois combina velocidade e força,
para obter uma resposta motora mais eficiente nas atividades dinâmicas. Constitui-se em qualidade
indispensável aos saltadores em distância ou altura, aos atacantes de futebol, aos arremessadores de
basquete, aos arremessadores de disco, dardo, peso e martelo, aos lutadores, no deslocamento dos
opositores, etc.
A medida da potência é realizada basicamente pela utilização dos saltos, arremessos, etc.,
dependendo do segmento a ser analisado:
Æ força e velocidade; Æ idade;
Æ peso; Æ sexo;
Æ estrutura corporal; Æ estado nutricional.
Entre um grande número de testes existentes que objetivam medir a força muscular de um indivíduo,
propomos neste manual que esta importante variável seja medida pelos seguintes testes:
Æ Teste dinâmico de barra, Æ Teste de impulsão vertical,
Æ Teste estático de barra, Æ Teste de impulsão horizontal,
Æ Teste abdominal, e ainda com a utilização de aparelho sugerimos o
Æ Teste de preensão manual.
É interessante lembrar que todos esses testes medem de forma indireta a força muscular através do
desempenho.
D - Precauções:
1) Observar se os cotovelos estão em extensão total para o início do movimento de flexão.
2) Não permitir repouso entre um movimento e outro. A execução deve ser dinâmica.
3) Permitir somente uma tentativa, a não ser que o avaliado seja prejudicado por algum motivo.
4) Verificar se o queixo ultrapassa o nível da barra antes de iniciar o movimento de extensão dos
cotovelos.
5) Não permitir qualquer movimento de quadril, ou pernas como auxílio e muito menos tentativas de
extensão da coluna cervical.
D- Precauções:
1) Não permitir que o avaliado encoste o queixo na barra.
2) Não permitir que o avaliado utilize movimentos acessórios como: extensão da coluna cervical, dos
quadris ou pernas.
C - Procedimento: A barra deve ser colocada a uma altura de três centímetros, aproximadamente, da
ponta dos dedos do aluno em posição de decúbito dorsal e com os braços totalmente estendidos para
cima. A dois espaços abaixo da barra deve ser estendida o barbante. Na posição inicial, o aluno deverá
estar agarrado na barra com empunhadura pronada (palmas das mãos dirigidas para frente), com o
corpo ereto, apoiando apenas os calcanhares no solo. O aluno deverá elevar-se até que o pescoço toque
o barbante e, em seguida, retornar à posição inicial, completando uma repetição. O movimento deverá
ser repetido tantas vezes quanto possível, de forma cadenciada e contínua, sem ocorrer paralizações e
com a utilização apenas da flexão de braços. Tronco e pernas devem manter-se alinhados Não é
permitido que o aluno realize movimentos de quadris e pernas, ou tentativa de extensão da coluna
vertebral.
Será registrado o número máximo de repetições, sem limite de tempo.
IV - TESTE ABDOMINAL
O avaliador por contração da musculatura abdominal curva-se à posição sentada, pelo menos até o
nível em que ocorra o contato da face anterior dos antebraços com as coxas e o avaliado retornando a
posição inicial (deitado em decúbito dorsal) até que toque o solo pelo menos a metade inferior das
escápulas. O teste é iniciado com as palavras "Atenção!!! Já!!! e é terminado com a palavra "Pare!!!". O
número de movimentos executados corretamente em 60 segundos será o resultado. O cronômetro é
acionado no "Já!!!" e é travado no "Pare!!!"
O repouso entre os movimentos é permitido e o avaliado deverá saber disso antes do início do teste,
entretanto, o objetivo do teste é tentar realizar o maior número de execuções possíveis em 60 segundos.
B - Material: 1 fita métrica de metal ou tecido fixada verticalmente, de maneira descendente, onde a
marca zero deve ficar no ponto mais alto da parede. Pó de giz ou magnésio. 1 cadeira (45 cm). Material
para anotação.
C - Procedimento:
1) Impulsão vertical sem auxílio dos membros superiores (MMSS): O avaliado coloca-se em pé,
calcanhares no solo, pés paralelos, corpo lateralmente à parede com os MMSS elevados verticalmente.
Considera-se como ponto de referência a extremidade mais distal das polpas digitais da mão dominante
comparada a fita métrica. Após a determinação do ponto de referência o avaliado afasta-se, no sentido
lateral, ligeiramente da parede, para poder realizar a série de três saltos, mantendo-se no entanto com os
MMSS elevados verticalmente.
Obedecendo a voz de comando "Atenção!!! Já!!!" ele executa o salto tendo como objetivo tocar as
polpas digitais, da mão dominante, que deverão estar marcadas com pó de giz ou magnésio, no ponto mais
alto da fita métrica. Durante o movimento o braço oposto deverá se manter constantemente na posição de
partida, ou seja, elevado.
Por exemplo: O avaliado ao se colocar na posição inicial toca o ponto 112 da fita métrica. Este é o
ponto de referência. Durante a série de saltos atinge, respectivamente os pontos 76 - 79 - 73. Como a fita
está no sentido descendente, a melhor marca atingida será o ponto 73. Para obter o resultado faz-se a
subtração 112 -73 = 39. Este valor corresponde ao deslocamento vertical em centímetros. Calcula-se este
resultado para ambos os métodos.
D - Precauções:
1) Invalidar o salto que for precedido de marcha, corrida ou outro salto ou ainda a movimentação
dos braços quando esta não for permitida.
2) Verificar se o avaliado mantém o membro superior efetivamente elevado, sem flexões de
quadril, joelho ou tornozelo, no momento da determinação do ponto de referência.
3) Atenção quanto às determinações dos pontos de referência, visto que, entre as posições com
os dois braços elevados e com um braço elevado raramente ocorrem diferenças superiores a
dois centímetros.
4) Observar que o avaliador fique sobre uma cadeira para melhor visualização dos resultados.
É difícil saber em que idade é atingida a estatura definitiva do indivíduo. A maioria dos estudos
longitudinais do crescimento acompanhou os adolescentes até 17 ou 18 anos, um limite que pode ser
insuficiente para responder à pergunta feita, visto que muitos indivíduos continuam crescendo após esta
idade, e mesmo durante a 3ª década de vida.
Na prática tem se considerado que o indivíduo atingiu sua estatura adulta quando sua velocidade
anual de crescimento se torna inferior a 1 cm/ano, ou quando quatro incrementos semestrais sucessivos
são inferiores a 0,5 cm (Malina, 1978).
Fórmula:
• Valor atingido aos 18 anos = 100%
• Valor atingido aos 13 anos = x%
Esse procedimento deve ser feito para todas as variáveis quando houver ponto de referência.
B - Material: Fita métrica de metal ou tecido fixada ao solo, 1 esquadro de madeira. Material para
anotação.
C - Procedimento: O avaliado coloca-se com os pés paralelos no ponto de partida (linha zero da fita
métrica fixada ao solo). Através da voz de comando "Atenção!!! Já!!!" o avaliado deve saltar no sentido
horizontal, com impulsão simultânea das pernas, objetivando atingir o ponto mais distante da fita métrica. É
permitido a movimentação livre de braços e tronco. Serão realizadas três tentativas. registrando-se as
marcas atingidas pela parte posterior do pé (calcanhar) que mais se aproximar do ponto de partida.
Prevalecendo a que indicar a maior distância percorrida no plano horizontal.
D - Precauções
1) Invalidar o salto que for precedido de
marcha, corrida, outro salto ou deslize
após a queda.
Homens Mulheres
Idade _ _
X S± Δ% X S± Δ%
07 138,70 17,94 62,30 126,53 22,62 74,50
08 150,40 16,32 67,60 138,83 16,47 81,70
09 163,23 14,60 74,60 140,13 14,67 82,50
10 162,37 17,83 72,90 150,73 16,41 88,70
11 *177,40 17,65 79,70 147,15 16,02 86,60
12 *183,70 16,99 85,50 151,62 14,41 91,50
13 *191,87 20,59 90,40 163,35 16,32 94,70
14 *203,15 22,30 93,60 158,92 16,39 95,50
15 *206,48 21,61 92,90 164,43 19,24 96,78
16 *211,67 24,35 95,40 170,63 18,33 100,43
17 *225,73 18,34 101,40 168,80 14,56 99,40
18 *222,60 20,62 100,00 169,90 16,14 100,00
* (p < 0,05) “t” Student
Observações: O teste estático de barra foi idealizado em virtude das meninas não conseguirem
executar o teste dinâmico de barra. Porém, o mesmo pode ser realizado pelo sexo masculino.
Os testes de força muscular para membros superiores, exceto o teste de preensão manual, são
indicados para indivíduos acima de 10 anos.
O resultado do teste de Preensão Manual deverá ser anotado como medida aparente e medida real.
O resultado conseguido pelo avaliado, que fica registrado na escala após o ato de preensão, pode ser
aparente ou real. Será aparente se o dinamômetro ao ser aferido não apresentar os valores da escala de
acordo com valores padronizados (por ex. 20 kg na escala podem não corresponder a 20 kg padrões). Será
considerada medida real aquela que estiver de acordo com valores padrões. A medida efetiva será a real.
O avaliado, para realizar todos os testes, deverá estar uniformizado (calção tênis e meia).
Homens Mulheres
_ _
Idade
X S± Δ% X S± Δ%
07 13,13 2,05 30,00 13,30 2,65 42,63
08 13,83 4,14 31,62 14,77 2,93 47,34
09 15,90 3,53 36,36 16,07 2,95 51,50
10 18,27 4,21 41,78 19,43 4,22 62,27
11 23,47 5,15 53,67 20,87 5,89 66,89
12 25,63 6,24 58,61 23,67 4,52 75,86
13 28,60 5,51 65,40 28,00 4,48 89,74
14 *36,53 5,60 83,53 27,60 5,36 88,46
15 *40,40 7,85 92,38 29,00 5,22 92,95
16 *42,90 6,17 98,10 30,47 5,78 97,66
17 *41,53 7,84 94,97 29,10 5,18 93,27
18 *43,73 6,06 100,00 31,20 5,42 100,00
* (p < 0,01) “t” Student
A - Objetivo: Medir indiretamente a força muscular dos membros superiores Figura 5.5 – Arremesso de MB
através do ato de arremessar o medicineball.
B – Material: Dois halteres pesando 4 libras (1,814 Kg ) e 8 libras (3,628 Kg), respectivamente para o
sexo feminino e masculino, e uma cadeira sem braço e um cronômetro.
C - Procedimento: O sujeito deve sentar-se apoiando as costas no encosto da cadeira, com o tronco
ereto. O halter será colocado na mão do braço dominante do sujeito. O avaliador deve se posicionar-se ao
lado do sujeito, colocando uma mão sobre o bíceps do mesmo enquanto a outra suporta o halteres. Quando
o avaliador comandar “já” o sujeito deve contrair o bíceps até que o antebraço toque a mão do avaliador. Se
esta prática de tentativa é completada, o halteres deve ser colocado no chão e permitido 1 minuto de
descanso ao sujeito, , findo o qual o teste será iniciado, devendo o sujeito realizar o maior número de
repetições no tempo de 30 segundos, que será anotado o resultado final do teste.
MEDIDAS DE VELOCIDADE
1. INTRODUÇÃO
Velocidade é a capacidade de realizar movimentos sucessivos e rápidos, em um mesmo padrão.
Depende, pois a velocidade, de freqüência das contrações e descontrações musculares.
Quando se fala em velocidade a idéia imediata que surge é a da relação espaço/tempo. Esta relação
indica a velocidade de deslocamento. Entretanto, em termos de Educação Física, não nos basta conhecer e
lidar com este tipo de velocidade. HEBBELINCK destaca a técnica de ser analisada a velocidade de corrida
(deslocamento) e a velocidade dos membros (explosão). Esta última é fator importante pois, a dependência
dos valores que assumir, não só irá influenciar a velocidade de deslocamento como pode, por si só,
constituir-se em qualidade básica em certos esportes. Depende a velocidade explosiva fundamentalmente
da maior ou menor velocidade da transmissão e propagação dos estímulos contráteis nos setores
neuromuscular.
O perfeito sincronismo do dinamismo dos processos nervosos que atuam sobre o sistema motor de
permitir a instalação rápida do estado de excitação descontração é responsável pela velocidade muscular
elevada segundo HOLLMANN, 1983.
Para ZACIORSKJ (1968), citado por HOLLMANN (1983), só uma alteração ativa entre excitação e
descontração permite executar movimentos acíclicos com grande velocidade.
Mesmo sendo a velocidade fortemente influenciada pelo S.N.C., ela ainda recebe influência da força
básica, coordenação, velocidade de contração muscular, viscosidade das fibras musculares, relação de
alavancas das extremidades-tronco e pelo poder de reação.
A velocidade por ser dependente do S.N.C., apresenta maturação precoce, porém é de se esperar
que ela continue a crescer por receber influência do processo maturativo, que traz consigo uma melhora da
coordenação e da força, ambas responsáveis pela melhoria da velocidade.
A velocidade é uma característica inata que, por si só, pouco melhora. Os êxitos que se obtém
através dos chamados "treinamento de velocidade" relacionam-se altamente com a força, bem como com o
tempo de reação motora. Para MATVEEV (1995), a evolução da velocidade é grandemente limitada por
diversos fatores como: a) a velocidade de reação individual de cada indivíduo é difícil de melhorar, pois
assenta, especificamente, na fisiologia nervosa que lhe é inata; b) o estado de relaxamento e elasticidade
muscular dos indivíduos; c) a força muscular dos indivíduos; d) o estado psicológico dos indivíduos, além é
claro, o domínio da técnica dificulta o aproveitamento da velocidade.
Quando se fala em velocidade de deslocamento, e se pensa em medir esta velocidade, não nos
podemos esquecer da aplicação que será dada ao resultado da medida. Fatores biomecânicos diferentes
agem na determinação da velocidade nas várias modalidades esportivas. A velocidade de um corredor, de
um jogador de futebol e de um praticante de basquete não podem ser medidas através de um mesmo teste
pois, como o comportamento mecânico é diferente nas 3 modalidades, a resposta será diferente se os 3
forem analisados em uma corrida rasa, em uma corrida conduzindo a bola com o pé ou com a mão. Será,
pois, necessário, ao se falar em velocidade de deslocamento, para um esporte, medir a velocidade
atendendo aos seus componentes específicos.
A velocidade faz parte de um sem número de atividades atléticas, em uma ou em outra de suas
formas. Depende esta valência, diretamente de:
1) rapidez da propagação do estímulo neuromuscular e conseqüente contração muscular;
2) coordenação de movimentos:
3) força;
4) idade;
5) estado geral do indivíduo;
6) peso corporal;
7) flexibilidade articular;
8) densidade muscular;
9) densidade do corpo;
Portanto, a velocidade é uma variável da aptidão física geral de grande importância, devido ser um
componente fundamental de muitas modalidades esportivas. Assim, consideramos de suma importância a
sua avaliação não somente como indicador de aptidão física geral, mas também como possibilidade de
detectarmos talentos em velocidade, observarmos efeito de treinamento ou ainda analisarmos se o escolar
está com resultados que corresponda a sua idade.
B - Procedimentos: Para realizarmos esta medida devemos explicar ao avaliado que este é um teste
máximo, ou seja, deve sair na máxima velocidade e passar a faixa de chegada também na máxima
velocidade. Em seguida mostraremos a faixa de saída, dizendo que a posição de saída é em afastamento
ântero-posterior das pernas e com o pé da frente o mais próximo possível da faixa (ver figura 1).
Explicaremos então que a voz de comando será pelas palavras: "Atenção!!!" "Já!!. devendo o avaliado se
preparar ao escutar a palavra "ATENÇÃO" e sair correndo quando escutar "JÁ". Então de posse do
cronometro o avaliador se colocará na linha de chegada e comandará o teste com as palavras:
ATENÇÁO!... JÁ!!. acionando o cronometro no momento que estiver pronunciando "JÁ" e parando no
momento que o avaliado cruzar a faixa de chegada. Caso ocorra qualquer problema no teste e tenha que
ser repetido, aconselhamos um intervalo mínimo de 5 minutos. Na folha de protocolo, além dos dados de
identificação, devemos anotar a data, horário, marca e tipo do cronômetro, condições do solo, do tempo e o
nome do avaliador. Quando possível seria interessante anotarmos as medidas de temperatura (oC),
umidade relativa e Pressão atmosférica. O avaliado ao realizar o teste deverá estar trajando tênis, calção e
camiseta. Sempre que formos executar reavaliações, devemos procurar manter as mesmas condições do
primeiro teste, como solo, horário, cronometro, etc.. para não chegarmos a um resultado que não
corresponda a realidade. Permitiremos apenas uma tentativa e o resultado do teste será o tempo de
percurso dos 50 metros com precisão de décimo de segundo e quando possível centésimo de segundo.
Como vemos, o teste de corrida de 50 metros é simples, mas devemos tomar alguns cuidados para
que realmente obtenhamos um resultado do qual não iremos duvidar posteriormente.
C - Precauções:
1) Explicar com calma o teste quando se tratar de crianças ou pessoas que não estiverem
acostumadas a correr. Reforçar a idéia de que o teste deve ser realizado na máxima
velocidade, devendo o avaliado passar pela faixa de chegada na maior velocidade possível;
2) O cronômetro deve ser acionado no momento em que se estiver pronunciando a palavra "JÁ" e
não quando a criança iniciar o movimento;
3) Desaconselhamos sinais de comando com o braço ou bandeira, pois não permitem uma boa
precisão de início do teste;
4) Observar para que nada atrapalhe o avaliado a correr como pessoas passando no percurso do
teste, aglomerados perto dele na saída ou chegada, local escorregadio, etc.;
Tabela 12 - Valores Absoluto (seg.) e Porcentagem de Maturação de Velocidade (50m) em escolares brasileiros
Homens Mulheres
_ _
Idade
X S± Δ% X S± Δ%
07 *11,40 0,78 53,20 *12,03 0,74 73,10
08 *11,01 0,96 55,90 *11,35 0,85 80,30
09 *10,16 0,82 67,00 *10,78 1,14 80,00
10 *10,10 0,94 67,80 *10,78 0,85 86,30
11 *9,21 0,67 79,50 *9,88 0,65 95,80
12 *9,08 0,46 86,40 *9,93 0,66 95,30
13 *9,00 0,40 89,90 9,64 0,65 98,30
14 *8,50 0,75 93,10 9,67 0,74 98,00
15 *8,11 0,44 94,60 9,66 0,81 98,10
16 *7,78 0,46 95,40 9,46 0,72 100,00
17 7,69 0,54 99,40 9,84 0,91 96,20
18 7,64 0,41 100,00 9,48 0,68 100,00
* (p < 0,01) ANOVA One Way
MEDIDAS DE AGILIDADE
A agilidade é uma variável de aptidão física geral de esportistas e não esportistas, particularmente
importante em modalidades como o voleibol, basquetebol e ginástica olímpica, assim como em situações da
vida cotidiana como desviar de um automóvel.
Podemos definir Agilidade como uma variável neuromotora caracterizada pela capacidade de realizar
trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo corpo ou parte
dele.
A medida da agilidade ocupa lugar certo na maioria das baterias de aptidão física geral e muitos tem
sido os testes propostos, como: Auto-Fire-test, Burpee test, Dodging Run, Obstacle Run, Right Boomerang
Run, Side Step test, Fourty Yard Run, Zig Zag Run e Shuttle Run.
No entanto ao escolhermos um teste de agilidade devemos levar em consideração a dificuldade para
medi-la, pois esta não se apresenta como um fator completamente independente, existindo portanto às
vezes relação com outras variáveis neuromotoras simples, como a velocidade e equilíbrio, ou complexas,
como a coordenação.
A agilidade é caracterizada já na infância, pois a mesma apresenta maturação precoce, e a partir dos
13 anos, apresenta valores de maturação próximo de 100%, tendo como conseqüência sua estabilidade até
a idade adulta mostrando pouca sensibilidade ao treinamento, após os 13 anos.
Seu maior crescimento acontece dos 7 aos 13 anos de idade, período este de maior sensibilidade ao
treinamento, como mostra pesquisa realizada por BERGAMO & BENITO (1984).
A agilidade é mais efetiva quando está associada a altos níveis de força, resistência e velocidade.
Embora dependa basicamente da carga hereditária, da constituição física, pode ser melhorada com o
treinamento (coordenação e flexibilidade). A melhor fase de sensibilidade ao treinamento desta capacidade
é a infância.
Na prática poder-se-á medir a agilidade por intermédio de exercícios que requeiram rápida mudança
de direção: corrida em zig-zag, corrida com obstáculos, etc.
Tem-se demonstrado que corridas por uma distância de até 10 metros acompanhada de alterações
da altura do centro de gravidade e três giros de 1800, são suficientes para avaliar agilidade. Por estas
razões é que preconizamos o teste Shuttle Run (padronizado pela AAHPER e modificado pelo LAFISCS)
como o mais indicado para medir esta variável.
C - Procedimento: Os materiais necessários para se aplicar o teste Shuttle Run são de fácil
aquisição e de baixo custo operacional. Constam de duas linhas paralelas traçadas no solo distantes 9,14
metros, medidos a partir de seus bordos externos. Dois blocos de madeira. com dimensões de 5 cm x 5 cm
x 10 cm serão colocados a 10 cm da linha externa e separados entre si por um espaço de 30 cm (ver
esquema). Estes devem ocupar uma posição simétrica em relação à margem externa. Requer ainda espaço
plano e livre de obstáculos, solo com atrito suficiente para evitar o deslize do tênis do avaliado.
O avaliado coloca-se em afastamento ântero-posterior das pernas. com o pé anterior o mais próximo
possível da linha de saída. Com a voz de comando: Atenção! Já!! o avaliador inicia o teste acionando
concomitantemente o cronômetro. O avaliado em ação simultânea corre a máxima velocidade até os
blocos, pega um deles e retorna ao ponto de onde partiu depositando esse bloco atrás da linha de partida.
Em seguida, sem interromper a corrida, vai em busca do segundo bloco, procedendo da mesma forma. O
cronômetro é parado quando o avaliado coloca o último bloco no solo e ultrapassa com pelo menos um dos
pés a linha final.
Ao pegar ou deixar o bloco, o avaliado terá que cumprir a uma regra básica do teste. ou seja.
transpor com pelo menos um dos pés as linhas que limitam o espaço demarcado. O bloco não deve ser
jogado, mas colocado no solo. Sempre que houver erros na execução, o teste deverá ser repetido. Cada
avaliado deverá realizar duas tentativas com um intervalo mínimo de dois minutos, permitindo assim a
recomposição do ATP - CP.
O resultado será o tempo de percurso na melhor das duas tentativas. Por exemplo: se um aluno
conseguiu na sua 1a tentativa 12,76 segundos e na 2a tentativa 11,29 segundos consideraremos para
avaliação o melhor resultado, ou seja 11,29 segundos.
D - Precauções:
1) As linhas demarcadas no solo são incluídas na distância de 9,14 metros;
2) O avaliado deverá colocar (não jogar) o bloco no solo, movimentando assim a altura do centro de gravidade;
3) O cronômetro só é parado quando o segundo bloco e pelo menos um dos pés tocarem a linha
de chegada;
4) O avaliado deve ser instruído de que o teste "Shuttle Run" é um teste máximo e por isso deve
ser realizado com todo esforço possível;
5) Deve ser observada e anotada as condições do tempo (temperatura e umidade relativa)
durante a aplicação do teste;
6) Aconselha-se anotar também a marca e a precisão do cronômetro utilizado, como toda e
qualquer observação de fatores que possam ter influenciado o teste.
E - Protocolo: Na folha de protocolo deve ser anotado: dados de identificação do avaliado, data e
horário do teste, marca e tipo de cronômetro, temperatura, umidade relativa do ar e observações diversas.
Homens Mulheres
_ _
Idade
X S± Δ% X S± Δ%
07 13,42* 0,62 77,50 14,54 0,96 82,00
08 13,31* 0,98 78,90 14,56 1,07 81,90
09 12,32* 0,60 85,70 13,91 1,01 85,70
10 12,76* 0,96 85,90 13,51 1,09 88,20
11 11,29* 0,33 91,00 12,28 0,88 97,10
12 11,41* 0,49 91,70 12,07 0,95 98,80
13 11,22* 0,63 93,20 12,06 1,23 98,80
14 11,01* 0,73 95,00 12,26 0,68 97,20
15 11,03* 0,76 94,80 12,36 0,65 96,30
16 10,53* 0,60 99,30 12,03 0,67 99,10
17 10,55* 0,53 99,10 12,03 0,53 99,10
18 10,46* 0,56 100,00 11,92 0,66 100,00
* (p < 0,01) “t” Student
II - TESTE DO QUADRADO
A - Objetivo: Avaliação da agilidade.
B - Material: Um cronômetro, um quadrado desenhado em solo antiderrapante com 4m de lado, 4
cones de 50 cm de altura ou 4 garrafas de refrigerante de 2 litros do tipo PET.
C - Procedimento: O aluno parte da posição de pé, com um pé avançado à frente imediatamente
atrás da linha de partida. Ao sinal do avaliador, deverá deslocar-se até o próximo cone em direção diagonal.
Na seqüência, corre em direção ao cone à sua esquerda e depois se desloca para o cone em diagonal
(atravessa o quadrado em diagonal). Finalmente, corre em direção ao último cone, que corresponde ao
ponto de partida. O aluno deverá tocar com uma das mãos em cada um dos cones que demarcam o
percurso. O cronômetro deverá ser acionado pelo avaliador no momento em que o avaliado realizar o
primeiro passo, tocando com o pé o interior do quadrado. Serão realizadas duas tentativas, sendo
registrado o melhor tempo de execução.
A medida será registrada em segundos e centésimos de segundo (duas casas após a vírgula).
Tabela 14 - Classificação do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (GOBBI, VILLAR e ZAGO, 2005)
Classificação Resultado em
segundos
Muito Franco 44,4-26,5
Fraco 26,4-23,7
Regular 23,6-21,5
Bom 21,4-19,6
Muito Bom 19,5-10,3
MEDIDAS DE FLEXIBILIDADE
Conceito - Flexibilidade é definida como a capacidade física “expressa pela maior amplitude
possível do movimento voluntário de uma articulação, ou combinações de articulações num determinado
sentido”. O grau de flexibilidade é determinado pela amplitude articular e pela elasticidade ou
extensibilidade muscular (DANTAS, 1985).
O grau de alongamento muscular, ou flexibilidade é de grande importância para as modalidades de
força; é também associado à prevenção de lesões (GOMES, MONTEIRO e VIANNA, 1997) e à velocidade,
pois para que o atleta obtenha um nível adequado de velocidade máxima necessita possuir amplitude
adequada de movimentos nos ombros, quadris e tornozelos (DINTIMAN, WARD e TELLEZ, 1999).
O desenvolvimento da flexibilidade tem efeitos positivos sobre fatores físicos do desempenho
esportivo e sobre a técnica esportiva (WEINECK, 1999). Neste sentido, a flexibilidade é importante como
D - Observações:
O teste apresenta limitação em não poder controlar certas influências endógenas, como o próprio
comprimento dos braços e pernas dos avaliados.
O aquecimento é permitido, ficando a critério do avaliado.
B - Material: Ficha de protocolo, fita métrica e fita adesiva, conforme figura abaixo:
Figura 10 - Ilustração gráfica da marcação do teste de flexibilidade (adaptada de Osness et al., 1990.)
C – Procedimento: uma fita adesiva de 50 cm será afixada no solo e a fita métrica será também
afixada perpendicularmente à fita adesiva, com a marca de 63.5 cm diretamente colocadas sobre a fita
adesiva. Sobre a fita adesiva serão feitas 2 marcas eqüidistantes 15 cm do centro da fita métrica.
O sujeito descalço, sentar-se-á no solo com as pernas estendidas distantes 30 cm, artelhos
apontados para cima e calcanhares centrados nas marcas feitas na fita adesiva. O zero da fita métrica
contará para o sujeito. Com as mãos, uma sobre a outra, o sujeito deverá vagarosamente deslizar uma das
mãos sobre a fita métrica tão longe quanto puder, permanecendo na posição final, por no mínimo 2
segundos. O avaliador segurará o joelho do sujeito para certificar-se de que o mesmo não se flexione
durante o teste.
Serão oferecidas 2 tentativas de prática, seguidas de 2 tentativas a serem anotadas até a ½ polegada
mais próxima. O resultado será dado para a melhor das 2 tentativas anotadas.
Tabela 17 - Classificação por categoria de nível de flexibilidade, baseada em resultados obtidos por Zago &
Gobbi (2003), em idosas de 60 a 70 anos.
OSNESS et al. (1990) expressam que o teste de coordenação relaciona-se com as funções diárias e
enfatiza a eficiência neuromuscular dos braços e das mãos.
Sugestão para Leitura:
MATSUDO, V.K.R.. Critérios Biológicos para Diagnóstico, Prescrição e Prognóstico de Aptidão Física em Escolares de 7 a 18
anos de idade. Tese de Livre Docência. Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 1992.
MATSUDO, V.K.R.. Teste em Ciências do Esporte. Editora Gráficos Burti fotolito Editora Ltda., São Paulo, 1984.
MATSUDO, V.K.R. et alli. Apostila Criança e Exercício, Exercício e Envelhecimento, Mulher e Exercício, Detecção de
Talento, Aptidão no Futebol e Aptidão no Voleibol.
BERGAMO, V.R.. Talento, Treinamento e Rendimento no Basquetebol Feminino. Tese de Mestrado. Universidade Metodista
de Piracicaba, Piracicaba-SP., 1996.
PROJETO ESPORTE BRASIL – PROESP - BR. Indicadores de saúde e fatores de prestação esportiva em crianças e jovens.
GALLAHUE DL, OZMUN JC. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. SP: Phorte,
2003
Estágio Elementar
Estágio Maduro
Dificuldades de Desenvolvimento
Estágio inicial
Estágio Elementar
Estágio Maduro
Dificuldades de Desenvolvimento
Estágio Inicial
Estágio Elementar
Estágio Maduro
Dificuldades de Desenvolvimento
• Uso impróprio dos braços (ou seja, falha ao usar os braços em oposição à perna de propulsão em
um balanço de altos e baixos, como flexionar, estender e flexionar novamente a perna)
• Giro ou torção do corpo
• Inabilidade de executar o impulso tanto com um pé só quanto com os dois pés
• Agachamento preparatório insuficiente
• Movimentos restritos de braços e pernas
• Ângulo de impulso insuficiente
• Falha em estende-se totalmente ao decolar
• Falha em estender as pernas para frente ao pousar
• Cair de costas ao aterrissar
TEMA DE INVESTIGAÇÃO
A livre escolha do tema de investigação é condição “sine qua non” de uma sociedade que aspira por
um crescimento arejado. Mas teria a comunidade científica sensibilidade social? Em que medida as
pesquisas bem feitas estão atendendo às necessidades sociais? Estão os temas de pesquisas
respondendo a anseios pessoais do pesquisador ou as necessidades básicas da sociedade?
Não acreditamos em regras que restrinjam a escolha do tema de investigação ou do tópico de
pesquisa, mas nos alinhamos com aqueles que pensam que a contribuição desse trabalho será mais
substancial na medida em que atender e três critérios fundamentais: a) originalidade; b) relevância; e c)
viabilidade.
O MODISMO E O NOVO
Na escolha do tema de pesquisa o aluno de Educação Física deve na medida do possível estar
vacinado contra o modismo e o fascínio do novo. Muitos têm sido os exemplos de modismo em nossa área,
onde já fomos alcançados pelas ondas do aerobismo, da somatotipia, do anaerobismo, do talento esportivo
e mais recentemente do trabalho de força elástica. É evidente que muitas contribuições que as tenham
adotado como linha de pesquisa nos deixam sérias suspeitas da influência negativa dos “modismos”.
Outro indicador é o caso dos pesquisadores de um trabalho só. Inúmeros jovens pesquisadores têm
apresentados brilhantes contribuições em sua publicação inicial sobre o tema. Depois, quando poderíamos
esperar um trabalho ainda mais profundo no mesmo tema, notamos que o tópico inicial foi abandonado. A
estes chamamos de “pesquisadores de um trabalho só”. Claro está o respeito à diversificação de
interesses, mas não poderíamos deixar de incentivar a busca constante da verdade em uma mesma área.
Temos que lutar por uma maturidade intelectual maior do pesquisador. Há um tempo em tudo: um tempo
para amadurecer, para se gerar, para se construir sobre alguma coisa.
Pode as vezes parecer um cuidado exagerado estarmos mencionando essas perguntas, como
básicas para profissionais que se dedicam a esta área. Mas, não raro, temos observado professores que
estão aplicando um teste de corrida de 12 minutos e que, argüidos sobre o objetivo da avaliação respondem
prontamente que “estão medindo o Cooper”? Poucos são aqueles que respondem que estão fazendo uma
estimativa da capacidade cardio-respiratória aeróbia porque essa é uma variável fundamental de aptidão
física para que, por exemplo, se possa prescrever a intensidade de treinamento ou para analisar os efeitos
de algum tipo de treinamento.
MEDIDAS AMOSTRA
PARAMÉTRICAS NÃO PARAMÉTRICAS
Tendência central Média Mediana
Variabilidade S, Z Percentual, quartil
Correlação R Pearson Spearman Rho, r2
Comparação de médias
2 amostras independentes t grupos independentes Mann-Whitney U
2 amostras dependentes t pareado Wilcoxon Matoned Pairs
2 amostras independentes ANOVA one way Kruskall-Walns
2 amostras dependentes ANOVA two way Fnedman
Plágio – significa utilizar as idéias, escritos e projetos de outros como se fossem seus. Certamente,
isso é completamente inaceitável no processo de pesquisa. O plágio acarreta penas severas em todas as
instituições. Um pesquisador que plagia o trabalho carrega um estigma por toda a vida em sua profissão.
Nenhuma recompensa vale o risco envolvido.
Ocasionalmente um estudante de graduação ou membro de corpo docente pode ser
inadvertidamente envolvido em plágio. Isso geralmente ocorre em trabalhos realizados em co-autorias. Se
um autor plagia o material, o outro pode ser igualmente punido, mesmo que ele não tenha consciência do
plágio. Embora não exista meios de proteção infalíveis (exceto não trabalhar com mais ninguém), nunca
permita que um trabalho, com seu nome seja apresentado (ou revisado), a menos que você o tenha visto
em sua forma final.
Na escrita científica, originalidade também é importante. Uma prática comum é circular pré-
impressos e rascunhos de artigos entre estudiosos (os quais são freqüentemente compartilhados com
estudantes de pós-graduação) que são conhecidos por trabalhar em uma área específica. Se idéias,
métodos, descobertas e assim por diante, são emprestados destes, os créditos apropriados devem sempre
ser dados.
Por exemplo, uma estudante de doutorado que conhecemos estava coletando dados sobre a
economia da corrida em uma situação de campo. Os sujeitos retornaram várias vezes para serem filmados
enquanto repetiam uma corrida de passadas com comprimentos e velocidades variadas. No terceiro dia de
teste um sujeito do sexo masculino executou a corrida de forma errática. Quando a pesquisadora o
questionou, descobriu que ele havia saído para beber com seus amigos até muito tarde e que ele estava
realmente debilitado. É claro, ela sabiamente descartou os dados e programou para este sujeito uma outra
corrida para alguns dias mais tarde. Se ela não tivesse notado a natureza incomum de sua performance e o
questionado cuidadosamente, teria incluído dados que provavelmente teriam desviado seus resultados
porque o sujeito não estava aderindo aos acordos prévios sobre as condições de estudo.
Retenção e armazenamento inadequados de dados – Os dados devem ser armazenados e
mantidos conforme foram registrados originalmente e não devem ser alterados. Todos os registros originais
devem ser mantidos de forma que os dados originais estejam sempre disponíveis para análise.
2. ESCALAS DE MEDIDA
Para realizarmos a análise de um conjunto de resultados é essencial possuirmos esses dados
expressos numericamente e classificados em escalas de medida. Essas escalas podem ser classificadas
em três categorias principais:
Nível Nominal: Consiste em classificar os Nível Ordinal: Consiste na ordenação dos
indivíduos em categorias, devendo cada indivíduo indivíduos em função do grau que apresentam em
pertencer a uma única categoria. determinada característica.
Por exemplo: No campeonato estadual de Por exemplo: Em uma prova de atletismo a
Voleibol tivemos a participação de 45 equipes, classificação final foi:
sendo:
CATEGORIA NÚMERO DE EQUIPES ATLETA POSTO
Mirim 15 A 1.0
Infantil 12 B 2.0
Juvenil 10 C 3.0
Adulto 08 D 4.0
TOTAL 45 E 5.0
Ao quantificarmos os nossos dados em um dos três níveis de mensuração citados acima é que
deveremos empregar a Estatística como um instrumento de descrição e decisão.
O próprio conceito de Estatística propõe nosso primeiro passo que será a coleta de dados.
4. COLETA DE DADOS
Inicialmente vamos levantar um problema para estudo:
"Um professor de Educação Física deseja fazer um estudo sobre a força de membros inferiores de
seus alunos, resolvendo portanto aplicar o teste de impulsão vertical, com o objetivo de medir indiretamente
a variável força."
Determinada a natureza do nosso estudo, passaremos a coleta dos dados.
O teste deverá ser aplicado a todos os alunos? Ou poderemos aplicá-lo a uma classe ou grupo de
alunos atribuindo depois esses resultados aos outros alunos?
Dúvidas como estas são comuns e para responder a essas perguntas, precisamos primeiramente
definir o que vem a ser População e Amostra:
População: É um conjunto total de elementos que apresentam pelo menos uma característica
comum.
Amostra: É uma parte da população extraída da mesma segundo uma regra conveniente.
Na situação problema levantada anteriormente a população seria o conjunto de todos os alunos do
professor, sendo que ele poderá aplicar o teste de impulsão vertical em apenas um grupo de alunos que
irão constituir a amostra. Mas como selecionar os elementos que irão compor a amostra.
Existem vários métodos para se determinar a amostra ideal de uma população, de modo que as
conclusões sobre esta amostra sejam válidas também para a população. Veremos a seguir alguns deles:
Amostras não casuais: Quando fazem parte da amostra apenas os elementos de conveniência do
pesquisador.
Assim sendo, em nosso exemplo, o professor escolheria apenas os alunos "altos", por considerar que
a variável altura exerce influência no resultado do teste de impulsão vertical.
Esta técnica de amostragem não irá representar a realidade da população do professor, pois ele não
possui apenas alunos altos.
Amostras casuais ou aleatórias: Quando cada membro da população tem igual oportunidade de
fazer parte da amostra.
Essa característica da amostragem casual implica em que todos os elementos da população sejam
identificados, o que poderá ser feito através de uma listagem completa com o nome de todos os alunos e
em seguida, sortear os elementos que irão compor a amostra.
Quantos alunos deverão fazer parte da amostra?
Os métodos estatísticos estabeleceram que uma amostra será considerada grande se tiver 30
elementos ou mais e pequena se este número for inferior a 30.
Portanto, o professor poderá sortear 30 alunos ou mais e em seguida aplicar o teste da impulsão
vertical.
O processo de seleção da amostra é de importância vital para que as conclusões obtidas da amostra,
possam ser válidas também para a população da qual foram extraídas (inferência).
Os valores obtidos nas observações são denominadas variáveis e podem ser classificadas em dois
tipos:
Variáveis Contínuas: São aquelas que podem assumir infinitos valores em um intervalo fechado e
possuem como característica as medições. Por exemplo: o peso, a altura. a velocidade, a impulsão e o
consumo de oxigênio.
Portanto em nossa situação problema, estamos trabalhando com uma variável contínua.
Após a coleta de dados, o passo seguinte será transformar esses dados brutos em um conjunto-
resumo que nos permitira entender melhor os resultados encontrados.
42 40 43 40 45 44 43 42 43 45 43 44 45 43 41
42 45 44 48 45 46 43 47 41 45 43 46 41 48 47
Através da tabela de freqüência podemos observar Tabela 2 - Valores médios de Altura (cm) de escolares da
que a maioria dos alunos saltou entre 43 e 45 cm. rede estadual de ensino
A apresentação dos resultados encontrados por um IDADE MASCULINO FEMININO
ou mais grupos após a aplicação de um teste 10 134,13 138,22
11 142,15 143,73
também pode ser feita através de uma tabela
12 149,57 149,63
(Tabela 2). 13 155,24 155,92
Em muitos casos uma representação gráfica nos dá uma informação mais clara de um conjunto de
resultados, além de ser uma complementação importante da forma tabular.
Entre os vários tipos de representações gráficas, o gráfico de barras (Gráficos 1 e 2) são os mais
utilizados.
O gráfico linear (Gráfico 3) é mais empregado quando queremos dar noção de continuidade dos
dados ou representar resultados de trabalhos longitudinais.
Os processos gráficos nos mostram a diversificação de delineamento que pode ocorrer numa
distribuição de freqüências.
Certas formas de curvas se apresentam simétricas (Figura 1) onde notamos, por exemplo, uma
curva suave em forma de sino, sendo seu aspecto mais marcante o fato de que se "dobrássemos" a curva
em seu ponto mais central, daríamos origem a duas metades idênticas. Esse tipo de curva caracteriza
também uma distribuição denominada normal ou paramétrica que é de grande importância para o estudo e
desenvolvimento de métodos estatísticos.
A não distribuição dos dados ao redor do centro da curva dará origem a uma distribuição denominada
assimétrica ou não paramétrica (Figura 2).
A forma ou aspecto de uma distribuição é de importância fundamental na escolha dos métodos
estatísticos a serem utilizados na análise de um conjunto de resultados.
Mediana (Md): A mediana é definida como o valor que divide a distribuição de freqüência em duas
partes iguais. Trata-se de uma medida muito utilizada quando temos uma distribuição de freqüência
assimétrica (não paramétrica).
Para a determinação da mediana devemos, inicialmente, ordenar os dados na forma crescente ou
decrescente.
Consideremos os seguintes valores:
Número par de resultados:48, 50, 51,54
A posição da mediana será determinada pela seguinte No exemplo ao lado teremos:
fórmula:
N + 1 sendo N - número total de dados N + 1 = 4 + 1 = 2,5
2 2 2
ou seja, a mediana será dada pela média aritmética dos Número ímpar de resultados: sendo a série
valores que estão entre a 2a. e a 3a. posições. de dados:28, 30, 31, 33, 34; a posição da
mediana será:
Md = 50 + 51 = 101 Md = 50,5 N+1=5+1= 6 = 3
2 2 2 22 2
A posição da mediana é determinada por: Portanto, a mediana vem a ser o valor que se
N + 1 = 30 + 1 = 15,5 encontra entre a 15a. e 16a. posição:
2 2 Md = 43 + 44 = 87 = 43,5
2 2
Um aspecto característico da determinação da mediana é por ela só determinar o valor que divide a
distribuição de dados ao meio, não sofrendo influência dos valores extremos da mesma.
_
Média Aritmética (X): É considerada a medida de tendência central mais importante, por possibilitar
uma análise estatística mais avançada, tais como, os testes para tomada de decisões (teste de hipótese,
análise de variância).
O cálculo da média, quando os dados forem apresentados através de uma tabela de freqüência será
dado pela seguinte fórmula:
_ _
X = Σ xf X....................- média
N x ....................- resultado qualquer de um conjunto de dados
xf ...................- produto entre um resultado e a freqüência com que ocorreu
Σ xf ................- soma dos produtos
Comparação entre Moda, Mediana e Média Aritmética: Quando utilizar a média, a mediana ou a
moda?
Esta certamente é uma dúvida que surge no momento em que devemos escolher a medida de
tendência central que devemos empregar.
Para a escolha da medida indicada, além do objetivo do trabalho, devemos levar em conta os níveis
de mensuração e a forma da distribuição.
7. MEDIDAS DE DISPERSÃO
As medidas de tendência central fornecem apenas uma visão do conjunto de dados mas não nos
permite por exemplo, analisar a distância do resultado de um elemento do grupo em relação à sua média.
Como poderemos afirmar que o aluno que saltou 42 cm tem menor força de membros inferiores do
que o aluno que saltou 44 cm?
Tal fato demonstra que necessitamos, além da medida de tendência central, de um índice que
indique o grau de dispersão dos resultados em torno da média. Este índice é determinado através das
medidas de dispersão.
S± - desvio padrão
_
x-X - diferença entre cada resultado e a média do grupo.
S = √ Σ (x - X)2
N (x - X)2 - quadrado da diferença
_
Σ (x - X)2 - soma dos quadrado
N - total de dados.
S = √ Σ (x - X)2 S = √ 2,395
n 5
S = 0,69
_ S - desvio padrão
S = Σ x2 f - X2 x2 - cada resultado elevado ao quadrado
N Σ x2 f - soma dos produtos entre o quadrado de cada resultado e a sua
_ freqüência.
X2 - média do quadrado.
x f x2 x2 f S = √ Σ x2 f - X2
40 2 1600 3200 N
41 3 1681 5043
42 3 1764 5292 S = √ 57695 - (43,8)2
43 7 1849 12943 30
44 3 1936 5808
45 6 2025 12150 S = √ 1923,3 - 1918,44
46 2 2116 4232
47 2 2209 4418 S = √ 4,69
_
X = 43,8 Σ= 57694 S = 2,17
Através da média e do desvio padrão poderemos construir um intervalo denominado intervalo médio
que nos indicará os elementos que obtiveram resultados considerados médios.
Os dois grupos apresentaram o mesmo resultado médio, porém o desvio padrão do grupo B foi
menor que o do grupo A, portanto podemos afirmar que o grupo B, em relação ao teste foi mais homogêneo
que o grupo A.
Concluímos que: "Quanto menor o desvio padrão maior a homogeneidade do grupo".
8. TESTE DE HIPÓTESE
"Será que minha equipe melhorou sua velocidade durante esta temporada!"
"Será que a impulsão vertical de meus alunos é maior que a dos alunos de um outro colégio?"
Perguntas como estas, comuns a todos os profissionais da área de Educação Física ou treinamento
desportivo, ficam na maioria das vezes sem respostas, devido a falta de conhecimento da Estatística, em
um plano mais profundo.
A escolha do método estatístico adequado a uma determinada "situação problema" depende, além do
bom senso do pesquisador, de um treinamento conveniente em tais técnicas, pois os cálculos estatísticos
podem ser realizados, perfeitamente, pelos computadores ou mesmo pelas calculadoras "de bolso", mas a
decisão da escolha do método cabe somente ao pesquisador.
Neste capítulo vamos abordar apenas o método estatístico que nos permitirá comparar médias de
duas amostras, já que esta será de grande utilidade após a aplicação de um teste, pois permitirá ao
avaliador comparar os resultados encontrados em sua amostra com os resultados de um outro grupo.
pode ser:
→ significativa, indicando que a equipe B possui melhor resultado médio no teste, ou
→ produto de um erro amostral.
Este aspecto é de fundamental importância na teoria da decisão estatística e gostaríamos de lembrar
que uma diferença entre duas médias amostrais pode ser explicada pela ocorrência da:
→ existência de uma real diferença entre as médias das populações de onde foram extraídas as
amostras; ou
→ interferência de um erro de amostragem.
O teste de hipótese, portanto, é utilizado para solucionarmos situações como essa, sendo
fundamentado na existência de duas hipóteses:
Ho: hipótese nula ou hipótese inicial: que afirma terem as duas médias sido extraídas da mesma
população, ou seja, que a diferença observada entre as amostras será considerada como resultado de erro
amostral ou mera ocorrência casual.
He: hipótese experimental: que rejeitará a hipótese nula, afirmando a existência de uma real
diferença entre as duas médias amostrais. A hipótese experimental (He) estabelece que a diferença
A professora gostaria de apurar se suas alunas possuem, na realidade, menor impulsão vertical que
a média das meninas da mesma idade.
Inicialmente, devemos determinar, as duas hipóteses do nosso problema:
_ _
Ho: X1 = X2 - hipótese inicial - não existem diferenças entre as médias.
_ _
He: X1 ≠ X2 - hipótese experimental - existe diferenças significativas entre as médias
das duas amostras.
O processo de aplicação do teste de hipótese consiste na determinação dos seguintes passos:
Além dos graus de liberdade, deveremos estabelecer previamente um nível de confiança ou nível de
significância, que representará a probabilidade com que a hipótese nula possa ser rejeitada com confiança.
Na prática, é usual a adoção de um nível de significância de 0,05 ou 0,01, embora outros valores
possam ser usados.
Se, por exemplo, é escolhido o nível de significância 0,01 ou 1%, isto significa que existe 1 chance
em 100, de que a diferença amostral encontrada se deva a um erro de amostragem. Ou seja, podemos
afirmar com 99% de confiança que essa diferença amostral existe e é real. Caso seja adotado o nível de
0,05, teremos uma porcentagem de erro de 5%, ou seja, poderemos afirmar com 95% de certeza que as
médias diferem.
Os níveis de significância são representados por ∝ = 0,05 ou ∝ = 0,01.
Determinados os graus de liberdade e os níveis de gl = 58
significância passaremos ao uso da tabela de valores de "t" para o ∝ = 0,05 t0,05 = 2,00
nosso exemplo: ∝ = 0,01 t0,01 = 2,660
Portanto o resultado médio apresentado pelas alunas do colégio A foi inferior ao resultado
apresentado pelas escolares de 12 anos da rede oficial de ensino. Tal fato indica que a professora deverá
desenvolver um trabalho visando melhorar a força de membros inferiores de suas alunas.
Amostras independentes com número de elementos diferentes: Vamos supor que um técnico de
voleibol deseja comparar o resultado médio de um teste de 50 metros com o resultado médio apresentado,
no mesmo teste, por uma equipe de basquetebol.
_ _
X1 = 7,6 segundos - resultado da equipe X2 = 7,2 segundos - resultado médio da equipe
S1 = 0,41 de voleibol S2 = 0,56 de basquetebol
N2 = 12 N2 = 10
O técnico gostaria de saber se, na realidade, sua equipe possui menor velocidade que a equipe de
basquetebol.
Teremos então, a hipótese inicial:
_ _ _ _
Ho: X1 = X2 e a hipótese experimental He: X1 ≠ X2
t = 1,82
Amostras Dependentes: O teste de hipótese para duas amostras dependentes caracteriza-se pela
comparação de duas médias, pertencentes a uma mesma amostra, em um mesmo teste, realizado em
momentos distintos: teste de reteste.
Para ilustrarmos, passo a passo, o procedimento para a situação comparativa (antes e depois),
vamos levantar o seguinte problema:
"Um técnico de basquetebol deseja comparar os resultados médios de um teste cicloergométrico
realizado pela sua equipe ao início da fase de treinamento (1o teste) e após dois meses (2o teste)."
O resultado de cada atleta foi o seguinte:
ATLETAS x1 x2 x1 - x2 D2
1.............................. 48 .............................52 .............................-4 ........................... 16
2.............................. 40 .............................42 .............................-2 ............................. 4
3.............................. 42 .............................44 .............................-2 ............................. 4
4.............................. 46 .............................46 ............................ 0............................. 0
5.............................. 54 .............................52 ............................ 2............................. 4
6.............................. 48 .............................48 ............................ 0............................. 0
7.............................. 57 .............................49 .............................-2 ............................. 4
8.............................. 50 .............................53 .............................-3 ............................. 9
9.............................. 48 .............................50 .............................-2 ............................. 4
10 ............................. 51 .............................52 .............................-1 ............................. 1
∑ = 46
x1 - resultado do 1o teste _
X1 = 47,4 ml.kg-1.min.-1
x2 - resultado do 2o teste _
X2 = 48,8 ml.kg-1.min.-1
O objetivo do técnico ao analisar as médias apresentadas pela equipe (1o. teste e 2o. teste) é determinar
se a equipe melhorou ou não seu consumo de oxigênio após dois meses de treinamento.
_ _ _ _
Nossa hipótese inicial será Ho: X1 = X2 e a hipótese experimental He: X1 ≠ X2
Os passos para aplicação do teste de hipótese serão os seguintes:
o
1 Passo: Cálculo do desvio padrão da diferença: 2o Passo: Cálculo da razão "t"
S = √∑ D2 - (X1 - X2)2 t = X1 - X2 x (√ N - 1)
N S
S = √ 46 - (47,4 - 48,8)2 t = 47,4 - 48,8 x 3
10 1,62
S = 1,62 t = - 2,59
3o Passo:Determinação do valor de "t" na Tabela 1 4o Passo: Comparação da razão "t" calculada com
gl = N - 1 N - refere-se ao tamanho da o valor de "t" tabelado
amostra e não ao número total t (Calculado) = -2,59
de resultados t 0.05 = 2,262
gl = 10 - 1 gl = 9 t 0,01 = 3,250
∝ = 0,05 t 0,05 = 2,262
∝ = 0,01 t0.01 = 3,250
A comparação entre o "t" calculado e o "t" tabelado é feita em módulo, ou seja, não precisamos nos
preocupar quando o t calculado for negativo, pois o módulo será positivo. Portanto neste exemplo, "t"
calculado é maior que "t" tabelado (t 0,05), e assim rejeitamos Ho e concluiremos que os resultados médios
apresentados pela equipe no 1o e 2o teste diferem significativamente. Podemos afirmar com 95% de
confiança, que a equipe melhorou o consumo de oxigênio no 2° teste.
Gráfico 1 Gráfico 2
Teste de Impulsão Vertical - resultados Teste de 50 m - resultados de esportistas
f
Seg.
M
7
F
6
9
5
4
8
3
2
7
1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 cm
Voleibol Basquetebol Natação
Gráfico 3
Relação entre idade e altura
180
170
160
150
140
130
10 11 12 13 14 15 16 17 18 idade
9. CORRELAÇÃO
A existência, ou não, de uma relação entre duas variáveis é sempre motivo de indagação a todos
aqueles que se interessam por uma análise científica do esporte.
Sabemos que o peso e altura são variáveis correlacionadas, pois, quanto mais alta a pessoa, maior
tende a ser seu peso. Existem, porém, exceções à regra; pois algumas pessoas baixas possuem peso
maior,
Devemos lembrar, no entanto, que a existência de uma relação ou associação entre duas variáveis,
não indica obrigatoriamente uma relação causa-efeito.
As correlações variam com respeito a sua força e sentido.
Quanto ao sentido a correlação pode ser classificada em: positiva ou negativa.
Em uma correlação positiva os indivíduos que obtêm altos valores em uma determinada variável (X)
tendem a obter, também, altos valores em uma outra variável (Y).
Se tomarmos, por exemplo, a relação existente entre idade e peso, teremos representada uma
correlação positiva, pois aumentando a idade, a tendência é o indivíduo aumentar o peso, pelo menos até
certa época da vida.
A correlação negativa indica que indivíduos com altos valores na variável (X), tendem a ter baixo
valores na variável (Y).
Podemos citar por exemplo a relação entre a distâncias coberta em 40 segundos e o tempo no teste
de corrida de 50 metros.
Tal coeficiente de correlação (r) consiste de um valor que varia de : - 1,0 + 1,0, sendo sua
interpretação feita através da seguinte escala:
Esta classificação é válida tanto para valores positivos como valores negativos; assim sendo, um r = -
0,40 representa uma correlação negativa moderada enquanto que para um r = + 0,80 teremos uma
correlação positiva alta.
Podemos observar que uma correlação de - 0,10 e + 0,10 tem a mesma força, só variando em
relação ao sentido, e quanto mais próximo de 1,0, em ambos os sentidos, maior será a sua força.
r= N . ∑ XY - (∑ X) . (∑ Y)
√ [N . ∑ X2 - (∑ X)2 ] . [N . ∑ Y2 - (∑ Y)2 ]
Para uma aplicação prática do cálculo do coeficiente de correlação vamos supor o seguinte exemplo:
“Um técnico de voleibol deseja saber se existe uma relação entre os resultados de um teste de
impulsão vertical e altura de bloqueio de seus atletas”.
Portanto concluímos que as variáveis: altura de bloqueio e impulsão vertical possuem uma relação
positiva alta.
Em outras palavras, os atletas que apresentaram altos valores no teste de impulsão vertical tenderam
também a apresentar resultados elevados quanto a altura do bloqueio.
O coeficiente de correlação de PEARSON nos dá uma medida precisa da força e do sentido da
correlação existente entre as variáveis, na amostra estudada. Se tivermos extraído uma amostra aleatória
de uma particular população, poderemos ainda querer verificar se associação obtida entre X e Y existe de
fato na população, e não resulta meramente de erro amostral.
Para testarmos a significância do r calculado podemos consultar a tabela 2, onde figura uma lista de
valores significantes do r de PEARSON aos níveis de significância de 0,05 e 0,01.
A primeira coluna refere-se aos graus de liberdade que será determinado por:
gl = N - 2 sendo N - o número de pares de resultados
Como r (calculado) é maior que o valor de r para 0,01 concluímos que nossos resultados sugerem a
existência de correlação entre “impulsão vertical” e “altura do bloqueio” também para a população, sendo
esta afirmação feita com 99% de confiança.
8
40
30
7
20
40 50 60 70 kg
Tabela 1 - Valores de “t” aos níveis de Tabela 2 - Valores do coeficiente de correlação para os
significância de 0,05 e 0,01 níveis de 0,05 e 0,01
gl 0,05 0,01 gl 0,05 0,01 gl 0,05 0,01 gl 0,05 0,01
01 12,702 63,657 18 2,101 2,878 01 0,99692 0,999877 16 0,4683 0,5897
02 4,303 9,925 19 2,093 2,861 02 0,95000 0,990000 17 0,4555 0,5751
03 3,182 5,841 20 2,086 2,845 03 0,8783 0,95873 18 0,4438 0,5614
04 2,771 4,604 21 2,080 2,831 04 0,8114 0,91720 19 0,4329 0,5487
05 2,571 4,032 22 2,074 2,819 05 0,7545 0,8745 20 0,4227 0,5368
06 2,447 3,707 23 2,069 2,807 06 0,7067 0,8343 25 0,3809 0,4869
07 2,365 3,499 24 2,064 2,797 07 0,6664 0,7977 30 0,3494 0,4487
08 2,306 3,355 25 2,060 2,787 08 0,6319 0,7646 35 0,3246 0,4182
09 2,262 3,250 26 2,056 2,779 09 0,6021 0,7348 40 0,3044 0,3932
10 2,228 3,169 27 2,052 2,771 10 0,5760 0,7079 45 0,2875 0,3721
11 2,201 3,106 28 2,048 2,763 11 0,5529 0,6835 50 0,2732 0,3541
12 2,179 3,055 29 2,045 2,756 12 0,5324 0,6614 60 0,2500 0,3248
13 2,160 3,012 30 2,042 2,750 13 0,5139 0,6411 70 0,2319 0,3017
14 2,145 2,977 40 2,021 2,704 14 0,4973 0,6226 80 0,2172 0,2830
15 2,131 2,947 60 2,000 2,660 15 0,4821 0,6055 90 0,2050 0,2673
16 2,120 2,921 120 1,980 2,617
17 2,110 2,898 oo 1,960 2,576
Expoentes: Os expoentes são números escritos acima e imediatamente após um número de base,
indicando o número de vezes que o número de base será multiplicado por ele mesmo, para se obter o
resultado: 52 = 5 x 5 = 25 33 = 3 x 3 x 3 = 27
Como (-5) multiplicado por ele mesmo também é igual a 25, (-5) também é a raiz quadrada de 25. As
notações abaixo são usadas, algumas vezes, para indicar que as raízes quadradas podem ser tanto
positivas quanto negativas: √ 25 = ± 5 √9 = ±3
Ordem das Operações: Quando um cálculo compreende mais do que uma operação simples, uma
série de regras devem ser usadas para se obter o resultado correto. Estas regras estão resumidas a seguir:
1. A adição e a subtração tem prioridade igual; estas operações são resolvidas da esquerda para a
direita quando ocorrem em uma equação:
7–3+5=4+5=9
5 + 2 – 1 + 10 = 7 – 1 + 10 = 6 + 10 = 16
4. Quando se usam parênteses ( ), colchetes [ ] OU chaves { }, as operações que estão dentro deles são
executadas primeiro, antes que as regras de prioridade sejam aplicadas:
2 x 7 + (10 - 5) = 2 x 7 + 5 = 14 + 5 = 19
20 ÷ (2 + 2) - 3 x 4 = 20 ÷ 4 - 3 x 4 = 5 - 3 x 4 = 5 - 12 = -7
Percentagens: Uma percentagem é uma parte O número 29,6 é 37% de 80. Se você deseja determinar
de 100. Desta forma, 37% representam 37 que porcentagem do número 55 é igual a 42, multiplique
partes de 100. Para encontrar 37% de 80, a fração por 100%: 42 x 100% = 76,4%
multiplique o número 80 por 0,37: 55
80 x 0,37 = 29,6
Capítulo VIII
O ÍNDICE Z
Para tornar mais operacional este tipo de
Convém sempre colocar o sinal + antes do resultado, para indicar o sentido de proporcionalmente
maior. Assim, nossa atleta tem o diâmetro bitrocanteriano proporcionalmente maior do que o Modelo.
Vamos analisar agora o comprimento de membro superior de um voleibolista, cuja estatura é de
193,5cm. O comprimento de qualquer segmento corporal é expresso pela diferença entre a altura do ponto
anatômico superior e a altura do ponto anatômico inferior. No caso, medimos com o antropômetro 158,5cm
para a altura acromial e 76,l cm para a altura dactiloidal, as duas medidas tomadas no lado direito, de
acordo com as normas propostas pelo Comitê Internacional de Cineantropometria. O comprimento do
Para o membro superior do Modelo o valor é 75,95cm, com desvio de 3,64cm. A altura do vértex, já
sabemos, é 170,18cm. Assim teremos:
O sinal negativo indica que o atleta tem um comprimento de braço proporcionalmente menor do que o
Modelo. Estes dois exemplos nos dão uma idéia exata de proporcionalidade. A ginasta, embora pequena,
tem seu diâmetro bitrocanteriano proporcionalmente maior do que o Modelo, enquanto o jogador de vôlei,
embora muito alto, tem seu membro superior proporcionalmente menor do que o Modelo.
1. COMPONENTES DO
SISTEMA
CARDIOVASCULAR
O sistema
cardiovascular é um
circuito vascular contínuo,
formado por uma bomba,
um circuito de distribuição
de alta pressão, canais de
permuta e um circuito de
coleta e retorno de baixa
pressão. Uma visão
esquemática desse
sistema é apresentada na
Fig. 1.
Coração: O coração proporciona o impulso para o fluxo sangüíneo. Fica localizado na parte centro -
mediana da cavidade torácica, com aproximadamente dois terços de sua massa à esquerda da linha média
do corpo. Embora esse órgão muscular com quatro câmaras pese menos de 0,5 kg, consegue bater tão
constante e poderosamente que a força gerada durante seus 40 milhões de batimentos por ano poderia
levantar seu proprietário até 160.000 m acima da terra. Mesmo para uma pessoa de aptidão média, o
rendimento máximo do sangue proveniente desse órgão extraordinário é maior que o rendimento do líquido
proveniente de uma torneira caseira totalmente aberta.
O músculo cardíaco, ou miocárdio, é um tipo de músculo estriado semelhante ao músculo
esquelético. As fibras individuais, porém, são células multinucleadas interligadas à maneira de uma treliça.
Consequentemente, quando uma célula é estimulada ou despolarizada, os potenciais de ação se espalham
através do miocárdio para todas as células, fazendo o coração funcionar como uma unidade.
1. SISTEMA ARTERIAL
Artérias: As artérias são os tubos de alta pressão que conduzem o sangue rico em oxigênio para os
tecidos. As artérias são formadas por camadas de tecido conjuntivo e músculo liso. As paredes desses
vasos são tão espessas que não se processa qualquer permuta gasosa entre o sangue arterial e os tecidos
circundantes. O sangue bombeado a partir do ventrículo esquerdo para dentro da aorta de paredes
bastante musculares, porém elásticas, acaba sendo distribuído por todo o corpo, através de ramos arteriais
menores denominados arteríolas. As paredes das arteríolas são formadas por camadas circulares de
músculo liso que se contraem ou se relaxam para regular o fluxo sangüíneo periférico. A capacidade
desses "vasos de resistência" alterarem drasticamente seu diâmetro interno é que proporciona um meio
rápido e eficiente de regular o fluxo sangüíneo através do circuito vascular. Essa função de redistribuição é
particularmente importante durante o exercício, pois o sangue pode ser desviado para os músculos ativos, a
partir de áreas cujo suprimento sangüíneo pode ser comprometido temporariamente sem conseqüências
adversas.
Pressão Arterial: Uma onda de sangue penetra na aorta a cada contração do ventrículo esquerdo.
Como os vasos periféricos não permitem que o sangue "escoe" do sistema arterial tão rapidamente como é
ejetado do coração, parte do sangue bombeado pelo coração é "armazenada" na aorta. Isso cria uma certa
pressão dentro de todo o sistema arterial e acarreta uma onda de pressão que se desloca da aorta até os
ramos mais afastados da árvore arterial. Essa distensão e o subsequente recuo elástico da parede arterial
durante um ciclo cardíaco podem ser percebidos prontamente sob a forma de "pulso" característico em
qualquer artéria superficial do organismo. Nos indivíduos sadios, a freqüência do pulso e a freqüência
cardíaca são idênticas.
Pressão Sistólica: Em repouso, a pressão mais alta gerada pelo coração costuma ser de
aproximadamente 120 mm Hg durante a contração, ou sístole, do ventrículo esquerdo. O ponto de
referência para essa mensuração costuma ser a artéria braquial, com o braço colocado no nível do átrio
direito. A pressão sistólica permite fazer uma estimativa do trabalho do coração e da tensão que agem
contra as paredes arteriais durante a contração ventricular. A medida que o coração se relaxa e as válvulas
aórticas se fecham, a retração elástica natural do sistema arterial proporciona uma cabeça de pressão
contínua, capaz de manter um fluxo constante de sangue para a periferia, até a próxima onda de sangue.
Terceira etapa: À medida que a pressão no manguito cai cada vez mais, sons distintos continuam sendo
ouvidos quando o sangue flui através da artéria por períodos mais longos do ciclo cardíaco. A pressão na
artéria quando os sons desaparecem constitui a pressão diastólica.
Pressão Média: As pressões sistólica e diastólica médias para adultos jovens em repouso são de
aproximadamente 120 e 80 mm Hg, respectivamente. Como o coração se mantém em diástole por mais
tempo que em sístole, a pressão arterial média é ligeiramente menor que a simples média das pressões
sistólica e diastólica. Assim sendo, a pressão arterial média em adultos jovens sadios em repouso é de
aproximadamente 96 mm Hg. Essa pressão representa a força média exercida pelo sangue contra as
paredes das artérias durante todo o ciclo cardíaco.
Retorno Venoso: A baixa pressão do sangue venoso cria um problema especial, que é resolvido
parcialmente por uma característica peculiar das veias. As válvulas membranosas finas semelhantes a
abas, distribuídas a pequenos intervalos dentro da veia, permitem um fluxo sangüíneo unidirecional de
retorno ao coração. Como o sangue venoso está sob uma pressão relativamente baixa, as veias são
comprimidas facilmente pelas mínimas contrações musculares ou até mesmo pelas menores alterações da
pressão dentro da cavidade torácica durante o ato da respiração. Essa compressão e relaxamento
alternados das veias, assim como a ação unidirecional de suas válvulas, proporcionam uma ação de
"ordenha" semelhante à ação do coração. A compressão das veias comunica uma quantidade considerável
de energia para o fluxo sangüíneo, enquanto a "diástole" desses vasos faz com que possam encher-se
novamente, à medida que o sangue se desloca para o coração. Se não existissem válvulas nesses vasos, o
sangue tenderia a estagnar, como ocorre às vezes nas veias das extremidades, e as pessoas desmaiariam
cada vez que ficassem de pé, em conseqüência de uma redução no fluxo sangüíneo cerebral.
As veias não são meramente tubos passivos. Em repouso, o sistema venoso normalmente contém
cerca de 65% do volume sangüíneo total; consequentemente, as veias são consideradas como vasos de
capacitância e funcionam como reservatórios de sangue. Um ligeiro aumento na tensão ou no tônus da
camada muscular lisa altera o diâmetro da árvore venosa e produz uma redistribuição significativa e rápida
do sangue da circulação venosa periférica para o volume sangüíneo central que retorna ao coração. Isso
empresta ao sistema venoso um papel muito importante como reservatório sangüíneo ativo, tanto para
retardar quanto para fornecer sangue à circulação sistêmica.
O rendimento (débito) é uma mangueira, uma bomba ou uma torneira pode ser determinado
facilmente. Basta abrir a válvula, recolher e medir o volume de líquido ejetado e registrar o tempo. No
entanto, não é esse o caso na medição do débito cardíaco. Mesmo que se aplicasse esta técnica direta, a
ruptura do principal vaso condutor desse débito no sistema circulatório fechado por si só alteraria
drasticamente o rendimento (débito). Entretanto, com os progressos feitos na área de engenharia
biomédica, fluxômetros eletromagnéticos e ultra-sônicos podem ser implantados cirurgicamente ao redor de
uma artéria principal no circuito vascular. Por motivos óbvios, essa técnica costuma ficar limitada à pesquisa
animal e comporta pouca aplicação em um ambiente típico de exercício com seres humanos sadios. Os
métodos diretos de Fick com diluição do indicador e a reinalação de CO2 são usados comumente nas
mensurações feitas em seres humanos.
Método Direto de FICK: O débito cardíaco pode ser computado quando se conhece o consumo de
oxigênio de uma pessoa durante um minuto e a diferença média entre o conteúdo em oxigênio do sangue
arterial e o venoso misto (diferença a-v O2). Assim sendo, a questão a ser respondida é: quanto sangue
deve ter circulado durante um minuto para ser responsável pelo consumo de oxigênio observado, na
vigência da diferença a-v O2 observada? A fórmula que enuncia a relação entre débito cardíaco, consumo
O princípio de Fick para determinar o débito cardíaco está ilustrado abaixo. Nesse exemplo, 250 ml
de oxigênio são consumidos durante um minuto em repouso e a diferença a-VO2, durante esse período é,
em média, de 5 ml de oxigênio por 100 ml de sangue. Substituindo esses valores na equação de Fick:
Embora o princípio de Fick seja simples, a medida real do débito cardíaco por essa técnica é
complexa e, habitualmente, se limita aos eventos clínicos em que os benefícios da mensuração
ultrapassam qualquer risco potencial. A medida do consumo de oxigênio se baseia nos métodos de
espirometria com circuito aberto. Um aspecto mais difícil é a obtenção da diferença a-v O2. Uma amostra
representativa de sangue arterial pode ser obtida de qualquer artéria sistêmica conveniente, como a artéria
femural, radial ou braquial. Apesar de essas artérias serem identificadas facilmente, a punção arterial
propriamente dita pode ser traumatizante para o paciente. A amostra do sangue venoso misto apresenta
outras dificuldades, pois o sangue em cada veia reflete somente a atividade metabólica da área específica
drenada por ela. Para obter-se uma estimativa exata do conteúdo médio de oxigênio do sangue venoso, é
necessário colher a amostra de uma "câmara de mistura" anatômica tipo átrio direito, ventrículo direito, ou
até mesmo da artéria pulmonar. Isto é conseguido introduzindo-se um pequeno tubo flexível ou cateter
através da veia antecubital, penetrando na veia cava superior e terminando dentro do próprio coração
direito. A seguir, os sangues arterial e venoso misto são colhidos durante o mesmo período em que é
medido o consumo de oxigênio.
A técnica direta de Fick tem sido utilizada em numerosos estudos da dinâmica cardiovascular sob
inúmeras condições experimentais. De fato, em geral esse método fornece um critério capaz de validar
outras técnicas para a mensuração do débito cardíaco. A principal crítica feita ao método está em que, por
sua própria natureza invasiva, a dinâmica cardiovascular pode ser alterada durante o período de medição.
Assim sendo, e embora o valor obtido para o débito cardíaco possa ser correto, poderá não refletir a
resposta cardiovascular "normal" da pessoa numa determinada situação.
Destreinados: Para a pessoa média, um débito cardíaco de 5 litros costuma ser gerado com uma
freqüência cardíaca de aproximadamente 70 batimentos por minuto. Substituindo esse valor da freqüência
cardíaca na equação para débito cardíaco, o volume de ejeção sistólica calculado do coração é igual a 71
ml por batimento. Para as mulheres, os volumes de ejeção habitualmente são 25% inferiores aos valores
REPOUSO
Débito Cardíaco Freqüência Cardíaca x Volume de Ejeção
Destreinado 5.000 ml 70 bpm x 71 ml
Treinado 5.000 ml 50 bpm x 100 ml
Apesar de tais cálculos serem simples, os mecanismos fisiológicos subjacentes ainda são pouco
compreendido. Não ficou claro se a bradicardia que ocorre com o treinamento de endurance “causa” um
volume de ejeção maior ou vice-versa, pois o próprio miocárdio é fortalecido através do exercício aeróbico.
Provavelmente dois fatores operam com o treinamento: (1) o treinamento de endurance aumenta o tônus
vagal que torna o coração mais lento e (2) o músculo cardíaco fortalecido pelo treinamento á capaz de uma
ejeção mais vigorosa a cada contração.
EXERCÍCIO MÁXIMO
Débito Cardíaco Freqüência Cardíaca x Volume de Ejeção
Destreinado 22.000 ml 195 bpm x 113 ml
Treinado 35.000 ml 195 bpm x 179 ml
Efeitos do Treinamento
Um grupo de seis atletas de endurance altamente treinados vinha treinando há vários anos; o outro
grupo era formado por três estudantes universitários sedentários. As respostas dos estudantes ao exercício
foram avaliadas antes e após um programa de treinamento de 55 dias, destinado a aprimorar sua aptidão
aeróbica.
Com base nesses dados podem-se tirar várias conclusões importantes:
1) O coração do atleta de endurance exibe um volume de ejeção consideravelmente maior, tanto
durante o repouso quanto durante o exercício, que uma pessoa destreinada da mesma idade.
2) Para indivíduos tanto treinados quanto destreinados, o maior aumento no volume de ejeção no
exercício realizado na posição ereta ocorre na transição do repouso para o exercício moderado. À
medida que o exercício se torna mais intenso, observam-se aumentos apenas pequenos no volume
de ejeção.
3) O volume de ejeção máximo é alcançado com 40 a 50% do consumo máximo de oxigênio; isso
costuma representar uma freqüência cardíaca de 110 a 120 batimentos por minuto em adultos
jovens. O volume de ejeção não diminui nos níveis de exercícios mais intensos. Isto sugere que, até
mesmo para freqüências cardíacas rápidas, ainda existe tempo suficiente para o enchimento dos
ventrículos durante a diástole, de forma que o volume de ejeção não diminua.
4) Para indivíduos destreinados, existe apenas um pequeno aumento no volume de ejeção na transição
do repouso para o exercício. Para esses indivíduos, a maior parte do aumento no débito cardíaco é
gerada por uma aceleração na freqüência cardíaca. Para os atletas de endurance treinados, a
freqüência cardíaca e o volume de ejeção aumentam para a produção de um débito cardíaco maior,
com o aumento no volume de ejeção do atleta sendo em geral de 50 a 60% acima dos valores de
repouso. Para indivíduos previamente sedentários, oito semanas de treinamento aeróbico aumentam
substancialmente o volume de ejeção, porém esses valores ainda estão bem abaixo dos valores
observados em atletas de elite.
O grau em que essa diferença reflete um treinamento prolongado, dotes genéticos ou uma
combinação de ambos ainda não foi determinado.
Efeitos do Treinamento
O grande volume de ejeção sistólica de atletas de elite de endurance e os aumentos no volume de
ejeção de indivíduos sedentários após treinamento aeróbico em geral são acompanhados por uma redução
proporcional na freqüência cardíaca durante o exercício submáximo.
As linhas que relacionam freqüência cardíaca a consumo de oxigênio são essencialmente lineares
para ambos os grupos durante a maior parte da amplitude do trabalho. Enquanto as freqüências cardíacas
dos estudantes destreinados sofriam uma rápida aceleração à medida que a intensidade do exercício
aumentava, as freqüências cardíacas dos atletas aumentavam num grau muito menor; isto é, a inclinação
da linha de regressão diferia de forma considerável. Consequentemente, um atleta (ou um estudante
treinado) com boa resposta cardiovascular ao exercício realizará mais trabalho e alcançará um consumo de
oxigênio mais alto antes de chegar a uma determinada freqüência cardíaca submáxima que um estudante
sedentário. Para um consumo de oxigênio de 0,2 l/minuto, as freqüências cardíacas dos atletas eram, em
média, de 70 batimentos por minuto mais baixas que as dos estudantes sedentários. Após 55 dias de
treinamento essa diferença na freqüência cardíaca submáxima ficava reduzida para cerca de 40 batimentos
Exercício
Alguém com uma freqüência cardíaca máxima de 200 batimentos por minuto e um volume de ejeção
de 80 ml por batimento gera um débito cardíaco máximo de 16 litros/minuto (200 x 80 ml). Até mesmo
durante o exercício máximo, a saturação da hemoglobina com oxigênio é quase completa, de forma que
cada litro de sangue arterial carreia cerca de 200 ml de oxigênio. Consequentemente, circulam 3.200 ml de
oxigênio a cada minuto, na vigência de um débito cardíaco de 16 l/min (16 x 200 ml de O2). Se todo o
oxigênio pudesse ser extraído desse débito cardíaco de 16 litros ao percorrer o corpo, o maior O2 máx.
possível seria de 3.200 ml. Entretanto, esse é apenas um dado teórico, pois as necessidades de oxigênio
de certos tecidos, como o cérebro, não aumentam muito com o exercício, porém continuam exigindo um
suprimento de sangue constante.
Qualquer aumento no débito cardíaco máximo afeta diretamente a capacidade de circular oxigênio.
Com base no exemplo precedente, se o volume de ejeção do coração aumentasse de 80 para 200 ml por
batimento, ao mesmo tempo que a freqüência cardíaca máxima permanecesse inalterada em 200
batimentos por minuto, o débito cardíaco máximo aumentaria drasticamente para 40litros de sangue por
minuto. Isto significa que a quantidade de oxigênio que circula a cada minuto no exercício máximo teria
aumentado cerca de duas vezes e meia, indo de 3.200 para 8.000 ml. Um aumento no débito cardíaco
máximo sem dúvida resulta num aumento proporcional no potencial para metabolismo aeróbico.
116 PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES
Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras
12. DIFERENÇAS NO DÉBITO CARDÍACO ENTRE HOMENS E MULHERES
O padrão de resposta do débito cardíaco durante o exercício é semelhante entre meninos e meninas
e homens e mulheres. Contudo, tanto as adolescentes quanto as mulheres adultas possuem um débito
cardíaco, para qualquer nível de captação submáxima de oxigênio, que é 5 a 10% maior que nos homens.
Essa aparente diferença sexual no débito cardíaco no exercício submáximo pode ser devida ao menor
conteúdo em hemoglobina do sangue das mulheres (13%), que é aproximadamente 10% menor que os
valores para homens. Consequentemente, dentro de certos limites, uma pequena redução na capacidade
do sangue de transportar oxigênio, devida a uma hemoglobina mais baixa, é compensada por um aumento
proporcional no débito cardíaco durante o exercício submáximo.
FÓRMULA UNIDADE
1 - DC = VS x FC litros/minuto
2 - DC = PAM / R litros/minuto
-1 -1
3 - DC = VO2 (ml.kg .min ) / Dif. a-vo2 litros/minuto
4 - PAM = (VS x FC) / R mmHg
5 - PAM = (2 x PAD) + PAS / 3 mmHg
6 - R = PAM / DC mmHg/litros/minuto
7 - VS = DC / FC ml
8 - VO2 = DC x Dif. A - vo2 ml.kg-1.min-1
9 - A-VO2 dif. = VO2 (ml)/ DC x 1000 l.min
10 - FCM = 220 - idade bpm
DC = débito cardíaco A - VO2 dif. = diferença arteriovenosa
VS = volume sistólico PAM = pressão arterial média
VO2 = consumo de oxigênio PAD = pressão arterial diastólica
FC = freqüência cardíaca PAS = pressão arterial sistólica
FCM = freqüência cardíaca máxima
Como se pode observar, várias equações matemáticas podem ser utilizadas, para compreendermos
a resposta hemodinâmica do sistema cardiovascular.
Exemplo 2- Este indivíduo durante teste ergométrico máximo apresentou os seguintes resultados:
FCM = 190 bpm PA = 210/80 mmHg
VS = 100 ml VO2 max = 2,8 litros/min
16. RESUMO
1. O débito cardíaco reflete a capacidade funcional do sistema circulatório. Os dois fatores que
determinam a capacidade de rendimento (débito) do coração são a freqüência cardíaca e o
volume de ejeção. A relação é:
118 PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES
Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras
Débito Cardíaco = Freqüência Cardíaca x Volume de Ejeção
2. Existem vários métodos cruentos e incruentos para medir o débito cardíaco. Cada um deles
possui vantagens e desvantagens específicas para sua utilização em seres humanos,
especialmente durante o exercício.
3. O débito cardíaco aumenta em proporção à intensidade do exercício, desde aproximadamente
5 l/minuto em repouso até um máximo de 20 a 25 l/minuto e de 35 a 40 l/minuto em
universitários e atletas de endurance de elite, respectivamente. Essas diferenças no débito
cardíaco máximo são devidas inteiramente aos grandes volumes de ejeção dos atletas.
4. Durante o exercício na postura ereta, o volume de ejeção aumenta durante a transição do
repouso para os exercícios leves, com os valores máximos sendo alcançados para
aproximadamente 45% do VO2 máx. Daí por diante, o débito cardíaco aumenta mais à custa
dos aumentos na freqüência cardíaca.
5. Os aumentos no volume de ejeção do exercício na postura ereta em geral resultam muito mais
de um esvaziamento sistólico mais completo que de um maior enchimento dos ventrículos
durante a diástole. A ejeção sistólica é aumentada pelos hormônios simpáticos. O treinamento
de endurance aumenta a força do miocárdio, o que contribui para a potência de ejeção durante
a sístole.
6. Freqüência cardíaca e consumo de oxigênio se relacionam linearmente em indivíduos tanto
treinados quanto destreinados durante a maior parte das diversas intensidades do exercício.
Com o treinamento de endurance, essa linha se desvia muito para a direita, por causa dos
aumentos no volume de ejeção do coração. Consequentemente, a freqüência cardíaca sofre
uma redução significativa em qualquer nível de trabalho submáximo.
7. O fluxo sangüíneo para tecidos específicos em geral é regulado em função de sua atividade
metabólica. Isso faz com que a maior parte do débito cardíaco do exercício seja desviada
para os músculos ativos. Além disso, uma quantidade significativa de sangue é desviada para
os músculos a partir dos rins e das regiões esplâncnicas, que podem comprometer
temporariamente seu suprimento sangüíneo.
8. A captação máxima de oxigênio é determinada pelo débito cardíaco máximo e pela diferença
a-VO2 máxima. Os débitos cardíacos diferenciam claramente os atletas de endurance de seus
congêneres destreinados. A capacidade de gerar uma grande diferença a-VO2 também é
aprimorada com o treinamento.
9. A hipertrofia cardíaca é uma adaptação fundamental para poder suportar a maior carga de
trabalho imposta pelo treinamento. Resulta num coração mais forte, que consegue um volume
de ejeção relativamente grande. Não existe qualquer evidência científica de que um coração
normal seja prejudicado pelo treinamento.
10. O padrão das alterações estruturais e dimensionais no ventrículo esquerdo parece variar com
as formas específicas de treinamento.
2. AVALIAÇÃO FUNCIONAL
A avaliação funcional representa a mensuração e interpretação da capacidade de mobilização
rnetabólica (bioenergética) a partir do resultado obtido de um protocolo (teste) específico.
De maneira simples, podemos definir potência aeróbica como a capacidade que um indivíduo tem em
realizar uma atividade física com duração superior a 4 minutos, onde a energia requerida para esta
atividade provém primordialmente do metabolismo oxidativo dos nutrientes. O consumo de oxigênio VO2 é a
medida mais exata que dispomos para avaliarmos a potência aeróbica de um indivíduo ao realizar um
trabalho físico. É definido como sendo a quantidade de oxigênio que um indivíduo consegue captar do ar
alveolar, transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular e utilizar a nível celular na unidade de tempo.
O consumo de oxigênio se comporta de maneira diferente quanto a idade, sexo, constituição
corporal, ambiente, etc., sendo relativamente constante em um dado indivíduo, embora também possa
diminuir por falta de atividade física aeróbica, como também possa aumentar após um período de
treinamento aeróbico.
Dentro das diversas variáveis que compõe a Aptidão Física Geral, a potência aeróbica é uma das
mais importantes, pois de sua avaliação podemos obter dados sobre o sistema cardiorespiratório de um
indivíduo e de que forma várias funções fisiológicas se adaptam às necessidades metabólicas quando da
realização de um trabalho físico.
5. FORMAS DE OPERACIONALIZAÇÃO
O grau de utilização de recursos materiais durante a realização de um teste indica seu nível de
complexidade. As medidas realizadas nesses ergômetros podem ser feitas de duas formas: a) direta - caso
seja realizado em laboratório, com a utilização de vários instrumentos como eletrocardiógrafo, ergômetro,
analisador de gases, desfibrilador, entre outros, pode ser considerado como um teste complexo, onde o
VO2 do indivíduo é analisado através de métodos químicos e físicos, com um custo operacional elevado e
que em termos de aplicação para grandes populações é pouco viável sendo, no entanto, a medida de maior
precisão; b) indireta - avaliações em geral, baseada na relação linear que existe entre a freqüência cardíaca
(F.C.) e o VO2, medido quando as requisições e produção energética tenham chegado a equilíbrio (steady-
state). Esse tipo de avaliação é feita utilizando-se nomogramos, fórmulas, análise de regressão,
desenvolvidos a partir de medidas diretas e com o objetivo de predizer o VO2 do indivíduo partindo de um
teste submáximo.
6. FONTE ENERGÉTICA
Dependendo do teste empregado, é possível avaliar as diferentes fontes energéticas existentes. O
teste de cicloergometria de Balke tem como objetivo principal avaliar a capacidade aeróbica. Já um teste
utilizando o cicloergômetro, como o de Wingate, tem como objetivo avaliar a capacidade de anaeróbica.
Demanda metabólica: um teste ergométrico, para avaliação da capacidade aeróbica, pode impor uma
demanda metabólica máxima ou submáxima. Quando da realização de um teste máximo, como por
exemplo, o protocolo de Jones em cicloergometria, se analisa a capacidade máxima aeróbica de trabalho
do avaliado. Durante a realização de um protocolo submáximo, o resultado obtido representa uma
extrapolação do resultado máximo previsto para o avaliado, sem expor o mesmo a uma intensidade elevada
durante o teste.
8. TIPO DE CARGA
A forma de aplicação de carga durante a realização de um teste, pode ser de forma única (protocolo
de banco de Havard) ou de forma variada (protocolo de banco de Balke).
Desenvolvendo a equação: VO2 max l.min-1 = 80 x 35 ·.· 2800 ... VO 2max = 2,8 l.min-1
1000 1000
Exemplo 2
Peso = 55 kg
VO =3,5 l.min-1
Qual seria o VO 2max em ml . kg-1.min-1 ?
Resolução: VO2 max ml . kg-1.min-1 = 1000 x VO2max l.min-1
peso
Desenvolvendo a equação:
VO 2max em ml . kg-1.min-1 = 1000 x 3,5 = 3500 = 63,6 ml . kg-1.min-1
55 55
MET: O MET representa o consumo de O2, em repouso. É um parâmetro fisiológico, muito comum
na avaliação funcional, que expressa o gasto metabólico do organismo. Um (1) MET eqüivale a 3,5 ml . kg-1
. min-1 (valor relativo).
Retornando ao exemplo (1), é possível perceber que o VO2 max foi de 2,8 l.min-1 . Como calcular a
capacidade máxima desse indivíduo em Kcal?
Para testar se realmente compreendeu as relações existentes entre os três parâmetros fisiológicos,
tente resolver os dois exemplos propostos. Caso tenha acertado ótimo, caso contrário, reveja os exemplos
e discuta com algum companheiro que tenha entendido melhor. E importante ter essas relações bem
compreendidas, pois serão de fundamental importância para uma perfeita interpretação da avaliação
funcional e posterior prescrição de exercícios.
Exercício 1 Exercício 2
Indivíduo: Indivíduo:
Peso: 75 kg Peso: 70 kg
VO2max = 9 METs Duração: 60 minutos
VO2max ml . kg.-1 . min-1 = ? Custo energético da atividade em METs = 10
VO2max l . min-1 = ?
Kcal max . min-1 = ?
Agora que já sabemos definir quando um indivíduo está correndo ou caminhando, vamos analisar os
testes citados acima, procurando identificar a metodologia de cada um.
População Alvo: Indivíduos de baixa aptidão física [VO2max inferior a 30 ml.kg-1. min-1]. Normalmente
encontramos neste grupo, pessoas idosas, obesas, indivíduos pós cirurgia e pacientes cardíacos.
Metodologia: O indivíduo deverá caminhar sempre no plano horizontal 0 (zero), registrando o tempo
necessário para caminhar 3 km. Fórmula(Leite, 1985):
Exercício 3
Peso corporal: 73 - Sexo: masculino - Tempo gasto: 22 min.
Qual é o seu VO 2 max ?
VO 2 max ml.kg-1. min-1 = 0,35 x ( )2 + 7,4
VO 2 max ml.kg-1. min-1 =
População Alvo: Indivíduos de baixa aptidão física, como por exemplo, idosos, obesos, diabéticos,
hipertensos, dislipidêmicos e pacientes cardíacos.
Metodologia: O indivíduo deverá caminhar (sem correr) o mais rápido que puder, sempre no plano
horizontal 0 (zero), num circuito oval ou retangular, de comprimento não menor que 67 jardas (61,24 m)
com espaço suficiente para retorno ou, se realizado em ambiente aberto o mesmo deve propiciar
comprimento mínimo de 50 jardas (45,72 m) e largura mínima de 5 pés (1,52 m). O resultado será expresso
em minutos e segundos.
Recomendações: Não devem participar deste teste, antes de recomendação médica, sujeitos, aos
quais perguntados, relatem os seguintes problemas : 1) ortopédicos que possam ser agravados pelo andar
prolongado; 2) histórico de problemas cardíacos (ataque cardíaco recente, arritmia freqüente ou defeito
valvulares) que possam ser negativamente influenciados por esforço; 3) delírio durante a atividade ou
histórico de hipertensão não controlada. Variação de resultados encontrada: 7.5 a 12 minutos.
Metodologia: O indivíduo deverá caminhar uma distância de 4,8 km em terreno plano, tendo seu
tempo cronometrado. Com o resultado apurado, identificar na Tabela 2 o grupo etário, o sexo e o tempo
gasto para realizar a tarefa e encontrar a categoria da capacidade aeróbica.
Idade (anos)
Categoria de
13-19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos + 60 anos
Capacidade Aeróbica
I. Muito Fraca
(Homens) > 45:00 > 46:00 > 49:00 > 52:00 > 55:00 > 60:00
(Mulheres) > 47:00 > 48:00 > 51:00 > 54:00 > 57:00 > 63:00
II. Fraca
(Homens) 41:01-45:00 42:02-46:00 44:31-49:00 47:01-52:00 50:01-55:00 54:01-60:00
(Mulheres) 43:00-45:00 44:01-48:00 46:31-51:00 49:01-54:00 52:01-57:00 57:01-63:00
III. Média
(Homens) 37:31-41:00 38:31-42:00 40:01-44:30 42:01-47:00 45:01-50:00 48:01-54:00
(Mulheres) 39:31-43:00 40:31-44:00 42:01-46:30 44:01-49:00 47:01-52:00 51:01-57:00
IV. Boa
(Homens) 33:00-37:30 34:00-38:30 35:00-40;00 36:30-42:00 39:0 -45:00 41:00-48:00
(Mulheres) 35:00-39:30 36:00-40:30 37:30-42:00 39:00-44:00 42:00-47:00 45:00-51:00
V. Excelente
(Homens) < 33:00 < 34:00 < 35:00 < 36:30 < 39:00 < 41:00
(Mulheres) < 35:00 < 36:00 < 37:30 < 39:00 < 42:00 < 45:00
Fonte:- Cooper, 1382
Exemplificando: Dados: Idade: 30 anos - Sexo: masculino - Tempo gasto na tarefa: 43 min.
Neste exemplo, o indivíduo situa-se na categoria média de capacidade aeróbica.
VO2max = 6,952 + (0,0091 X 90) - (0,0257 x 45) + (0,5955 x 1) - (0,2240 x 13) - (0,0115 x 135)
VO 2max = 6,952 + 0,819 - 1,156 + 0,5955 - 2,912 - 1,552
VO 2max =2,74 l.min-l
Exercício 4
P = 56 kg S = feminino
I = 35 anos TI = 18 minutos FC = 144 bpm
VO 2max = 6,952 + (0,0091 x P) - (0,0257 x I) + (0,5955 x S) - (0,2240 x TI) - (0,0115 x FC)
VO 2max = 6,952 + (0,0091 x ) - (0,0257 x ) + (0,5955 x ) - (0,2240 x ) - (0,0115 x )
VO 2max =
Metodologia: O teste consiste em cronometrar o tempo gasto pelo avaliado para percorrer a
distância de 2.400 metros.
Com o resultado apurado, identificar na Tabela 3, em função do sexo e idade, o nível de capacidade
aeróbica do avaliado.
Idade (anos)
Categoria de
13 - 19 anos 20 - 29 anos 30 - 39 anos 40 - 49 anos 50 - 59 anos + 60 anos
capacidade Aeróbica
I. Muito Fraca
(Homens) > 15:31 > 16:01 > 16:31 > 17:31 > 19:01 > 20:01
(Mulheres) > 18:31 > 19:01 > 19:31 > 20:01 > 20:31 > 21:31
II. Fraca
(Homens) 12:11-15:30 14:01-16:00 14:44-16:30 15:36-17:30 17:01-19:00 19:01-20:00
(Mulheres) 16:55-18:30 18:31-19:00 19:01-19:30 19:31-20:00 20:01-20:30 21:00-21:30
III. Média
(Homens) 10:49-12:10 12:01-14:00 12:31-14:45 13:01-15:35 14:31-17:00 16:16-19:00
(Mulheres) 14:31-16:54 15:55-18:30 16:31-19:00 17:31-19:30 19:01-20:00 19:31-20:30
IV. Boa
(Homens) 09:41-10:48 10:46-12:00 11:01-12:30 11:31-13:00 12:31-14:30 14:00-16:15
(Mulheres) 12:30-14:30 13:31-15:54 14:31-16:30 15:56-17:30 16:31-19:00 17:31-19:30
V. Excelente
(Homens) 08:37-09:40 09:45-10:45 10:00-11:00 10:30-11:30 11:00-12:30 11:15-13:39
(Mulheres) 11:50-12:29 12:30-13:30 13:00-14:30 13:45-15:55 14:30-16:30 16:30-17:30
VI. Superior
(Homens) < 08:37 < 09:45 < 10:00 < 10:30 < 11:00 < 11:15
(Mulheres) < 11:50 < 12:30 < 13:00 < 13:45 < 14:30 < 16:30
Distância em metros Fonte:- Cooper, 1982
Caso haja necessidade de obter o escore final em uma unidade metabólica, pode-se encontrar o
resultado pela fórmula proposta pelo American College Sport Medicine. (Vivacqua & Hespanha, 1992):
Exercício 5
Qual o VO 2 max previsto para um indivíduo que correu 2.400 metros para um tempo de 12,34 minutos?
Metodologia: O avaliado deverá correr e/ou caminhar sem interrupção durante 12 minutos, sendo
registrada a distância total percorrida (Cooper, 1982). A forma ideal de execução do teste, em termos de
velocidade de deslocamento, será aquela onde o avaliado mantenha uma velocidade constante durante
todo teste. (Quando da interrupção do mesmo, o avaliado deverá manter-se em deslocamento caminhando
no sentido transversal ao do deslocamento. Com a distância apurada, identificar na Tabela 4 (Cooper,
1992) a categoria de capacidade aeróbica de acordo com a idade e sexo do avaliado.
Idade (anos)
Categoria de
Capacidade 13 - 19 anos 20 - 29 anos 30 - 39 anos 40 - 49 anos 50 - 59 anos + 60 anos
Aeróbica
I. Muito Fraca
(Homens) < 2090 < 1960 < 1900 < 1830 < 1660 < 1400
(Mulheres) < 1610 < 1550 < 1510 < 1420 < 1350 < 1260
II. Fraca
(Homens) 2090 - 2200 1960 - 2110 1900 - 2090 1830 - 1990 1660 - 1870 1400 - 1640
(Mulheres) 1610 - 1900 1550 - 1790 1510 - 1690 1420 - 1580 1350 - 1500 1260 - 1390
III. Média
(Homens) 2210 - 2510 2120 - 2400 2100 - 2400 2000 - 2240 1880 - 2090 1650 - 1930
(Mulheres) 1910 - 2080 1800 - 1970 1700 - 1960 1590 - 1790 1510 - 1690 1400 - 1590
IV. Boa
(Homens) 2520 - 2770 2410 - 2640 2410 - 2510 2250 - 2460 2100 - 2320 1940 - 2120
(Mulheres) 2090 - 2300 1980 - 2160 1970 - 2080 1800 - 2000 1700 - 1900 1600 - 1750
V. Excelente
(Homens) 2780 - 3000 2650 - 2830 2520 - 2720 2470 - 2660 2330 - 2540 2130 - 2490
(Mulheres) 2310 - 2430 2170 - 2330 2090 - 2240 2010 - 2160 1910 - 2090 1760 - 1900
VI. Superior
(Homens) > 3000 > 2830 > 2720 > 2660 > 2540 > 2490
(Mulheres) > 2430 > 2330 > 2240 > 2160 > 2090 > 1900
Distância em metros Fonte:- Cooper, 1982
A grande versatilidade deste teste de Cooper é a possibilidade de utilizar seu resultado para uma
unidade metabólica familiar, que corresponde ao VO 2 max ml.kg-1.min-1 , através da seguinte fórmula:
O teste de Cooper pode ainda ser adaptado para a natação(tabela 5) e o ciclismo (tabela 6). De uma
forma geral a metodologia de aplicação é a mesma, devendo o avaliado nadar, ou pedalar, a maior
distância possível em 12 minutos. Para a determinação do nível de aptidão física será necessário comparar
o resultado obtido com a Tabela 5 específica para natação ou ciclismo que estão apresentadas abaixo.
Categoria
13 - 19 anos 20 - 29 anos 30 - 39 anos 40 - 49 anos 50 - 59 anos + 60 anos
Capacidade Aeróbica
Homens < 457 < 366 < 320 < 274 < 229 < 229
I - Muito Fraca
Mulheres < 366 < 274 < 229 < 183 <137 < 137
Homens 475 - 548 366 - 546 320 - 411 274 - 365 229 - 319 229 - 273
II - Fraca
Mulheres 366 - 456 274 - 365 229 - 319 183 - 273 137 - 228 137 - 182
Homens 549 - 639 457 - 548 412 - 502 366 - 456 320 - 411 274 - 365
III - Média
Mulheres 457 - 548 366 - 456 320 - 411 274 - 365 229 - 319 183 - 273
Homens 640 - 731 549 - 639 503 - 593 457 - 548 412 - 502 366 - 456
IV - Boa
Mulheres 549 - 639 457 - 548 412 - 502 366 - 456 320 - 411 274 - 365
Homens > 731 > 639 > 593 > 548 > 502 > 456
V - Excelente
Mulheres > 639 > 548 > 502 > 456 > 411 >365
< significa “menos que”; > significa “mais que”.
O teste de natação exige que você nade a maior distância possível em 12 minutos, usando o estilo
que preferir e descansando quando necessário, mas tentando esforçar-se ao máximo. O meio mais fácil de
realizar o teste é numa piscina de dimensões conhecidas, tendo uma pessoa que conte as voltas na piscina
e cronometre o tempo.
Tabela 7 - Teste de 12 Minutos de Bicicleta (bicicleta com 3 marchas) Distância (em km) percorrida em 12 minutos
Categoria Capacidade
13 - 19 anos 20 - 29 anos 30 - 39 anos 40 - 49 anos 50 - 59 anos + 60 anos
Aeróbica
Homens < 4,42 < 4,02 < 3,62 < 3,22 < 2,82 < 2,80
I- Muito Fraca
Mulheres < 2,82 < 2,41 < 2,01 < 1,61 < 1,21 < 1,21
Homens 4,42 - 6,02 4,02 - 5,62 3,62 - 5,21 3,22 - 4,81 2,82 - 4,81 2,82 - 3,60
II - Fraca
Mulheres 2,82 - 4,41 2,41 - 4,01 2,01 - 3,60 1,61 - 3,20 1,21 - 2,40 1,21 - 2,00
Homens 6,03 - 7,63 5,63 - 7,22 5,22 - 6,82 4,82 - 6,42 4,02 - 5,62 3,61 - 4,81
III - Média
Mulheres 4,42 - 6,02 4,02 - 5,62 3,61 - 5,21 3,21 - 4,81 2,41 - 4,01 2,01 - 3,20
Homens 7,64 - 9,24 7,23 - 8,83 6,83 - 8,43 6,43 - 8,03 5,63 - 7,22 4,82 - 6,42
IV - Boa
Mulheres 6,03 - 7,63 5,63 - 7,22 5,22 - 6,82 4,82 - 6,42 4,02 - 5,62 3,21 - 4,81
Homens > 9,24 > 8,83 > 8,43 > 8,03 > 7,22 > 6,42
V- Excelente
Mulheres > 7,63 > 7,22 > 6,82 > 6,42 > 5,62 > 4,81
< significa “menos que”; > significa “mais que”.
O teste de bicicleta pode ser usado para avaliar sua aptidão se você estiver utilizando o programa de
ciclismo. Percorra, de bicicleta, a maior distância possível em 12 minutos, numa zona onde o tráfego não
constitua problema. Tente escolher uma superfície plana, pedale a favor do vento (que deve estar com
menos de 16 km/h) e use uma bicicleta com o máximo de 3 marchas. Se o vento estiver soprando a mais
de 16 km/h, adie o teste. Meça a distância percorrida pela bicicleta (que pode não ser muito exata) ou por
outro método, tal como o odômetro de um automóvel.
Materiais: Local plano com marcação do perímetro da pista (p.e: quadra poliesportiva). Cronômetro e
ficha de registro. Material numerado para fixar às costas dos alunos identificando-os claramente para que o
avaliador possa realizar o controle do número de voltas. Trena métrica.
Desenvolvendo a fórmula: VO 2 max = 114,496 - 0,04689 (720) - 0,37817 (25) - 0,15406 (70)
VO 2 max = 114,496 - 33,7608 - 9,45425 - 10,7842
VO 2 max = 60,49 ml.kg-1.min-1
Material e métodos: Local plano de pelo menos 25 metros, toca fitas ou toca CD, fita cassete ou CD
do teste, 4 cones, fita crepe, cronômetro, monitor de freqüência cardíaca, folhas para anotação.
Procedimento:
O teste pode ser aplicado para grupos de até 10 pessoas, que correndo juntas em ritmo cadenciado
por sistema de som conforme protocolo, devendo cobrir o espaço de 20 metros, delimitado entre 2 linhas
paralelas.
No protocolo, o sistema de som emite bips a intervalos específicos para cada estágio, sendo que a
cada bip o avaliado deve estar cruzando com um dos pés uma das 2 linhas paralelas, ou seja, saindo de
uma das linhas, corre em direção a outra, cruza esta com pelo menos um dos pés ao ouvir um bip e volta
em sentido contrário. Ao final de cada estágio ocorre a sinalização com dois bips consecutivos, ocorrendo
imediatamente o incremento da velocidade no estágio seguinte.
A duração do teste depende da aptidão cardiorrespiratória de cada pessoa, sendo máximo e
progressivo, menos intenso no início e se tornando mais intenso no final, perfazendo um total possível de
21 minutos (estágios).
Observação: Apesar de o teste apresentar 21 estágios, poucos são os avaliados que conseguem
ultrapassar o 13º estágio.
Precauções: Fazer a aferição da velocidade no toca fitas, segundo um período padrão de um minuto,
que existe no início das instruções da fita, usando-se também um cronômetro.
Antes do teste é permitido aos avaliados um período de treino para adaptação ao ritmo imposto pela
fita.
Esquema do espaço físico para aplicação do teste:
População Alvo: O teste é especialmente útil para atletas praticantes de handebol, basquetebol,
futebol e demais esportes coletivos.
Material e métodos: Local plano de pelo menos 25 metros, toca fitas ou toca CD, fita cassete ou CD
do teste, 6 cones, fita crepe, cronômetro, monitor de freqüência cardíaca, folhas para anotação.
Procedimento:
Duas marcas devem ser colocadas a 20m de distância uma da outra e um terceiro marcador é
colocado a 2,5m antes da linha de início do teste (zona de trote). O teste pode ser aplicado para grupos de
até 10 pessoas, distantes 2m um do outro. O indivíduo inicia a corrida assim que for emitido o primeiro sinal
sonoro, ajustando o ritmo para atingir a marca dos 20m no momento do próximo sinal, retornando para a
linha de saída no mesmo ritmo (coincidindo com o próximo sinal). Quando passa pela linha, completando
40m (ida e volta), diminui a velocidade e passa a trotar no espaço de 2,5m, por um período de 5 segundos,
aguardando o próximo sinal sonoro para iniciar nova corrida.
PUCC – MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES 131
Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras
As corridas são repetidas até que o avaliado consiga manter o ritmo determinado pelos sinais
sonoros. Quando não atingir uma das linhas no tempo proposto pela primeira vez deve ter a chance de
recuperar o ritmo, mas se não atingir o objetivo novamente deve interromper o teste.
O teste apresenta dois níveis. O nível 1 é iniciado a uma velocidade de 8km/h, que corresponde a 18
segundos para 2x20m e o nível 2 é iniciado a 11,5km/h (12,5 segundos para 2x20m), sendo a velocidade
aumentada em determinados intervalos.
O objetivo do avaliado é percorrer a maior distância possível, sendo que quando interromper o teste
deve ser anotado o número correspondente ao último intervalo de 2x20m concluído.
Esquema do espaço físico para aplicação do teste:
2,5m 20m
Observação: Os indivíduos que conseguem completar o estágio 11 do nível 1 devem ser avaliados
pelo nível 2 numa próxima ocasião.
Precauções:
Fazer a aferição da velocidade no toca fitas, segundo um período padrão de um minuto, que existe
no início das instruções da fita, usando-se também um cronômetro.
Antes do teste é permitido aos avaliados um período de treino para adaptação ao ritmo imposto pela
fita.
Idade
Estágio
(km/h)
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 n...
1 8,5 46,89 44,95 43,01 41,07 39,12 37,18 35,24 33,30 31,35 29,41 27,47 25,53 23,58 26,60
2 9,0 48,97 47,11 45,24 43,38 41,51 39,65 37,78 35,91 34,05 32,18 30,32 28,45 26,59 29,60
3 9,5 51,05 49,26 47,48 45,69 43,90 42,11 40,32 38,53 36,74 34,95 33,17 31,38 29,59 32,60
4 10,0 53,13 51,42 49,71 48,00 46,29 44,57 42,86 41,15 39,44 37,73 36,01 34,30 32,59 35,60
5 10,5 55,21 53,58 51,94 50,31 48,67 47,04 45,40 43,77 42,13 40,50 38,86 37,23 35,59 38,60
6 11,0 57,29 55,73 54,18 52,62 51,06 49,50 47,94 46,38 44,83 43,27 41,71 40,15 38,59 41,60
7 11,5 59,37 57,89 56,41 54,93 53,45 51,96 50,48 49,00 47,52 46,04 44,56 43,07 41,59 44,60
8 12,0 61,45 60,05 58,64 57,24 55,83 54,43 53,02 51,62 50,21 48,81 47,40 46,00 44,59 47,60
9 12,5 63,53 62,20 60,88 59,55 58,22 56,89 55,56 54,24 52,91 51,58 50,25 48,92 47,60 50,60
10 13,0 65,61 64,36 63,11 61,86 60,61 59,36 58,10 56,85 55,60 54,35 53,10 51,85 50,60 53,60
11 13,5 67,69 66,52 65,34 64,17 62,99 61,82 60,65 59,47 58,30 57,12 55,95 54,77 53,60 56,60
12 14,0 69,77 68,67 67,58 66,48 65,38 64,28 43,83 62,09 60,99 59,89 58,80 57,70 56,60 59,60
13 14,5 71,85 70,83 69,81 68,79 67,77 66,75 65,73 64,71 63,68 62,66 61,64 60,62 59,60 62,60
14 15,0 73,93 72,99 72,04 71,10 70,16 69,21 68,27 67,32 66,38 65,44 64,49 63,55 62,60 65,60
15 15,5 76,01 75,14 74,28 73,41 72,54 71,67 70,81 69,94 69,07 68,21 67,34 66,47 65,60 68,60
16 16,0 78,09 77,30 76,51 75,72 74,93 74,14 73,35 72,56 71,77 70,98 70,19 69,40 68,61 71,60
17 16,5 80,17 79,46 78,74 78,03 77,32 76,60 75,89 75,18 74,46 73,75 73,03 72,32 71,61 74,60
18 17,0 82,25 81,61 80,98 80,34 79,70 79,07 78,43 77,79 77,16 76,52 75,88 75,25 74,61 77,60
19 17,5 84,33 83,77 83,21 82,65 82,09 81,53 80,97 80,41 79,85 79,29 78,73 78,17 77,61 80,60
20 18,0 86,41 85,93 85,44 84,96 84,48 83,99 83,51 83,03 82,54 82,06 81,58 81,09 80,61 83,60
21 18,5 88,49 88,08 87,68 87,27 86,86 86,46 60,48 85,64 85,24 84,83 84,43 84,02 83,61 86,60
Nível de Intervalos
Velocidade
1 1 2
(40) (80)
3 1 2
(120) (160)
5 1 2
(200) (240)
6 1 2 3 4 5 6 7 8
(280) (320) (360) (400) (440) (480) (520) (560)
6,5 1 2 3 4 5 6 7 8
(600) (640) (680) (720) (760) (800) (840) (880)
7 1 2 3 4 5 6 7 8
(920) (960) (1000) (1040) (1080) (1120) 1160) (1200)
7,5 1 2 3
(1240) (1280) (1320)
8 1 2 3
(1360) (1400) (1440)
8,5 1 2 3 4 5 6
(1480) (1520) (1560) (1600) (1640) (1680)
9 1 2 3 4 5 6
(1720) (1760) (1800) (1840) (1880) (1920)
9,5 1 2 3 4 5 6
(1960) (2000) (2040) (2080) (2120) (2160)
10 1 2 3 4 5 6
(2200) (2240) (2280) (2320) (2360) (2400)
10,5 1 2 3 4 5 6
(2440) (2480) (2520) (2560) (2600) (2640)
11 1 2 3 4 5 6
(2680) (2720) (2760) (280) (2840) (2880)
11,5 1 2 3 4 5 6
(2920) (2960) (3000) (3040) (3080) (3120)
12 1 2 3 4 5 6
(3160) (3200) (3240) (3280) (3320) (3360)
12,5 1 2 3 4 5 6
(3400) (3440) (3480) (3520) (3560) (3600)
13 1 2 3 4 5 6
(3640) (3680) (3720) (3760) (3800) (3840)
13,5 1 2 3 4 5 6
(3880) (3920) (3960) (4000) (4040) (4080)
14 1 2 3 4 5 6
(4120) (4160) (4200) (4240) (4280) (4320)
Nível de Intervalos
Velocidade
8 1 2
(40) (80)
10 1 2
(120) (160)
12 1 2
(200) (240)
13 1 2 3 4 5 6 7 8
(280) (320) (360) (400) (440) (480) (520) (560)
13,5 1 2 3 4 5 6 7 8
(600) (640) (680) (720) (760) (800) (840) (880)
14 1 2 3 4 5 6 7 8
(920) (960) (1000) (1040) (1080) (1120) (1160) (1200)
14,5 1 2 3
(1240) (1280) (1320)
15 1 2 3
(1360) (1400) (1440)
15,5 1 2 3 4 5 6
(1480) (1520) (1560) (1600) (1640) (1680)
16 1 2 3 4 5 6
(1720) (1760) (1800) (1840) (1880) (1920)
16,5 1 2 3 4 5 6
(1960) (2000) (2040) (2080) (2120) (2160)
17 1 2 3 4 5 6
(2200) (2240) (2280) (2320) (2360) (2400)
17,5 1 2 3 4 5 6
(2440) (2480) (2520) (2560) (2600) (2640)
18 1 2 3 4 5 6
(2680) (2720) (2760) (2800) (2840) (2880)
18,5 1 2 3 4 5 6
(2920) (2960) (3000) (3040) (3080) (3120)
19 1 2 3 4 5 6
(3160) (3200) (3240) (3280) (3320) (3360)
19,5 1 2 3 4 5 6
(3400) (3440) (3480) (3520) (3560) (3600)
20 1 2 3 4 5 6
(3640) (3680) (3720) (3760) (3800) (3840)
20,5 1 2 3 4 5 6
(3880) (3920) (3960) (4000) (4040) (4080)
21 1 2 3 4 5 6
(4120) (4160) (4200) (4240) (4280) (4320)
Metodologia: Os avaliados deverão percorrer, no menor tempo possível, através de um ritmo contínuo, a distância
de 1000 metros, não sendo permitido caminhar durante o teste. O local da avaliação deverá ser preferencialmente em
uma pista de atletismo. Com o registro do resultado utiliza-se a seguinte fórmula: (Matsudo, 1983).
VO 2 max (ml.kg-1.min-1) = 652,17 - y
6,762
Em crianças e adolescentes o VO2 máx previsto (l.min-1) pode ser calculado através das seguintes equações:
A capacidade aeróbica das crianças e dos jovens é influenciada do mesmo modo que a dos adultos? A melhora no
VO2max com o treinamento em meninos e meninas é um tanto complicada pelo processo de maturação, tornando a
interpretação mais difícil. Os dados de Ekblom, Sherman, Larsson e colaboradores e Lussier e Buskirk mostraram
significativa melhora com o treinamento, ao passo que os de Daniels e Oldridge não. A avaliação dos resultados mostra
que os valores iniciais de Daniels e Oldridge são muito mais altos do que os dos outros, portanto, o estado inicial de
aptidão e a sua relação para uma possível melhora, apresenta relação inversa, ou seja, quanto mais alto o indivíduo
apresentar o seu VO2max, menor será sua melhora, o contrário acontece com o indivíduo que apresenta VO2max baixo.
Isso não foi um achado universal, porém está claro que até o final da puberdade os efeitos do treinamento são
muito menos acentuados. As capacidades físicas das crianças parecem ser determinadas, em princípio, por questões de
tamanho e o crescimento exerce uma influência mais importante do que o treinamento. Há poucas evidências a sustentar
a idéia de que o treinamento tenha um efeito particularmente acentuado e de longa duração no jovem. De fato, o oposto
está mais próximo da verdade.
Em crianças e adolescentes, tanto a força quanto a capacidade aeróbica são fortemente influenciadas pelo
tamanho (Watson e O’Donovan, 1977; Davies et al, 1972). A medida que a idade aumenta, essa relação diminui
gradualmente e os efeitos do treinamento tornam-se mais significativos.
Quando analisado os valores em l.min-1 (valor bruto), observou-se que o VO2max aumentou com a idade no sexo
masculino até o final da adolescência, enquanto que no sexo feminino os valores progrediram durante a infância, mas se
estabilizaram durante a adolescência. Assim sendo, diferenças significativas não ocorridas durante a infância ocorreram
na adolescência. Quando analisado em ml.kg-1.min-1 (valor relativo), o VO2max foi maior no sexo masculino desde a
infância, mostrando que o peso corporal tem importante influência no gasto energético do exercício, conforme
demonstrado por diversas investigações.
A capacidade aeróbica máxima tem no dote genético seu fator determinante principal, embora outras variáveis
contribuam na sua determinação. A taxa de crescimento pondo-estatural, comprovadamente, influencia o VO2max,
conforme demonstrado em várias investigações (ADMS (1961), ANDERSEN (1972), OLIVEIRA (1982) e BERGAMO
(1996). O treinamento físico também é outro fator que influência o VO2max . A constituição corporal (proporção entre
gordura e massa corporal magra) é outro fator determinante contribuindo, inclusive, para o declínio da capacidade
máxima das adolescentes, que aumenta sua taxa de gordura percentual em relação ao sexo masculino.
Agora que já foram apresentados vários tipos de protocolos, veja algumas recomendações genéricas, que deverão
ser atendidas antes da realização de qualquer um dos testes:
1. deverá ser realizado um exame médico prévio com o objetivo de verificar se o indivíduo encontra-se em
condições físicas ideais para a realização do teste;
2. deve-se evitar condições ambientais extremas, sendo dado preferência para o horário da manhã;
3. antes da realização dos testes é aconselhável um período mínimo de aquecimento;
4. orientar o avaliado para não realizar uma refeição com um intervalo de pelo menos 2 horas e meia antes e
de 2 horas depois do teste;
5. ter o cuidado de orientar a vestimenta adequada para o avaliado, incluindo tênis;
6. solicitar a presença do avaliado com, pelo menos, 30 minutos de antecedência;
7. procure observar, atentamente, o comportamento físico do avaliado durante a realização do teste,
interrompendo-o imediatamente ao sinal de alguma anormalidade.
* Caminhada em plano inclinado. O cálculo do VO2 deve ser dividido em duas partes:
Componente horizontal. Calculado como no item anterior.
Componente vertical
VO2 = % inclinação x v (m/min) x 1,8
1,8 = constante referente ao consumo de O2 necessário para realizar um trabalho de 1 kgm.
O VO2 é obtido pela soma dos componentes horizontal e vertical
TESTES DE BANCO
Banco: É o mais primitivo de todos os ergômetros, podendo ser constituído de um ou dois degraus. A altura do
banco varia conforme o protocolo escolhido, encontrando-se valores entre 4 e 52 cm.
As principais vantagens da utilização do banco como ergômetro incluem a independência de luz elétrica, seu baixo custo
de aquisição, sua facilidade de transporte, além de não necessitar de qualquer tipo de calibração (Lange et al., 1971). É
indicado quando do estudo de grandes populações.
O metrônomo é um acessório importante, durante a realização de um teste utilizando o banco, para assegurar o
ritmo ideal de execução do movimento por parte do avaliado. O ritmo de trabalho poderá ser de quatro ou seis tempos,
conforme a estrutura do banco, de um ou dois degraus, respectivamente.
Para o cálculo do trabalho físico deve-se considerar:
a) altura do banco;
b) peso corporal;
c) ritmo de trabalho. O gasto energético previsto para a fase de descida é estimado em um terço do gasto de
subida.
Entre os itens básicos para a construção de um banco incluem-se:
a) material rígido;
b) superfície com material antiderrapante;
c) os degraus deverão possuir largura suficiente para permitir que o testando coloque seu pé por completo, e
confortavelmente, sobre o degrau.
Os cinco protocolos inicialmente citados, correspondem aos mais utilizados; veremos a seguir suas peculiaridades.
Exemplificando: Um indivíduo do sexo masculino de 25 anos de idade, apresentou após 5 minutos de teste a freqüência
cardíaca de 154 bpm, 130 bpm e 100 bpm no 1o., 2o. e 3o. minuto após o teste. Qual é o índice de aptidão deste indivíduo
segundo Havard.
4) com o resultado do índice observa-se a Tabela 7, e conclui-se que o índice de aptidão é fraco;
ÍNDICE APTIDÃO
Abaixo de 55 Fraco
55 - 64 Abaixo da média
65 - 79 Média
80 - 89 Bom
Acima de 90 Excelente
Fonte: Mathews, 1980
5) é possível uma segunda abordagem utilizando o banco de Harvard conhecido como forma abreviada, onde a
contagem da FC é feita em apenas um momento, entre um minuto a um minuto e meio após a interrupção do
teste, utilizando com o resultado apurado a seguinte fórmula (Mathews 1980):
ÍNDICE APTIDÃO
Abaixo de 50 Fraco
50 - 80 Médio
Acima de 80 Bom
Fonte: Mathews, 1980
É constituído de carga única com uma altura de 41 cm; sua aplicação é indicada para uma população de homens e
mulheres em idade universitária.
A metodologia específica do teste inclui os seguintes pontos:
1. o tempo de duração do teste corresponde a 3 minutos;
2. a freqüência da passada deverá corresponder ao ritmo de 24 e 22 passos por minuto para homens mulheres
respectivamente;
3. aconselha-se o uso do metrônomo;
4. ao final do terceiro minuto de exercício, o participante permanece de pé, enquanto o pulso é aferido num intervalo
de 15 segundos, começando 5 segundos após a interrupção do teste. O valor encontrado deverá ser multiplicado
por 4 e o resultado da multiplicação colocado na fórmula; o resultado final dará o VO 2 max em ml.kg-1.min-1; 5) com o
resultado da FC apurada aplica-se a seguinte fórmula (Katch & McArdle, 1984):
Homens * VO 2 max = 111,33 - ( 0,42 x FC do final do teste)
Mulheres * VO 2 max = 65,81 - (0,1847 x FC do final do teste)
Exemplificando:
Homem: FC atingida no final do teste = 152 Mulher: FC atingida no final do teste = 140
Aplicação da fórmula: Aplicação da fórmula
VO2 max = 111,33 - (0,42 x 152) VO2 max = 65,81 - (0,1847 x 140)
VO 2 max = 47,5 ml.kg-1.min-1 VO2 max = 39,95 ml.kg-1.min-1
Exemplificando: Resultado:
Homem * FC = 162 bpm VO2 max previsto: 2,9 1.min-1
* Peso = 70 kg Resultado em ml.kg-1 .min-1 = 41,42
Resultado em METs = 11,83
Resultado em Kcal = 14,5
Figura 3 (em anexo) Nomograma de Astrand para determinação do VO2 max utilizando protocolos de banco ou
cicloergometria (Astrand & Kodahl, 1987).
Exemplificando: Resultado:
Indivíduo de 40 anos caracterizado como de alto risco atingiu a FCmáx no quarto estágio
FCM = 155 bpm
Agora que já se tem conhecimento de vários tipos de protocolos, tente resolver os dois exercícios propostos a
seguir:
Exercício (8) Exercício (9)
A partir dos seguintes dados:
Protocolo de Nagle Protocolo de Astrand
Sexo: masculino Sexo: feminino
Idade: 35 anos Idade: 25 anos
Peso: 83 kg Peso: 6O kg
Altura do último banco: 48 cm F.C. do último min.: 152
Calcule: Calcule:
a) VO2 max : a) VO2 max:
ml.kg-1 .min-1 = ml.kg-1 .min-1 =
l . min-1 = -1
l . min =
b) METmax = b) METmax =
Bicicleta com Frenagem Elétrica: O mecanismo básico consiste no avaliado operar um dínamo que gera uma
determinada potência elétrica.
Principais Vantagens: Como não existe uma freqüência extremamente acurada para que um determinado trabalho
seja realizado, existe uma variação entre 40 de 110 rpm; a escala de graduação de carga é mais ampla (0 a 500 Watts),
com nível de precisão de 5 Watts.
Principais Desvantagens: Não leva em consideração que a eficiência mecânica sofre variação com um ritmo de
pedalada entre 40 e 110 rpm; pelo peso total e dimensão, apresenta dificuldade de transporte; a calibração do ergômetro
deverá ser feita por pessoal especializado.
Recomendações: A freqüência de pedalada deverá ser constante, para não alterar a eficiência mecânica; para
evitar interferências eletromagnéticas, é aconselhável manter o equipamento distante de campos magnéticos fortes.
Bicicletas com Frenagem Mecânica: As bicicletas que utilizam o recurso de frenagem mecânica, possuem dois
tipos de modelos: com o uso de pesos, e através da resistência do ar.
Resistência com Pesos: O mecanismo básico desenvolvido por Von Dobeln, consiste em um peso que, de acordo
com sua posição na escala (0 a 350 Watts), fará com que o testado tenha que executar um determinado trabalho para
Esteira ou Tapete Rolante: Em nosso país, a esteira é um ergômetro sofisticado, devido ao custo elevado. Por
isso, existe em pequeno número no Brasil comparado a outros países.
O mecanismo básico de funcionamento é por uma esteira móvel onde o avaliado se desloca, que pode ser
controlada por meio externo em várias velocidades, desde uma caminhada lenta, até uma corrida com alta intensidade.
As variáveis de sobrecarga da esteira rolante incluem: velocidade e ângulo de inclinação. Em geral a esteira
oferece uma faixa de trabalho angular de 0 a 25%. Deve-se tomar um cuidado especial com inclinações superiores a
20%, pois poderão induzir a uma lombalgia intensa e fadiga muscular localizada. A angulação ideal de trabalho gira em
torno de 5%.
Uma boa esteira deve apresentar algumas caraterísticas em sua composição: permitir amplas variações de
velocidade e inclinação; possuir suporte de apoio na frente e nos lados; possuir controles de parada instantânea,
independentes, para o avaliado e para o avaliador; possuir uma faixa útil de pelo menos 2 metros, sendo necessário
faixas maiores para atletas de alto nível.
Quando da avaliação de idosos, é importante adaptar o avaliado ao ergômetro. Como procedimento ideal, quando
do primeiro contato do avaliado com a esteira, é coloca-lo para caminhar a uma velocidade de 4 km/h.
Dentre os erros mais comuns, observados durante a utilização da esteira rolante em uma avaliação, destacam-se:
deslocamento com os joelhos fletidos; inclinação do tronco à frente; correr olhando para o solo; correr não mantendo um
equilíbrio nas duas pernas; passadas curtas; permitir ao avaliado que apoie as mãos no suporte lateral ou frontal.
Cicloergometria x Esteira Rolante: A seguir serão listadas as principais vantagens e desvantagens da utilização
do cicloergômetro e da esteira em um teste ergométrico.
Esteira Rolante
Principais Vantagens: Usa um tipo comum de exercício (caminhar/correr); utiliza uma massa muscular maior;
impõe para o mesmo VO2 max, menor stress ao sistema cardiovascular, ou seja, menores níveis de duplo produto, pressão
arterial média e freqüência cardíaca.
Principais Desvantagens: Custo financeiro de aquisição e manutenção elevados; maior dificuldade de registro do
ECG; e pressão arterial; transporte praticamente inviabilizado devido ao peso e dimensão; nível de ruído elevado; o peso
corporal interfere no trabalho físico realizado.
Agora que você já está familiarizado com as principais características de cada ergômetro, vamos apresentar os
principais protocolos utilizados.
Regulagem do Cicloergômetro: A VO2 pode ser avaliado com precisão razoável para níveis de trabalho entre 300
a 1200 kg x m x min-1 (50 a 200 watts). Não existe componente horizontal para a bicicleta ergométrica já que ela é
estacionária. Exceto nos casos de obesidade excessiva ou indivíduos muito leves, o nível de trabalho mecânico ou
potência do ciclista está relacionado à resistência de pedal instalada, e a freqüência de pedaladas por minuto é
independente do peso do corpo. Assim, uma determinada pessoa pesando 60 kg irá ter o mesmo VO2 absoluto (isto é,
em l . min-1 ) em uma determinada potência mecânica na bicicleta ergométrica que uma pessoa pesando 90 kg.
Entretanto, se for expresso em relação ao peso corporal (isto é, ml.kg-1.min-1), o indivíduo mais magro irá ter um VO2
relativo maior. A potência mecânica (em kg x m x min-1) é determinada pelo produto da resistência aplicada ao pedal (kg
ou kp), a distância percorrida por este peso na rotação (m x rev-1), e o número de rotações por minuto (rev x min-1), ou kg
x m x min-1 = (kg) x (m x rev-1) x (rev x min-1). Este termo de potência deve essencialmente ser convertido em unidades
Sistema Internacional preferencial (SI) pelo uso da relação 1 W = 6kg x m x min-1. Os dois ergômetros mais comuns,
Monark e o Tunturi, percorrem 6m x rev-1 e 3m x rev-1 , respectivamente. A fórmula para o cálculo do trabalho é a
seguinte: W = F x S x RPM
onde:
W = trabalho produzido em ml.kg-1.min-1 F = resistência em kg
RPM = rotações por minuto S = distância teórica percorrida em revolução do pedal, que é
de: 6m / Monark e 3m / Tunturi
Como exemplo: apresentamos um cálculo de trabalho efetuado nestes dois modelos de cicloergômetros mecânicos
ajustados em seus mostradores para carga de 5 kg à 50 RPM:
Para cálculo completo desta fração adicional de trabalho, o custo de O2 do trabalho vertical ou resistência (1,8 ml x
kg-1 x min-1) é aumentado de 0,2 ml x kg-1 x min-1; assim sendo, para bicicleta à soma destes dois valores ou 2,0 ml x kg-1
x min-1 . O componente de repouso de consumo de O2 (corrigido para o peso corporal) é no
vamente somado para a obtenção do VO2 total.
Regulagem do Cicloergômetro: No processo de regulagem do cicloergômetro (mecânico com pesos tipo Monark)
deve-se realizar os seguintes procedimentos:
a) pôr a carga em zero (pêndulo zero);
b) soltar a cinta de frenagem;
c) se não estiver na posição zero, ajustar o parafuso que está à frente da bicicleta. Verificar se a bicicleta está
nivelada;
d) colocar pesos de 2, 4, e 6 kg observando se o procedimento do mostrador corresponde aos mesmos.
Um segundo item que o avaliador, deve observar é a relação avaliado e cicloergômetro; desta forma é importante
observar os seguintes aspectos:
a) regulagem do guidom: deve estar em uma posição que permita a verticalidade do tronco do avaliado;
b) regulagem do selim: a perna deve ficar em extensão quase que completa, quando o pedal está em sua
posição mais baixa. A altura do selim será ideal quando não houver movimentos de quadril, ou o avaliado
não se sinta "preso" no movimento de pedalar. Um procedimento prático é fazer uma marcação em
centímetros no canote que regula o selim;
c) a posição dos pés junto ao pedal: deve ser feita de forma a não apoiar o eixo medial dos pés, o calcanhar ou
a ponta dos pés. O apoio ideal será aquele onde a ponta do pé fique fora do pedal, a região metatársica
perfeitamente apoiada no pedal e o terço posterior do pé fora do pedal.
As pedaleiras podem ser utilizadas, porém modificam sensivelmente a biomecânica do movimento, principalmente
se o avaliado for ciclista ou tri-atleta.
⇒ Fox ⇒ Rocha
⇒ Astrand (submáximo) ⇒ Astrand (máximo)
⇒ Balke ⇒ A.C.S.M.
⇒ Jones ⇒ Bruce
Obs.: todos os procedimentos de regulagem do cicloergômetro são iguais em sua aplicação independentemente
do tipo de protocolo.
Como procedimento metodológico geral, é sempre aconselhável, a execução de um aquecimento prévio antes da
realização do protocolo, seja ele qual for.
Os procedimentos gerais metodológicos prévios, para os protocolos utilizando cicloergômetro, são os mesmos, de
forma geral, para todos os protocolos, variando apenas a forma de aplicação da técnica de avaliação. Basicamente,
podemos dividir a avaliação da resistência aeróbica utilizando o cicloergômetro em protocolos com intensidade máxima e
submáxima. O primeiro tende a levar o avaliado ao máximo de sua captação de O2 enquanto no segundo o valor de
VO2max é obtido através de uma previsão sem, portanto impor um stress orgânico intenso durante a realização do teste.
A escolha do tipo de protocolo a ser utilizado depende, basicamente, da população alvo e do objetivo a ser
empregado. De uma forma geral para aquelas pessoas que apresentam um baixo risco coronariano, com menos de 30
anos e que realizam atividades físicas rotineiras, bem como para os atletas, os protocolos de avaliação máxima serão os
mais indicados.
Os protocolos de avaliação submáxima, serão mais indicados para pessoas com a faixa etária superior a 30 anos,
com algum tipo de fator de risco coronariano primário presente, sem o hábito de prática de atividade física regular e na
ausência de um médico ou de alguns equipamentos de segurança.
Para a realização do teste ergométrico, é necessário orientar o avaliado no sentido da execução de certos
procedimentos básicos que deverão ser seguidos, antes da realização do mesmo:
1. informação contendo o horário e a data da realização do teste;
2. chegar ao local de avaliação com pelo menos 20 min de antecedência;
3. trazer, caso possua, um ECG em repouso, recente;
4. estabelecer um intervalo mínimo de 2 horas entre a última refeição e a realização do teste;
5. evitar abusos e excessos na noite anterior;
6. ter uma noite repousante entre 6 e 8 horas de sono;
7. evitar o uso de sedativos;
8. evitar fumar com pelo menos 4 horas de antecedência da realização do teste;
9. evitar qualquer tipo de atividade física no dia do teste;
10. providenciar vestimenta adequada para realização do teste (bermuda e tênis);
11. comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde ocorrida nas 24 horas que antecederem à
realização do teste.
O Comitê Internacional de Estandardização dos Teste de Avaliação, em 1974 (Rocha et al, 1976) recomenda
como pré-requisito básico para a execução de um teste ergométrico, que o paciente esteja:
1. isento de qualquer doença infecciosa em evolução;
2. livre, pelo menos três meses, de miocardites, infarto do miocárdio e crise típica de angina pectoris;
3. isento de alterações eletrocardiográficas atípicas;
4. com FC abaixo 100 bpm;
5. com temperatura oral menor que 37,5oC;
6. completamente refeito do stress de um exercício intenso previamente realizado;
7. com a noite anterior bem dormida;
8. com intervalo de duas semanas sem utilização de medicamentos que interfiram na FC;
9. com intervalo de 4 horas do uso de nitritos de ação rápida;
10. com a PAmax inferior a 190 mmHg e a mínima a 120 mmHg.
Antes da realização do teste ergométrico, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (1995) recomenda que o avaliado
seja orientado sobre os possíveis riscos de morbimortalidade relacionados diretamente com os procedimentos de
testagem. Desta forma Alfiere & Duarte (1993), indicam a conscientização do avaliado sobre os riscos previsíveis do
procedimento de testagem, além do consentimento na realização do mesmo. O termo de consentimento de realização do
teste ergométrico é indicado pelo A.C.S.M. (1986) e, mais recentemente, pela S.B.C. (Sociedade Brasileira de
Cardiologia, 1995). Esta última propõe dois modelos de consentimento, que devem ser assinados pelo avaliado e mais
duas testemunhas. A seguir estes modelos:
Sugestão 1: “Declaro que fui informado sobre as finalidades do exame ergométrico a que irei me submeter, estando
ciente de sua forma de execução de eventuais sintomas, cansaço e/ou anormalidade que poderão advir, conseqüente, à
aplicação do método.”
Avaliador [A]
1) prepara o avaliado, psicológica e fisicamente, para a execução do teste;
2) mantém-se em contato constante com o avaliado, medindo sua PA, auscultando, observando o monitor e
verificando as reações do teste;
3) é responsável direto pelo avaliado.
Avaliador [B]
1) checa o funcionamento do equipamento;
2) registra a FC;
3) registra a PA;
4) altera a carga de trabalho;
5) é responsável pela coleta de dados e sua organização.
Índice de percepção de esforço (IPE): O IPE representa uma escala de valores com os quais o avaliado informa
a sensação de intensidade de trabalho que lhes está sendo imposta durante a realização de um teste ergométrico. Desta
forma, o avaliador tem condições de obter informações sobre a interferência do exercício no que o avaliado está sentindo
e que, consequentemente, pode servir como elemento para interrupção do teste.
Dentre as características principais do IPE, durante a realização de uma avaliação funcional, destacam-se:
1. trata-se de uma escala de 15 pontos, numerada de 6 a 20, que representa, respectivamente, os níveis
mínimo e máximo de cansaço (Tabela 10A);
2. o IPE e a FC estão linearmente relacionadas entre si e com intensidade de trabalho;
3. existe uma boa relação entre IPE e vários fatores fisiológicos como VE (volume minuto), lactato e VO2 (Borg,
1982);
4. a escala do IPE tem demonstrado ser um indicador confiável do nível de esforço físico;
5. o IPE fornece ao avaliador um dado objetivo através do qual pode comparar o grau relativo de fadiga de um
teste para outro;
6. serve como parâmetro para interromper um teste;
7. quando aplicado pela primeira vez, Pollock et al (1986) propõem a leitura do seguinte texto para orientar o
avaliado na interpretação do IPE:
"Você agora vai participar de um teste de exercícios graduado. Você irá caminhar ou correr na esteira
enquanto nós iremos avaliando várias funções fisiológicas. Também queremos que você tente avaliar
sua dificuldade durante o exercício; quer dizer, nós queremos que você avalie o nível de esforço a que
6 10 14 18
7 muito, muito leve 11 razoavelmente leve 15 difícil 19 muito, muito difícil
8 12 16 20 esforço máximo
9 muito leve 13 um pouco difícil 17 muito difícil
Fonte: Pollock & Wilmore, 1993
Como a escala desenvolvida por Borg não é muito comum, observou-se uma certa dificuldade, por parte do
avaliado, em sua adaptação. Como solução, criou-se uma nova escala, de zero a dez, de forma a facilitar a compreensão
do avaliado, com os mesmos objetivos e metodologia de aplicação que a escala original. A nova escala pode ser
analisada na Tabela 10B. No Brasil a nova classificação de Borg vem sendo adotada por vários institutos de pesquisa,
entre eles o Lapeh (UFV) e o Labofise (UFRJ) e o Laboratório de São Caetano do Sul (CELAFISCS).
Freqüência Cardíaca (FC): A mensuração da FC representa um item fundamental durante uma avaliação
funcional. O aumento da FC está diretamente relacionado com o aumento do consumo de O2; um incremento de carga,
sem uma resposta positiva da FC, pode ser considerado como indicativo de isquemia tornando-se necessária a
interrupção do teste. O acompanhamento da FC durante um teste de esforço é fundamental para verificarmos a resposta
cardiovascular ao exercício.
A FC apresenta uma íntima relação com o VO2 HELLERSTEIN & ADLER (1973) estabeleceram duas equações
relacionando as duas variáveis, uma para indivíduos normais e outra para coronariopatas.
Exemplificando: Qual será o % VO2 trabalhado ao se prescrever uma intensidade de exercício com 79% da FCmáx ?
Cálculo por Hellerstein & Adler = 69,39
Cálculo por Londeree & Anes = 67,16 Cálculo por Katch = 64,88
É interessante observar que os três resultados apresentam valores diferentes que, porém, de forma alguma,
invalidam o emprego das fórmulas. A sugestão do autor é que se escolha qualquer uma das técnicas, para que se tenha
um referencial de trabalho.
Pressão arterial (PA): A mensuração da PA representa um dos principais parâmetros clínicos a ser controlado em
um teste de esforço. Dependendo do comportamento apresentado durante a execução de um teste ergométrico pode ser
identificado algum comprometimento cardíaco.
É possível encontrarmos uma ampla variação do comportamento da PA, POLLOCK & WILMORE (1993)
apresentam uma classificação da PA a partir dos valores registrados em repouso.
Tabela 18 - Classificação da Pressão Arterial
Técnica de Fox: Esta técnica apresenta como característica principal a aplicação de uma única carga (150 Watts)
durante todo o decorrer do teste. O tempo de duração máxima previsto está limitado em 5 minutos. Um ponto importante
que deve ser levado em consideração nesta técnica está na população específica de apenas indivíduos do sexo
masculino, podendo ser utilizado o fator de correção da idade previsto por Astrand (Fox et al., 1991).
Para o cálculo do VO2max que vem expresso em l.min-1, deve-se obter a FC no quinto minuto na carga de 150
Watts. Com o resultado obtido, basta utilizar a seguinte fórmula:
Técnica de Astrand: Entre as técnicas de teste submáximo, esta vem tendo a maior preferência dos
pesquisadores.
A metodologia empregada inclui a escolha de uma carga inicial de trabalho que varia de acordo com o sexo. Para
indivíduos do sexo masculino a carga deve variar entre 100 a 150 Watts e para mulheres entre 50 a 100 Watts. Com a
seleção da carga o avaliado deverá pedalar durante 5 minutos; registra-se a FC do quarto e quinto minutos, e se obtém o
valor médio. A FC da carga deverá estar entre 130 e 170 e, preferencialmente, acima de 140 para os jovens (Araújo,
1984).
Exemplificando: Uma mulher de 42 anos, pedalou com uma carga de 100 Watts durante cinco minutos, sendo sua FC de
150 e 152 no quarto e quinto minutos respectivamente.
Obs.: caso duas cargas sejam utilizadas, deve-se calcular o VO2max para as duas, obtendo-se a média entre os
resultados, sendo então considerado o resultado encontrado como o VO2max, caso o indivíduo tenha uma idade superior a
35 anos, é necessário a aplicação de um fator de correção conforme a Tabela 12 de modo a se obter uma melhor
estimativa, desenvolvendo em seguida a seguinte equação:
Para um maior detalhamento do fator de correção em relação a idade, Astrand (Rocha, comunicação pessoal)
desenvolveu a seguinte equação:
Aplicação da fórmula: VO2max l.min-1 = (4,7 x 60,9) + (14,3 x 250) + 20 (194 - 184)
1000
VO2max = 4,06 l.min-1
Técnica de Astrand: Segue os mesmos procedimentos dos testes anteriores, porém com algumas modificações:
a) o tempo entre os estágios tem uma duração de 3 minutos; b) o resultado final do VO2max é expresso em ml.min-1 ; c) a
aplicação de carga no primeiro estágio deverá ser de 10, 25 e 50 Watts para cardiopatas, mulheres e homens
respectivamente (Astrand & Rodahl, 1987).
Para o cálculo do VO2max utilizando a técnica de Astrand é necessário o emprego da seguinte fórmula:
VO2max ml.min-1 = 12 x Watts + (Peso x 3,5)
Exemplificando: Indivíduo: 70 kg
Última carga: 250 Watts
Colégio Americano de Medicina Esportiva: Segue os mesmos procedimentos dos testes apresentados
anteriormente, porém propõe duas fórmulas diferentes em função do tipo de bicicleta (ACSM, 1980).
Técnica de Bruce: Este protocolo apresenta um alto grau de intensidade por ter sua sobrecarga
aplicada tanto em relação à inclinação quanto à velocidade. Entre as principais características deste
protocolo destacam-se o tempo de duração do estágio constante em 3 minutos, a velocidade de trabalho
variando entre 1,7 a 6,0 mph (milha por hora) e aumentos constantes da inclinação em 2%, Gráfico 1
(MARCONDES & FROELICHER, 1992).
22
6,0
5,5
18
5,0
4,2
14
3,4
2,5 mph
10
1,7
0 3 6 9 12 15 18 21
minutos
As fórmulas para cálculo do VO2max em ml.kg-1 . min-1, que deverão ser utilizadas de acordo com o tipo de
população testada, fornecem as seguintes opções (Leite, 1993):
Para facilitar o manuseio das variáveis é possível trabalhar com a Tabela 20, agilizando assim o resultado final do
teste.
22 Protocolo de Balke
18
14
10
6
Velocidade constante a 3,3 mph
2
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
minutos
Um dos problemas identificados neste teste (Gráfico 2), quando aplicado em pessoas com alto grau
de condicionamento relaciona-se ao grande período de tempo em exercício. Observe na Tabela 21 que
pessoas com um VO2max de 49,6 ml.kg -1.min-1 apresentam um tempo de exercício de 24 minutos, o que
normalmente não é considerado como ideal.
Protocolo de Ellestad: Este protocolo, por não apresentar uma inclinação elevada, é ideal para pessoas com
idade avançada, diminuindo a possibilidade de interrupção do teste por fadiga localizada na musculatura do tricepssural
(Gráfico 4).
Estágio Duração (min) Velocidade (mph) Inclinação (%) VO2max ml.kg -1.min-1
1 3 1,7 10 16,65
2 2 3,0 10 24,12
3 2 4,0 10 31,99
4 2 5,0 10 39,85
5 3 5,0 15 51,65
6 2 6,0 15 59,52
7 2 7,0 15 67,38
8 2 8,0 15 75,25
Protocolo de Balke - Ware: As principais características deste protocolo estão relacionadas com o tempo dos
estágios com duração de 2 minutos, com a inclinação aumentando 2%, para cada estágio e a velocidade mantendo-se
constante em 3,4 mph, como pode ser observado na Tabela 17 (Araújo, 1986). E possível ainda calcular o resultado da
capacidade aeróbica utilizando-se a seguinte fórmula:
Pollock & Wilmore (1993) apresentam uma estimativa, relacionando o nível de aptidão física, o consumo de O2 e
METs com vários protocolos de esteira rolante e o teste de Cooper de 2.400 metros (Tabela 25).
Tabela 25 - Estimativa do Consumo Máximo de O2 relacionado a Resultados de Diversos Protocolos de Avaliação da Capacidade
Aeróbica
Fórmulas empregadas na Avaliação Funcional: Durante a realização de uma avaliação funcional, é necessário
trabalhar com várias fórmulas que permitam um subsídio informativo sobre as condições em que se apresenta o avaliado.
Nestas fórmulas é possível estabelecer o VO2max previsto, o “déficit” aeróbico funcional mais conhecido como FAI, o duplo
produto, o consumo de oxigênio do miocárdio, o débito cardíaco máximo espera do, além da freqüência cardíaca máxima
prevista, entre outras variáveis. A seguir serão apresentadas várias fórmulas que são amplamente utilizadas no resultado
de um avaliação funcional.
Cálculo para VO2max previsto segundo Bruce: Existem várias fórmulas que predizem o VO2max esperado de um
indivíduo, porém a grande maioria não leva em consideração o sexo e o nível de condicionamento, de forma a tornar os
resultados bem generalizados. Bruce et al (1973) estabeleceram quatro fórmulas equacionando esta problemática,
garantindo assim, uma maior precisão (Tabela 26). Uma ressalva importante a ser levantada para utilização destas
fórmulas, representa o universo de amostra do pesquisador; no caso, uma amostragem exclusiva com elementos
americanos.
Tabela 26 - Cálculo do VO2max Previsto em Relação à Idade, Sexo e Grau de Condicionamento Atual
1- Quanto à idade e gordura corporal VO2max = 57,50 - 0,31 (idade) - 0,37 (% gordura)
2 - Quanto à Idade
2.1 - Indivíduos sedentários VO2max = 54,1 - 0,41 (idade)
2.2 - Indivíduos moderadamente ativos VO2max = 61,1 - 0,44 (idade)
2.3 – Atletas VO2max = 96,1 - 0,48 (idade)
Fonte: Leite, 1996 Universidade da California Davis - USA (Human Performance Lab.)
Tabela 28 - Valores médios da capacidade funcional máxima cardiorespiratória em diferentes faixas etárias
MULHERES
50 – 59 < 18,0 18,1 - 24,0 25,0 - 33,0 33,1 - 42,0 43,0 ou >
60 – 69 < 16,0 16,1 - 22,0 22,1 - 30,0 30,1 - 40,0 41,0 ou >
Fonte: Leite, 1996. (Exercício, Envelhecimento e Promoção de Saúde)
Cálculo do FAI (Déficit Aeróbico Funcional): O FAI atua como um indicador em termos percentuais do quanto o
avaliado está acima ou abaixo de seu VO2max esperado. Com este resultado, fica mais simples demonstrar ao avaliado o
grau de sua condição física.
Para o cálculo do FAI, é necessário inicialmente se calcular o VO2max previsto (veja VO2, previsto por Bruce), além
de dispor do resultado da avaliação do VO2max, com duas variáveis expressas em ml.kg-1.min-1. Com os dois dados
apurados emprega-se a seguinte fórmula:
Um FAI negativo indica que o indivíduo está muito bem condicionado, pois seu VO2max está acima do VO2max que é
previsto em relação a sexo e idade.
Débito Cardíaco (Q) ou (DC): O DC pode ser considerado como um dos principais parâmetros cardíacos. Está
diretamente relacionado com o consumo de oxigênio máximo, através da seguinte equação (Fox et al, 1991):
Hossack et al (1980), apresentam equações para uma estimativa não invasiva na determinação do DC para
homens sadios e cardiopatas:
Homens Sadios: DC l.min-1 = VO2max (ml.kg-1.min-1) x Peso (kg) x 0,0046 + 5,31 l.min-1
Exemplificando: Um homem foi avaliado encontrando-se um VO2max de 40 ml.kg-1.min-1 e peso corporal 65kg. Calcule o
DC máximo previsto para este indivíduo:
AUTORES FÓRMULA
Karvonen (1) FCM(Homem/Mulher) 220 - idade
Jones (2) FCM Homem 205 - (0,50 x idade)
Jones (2) FCM Mulher 210 - (0,65 x idade)
Cooper (3) RCMP Homem 220 - (idade)
RCMP Mulher 205 - (1/2 idade)
Sheffield (4) FCM Destreinado 198 - (0,41 x idade)
FCM Treinado 205 - (0,41 x idade)
(1) Karvonen et al, 1957 (3) Sheffield et al, 1965
(2) Jones et al, 1975 (4) Cooper et al, 1982
Durante a utilização de qualquer uma das equações apresentadas para o cálculo da FC é interessante considerar a
existência de uma flutuação nos escores previstos para ± 12 bpm (Mastrocolla, 1993).
Finalmente, há o problema de como medir precisamente seu ritmo cardíaco durante o exercício, a fim de ter
certeza de atingir a meta de ritmo cardíaco e auferir todos os benefícios aeróbicos. O problema é que geralmente você
levará 20 segundos para medir as pulsações após cessar o exercício: 5 a 10 segundos só para encontrar o pulso, alguns
segundos de espera até que o ponteiro dos segundos chegue a uma posição conveniente e, depois, mais 10 segundos
para fazer a contagem.
Além disso, se você estiver em boa condição física, seu ritmo cardíaco pode diminuir na média de 1 batimento por
minuto durante os primeiros 15 a 20 segundos após o término do exercício. A técnica sugerida por Cooper para pessoas
altamente condicionadas é proceder da maneira acima descrita e tomar o pulso dentro de 20 segundos após o término do
exercício aeróbico. Então, somar 10% a essa medida, para obter o ritmo cardíaco durante o exercício. Por exemplo: se a
contagem do ritmo cardíaco for de 150 bpm, na realidade é provável que tenha atingido um máximo de 10% acima disso,
ou seja, 165.
Obs.: A intensidade da FC pode variar de 40 - 90%, de acordo com o nível de prática do indivíduo, sendo que, os
sedentários e os idosos devem começar com intensidade baixa (40 - 60), já os moderadamente ativo (60-70%) e ativo (60
- 80%) devem exercitar-se com moderada intensidade e atletas (70 - 90%), devem exercitar-se com alta intensidade.
A FC máx alcançada sofre influência direta do ergômetro utilizado (na esteira são alcançadas FC mais elevadas),
do protocolo escolhido, e do sexo (FC maior no sexo masculino). O condicionamento físico parece não influir a FC máx,
ao contrário do que ocorre com a FC basal e a FC em exercícios submáximos que são mais baixos nos indivíduos
treinados
Como existe variabilidade inter-individual, na realidade devemos considerar como FC máx, a FC prevista ± 10 bpm.
Os grandes laboratórios optam por utilizar a equação de Karvonen por ser a de mais fácil aplicação, e por não mostrar
diferença significativa das demais.
Devemos salientar que existem alguns fatores que influenciam a variação da FC de esforço. Entre esses fatores
podemos destacar o mau condicionamento físico que pode levar a uma rápida ascensão da FC, a posição do corpo
Interpretação dos Resultados: Um aspecto fundamental após a determinação do VO2max, é sua interpretação,
para que seja determinada qual a condição aeróbica do avaliado, de acordo com o sexo e a idade. Existem várias tabelas
para interpretação do VO2max. Entre as que se destacam, temos a preconizada pelo American Heart Association e a de
Cooper (Araújo, 1986).
Nas Tabelas 31, 32 estão representados os diversos valores de VO2max que podem ser obtidos durante uma
avaliação funcional, correlacionando com o nível de aptidão obtido.
MULHERES
Faixa Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente
20 - 29 < 24 24 - 30 31 - 37 38 - 48 >49
30 - 39 < 20 20 - 27 28 - 33 34 - 44 >45
40 - 49 < 17 17 - 23 24 - 30 31 - 41 >42
50 - 59 < 15 15 - 20 21 - 27 28 - 37 >38
60 - 69 < 13 13 - 17 18 - 23 24 - 34 >35
HOMENS
Faixa Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente
20 - 29 < 25 25 - 33 34 - 42 43 - 52 >53
30 - 39 < 23 23 - 30 31 - 38 39 - 48 >49
40 - 49 < 20 20 - 26 27 - 35 36 - 44 >45
50 - 59 < 18 18 - 24 25 - 33 34 - 42 >43
60 - 69 <116 16 - 22 21 - 30 > 41
Fonte: A.C.S.M., 1980
MULHERES
Faixa Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior
13 – 19 25,0 25,1 - 30,9 31,0 - 34,9 35,0 - 38,9 39,0 - 41,9 >42,0
20 - 29 23,6 23,7 - 28,9 29,0 - 32,9 33,0 - 36,9 37,0 - 40,9 >41,0
30 - 39 22,8 22,9 - 26,9 27,0 - 31,4 31,5 - 35,6 35,7 - 40,0 >40,1
40 - 49 21,0 21,1 - 24,4 24,5 - 28,9 29,0 - 32,8 32,9 - 36,9 >37,0
50 - 59 20,2 20,3 - 22,7 22,8 - 26,9 27,0 - 31,4 31,5 - 35,7 >35,8
+ 60 17,5 17,6 - 20,1 20,2 - 24,4 24,5 - 30,2 30,3 - 31,4 >31,5
HOMENS
Faixa Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior
13 - 19 35,0 35,1 - 38,3 38,4 - 45,1 45,2 - 50,9 51,0 - 55,9 >56,0
20 - 29 33,6 33,1 - 36,4 36,5 - 42, 4 42,5 - 46,4 46,5 - 52,4 >52,5
30 - 39 31,5 31,6 - 35,4 35,5 - 40,9 41,0 - 44,9 45,0 - 49,4 >49,5
40 - 49 30,5 30,3 - 33,5 33,6 - 38,9 39,0 - 43,7 43,8 - 48,0 >48,1
50 - 59 26,1 26,2 - 30,9 31,0 - 35,7 35,8 - 40,9 41,0 - 45,3 >45,4
+ 60 20,5 20,6 - 26,0 26,1 - 32,2 32,3 - 36,4 36,5 - 44,2 >44,3
Fonte: Cooper, 1982
A utilização de uma ou outra tabela não interfere significativamente no resultado final. Entretanto é possível
observar um maior detalhamento nos valores apresentados na tabela de Cooper, inclusive com o acréscimo de mais um
nível de aptidão (superior) e mais uma faixa etária (13 - 19).
Exercícios de Reforço para o Leitor: Tente resolver os exercícios propostos a seguir, se você conseguiu acertar
todas as questões ótimo, caso contrário retorne novamente ao texto. Se mesmo assim você ainda tiver dúvidas, consulte
em primeiro lugar um companheiro que tenha acertado as questões, caso a dúvida continue, consulte o professor.
Exercício (10)
Situação (B): Um indivíduo feminino de 30 anos, que pratica atividade física regularmente, percorreu 3200 metros
em 15 minutos. Levando-se em consideração que seu peso corporal está em 75 kg, pergunta-se:
1. Qual o VO2max previsto? 5. Qual a Kcal max ?
2. Qual o VO2max ml.kg-1.min-1 obtido? 6. Qual a FC max prevista?
3. Qual o VO2max l.min-1 encontrado? 7. Qual a categoria de aptidão física segundo Cooper?
4. Qual o METmax ?
Situação (C): Um indivíduo masculino ativo de 50 anos, atingiu no último estágio 300 Watts de carga final, com a
freqüência cardíaca de 156 bpm, no teste de Rocha. Levando-se em consideração que seu peso corporal está em 80 kg,
e que possui os seguintes valores nas dobras cutâneas T = 15,0 mm; SE = 18,0 mm; AB = 17,0 mm e SI = 17,4 mm
pergunta-se:
1. Qual o VO2max previsto? 7. Qual a categoria de aptidão física?
2. Qual o VO2max ml.kg-1.min-1 obtido? 8. Qual o DC?
3. Qual o VO2max l.min-1 encontrado? 9. Qual o %G?
4. Qual o METmax ? 10. Qual a GT?
5. Qual a Kcal max ? 11. Qual a MCM?
6. Qual a FC max prevista?
Sugestões para Leitura:
ARAÚJO, W.B.. Ergometria & Cardiologia Desportiva. Editora MEDSI, Rio de Janeiro, 1986.
a
COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA. Guia para teste de esforço e prescrição de exercício. Editora MEDSI, 3 Edição,
Rio de JANEIRO, 1987.
a
COOPER, K.H.. O programa aeróbico para o bem estar total. Exercícios - Dietas Equilíbrio Emocional. Editora Nórdica, 2 Edição,
Rio de Janeiro, 1982.
DUARTE, M.F., DUARTE, C.R.
a
FOX, E.L. & MATHEWS, D.K.. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. Editora Interamericana, 4 Edição, Rio de
janeiro, 1996.
KATCH, I. F., KATCH, L.F. & McARDLE, W.D.. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Editora
a
Guanabara Koogan S.A., 3 edição, Rio de Janeiro, 1992.
a.
KATCH, I.F. & McARDLE, W.D.. Nutrição, Exercício e Saúde. Editora MEDSI, 4 edição, Rio de Janeiro, 1996. LEITE, P.F..
a
Fisiologia do Exercício. Editora Robe, 2 edição, São Paulo, 1993.
a
LEITE, P.F.. Aptidão física e saúde. Editora Robe, 2 edição, São Paulo, 1993.
a.
MATSUDO, V.K.R. & ET AL. Teste em ciências do esporte. Editora Gráficos Burti, 2 edição, São Paulo, 1990.
POLLOCK, M.L., WILMORE, J.H. & FOX III, S.M.. Exercício na Saúde e na Doença: Avaliação e Prescrição para Prevenção e
a
Reabilitação. Editora MEDSI, 2 edição, Rio de Janeiro, 1995.
É cada vez maior o número de pessoas que iniciam uma atividade física de forma aeróbica, através de uma
caminhada ou de uma corrida. A prescrição de exercícios para indivíduos não atletas é um segmento muito interessante
do mercado de trabalho do Professor de Educação Física. Entretanto é necessário o conhecimento de princípios básicos
para a prescrição, a fim de melhorar a qualidade do serviço oferecido.
Em avaliação funcional, a prescrição do treinamento é tão ou mais importante do que a determinação direta ou
estimada do consumo de oxigênio, uma vez que a primeira é uma atividade meio. É fundamental para a validade do
trabalho de investigação em laboratório que os resultados obtidos sejam levados de forma compreensível e prática aos
atletas e seus treinadores ou aos sedentários e seus médicos, não apenas diagnosticando o nível de condicionamento
orgânico mas também prevendo performance e prescrevendo treinamento.
Basicamente, devemos prescrever treinamento para atletas que necessitam uma orientação científica para obter o
rendimento máximo e para aqueles que estão na outra extremidade da escala, os sedentários e os pacientes, que por
destino ou negligência decaíram a um tal nível de degeneração funcional que esforços físicos não orientados podem
colocar em risco suas vidas.
Uma prescrição de treinamento deve ser antecedida de uma avaliação médica funcional, e deve elucidar o tipo de
exercício, a intensidade, freqüência, duração e tempo de sessões. Embora alguns autores defendem distintos tipos de
treinamento, parece ser um consenso de que carga contínua, em marcha, trote ou corrida devem ser utilizadas. Embora
para atletas o treinamento com cargas intervaladas possa e eventualmente deva ser usado, ele é contra-indicado para
sedentários e paciente coronários.
A seguir serão apresentadas formas de prescrição de exercício, desenvolvidas cientificamente, e que servirá como
um excelente instrumento de trabalho. É importante ressaltar que a experiência prática contribui em muito, no sentido de
estabelecer algum ajuste final, adequando cada caso.
O primeiro passo para prescrição de exercícios corresponde a determinação do VO2max do avaliado, através de um
dos testes já vistos anteriormente. Obtido o VO2max , devemos avaliar atentamente nas tabelas de nível de aptidão (AHA
ou Cooper), como o sujeito se encontra em relação a seu nível de capacidade aeróbica, servindo de parâmetro para
prescrição de exercício em relação ao volume e à intensidade.
Com o resultado do VO2max o Professor de Educação Física poderá escolher entre os métodos de FC e VO2
aquele que servirá como instrumento para elaboração do treinamento.
Ainda é possível prescrever um treinamento utilizando-se o nível de ácido lático, como um indicador da intensidade
de trabalho. Apesar desta técnica ser amplamente empregada nos países desenvolvidos, ainda não se popularizou no
Brasil, sendo mais empregada em atletas de alto rendimento.
A técnica de análise de lactato consiste, basicamente, na coleta seriada de amostras de sangue durante a
realização de exercícios com uma carga progressiva de trabalho, analisando-se o perfil da curva de concentração do
ácido lático. A coleta de sangue arterializado é realizada no lóbulo da orelha ou da polpa digital (Foster et al, 1372).
Visando estabelecer um referencial de trabalho, Mader e colaboradores (Ribeiro & De Rose, 1980) identificaram
que valores de lactato inferiores a 4 mMol/l não interferiam no processo de formação de fadiga local. Entretanto, valores
superiores a 4 mMol/l de ácido lático levam a um processo de acumulação, promovendo uma redução da capacidade de
trabalho. Desta forma, optou-se por estabelecer 4 mMol/l como um ponto referencial para prescrição de treinamento.
A seguir serão apresentadas as quatro formas de prescrição de exercícios mais simples, exemplificando uma
situação problema.
Exemplo de Níveis de exercício recomendado através da prática da atividade física e fitness para melhoria da saúde.
Prescrição de Treinamento pelo VO2max: Este método pode ser perfeitamente utilizado, tendo como principal
característica o VO2max apurado durante um teste ergométrico. A vantagem de sua praticidade pelo fato de ser
desenvolvido através de tabelas que fornecem informações sobre a velocidade em km/h, metros/min, o tempo gasto para
percorrer 1 km, a relação destas variáveis com o VO2 e METs, além da quantidade calórica consumida para fazer a
tarefa.
O emprego deste método iniciou-se com a determinação do VO2max, a partir do VO2max apurado; basta selecionar
um percentual de trabalho, levando em consideração o nível de condicionamento e o ponto de localização do limiar
anaeróbico do avaliado. Lembre-se que quanto pior o nível de condicionamento do avaliado mais baixo será seu limiar
anaeróbico, e quanto mais treinado for, mais alto será o limiar anaeróbico. De uma forma geral podemos optar
normalmente entre 60 a 90%, do VO2max.
Na Tabela 33 que foram desenvolvidas na Seção de Medicina do Esporte, Cleveland, Ohio e apresentadas por
Vivacqua & Hespanha (1992), são ilustrados os valores de consumo de O2 para várias velocidades de caminhada e
corrida. Com o uso desta tabela é possível correlacionar o consumo de O2, com a velocidade de deslocamento.
Para uma melhor compreensão da forma de utilização da tabela, veja a exemplificação da situação apresentada:
Sexo: masculino Idade: 50 anos
VO2max = 20 ml.kg-1.min-1 Percentual escolhido de trabalho = 60%
VO2max de treino = 12.0 ml.kg
Prescrição de Treinamento pela FC: A prescrição pela FC representa uma das formas mais simples e práticas de
orientação do exercício físico. Para sua utilização é necessário ensinar ao praticante a forma correta de palpação da FC,
Quando um indivíduo encontra-se em um nível de capacidade física entre boa e superior (veja tabela de Cooper
VO2max) é recomendável aplicar uma carga de trabalho que seja suficiente para estimular sua FC para valores entre 65 e
85% de sua FCM. Para indivíduos em que o nível de capacidade física esteja compreendido entre muito fraca e regular,
sugere-se a realização de tarefas que estimulem a FC para faixas de 55 a 80% da FCM.
Alguns anos atrás a prescrição de exercícios estava baseada em um conceito muito simples, ou seja se calculava
a FC máxima do indivíduo e posteriormente o percentual da FC de trabalho. Para facilitar a compreensão veja o exemplo
a seguir:
Exemplo de treino calculado com base no nível de intensidade e freqüência cardíaca máxima (FCmáx).
Esta forma simplista de cálculo da FCT (freqüência cardíaca de treino) não leva em conta um fator extremamente
interessante que é a FCR (freqüência cardíaca de reserva) que é o resultante da diminuição da FCM com a FC de
repouso. Este novo conceito foi desenvolvido por Karvonen e colaboradores, sendo considerado como um procedimento
mais correto de prescrição, visto que leva em consideração a FC de repouso de cada indivíduo (Wilmore & Costill, 1994).
A nova forma de cálculo da FCT desenvolvida por Karvonen tem a seguinte fórmula:
FCT = % (FCmáx - FCrep) + FCrep
Para facilitar a diferenciação entre as duas formas de cálculo da FCT, vejamos o mesmo exemplo anteriormente
apresentado:
Indivíduo de 30 anos FCmáx = 190 bpm
FCrep = 55 bpm Objetivo de trabalho = 75%
Ao observarmos o resultado apurado na primeira situação (143 bpm) com o registrado na segunda (156), é fácil
percebermos uma grande diferenciação, que pode induzir a um erro por subestimação quando calculamos pela primeira
forma.
Exemplo de treino calculado com base no nível de intensidade e freqüência cardíaca de reserva (FCr)
Para o cálculo do percentual da FCT procure levar em consideração o conceito de FCR: Um segundo
aspecto interessante para a prescrição de treinamento utilizando a FC, deve ser a elaboração de uma faixa de trabalho.
Esta faixa compreenderá um limite superior, que deverá estar abaixo do limiar anaeróbico, caso o objetivo seja trabalhar
só aerobicamente e um limite inferior, de forma a assegurar o mínimo de stress necessário para que ocorram efeitos
oriundos do treinamento. O conceito desta faixa pode ser mais detalhado pelo método de treinamento da zona alvo,
dependendo do nível de condicionamento físico do avaliado é possível variar a faixa de treino da FC; sendo assim, a
escolha dos valores para o limite superior e inferior serão dependentes do nível de capacidade aeróbica.
Com os valores calculados, o tempo de execução do exercício poderá ser amplamente variável, contudo é
importante que o tempo ideal para a prática de exercícios aeróbicos seja sempre superior a 20 minutos.
A seguir será apresentado um exemplo de como prescrever um programa de condicionamento.
Exemplificando:
Sexo: masculino FCrepouso 70
Idade: 24 anos FCM = 205 - (0,42 X idade) .·. FCM = 193,24
VO2max = 44 ml.kg-1.min-1 Nível de aptidão física (Cooper) = boa
% escolhido de trabalho = limite superior 70% e limite inferior 60%
Cálculo da FCT
FCT = 0,70 x (193 - 70) + 70 FCT = 0,60 x (193 - 70) + 70
FCT = 156 * Limite superior FCT = 144 * Limite inferior
Com a faixa de FCT apurada (144 - 156), você deverá descobrir qual a velocidade em km/h ou metros/min que seu
avaliado deverá correr e que será suficiente para estimular o trabalho cardíaco dentro da zona esperada. Este
procedimento poderá ser feito em uma pista de atletismo, onde é solicitado ao avaliado um aumento da velocidade de
deslocamento a cada volta, e registrado o comportamento da FC ao final da mesma e o ritmo executado. Este tipo de
procedimento torna possível identificar o ritmo de exercício suficiente para estimular a FC na zona alvo estabelecida.
l.min-1
Determinação do Ritmo de Caminhada: Veja na Tabela 33 de caminhada, onde se localiza o consumo 13,8
ml.kg-1.min-1 ou um valor aproximado. Coloque uma régua horizontalmente, e veja na coluna km/h qual seria a velocidade
de deslocamento, ou se preferir, quantos minutos o indivíduo deverá consumir para percorrer 1 km. Em nosso exemplo, o
avaliado deverá caminhar a uma velocidade de 4.8 km/h, ou deverá gastar 12'30" para caminhar 1 km.
Para uma melhor compreensão da forma de utilização da Tabela 34, acompanhe a situação problema
apresentada: Sexo: mulher Idade: 20 anos
VO2max = 50 ml.kg-1.min-1 Percentual escolhido de trabalho = 75%
VO2 = 37.5 ml.kg-1.min-1
Determinação do Ritmo de Corrida: Veja na tabela (34) de atividade corrida, onde se localiza o consumo de 37.5
ml.kg-1.min-1 ou um valor aproximado. Coloque uma régua horizontalmente, e veja na coluna km/h qual seria a velocidade
de deslocamento ou, se preferir, quantos minutos o indivíduo deverá consumir para percorrer um 1 km. Em nosso
exemplo, a avaliada deverá correr a uma velocidade de 10.2 km/h, ou deverá gastar 5,48 min para correr 1 km.
Ao analisarmos profundamente as Tabelas 33 e 34 percebe-se um espaço vago entre o ritmo da caminhada mais
forte e da corrida mais lenta. Esta faixa intermediária apresenta uma dificuldade biomecânica para o indivíduo que
pretende caminhar, mas que ainda não apresenta condições de correr. Nesta situação será interessante um ritmo
conhecido como trote. A Tabela 35 ilustra as variáveis necessárias para a prescrição do exercício.
Outro ponto a destacar em relação à interpretação das tabelas apresentadas anteriormente está relacionado com o
cálculo correto do gasto energético que não foi levado em consideração. O gasto energético relaciona-se com o peso
corporal do praticante, entretanto isto não invalida o uso das tabelas, pois elas facilitam em muito o trabalho de forma
prática. Porém para fornecer a um nutricionista um dado exato do gasto calórico consumido na atividade usa-se a
seguinte fórmula:
Kcal/min = Met treino x 1,225
Aproveitando o exemplo anterior da corrida, suponhamos que o peso corporal da avaliada correspondesse a 70 kg.
Comparando o valor do consumo calórico obtido na tabela (13.15 Kcal/min) ao obtido pela fórmula (13.12 Kcal) é
possível observar uma diferença de 0,03 Kcal/min o que não chega ser significativo.
Para facilitar a prescrição dos exercícios as Tabelas 36 e 37 estabelecem uma relação do ritmo de caminhada e
corrida, tendo como base a distância de 1 km.
Exercício 11: Tente encontrar qual a velocidade em metros/min e o total de Kcal gastas durante um exercício de 60
minutos de duração, com uma intensidade de 65%, sabendo que o VO2max obtido correspondeu a 56 ml.kg-1.min-1 .
MOREIRA & BITTENCOURT (1985) apresentam uma fórmula do American College of Sports Medicine para o
cálculo do consumo de oxigênio durante a corrida em um plano horizontal à velocidades superiores a 8,4 km/h o que de
certa forma permite um maior refinamento para a prescrição deste exercício, sendo assim temos a seguinte equação:
VO2 ml.kg-1.min-1 = velocidade x 0,2 + 3,5
A velocidade deverá ser expressa em m/min.
Exemplificando: Um indivíduo correrá a uma velocidade de 300 m/min; seu consumo de O2, para esta atividade
corresponderá?
Desenvolvendo a fórmula: VO2 ml.kg-1.min-1 = 300 x 0,2 + 3,5 VO2 ml.kg-1.min-1 = 63,5
Caso a corrida seja feita em um local de subida, será necessário adicionar o componente vertical a partir do
gradiente de declividade. Para tal, necessário utilizar a seguinte equação:
VO2 ml.kg-1.min-1 = velocidade x gradiente de inclinação x 1,8
Velocidade em m/min
Gradiente de inclinação expresso em fração decimal
Exemplificando: Um corredor com um ritmo de 250 m/min e tendo uma subida de 7% de inclinação, terá que consumo de
O2 para esta tarefa?
MOREIRA & BITTENCOURT (1985) alertam, ainda, que devido a uma melhor coordenação do gesto motor
existente no corredor de alto nível, este propiciará um gasto energético menor quando comparado a pessoas normais. A
equação para cálculo do consumo de O2 para corredores de alto nível será:
A FC apresenta uma íntima relação com o VO2 Hellerstein & Adler (1973) estabeleceram uma equação relacionada
a % FC e Londere & Anes uma equação relacionada a % VO2.
Exemplificando : % FC = 60 + 42 = % FC 72,3
1,41
O consumo máximo de oxigênio e freqüência cardíaca máxima são obtidos em testes ergométrico máximo direto
ou indireto que deve servir de base para a prescrição da intensidade do treinamento aeróbico.
Para um percurso em lugar demarcado (pista, ruas etc..), a velocidade em metros por minuto para um VO2treino
dado em METs é determinada pela equação:
Prescrição da Duração do Treinamento pelo Gasto Calórico: A duração da atividade dependerá de sua
intensidade, desta maneira uma atividade menos intensa deverá ser compensada com uma maior duração. Preconiza-se
para fins de saúde uma duração de 20 a 60 minutos de atividade aeróbica contínua, excluindo o aquecimento. A duração
no início do programa poderá ser menor, elevando-se conforme os níveis de aptidão física são elevados ACMS, 1995.
Quanto mais velho e sedentário for o indivíduo, maiores deverão ser os períodos de aquecimento e volta à calma.
Depois de estabelecer a intensidade do trabalho físico, devemos considerar a duração do exercício nos períodos
alternados de treinamento e de intervalo ou a duração total de cada sessão.
BALKE entende que o dispêndio calórico em treinamento de um indivíduo deve ser de cerca no mínimo de 10% do
seu aporte calórico total. Considerando-se que o equivalente calórico do MET para um indivíduo de 70 kg é de 1,225
kcal/min, e o seu aporte calórico é de 2400 e com MVO2 de 8 METs, a duração do treinamento diário é de 36,21
minutos, assim calculados:
Para um treinamento aeróbico é necessário um trabalho total de pelo menos 30 minutos na intensidade indicada.
Para atletas, caberá ao treinador, estabelecer o tempo de duração do exercício em função das exigências específicas de
cada modalidade desportiva.
Periodicidade do Treinamento: Seguindo o mesmo raciocínio desenvolvido em torno do percentual de 10% sobre
o aporte calórico diário a ser utilizado em treinamento, esta deveria ser feita 6 vezes por semana. Isto traria diversas
vantagens, entre as quais um tempo relativamente curto para sua execução, a formação de um hábito e o alívio das
tensões quotidianas através da prática do exercício.
Muitas vezes, entretanto, só podemos dispor de três dias por semana e, neste caso, a duração do trabalho deve
ser duplicada para o gasto energético seja o mesmo. Este sistema é igualmente eficiente para aqueles que praticam
esporte como recreação, visando a manutenção de uma condição orgânica saudável, mas não é válido para atletas de
elite, que devem treinar diariamente e de preferência em dois turnos, pela manhã e pela tarde.
Segundo as recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACMS), apenas 30 minutos de
atividade física é suficiente para baixar o risco de morte por problemas cardíacos.
O programa de treinamento aeróbico para a maioria das pessoas poderá ser conduzida durante, pelo menos 3 dias
por semana, com 30 a 60 minutos de exercício contínuo, numa intensidade suficiente para despender 300kcal/dia, o que
usualmente se atinge no exercício em que o pulso é aproximadamente 70% do máximo. Se a meta do treinamento é o
controle de peso, deve-se considerar seriamente a possibilidade de desempenhar trabalhos de 1 hora de duração, a uma
intensidade de 60 a 70% do máximo, numa freqüência de 7 dias semanais, que eqüivale a perda aproximada de 260 gr
de gordura/semana e 1,0 kg de gordura/mês, o que é recomendado como forma gradual de perda de peso.
Recomenda-se para fins de saúde funcional, um dispêndio energético mínimo de 300 kcal/dia para uma freqüência
de 3 dias/semana ou 200 kcal por sessão no caso de uma freqüência de 4 dias/semana, sugerindo um dispêndio
energético de 800 a 900 kcal por semana, através de exercício físico. Porém, para alcançar um nível ótimo de dispêndio
calórico através de exercício, a meta a ser alcançada deverá estar em torno de 2000 a 2500 kcal/semana (ACSM,1995).
Obs.: Para os valores que podemos calcular a distância em metros por minuto (m/min), é só multiplicarmos m/min x 60,
que acharemos a distância total em uma hora. Sabendo que o km/h eqüivale aos METs gastos, que corresponde ao
gasto calórico assim: 8 min por milha (1.600m) corresponde a 200m/min, que se multiplicarmos por 60 minutos,
obteremos um total de 12 km/h, que corresponde a 12 kcal/kg.h x peso/60 = kcal/min e, se dividirmos pelo peso
novamente obteremos o valor em kcal.min.kg que é igual a 0,200.
Cálculo rápido para estimativa do gasto energético basal diário (Basal Energy Expenditure- BEE). O
BEE em (kcal) pode ser avaliado pela idade (ano), massa corporal (kg) e estatura (cm) da seguinte
maneira:
Mulheres: BEE 65,5 + (9,6 x massa) + (1,85 x estatura) - (4,7 x Idade)
Homens : BEE 66,0 + (13,7 x massa) + (5,0 x estatura) - (6,8 x Idade)
Dispêndio de energia diário e durante o repouso, com base na LBM. Utilize as equações seguintes
para estimar seu dispêndio de energia em estado de repouso (REE) e o dispêndio diário (TDEE) com
base na LBM:
REE (kcal/dia) 21,6 (LBM, kg) + 370
Ex: LBM = 70 kg (REE = 21,6 x (70) + 370 = 1.882 kcal/dia
TDEE (kcal/dia) 26,0 (LBM, kg) + 682
Ex: LBM = 70 kg (TDEE = 26,0 x (70) + 682 = 2.502 kcal/dia
Onde:
P: Soma dos pesos do indivíduo e da bicicleta (kg) SC: Superfície Corporal
V: Velocidade de deslocamento (m/segundos) I: Inclinação do terreno (tangente)
Custo Energético Caminhada = 0,625 kcal x Distância (km) x Peso Corporal (kg)
Fonte: DI PRAMPERO, 1986; WEBB et ali, 1988, modificado por BERGAMO, 1997.
In: Exercício físico na promoção da saúde. GUEDES, D.P. & GUEDES, J.E.R.P.,1996.
O nomograma ajustado para cálculo da capacidade de trabalho aeróbico a partir da freqüência do pulso submáximo e dos
valores de captação de O2 (pedalagem, corrida ou marcha, e teste do banco).. Nos testes sem mensuração direta a captação de
O2 pode ser estimada lendo horizontalmente da escala “peso corporal” (teste do banco) ou escala “carga de trabalho” (teste
cicloergométrico) para escala “captação de O2”. O ponto sobre a escala “captação” de O2 (VO2, 1) será conectado ao ponto
correspondente da escala “freqüência do pulso”, e a captação máxima prevista de O2 será lida na escala do meio. Uma mulher
(61kg) alcançou uma freqüência cardíaca de 156 no teste do banco; VO2 max previsto = 2,4 l. Um homem alcança uma
freqüência cardíaca de 166 no teste cicloergométrico com uma carga de trabalho de 1.200 kpm/min; VO2 max previsto = 3,6 l
(exemplificado pelas interrompidas). (De Åstrand)
Tabela 2 - Valores Absolutos (kg) e Porcentagem de Maturação de Peso Corporal em Escolares Brasileiros
_ _
Tabela 3 - Valores Absoluto (mm) de Dobras Cutâneas (X 3) e (X 7) em Escolares Brasileiros
_ _ _ _
Idade (X3) Homens (X7) (X3) Mulheres (X7)
_ _ _ _
X S+ X S± X S± X S±
07 7,54 4,69 7,35 4,08 7,92 2,94 7,69 2,95
08 7,18 1,99 6,99 2,17 8,81 3,85 8,49 3,97
09 8,14 4,82 8,00 4,69 9,53 3,44 9,34 3,18
10 9,60 6,65 9,32 5,97 9,22 2,79 9,26 2,99
11 8,00 2,93 7,61 2,55 10,40* 4,24 9,74* 3,67
12 7,57 2,24 7,12 2,01 10,89* 2,91 10,36* 2,55
13 7,84 2,14 7,10 3,38 12,10* 4,21 11,64* 3,79
14 7,73 3,39 7,03 2,70 11,92* 5,41 11,37* 5,08
15 8,30 3,30 7,78 3,17 13,72* 3,01 13,36* 2,95
16 8,31 2,47 8,03 3,07 13,09* 4,01 12,51* 3,80
17 8,61 2,52 8,25 2,33 13,26* 4,89 12,74* 4,87
18 7,99 2,61 7,61 2,68 12,91* 3,63 12,14* 3,40
* (p < 0,01) “t” Student
X 3 = média do tríceps, subescapular e supra-ilíaca
X 7 = média do bíceps, tríceps, subescapular, supra-ilíaca, axilar média, abdominal e panturrilha medial.
Tabela 5 - Valores Absoluto (m) e Porcentagem da Maturação de Circunferência de Perna em Escolares Brasileiros
Tabela 6 - Valores Absoluto (cm) e Porcentagem da Maturação de Diâmetro de Úmero em Escolares Brasileiros