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LEGISLAÇÃO E

NORMAS DE
SEGURANÇA

Autor: Sérgio Caruso Melo


LEGISLAÇÃO E
NORMAS DE
SEGURANÇA
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


LEGISLAÇÃO E
NORMAS DE
SEGURANÇA

Autor: Sérgio Caruso Melo


Colaboradora: Márcia de Araújo Lisboa

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer as principais normas regulamentadoras,


bem como as autoridades, órgãos e entidades estatutárias
responsáveis pela legislação que interfere nas atividades da
indústria do petróleo, no Brasil e no mundo.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, a E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
IMPORTANTE!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
IMPORTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
IMPORTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 15

Capítulo 1 - Regulamentação no trabalho


Objetivos 19
1. Regulamentação no trabalho 21
1.1. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE 21
1.1.1. Normas Regulamentadoras - NRs 21
1.2. Principais Normas Regulamentadoras aplicadas ao E&P 22
1.3. Exercícios 53
1.4. Glossário 55
1.5. Bibliografia 56
1.6. Gabarito 57

Capítulo 2 - Autoridades regulamentadoras


Objetivos 59
2. Autoridades regulamentadoras 61
2.1. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA 61
2.2. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP 63
2.3. Marinha 64
2.3.1. Principais instrumentos normativos do Comando da Marinha 65
2.3.2. Principais atribuições da DPC 65
2.3.3. Aeronáutica / Marinha 66
2.3.4. Procedimentos para regularização de heliponto 66
2.4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA 66
2.5. Exercícios 69
2.6. Glossário 70
2.7. Bibliografia 71
2.8. Gabarito 72
Capítulo 3 - Legislação marítima brasileira
Objetivos 73
3. Legislação marítima brasileira 75
3.1. Influência da legislação internacional 76
3.2. Sociedades Classificadoras 77
3.2.1. Classificação 78
3.2.2. Origem das Sociedades Classificadoras 78
3.2.3. Principais Sociedades Classificadoras 79
3.2.4. Processo de classificação 80
3.2.5. Fases do processo de classificação/certificação 80
3.2.6. Certificados de classe - obrigatórios 81
3.3. ISO 14001 81
3.4. ISO 9001 83
3.5. Norma BS 8800 84
3.6. Exercícios 85
3.7. Glossário 87
3.8. Bibliografia 88
3.9. Gabarito 89

Capítulo 4 - Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais


Objetivos 91
4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais 93
4.1. Entidades estatutárias nacionais 94
4.1.1. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE 94
4.1.2. Ministério do Meio Ambiente - MMA 94
4. 1. 3. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP 95
4.2. Entidades estatutárias internacionais 95
4.2.1. Organização Marítima Internacional - OMI / International
Maritime Organization - IMO 96
4.2.2. Organização Internacional do Trabalho - OIT 101
4.3. Exercícios 102
4.4. Glossário 104
4.5. Bibliografia 105
4.6. Gabarito 106
Introdução

A
ntes de começarmos este estudo sobre Legislação e Normas
de Segurança, é preciso conhecer as diversas legislações que
regem o nosso trabalho.

Observe a seguir como está organizada a estrutura legal brasileira.

Constituição

Lei
15

Decreto

Portaria

Regulamento Técnico/Instrução Normativa

Norma Técnica Brasileira

Norma da Empresa

RESERVADO
Alta Competência

As atividades profissionais da Petrobras são regulamentadas e regidas


por leis que tratam desde a segurança e saúde dos trabalhadores
até as exigências para implantação de Unidades Marítimas para
exploração e produção de petróleo, por exemplo.

Do poço ao posto, o petróleo é submetido a inúmeros processos até


chegar aos produtos que nós conhecemos. Estes processos envolvem
licenciamentos e legislações ambientais, legislações marítimas
nacionais e internacionais e regulamentações trabalhistas, só para
citar alguns exemplos.

As legislações apresentadas a seguir são fundamentais para


a Petrobras, na medida em que impactam diretamente nas
atividades profissionais realizadas pela empresa, podendo afetar
o fluxo de trabalho.

16 As Normas Regulamentadoras, ou simplesmente NRs, relativas


à segurança e medicina do trabalho, são de suma importância e
exigem observância pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos
públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

As principais autoridades regulamentadoras que garantem a


observância das Normas Regulamentadoras aplicáveis ao E&P são
o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, a Agência Nacional do Petróleo - ANP, a
Marinha e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, que
serão abordados ao longo deste estudo para que você, profissional
em treinamento, se familiarize com as mesmas, entendendo sua
importância e aplicação.

Com a intensificação das atividades de exploração e produção, após


a chamada Lei do Petróleo, de 1997 o Brasil vem experimentando um
aquecimento crescente de suas atividades marítimas. A viabilização
destas atividades econômicas depende do bom funcionamento da
atividade marítima brasileira, ou seja, da boa operação de entrada,
saída e trânsito interno de embarcações mercantis.

RESERVADO
O Brasil possui um marco regulatório no setor marítimo, aí
compreendidos os setores aquaviário e portuário, merecendo
destaque a criação de um órgão regulador federal. Este órgão
introduziu normas que são complementadas pelas disposições da
Marinha do Brasil, formando um arcabouço jurídico cujos principais
aspectos passaremos a analisar a seguir.

Criada pela Lei nº 10.233 de 2001, a Agência Nacional de Transportes


Aquaviários - ANTAQ, atua no âmbito das várias modalidades de
navegação marítima, dos portos organizados, dos terminais portuários
e no transporte de cargas especiais e perigosas. No que diz respeito
à segurança da navegação aquaviária e salvaguarda da vida humana
no mar, a ANTAQ deve observar as normas da Marinha do Brasil.

A Lei 9.478/97, conhecida como a Lei do Petróleo, mudou


o setor petrolífero brasileiro ao regulamentar a Emenda
Constitucional nº 9, permitindo que atividades, até então sob 17
o monopólio da União, pudessem ser exercidas por outras
empresas além da Petrobras. A partir de então, qualquer
empresa, independentemente da origem de seu capital, pode
realizar atividades de exploração, produção, transporte, refino,
importação e exportação de petróleo.

A Lei do Petróleo estabeleceu que a Petrobras permaneceria sob o


controle acionário da União e vinculada ao Ministério das Minas e
Energia, podendo criar subsidiárias ou se associar a outras empresas
nacionais e estrangeiras, majoritária ou minoritariamente, para exercer
suas atividades dentro e fora do país. Além disso, instituiu a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, como órgão
regulador da indústria do petróleo, vinculado ao Ministério de Minas
e Energia.

Este breve histórico tem por objetivo fazê-lo compreender que,


desde o momento da sua criação até hoje, existem diversas leis que
abrangem e regulamentam as atividades da Petrobras, a começar
pela própria Constituição da República Federativa do Brasil.

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RESERVADO
Capítulo 1
Regulamentação
no trabalho

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as principais Normas Regulamentadoras


relativas à segurança e à saúde dos empregados,
estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e
aplicáveis ao E&P.

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RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

1. Regulamentação no trabalho

A
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho - instituída em 1943 é
a lei que norteia as relações entre o Estado, os empresários e
os empregados. Esta é a base legal que fundamenta e oferece
embasamento jurídico à legislação trabalhista no país.

Neste capítulo, estudaremos as principais Normas Regulamentadoras


(NRs) estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE que
são aplicáveis aos negócios da Petrobras, em especial o E&P. As NRs
referem-se à segurança e a medicina no trabalho.

Vale ressaltar que a CLT é a base jurídica para a existência


das NRs, que são de observância obrigatória pelas 21
empresas que possuam empregados regidos pela CLT.

1.1. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE

O Ministério do Trabalho e Emprego exerce papel fundamental


como órgão responsável por executar, fiscalizar e regulamentar as
relações trabalhistas no Brasil. O MTE estabelece, através das Normas
Regulamentadoras - NRs, os requisitos relativos à segurança e à saúde
dos empregados.

As principais NRs aplicáveis ao negócio de E&P na Petrobras estão a


seguir descritas e explicadas.

1.1.1. Normas Regulamentadoras - NRs

Existem 33 Normas Regulamentadoras, também chamadas de NRs, que


devem ser observadas pelas empresas públicas e privadas que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

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As disposições contidas nas NRs aplicam-se, no que couber, aos


trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço
e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

As NRs são elaboradas por uma comissão, composta por representantes


do governo, dos empregadores e dos empregados.

Você pode ter acesso às Normas Regulamentadoras


através do site do Ministério do Trabalho e Emprego:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas>

1.2. Principais Normas Regulamentadoras aplicadas ao E&P


22
Com a intensificação das atividades de exploração e produção,
após a chamada Lei do Petróleo, o Brasil vem experimentando
um aquecimento em suas atividades de exploração e produção.
Nesse sentido, apresentamos a seguir as principais Normas
Regulamentadoras aplicadas ao E&P.

Que a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 – também


chamada de “Lei do Petróleo” - dispõe sobre a
política energética nacional, as atividades relativas ao
monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional
de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo
e dá outras providências?

• NR-1: Disposições Gerais


Com relação às atividades referentes à exploração e produção de
Petróleo, também foram elaboradas Normas Regulamentadoras de
Segurança e Medicina do Trabalho. Nelas estão previstos os direitos
e obrigações do Governo, dos empregadores e dos empregados que
atuam neste setor. A NR-1 baseia-se nos artigos 154 a 159 da CLT.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho,


do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do
cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria,
sejam incluídas em código de obras ou regulamentos sanitários
dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos
estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções
coletivas de trabalho.

Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em


matéria de segurança e medicina do trabalho:

I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre


a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os
referidos no Art. 200;

II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e


23
as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina
do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha
Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;

III - conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou


de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do
Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do


Trabalho, nos limites de sua jurisdição:

I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de


segurança e medicina do trabalho;

II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das


disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos
que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;

III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das


normas constantes deste Capítulo, nos termos do Art. 201.

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Art. 157. Cabe às empresas:

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina


do trabalho;

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto


às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho
ou doenças ocupacionais;

III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão


regional competente;

IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Art. 158. Cabe aos empregados:


24
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho,
inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior;

II - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos


deste Capítulo.

Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa


injustificada:

a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na


forma do item II do artigo anterior;

b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecido


pela empresa.

Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministério do


Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais,
estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação
às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes
deste Capítulo.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

As Normas Regulamentadoras que apresentamos a seguir são


aplicadas aos estabelecimentos propriamente ditos, e fazem
referência às condições de segurança a serem seguidas, aos serviços
que devem oferecer e aos Equipamentos de Proteção Individuais
(EPI) – de que devem dispor para utilização dos empregados.

• NR-2: Inspeção Prévia


Esta norma estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar
ao MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem
como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo
160 da CLT.

Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades


sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações
pela autoridade regional competente em matéria de segurança
e medicina do trabalho.
25

• NR-3: Embargo e Interdição


Esta norma estabelece as situações em que as empresas se sujeitam
a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos,
bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização
trabalhista na adoção de tais medidas punitivas no tocante à segurança
e à medicina do trabalho. A NR-3 baseia-se no artigo 161 da CLT.

Art. 161. O delegado regional do trabalho, à vista do laudo


técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente
risco para o trabalhador, poderá interditar o estabelecimento,
setor e serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra,
indicado na decisão, tomada com brevidade que a ocorrência
exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção
de infortúnios de trabalho.

§ 1º As autoridades federais, estaduais e municipais darão


imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional
do Trabalho.

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§ 2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo


serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda,
por gente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.

§ 3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão


somente os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias,
para o órgão de segurança e medicina do trabalho, ao qual será
facultado dar efeito suspensivo ao recurso.

§ 4º Responderá por desobediência, além das medidas penais


cabíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo,
ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de
um dos seus setores, a utilização de máquinas ou equipamentos,
ou o prosseguimento de obra, se, em conseqüência, resultaram
danos a terceiros.

26
§ 5º O Delegado Regional do Trabalho, independente de
recursos, e após laudo técnico do serviço competente, poderá
levantar a interdição.

§ 6º Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da


interdição ou embargo, os empregados receberão os salários
como se estivessem em efetivo exercício.

Veja a transcrição de uma notícia referente a embargo e os


argumentos utilizados para que este fosse suspenso.

“Juiz suspende embargo à fábrica interditada por poluir o


meio ambiente

O juiz de Direito da 9ª Vara Cível, Raimundo Moraes Bogéa, concedeu


liminar suspendendo os efeitos do embargo à Fábrica de Celulose
e Papéis Ltda – Cepel, permitindo a retomada de suas atividades
industriais. A Cepel, que fica instalada no Distrito Industrial de São
Luís, havia sido interditada e multada pela Secretaria de Estado do Meio
Ambiente (Sema), no dia 21 de dezembro último, por descumprimento
a diversos dispositivos da Lei Ambiental.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

O magistrado, atendendo à ação de mandado de segurança impetrada


pela empresa em questão, embasou sua decisão alegando que o
órgão executor do embargo não havia realizado estudos prévios que
comprovassem o dano causado ao meio ambiente, informação esta
que é devidamente contestada pelo Departamento de Investigação
e Análise Laboratorial da Sema. O secretário de Estado do Meio
Ambiente, Othelino Neto, vai encaminhar a decisão judicial à
Procuradoria Geral do Estado, juntamente com todos os laudos
laboratoriais realizados para a constatação da agressão ao meio
ambiente, para as providências cabíveis.

Laudo técnico - A diretora do departamento de Investigação e Análise


Laboratorial, Raimunda Nonata Carvalho, afirma que foram realizadas
sim análises físico-químicas e biológicas de amostras da água coletadas
no rio Ribeira. No resultado das análises ficaram constatadas as
alterações físico-químicas e os danos causados ao rio e à vegetação
local por conta do lançamento de efluentes líquidos sem tratamento
27
adequado, provenientes da fábrica em questão.

“O rio Ribeira fica no entorno da Cepel e é o principal receptor do


material descartado pela empresa”, afirma a técnica. Ela informa
ainda que esse dado, por si só, já contraria a Resolução no 357 do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que estabelece
as condições e os padrões de lançamento de efluentes.

Ainda conforme o laudo elaborado pelos técnicos da Sema, a empresa


possui três lagoas de tratamento de efluentes, que não atendem
adequadamente ao serviço. Revela também que uma dessas lagoas
possui uma tubulação que lança o rejeito na vegetação do entorno,
atingindo diretamente a nascente do rio Ribeira, que já se encontra em
avançado processo de degradação por esse motivo. O laudo constata,
ainda, a presença de resíduos sólidos, como papel e material plástico,
lançados na vegetação do local pela fábrica.”

Fonte: Portal do Governo do Maranhão. Disponível em: http://www.


ma.gov.br/2008/1/9/Pagina788.htm - Acesso em 21 mai. 2008.

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• NR-4: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho
Esta norma estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e
privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e
manterem em funcionamento Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, com a finalidade
de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no
local de trabalho. A NR-4 baseia-se no artigo 162 da CLT.

Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas


pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços
especializados em segurança e em medicina do trabalho.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo


estabelecerão:

28 a) classificação das empresas segundo o número de empregados


e a natureza do risco de suas atividades;

b) o número mínimo de profissionais especializados exigido


de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na
forma da alínea anterior;

c) a qualificação exercida para os profissionais em questão e o


seu regime de trabalho;

d) as demais características e atribuições dos serviços


especializados em segurança e em medicina do trabalho,
nas empresas.

• NR-5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA


Esta norma estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas
e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por
estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por
empregados. A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes
e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador. A NR-5 baseia-se nos artigos
163 a 165 da CLT.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes – CIPA -, de conformidade com instruções
expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou
locais de obra nelas especificadas.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho regulamentará as


atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAs.

Art. 164. Cada CIPA será composta de representantes da


empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que
vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o
parágrafo único anterior.

§ 1º Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes,


serão por eles designados.

§ 2º Os representantes dos empregados, titulares e suplentes,


29
serão eleitos em escrutínio secreto do qual participem,
independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.

§ 3º O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de


1 (um) ano, permitida uma reeleição.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro


suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de
menos da metade do número de reuniões da CIPA.

§ 5º O empregador designará, anualmente, dentre os seus


representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão,
dentre eles, o Vice-Presidente.

Art. 165. Os titulares da representação dos empregados nas


CIPAs não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se
como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico,
econômico ou financeiro.

Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador,


em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a
existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo,
sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.

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PRINCIPAIS AGENTES CAUSADORES DE DOENÇAS OCUPACIONAIS


AGENTES TIPOS DE AGENTES
Calor, ruído, vibrações, pressões hiperbáricas, radiações
Agentes físicos
ionizantes e radiações não-ionizantes.
Metais e metalóides, solventes aromáticos, solventes
Agentes químicos
halogenados, poeiras minerais, óleos e graxa.
Bactérias, vírus, fungos e protozoários adquiridos em virtude
Agentes biológicos
de condições ligadas ao trabalho.

A CIPA promove eventos para oferecer treinamentos específicos


aos empregados das empresas, visando aperfeiçoá-los nas questões
relativas à segurança no trabalho. Dentre os treinamentos oferecidos,
os mais comuns são os de Primeiros Socorros e Combate a Incêndio.
Para isso, a CIPA convida profissionais de empresas especializadas
para ministrar treinamentos práticos aos empregados.

30

Existem representantes da CIPA em cada local de


trabalho (por gerência) e Unidade, desde que tenha o
número de empregados exigidos para a existência de
CIPA, de acordo com a NR-5.

É importante que você saiba quem são estes


representantes e como entrar em contato com eles.
Informe-se!

• NR-6: Equipamentos de Proteção Individual – EPI


Esta norma estabelece e define os tipos de EPIs que as empresas
estão obrigadas a fornecer aos seus empregados, sempre que as
condições de trabalho exigirem, a fim de resguardar a saúde e a
integridade física dos empregados. A NR-6 baseia-se nos artigos
166 e 167 da CLT.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,


gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado
ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à
saúde dos empregados.

Art. 167. O equipamento de proteção só poderá ser posto


à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho.

A seleção e especificação técnica dos EPIs devem


ser definidas em função da avaliação dos riscos 31
inerentes aos serviços executados. Os EPIs devem
garantir a preservação da saúde dos trabalhadores
nos níveis de riscos em que poderão estar expostos
no ambiente de trabalho.

Nas atividades de E&P os principais EPIs utilizados são:

• Capacete;

• Óculos de segurança;

• Botas;

• Luvas;

• Macacão resistente a fogo;

• Protetor auricular.

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• NR-7: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO


Esta Norma Regulamentadora - NR - estabelece a obrigatoriedade de
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores
e instituições que admitam empregados como empregados, do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com
o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus
empregados. Esta norma baseia-se nos artigos 168 e 169 da CLT.

Art. 168. Será obrigatório exame médico por conta do


empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas
instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério
do Trabalho:

I - na admissão;

II - na demissão;
32
III - periodicamente.

§ 1º O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos


casos em que serão exigidos exames:

a) por ocasião da demissão;

b) complementares.

§ 2º Outros exames complementares poderão ser exigidos, a


critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e
mental do empregado para a função que deve exercer.

§ 3º O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o


resto da atividade e o tempo de exposição, a periodicidade dos
exames médicos.

§ 4º O empregador manterá no estabelecimento o material


necessário à prestação de primeiros socorros médicos, de acordo
com o risco da atividade.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

§ 5º O resultado dos exames médicos, inclusive o exame


complementar, será comunicado ao trabalhador, observados os
preceitos da ética médica.

Art. 169. Será obrigatória a notificação das doenças profissionais


e as produzidas em virtude de condições especiais de trabalho,
comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as
instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Certamente, você se lembra de ter realizado alguns exames


médicos ao ser admitido em uma empresa, não é mesmo?
Sabemos, agora, que isso é obrigatório por lei!

• NR-8: Edificações
Esta norma dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem
33
ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto
aos que nelas trabalham. A NR-8 baseia-se nos artigos 170 a 174
da CLT.

Art. 170. As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos


que garantam perfeita segurança aos que neles trabalhem.

Art. 171. Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três)


metros de pé-direito, assim considerada a altura livre do piso
ao teto.

Parágrafo único. Poderá ser reduzido esse mínimo desde


que atendidas as condições de iluminação e conforto térmico
compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal
redução ao controle do órgão competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho.

Art. 172. Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar


saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de
pessoas ou a movimentação de materiais.

Art. 173. As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de


forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos.

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Art. 174. As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas,


pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de trabalho
deverão obedecer às condições de segurança e higiene do
trabalho, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se
em perfeito estado de conservação e limpeza.

O novo prédio da ampliação do Centro de Pesquisas


da Petrobras (CENPES) foi projetado não só dentro dos
padrões que atendem a NR-8 mas também dentro de
rigorosos padrões de ecoeficiência e sustentabilidade.

A Petrobras se preocupa com o meio ambiente e o desenvolvimento


34 sustentável do planeta. Para assegurar que suas atividades não causem
danos ao meio ambiente, a empresa segue à risca as orientações
estabelecidas pela NR-9.

• NR-9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA


Esta norma estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições
que admitam empregados, do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade
dos empregados, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e
conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração
a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Consciente da responsabilidade que lhe cabe ao


desenvolver atividades de riscos inerentes à indústria
do Petróleo, a Petrobras incorporou na revisão de
seu Plano Estratégico, em 2004, os conceitos de
responsabilidade social e ambiental à missão e à
visão da empresa, estendendo-os a todos os países
onde atua, com a criação do Comitê de Gestão de
Responsabilidade Social e Ambiental. Estas ações
evidenciam a determinação da empresa na condução
dos seus negócios, priorizando valores fundamentais
nas áreas de direitos humanos, meio ambiente,
relações trabalhistas, transparência e combate à
corrupção, entre outras.
35
Como exemplo prático dessas diretrizes, podemos citar
o programa Potenciais Impactos e Riscos Ambientais
da Indústria de Petróleo e Gás no Amazonas, o Piatam.
O objetivo do programa, uma das maiores iniciativas
científicas implementadas na Amazônia, é construir
uma base de dados sobre o meio ambiente e a realidade
social, econômica e cultural da região, para orientar as
ações da indústria no local.

• NR-10: Regulamentadora de Serviços em Eletricidade


Esta norma estabelece os requisitos e condições mínimas para a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos empregados que, direta
ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços
com eletricidade.

Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e


consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem,
operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos
realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas
oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou
omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

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• NR-11: Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio


de Materiais
Esta norma estabelece os requisitos de segurança a serem
observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à
movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto
de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de
infortúnios laborais. A NR-11 baseia-se nos artigos 182 e 183 da CLT.

Art. 182. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:

I - as precauções de segurança na movimentação de materiais nos


locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente
utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação
e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigência de
pessoal habilitado;

36 II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem


de materiais, inclusive quanto às condições de segurança e
higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e aos
equipamentos de proteção individual;

III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida


nos equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de
fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva
à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito,
bem como das recomendações de primeiros socorros e
de atendimento médico e símbolo de perigo, segundo
padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou
substâncias armazenados ou transportados.

Parágrafo único. As disposições relativas ao transporte de


materiais aplicam-se, também, no que couber, ao transporte de
pessoas nos locais de trabalho.

Art. 183. As pessoas que trabalharem na movimentação de


materiais deverão estar familiarizadas com os métodos racionais
de levantamento de cargas.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Veja, a seguir, alguns meios de transporte e movimentação de cargas:

37

Exemplos de guindastes para movimentação de cargas:


à esquerda, um treliçado onshore; à direita, equipamento fixo para
movimentação de carga em pontos diferentes da plataforma.

Sabemos que na Petrobras há uma diversidade de funções


desempenhadas pelos empregados e que cada uma delas obedece
a determinadas normas regulamentadoras que levam em conta os
riscos associados a cada tipo de atividade e, inclusive, à operação e
manutenção de máquinas e equipamentos, bem como de caldeiras,
vasos de pressão e fornos. Vamos, agora, conhecer estas normas:

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• NR-12: Máquinas e Equipamentos


Esta norma estabelece as medidas prevencionistas de segurança e
higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à
instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos,
visando à prevenção de acidentes do trabalho. A NR-12 baseia-se nos
artigos 184 a 186 da CLT.

Art. 184. As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados


de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem
necessários para a prevenção de acidentes do trabalho,
especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.

Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a


venda, a locação e o uso de máquinas e equipamentos que não
atendam ao disposto neste artigo.

38 Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser


executados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for
indispensável à realização do ajuste.

Art. 186. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas


adicionais sobre proteção e medidas de segurança na operação
de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção
das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às
máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de
ferramentas, sua adequação e medidas de proteção exigidas
quando motorizadas ou elétricas.

• NR-13: Caldeiras e Vasos de Pressão


Esta norma estabelece todos os cuidados necessários relativos à
instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão,
de modo a prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A NR-13
baseia-se nos artigos 187 e 188 da CLT.

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Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Art. 187. As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral


que operam sob pressão deverão dispor de válvulas e outros
dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão
interna de trabalho compatível com a sua resistência.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas


complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e
recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento
interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de
eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais
instalações ou equipamentos necessários à execução segura das
tarefas de cada empregado.

Art. 188. As caldeiras serão periodicamente submetidas a


inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa especializada,
inscritos, no Ministério do Trabalho, de conformidade com as
39
instruções que, para esse fim, forem expedidas.

§ 1º Toda caldeira será acompanhada de “prontuário”, com


documentação original do fabricante, abrangendo, no mínimo:
especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes
realizados durante a fabricação e a montagem, características
funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP),
esta última indicada, em local visível, na própria caldeira.

§ 2º O proprietário da caldeira deverá organizar, manter


atualizado e apresentar, quando exigido pela autoridade
competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas,
sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções,
reparos e quaisquer outras ocorrências.

§ 3º Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes


sob pressão deverão ser submetidos à aprovação prévia do órgão
regional competente em matéria de segurança do trabalho.

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• NR-14: Fornos
Esta norma estabelece as recomendações e os cuidados pertinentes
à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos
ambientes de trabalho. Estes equipamentos requerem cuidados que
garantam a segurança dos empregados. A NR-14 baseia-se no artigo
187 da CLT.

Art. 187. As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral


que operam sob pressão deverão dispor de válvulas e outros
dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão
interna de trabalho compatível com a sua resistência.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas


complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e
recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento
interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de
40 eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais
instalações ou equipamentos necessários à execução segura das
tarefas de cada empregado.

Exemplo de forno industrial

Muitas atividades são consideradas insalubres ou perigosas no


ambiente industrial por causa da exposição a agentes químicos, cujo
contato incorreto pode provocar danos à saúde do empregado.

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Para evitar que tais danos ocorram, veremos, a seguir, as principais


normas regulamentadoras sobre o assunto.

• NR-15: Atividades e Operações Insalubres

Esta norma descreve as atividades, operações e agentes insalubres,


inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que,
quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos empregados,
ensejam a caracterização do exercício insalubre e também os meios de
proteger os empregados de tais exposições nocivas à sua saúde. A NR-15
baseia-se nos artigos 189 a 192 da CLT.

Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres


aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
41
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 

Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das


atividades e operações insalubres e adotará normas sobre
os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de
tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo
máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão


medidas de proteção do organismo do trabalhador nas
operações que produzam aerodispersóides tóxicos, irritantes,
alérgicos ou incômodos.

Art. 191. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de


trabalho dentro dos limites de tolerância;

II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao


trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a
limites de tolerância.

RESERVADO
Alta Competência

Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do


Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas,
estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na
forma deste artigo.

Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima


dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho,
assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%
(quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento)
do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus
máximo, médio e mínimo.

• NR-16: Atividades e Operações Perigosas


Esta norma regulamenta as atividades e as operações legalmente
consideradas perigosas, estipulando as recomendações
42 prevencionistas correspondentes. A Lei n° 7.369 de 22 de setembro
de 1985 institui o adicional de periculosidade para os profissionais
da área de eletricidade. A portaria MTE n° 3.393, de 17 de dezembro
de 1987, em decorrência do famoso acidente com o Césio 137 em
Goiânia, veio a enquadrar as radiações ionizantes, que já eram
insalubres de grau máximo, como o 4° agente periculoso, sendo
controvertido legalmente tal enquadramento, na medida em que
não existe lei autorizadora para tal. A NR-16 baseia-se nos artigos
193 a 197 da CLT.

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas,


na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou método de trabalho,
impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos
em condições de risco acentuado.

§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao


empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o
salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios
ou participações nos lucros da empresa.

§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade


que porventura lhe seja devido.

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade


ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua
saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas
expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da


periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho,
far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.

§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias


profissionais interessados requererem ao Ministério do Trabalho
realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com
o objetivo de caracterizar ou delimitar as atividades insalubres
ou perigosas.

§ 2º Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por


43
empregado, seja por sindicato em favor de grupo de associados,
o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo e
onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do
Ministério do Trabalho.

§ 3º O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a


ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização
offshore da perícia.

Art. 196. Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em


condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a
contar da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados
pelo Ministério do Trabalho respeitadas as normas do Art. 11.

Art. 197. Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham


as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de
trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência quanto
aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde.

Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham


as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de
trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência quanto
aos materiais e substância perigosos ou nocivos à saúde.

RESERVADO
Alta Competência

As condições de trabalho precisam estar adequadas às necessidades


dos empregados e os riscos associados às atividades do trabalhador
devem ser prevenidos, a fim de garantir a saúde física e mental do
empregado. Para tanto, a norma a ser seguida pela Petrobras é a
NR-17: Ergonomia no Trabalho. Vamos conhecê-la!

• NR-17: Ergonomia
Esta norma visa o estabelecimento de parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas
dos empregados, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente. A NR-17 baseia-se nos artigos 198
e 199 da CLT.

Art. 198. É de 60 (sessenta) quilogramas o peso máximo que


um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as
disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.
44
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste
artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração
de agentes sobre trilhos, carro de mão ou quaisquer outros
aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em
tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do
empregado serviços superiores às suas forças.

Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem


postura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições
incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija
que trabalhe sentado.

Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de


pé, os empregados terão à sua disposição assentos para serem
utilizados nas pausas que o serviço permitir.

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

• NR-20: Líquidos Combustíveis e Inflamáveis


Esta norma estabelece as disposições regulamentares acerca do
armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e
inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física
dos empregados em seus ambientes de trabalho. A NR-20 baseia-se no
artigo 200, inciso II da CLT.

Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições


complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo
em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de
trabalho, especialmente sobre:

II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis,


inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas
áreas respectivas;

A seguir, veja ilustrações com exemplos de armazenamento seguro 45


dos líquidos combustíveis e inflamáveis:

Container de segurança

Conteiner de segurança

Lata de segurança Recipiente de plástico


Recipiente Plastico

Lata de Segurança

RESERVADO
Alta Competência

• NR-23: Proteção Contra Incêndios


Esta norma estabelece as medidas de proteção contra incêndios de
que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde
e da integridade física dos empregados. A NR-23 baseia-se no artigo
200, inciso IV da CLT.

Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer


disposições complementares às normas de que trata este
Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade
ou setor de trabalho, especialmente sobre:

IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas


adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas
e paredes, construção de paredes contra fogo, diques e outros
anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores
de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.

46

As convenções internacionais estabelecem regras


específicas para proteção contra incêndios nas
unidades marítimas.

• NR-25: Resíduos Industriais


Esta norma estabelece as medidas preventivas a serem observadas
pelas empresas no destino final a ser dado aos resíduos industriais
resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde
e a integridade física dos empregados. A NR-25 baseia-se no artigo
200, inciso VII da CLT.

Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições


complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista
as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente
sobre:

VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das


exigências, instalações sanitárias com separação de sexos, chuveiros,
lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições
de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água
potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de
sua execução, tratamento de resíduos industriais;

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

• NR-26: Sinalização de Segurança


Esta norma estabelece a padronização das cores a serem utilizadas
como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo
a proteger a saúde e a integridade física dos empregados. A NR-26
baseia-se no artigo 200, inciso VIII da CLT.

Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições


complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo
em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de
trabalho, especialmente sobre:

VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas


sinalizações de perigo.

47

A Petrobras solicitou à Cemig a instalação de


sinalizadores de segurança nas redes de distribuição
aéreas situadas sobre os oleodutos e gasodutos da
Petrobras, que abrange toda a extensão entre Juiz
de Fora e a Refinaria Gabriel Passos - REGAP, em
Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Esta área, conhecida como Orbel I, é submetida a
inspeções aéreas mensais.

Como são obrigatórias, as empresas sofrem fiscalizações para verificar


o cumprimento das Normas Regulamentadoras e caso os padrões não
correspondam aos exigidos para a segurança e medicina do trabalho
estabelecidos pelas normas que acabamos de estudar, sofrem as
medidas corretivas e penalidades previstas em lei. A NR que descreve
essas penalidades é a NR-28.

RESERVADO
Alta Competência

• NR-28: Fiscalização e Penalidades


Esta norma estabelece os procedimentos a serem adotados pela
fiscalização trabalhista de segurança e medicina do trabalho, tanto
no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção
das irregularidades técnicas, como também no que concerne ao
procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras
de segurança e medicina do trabalho. A NR-28 baseia-se no artigo 201
da CLT . Este artigo sofreu alterações pelo artigo 2° da Lei n° 7.855,
de 24 de outubro de 1989, que institui o Bônus do Tesouro Nacional
– BTN, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas, e
posteriormente, pelo artigo 1° da Lei n° 8.383 de 30 de dezembro de
1991, especificamente no tocante à instituição da Unidade Fiscal de
Referência – UFIR, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de
multas em substituição ao BTN.

Art. 201. As infrações ao disposto nesse Capítulo relativas à


medicina do trabalho serão punidas com multa de 30 a 300 vezes
48
o valor de referência previsto no Art. 2º, parágrafo único, da Lei
6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes à segurança do
trabalho com multa de 50 a 500 vezes o mesmo valor.

Parágrafo único. Em caso de reincidência, embargo de artifício


ou simulação com objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada
em seu valor máximo.

• NR-30: Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário


Esta norma aplica-se aos empregados de toda embarcação comercial
utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação
marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no
serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas
e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo
e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não
desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais
com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e
contratos coletivos de trabalho.

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

Com relação a esta norma, vale ressaltar que há um


Programa Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
Aquaviário e uma Comissão Permanente Nacional
Aquaviária – CPNAq – responsável pela investigação
de acidentes fatais ocorridos em razão do trabalho
aquaviário, plataformas offshore e construção ou
reforma de embarcações docadas. Além disso, a
Comissão atua no sentido de prevenir acidentes no
trabalho aquaviário.

• NR-32: Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde


Esta norma tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para
a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
empregados dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem 49
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

As políticas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da Petrobras


tem os seguintes objetivos:

• Educar, capacitar e comprometer os empregados com as


questões de SMS, envolvendo fornecedores, comunidades,
órgãos competentes, entidades representativas dos empregados
e demais partes interessadas;

• Estimular o registro e tratamento das questões de SMS e


considerar, nos sistemas de conseqüência e reconhecimento, o
desempenho em SMS;

• Atuar na promoção da saúde, na proteção do ser humano


e do meio ambiente mediante identificação, controle e
monitoramento de riscos, adequando a segurança de processos
às melhores práticas mundiais e mantendo-se preparada para
emergências;

RESERVADO
Alta Competência

• Assegurar a sustentabilidade de projetos, empreendimentos e


produtos ao longo do seu ciclo de vida, considerando os impactos
e benefícios nas dimensões econômica, ambiental e social;

• Considerar a ecoeficiência das operações e produtos,


minimizando os impactos adversos inerentes às atividades
da indústria.

• NR-33: Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados


Esta norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e a saúde dos empregados que
interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

50
A inalação de gás metano dentro de uma galeria
de água potável e esgoto provocou a morte de 4
trabalhadores que realizavam tarefas de limpeza no
local. Os trabalhadores equivocaram-se quanto ao
uso do Equipamento de Proteção Individual – EPI,
utilizando máscaras semi-faciais impróprias para o risco
assumido (falta de oxigênio). Este caso é um alerta para
a importância de se cumprir o estabelecido nesta NR.

Para evitar acidentes, é necessário seguir um conjunto de


recomendações. Entre elas, podemos destacar:

• Todos os espaços confinados devem ser considerados inseguros


para entrada, até que sejam providos de condições mínimas de
segurança e saúde;

• Nesses espaços só é permitida a entrada após emissão de uma


permissão para trabalho por escrito;

• Prever treinamento para os empregados quanto aos riscos a


que estão submetidos, à forma de preveni-los e ao procedimento
a ser adotado em situação de risco;

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

• Deve existir sinalização (placa de advertência) com informação


clara e permanente, proibindo a entrada de pessoas não
autorizadas no interior do espaço confinado;

• Quando os trabalhos estiverem paralisados, além da


sinalização de advertência, devem ser previstos dispositivos para
impedimento da entrada no espaço confinado;

• Estabelecer plano de emergência apropriado para resgate,


devendo ser prevista a realização de simulados;

• Assegurar que o treinamento de todo o pessoal envolvido


tenha ocorrido em período anterior à execução dos trabalhos
em espaço confinado;

• Prever as condições de risco que necessitam de avaliação


médica, estabelecidas no Programa de Controle Médico de 51
Saúde Ocupacional - PCMSO;

• Estabelecer meios para restringir o acesso ao equipamento e


às áreas próximas ao espaço confinado, de forma a prevenir a
entrada de pessoas não autorizadas;

• Garantir a realização prévia de uma análise de perigos, para a


execução do trabalho em espaço confinado;

• Deve ser previsto um sistema de comunicação eficaz, via rádio,


com o objetivo de manter contato entre as pessoas no interior do
espaço confinado e o observador, e também entre o observador
e a equipe de resgate.

Caso a comunicação seja interrompida, em uma das situações, o


pessoal deve abandonar o espaço confinado, não devendo retornar
até que seja restabelecido o sistema de comunicação. O sistema
de comunicação deve ser adequado para a utilização em áreas
classificadas. Nos casos em que os empregados estejam no campo
visual do observador, o uso de rádio no interior do espaço confinado
pode ser dispensado.

RESERVADO
Alta Competência

Para simbolizar a necessidade da observância das


normas regulamentadoras, o SMS Corporativo adotou
a arte cênica como importante aliada na prevenção
de acidentes de trabalho. A peça teatral: “Só depende
de nós” percorreu todas as unidades operacionais da
empresa, sendo assistida por milhares de empregados. O
roteiro é baseado numa história real e relata um acidente
de trabalho com vítima fatal. A peça trata as situações de
risco e cuidados com a segurança no uso de equipamentos
com criatividade e bom humor, apresentando exemplos
do dia-a-dia. Dessa forma, consegue fazer com que
os empregados se sintam na “pele” do personagem,
sensibilizando-os sobre o assunto.
52

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

1.3. Exercícios

1) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

( ) A NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)


estabelece situações em que as empresas deverão solicitar
ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a realização
de inspeção prévia em seus estabelecimentos para evitar
acidentes no trabalho.

( ) De acordo com a NR-12 - Máquinas e Equipamentos - as


empresas devem adotar as medidas prevencionistas de
segurança e higiene no trabalho em relação à: instalação,
operação e manutenção das máquinas e equipamentos. Essas
medidas visam à prevenção de acidentes do trabalho.

( ) A NR-20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis - define 53


as regulamentações de armazenamento, manuseio e
transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis com o
objetivo de evitar o desperdício desses materiais.

( ) Com o objetivo de garantir a saúde dos empregados


que trabalham direta ou indiretamente em espaços
confinados, a NR-33 - Saúde e Segurança nos Trabalhos em
espaço confinado - estabelece requisitos mínimos para o
reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle de
riscos existentes nesses espaços.

( ) A NR-17 - Ergonomia - estabelece parâmetros que visam


a adaptação das condições de trabalho às condições
psicológicas e fisiológicas do empregado, com o objetivo de
propiciar conforto e segurança em seu local de trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

2) Marque a alternativa correta:

( ) As NRs, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego


(MTE), devem ser observadas apenas pelas empresas públicas
que possuem empregados regidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).

( ) A NR- 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional


(PCMSO) estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas
e privadas de organizarem e manterem em funcionamento
uma comissão formada exclusivamente por empregados
com o objetivo de prevenir infortúnios laborais.

( ) A norma que garante a segurança e a saúde dos


empregados que trabalham direta ou indiretamente com
instalações elétricas e com serviços de eletricidades é a
NR-10 - Regulamentadora de Serviços em Eletricidades.

54 ( ) A NR-13 - Caldeiras e Vasos de pressão - tem o objetivo


de prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho, pois
estabelece cuidados de instalação de caldeiras e vasos
de pressão.

( ) As atividades e operações consideradas perigosas e


insalubres são regulamentadas pela NR-16 - Atividades e
Operações Perigosas.

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

1.4. Glossário

Aerodispersóides - elementos sólidos, líquidos ou gasosos que estejam dissolvidos


no ar e sejam estranhos a sua composição. Ex: vapor, poeira e gases.

Cabotagem - navegação costeira ou entre cabos ou portos do mesmo país; costeagem.

CTL - Consolidação das Leis do Trabalho.

Doenças ocupacionais - são as doenças que causam alterações na saúde do


trabalhador, provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho.

Ecoeficiência - significa produzir mais com o menor impacto possível no


meio ambiente.

Insalubre - que não é higiênico, que não é saudável.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego.

NR - Normas Regulamentadoras.
55
Permissão para trabalho - autorização apresentada por escrito, em formulário
específico dependendo do tipo de serviço, para execução de trabalhos de
manutenção, montagem, desmontagem, construção, reparos ou inspeções de
instalações, equipamentos ou sistemas.

SMS - Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

Trabalhadores avulsos - são, conforme definido em lei, estivadores, alvarengueiros,


conferentes de carga ou descarga, vigias portuários, amarradores, trabalhadores
empregados avulsos do serviço de bloco, trabalhadores empregados avulsos de
capatazia, arrumadores, ensacadores de café, cacau, sal e similares e trabalhadores
empregados na indústria de extração do sal, na condição de avulsos que prestam
serviços por meio de sindicatos.

Sustentabilidade - é o modo de sustentação, ou seja, da qualidade de


manutenção de algo.

RESERVADO
Alta Competência

1.5. Bibliografia
CARRION, Valentin. Comentários à consolidação das leis do trabalho. 32ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Disponível em: <http://www.mte.


gov.br>. Acesso em: 15 mar 2008.

Índíce Fundamental do Direito. Disponível em: <http://www.dji.com.br/decretos_


leis/1943-005452-clt/clt160a161.htm>. Acesso em: 12 mai 2008.

Políticas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras. Disponível em:


<http://www2.petrobras.com.br/ri/port/ResponsabilidadeSocial/Sms.asp>.
Acesso em: 12 mai 2008.

Site Petrobras. Disponível em <http://www2.petrobras.com.br/meio_ambiente/


portugues/ecoeficiencia/eco_ecoeficiencia.htm>. Acesso em: 12 mai 2008.

56

RESERVADO
Capítulo 1. Regulamentação no trabalho

1.6. Gabarito

1) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

(F) A NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) estabelece


situações em que as empresas deverão solicitar ao MTE (Ministério
do Trabalho e Emprego) a realização de inspeção prévia em seus
estabelecimentos para evitar acidentes no trabalho.
Justificativa: Esta NR estabelece a obrigatoriedade das empresas
públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento,
uma comissão - por estabelecimento - constituída exclusivamente
por empregados. Esta comissão tem como objetivo a prevenção de
acidentes e doenças do trabalho.
(V) De acordo com a NR-12 - Máquinas e Equipamentos - as empresas
devem adotar as medidas prevencionistas de segurança e higiene
no trabalho em relação à: instalação, operação e manutenção das
máquinas e equipamentos. Essas medidas visam à prevenção de
acidentes do trabalho.
(F) A NR-20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis - define as
regulamentações de armazenamento, manuseio e transporte de
líquidos combustíveis e inflamáveis com o objetivo de evitar o
57
desperdício desses materiais.
Justificativa: Esta NR estabelece normas de armazenamento,
manuseio e transporte de líquidos e combustíveis com o objetivo de
proteger a saúde e a integridade física dos empregados.
(V) Com o objetivo de garantir a saúde dos empregados que trabalham
direta ou indiretamente em espaços confinados, a NR-33 - Saúde e
Segurança nos Trabalhos em espaço confinado - estabelece requisitos
mínimos para o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle
de riscos existentes nesses espaços.

(V) A NR-17 - Ergonomia - estabelece parâmetros que visam a adaptação


das condições de trabalho às condições psicológicas e fisiológicas do
empregado, com o objetivo de propiciar conforto e segurança em seu
local de trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

2) Marque a alternativa correta:

( ) As NRs, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),


devem ser observadas apenas pelas empresas públicas que possuem
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

( ) A NR- 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO)


estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas
de organizarem e manterem em funcionamento uma comissão
formada exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir
infortúnios laborais.

(X) A norma que garante a segurança e a saúde dos empregados que


trabalham direta ou indiretamente com instalações elétricas e com
serviços de eletricidades é a NR-10 – Regulamentadora de Serviços em
Eletricidades.

( ) A NR-13 – Caldeiras e Vasos de pressão – tem o objetivo de prevenir


a ocorrência de acidentes de trabalho, pois estabelece cuidados de
instalação de caldeiras e vasos de pressão.

( ) As atividades e operações consideradas perigosas e insalubres são


58 regulamentadas pela NR-16 – Atividades e Operações Perigosas.

RESERVADO
Capítulo 2
Autoridades
regulamentadoras

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as principais autoridades regulamentadoras de


atividades relacionadas à indústria do petróleo;
• Relacionar as autoridades com as ações regulamentadoras
que interferem nas atividades da Petrobras, em especial no
âmbito do negócio E&P.

RESERVADO
Alta Competência

60

RESERVADO
Capítulo 2. Autoridades regulamentadoras

2. Autoridades regulamentadoras

A
lgumas autoridades regulamentadoras nacionais são de
fundamental importância para a realização das atividades
da Petrobras, pois estes órgãos são responsáveis por liberar
licenças, regulamentar atividades econômicas integrantes da
indústria do petróleo, fiscalizar, fornecer autorizações, entre outras
ações ou exigências que afetam diretamente o andamento dos
negócios da exploração e produção de petróleo.

Neste capítulo, apresentaremos as principais autoridades


regulamentadoras e de que forma suas ações estão interligadas às
atividades da Petrobras.

2.1. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis - IBAMA 61

O IBAMA é um órgão executivo da Política Nacional do Meio


Ambiente - PNMA, sob a forma de uma autarquia federal.
Criado pela Lei 7.735/89, de 22 de fevereiro de 1989, o IBAMA
está vinculado ao Ministério do Meio Ambiente - MMA, sendo
responsável pela execução da PNMA, além de desenvolver diversas
atividades para a preservação e conservação do patrimônio
natural, exercendo o controle e a fiscalização sobre o uso dos
recursos naturais (água, flora, fauna, solo etc). O IBAMA é
responsável, ainda, pelos estudos ambientais e pela liberação das
licenças ambientais de empreendimentos a nível nacional.

O Licenciamento Ambiental é um procedimento pelo qual o órgão


ambiental competente – federal (IBAMA), estadual ou municipal
– permite a localização, instalação, ampliação e operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
e que possam ser consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras, ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental.

No ambiente da Petrobras, este licenciamento autoriza, por exemplo,


a operação da Unidade Estacionária de Produção.

RESERVADO
Alta Competência

De acordo com o Art. 54, da Lei 9.605/98, dos Crimes


contra o Meio Ambiente:

Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais


que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais
ou a destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

62 § 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a
ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das
áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da
população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a
interrupção do abastecimento público de água de
uma comunidade;
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos
ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas,
em desacordo com as exigências estabelecidas em leis
ou regulamentos.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo


anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir
a autoridade competente, medidas de precaução em
caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

RESERVADO
Capítulo 2. Autoridades regulamentadoras

2.2. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e


Biocombustíveis - ANP

A ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - é o


órgão da Administração Federal Indireta, submetida ao regime autárquico
especial, como agência reguladora da indústria do petróleo, vinculada
ao Ministério de Minas e Energia. Com sede e foro no Distrito Federal e
escritórios centrais na cidade do Rio de Janeiro, a ANP tem por finalidade
promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades
econômicas integrantes da indústria do petróleo.

Estabelecida pela Lei 9.748/97 - Lei do Petróleo - a ANP é o órgão


responsável pela regulação das atividades da indústria do petróleo,
gás natural e biocombustíveis no país.

Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 - Lei do Petróleo


63
Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas
ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de
Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras
providências.

A Agência Nacional do Petróleo também tem como diretriz a


preservação do interesse público e do meio ambiente. A atuação da ANP
ocorre em parceria com outros órgãos governamentais, universidades
e demais agentes da sociedade que tenham competência e interesse
em colaborar no estímulo à atividade econômica e preservação do
meio ambiente.

As licenças ambientais são requisitos para a obtenção de autorizações


e concessões para as atividades da indústria.

A ANP elaborou um guia - passo a passo - para o


licenciamento ambiental das atividades marítimas de
exploração e produção de petróleo e gás natural, que
pode ser acessado no endereço: <http://www.anp.gov.
br/meio/guias/guia_licenciamento/creditos.htm>

RESERVADO
Alta Competência

2.3. Marinha

A Marinha, como componente das Forças Armadas de um país, tem


a missão de garantir a defesa da pátria junto com o Exército e a
Aeronáutica. No Brasil, a Marinha exerce outras funções secundárias,
tais como:

• Cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil;

• Organizar, fiscalizar e orientar a Marinha Mercante;

• Exercer o papel de guarda costeira;

• Contribuir para a formulação de políticas nacionais que digam


respeito ao mar; e

• Implementar e fiscalizar o cumprimento de regulamentos no


64 mar e nas águas interiores.

Além disso, cabe à Marinha do Brasil estabelecer normas para


operação de embarcações nacionais e estrangeiras em águas
jurisdicionais brasileiras.

Com o objetivo de evitar acidentes, a Petrobras propôs,


em conjunto com a Marinha do Brasil, a criação de um
polígono de segurança para a navegação na Bacia de
Campos. O entra-e-sai de navios no maior complexo
petrolífero do país é de tirar o fôlego. Por ano, circulam
por ali, em média, 70.330 embarcações, sendo 1.580 em
uma área de navegação restrita.

O projeto foi aprovado pela International Maritime


Organization − IMO − e o local será classificado como “área
a ser evitada”, constando, inclusive, nas cartas náuticas
internacionais. A Bacia de Campos tem, hoje, mais de
80 plataformas e, entre elas e os poços de petróleo, há
inúmeras ligações, cabos e tubulações que correm o risco
de serem danificados ou até se romperem, causando
vazamento, logo, um acidente ecológico. Por isso, os
cuidados devem ser redobrados.

RESERVADO
Capítulo 2. Autoridades regulamentadoras

2.3.1. Principais instrumentos normativos do Comando da Marinha

A Diretoria de Portos e Costas – DPC é responsável por disciplinar o


tráfego marítimo no Brasil através de diversos instrumentos.

Os Regulamentos Marítimos Nacionais são divulgados através de


diversos instrumentos, dentre os quais podemos destacar como as
mais importantes as Normas da Autoridade Marítima – NORMAM.

As NORMAMs complementares são estabelecidas pela Autoridade


Marítima e decretadas através de Portarias do Diretor da DPC.
Os regulamentos técnicos, conhecidos como NORMAM, são
baseados nas legislações e Convenções Internacionais em vigor.

Para saber mais sobre as Normas da Autoridade Marítima, acesse o


site da Marinha do Brasil: <http://www.dpc.mar.mil.br/normam>
65

2.3.2. Principais atribuições da DPC

Além da responsabilidade de disciplinar o tráfego marítimo, a DPC


tem como principais atribuições:

• Vistorias aplicáveis a cada tipo de embarcação;

• Instrução de inquéritos em casos de sinistros, inclusive poluição,


e fatos de navegação;

• Concessão de autorização para embarcações estrangeiras


operarem em sua jurisdição;

• Estabelecimento de tripulações mínimas de segurança, para


cada tipo de embarcação;

• Disciplinar a atividade marítima no país.

RESERVADO
Alta Competência

2.3.3. Aeronáutica / Marinha

O Capítulo 6 da NORMAM 01 dá instruções para registro, certificação


e homologação dos helipontos em mar aberto, ou seja, a estrutura
para pouso e decolagens de helicópteros será instalada a bordo de
navios mercantes nacionais e estrangeiros ou plataformas marítimas,
em águas sob jurisdição nacional.

2.3.4. Procedimentos para regularização de heliponto

A DPC é responsável por receber o cadastramento, realizar as vistorias


e dar a certificação dos helipontos.

A fim de atender às necessidades imediatas de operação do heliponto,


o Armador da plataforma marítima ou do navio mercante recém
construído poderá solicitar à Diretoria de Aeronáutica da Marinha –
66 DAerM uma licença provisória de 60 dias. A homologação é o ato
oficial através do qual a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC
autoriza a operação de helicópteros em heliponto.

Há definições e parâmetros técnicos estabelecidos para helipontos,


assim como outras orientações acerca das categorias do heliponto,
que devem ser atendidas, pois são exigências previstas na NORMAM
01. Estes parâmetros técnicos são avaliados por meio de vistorias
realizadas por uma Comissão de Vistoriadores. Não havendo
exigências pendentes, a DPC emitirá a Certificação do heliponto, que
será homologada pela ANAC.

2.4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

A primeira idéia que nos vem à mente quando pensamos em vigilância


sanitária passa longe de petróleo. É comum pensarmos em saúde,
remédios, alimentos contaminados ou coisa parecida, porque são estes
os assuntos que comumente assistimos nos noticiários. Entretanto,
uma das competências da ANVISA e a que nos interessa é:

“estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes,


resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que
envolvam risco à saúde”.

RESERVADO
Capítulo 2. Autoridades regulamentadoras

A Lei 9.966, de 28 de abril de 2000, “dispõe sobre a prevenção, o


controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo
e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição
nacional e dá outras providências”. Para que haja uma compreensão
melhor da relação da ANVISA com as atividades realizadas na
Petrobras, transcrevemos a seguir alguns trechos desta Lei:

(...)
Art. 24 - A contratação, por órgão ou empresa pública
ou privada, de navio para realização de transporte de óleo
ou de substância enquadrada nas categorias definidas no
art. 4° desta Lei só poderá efetuar-se após a verificação
de que a empresa transportadora esteja devidamente
habilitada para operar de acordo com as normas da
autoridade marítima...
(...)
67

“Das Infrações e Sanções” por descumprimento ao disposto nos


artigos, diz a Lei 9.666:

(...)
§ 1° Respondem pelas infrações previstas neste artigo, na medi-
da de sua ação ou omissão:  
I - o proprietário do navio, pessoa física ou jurídica, ou quem
legalmente o represente; 
II - o armador ou operador do navio, caso este não esteja sendo
armado ou operado pelo proprietário;  
III - o concessionário ou a empresa autorizada a exercer ativida-
des pertinentes à indústria do petróleo; ...
(...)
V - a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
legalmente represente o porto organizado, a instalação portu-
ária, a plataforma e suas instalações de apoio, o estaleiro, a
marina, o clube náutico ou instalação similar;
(...)

RESERVADO
Alta Competência

§ 2° O valor da multa de que trata este artigo será fixado no


regulamento desta Lei, sendo o mínimo de R$7.000,00 (sete
mil reais) e o máximo de R$50.000.000,00 (cinqüenta milhões
de reais).  
§ 3° A aplicação das penas previstas neste artigo não isenta o
agente de outras sanções administrativas e penais previstas na
Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outras normas
específicas que tratem da matéria, nem da responsabilidade ci-
vil pelas perdas e danos causados ao meio ambiente e ao patri-
mônio público e privado.  
(...)

⇒ Para saber mais sobre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária,


acesse o site: <http://www.anvisa.gov.br>

68

RESERVADO
Capítulo 2. Autoridades regulamentadoras

2.5. Exercícios
1) Cite as principais autoridades regulamentadoras de atividades
relacionadas à indústria do petróleo:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

2) Dentre as principais atribuições da Diretoria de Portos e Costas - DPC,


marque a alternativa correta:

( ) A DPC é responsável pela homologação da operação de


helicópteros em helipontos.
( ) Uma das funções secundárias da Marinha é exercer o papel
de guarda costeira.
( ) A DPC emitirá certificação para heliponto mesmo havendo 69
exigências pendentes.
( ) O prazo estipulado para a licença provisória para operação
de um heliponto é de 30 dias.
( ) A DPC é responsável por disciplinar o tráfego marítimo, mas
não é sua função conceder autorização para embarcações
estrangeiras operarem em sua jurisdição.

3) Relacione as autoridades da coluna da esquerda com as ações re-


gulamentadoras que interferem nas atividades da indústria do petró-
leo, apresentadas na coluna da direita:

( 1 ) IBAMA ( ) Libera licenças ambientais necessárias


para a operação das Unidades
Estacionárias de Produção.
( 2 ) ANP ( ) Estabelece normas para operação de
embarcações nacionais e estrangeiras
em águas jurisdicionais brasileiras.
( 3 ) MARINHA ( ) Estabelece normas e padrões sobre
limites de contaminantes, resíduos
tóxicos, desinfectantes, metais pesados
e outros que envolvem riscos à saúde.
( 4 ) ANVISA ( ) Promove a regulação, a contratação e a
fiscalização das atividades econômicas
integrantes da indústria do Petróleo.

RESERVADO
Alta Competência

2.6. Glossário
Administração Federal indireta - entidades vinculadas a um órgão da Administração
Direta que prestam serviço público ou de interesse público. Exemplos: autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública.

Águas interiores - águas que ocupam as reentrâncias do litoral, ou seja, baías,


recôncavos, enseadas etc.

ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Armador - pessoa física ou jurídica que, em seu nome e sob sua responsabilidade,
apresta a embarcação com fins comerciais, pondo-a ou não a navegar por sua conta.

Autarquia federal - entidade com recursos patrimoniais próprios e autônoma, criada


e tutelada pelo Estado, para auxiliá-lo no serviço público. Exemplo: um banco, um
órgão fiscalizador.

70 DAerM - Diretoria de Aeronáutica da Marinha.

DPC - Diretoria de Portos e Costas.

MMA - Ministério do Meio Ambiente.

NORMAM - Normas da Autoridade Marítima.

Patrimônio natural - são áreas de importância preservacionista e histórica.

RESERVADO
Capítulo 2. Autoridades regulamentadoras

2.7. Bibliografia
BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica. Departamento de
Aviação Civil - DAC. Portaria Interministerial Nº 856 de 17 de setembro de 1985.
Disponível em: <http://www.anac.gov.br/biblioteca/portarias/port856.pdf>.
Acesso em: 11 mar 2008.

BRASIL. Ministério da Defesa. Diretoria de Portos e Costas - DPC. Disponível em:


<https://www.dpc.mar.mil.br/normam/tabela_normam.htm>. Acesso em: 11
mar 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.


Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 11 mar 2008.

71

RESERVADO
Alta Competência

2.8. Gabarito
1) Cite as principais autoridades regulamentadoras de atividades relacionadas à
indústria do petróleo:

IBAMA

ANP

Marinha

ANVISA

2) Dentre as principais atribuições da Diretoria de Portos e Costas - DPC, marque a


alternativa correta:

( ) A DPC é responsável pela homologação da operação de helicópteros


em helipontos.

(X) Uma das funções secundárias da Marinha é exercer o papel de guarda


costeira.

72 ( ) A DPC emitirá certificação para heliponto mesmo havendo exigências


pendentes.

( ) O prazo estipulado para a licença provisória para operação de um


heliponto é de 30 dias.

( ) A DPC é responsável por disciplinar o tráfego marítimo, mas não é sua


função conceder autorização para embarcações estrangeiras operarem
em sua jurisdição.

3) Relacione as autoridades da coluna da esquerda com as ações regulamenta-


doras que interferem nas atividades da indústria do petróleo, apresentadas na
coluna da direita:

(1) IBAMA (1) Libera licenças ambientais necessárias para a


operação das Unidades Estacionárias de Produção.

(2) ANP (3) Estabelece normas para operação de embarca-


ções nacionais e estrangeiras em águas jurisdi-
cionais brasileiras.

(3) MARINHA (4) Estabelece normas e padrões sobre limites de


contaminantes, resíduos tóxicos, desinfectantes, metais
pesados e outros que envolvem riscos à saúde.

(4) ANVISA (2) Promove a regulação, a contratação e a fiscalização


das atividades econômicas integrantes da indústria
do Petróleo.

RESERVADO
Capítulo 3
Legislação
marítima
brasileira

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Citar os organismos responsáveis pela regulamentação


marítima nacional e internacional;
• Identificar as principais regras de classificação e
regulamentos estatutários mandatórios na legislação
marítima brasileira e internacional.

RESERVADO
Alta Competência

74

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

3. Legislação marítima brasileira

O
s países que possuem interesse marítimo assinam acordos
(que também podem ser protocolos e/ou convenções), cujos
objetivos principais são promover a segurança marítima e
evitar desastres que provoquem poluições, seja por derramamento de
óleo ou por substâncias transportadas nos navios, uma preocupação
crescente atualmente.

Os países que assinam as convenções são chamados de países


signatários. A assinatura do acordo não significa, entretanto, que
as deliberações aprovadas nas convenções serão obrigatoriamente
cumpridas pelos países.

75
No Brasil, por exemplo, esta obrigação só acontece
depois da aprovação do Congresso Nacional.

O Ministério da Defesa é responsável pela salvaguarda das


operações dentro de nossas águas territoriais, por meio da
Diretoria de Portos e Costas (DPC). A Legislação Marítima
Brasileira caracteriza as plataformas flutuantes utilizadas para
produção de petróleo como embarcações, sujeitas à legislação
marítima e às convenções internacionais.

A Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário – LESTA (Lei 9.537, de 11


de dezembro de 1997) “dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário
em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências”.

RESERVADO
Alta Competência

A LESTA, em seu Artigo 2º, define:

V - Embarcação - qualquer construção, inclusive as plataformas flutuantes


e, quando rebocadas, as fixas, sujeita a inscrição na autoridade marítima e
suscetível de se locomover na água, por meios próprios ou não, transpor-
tando pessoas ou cargas.
VI - Inscrição da embarcação - cadastramento na autoridade marítima, com
atribuição do nome e do número de inscrição e expedição do respectivo
documento de inscrição;
(...)
XIV - Plataforma - instalação ou estrutura fixa ou flutuante, destinada às
atividades direta ou indiretamente relacionadas com a pesquisa, exploração
e explotação dos recursos oriundos do leito das águas interiores e seu sub-
solo ou do mar, inclusive da plataforma continental e seu subsolo; (...)

76 3.1. Influência da legislação internacional

As legislações, normalizações e recomendações nas quais nos


baseamos podem ser nacionais e internacionais. A regulamentação
marítima internacional está assim organizada:

Organização das Nações Unidas - ONU


International Maritime Organization - IMO


Países signatários


Congresso Nacional (no Brasil)

Ministério da Defesa (Comando da Marinha/DPC)


Sociedades Classificadoras

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

Os principais aspectos a serem observados na legislação


marítima nacional e que impactam diretamente nas
atividades exercidas pela Petrobras são:

• As instalações flutuantes utilizadas para


produção de petróleo são reconhecidas como
embarcações, sujeitas às legislações marítimas e
convenções internacionais;

• A aplicação da legislação é obrigatória para


manutenção de registro de classe;

• Todo armador é obrigado a adequar sua


embarcação à legislação e aos requisitos do país 77
onde estiver momentaneamente operando;

• No caso brasileiro, a responsabilidade pela


salvaguarda das operações, dentro de nossas
águas territoriais, é do Ministério da Defesa, que
delegou tais atribuições ao Comando da Marinha/
Diretoria de Portos e Costas - DPC.

3.2. Sociedades Classificadoras

As Sociedades Classificadoras são entidades internacionais


independentes, que desenvolvem regulamentos, procedimentos e
métodos para manter a segurança em instalações marítimas.

Estas entidades internacionais independentes, algumas com mais de


cem anos de fundação, desenvolvem regulamentos, procedimentos
e métodos para dimensionamento, arranjos e manutenção de
estruturas/equipamentos marítimos.

RESERVADO
Alta Competência

O principal objetivo das Sociedades Classificadoras é garantir as


condições para a segurança das pessoas que estão a bordo, bem como
das instalações e processos. Além disso, essas Sociedades têm a função
de fiscalizar a implementação de suas normas. Em geral, as Sociedades
Classificadoras são, também, representantes oficiais dos governos das
bandeiras das embarcações para emissão de certificados estatutários
e para a execução das vistorias correspondentes e, neste caso,
possuem mais força para imposição das regras. Os seus regulamentos
são atualizados permanentemente nas Convenções Marítimas
Internacionais. As Sociedades Classificadoras possuem uma associação
própria, a International Association of Classification Society − IACS.

3.2.1. Classificação

A classificação consiste em uma representação do nível de


conformidade de um navio, embarcação ou estrutura offshore às
78 normas estabelecidas por uma sociedade de classificação e se dá
após a aprovação do planejamento e investigações conduzidas
pelos especialistas da Sociedade, segundo as referidas normas. Tal
classificação constitui um ponto de referência para construtores navais,
corretores, afretadores, administrações de bandeira, seguradoras e
a comunidade financeira. É representada por uma classe indicada
nos certificados de classificação e no registro de navios publicado
periodicamente pela Sociedade.

3.2.2. Origem das Sociedades Classificadoras

Os navios são estruturas complexas que envolvem um elevado


capital investido e devem ser pensados como um patrimônio que,
além do seu próprio custo, envolve a sua capacidade de trafegar
internacionalmente transportando bens, cargas e pessoas. Desde os
primórdios da existência da construção naval, buscava-se um meio
de segurar as embarcações. As seguradoras, entretanto, não tinham
condições de avaliar o padrão de segurança das embarcações e, por
isso, cobravam taxas altas.

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

O desenvolvimento de regras para o projeto e a construção do navio,


além da inspeção exercida por um técnico de reconhecida capacidade,
oferecia maiores garantias de segurança ao armador e às seguradoras
do navio que seria entregue. Como conseqüência, o custo do seguro
da embarcação era reduzido.

As Sociedades Classificadoras passaram a adotar como parâmetros


das suas regras e exigências as decisões das convenções marítimas
que tratavam da questão da segurança pessoal de tripulantes e
passageiros. A partir daí, as autoridades governamentais passaram a
delegar às Sociedades Classificadoras autoridade para certificar quais
navios lhes obedeciam.

Atualmente, as Sociedades Classificadoras exercem um importante


papel na indústria da construção naval, pois supervisionam e
avalizam as operações dos navios, assegurando que as embarcações
apresentem riscos aceitáveis para a seguradora e para os passageiros 79
e tripulantes, conforme esquema abaixo:

Companhias Seguradoras


Necessidade de conhecimento dos riscos assumidos


Entidades independentes para informação do estado das embarcações


Sociedades Classificadoras

3.2.3. Principais Sociedades Classificadoras

Em geral, as Sociedades Classificadoras são entidades independentes.


As principais Sociedades Classificadoras são membros da International
Association of Classification Society – IACS. São elas:

RESERVADO
Alta Competência

SOCIEDADES CLASSIFICADORAS NACIONALIDADE


Lloyd’s Register of Shippinging – LR Inglesa, 1760
Bureau Veritas – BV Francesa, 1828
American Bureau of Shipping – ABS Americana, 1862
Det Norske Veritas - DNV Norueguesa, 1864
Germanischer Lloyd – GL Alemã, 1867
Nipon Kaiji Kiokay – NK Japonesa, 1899
Registro Italiano Navale – RINA Italiana, 1821
China Classification Society – CCS Chinesa, 1956
Russian Maritime Register of Shipping – RS Russa, 1913
Korean Register – KR Coreana, 1960

3.2.4. Processo de classificação

O processo de classificação se dá através do cumprimento das regras


de classificação. Tais regras são normas técnicas para verificação
80 do atendimento aos critérios técnicos adotados pelas Sociedades
Classificadoras. Estas regras abordam aspectos de integridade da
estrutura, dos equipamentos e sistemas. Alguns desses aspectos são
aplicados para qualquer tipo de embarcação, pois são comuns a
todas. Outros devem ser considerados sob o ponto de vista específico
do tipo de embarcação, como as exigências aplicáveis ao sistema de
manuseio de cargas de um navio petroleiro, por exemplo.

3.2.5. Fases do processo de classificação/certificação

A classificação começa na fase de elaboração do projeto da construção


do navio, continua com a entrada do navio em operação, indo até o
encerramento das operações da embarcação, tendo como parâmetro
a previsão da durabilidade da embarcação, levando em conta qual
será a sua utilização.

As fases do processo de classificação são as seguintes:

• Análise do projeto básico;

• Análise do projeto executivo;

• Vistorias durante a fabricação dos equipamentos;

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

• Vistorias da construção no estaleiro/canteiro;

• Acompanhamento dos testes;

• Vistorias durante a vida útil da unidade.

3.2.6. Certificados de classe - obrigatórios

Os certificados de classe comprovam que o projeto, construção e


testes foram realizados e que os resultados foram prescritos nos
regulamentos da própria Sociedade Classificadora. Após a aprovação
da documentação de projeto, e inspeção da instalação, a classificadora
emite os certificados de classe.

Estes documentos são reemitidos a cada 5 anos, após vistoria. Com o


passar dos anos, as vistorias tornam-se mais superficiais, a fim de informar
81
ao armador as condições de segurança da instalação.

Os certificados de classe comprovam que a instalação atende a


critérios internacionais de segurança e qualidade:

• Certificado de Classe de Casco;

• Certificado de Classe de Máquinas;

• Certificado de Classe de Caldeiras;

• Certificado de Classe de Instalações Automatizadas.

3.3. ISO 14001

O tempo todo ouvimos falar em ISO 14001, ISO 9000-2000 e outras


ISOs. Antes de começarmos a falar sobre uma delas, vamos definir o
que é uma “ISO”?

RESERVADO
Alta Competência

A sigla ISO significa International Organization for Standardization ou,


Organização Internacional para Padronização. É uma uma entidade
que aglomera os grêmios de padronização/normalização de 158
países. Fundada em 23 de fevereiro de 1947, em Genebra, Suíça, a ISO
aprova normas internacionais em todos os campos técnicos, exceto
na eletricidade e eletrônica, cuja responsabilidade é da International
Electrotechnical Commission (IEC).

A ISO 14001 estabelece diretrizes sobre o Sistema de Gestão


Ambiental (SGA) das empresas, para que estas gerenciem seus
produtos e processos sem que agridam o meio ambiente evitando
que a comunidade sofra com resíduos gerados, beneficiando, assim,
a sociedade de um modo geral.

A ISO 14001 faz parte de uma série de normas internacionais que


prevê requisitos para uma gestão mais eficaz dos aspectos ambientais
82 que se aplicam às organizações de todos os setores e atividades.
Baseada no ciclo Plan-Do-Check-Act, a ISO 14001 especifica os pontos
mais importantes para identificar, controlar e monitorar aspectos
ambientais e mostra como gerenciar e aprimorar o sistema como
um todo.

Para obter um certificado ISO 14001, as empresas passam por auditorias


periódicas, realizadas por uma empresa certificadora, credenciada e
reconhecida pelos organismos nacionais e internacionais e precisam
atender a uma série de exigências, dentre as quais podemos citar as
que se seguem:

1. Política ambiental;

2. Aspectos ambientais;

3. Exigências legais;

4. Objetivos e metas;

5. Programa de gestão ambiental;

6. Estrutura organizacional e responsabilidade;

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

7. Conscientização e treinamento;

8. Comunicação;

9. Documentação do Sistema de Gestão Ambiental;

10. Controle de documentos;

11. Controle operacional;

12. Situações de emergência;

13. Monitoramento e avaliação;

14. Não conformidade, ações corretivas e ações preventivas;


83
15. Registros;

16. Auditoria do Sistema da Gestão Ambiental;

17. Análise crítica do Sistema da Gestão Ambiental (SGA).

3.4. ISO 9001

O ISO 9001 é um padrão internacional relacionado à gestão da qualidade,


que se aplica às organizações de todos os setores e atividades.

Baseia-se em oito princípios de qualidade:

• Foco no cliente;

• Liderança;

• Envolvimento do pessoal;

• Abordagem de processos;

RESERVADO
Alta Competência

• Abordagem de sistemas;

• Melhoria contínua;

• Processo decisório baseado em fatos;

• Relações com fornecedores benéficas para ambas as partes.

3.5. Norma BS 8800

Esta norma prescreve um Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e


Segurança compatível com a ISO 14001, apoiado nas mesmas ferramentas
do ciclo Plan-Do-Check-Act de melhoria contínua. A compatibilidade
permite a unificação das normas e a integração com as normas da série ISO
9000, formando uma poderosa ferramenta de gestão para a empresa.
84

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

3.6. Exercícios

1) Correlacione cada um dos organismos regulamentadores com suas


funções:

1 Sociedades ( ) Desenvolvem regulamentos, procedi-


Classificadoras mentos e métodos para manter a segu-
rança em instalações marítimas.
2 ISO 14001 ( ) Está relacionado à gestão da qualidade,
que se aplica às organizações de todos os
setores e atividades.
3 ISO 9001 ( ) Estabelece diretrizes sobre o
Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
das empresas.
4 Norma BS 8800 ( ) Prescreve um sistema de gestão de
saúde ocupacional e segurança.
85
2) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

( ) As instalações flutuantes utilizadas para produção de pe-


tróleo são reconhecidas como embarcações, sujeitas a le-
gislações marítimas e convenções internacionais.
( ) A aplicação da legislação é obrigatória para manutenção
de registro de classe.
( ) Todo armador é obrigado a adequar sua embarcação
à legislação e aos requisitos do país, onde ela estiver
momentaneamente operando.
( ) No caso brasileiro, a responsabilidade pela salvaguarda
das operações, dentro de nossas águas territoriais, é do
Ministério da Marinha, que delegou tais atribuições à DPC.
( ) As Sociedades Classificadoras são entidades internacionais
independentes, que desenvolvem regulamentos,
procedimentos e métodos para manter a segurança em
instalações marítimas.

RESERVADO
Alta Competência

3) Identifique um dos processos de classificação pela Sociedade


Classificadora:

( ) Vistorias durante a fabricação dos equipamentos.


( ) Acompanha a pré-operação.
( ) Participa dos estudos de risco da plataforma.
( ) Participa da avaliação de risco.
( ) Homologa o heliponto da plataforma.

4) Na certificação ISO 14001 estão especificados os pontos mais


importantes para:

( ) Envolver a equipe nos processos da empresa, visando


garantir a qualidade.
( ) Abordar os processos e sistemas, visando a melhoria contínua.
( ) Identificar, controlar e monitorar aspectos ambientais.
86 ( ) Estreitar as relações com fornecedores, beneficiando ambas
as partes.
( ) Formar uma ferramenta de gestão, com base nas normas
da série ISO 9000.
5) “Liderança e melhoria contínua são princípios da qualidade.” Esta
afirmativa é atributo da Certificação:

( ) ISO 14001.
( ) ISO 9001.
( ) BS 8800.
( ) ISO 14500.
( ) ISO 8800.

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

3.7. Glossário
Afretadores - aqueles que têm a posse de uma embarcação a frete, no sentido de
aluguel, no todo ou em parte, com a finalidade de transportar mercadorias, pessoas
ou coisas. Não confundir com fretador, que é a pessoa que dá a embarcação a frete.
Na maioria das vezes o fretador é o próprio proprietário da embarcação.

Águas interiores - águas que ocupam as reentrâncias do litoral, ou seja, baías,


recôncavos e, enseadas.

Armador - pessoa física ou jurídica que, em seu nome e sob sua responsabilidade,
apresta a embarcação com fins comerciais, pondo-a ou não a navegar por sua conta.

Bandeiras das embarcações - bandeira que indica a nacionalidade do país onde a


embarcação está inscrita, independentemente da origem da sua carga.

DPC - Diretoria de Portos e Costas.

Explotação - é a fase de produção que corresponde a retirada do recurso com


máquinas adequadas, para fins de beneficiamento, transformação e utilização do
mesmo, ou seja, fase de extração do petróleo ou do gás natural descoberto. 87

IACS - International Association of Classification Society.

IMO - International Maritime Organization.

ONU - Organização das Nações Unidas.

Plan-Do-Check-Act - metodologia de controle de qualidade tipicamente usado para


a análise e solução de problemas na empresa. Do inglês: “Plan”: planejar, programar;
“do”: fazer, realizar; “check”: controlar, verificar; “act”: agir, padronizar.

SGA - Sistema de Gestão Ambiental.

Sociedades Classificadoras - são entidades internacionais independentes, que


desenvolvem regulamentos, procedimentos e métodos para manter a segurança
em instalações marítimas.

RESERVADO
Alta Competência

3.8. Bibliografia
Bureau Veritas. Disponível em: <http://www.bureauveritas.com.br/>. Acesso em:
26 abr 2008.

Fertimport. Rumos - Informativo Mensal (ano 10 – nº 117). Disponível em: <http://


www.fertimport.com.br/bnews3/images/multimidia/images/Rumos_117_
Julho06.pdf>. Acesso em: 26 abr 2008.

International Association Of Classification Societies - IACS. Disponível em: <http://


www.iacs.org.uk/explained/members.aspx>. Acesso em: 26 abr 2008.

88

RESERVADO
Capítulo 3. Legislação marítima brasileira

3.9. Gabarito

1) Correlacione cada um dos organismos regulamentadores com suas funções:

1 Sociedades (1) Desenvolvem regulamentos, procedimentos


Classificadoras e métodos para manter a segurança em
instalações marítimas.

2 ISO 14001 (3) Está relacionado à gestão da qualidade, que


se aplica às organizações de todos os setores e
atividades.

3 ISO 9001 (2) Estabelece diretrizes sobre o Sistema de Gestão


Ambiental (SGA) das empresas.

4 Norma BS 8800 (4) Prescreve um sistema de gestão de saúde


ocupacional e segurança.

2) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

(V) As instalações flutuantes utilizadas para produção de petróleo são


reconhecidas como embarcações, sujeitas a legislações marítimas e 89
convenções internacionais.
(V) A aplicação da legislação é obrigatória para manutenção de registro
de classe.

(V) Todo armador é obrigado a adequar sua embarcação à legislação e aos


requisitos do país, onde ela estiver momentaneamente operando.

(V) No caso brasileiro, a responsabilidade pela salvaguarda das operações,


dentro de nossas águas territoriais, é do Ministério da Marinha, que
delegou tais atribuições à DPC.

(V) As Sociedades Classificadoras são entidades internacionais independentes,


que desenvolvem regulamentos, procedimentos e métodos para manter
a segurança em instalações marítimas.

3. Identifique um dos processos de classificação pela Sociedade Classificadora:

(X) Vistorias durante a fabricação dos equipamentos.


( ) Acompanha a pré-operação.
( ) Participa dos estudos de risco da plataforma.
( ) Participa da avaliação de risco.
( ) Homologa o heliponto da plataforma.

RESERVADO
Alta Competência

4. Na certificação ISO 14001 estão especificados os pontos mais importantes para:

( ) Envolver a equipe nos processos da empresa, visando garantir a qualidade.

( ) Abordar os processos e sistemas, visando a melhoria contínua.

(X) Identificar, controlar e monitorar aspectos ambientais.

( ) Estreitar as relações com fornecedores, beneficiando ambas as partes.

( ) Formar uma ferramenta de gestão, com base nas normas da série ISO 9000.

5. “Liderança e melhoria contínua são princípios da qualidade.” Esta afirmativa é


atributo da Certificação:

( ) ISO 14001.

(X) ISO 9001.

( ) BS 8800.

( ) ISO 14500.
90 ( ) ISO 8800.

RESERVADO
Capítulo 4
Principais
entidades
estatutárias
nacionais e
internacionais

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as principais entidades estatutárias nacionais


e internacionais;
• Estabelecer a relação entre as recomendações, normas, leis
e regulamentações específicas e as atividades da indústria
do petróleo.

RESERVADO
Alta Competência

92

RESERVADO
Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

4. Principais entidades estatutárias


nacionais e internacionais

A
o interagir com o meio ambiente e consumir seus recursos
naturais, a Petrobras deve prestar contas à sociedade sobre
o impacto de suas atividades na biosfera e contribuir para a
melhoria da qualidade de vida da população. Do mesmo modo, deve
acatar e fazer cumprir as determinações do Ministério do Trabalho
e Emprego – MTE e do seu Estatuto Social, bem como também
deve acatar aquelas determinações estabelecidas pelas entidades
estatutárias nacionais e internacionais.

Os termos “responsabilidade social” e “desenvolvimento sustentável”,


por exemplo, são amplamente difundidos nas indústrias atualmente.

93
Que entidades, estão designadas para fiscalizar e exercer o controle
da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável
praticado pelas empresas?

No Brasil, existem diversos órgãos com a função fiscalizadora e


regulatória, são as agências regulamentadoras. Como exemplo
podemos citar algumas: Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), Agência Nacional da Água (ANA) e a Agência Nacional do
Petróleo (ANP).

A crescente preocupação com a proteção do meio ambiente e,


conseqüentemente, com a segurança marítima envolve o transporte
de petróleo e de produtos químicos - poluentes mais evidentes.
Anualmente, estima-se o derramamento de 1 milhão de toneladas
de petróleo e derivados no mar. O Brasil é membro da Organização
Marítima Internacional e signatário das principais convenções
internacionais aplicáveis à área marítima.

Neste capítulo, entenderemos como estas entidades estatutárias


influenciam ou afetam nosso trabalho. Significa dizer que
precisamos estar sempre atentos às recomendações, normas, leis e
regulamentações específicas do setor de petróleo na execução das
atividades da empresa.

RESERVADO
Alta Competência

4.1. Entidades estatutárias nacionais

As principais entidades estatutárias nacionais cujas leis impactam de


modo mais efetivo as atividades realizadas pela Petrobras são:

4.1.1. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE

O Ministério do Trabalho e Emprego exerce papel fundamental


como o órgão responsável por executar, fiscalizar e regulamentar as
relações trabalhistas no Brasil. O MTE estabelece, através de Normas
Regulamentadoras - NRs, os requisitos relativos à segurança e à saúde
dos empregados.

Essas normas abrangem diversos aspectos ligados às atividades


desenvolvidas pela Petrobras. A NR-20, por exemplo, estabelece
regras para o trabalho que envolva líquidos combustíveis e
94 inflamáveis. Outra NR define a obrigatoriedade do uso de
Equipamentos de Proteção Individual – EPI, imprescindível em
grande parte das operações da Petrobras.

Há normas mais específicas sobre o trabalho com eletricidade ou


fornos, por exemplo. Dada sua importância para a Petrobras, o
Ministério do Trabalho e Emprego figura como uma das principais
entidades estatutárias nacionais.

4.1.2. Ministério do Meio Ambiente - MMA

O Ministério do Meio Ambiente desenvolve diversas atividades para


a preservação e conservação do patrimônio natural, exercendo o
controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água,
flora, fauna, solo etc.).

O IBAMA, órgão vinculado ao MMA, é responsável pelos estudos


ambientais e pela liberação das licenças ambientais de empreendimentos
a nível nacional. O Licenciamento Ambiental é um procedimento pelo qual
o órgão ambiental competente – federal, estadual ou municipal – permite
a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos naturais, e que possam ser consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras, ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental.

RESERVADO
Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

O processo de licenciamento tem como objetivo manter as atividades


da empresa em conformidade com a legislação vigente, atendendo aos
preceitos legais e regulamentares durante todo o ciclo de instalação
e operação das atividades de exploração e produção de petróleo.

Os órgãos podem, inclusive, exigir a realização de Estudo de Impacto


Ambiental (IAC) e de um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA),
que deve ser disponibilizado para consulta pública.

No site da Petrobras estão disponíveis os Estudos de


Impacto Ambiental (IAC) e os Relatórios de Impacto
Ambiental (RIMA).

4.1.3. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP 95

A ANP, como agência reguladora da indústria do petróleo, vinculada


ao Ministério de Minas e Energia – MME tem por finalidade promover
a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas
integrantes da indústria do petróleo. É o órgão responsável pela
regulação das atividades da indústria do petróleo, gás natural e
biocombustíveis no país.

Para saber mais, veja Lei nº 9.478/97 no site da ANP


<http://www.anp.org.br>

4.2. Entidades estatutárias internacionais

O Brasil é membro da Organização Marítima Internacional (OMI) /


International Maritime Organization (IMO) e signatário das principais
convenções internacionais relacionadas às regras de segurança
marítima e prevenção da poluição marinha.

A seguir, apresentaremos as duas principais entidades estatutárias


internacionais, bem como as principais convenções que originam os
principais protocolos utilizados em projetos marítimos.

RESERVADO
Alta Competência

4.2.1. Organização Marítima Internacional - OMI / International Maritime


Organization - IMO

Parte integrante da ONU, a Organização Marítima Internacional –


OMI – é o principal pólo gerador de requisitos internacionais de
caráter governamental relacionado à segurança das operações
marítimas em geral.

Atualmente, tecnologias e técnicas utilizadas na indústria


naval mudam rapidamente, ao ritmo das pesquisas realizadas
nesse sentido. Por isso, novas convenções são criadas e algumas
readaptadas. Do resultado da realização destas convenções,
criam-se os requisitos internacionais, relacionados à segurança das
operações marítimas em geral.

A OMI também elabora extensa série de publicações, realiza


96 conferências, organiza cursos e treinamentos, além de oferecer
assistência técnica aos países membros na implantação de planos de
contingência, entre outros temas.

A OMI é responsável, atualmente, por aproximadamente 50


convenções internacionais, além da adoção de inúmeros protocolos e
acordos relativos à organização marítima internacional. As convenções
mais importantes são as seguintes:

a) Safety of Life at Sea – SOLAS

A Safety of Life at Sea (SOLAS) ou Convenção Internacional para a


Salvaguarda da Vida Humana no Mar trata-se de um conjunto de
requisitos que visam a garantia dos padrões mínimos de segurança
operacional às embarcações.

A primeira edição da SOLAS aconteceu em 1914,


motivada pelo desastre do Titanic, mas passou a vigorar
apenas em 1965, abordando, entre outros temas
importantes, a segurança da navegação, o transporte
de cargas a granel, o transporte de substâncias
perigosas e os navios nucleares.

RESERVADO
Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

Esta convenção também define requisitos para projetos, construção,


operação e manutenção das embarcações, estabelecendo regras e
diretrizes para inspeções e vistorias de navios, equipamentos salva-vidas,
instalações de rádio, casco, máquinas, construção, compartimentagem
e estabilidade, instalações elétricas, manutenção das condições, busca
e salvamento, sistema de gestão da segurança e, ainda, a emissão e
aceitação de certificados.

b) International Conference on Load Line – ICLL – Borda Livre

A idéia básica ao se atribuir uma borda livre mínima nos diversos


tipos de embarcação é estabelecer requisitos de estanqueidade
e integridade estruturais, visando a garantir uma reserva de
flutuabilidade da embarcação. Em outras palavras, estabelece normas
para a marcação das linhas de carga máxima nos navios mercantes.

A Convenção Internacional para Linhas de Carga tem prescrições 97


relativas à resistência estrutural do navio, estabilidade, portas,
acessos e estanqueidade. A marcação de borda livre é obrigatória;
qualquer acréscimo de carga que ultrapasse o limite estabelecido
para as marcas de borda livre será facilmente observado e deve ser
evitado para que haja a manutenção da estabilidade e segurança da
embarcação, da carga, da tripulação e dos passageiros.

Os petroleiros, entretanto, utilizam navios com menor abertura


e maior segurança nas escotilhas de carga e têm mais estabilidade
inicial. Por isso, a ICLL permite aos petroleiros menor borda-livre, o
que significa maior calado e, portanto, maior peso morto.

RESERVADO
Alta Competência

c) International Conference on Revision of the International


Regulations for Preventing Collisions at Sea – COLREG – RIPEAM

Estabelece regras e requisitos para luzes, sinalização, arranjo e


procedimentos para evitar abalroamentos no mar.

98

Farol - exemplo de sinalização marítima

d) Maritime Oil Pollution – MARPOL

Estabelece regras e requisitos de construção para embarcações, com


o objetivo de evitar a poluição no mar.

A MARPOL, Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição


Causada por Navios, foi alterada pelo Protocolo de 1978 e por uma
série de emendas, a partir de 1984, visando a introdução de regras
específicas para estender a prevenção da poluição do mar às cargas
perigosas ou equivalentes às dos hidrocarbonetos. As regras da
MARPOL passam por um processo dinâmico de aperfeiçoamento em
função das inovações tecnológicas, científicas e políticas.

RESERVADO
Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

De acordo com a MARPOL, entende-se por substâncias nocivas:

“Qualquer substância que, se despejada no mar, é capaz de gerar


riscos para a saúde humana, danificar os recursos biológicos e
a vida marinha, prejudicar as atividades recreativas ou interferir
com outras utilizações legítimas do mar e inclui toda substância
sujeita a controle pela presente convenção.”

Nas fotos a seguir você verá exemplos de vazamento e poluição no mar.

Fonte: Petrobras
99

Navios de Casco Duplo:

Uma das medidas mais importantes relativas à MARPOL,


e assunto de grande interesse, é a regulamentação
sobre navios de casco duplo. A OMI, durante a 46ª MEPC
- Comitê de Proteção ao Meio Ambiente Marinho, em
2001, determinou que os navios que fossem entregues
a partir de julho de 1996 deveriam ser do tipo casco
duplo. De acordo com as novas regras, o limite de vida
útil dos petroleiros foi reduzido de 30 para 25 anos
devendo ser intensificadas as vistorias nas embarcações,
visando a preservação dos navios com boas condições
de manutenção. A idade do navio é outro fator de risco
considerável para as poluições marítimas e as estatísticas
revelam taxas crescentes de sinistralidade entre os
navios mais velhos.

RESERVADO
Alta Competência

e) Mobile Offshore Drilling Unit – MODU CODE

É o conjunto de requisitos, semelhante ao SOLAS, que tem como


objetivo garantir padrões mínimos de segurança operacional, mas
compatível com as características de plataforma de perfuração.
Esta convenção contém requisitos básicos para construção e
equipamentos das instalações marítimas de perfuração.

Exemplos de unidades de perfuração da Petrobras:

Fonte: Petrobras
100

Alaskan Star SS39 Atlantic Star SS45

f) International Safety Guide for Oil Tankers & Terminals – ISGOTT

É um conjunto de requisitos que visa garantir padrões mínimos de


segurança operacional para navios petroleiros e terminais. Apesar de
não ser uma convenção, é reconhecido e utilizado pelos armadores
como diretriz para projeto e operação.

Navios petroleiros

RESERVADO
Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

4.2.2. Organização Internacional do Trabalho - OIT

Fundada em 1919, após a Primeira Guerra Mundial, a OIT tem


o objetivo de promover a justiça social, com a promoção de
oportunidades de trabalhos decentes para homens e mulheres,
em condições de igualdade, liberdade, segurança e dignidade
humana. A OIT é a instituição mundial responsável pela elaboração
e supervisão das Normas Internacionais do Trabalho. Ao todo, a
OIT trabalha com 178 países membros para garantir que as normas
de trabalho sejam respeitadas tanto em seus princípios quanto
em sua prática.

A OIT financia diversos programas para a


regulamentação do trabalho, dentre os quais vale
destacar, pela sua importância, os voltados para a 101
erradicação do trabalho infantil, cujo objetivo é
retirar do trabalho precoce crianças e adolescentes,
reintegrando-os à escola, à família e possibilitando a
inserção deles no Programa Jovem Aprendiz.

Na Petrobras, o Programa Jovem Aprendiz atua na


capacitação de jovens com idade entre 15 e 18 anos.
O programa acontece em duas etapas e tem dois anos
de duração. Na primeira etapa, os alunos aprendem
sobre cidadania e responsabilidade social. Depois de
quatro meses, acontecem os cursos profissionalizantes.
O objetivo do Jovem Aprendiz é qualificar estes jovens
para entrarem no mercado de trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

4.3. Exercícios
1) Cite as principais entidades estatutárias nacionais e internacionais:

_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

2) O principal pólo gerador de requisitos internacionais de caráter


governamental, relacionado com a segurança das operações marítimas
em geral é a:

( ) MARPOL.
( ) SOLAS.
( ) IMO/OMI.
102 ( ) ISGOTT.
( ) OIT.

3) Nas afirmativas a seguir, identifique uma das principais aplicações


do Safety of Life at Sea – SOLAS:

( ) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da


vida humana no mar.
( ) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da
vida humana na terra.
( ) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da
vida humana no mar e na terra.
( ) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da vida
humana no mar e prevenir a poluição ao meio ambiente.
( ) Todas as afirmativas estão corretas.

RESERVADO
Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

4) A Maritime Oil Pollution – MARPOL – estabelece regras e requisitos de:

( ) Prevenção, redução e controle da poluição do mar.


( ) Controle e o gerenciamento da água de lastro dos navios.
( ) Construção para embarcações, visando a evitar a poluição
no mar.
( ) Marcação das linhas de carga máxima nos navios mercantes

5) Marque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

( ) A IMO/OMI gera requisitos internacionais de caráter


governamental, relacionados à segurança das operações
marítimas em geral.
( ) A Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida
Humana no Mar é a MARPOL.
( ) A convenção que estabelece normas para a marcação das
linhas de carga máxima nos navios mercantes é a ICLL.
( ) A Convenção Internacional que estabelece regras e requisitos 103
de construção para embarcações, visando evitar a poluição no
mar é a MARPOL.
( ) Garantir padrões mínimos de segurança operacional nas
plataformas de perfuração é uma das atribuições principais
da Convenção ISGOTT.

6) Relacione as entidades estatutárias da coluna da esquerda com as


competências listadas à direita:

( 1 ) Ministério do ( ) Estabelecimento de regras e requisitos


Meio Ambiente para sinalização e procedimentos para
- MMA evitar abalroamentos no mar.
( 2 ) SOLAS ( ) Estabelecimento de normas
regulamentadoras relativas à
segurança e à saúde do trabalhador
em diversos tipos de atividade.
( 3 ) Ministério do ( ) Responsabilidade pela liberação de
Trabalho e licenças ambientais.
Emprego - MTE
( 4 ) Organização ( ) Promoção de oportunidades
Internacional do de trabalho em condições de
Trabalho - OIT igualdade, liberdade, segurança e
dignidade humana.
( 5 ) COLREG ( ) Garantia de padrões mínimos de
segurança operacional às embarcações.

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4.4. Glossário
Armador - pessoa física ou jurídica que, em seu nome e sob sua responsabilidade,
apresta a embarcação com fins comerciais, pondo-a ou não a navegar por sua conta.

Calado - distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa da


embarcação - a quilha ou algum ponto mais baixo. Nos navios, em geral, à altura
da roda de proa encontra-se uma escala de calado (graduação numérica escrita nos
costados das embarcações - avante, a ré, a bombordo e a boreste), para a leitura
dos calados.

Estanqueidade - propriedade de o navio possuir o casco permanecendo


intransponível pela água em que flutua, qualquer que seja o estado do mar.

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

MET - Ministério do Trabalho e Emprego.

NR - Norma Regulamentadora.

104 ONU - Organização das Nações Unidas.

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Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

4.5. Bibliografia
Arte Naval. Capítulo 14 - Convenções, Leis e Regulamentos - Convenções e Regras
Internacionais. Disponível em: <http://www.termo.furg.br/ArteNaval/MF/arte%20
naval%20-%20cap.%2014.pdf>. Acesso em: 26 mar 2008.

BRASIL. Marinha do Brasil. Disponível em: <http://www.mar.mil.br>. Acesso em: 25


mar 2008.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente - MMA. Disponível em: <http://mma.gov.br>.


Acesso em: 25 mar 2008.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Disponível em: <http://mte.gov.br>.


Acesso em: 25 mar 2008.

Bureau Veritas. Disponível em: <http://www.bureauveritas.com.br>. Acesso em:


25 mar 2008.

Det Norske Veritas - DNV. Disponível em: <http://www.dnv.com>. Acesso em:


25 mar 2008.
105
International Labour Organization - ILO. Disponível em: <http://www.ilo.org>.
Acesso em: 25 mar 2008.

International Maritime Organization - IMO. Disponível em: <http://www.imo.org>.


Acesso em: 25 mar 2008.

Organização Internacional do Trabalho - OIT. Disponível em: <http://www.oit.org>.


Acesso em: 25 mar 2008.

RESERVADO
Alta Competência

4.6. Gabarito
1) Cite as principais entidades estatutárias nacionais e internacionais:

Ministério do Trabalho e Emprego

Ministério do Meio Ambiente

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Organização Marítima Internacional - IMO

Organização Internacional do Trabalho - OIT

2. O principal pólo gerador de requisitos internacionais de caráter governamental,


relacionado com a segurança das operações marítimas em geral é a:

( ) MARPOL.
( ) SOLAS.
(X) IMO/OMI.

106 ( ) ISGOTT.
( ) OIT.

3) Nas afirmativas a seguir, identifique uma das principais aplicações do Safety of


Life at Sea – SOLAS:

(X) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da vida humana


no mar.
( ) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da vida humana
na terra.

( ) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da vida humana


no mar e na terra.
( ) Contém os requisitos básicos para garantir a segurança da vida humana
no mar e prevenir a poluição ao meio ambiente.

( ) Todas as afirmativas estão corretas.

4) A Maritime Oil Pollution – MARPOL – estabelece regras e requisitos de:

(X) Prevenção, redução e controle da poluição do mar.


( ) Controle e o gerenciamento da água de lastro dos navios.
( ) Construção para embarcações, visando a evitar a poluição no mar.
( ) Marcação das linhas de carga máxima nos navios mercantes

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Capítulo 4. Principais entidades estatutárias nacionais e internacionais

5) Marque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir:

(V) A IMO/OMI gera requisitos internacionais de caráter governamental,


relacionados à segurança das operações marítimas em geral.
(F) A Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar é
a MARPOL.
(Falso, é a SOLAS).

(V) A convenção que estabelece normas para a marcação das linhas de carga
máxima nos navios mercantes é a ICLL.
(V) A Convenção Internacional que estabelece regras e requisitos de construção
para embarcações, visando evitar a poluição no mar é a MARPOL.

(F) Garantir padrões mínimos de segurança operacional nas plataformas de


perfuração é uma das atribuições principais da Convenção ISGOTT.
(Falso, a Convenção que estabelece estes padrões é a Modu Code).

6) Relacione as entidades estatutárias da coluna da esquerda com as competências


listadas à direita:

(1) Ministério do (5) Estabelecimento de regras e requisitos para si- 107


Meio Ambiente - nalização e procedimentos para evitar abalroa-
MMA mentos no mar.
(2) SOLAS (3) Estabelecimento de normas regulamentadoras
relativas à segurança e à saúde do trabalhador
em diversos tipos de atividade.
(3) Ministério do (1) Responsabilidade pela liberação de licenças
Trabalho e ambientais.
Emprego - MTE
(4) Organização (4) Promoção de oportunidades de trabalho em
Internacional do condições de igualdade, liberdade, segurança
Trabalho - OIT e dignidade humana.
(5) COLREG (2) Garantia de padrões mínimos de segurança
operacional às embarcações.

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