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Se é necessário para o bom governo das dioceses, pode-se nomear também um ou mais
vigários episcopais, com a mesma potestade ordinária que o vigário geral, mas limitada a
uma determinada circunscrição da diocese ou a certas matérias ou pessoas.
O vigário geral deve ser um sacerdote, com potestade ordinária vicária, que ajuda o bispo
em forma estável no governo pastoral de toda a diocese. Sua existência é agora obrigatória
e a regra geral é que se tenha somente um em cada diocese, mas se aceita que se tenha
mais, por razões pastorais ou porque a diocese seja muito grande e complexa. Neste caso,
todos os vigários gerais governam “in solidum”, em toda a diocese, ainda que de fato
terão que distribuir o governo para evitar atos contraditórios.
“§ 1. O Vigário geral e o episcopal são nomeados livremente pelo Bispo diocesano e pelo
mesmo podem também ser livremente removidos, sem prejuízo do prescrito no cân. 406;
o Vigário episcopal, que não for Bispo auxiliar, seja nomeado somente por um prazo a
determinar no próprio ato da nomeação. § 2. Na ausência ou impedimento legítimo do
Vigário geral, pode o Bispo diocesano nomear outro que faça as suas vezes; aplica-se a
mesma norma ao vigário episcopal. “
O vigário geral pode ser nomeado “ad tempus” ou por tempo indeterminado, salvo se
forem bispos auxiliares ou coadjutores que não têm limites de tempo. O vigário episcopal
é sempre por tempo determinado.
Os requisitos estabelecidos pelo Direito são: ser sacerdote, não menor de 30 anos de
idade, ser doutor ou licenciado em Direito Canônico ou em Teologia, ou ao menos, expert
em alguma destas disciplinas; ser probo, de sã doutrina, reto, experimentado nos negócios
da Igreja, e com sabedoria, ter bom caráter e ser muito prudente. Não há dificuldade para
que seja um religioso, mas não poderá nunca ser parente do bispo até o 4º grau, nem
tampouco cônego penitenciário, conforme reza o Cân.478 do CDC: “
Ao vigário geral, em virtude de seu cargo, como Ordinário de lugar, compete-lhe em toda
a diocese da mesma potestade executiva que tem por direito o bispo diocesano (Cân.134).
Pode, portanto, cumprir todos os atos administrativos ordinários que correspondem ao
bispo, à exceção dos que precisam de mandato especial segundo o Direito, o dos que o
mesmo bispo reservou para si expressamente. (Cân.479)
Estes atos administrativos incluem a direção da Cúria. Ao vigário episcopal lhe compete
ipso iure a mesma potestade do vigário geral, mas limitada à sua zona ou a seus limites.
O que o Direito impede fazer aos vigários – a não ser que tenham mandato especial – é :
excardinar ou incardinar a um clérigo, prover um ofício eclesiástico por livre colação,
convocar um Sínodo, nomear párocos, mudar o vigário paroquial, erigir associações
públicas, impor penas canônicas reservando-se à absolvição de pecados, impor penas
eclesiásticas, remitir penas fereande ou latae sententiae, mudar o pároco, dar seu
consentimento para que se conceda o indulto de exclaustração, ou prorrogar o mesmo,
dar dispensas, aprovações, ereções e supressões de casas para os membros de um Instituto
Religioso de direito diocesano ou outro da vida consagrada, ou suprimi-los, dispensar do
celibato, legislar, e remover ao chanceler de seu cargo.
Tudo o que a Santa Sé concede ao bispo diocesano, também se concede a eles, salvo se
for algo personalíssimo do bispo ou o rescrito exclua ao vigário geral. Em caso de
ausência ou impedimento de qualquer dos dois, o bispo nomea quem faça suas vezes, mas
permanece em seu ofício e potestade. Tem obrigação de emitir profissão de fé. No
exercício da potestade os vigários gerais e episcopais devem estar e atuar concorde entre
si evitando conflitos no governo da diocese. Por isso, na nomeação de um vigário
episcopal, o bispo colocará atenção em definir claramente o âmbito de suas faculdades,
evitando assim a superposição de competências ou, pior ainda, a incerteza do titular ou
dos fiéis.
A potestade dos vigários cessa transcorrido o tempo do mandato, por renúncia notificada
ou por remoção. Neste ultimo caso, se são presbíteros instituídos por tempo indefinido
ou se trata de bispos, faz-se necessário uma razão grave; se se trata de um vigário
instituído por tempo determinado, é suficiente causa para a remoção o que não trabalhe
com a mente do bispo diocesano.
Assim, os vigários têm o dever de visitar a diocese quando o bispo esteja impedido, são
membros de iure no Sínodo diocesano e podem presidir como delegados do bispo, para
cada seção, e são também membros de iure dos concílios particulares, como já vimos.