• Evolucionistas – estabeleceram as bases da antropologia social (os
primeiros a considerarem as sociedades primitivas temas interessantes) • Evolucionismo antropológico - existe uma espécie humana idêntica, mas que se desenvolve em ritmos desiguais de acordo com as populações. • Análise etapista (a etapa mais evoluída seria a civilização – maior progresso material, espiritual e científico).
• OBS: interferência de fatores geográficos (clima e solo) na transformação
da cultura. Método comparativo: • Consiste em comparar padrões, costumes, objetos, culturas do passado e presente (buscando verificar mudanças e continuidades); • Investiga aspectos da cultura material (utensílios domésticos, ferramentas, armas, objetos de arte, etc.) e cultura imaterial (instituições – família, religiosa, econômica, política e jurídicas); • Temas do evolucionismo: 1. Estudo das sociedades primitivas; 2. Parentesco (sistema de filiação matrilinear – patrilinear); 3. Religião. Estudos evolucionista: • Bachofen (1861- Direito Materno (matriarcado na pré-história) /suíço, jurista e antropólogo); • Teses: Direito Materno (religião matriarcal) 1. Primitivamente, os seres humanos viveram em promiscuidade sexual; 2. Essas relações excluíam toda a possibilidade de estabelecer, com rigor, a paternidade, portanto, a filiação apenas podia ser contada por linha feminina, segundo o direito materno, e isso ocorreu em todos os povos antigos; 3. Como consequência desse fato, as mulheres, como mães, como únicos progenitores conhecidos da jovem geração, gozavam de grande apreço e respeito, motivo pelo qual detinham a posição mais elevada na hierarquia do grupo; 4. A monogamia, em que a mulher pertence a um só homem, incidia na transgressão de uma lei religiosa muito antiga (direito imemorial que os outros homens tinham sobre aquela mulher), transgressão que devia ser castigada, ou cuja tolerância se compensava com a posse da mulher por outros durante determinado período. Introdução de novas divindades:
• Introdução de novas divindades, representativas de ideias novas,
no grupo dos deuses tradicionais. • Para Bachofen, o entendimento religioso (como verdade divina) que determinou as transformações históricas na situação social recíproca do homem e da mulher. Direito materno x direito paterno
• “Oréstia de Ésquilo” – a luta entre o velho direito (materno) e o novo
direito (paterno). • Clitemnestra (mãe e esposa) - levada pela sua paixão por Egisto (amante), mata Agamêmnon (marido), quando regressava da guerra de Tróia. • Orestes (filho) - vinga o pai, matando a mãe. • Isso faz com que se veja perseguido pelas Erínias (seres demoníacos que protegem o velho direito materno, segundo o qual o matricídio é o mais grave e imperdoável de todos os crimes). • Apolo (Advogado) - no entanto, que, por intermédio do seu oráculo, havia incitado Orestes a matar sua mãe; • Palas Atena (juiz) - as duas divindades que representam o novo direito paterno, protegem Orestes. O Julgamento: • Todo o litígio está resumido na discussão de Orestes com as Erínias. • Atena ouve ambas as partes. • Orestes diz que Clitemnestra cometeu um duplo crime ao matar quem era seu marido e pai de seu filho. • Resposta das Erínias - “Ela não estava unida por vínculo de sangue ao homem que assassinou. A sua missão era a de punir o homicídio entre os consanguíneos e, segundo o direito materno, o matricídio era o pior e o mais imperdoável dos crimes. • Atena submete o caso ao Areópago (Tribunal do Júri ateniense); há o mesmo número de votos pela condenação e pela absolvição. • Atena, como presidente do Tribunal, vota a favor de Orestes e o absolve. • Conclusão: O direito paterno vence o direito materno. Estudos religiosos:
• Edward Tylor (1832-1917);
• Religião: “Uma crença no sobrenatural”. 1. Crença: um ato de fé, de confiança, de respeito e reconhecimento pelo sistema de mitos que representa a religião. 2. Sobrenatural: o objeto da fé, portanto, é tudo aquilo que escapa ao entendimento humano. • Teoria do animismo: crença dos povos primitivos, segundo a qual não só as criaturas, mas também os objetos materiais estão dotados de vida, personalidade e alma. • Para Tylor, as primeiras noções religiosas conhecidas pelos homens teriam sido as de almas, seres que transcendem a matéria. • A alma – ajudava a compreender determinados fenômenos (sonho, morte, doença, visões). Religião e magia: Evolucionismo e o direito:
• Crenças animistas e coesão social - divindades ou espíritos
protetores (lares) de cada família, que perpetuam a unidade familiar e cujo culto transmite-se de geração para geração. • A casa de um patrício romano possui sempre um altar que conserva o fogo sagrado (regras: não é permitido alimentar esse fogo com qualquer espécie de madeira; ele deve estar sempre puro; não pode ser lançado sobre ele nenhum objeto salgado e nenhuma ação culpável deve ser cometida na sua presença). • Complexidade social – passagem da religião doméstica ---- religião da cidade (com corpo hierarquizado e calendário religioso) Religião e direito:
• Colégio dos Pontífices, presidido pelo Pontífice Máximo.
• Os sacerdotes são organizados em três categorias: 1. Os augures: interpretam a vontade dos deuses pela observação da natureza ou leitura dos presságios; 2. Os flâmines: encarregam-se do culto individual de cada Deus; 3. Os feciais: pedem às divindades o êxito nas relações exteriores de Roma. • As atribuições da Justiça - Colégio dos Pontífices (centro do saber jurídico). • Detêm o monopólio do conhecimento, interpretação e aplicação do direito costumeiro /arcaico (ius quirites), • Administram a Justiça, guardam as regras dos procedimentos judiciais, dos quais apenas eles sabem as fórmulas legais e os dias em que podem ser aplicadas (dias fastos) ou não (dias nefastos). Processo de dessacralização do direito: • O processo de dessacralização (separar o direito /religião) é lento e demorado. Juristas e o evolucionismo:
• Influenciados pelos movimentos evolucionistas, os juristas do século XIX
passaram a divulgar uma regra técnica de interpretação denominada método histórico-evolutivo; • Método histórico-evolutivo – ao intérprete cumpre fazer uma interpretação atualizada (porque, se a as relações sociais evoluem e as leis se mantêm estáticas, o direito perde a sua força e, em vez de promover o bem social pode de atravancar o progresso). • Regra de Interpretação histórico-evolutivas: 1. Os motivos (comportamentos) que condicionaram a edição da norma jurídica; 2. Verificar as condições históricas do momento do nascimento da Lei; 3. As circunstâncias fáticas que induziram o órgão legislativo a elaborá-la. • Herbert Hart chama atenção para outra característica do direito: ➢“Textura Aberta” – vicio potencial que afeta todas as palavras da linguagem natural; ➢No direito moderno, as normas jurídicas são expressas em palavras, e estas são sempre vagos e ambíguos. ➢Por isso, geram imprecisões significativas. • Henry Lévy-Bruhl – investiga as causas da evolução do direito analisando os seguintes fatores: 1. Econômico: constata que a estrutura econômica de uma sociedade traduz-se de maneira inelutável no direito. 2. Político: as conquistas via forças armadas. O vencedor impõem ao vencido sua legislação / Constituição. 3. Cultura: a influencia da cultura nas instituições jurídicas. • Para Lévy- Bruhl – o direito está em constante evolução, mas o ritmo evolutivo não é o mesmo em todas as sociedades. • Portanto, destaca três modalidades de ritmos evolutivos: 1. Estagnação: direito observado nas sociedades primitivas (imutabilidade das instituições ancestrais); 2. Evolução Regular: pode ser observada na maioria das sociedades (instituições privadas e as instituições públicas) 3. Evolução Brusca: são provocadas por revoluções (que introduzem novos valores e, por conseguinte, produzem mudanças no sistema jurídico).