Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Deformações Plásticas e Discordâncias
Deformações Plásticas e Discordâncias
Estudos pioneiros dos materiais levaram ao cálculo das resistências teóricas de cristais
perfeitos, as quais eram muitas vezes maiores do que aquelas efetivamente medidas. Na
década de 30, a teoria dizia que essa discrepância em termos de resistência mecânica poderia
ser explicada por um defeito cristalino linear, que desde então é conhecido por discordância.
a)quando uma discordância for passar de um grão A para outro grão B, o qual apresenta
diferente orientação cristalográfica em relação ao A, A terá de alterar sua direção de
movimento; isso é dificultado à medida que a diferença na orientação cristalográfica aumenta.
b)a desordenação atômica no interior de uma região de contorno de grão irá resultar em uma
descontinuidade de planos de escorregamento de um grão para outro.
“Um material de granulação fina é muito mais duro e resistente do que um material que possui
granulação grosseira, uma vez que o primeiro possui maior área total de contornos de grãos, o
movimento de discordância será dificultado.”
𝜎𝑒 = 𝜎0 + 𝐾𝑒 .𝑑−1/2
- antes da deformação os grãos são equiaxiais, mas com a solicitação eles tornam alongados ao
longo da direção que foi estendida.
Os metais policristalinos são mais resistentes do que seus equivalentes monocristais; isso
ocorre em grande parte devido às restrições geométricas que são impostas sobre os grãos
durante a deformação plástica. Embora um único grão possa estar orientado favoravelmente
em relação à tensão aplicada para o escorregamento, ele não pode se deformar até que seus
grãos adjacentes estiverem orientados de maneira menos favorável e também sejam capazes
de sofrer escorregamento; isso exige um nível mais elevado de tensão aplicada.
Solução sólida – a soluça sólida é caracterizada pela formação de ligas com átomo de impureza
que entra em lugares intersticiais e substitucionais na estrutura cristalina, sem o aparecimento
de uma segunda fase desses átomos. Ocorrendo solubilidade total.
As ligas são mais resistentes do que seus metais puros. Isto ocorre porque os átomos que
entram em solução sólida impõem deformações na rede cristalina sobre os átomos
hospedeiros vizinhos. Interações dos campos de deformação da rede cristalina entre as
discordâncias e esses átomos de impureza resultam em barramento ou restrição ao
movimento de discordâncias.
A segregação dos átomos de impureza ao redor das discordâncias reduz a energia global de
deformação, cancelando parte da deformação na rede que circunda uma discordância. A
resistência ao escorregamento é aumentada, pois a deformação global da rede deve aumentar
se uma discordância for separada dos átomos de impureza.
Encruamento - fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais resistente
quando ele é submetido a uma deformação plástica.
Dessa forma, a tensão imposta , necessária para deformar um metal, aumenta com o aumento
do trabalho a frio.
Uma fração da energia gasta na deformação é armazenada no metal na forma de uma energia
de deformação, que está associada a zonas de tração, compressão e cisalhamento ao redor de
discordâncias recém-criadas.Essas deformações estruturais podem ser revertidas novamente
para os seus estados anteriores ao trabalho a frio mediante um tratamento térmico de
recozimento. Que é a recuperação e a recristalização, seguida do crescimento de grão.
A força motriz para produzir essa nova estrutura de grão é a diferença que existe entre as
energias internas do material submetido a deformação e do material sem deformação. Os
novos grãos se constituem na forma de núcleos muito pequenos e crescem até que substituam
completamente o seu material de origem, consistindo em processos que envolvem difusão em
pequena escala.
Na cristalização, as propriedades mecânicas que foram alteradas como resultado do trabalho a
frio são restauradas aos seus valores iniciais; isto é, o material se torna mais macio, menos
resistente mais dúctil.
O crescimento de grão ocorre pela migração de contornos de grão; isto é, os grãos maiores
crescem à custa dos grãos menores, que encolhem. O movimento dos contornos consiste
simplesmente na difusão dos átomos em pequena escala de um lado do contorno de grão
para outro. As direções do movimento do contorno e do movimento atômico são opostas uma
à outra.
Para muitos materiais policristalinos a relação matemática do diâmetro médio de grão com o
tempo é dada por: dn - d0n = K.t
O crescimento de grão procede mais rapidamente à medida que a temperatura aumenta. Isso
Poe ser explicado pela melhoria da taxa de difusão em função do aumento da temperatura.
No limite de escoamento superior (LS), uma faixa discreta de metal deformado aparece em
uma região de concentração de tensões, pelo efeito da carga de ensaio. Quando a tensão
atinge um nível suficiente para vencer as barreiras que retém as discordâncias, ainda em
pequeno número, define-se o limite de escoamento superior (LS). Então, a tensão cai até o
limite de escoamento inferior (LI). A faixa se propaga ao longo do corpo, causando
alongamento durante o escoamento. Durante esta propagação, outras barreiras aprisionam as
discordâncias, exigindo que a tensão novamente venha a subir e assim sucessivamente,
gerando o serrillhado indicado na figura.
A morfologia dessa microestrutura é de uma fase ferrita (“em cima dos contornos de grãos da
austenita”) circundando uma fase perlita (“dentro dos contornos de grãos”).
Obs: A fase cementita que se formou ao longo dos contornos de grão e antes de 727°C, não
sofrerá nenhuma transformação e é chamada de cementita pró-eutetóide.
Ferros fundidos
Ligas ternárias de Ferro, Carbono (2-4%) e Silício (1-3%).
-grande fragilidade
-diifíceis de maquinar
-soldadura limitada
-em peças de maior tamanho, pode-se obter ferro fund. branco na superfície e ferro fundido
cinzento no núcleo.
-tratamentos térmicos – o único tratamento térmico feito é para obtenção do ferro fund.
maleável.
Ferro fundido maleável
-o aquecimento do ferro fundido branco a temperaturas entre 800 e 900°C por um período de
tempo prolongado e em atmosfera neutra, causa a decomposição da cementita, formando
aglomerados ou rosetas de grafite cicundadas por uma matriz de ferrita ou perlita.
-aplicações – similares ao ferro fund. dúctil, peças sujeitas a alta temperatura, elementos de
ligação, juntas universais e pequenas ferramentas.
-nomenclatura – ASTM A47, 5 dígitos, tensão de cedência e extensão de rotura em tração. Ex:
ASTM A47 Classe 32510 – tensão de cedência mín. a tração de 32,5 e extensão de rotura de
10%.
-fácil fluidez, podendo até evitar o uso de massalotes para correção de possíveis defeitos;
-excelente usinabilidade, boa resistência ao desgaste por atrito (grafita atua como lubrificante)
e resistência ao choque térmico;
Velocidade de resfriamento
-tempos menores geram ferros fundidos brancos (pouco tempo para a decomposição da
cementita);
SAE 1010
SAE 1045
SAE 1080
1)Superar as limitações das ligas ferrosas que são: muito densas, más condutoras, suceptíveis à
corrosão.
2)São de elevada resistência, apresentam baixo teor de carbono e alto teor de níquel.
7)São curvas que relacionam o tempo necessário para que uma transformação ocorra, para um
determinada temperatura fixa. São importantes porque, diferentemente dos diagramas de
equilíbrio, essas curvas dão uma estimativa do tempo necessário para que uma transformação
se efetive.
10) Sim, as microestruturas podem ser da mesma liga metálica. As diferentes morfologias
ocorrem porque a primeira sofreu o processo de esferoidização ou coalescência (tratamento
térmico),passando de morfologia de veios para morfologia esférica. Geralmente isto ocorre
para aços hipereutetóides que através deste tratamento passam a ser mais facilmente
usinados.