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REVISITANDO A CRÍTICA DE SRAFFA À TEORIA NEOCLÁSSICA

MARSHALLIANA

Michele Cristina Silva Melo


Doutoranda – UFF
michelecsmelo@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO

A teoria neoclássica e seus conceitos fundamentais baseados na concepção da curva


de demanda e de oferta dominam o cenário da teoria econômica desde a época da chamada
“Revolução Marginalista”. Entretanto, não foram poucos os autores que realizaram críticas,
com maior ou menor profundidade, ao longo dos anos. O objetivo deste trabalho é revisitar
as críticas efetuadas por Píero Sraffa (1988), em seu clássico artigo “As Leis dos
Rendimentos sob Condições de Concorrência”, à teoria neoclássica marshalliana, nas quais
o autor busca mostrar as deficiências de tal teoria, bem como seu descolamento da
realidade.

1 – A TEORIA MARSHALLIANA

Com a Revolução Marginalista, a teoria do valor passa a ter como inspiração


fundamental a simetria entre as curvas de demanda e oferta, com base na hipótese de que
“as causas essenciais na determinação do preço de bens específicos podem ser
simplificados, e agrupados, de tal forma que possam ser representados por um par de curvas
de demanda e oferta coletivas que se interceptem” (SRAFFA, 1988, p.11). Como ponto de
partida é necessário caracterizar a teoria neoclássica marshalliana, que advoga algumas
condições, elencadas abaixo (PINDYCK; RUBINFELD, 2002):
(a) o preço é determinado pela intersecção entre as curvas de oferta e demanda, que
são independentes entre si;
(b) o mercado é competitivo, ou seja, existe um grande número de produtores;
(c) as empresas são tomadores de preços, de forma que nenhuma empresa individual
consegue alterar os preços isoladamente;
(d) os produtos são homogêneos;
(e) as empresas visam maximização de lucros;
(f) o futuro é previsível (não existe incerteza);
(g) analisa-se o custo marginal, ou seja, as empresas consomem os fatores de
produção de forma marginal;
A curva de oferta marshalliana é formada pela junção de duas leis dos rendimentos,
presentes nos autores clássicos, quais sejam, a Lei dos Rendimentos Decrescentes de David
Ricardo e a Lei dos Rendimentos Crescentes de Adam Smith (1988).
A Lei dos Rendimentos Decrescentes defendida por Ricardo diz respeito a
distribuição da renda em uma economia, tal como podemos observar abaixo:

O produto da terra [...] se divide entre as três classes da sociedade, a saber: o


proprietário da terra, o dono do capital necessário para seu cultivo e os
trabalhadores, cujos esforços são empregados no cultivo. Em diferentes estágios
da sociedade, no entanto, as proporções do produto total da terra destinadas a
cada uma dessas classes, sob o nome de renda, lucro e salário, serão
essencialmente diferentes, o que dependerá essencialmente da fertilidade do solo,
da acumulação de capital e da população, e da habilidade, a engenhosidade e dos
instrumentos empregados na agricultura. Determinar as leis que regulam essa
distribuição é a principal questão da Economia Política (RICARDO, 1987, p. 39).

A Lei dos Rendimentos Decrescentes da terra foi formulada inicialmente por


Turgot, já em 1968, no que foi seguido por James Anderson e Malthus, em 1777 e depois
por Ricardo em 1817. Em uma definição mais simples, podemos descrever tal teoria como:
à medida que a terra é cultivada mais intensamente, o rendimento aumenta em razão menor
que a do custo, ou seja, cada unidade do produto agrícola se torna mais cara.
Por sua vez, podemos definir as leis dos rendimentos crescentes como os ganhos de
produtividade obtidos pela divisão do trabalho, ou ainda nas palavras de Marshall,

Dizemos em geral que enquanto o papel da natureza na produção mostra uma


tendência para rendimentos decrescentes, o papel do homem mostra uma
tendência para rendimentos crescentes. A Lei dos Rendimentos Crescentes pode
ser assim enunciada: um aumento do trabalho e do capital leva geralmente a uma
maior organização que aumenta a eficiência do trabalho e do capital
(MARSHALL, Livro IV, Cap. XIII, p. 318).

A divisão do trabalho, responsável por gerar tantas vantagens, não é em sua origem,
segundo Smith (1988), o efeito de uma sabedoria humana qualquer, é conseqüência
necessária, embora muito lenta e gradual de certa tendência ou propensão existente na
natureza humana, qual seja, a propensão a intercambiar, permutar ou trocar uma coisa pela
outra. A certeza de poder trocar toda a parte excedente da produção realizada de seu próprio
trabalho, isto é, a produção acima do consumo pessoal, estimula cada individuo a dedicar-
se a uma ocupação especifica.
Dessa forma, com a junção das duas leis apresentadas acima, e devidamente
generalizadas por Marshall para se adequarem a teoria neoclássica, se originou a curva de
oferta em U.

2 – A CRÍTICA SRAFFIANA

Sraffa não concordava com todos os princípios colocados por Marshall e expressou
suas críticas no artigo As Leis dos Rendimentos em Condições Competitivas, o qual
“provocou grande impacto ao questionar alguns dogmas basilares da teoria ortodoxa dos
preços” (POSSAS, 1983, p. 152).

No quadro de tranqüilidade que a moderna teoria do valor nos apresenta existe


um ponto obscuro que altera a harmonia do todo, representado pela curva de
oferta baseada nas leis dos rendimentos crescentes e decrescentes. (...) suas
fundações são menos sólidas que outras partes da estrutura” (SRAFFA, 1988,
p.12).

De uma forma geral, o autor formula duas críticas a teoria neoclássica. A crítica
externa mostra que a teoria vigente analisa apenas os casos limites – a concorrência perfeita
e o monopólio – e não leva em conta as situações intermediárias que são freqüentemente
mais observadas na economia.

[...] a vertente teórica dominante, inspirada em Marshall, examinara apenas duas


situações limítrofes no que diz respeito às condições de concorrência, a
concorrência pura ou livre [...] e o monopólio, quando no mundo real o que
predomina são situações intermediárias. (POSSAS, 1983, p. 156).

Ainda com relação as críticas externas, para Sraffa a teoria neoclássica não se
adequa a realidade, pois as empresas não são simplesmente tomadoras de preços, bem
como não operam com custos crescentes, mas sim com custos decrescentes ou constantes.
A crítica interna se deve ao fato de as Leis dos Rendimentos não proporcionais (a
Lei dos Rendimentos Decrescentes de Ricardo e a Lei dos Rendimentos Crescentes de
Smith) terem sido generalizadas para se adaptarem a teoria neoclássica. Segundo Sraffa, tal
generalização causa inconsistências na curva de oferta e a tornam irrealista.

(...) removeu ambas as leis da posição que, de acordo com a divisão tradicional da
economia política, costumava ocupar, uma sob o titulo de “distribuição” e a outra
de “produção”, e transferiu-as para o capítulo “valor de troca”, lá fundindo-as na
“lei dos rendimentos não proporcionais e derivando delas uma lei da oferta
(SRAFFA, 1988, p.16).

A noção de rendimentos decrescentes, desenvolvida em Ricardo, estava associada à


teoria da distribuição da terra, e não à teoria dos preços, de modo que “a teoria marginalista
estendeu sua aplicação a qualquer combinação de fatores de produção (conceito alheio a
Ricardo), inclusive capital e trabalho, e não apenas à terra, onde parece ser mais razoável,
dando-lhe um pretenso caráter universal” (POSSAS, 1983, p.156).
Da mesma forma, a lei dos rendimentos crescentes, exposta por Adam Smith, se
relaciona com as causas do progresso econômico através das vantagens obtidas pela divisão
do trabalho, e não a uma “teoria dos custos e preços como função da escala de produção
(POSSAS, 1983, p.157). A transformação requerida pela Lei dos Rendimentos Crescentes
foi mais radical do que as adaptações da Lei dos Rendimentos Decrescentes (LRD).
Na LDR, apenas se generalizou de um caso particular, a terra, para todos os outros
casos. No entanto, na LRC, o papel nela desempenhado pela divisão do trabalho foi
enormemente restringido e limitado ao caso de surgimento de empresas suplementares
independentes em virtude do aumento da produção de uma determinada indústria. É
importante ressaltar também que uma maior divisão interna do trabalho, como resultado do
aumento das dimensões da firma, também foi inteiramente abandonada, devido a sua
incompatibilidade com as condições de concorrência (SRAFFA, 1988, p.17). Tal atitude se
deve ao fato de, para a visão neoclássica de concorrência, a firma produz somente até sua
capacidade ótima, independente das outras firmas.
Sraffa coloca em debate ainda, a hipótese de uma curva de demanda infinitamente
elástica adotada pelos economistas neoclássicos (utilizada para representar a situação de
uma empresa em concorrência pura). Para o autor, o principal obstáculo que a empresa
enfrenta para se expandir não são seus custos, como apregoa a teoria neoclássica, mas a
dificuldade de aumentar as vendas sem reduzir o preço ou sem aumentar os custos de
comercialização.
[...] mesmo num mercado competitivo, a demanda com que uma empresa se
defronta não é inteiramente elástica, o que denota algum grau de controle, por
menor que seja, sobre o mercado e portanto sobre o preço. (POSSAS, 1983, p.
158).

Segundo Sraffa, para diminuir os preços as empresas devem analisar se as vendas


aumentarão e se conseguirão diminuir custos. As empresas não praticam guerra de preços
para não prejudicar o mercado, de forma que o preço caia mais do que o aumento da
demanda e diminua a receita total, bem como para evitar retaliações (as demais empresas
também diminuírem seus preços). Assim, para Sraffa, é mais fácil a empresa aumentar seus
preços.
Dessa forma, Sraffa tem como objetivo discutir a inconsistência da teoria
neoclássica, através, principalmente, da incompatibilidade da Lei dos Rendimentos não
proporcionais às condições competitivas, mostrando como cada uma delas rompe com os
pressupostos neoclássicos.

3 – A INCOMPATIBILIDADE DA LEI DOS RENDIMENTOS COM CONDIÇÕES


CONCORRENCIAIS

Como dissemos anteriormente, para se adaptar as Leis dos Rendimentos à teoria


neoclássica, foram necessários alguns ajustes. A Lei dos Rendimentos Decrescentes de
Ricardo, válido para agricultura, foi generalizada para todas as atividades econômicas
(comerciais, industriais e agrícolas), supondo assim, que todos os setores possuíam
rendimentos decrescentes. Para Sraffa, esta generalização é equivocada, porque a maioria
das atividades (industriais principalmente) não possui rendimentos decrescentes, uma vez
que a produtividade é dada pela máquina e não pelo homem.
É neste ponto, em que se analisa em que medida as curvas de oferta e demanda
satisfazem as condições de concorrência, que surgem os problemas realmente sérios. A
teoria neoclássica admite que as condições de produção e demanda de uma mercadoria
possam ser consideradas independentes entre si e em relação à oferta e demanda de todas as
outras mercadorias, com relação a pequenas variações.
Para Sraffa (1988), a hipótese de independência não poderia ser legitima
simplesmente pelo fato de tal independência não ser perfeita e, a adoção de tal suposto
implica no rompimento da noção de equilíbrio parcial1. Para visualizar melhor temos o
seguinte exemplo: a elevação da produção na indústria A, faz com que esta indústria
demande mais insumo (y), e com isso o preço do insumo aumenta, bem como o custo da
empresa A. Da mesma forma, a indústria B, que também utiliza o insumo y terá seus custos
elevados. Entretanto, como as indústrias não utilizam as mesmas quantidades de insumo, se
alteram a relação entre os preços de A e B, causando alterações nas curvas de oferta e
demanda, mostrando que não são independentes e, portanto, não podem determinar preço.
Resumindo: o fato de um aumento no custo de uma indústria provocar um aumento no
custo de outra indústria rompe com a noção de equilíbrio parcial.
Com relação a Lei dos Rendimentos Crescentes de Smith, o mesmo também rompe
com alguns pressupostos neoclássicos. A realidade das economias de produção em grande
escala não se adaptam às exigências da curva de oferta, sendo maiores ou mais restritas do
que o necessário.
Uma maior divisão interna do trabalho levaria a uma redução dos custos. Uma
maior redução de custos dentro de uma única firma levaria a um crescimento mais rápido
da mesma, e conseqüentemente romperia com a noção de concorrência perfeita, pois tal
empresa, crescendo mais rápido teria poder de mercado.
Da mesma forma, se essa redução de custo se der entre indústrias, uma indústria
cresceria mais que outra, rompendo com a noção de equilíbrio parcial. Esta idéia de
rendimentos crescentes internos a indústria está relacionada a idéia de externalidades
positivas, afinal uma externalidade positiva não beneficia todos os setores de forma igual –
alguns podem utilizar mais que outros – o que faria com que crescessem mais rapidamente
e rompessem com a noção de equilíbrio parcial.
Nesta visão, as únicas economias de escala que poderiam ser consideradas, seriam
aquelas externas às firmas, mas internas à indústria. Entretanto, este meio termo constitui,
segundo Sraffa (1988, p.20), “precisamente a classe mais raramente encontrada”. Assim, a
teoria desenvolvida pelo modelo neoclássico não pode fazer alusão a um conceito geral
aplicável a indústrias normais, mas apenas para casos excepcionais.
É extremamente complexo, no campo da livre concorrência, lidar com indústrias
com especificidades tão diversas e que se originam também em circunstâncias tão distintas.

1
A noção de equilíbrio parcial na teoria neoclássica está associada a independência entre oferta e demanda.
Em virtude das complicações impostas seria interessante, portanto, o abandono da livre
concorrência em direção ao estudo do monopólio, onde se encontram teorias mais bem
definidas. Cabe ressaltar, entretanto, que, na medida em que se lida com teorias sobre os
casos extremos, monopólio e concorrência perfeita, é de se esperar que as condições reais
de diferentes indústrias não se enquadre em nenhuma das categorias extremas, mas sim em
uma zona intermediária e, a natureza da indústria analisada pode estar mais próxima do
sistema monopolista ou mais próxima do sistema de concorrência perfeita.
A teoria convencional nos leva a crer que, para uma indústria situada em uma zona
intermediaria e formada por muitos empreendimentos independentes entre si pode-se
aplicar as conclusões da teoria concorrencial, mesmo que o ambiente econômico não seja
totalmente perfeito. Isto somente é possível pela natureza friccional das imperfeições que
podem ser sobrepujadas pela força da concorrência.
Para Sraffa (1988, p.23), tal conclusão é inadmissível, pois “muitos dos obstáculos
que alteram a unidade do mercado, que é a condição essencial da concorrência, não são de
natureza friccional, mas forças ativas que produzem efeitos permanentes e mesmo
cumulativos”. Como exemplo, podemos citar dois pontos, nos quais a teoria da
concorrência difere da realidade: a) a idéia de que o produtor em concorrência não pode
deliberadamente afetar o preço de mercado; e b) cada produtor em concorrência produz
normalmente em circunstancias de custos individuais crescentes.
A primeira questão faz referência a um ponto discutido na próxima sessão. Com a
possibilidade da compra se realizar com base não na utilidade do produto, mas de acordo
com a preferência do consumidor é possível ao produtor determinada dose de liberdade na
fixação de preços. As preferências dos consumidores demonstram, de acordo com Sraffa
(1988, p.26), “uma disposição por parte dos compradores que constituem a clientela da
firma, de pagar, se necessário, algo extra a fim de obter os bens de uma firma em particular,
em vez de outra qualquer”.
Por sua vez, sobre o ponto b, a experiência cotidiana mostra que um grande número
de empresas, principalmente aquelas de bens de consumo duráveis, trabalha sob condições
de custos individuais decrescentes. Sob tal condição, quase todos os produtores
expandiriam seus negócios se houvesse garantia de que o mercado seria capaz de absorver
toda a produção ao preço corrente. O principal obstáculo para o crescimento da produção,
não são as condições internas que não permitem uma produção maior sem aumento de
custo, mas sim, na dificuldade de vender quantidades maiores de bens sem reduzir o preço
ou sem incidir em custos maiores de comercialização.

4 – CONTRIBUIÇÕES

Sraffa abandona, então, a noção de concorrência perfeita, devido a possibilidade de


existência de produtos diferenciados e, por conseguinte, de poder de mercado por parte de
algumas empresas, uma vez que, existem mercados fragmentados, onde uma empresa pode
exercer o domínio dentro de tal fragmento.

São inúmeros os motivos que levam um determinado grupo de compradores a


preferir uma firma em particular: hábito antigo, conhecimento pessoal, confiança
na qualidade do produto, proximidade, conhecimento de aspectos específicos,
possibilidade de obtenção de crédito, reputação de uma marca comercial ou
símbolo, nome com altas tradições, ou ainda devido às características especiais
dos modelos ou da apresentação do produto (SRAFFA, 1988, p.26).

A afirmação de Sraffa de que os produtos são diferenciados contrasta com a


suposição neoclássica de homogeneidade dos mesmos, o que também contribuiu para
romper com a noção de concorrência perfeita. Para o autor, mesmo produtos supostamente
homogêneos possuem algum grau de diferenciação, o que cria a possibilidade da existência
de mercados fragmentados e controle de preços. Resumindo: quanto mais diferenciado o
produto, mais fragmentado o mercado e maior o controle de preços (as firmas não se
colocam apenas como tomadoras de preços). Neste contexto, quem entra no mercado tem
que arcar com elevados custos de comercialização (barreiras a entrada).
Dessa forma, observamos que Sraffa introduz no debate econômico a noção de
concorrência imperfeita, que será mais bem discutido com Robinson2 (que procura
reformular a teoria neoclássica após as críticas de Sraffa) e a idéia de barreiras a entrada
(que são discutidas por Bain3).

2
Para mais detalhes ver Robinson, J. A Economia da Concorrência Imperfeita, 1933.
3
Para mais detalhes ver Bain, J. Barriers to new competition. Cambridge, Mass.: Harvard U.P., 1956.
CONCLUSÃO

Notamos assim, que as críticas realizadas por Sraffa à teoria neoclássica


marshalliana colaboraram para a sua reformulação posterior, e para o desenvolvimento da
teoria econômica, através do debate entre idéias, e destaque para sua contribuição para o
desenvolvimento da economia industrial.
Os argumentos utilizados por Sraffa foram importantes para o próprio
desenvolvimento posterior da teoria neoclássica, que mesmo após diversas reformulações,
incorporando ou não algumas críticas efetuadas por Sraffa, continua como a teoria
dominante no cenário econômico.
Além de mostrar as inconsistências decorrentes da generalização realizada por
Marshall das Leis dos Rendimentos não proporcionais para a teoria neoclássica e o
descolamento da realidade, o autor antecipa alguns conceitos e idéias importantes para a
economia, sobretudo a economia industrial, como a noção de concorrência imperfeita e de
barreiras a entrada.

BIBLIOGRAFIA

1 - MARSHALL, A. Princípios de Economia. Madri: Aguilar, 1957.

2 - PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. Microeconomia. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

3 - POSSAS, M. L. (Apresentação) Kalecki, Sraffa e Robinson. Série Os Economistas.


Abril Cultural,1983.

4 - RICARDO, D. Princípios de Economia Política e Tributação. São Paulo, Abril


Cultural (Col. Os Economistas), 1987.

5 - SMITH, A. Investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações. Coleção os


Economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
6 - SRAFFA, P. (1926). As leis dos rendimentos sob condições de concorrência. IN:
Clássicos da literatura econômica. Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1988.

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo revisitar as críticas realizadas por Sraffa á
teoria neoclássica tradicional. Tais críticas podem ser divididas em dois tipos: críticas
externas e críticas internas. As críticas externas se referem a não aderência da teoria
neoclássica aos fenômenos observados em condições reais e ao fato de a teoria abordar
apenas os casos extremos, monopólio e concorrência perfeita, onde a maioria dos casos
reais não se encontra. Por sua vez, as críticas internas abordam as origens da curva de oferta
e as adaptações necessárias nas leis dos rendimentos não proporcionais para seu
surgimento, o que na opinião do autor é fonte de inúmeros problemas.

ABSTRACT: The present article has as objective to revisit the critical ones carried through
by Sraffa the traditional neoclassical theory. Such critical ones can be divided in two types:
critical external and critical interns. Critical the external ones if relate not the tack of the
neoclassical theory to the phenomena observed in real conditions and to the fact of the
theory to approach only the cases, monopoly and perfect competition extreme, where the
majority of the real cases does not meet. In turn, the critical interns approach the origins of
the curve of offer and the necessary adaptations in the laws of the not proportional incomes
for its sprouting, what in the opinion of the author is source of innumerable problems.

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