Você está na página 1de 93

CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS

CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

AULA 06 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA – PARTE II / CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Olá, Pessoal!

Hoje daremos continuidade aos crimes contra a Administração Pública e,


diferentemente da aula passada em que falamos de delitos cometidos por
funcionários contra o poder público, trataremos agora dos atos ilegais praticados
por PARTICULARES contra a Administração.
Posteriormente, analisaremos os crimes contra a Administração da Justiça,
assunto este que será abordado com a maior objetividade possível.
Por fim, após o conhecimento das figuras típicas, veremos algumas
particularidades referentes a TODOS os crimes contra a Administração.
Sendo assim, reforce bem os conceitos aprendidos na última aula para não
confundir com os delitos que aqui serão apresentados e esteja preparado para os
exercícios que abrangerão os crimes contra a Administração e contra a Fé Pública.
Vamos começar!

Bons estudos!!!
*****************************************************************

6.1 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

O título XI do Código Penal traz em seu capítulo I a previsão dos delitos


praticados por funcionários públicos contra a Administração, os quais já foram
estudados na aula passada.
Obviamente que apenas tipificar condutas de FUNCIONÁRIOS não protege o
normal funcionamento da máquina administrativa. Sendo assim, no capítulo II o
legislador inseriu os delitos que podem ser praticados por PARTICULARES contra
a Administração.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Dito isto, podemos afirmar que o funcionário público não poderá ser enquadrado
nos crimes do segundo capítulo?
Claro que não, pois as denominações “crimes praticados por funcionários” e
“crimes praticados por particular“ foram utilizadas pelo legislador para diferenciar
o delito próprio, que exige uma qualidade especial, do comum, que pode ser
praticado por qualquer pessoa, inclusive pelo funcionário que age como
particular.

6.1.1 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA

Usurpar é derivado do latim USURPARE, que significa apossar-se sem ter


direito. Usurpar a função pública é, portanto, exercer ou praticar ato de uma
função que não lhe é devida. Encontra previsão no Código Penal nos seguintes
termos:

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:


Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

6.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa, inclusive por funcionário que exerce função que
não lhe compete.
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: É elementar do tipo:


• Usurpar (o exercício de função pública)  Neste ponto, cabe
um importante comentário. Imagine que Tício, particular, diz
para todos os seus amigos e familiares que exerce

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

determinada função pública. Podemos dizer que ele comete o


delito em tela?
A resposta é NEGATIVA, pois o entendimento majoritário é
o de que para ocorrer usurpação o particular deve realizar ao
menos um ato oficial.
2. SUBJETIVO:
• Dolo (Exige-se o dolo para a caracterização do crime);

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. O crime é consumado com a prática do primeiro ato de ofício,


independentemente do resultado, ou seja, não importando se o
exercício da função usurpada é gratuito ou oneroso.
2. É admissível a tentativa.

• TIPO QUALIFICADO

Encontra previsão no parágrafo único do artigo 328, ocorrendo se o


agente obtém vantagem moral ou material em razão da usurpação.
Veja:

Art. 328 [...]


Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

6.1.2 RESISTÊNCIA

Imagine que Tício está estudando para fazer prova para Auditor Fiscal e, após
a sua aprovação, é designado pelo seu superior para fazer uma diligência em
determinada empresa.
Você acha que existe alguma empresa que ADORA receber a visita de um
órgão fiscalizador? É claro que não! Exatamente por isso, o CP tenta
resguardar os agentes do poder público da conduta de quem, mediante

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

VIOLÊNCIA FÍSICA ou GRAVE AMEAÇA, tenta impedir a execução de ato


legítimo.
Observe o artigo 329:

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou


ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

6.1.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa. Regra geral, é cometido pela pessoa a quem se
dirige o ato, mas nada impede que seja cometido por terceiros. É o
caso, por exemplo, do particular que vai ser preso e sua família
tenta impor resistência.
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:
1. OBJETIVO: É elementar do tipo:
• Opor-se (mediante violência ou ameaça);

OBSERVAÇÕES:

• A VIOLÊNCIA DEVE SER DIRIGIDA AO FUNCIONÁRIO. SE FOR


DIRIGIDA A ALGUMA “COISA” NÃO CARACTERIZA O DELITO.
EXEMPLO: OS FAMILIARES DO PRESO QUEBRAM O VIDRO DO
CARRO DA POLÍCIA.
• PERCEBA QUE O TIPO LEGAL NÃO FALA EM “GRAVE AMEAÇA”,
MAS SOMENTE EM AMEAÇA. DESTA FORMA, QUALQUER
AMEAÇA, MESMO QUE BRANDA, ORAL OU POR ESCRITO,
CARACTERIZA O CRIME.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

2. SUBJETIVO:
• Dolo de agir com violência ou ameaçar; e
• Finalidade de impedir ato funcional.

3. NORMATIVO:
• No tipo há dois elementos normativos necessários para a
caracterização do crime: O ato deve ser "legal" e cometido
por “funcionário competente” para a execução do ato.
Assim, se a resistência é oposta contra um ato legal que é
executado por servidor incompetente, o fato é atípico.

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. É delito formal, consumando-se no momento da violência ou


ameaça.
2. É admissível a tentativa.

• TIPO QUALIFICADO

Normalmente a resistência não impede o poder público de agir, somente


dificulta a ação. Caso o ato não seja realizado em virtude da resistência,
incide a qualificadora do parágrafo 1º do artigo 329:

Art. 329
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.

• CONCURSO DE CRIMES

Na aula anterior, tratamos de alguns crimes que apresentavam o chamado


caráter subsidiário, ou seja, o agente só seria incriminado caso não
houvesse tipo mais grave.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Com relação à resistência, isto não ocorre. Se da violência advêm uma


lesão corporal ou até mesmo um homicídio, responde o agente por LESÃO
CORPORAL + RESISTÊNCIA OU HOMICÍDIO + RESISTÊNCIA. Observe
o disposto sobre o tema no CP:

Art. 329 [...]


§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.

Para este caso, em que as penas de todos os crimes são aplicadas


cumulativamente, o Direito Penal dá o nome de CONCURSO MATERIAL.

6.1.3 DESOBEDIÊNCIA

Encontra previsão no artigo 330 do CP nos seguintes termos:

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:


Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Quanto a este delito, o CP é bem claro ao dizer que ele é caracterizado pelo
não cumprimento de ordem LEGAL do funcionário público. Vamos analisá-lo:

6.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa, inclusive por funcionário, desde que o objeto da
ordem não esteja relacionado com suas funções.
E se estiver relacionado com as funções?
Neste caso, não há que se falar em desobediência, podendo
ocorrer, por exemplo, o delito de prevaricação.
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

• ELEMENTOS:
1. OBJETIVO: É elementar do tipo:
• Desobedecer (ordem legal de funcionário público).
2. SUBJETIVO:
• Dolo  É necessário que o indivíduo saiba que tem o dever
de cumprir e esteja consciente de que não esta cumprindo.

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. O crime é consumado com a ação ou omissão do desobediente.


2. É admissível a tentativa.

6.1.4 DESACATO

Este é o delito que encontramos escrito em papéis colados na parede da


maioria dos órgãos que atendem público.
Encontra previsão no artigo 331 do CP nos seguintes termos:

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função


ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tutela-se a Administração Pública no que concerne à dignidade, ao prestígio e


ao respeito devidos aos seus agentes no exercício da função.

NO CRIME DE DESACATO, O FUNCIONÁRIO PÚBLICO DEVE ESTAR NO


EXERCÍCIO DA FUNÇÃO; OU, AINDA QUE FORA DO EXERCÍCIO, A OFENSA
DEVE SER FEITA EM RAZÃO DA FUNÇÃO. É O CASO, POR EXEMPLO, DO
PARTICULAR QUE ENCONTRA UM JUIZ EM UM SUPERMERCADO E DIZ:
“JUIZ É TUDO LADRÃO, INCLUSIVE VOCÊ”.

NO DESACATO, A OFENSA NÃO PRECISA SER PRESENCIADA POR OUTRAS


PESSOAS.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

6.1.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por
qualquer pessoa. Há uma divergência doutrinária e jurisprudencial
muito grande sobre quando um funcionário público pode cometer
desacato. Não vou esmiuçar o tema, pois é informação inútil para
você. Para sua PROVA, o funcionário público pode cometer o
delito de desacato quando na posição de PARTICULAR.
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:
1. OBJETIVO: É elementar do tipo:
• Desacatar (funcionário público no exercício da função)  O
desacato pode ser por gestos, gritos, agressões etc. É
indispensável, entretanto, que o fato seja cometido na
presença do sujeito passivo. Não há desacato na ofensa por
carta, telefone, televisão etc., podendo ocorrer o delito de
injúria.

O DESACATO É UM CRIME FORMAL E, CONSEQUENTEMENTE,


INDEPENDE SE O FUNCIONÁRIO SENTIU-SE OFENDIDO OU NÃO.
BASTA QUE A CONDUTA SEJA CAPAZ DE CAUSAR DANO À SUA HONRA
PROFISSIONAL.

2. SUBJETIVO:
• Dolo

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Eu vou 1. O crime é consumado com o ato ofensivo.


desviar, mas
já consumou 2. Segundo doutrina majoritária, NÃO é admissível a tentativa.
o desacato!!
3. Alguns autores dizem ser possível a tentativa, como no caso de um
indivíduo que joga alguma coisa em um funcionário público e erra.
Mas, repetindo, para A SUA PROVA siga a doutrina majoritária e
afirme que não é admissível a figura tentada do delito.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

6.1.5 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

É o delito praticado por particular contra a Administração Pública, no qual


determinada pessoa, usufruindo de sua influência sobre ato praticado por
funcionário público no exercício de sua função, solicita, exige, cobra ou obtêm
vantagem ou promessa de vantagem para si ou para terceiros.
Apresenta a seguinte redação típica:

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,


vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Para ficar mais claro, podemos dizer que este delito caracteriza uma forma de
fraude, em que o sujeito, alegando ter prestígio junto a funcionário público,
engana a vítima através da promessa de poder alterar algum ato praticado
pelo poder público.
A expressão “a pretexto” significa “com a desculpa”, no sentido de que o
agente FAZ UMA SIMULAÇÂO.
“Mas, professor... E se ele realmente tiver prestígio frente ao funcionário
público?”
Mesmo assim, persiste o delito, pois o que caracteriza o tráfico de influência é
a FRAUDE, ou seja, ele promete que vai influenciar ato com a idéia de não
fazer nada.

6.1.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

1. OBJETIVO: São elementares do tipo:


• Solicitar;
• Exigir; VANTAGEM OU PROMESSA
DE VANTAGEM
• Cobrar;
• Obter;
2. SUBJETIVO:
• Dolo;
• A expressão “para si ou para outrem”.

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. No verbo obter, trata-se de CRIME MATERIAL e a consumação


ocorre no momento em que o sujeito obtém a vantagem (ou a
promessa). Nos verbos solicitar, exigir e cobrar temos o CRIME
FORMAL e a consumação opera-se com a simples ação do sujeito.
2. É admissível a tentativa.

• CAUSA DE AUMENTO DE PENA

A pena é aumentada se o agente alega ou insinua que a vantagem


também é destinada ao funcionário público.
Sabe aqueles “flanelinhas” que querem exigir valores (vantagem) para
que possamos estacionar? Imagine que um deles fale para você:
“Mano, aqui num pode para não... Mas, nois têm contexto com os pulicia
e eles libera o local em troca de um dinheiro” (Obs: Copiei exatamente a
fala...com uns “pequenos” errinhos gramaticais).
Neste caso, é tráfico de influência com causa de aumento de pena.

Art. 332
[...]
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega
ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

6.1.6 CORRUPÇÃO ATIVA

Na aula passada, tratamos de um importante delito chamado corrupção


passiva. Você lembra? Claro que sim!!! Sobre ele dispõe o CP:

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem

Perceba que na corrupção passiva o funcionário SOLICITA OU RECEBE


vantagem. Diferentemente, na corrupção ativa o PARTICULAR OFERECE OU
PROMETE vantagem. Observe:

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário


público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

6.1.6.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa, inclusive por funcionário público, desde que não
aja nesta qualidade.
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São elementares do tipo:


• Oferecer (vantagem indevida);
• Prometer;

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Sendo assim, inexiste delito no caso de ausência de oferta ou


promessa de vantagem. Exemplo: Se Tício pede a Mévio
(Funcionário Público) que passe seu processo na frente sem
oferecer qualquer vantagem, obviamente não é crime.
Mas e se o funcionário EXIGE vantagem? É corrupção passiva ou
ativa?
Nem um nem outro!!! É o delito de CONCUSSÃO que já vimos aula
passada:

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida.

2. SUBJETIVO:
• Dolo;
• A expressão “para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar
ato de ofício”.
Se inexistir qualquer dos dois elementos, o fato é ATÍPICO.

3. NORMATIVO:
• Encontra-se na expressão “indevida”, referindo-se à
vantagem.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. O crime é FORMAL e consuma-se no momento em que o


funcionário público toma conhecimento da oferta ou promessa.
2. É admissível a tentativa.

• TIPO QUALIFICADO

Art. 333
[...]
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício,
ou o pratica infringindo dever funcional.

6.1.7 CONTRABANDO E DESCAMINHO

O art. 334 do Código Penal menciona os crimes de contrabando e descaminho:

Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo


ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Embora eles estejam no mesmo artigo, são crimes distintos e quase sempre
confundidos. Vamos compreender a diferenciação:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Contrabando é a entrada ou saída de produto proibido ou que atente contra a


saúde ou a moralidade. Já o descaminho é a entrada ou saída de produtos
permitidos, mas sem passar pelos tramites burocráticos / tributários devidos.
Por exemplo, se alguém traz uma televisão ou filmadora do Paraguai sem
pagar os tributos devidos, o crime não é de contrabando, mas de descaminho.
Diferentemente, se alguém traz cigarros do Paraguai (produto cuja importação
é proibida pela lei brasileira) ou armas e munições (produtos que só podem
ser importados se o governo autorizar), o crime é de contrabando.
Sendo assim, diferentemente do que normalmente escutamos na televisão, as
famosas sacoleiras não cometem o crime de contrabando, mas de descaminho.

6.1.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
Quanto ao funcionário público, aqui temos que ter uma GRANDE
atenção: Se este participa do fato com INFRAÇÃO DE DEVER
FUNCIONAL, comete o delito do artigo 318 que tratamos aula
passada:

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a


prática de contrabando ou descaminho

Diferentemente, se não afronta dever funcional, responde por


contrabando ou descaminho.

2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São elementares do tipo:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

• Importar / Exportar (mercadoria proibida  Contrabando)


• Iludir (o pagamento de tributo exigido  Descaminho)
2. SUBJETIVO:
• Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. Se a mercadoria deu entrada ou saída pela alfândega, a


consumação ocorre no momento em que a mercadoria é liberada.
Se a conduta é interrompida e não ocorre a liberação, há tentativa.
Se a mercadoria entra por outro local que não pela aduana,
consuma-se o delito no momento da entrada em território
nacional.
2. É admissível a tentativa.

• TIPO QUALIFICADO

O parágrafo 3º do artigo 334 amplia a pena caso o delito seja cometido


via transporte aéreo. Observe:

Art. 334
[...]
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou
descaminho é praticado em transporte aéreo.

A idéia da qualificadora é dar um tratamento especial a este meio de


transporte que acaba por dificultar a fiscalização.
Faz-se mister destacar que só incide o aumento de pena quando o
transporte aéreo é clandestino. Se o indivíduo pratica contrabando
embarcando na TAM ou na GOL, por exemplo, não há que se falar em
tipo qualificado.

• CONTRABANDO OU DESCAMINHO POR ASSIMILAÇÃO

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Caro aluno, este item praticamente não é exigido em prova. Desta


forma, vou tratá-lo de uma maneira geral, não sendo necessário
“perder” muito tempo com este item.
De acordo com o parágrafo 1º do artigo 334:

Art. 334
[...]
§ 1º - Incorre na mesma pena quem:
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em
lei;

Cabotagem é a navegação realizada entre portos interiores do


país pelo litoral ou por vias fluviais. A cabotagem se contrapõe à
navegação de longo curso, ou seja, aquela realizada entre
portos de diferentes nações.

b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou


descaminho;

A alínea “b” é um exemplo da chamada norma penal em branco.


Ela depende de leis especiais que NÃO CAEM NA SUA PROVA!!!

c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer


forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem;

O indivíduo que pratica contrabando e depois é surpreendido


vendendo a mercadoria, não responde por dois delitos, mas
somente pelo contrabando ou descaminho.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no


exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal,
ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.

Esta última alínea trata da receptação de mercadorias objeto do


contrabando. Se o sujeito agiu dolosamente, responde pelo
delito de contrabando e descaminho. Se culposamente, incide
nas penas de receptação culposa.

Por fim, o parágrafo 2º estende o conceito de atividade comercial nos


seguintes termos:
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste
artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.

6.1.8 INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU SINAL

Visando mais uma vez à proteção da Administração Pública, o legislador fez


constar no Código Penal que constitui crime:

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar


edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar
selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de
funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Conforme deixa claro o supracitado artigo, o tipo prevê duas figuras:


• INUTILIZAÇÃO DE EDITAL;
• INUTILIZAÇÃO DE SELO OU SINAL

DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO

EDITAL  GENERICAMENTE, EDITAL É UMA PUBLICAÇÃO PARA


CONHECIMENTO DE TERCEIROS. A FINALIDADE É TORNAR PÚBLICO
DETERMINADO FATO OU ATO, SEJA POR CAUTELA, SEJA POR PUBLICIDADE
OU SEJA PARA CUMPRIR UM REQUISITO LEGAL. OS EDITAIS SÃO
PUBLICADOS NA IMPRENSA E TAMBÉM SÃO AFIXADOS (EM PORTAS OU
CORREDORES) NA REPARTIÇÃO OU SEÇÃO RELACIONADA AO TEMA DO
EDITAL.

SELO OU SINAL  É O MEIO UTILIZADO PARA IDENTIFICAR OU FECHAR


QUALQUER COISA (MÓVEL OU IMÓVEL).

6.1.8.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa, inclusive por funcionário que exerce função que
não lhe compete.
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São elementares do tipo:


• Rasgar;
• Inutilizar;
EDITAL
• Conspurcar.

• Violar;
• Inutilizar. SELO OU SINAL

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

2. SUBJETIVO:
• Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. Consuma-se o delito com o ato de rasgar, inutilizar, conspurcar ou


violar.
2. Trata-se de CRIME MATERIAL e admite a tentativa.

6.9.1 SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU


DOCUMENTO

Vimos na aula passada o delito de extravio, sonegação ou inutilização de livro


ou documento, tipificado da seguinte forma:

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem


a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou
parcialmente.

Do supra artigo fica óbvio, então, a preocupação do legislador em tutelar,


frente à atuação funcional, a guarda de livros oficiais ou documentos públicos.
No mesmo sentido, o Código Penal vem aumentar a tutela sobre livros e
documentos, estendendo também aos particulares nos seguintes termos:

Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial,


processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em
razão de ofício, ou de particular em serviço público:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime


mais grave.

6.1.9.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa. Se cometido por funcionário público, conforme já
vimos, incide o tipo especial do artigo 314;
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO.

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São elementares do tipo:


• Subtrair;
LIVRO OFICIAL / PROCESSO / DOCUMENTO
• Inutilizar.

2. SUBJETIVO:
• Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. O crime é consumado com a subtração ou efetivação da


inutilização.
2. Trata-se de crime material e admite a tentativa.

*****************************************************************
Parabéns! Aqui finalizamos mais um importante tópico!
Passemos agora à análise dos crimes contra a administração da justiça.
*****************************************************************

6.2 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Futuro (a) Aprovado (a), a partir de agora passaremos a analisar os crimes contra
a Administração da Justiça e, como você perceberá, é um tema bem amplo.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Desta forma, abordarei aquilo que você precisa saber para sua PROVA sob a ótica
DO CESPE. Assim, concentre seus estudos ao que está sendo apresentado.
Vamos começar a adquirir conhecimento!

CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES

REINGRESSO DE Reingressar no Trata-se de crime próprio, pois o tipo exige


ESTRANGEIRO
território nacional o qualificação especial do sujeito ativo, qual
EXPULSO
estrangeiro que dele seja: a de estrangeiro.
foi expulso.
O delito consuma-se no momento em que o
estrangeiro expulso de nosso território,
nele penetra.
É admissível a tentativa.

DENUNCIAÇÃO Dar causa à Este delito não se confunde com a calúnia.


CALUNIOSA
instauração de
investigação policial, Na calúnia o sujeito somente atribui
de processo judicial, falsamente ao sujeito passivo a prática de
instauração de um fato descrito como delito.
investigação
Na denunciação caluniosa ele, além de
administrativa,
inquérito civil ou
atribuir à vítima, falsamente, a prática de
ação de improbidade um delito, leva tal fato ao conhecimento da
administrativa contra autoridade e, com isso dá causa a
alguém, imputando- instauração de inquérito policial ou de ação
lhe crime de que o penal.
sabe inocente.
O delito se consuma com a instauração da
investigação policial, o processo penal etc.
A tentativa é admissível como, por
exemplo, no caso em que a autoridade
policial não leva a sério a falsa
comunicação.
TIPOS QUALIFICADO E PRIVILEGIADO:
A pena é aumentada de sexta parte, se o
agente se serve de anonimato ou de nome
suposto.
A pena é diminuída de metade, se a
imputação é de prática de contravenção.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

COMUNICAÇÃO Provocar a ação de Este delito não pode ser confundido com a
FALSA DE CRIME
autoridade, denunciação caluniosa. Nesta, como vimos,
OU DE
CONTRAVENÇÃO comunicando-lhe a o sujeito indica uma determinada pessoa
ocorrência de crime como suposta autora.
ou de contravenção
que sabe não se ter Diferentemente, na comunicação falsa, o
verificado. indivíduo apenas noticia à autoridade um
fato que não ocorreu, deixando de lhe
apontar a autoria.

Assim, para sua PROVA, pense:

1 - APONTOU AUTORIA  DENUNCIAÇÃO


CALUNIOSA.
2 - SÓ COMUNICOU UM FATO  COMUNICAÇÃO
FALSA.

Consuma-se o delito com a ação da


autoridade e a tentativa é possível.

AUTO-ACUSAÇÃO Acusar-se, perante a O objeto da auto-acusação deve ser crime.


FALSA
autoridade, de crime Se for contravenção, o fato será atípico.
inexistente ou
praticado por outrem. A conduta deve ocorrer perante autoridade
(policial, judicial ou administrativa). Se
ocorrer perante funcionário público, não há
caracterização do delito
A consumação ocorre quando a autoridade
toma conhecimento da auto-acusação.
A tentativa é possível na auto-acusação
realizada por escrito.

FALSO Fazer afirmação Trata-se de crime próprio, pois só pode ser


TESTEMUNHO OU
falsa, ou negar ou cometido por testemunha, perito, contador,
FALSA PERÍCIA
calar a verdade como tradutor e intérprete.
testemunha, perito,
contador, tradutor ou Há uma grande divergência doutrinária
intérprete em quanto à possibilidade da existência de
processo judicial, ou concurso de pessoas nesta espécie de
administrativo, delito.
inquérito policial, ou
em juízo arbitral. Entendem as bancas que é possível a
participação no crime de falso testemunho.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

O falso testemunho se consuma com o


encerramento do depoimento e a tentativa
é admissível (Ex: O depoimento, por
qualquer circunstância, não se encerra).

A falsa perícia se consuma com a entrega


do laudo à autoridade. É admissível a
tentativa.

FIGURAS TÍPICAS AGRAVADAS:

As penas aumentam-se de um sexto a um


terço, se:

1. O crime é praticado mediante suborno;


2. O crime é cometido com o fim de obter
prova destinada a produzir efeito em
processo penal;
3. O crime ocorre em processo civil em que
for parte entidade da administração pública
direta ou indireta.

RETRATAÇÃO:

O fato deixa de ser punível se, antes da


sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, o agente se retrata ou declara a
verdade

CORRUPÇÃO ATIVA Dar, oferecer ou Consuma-se no momento em que o sujeito


DE TESTEMUNHA,
prometer dinheiro ou dá, oferece ou promete o objeto material,
PERITO,
CONTADOR, qualquer outra independentemente de qualquer resultado.
TRADUTOR OU vantagem a
INTÉRPRETE. testemunha, perito,
contador, tradutor ou
A forma tentada só é admitida nos casos
intérprete, para fazer
afirmação falsa,
em que o sujeito emprega a forma escrita
negar ou calar a para dar, oferecer ou prometer a
verdade em vantagem. Exemplo: Carta com a promessa
depoimento, perícia, é interceptada pela autoridade policial.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

cálculos, tradução ou FIGURA TÍPICA AGRAVADA:


interpretação.

As penas aumentam-se de um sexto a um


terço, se o crime é cometido com o fim de
obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal ou em processo civil em que
for parte entidade da administração pública
direta ou indireta

COAÇÃO NO CURSO Usar de violência ou Trata-se de crime de forma vinculada, ou


DO PROCESSO
grave ameaça, com o seja, que só pode ser praticado mediante
fim de favorecer violência ou grave ameaça.
interesse próprio ou
alheio, contra O processo pode ser judicial, administrativo
autoridade, parte, ou ou em curso em juízo arbitral. Também se
qualquer outra inclui o inquérito policial.
pessoa que funciona
ou é chamada a inter- A consumação ocorre com o emprego da
vir em processo violência ou grave ameaça, não importando
judicial, policial ou que o sujeito consiga o fim que objetiva.
administrativo, ou em
Admite-se a tentativa.
juízo arbitral.

EXERCÍCIO Fazer justiça pelas Exige-se, para a caracterização do delito, a


ARBITRÁRIO DAS
próprias mãos, para legitimidade da pretensão ou, ao menos,
PRÓPRIAS RAZÕES
satisfazer pretensão, que o sujeito suponha legítima a sua
embora legítima, pretensão com base em razões
salvo quando a lei o
convincentes.
permite.
Assim, se o dono de imóvel alugado invade
a casa, a fim de obter, através de objetos
do inquilino, o aluguel devido, teremos o
exercício arbitrário das próprias razões e
não o furto.
O delito consuma-se com o emprego dos
meios executórios para a satisfação da
pretensão. É admissível a tentativa.

AÇÃO PENAL:
Se não há emprego de violência, somente
se procede mediante queixa, ou seja, a
ação será privada.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

SUBTRAÇÃO OU Tirar, suprimir, Trata-se de crime próprio que só pode ser


DANO DE COISA
destruir ou danificar cometido pelo proprietário do objeto
PRÓPRIA EM
PODER DE coisa própria, que se material.
TERCEIRO acha em poder de
terceiro por
determinação judicial
Tem sua consumação no momento em que
ou convenção.
o sujeito subtrai, destrói, suprime, ou
danifica o objeto material.
Admite-se a tentativa.

FRAUDE Inovar Este delito também é denominado de


PROCESSUAL
artificiosamente, na “estelionato processual”.
pendência de
processo civil ou A diferença entre a fraude processual e o
administrativo, o estelionato reside no fato de que neste
estado de lugar, de (estelionato) a fraude objetiva permitir que
coisa ou de pessoa, o sujeito venha a obter vantagem ilícita em
com o fim de induzir prejuízo alheio. Na fraude processual a
a erro o juiz ou o intenção é enganar o Juiz ou Perito.
perito.

Não havendo modificação no mundo


externo, ou seja, não se inovando
(alterando) um local (lugar), uma coisa
(móvel ou imóvel) ou pessoa (fisicamente),
sem transformar seu o estado original, real,
não haverá crime.

Neste sentido, vale transcrever o seguinte


entendimento que versa sobre a inovação:

“(...) inovar artificiosamente o estado de


lugar, coisa ou pessoa, escreve Heleno
Cláudio Fragoso, citando Manzini, significa
provocar em lugar, coisa ou pessoa
modificações materiais, extrínsecas ou
intrínsecas, de forma a alterar o aspecto ou
outra propriedade probatória que o lugar,
coisa ou pessoa tinha precedentemente, e
idôneas para induzir o juiz ou perito.”

No mesmo sentido, importante se faz


constar o entendimento abaixo:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

“Inova-se artificiosamente: o estado de


lugar, quando, por exemplo, se abre um
caminho, para inculcar uma servidão
‘itineris’; o estado de coisa, quando, ‘verbi
gratia’, se eliminam os vestígios de sangue
numa peça indiciária da autoria de um
homicídio, ou se coloca um revólver junto a
uma vítima de homicídio, para fazer crer
em suicídio; o estado (físico) de pessoa,
quando, ‘in exemplis’, se suprimem,
mediante operação plástica, certos sinais
característicos de um individuo procurado
pela justiça’.”

Cabe ressaltar que, se for a fraude tida


como grosseira, constatável à primeira
vista, não se configurará o crime, pois o
artigo 347 do CP trás em sua redação a
palavra “artificiosamente” o que integra
seu tipo.
Por iguais razões, não incorrerá no crime
aqui tratado o agente que, mesmo
intencionalmente, corta ou deixa crescer
seus cabelos, extrai seu bigode, passa a
usar óculos ou pratica qualquer ato similar
com o intuito de não ser reconhecido onde,
portanto, tais condutas não configuram o
tipo penal, ou seja, a inovação artificiosa.

Quanto à consumação, apesar de haver


divergências, para a sua PROVA entenda
que ocorre com a inovação, não sendo
necessário que o sujeito engane o Juiz ou
Perito.
A tentativa é admissível.

FAVORECIMENTO Auxiliar a subtrair-se Distingue-se a conduta do agente que


PESSOAL
à ação de autoridade presta auxílio ao criminoso daquele que
pública autor de exerce a co-autoria ou participação no
crime a que é crime.
cominada pena de
reclusão. No crime aqui tratado o agente presta

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

auxílio desempenhando qualquer ação que


vise a subtração do criminoso à ação da
autoridade.
É indispensável, para a existência do crime,
que o auxílio não tenha sido prestado ou
prometido antes ou durante o crime
precedente, pois, de outro modo, o que
haveria a reconhecer, como é claro, seria a
co-participação.
As ações mais comuns que levam o agente
a incorrer no crime de favorecimento
pessoal são, entre outras, ocultar o
criminoso dando-lhe abrigo (esconderijo);
auxiliá-lo a disfarçar-se, fornecer-lhe
transporte para evasão.
Em relação às condutas que levam o
agente a incorrer no crime, cabe
transcrever o seguinte entendimento
jurisprudencial:

“O favorecimento pessoal pode ser


praticado por qualquer meio, desde que
traduza uma ação positiva e direta, com
referência ao escopo pretendido, podendo
ser considerado como modalidade de
auxilio o fato de subtrair o criminoso às
diligências realizadas pela autoridade para
encontrá-lo.”

O sujeito ativo do crime poderá ser


qualquer pessoa, excetuado o co-autor do
delito precedente, ainda que sua
participação no crime se tenha limitado à
promessa de auxiliar, após a prática
criminosa.

A consumação opera-se no momento da


prestação do auxílio que subtraiu o
criminoso à autoridade. É admissível a
tentativa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

FIGURA TÍPICA PRIVILEGIADA:


Quando imposta abstratamente ao crime
antecedente pena de detenção.

ESCUSA ABSOLUTÓRIA:
Se quem presta o auxílio é ascendente,
descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.

FAVORECIMENTO Prestar a criminoso, FAVORECIMENTO REAL X PESSOAL:


REAL
fora dos casos de co-
autoria ou de No real o agente objetiva tornar seguro o
receptação, auxílio proveito do delito. Diferentemente, no
destinado a tornar pessoal, visa tornar seguro o autor do
seguro o proveito do crime antecedente.
crime.
Por “proveito do crime” devemos entender
qualquer vantagem, material ou imaterial.
Ingressar, promover, A título de exemplo podemos citar como
intermediar, auxiliar vantagem material a posse do objeto
ou facilitar a entrada
furtado anteriormente, e imaterial o valor
de aparelho
telefônico de
pago pela pratica, ou seja, a coisa
comunicação móvel, (dinheiro) que veio a substituir o objeto do
de rádio ou similar, material do crime.
sem autorização
legal, em
FAVORECIMENTO REAL X
estabelecimento
prisional.
RECEPTAÇÃO:
Na receptação o proveito deve ser
econômico enquanto no favorecimento real
pode ser econômico ou moral.
Na receptação o agente age em proveito
próprio ou de terceiro, que não o autor da
conduta anterior. No favorecimento real
age, exclusivamente, em favor do autor do
crime antecedente.
No favorecimento real a ação do sujeito
visa ao autor do crime antecedente
enquanto na receptação a conduta recai no
objeto material do delito anterior.

O crime de favorecimento real não

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

comporta a modalidade culposa, pois o


agente uma vez exprimindo sua vontade
em auxiliar o autor de crime, sabedor se
tratar da ilicitude do objeto, exerce vontade
consciente, dolosa.

Consuma-se com a prestação do auxílio e a


tentativa é admissível.

EXERCÍCIO Art. 350 - Ordenar ou Há divergências quanto à revogação do art.


ARBITRÁRIO OU
executar medida 350 do CP pela lei de abuso de autoridade.
ABUSO DE PODER
privativa de liberdade
individual, sem as O entendimento majoritário é o de que não
formalidades legais houve revogação total, mas apenas do
ou com abuso de inciso III do citado dispositivo.
poder.
De qualquer forma, devido a estas
Parágrafo único - Na divergências, dificilmente este delito
mesma pena incorre aparece em PROVAS e, para você, basta
o funcionário que: uma noção geral das condutas descritas
I - ilegalmente nos incisos I, II e IV.
recebe e recolhe
alguém a prisão, ou a
estabelecimento
destinado a execução
de pena privativa de
liberdade ou de
medida de segurança;
II - prolonga a
execução de pena ou
de medida de
segurança, deixando
de expedir em tempo
oportuno ou de
executar
imediatamente a
ordem de liberdade;
III - submete pessoa
que está sob sua
guarda ou custódia a
vexame ou a
constrangimento não
autorizado em lei;
IV - efetua, com
abuso de poder,
qualquer diligência.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

FUGA DE PESSOA Promover ou facilitar Para a caracterização do delito é necessário


PRESA OU
a fuga de pessoa que a pessoa esteja legalmente presa ou
SUBMETIDA À
MEDIDA DE legalmente presa ou submetida a medida de segurança. Caso a
SEGURANÇA submetida a medida prisão ou medida de segurança seja ilegal,
de segurança
não haverá o delito por atipicidade do fato.
detentiva.

TIPOS QUALIFICADOS:
Se o crime é praticado a mão armada, ou
por mais de uma pessoa, ou mediante
arrombamento, a pena é de reclusão, de
dois a seis anos.
A pena é de reclusão, de um a quatro anos,
se o crime é praticado por pessoa sob cuja
custódia ou guarda está o preso ou o
internado.

FORMA CULPOSA
No caso de culpa do funcionário incumbido
da custódia ou guarda, aplica-se a pena de
detenção, de três meses a um ano, ou
multa.

A consumação ocorre no momento da fuga


e a tentativa, salvo na modalidade culposa,
é admissível.

EVASÃO MEDIANTE Evadir-se ou tentar Trata-se de crime próprio, pois só pode ser
VIOLÊNCIA
evadir-se o preso ou cometido por preso ou indivíduo submetido
CONTRA A PESSOA
o indivíduo à medida de segurança.
submetido a medida
de segurança
detentiva, usando de
A consumação ocorre com o emprego da
violência contra a
pessoa.
violência física contra a pessoa.
Observe que a tentativa é admissível, mas,
como é tratada no próprio tipo penal

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

(“tentar evadir-se”), tem a mesma pena da


forma consumada.

ARREBATAMENTO Arrebatar preso, a Este crime praticamente não aparece nas


DE PRESO
fim de maltratá-lo, do provas. Consuma-se com o arrebatamento
poder de quem o do preso e a tentativa é admissível.
tenha sob custódia ou
guarda.
Obs.: Arrebatar significa tirar, arrancar,
tomar.

MOTIM DE PRESOS Amotinarem-se Este crime, assim como o anterior, também


presos, perturbando não vem sendo muito exigido em provas.
a ordem ou disciplina
da prisão. Trata-se de crime próprio que só pode ser
cometido por presos.
Atinge sua consumação com a efetiva
perturbação da ordem ou disciplina e
admite-se a forma tentada.

PATROCÍNIO Trair, na qualidade de Trata-se de crime próprio que só pode ser


INFIEL
advogado ou praticado por advogado regularmente
procurador, o dever inscrito na OAB ou por estagiário de
profissional, advocacia nos termos do art. 3º do
prejudicando
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
interesse, cujo
patrocínio, em juízo,
Advogados do Brasil.
lhe é confiado.

Consuma-se com a produção do prejuízo e


é admissível a tentativa na forma
comissiva.

PATROCÍNIO Incorre na pena Trata-se de crime praticado por advogado


SIMULTÂNEO OU
deste artigo o ou procurador judicial que defende, na
TERGIVERSAÇÃO
advogado ou mesma causa, simultânea ou
procurador judicial sucessivamente, partes contrárias.
que defende na
mesma causa,
simultânea ou
sucessivamente,
O sujeito ativo só pode ser o advogado,
partes contrárias. regularmente inscrito na OAB ou
procurador judicial (estagiário ou

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

provisionado inscrito na Ordem). A


disposição não inclui os membros do
Ministério Público e os Procuradores do
Estado.
O tipo penal prevê duas condutas:

1. Patrocínio simultâneo; e
2. Patrocínio sucessivo das partes
contrárias (tergiversação).

No primeiro caso, o advogado, ao mesmo


tempo, defende interesses, na mesma
causa, de partes contrárias.
Não é necessário que seja no mesmo
processo, uma vez que a figura penal fala
“na mesma causa”, pois uma causa pode
ter mais de um processo.
Na segunda hipótese, o advogado, após
defender um litigante, passa a defender o
outro.

As partes contrárias são as pessoas com


interesses diversos na mesma causa
(pessoas físicas ou jurídicas, autor, réu,
ofendido etc.), não sendo suficiente que
haja colisão de interesses, pois é
necessário que as partes sejam contrárias.
Como “mesma causa” deve-se entender a
mesma pretensão jurídica, ainda que ela se
estenda em processos diversos, como, por
exemplo, a cobrança de alimentos por
períodos sucessivos.

A consumação ocorre com a efetiva prática


de ato processual no interesse simultâneo
de partes contrárias.

O consentimento exclui a ilicitude da


conduta. É admissível a tentativa na

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

modalidade de defesa simultânea, mas não


na de patrocínio sucessivo.

Exemplo: Em uma separação consensual,


no qual o advogado defende interesses de
ambos os cônjuges há inexistência de
crime, podendo os cônjuges contratar o
mesmo advogado, pois inexistem partes
contrárias. Em uma separação litigiosa, o
advogado que defende ambos os cônjuges
pratica o crime de patrocínio simultâneo.

SONEGAÇÃO DE Inutilizar, total ou Este crime quase não é encontrado em


PAPEL OU OBJETO
parcialmente, ou provas, bastando o conhecimento da
DE VALOR
PROBATÓRIO deixar de restituir conduta típica.
autos, documento ou
objeto de valor
probatório, que
recebeu na qualidade
de advogado ou
procurador

EXPLORAÇÃO DE Solicitar ou receber Trata-se de delito bem parecido com o


PRESTÍGIO
dinheiro ou qualquer tráfico de influência que analisamos na aula
outra utilidade, a passada.
pretexto de influir em
juiz, jurado, órgão do A diferença reside no fato de que aqui a lei
Ministério Público, expressamente cita as pessoas que servem
funcionário de à justiça (em juiz, jurado, órgão do
justiça, perito, Ministério Público, funcionário de justiça,
tradutor, intérprete perito, tradutor, intérprete ou testemunha).
ou testemunha. O rol é taxativo.

A consumação ocorre com a solicitação ou


recebimento e a tentativa é admissível no
caso de solicitação por escrito e no
recebimento.

TIPO QUALIFICADO:

As penas aumentam-se de um terço, se o


agente alega ou insinua que o dinheiro ou
utilidade também se destina a qualquer das

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

pessoas referidas no dispositivo legal.

VIOLÊNCIA OU Impedir, perturbar ou Atenha-se apenas ao conhecimento da


FRAUDE EM
fraudar arrematação figura típica.
ARREMATAÇÃO
JUDICIAL Judicial; afastar ou
procurar afastar
concorrente ou
licitante, por meio de
violência, grave
ameaça, fraude ou
oferecimento de
vantagem.

DESOBEDIÊNCIA A Exercer função, Trata-se de crime próprio, pois só pode ser


DECISÃO JUDICIAL
atividade, direito, cometido por quem foi suspenso ou privado
SOBRE PERDA OU
SUSPENSÃO DE autoridade ou múnus, por decisão judicial, de exercer função,
DIREITO de que foi suspenso atividade, direito, autoridade ou múnus.
ou privado por
decisão judicial.
Consuma-se o delito no momento em que o
sujeito desobedece à decisão judicial e
passa a exercer atividade, direito, função
etc. Admite-se a tentativa.

6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS CRIMES CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

6.3.1 CONCURSO DE PESSOAS

Imagine que Tício, funcionário público, pratica o delito de peculato junto com
Mévio, que não faz parte do quadro da Administração. Poderá Mévio, sendo
particular, responder pelo citado crime (PECULATO)?
A resposta é positiva, pois na hipótese de concurso de pessoas, a elementar
“funcionário público” é comunicável, desde que cumprido um requisito
essencial: É necessário que o terceiro (particular) tenha conhecimento de que
pratica o delito juntamente com um funcionário público. Observe o disposto
sobre o tema no Código Penal:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de


caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Para exemplificar, imagine que Caio é convidado por Tício, funcionário público,
para cometer um furto. Sem saber da qualidade especial de Tício, Caio pratica
o delito. Nesta situação, responderá Tício por peculato-furto e Caio por furto.
É importante ressaltar que não há necessidade de que o terceiro conheça
EXATAMENTE o que o funcionário público faz, ou seja, aqui vale o dolo
eventual, bastando que saiba que o “companheiro do delito”, também
chamado executor primário, exerce serviço de natureza pública.

6.3.2 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS DELITOS


FUNCIONAIS
O Direito Penal surge para tutelar bens jurídicos importantes para a sociedade.
Sabemos que existe, por exemplo, o crime de furto a fim de resguardar o
patrimônio das pessoas.
Dito isto, imagine que Tício está passando ao lado de uma construtora quando
avista um saco cheio de pregos (mais precisamente 100000 pregos).
Inconformado com um pedaço de carne que havia permanecido em local
indevido desde o almoço (eu sei... o exemplo não é dos melhores...), resolve
pegar 01(UM) prego do saco a fim de utilizá-lo como instrumento de limpeza
dental.
Neste caso, em sua opinião, Tício deveria ser preso (não estou falando do ato
de limpar o dente com pregos, mas sim o de pegar o prego, ok?)?
Independentemente da sua resposta, é claro que não é para estes casos
ínfimos que o Direito Penal existe. Sendo assim, para evitar situações
absurdas, surge o princípio da insignificância que é utilizado pela
jurisprudência em diversos casos.
Surge, entretanto, dúvida quanto à possibilidade da aplicabilidade do princípio
da insignificância aos crimes cometidos contra a administração pública, e os
não adeptos defendem que a tipificação de tais delitos não visa resguardar
somente o patrimônio, mas também a moral da administração.
Independentemente de qualquer DIVERGÊNCIA doutrinária, para sua PROVA,
adote o seguinte entendimento:

É POSSÍVEL A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA


INSIGNIFICÂNCIA AOS CRIMES FUNCIONAIS.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Futuros Aprovados,

Agora, trataremos de um tema que surgiu como novidade no recém publicado


edital para a Polícia Federal.
Analisaremos os crimes contra a fé pública e a forma como poderão ser
abordados em sua PROVA.

Vamos começar!
Bons estudos!
*****************************************************************

6.4.1 CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Um dos aspectos fundamentais para a vida em sociedade é a crença na


veracidade dos documentos, símbolos e sinais que são usados pelo homem no
convívio social. A essa presunção relativa de veracidade dá-se o nome de fé
pública.
Passaremos, a partir de agora, a estudar as condutas típicas que visam
resguardar a credibilidade da sociedade nos documentos que fazem parte de
nosso dia a dia. Assim, com foco na PROVA, vamos começar!

6.5 DA MOEDA FALSA

6.5.1 MOEDA FALSA

O tipo fundamental do delito encontra-se expresso no art. 289 do Código Penal


nos seguintes termos:
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica
ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Protege-se com o tipo penal a confiança que a população deve ter nas moedas
em circulação no país

6.5.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o
lesado pelo delito.

• ELEMENTOS:

3. OBJETIVO: É núcleo do tipo:


• Falsificar. A falsificação pode ocorrer mediante fabricação ou
alteração.

4. SUBJETIVO:
• Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

3. O crime é consumado com a fabricação ou alteração da moeda.


Atenção, caro (a) aluno (a) que não se exige que a moeda seja
posta em circulação nem que venha causar dano a outrem.
4. É admissível a tentativa (Ex: O particular é surpreendido quando
vai iniciar a cunhagem da primeira moeda).

• FIGURA TÍPICA PRIVILEGIADA

1. Encontra previsão no art. 2º do art. 289. Observe:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,


moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a
dois anos, e multa.

A conduta incriminada consiste no fato de o agente, após receber


moeda falsa e tendo ciência da falsidade, colocá-la novamente em
circulação.
Assim, imagine a seguinte situação: Tício, após comprar um saco
de pipocas de R$2,00, paga com R$100,00 e recebe R$98,00 de
troco.
Ao chegar em casa, verifica que a nota de R$50,00, dada como
troco pelo pipoqueiro, era falsa e, com isso, fica pensando em
meios de se livrar da moeda falsa.
No dia seguinte, ao pegar um táxi, entrega a nota falsa.
Neste caso, poderá responder Tício pelo crime definido no
parágrafo 2º do art. 289.

• FIGURA EQUIPARADA

Dispõe o parágrafo 4º do art. 289 que nas mesmas penas da figura


fundamental do crime de moeda falsa incorre quem desvia e faz circular
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

6.5.1.2 CIRCULAÇÃO DE MOEDA FALSA

Nos termos do parágrafo 1º do art. 289:

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou


alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Trata-se da definição de um crime de ação múltipla em que responde o


sujeito por uma só infração quando realiza as várias condutas descritas.
Assim, por exemplo, comete um só crime quem adquire, guarda e introduz
na circulação moeda falsa.

6.5.1.3 FABRICAÇÃO OU EMISSÃO IRREGULAR DE MOEDA

Encontra previsão no parágrafo 3º do art. 289. Veja:

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o


funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de
emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido por funcionário


público, diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão de moeda.
Obviamente, não se trata de qualquer funcionário público, mas sim daquele
que infringe especial dever funcional inerente ao ofício junto à atividade
estatal de emissão de moedas.

6.5.1.4 CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA

O art. 290 do Código Penal define como crime a seguinte conduta:

Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda


com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros;
suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir
à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já
recolhidos para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Podemos dividir o supracitado tipo penal em três figuras típicas:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

1. Formação de cédula, nota ou bilhete representativo de moeda


 O agente, através de partes de notas, cédulas ou bilhetes
representativos de moeda verdadeira forma outra nota / cédula ou
bilhete representativo.
2. Supressão de sinal indicativo de sua inutilização  Nesta figura
típica o agente age no sentido de retirar da nota / cédula ou bilhete
representativo sinal que confirme a inutilização.
3. Restituição de moeda à circulação  O agente restitui a circulação
cédula, nota ou bilhete nas condições anteriormente tratadas.

Além da figura típica fundamental o Código Penal traz a previsão do tipo


qualificado. Observe:

Art. 290 [...]


Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e
multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na
repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil
ingresso, em razão do cargo.

PARA PENSAR...

Imagine que Tício apõe em uma determinada nota números e letras de


outra, com a finalidade daquela apresentar maior valor. Neste caso,
responderá Tício pelo crime previsto no art. 289 ou 290?

Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de


curso legal no país ou no estrangeiro.

Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de
cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização;
restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o
fim de inutilização.

A resposta é que responderá pelo crime do art. 289, pois Tício ALTERA
uma nota. Tal fato é diferente da situação em que Tício cria uma nota
com fragmentos de outras !!!

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

6.5.2 PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA

Trata-se de delito definido no art. 291 do Código Penal nos seguintes termos:

Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito,


possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer
objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

6.5.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado

• ELEMENTOS:

3. OBJETIVO: São núcleos do tipo:


• Fabricar;
• Adquirir; Maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer
• Fornecer; objeto especialmente destinado à falsificação de
moeda.
• Possuir; ou
• Guardar.

4. SUBJETIVO:
1. Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

3. Consuma-se com a fabricação do objeto, com a aquisição,


fornecimento, posse ou guarda (modalidade permanente). Cabe
ressaltar que se o agente usa o instrumento para fabricar ou
falsificar moeda, responde somente pelo crime definido no art.
289, pois este ABSORVE o delito do art. 291.
4. É admissível a tentativa.

6.6 DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Para começarmos a tratar deste tópico precisamos diferenciar dois importantes


institutos: A FALSIDADE MATERIAL DA FALSIDADE IDEOLÓGICA. Podemos definir
as duas espécies da seguinte forma:

• FALSIDADE IDEOLÓGICA: CONSISTE EM OMITIR EM DOCUMENTO PÚBLICO OU


PARTICULAR DECLARAÇÃO QUE DELE DEVIA CONSTAR, OU NELE INSERIR OU
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA OU DIVERSA DA QUE DEVIA SER ESCRITA
COM O FIM DE PREJUDICAR, CRIAR, OBRIGAÇÕES OU ALTERAR A VERDADE
SOBRE FATO JURÍDICO RELEVANTE.

• FALSIDADE MATERIAL: É A QUE SE COMETE PELA FABRICAÇÃO DE COISA


FALSA, ELABORANDO UM DOCUMENTO FALSO, OU PELA ALTERAÇÃO DA
VERDADE, DIVERGE DA FALSIDADE IDEOLÓGICA, ONDE O DOCUMENTO SE
MOSTRA VERDADEIRO, MAS NÃO EXPRIME A VERDADE.

Assim, podemos resumir da seguinte forma: Na falsidade ideológica o documento


é verdadeiro, mas as informações são falsas. Diferentemente, na falsidade
material há falha no próprio documento. Vamos exemplificar:
Tício pega a sua identidade e, através da inserção de pequenos pontos pretos,
altera a sua data de nascimento. Neste caso, se a identidade for entregue, por
exemplo, a um perito, ele conseguirá determinar a falsificação?
A resposta é sim, pois o perito, através da análise, pode detectar os pequenos
pontos pretos e constatar a alteração. Assim, trata-se de FALSIDADE MATERIAL.
Imaginemos agora que Mévio elabora um currículo em que, com apenas 23 anos,
ele diz ser formado em Direito pela USP, diz ter Mestrado em Direito Penal, e
afirma ser doutor em Direito Processual Penal. Neste caso, se entregarmos o

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

currículo a um perito, simplesmente olhando para o documento poderá ele dizer


se o papel é falso ou verdadeiro?
A resposta é não, pois o documento não possui falhas. O que o perito terá que
fazer (e isso poderia ser feito por qualquer pessoa) é verificar os FATOS, AS
INFORMAÇÕES. Assim, podemos afirmar que é caso de FALSIDADE IDEOLÓGICA.

Bom, entendidos estes conceitos, vamos passar às criminalizações...

6.6.1 FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Encontra previsão no art. 293 do Código Penal, nos seguintes termos:

Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer


papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;

Considera-se selo a estampilha postal, adesiva ou fixa, bem


como a estampa feita por máquina de franquear, destinadas a
comprovar o pagamento de taxas e prêmios.

II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;

Papel de crédito público é o título da dívida pública, como as


apólices e letras do Banco Central

III - vale postal; (Revogado e substituído pelo art. 36 da Lei nº


6.538/78).
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica
ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito
público;

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Cautela de penhor constitui título de crédito. Trata-se de


documento público expedido pelas caixas econômicas.
Caderneta de depósito de caixa econômica ou outro
estabelecimento corresponde ao documento expedido e entregue
ao depositante, contendo informações das importâncias
depositadas.

V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo


a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que
o poder público seja responsável;

Este inciso refere-se a papéis relacionados com a receita de rendas


públicas ou com depósito ou cauções de responsabilidade do Estado.

Recibo corresponde à declaração de quitação de uma dívida.

Guia é o documento expedido por entidade arrecadadora para o


recolhimento de importâncias.

Alvará é o documento com destinação de autorizar o recolhimento de


rendas públicas ou depósito ou caução por que o poder público é
responsável.

Talão é a parte que pode ser destacada do caderno ou livro oficial,


permanecendo um canhoto com as mesmas anotações.

VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte


administrada pela União, por Estado ou por Município:

Abrange o transporte aéreo, marítimo, terrestre ou fluvial.

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

6.6.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 44


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum.


2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado.

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: É núcleo do tipo:


• Falsificar;
2. SUBJETIVO:
1. Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. A consumação ocorre com a falsificação, independentemente de


qualquer resultado.
2. É admissível a tentativa.

• CONDUTAS EQUIPARADAS: As condutas equiparadas ao tipo


fundamental encontram-se presentes no parágrafo 1º do art. 293 nos
seguintes termos:

Art. 293 [...]


§ 1o Incorre na mesma pena quem:
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a
que se refere este artigo;
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a
controle tributário;
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em
depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 45


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle


tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
determina a obrigatoriedade de sua aplicação.

Cabe ressaltar que se equipara a atividade comercial, para os fins do


inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em
residências.

• TIPO QUALIFICADO
Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (ART. 295).

6.6.1.2 OUTROS DELITOS PRESENTES NO ART. 293

Aqui, para sua PROVA, cabe apenas uma noção geral. Vamos
esquematizar:

CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES

SUPRESSÃO DE SINAIS Suprimir, em qualquer dos O delito exige dois elementos


INDICATIVOS DE papéis citados no art. 293, subjetivos:
INUTILIZAÇÃO DE quando legítimos, com o fim
O primeiro é o dolo e o segundo
PAPÉIS PÚBLICOS. de torná-los novamente
está contido na expressão “com
utilizáveis, carimbo ou sinal
o fim de torná-los novamente
indicativo de sua inutilização
utilizáveis”.

USO DE PAPÉIS Incorre na mesma pena A consumação ocorre com o uso


PÚBLICOS COM quem usa, depois de do papel público em que foi
INUTILIZAÇÃO alterado, qualquer dos suprimido o carimbo ou sinal
SUPRIMIDA papéis a que se refere o indicativo de sua inutilização.
delito acima apresentado
A tentativa não é admissível,
pois com o primeiro ato de uso o
delito já é tido como consumado.

RESTITUIÇÃO À Quem usa ou restitui à Trata-se de um tipo privilegiado.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 46


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

CIRCULAÇÃO circulação, embora recibo Exige três elementos subjetivos:


de boa-fé, qualquer dos
1-O dolo;
papéis falsificados ou
alterados, a que se referem 2-“embora recebido de boa-
o art. 293, depois de fé”;
conhecer a falsidade ou 3-“depois de conhecer a
alteração, incorre na pena falsidade ou alteração”.
de detenção, de seis meses
a dois anos, ou multa

6.6.2 PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO

Trata-se de delito definido no art. 294 do Código Penal nos seguintes termos:

Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto


especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis
referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

6.6.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São núcleos do tipo:


• Fabricar;
• Adquirir; Objetos destinados à falsificação dos papéis
referidos no art. 293.
• Fornecer;

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 47


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

• Possuir; ou
• Guardar.

2. SUBJETIVO:
2. Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. Consuma-se com a fabricação do objeto, com a aquisição,


fornecimento, posse ou guarda (modalidade permanente). Cabe
ressaltar que se o agente fabrica o petrecho e comete a falsificação
só responde pelo último delito (princípio da consunção).
2. É admissível a tentativa.

• TIPO QUALIFICADO

Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (ART. 295).

6.7 DA FALSIDADE DOCUMENTAL

6.7.1 FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO

O delito encontra previsão no art. 296 do Código Penal. Observe:

Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de
Estado ou de Município;
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a
autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 48


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

6.7.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: Crime comum podendo ser cometido por qualquer


pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: É o Estado.

• ELEMENTOS:

Selo público destinado a autenticar atos oficiais


3. OBJETIVO: É núcleo do tipo: da União, de Estado ou de Município;
Selo ou sinal atribuído por lei a entidade de
direito público, ou a autoridade, ou sinal
• Falsificar; público de tabelião

4. SUBJETIVO:
1. Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. O delito tem-se por consumado com a fabricação ou alteração do


objeto material.
2. É admissível a tentativa.

• CONDUTAS EQUIPARADAS: As condutas equiparadas ao tipo


fundamental encontram-se presentes no parágrafo 1º do art. 296 nos
seguintes termos:

§ 1º - Incorre nas mesmas penas:


I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 49


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos,


siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de
órgãos ou entidades da Administração Pública.

• TIPO QUALIFICADO

Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (ART. 296, § 2º).

6.7.2 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO

Com o intuito principal de proteger a fé pública, no que diz respeito aos


documentos de natureza pública, dispõe o Código Penal:

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou


alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Para que você compreenda corretamente esta tipificação, cabe um importante


questionamento: O que é documento público?
Documento público é aquele elaborado por funcionário público, no exercício de
suas funções. São também considerados documentos públicos os translados,
fotocópias com autenticação e as certidões.
Cabe ressaltar que as cópias não autenticadas não são consideradas
documentos para fins penais.
Ainda dentro da definição de documento público, é importantíssimo para a sua
PROVA ter conhecimento do parágrafo 2º do art. 297 que leciona:

Art. 297 [...]


[...]
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o
emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 50


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os


livros mercantis e o testamento particular.
Assim, do supracitado dispositivo, podemos retirar que são documentos
públicos por equiparação:

1. O EMANADO DE ENTIDADE PARAESTATAL;


2. O TÍTULO AO PORTADOR OU TRANSMISSÍVEL POR
ENDOSSO;
3. AS AÇÕES DE SOCIEDADE COMERCIAL;
4. OS LIVROS MERCANTIS; E
5. O TESTAMENTO PARTICULAR (HOLÓGRAFO).

6.7.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o
indivíduo lesado (caso haja).

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São núcleos do tipo:


• Falsificar (no todo ou em parte, documento público);
• Alterar (documento público verdadeiro).

Nos dois casos, para a caracterização do delito, a falsificação


deve ser capaz de ludibriar a vítima. Caso seja grosseira
inexiste o delito em face da ausência de potencialidade lesiva.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 51


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

2. SUBJETIVO: Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. Consuma-se no momento da falsificação ou alteração.


2. Admite-se a tentativa.

 TIPO QUALIFICADO

O tipo qualificado do crime de falsificação de documento público encontra


previsão no parágrafo primeiro do art. 297. Veja:

Art. 297 [...]


§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

• CONDUTAS EQUIPARADAS – FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO


PÚBLICO PREVIDENCIÁRIO
Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

1. Na folha de pagamento ou em documento de informações que


seja destinado a fazer prova perante a previdência social,
pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
2. Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou
em documento que deva produzir efeito perante a previdência
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido
escrita;
3. Em documento contábil ou em qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da empresa perante a
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria
ter constado.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 52


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados


acima, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a
vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.

6.7.2.2 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO X ESTELIONATO

Trataremos agora de um tema bem controvertido na doutrina e na


jurisprudência.
Há diversas orientações a respeito da tipicidade do fato de o sujeito, após
falsificar um documento empregá-lo na prática de um delito. Vamos
conhecer, a partir de agora, o que interessa para sua PROVA.
Segundo o entendimento do STJ o crime de estelionato absorve o crime de
falsificação de documento público. Tal posicionamento está estampado na
súmula 17 do STJ que dispõe:

"Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade


lesiva, é por este absorvido".

Ocorre, entretanto, que diferentemente do entendimento supra-


apresentado, o STF se posiciona no sentido de que há concurso formal
entre o estelionato e a falsificação de documento público. Segundo a
Suprema Corte há unidade de ação, de desígnio e pluralidade de bens
jurídicos violados.

Para a sua PROVA, leve como regra o entendimento do STF, ou seja, há


concurso formal entre o estelionato e a falsificação de documento
público.
Firme-se na súmula 17 somente nos casos em que a banca pergunta:
Segundo o entendimento do STJ [...].

6.7.3 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR

O legislador penal, visando resguardar a fé publica com relação à


autenticidade dos documentos particulares, definiu o crime de falsificação de

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 53


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

documento particular que encontra previsão no art. 298 do Código Penal nos
seguintes termos:

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou


alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Antes de prosseguirmos, cabe-nos conceituar o objeto material do delito, ou


seja, o documento particular.
Segundo Damásio “documento é o escrito elaborado por autor certo em que se
manifesta a narração de fato ou a exposição de vontade, possuindo
importância jurídica. Não tem formalidade especial, é feito por um particular,
não sofrendo a intervenção de funcionário público. Entretanto, o documento
público, quando nulo por vício de forma, é considerado documento particular”.
Podemos resumir que o documento particular apresenta as seguintes
características:

1. Forma escrita;
2. Autor determinado (não sofrendo a intervenção de funcionário público);
3. Deve conter exposição de fato ou manifestação de vontade;
4. Relevância Jurídica

6.7.3.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o
indivíduo lesado (caso haja).

• ELEMENTOS:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 54


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

1. OBJETIVO: São núcleos do tipo:


• Falsificar (no todo ou em parte, documento público);
• Alterar (documento público verdadeiro).

Nos dois casos, para a caracterização do delito, a falsificação deve


ser capaz de ludibriar a vítima. Caso seja grosseira inexiste o delito
em face da ausência de potencialidade lesiva.

2. SUBJETIVO: Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. Consuma-se no momento da falsificação ou alteração.


2. Admite-se a tentativa. Ex: O agente é surpreendido no momento
em que está inserindo números no documento.

6.7.4 FALSIDADE IDEOLÓGICA

O art. 299 do Código Penal tipifica a seguinte conduta:

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração


que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é
público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é
particular.

A fim de relembrarmos a falsidade ideológica, diferenciando-a da falsidade


material, necessário se faz transcrever as palavras do Nobre Jurista, Damásio
de Jesus:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 55


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

“Na falsidade material o vício incide sobre a parte exterior do documento,


recaindo sobre o elemento físico do papel escrito e verdadeiro. O sujeito
modifica as características originais do objeto material por meio de rasuras,
borrões, emendas, substituição de palavras ou letras, números, etc. (...) Na
falsidade ideológica (ou pessoa) o vício incide sobre as declarações que o
objeto material deveria possuir, sobre o conteúdo das idéias. Inexistem
rasuras, emendas, omissões ou acréscimos. O documento, sob o aspecto
material é verdadeiro; falsa é a idéia que ele contém. Daí também chamar-se
ideal. Distinguem-se, pois, as falsidades material e ideológica.”

Neste sentido, observamos que a falsidade ideológica leva em consideração o


conteúdo intelectual do documento, não a sua forma.

6.7.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o
indivíduo lesado (caso haja).

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São núcleos do tipo:

• Omitir (declaração que devia constar do objeto material);


• Inserir (declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita
– inserção direta);
• Fazer inserir (declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita – inserção indireta)

Nota-se que são três as modalidades de condutas praticadas pelo


agente sendo, a de omitir, inserir ou fazer inserir declaração falsa no
documento.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 56


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Na omissão de declaração o agente deixa de relatar, não menciona,


oculta fato que era obrigado a fazer constar.
Na conduta de inserir o agente declara de forma falsa ou diversa da
que devia ser escrita.
Já na conduta de fazer inserir o agente atua de forma indireta,
utilizando-se de terceiro para introduzir no documento a declaração
falsa.

OBSERVAÇÃO

Para a caracterização do delito, a falsificação deve ser capaz de ludibriar a


vítima. Caso seja grosseira inexiste o delito em face da ausência de
potencialidade lesiva. Além disso, deve recair sobre “fato jurídico
relevante”. Observe elucidativo entendimento jurisprudencial:

Para a caracterização do delito de falsidade ideológica é mister que se


configurem os quatro requisitos componentes do tipo penal, a saber:

a) alteração da verdade sobre o fato juridicamente relevante;


b) imitação da verdade;
c) potencialidade de dano;
d) dolo.

Se não há na ação dos agentes entrelaçamento desses requisitos,


relevância jurídica do falso dano efetivo ou mesmo potencial e, ainda dolo
(porque o falso decorre de simples erro), não está caracterizado tal crime.
E o remédio heróico pode validamente ser impetrado para, em tais
circunstâncias, trancar a ação penal.

2. SUBJETIVO: São dois que precisam co-existir para a caracterização


da falsidade ideológica:

• Dolo;
• “Com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante”

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 57


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

1. Consuma-se o delito com a omissão ou inserção direta ou indireta


da declaração, no momento em que o documento, já com a
falsidade, se completa
2. Admite-se a tentativa nas condutas de inserir ou fazer inserir. Na
omissão, não se admite a forma tentada.

 CAUSAS DE AUMENTO DE PENA

O tipo qualificado do crime de falsidade ideológica encontra previsão no


parágrafo único do art. 299. Assim, a pena será aumentada de sexta
parte nas seguintes situações:

1 - SE O AGENTE É FUNCIONÁRIO PÚBLICO, E COMETE O CRIME


PREVALECENDO-SE DO CARGO;

2 - SE A FALSIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO É DE ASSENTAMENTO DE REGISTRO


CIVIL (EX: INSCRIÇÕES DE NASCIMENTO, CASAMENTO, ÓBITO ETC.).

OBSERVAÇÕES:

1 – O delito de registrar filho alheio como próprio, antes enquadrado


no parágrafo único do art. 299, encontra previsão no art. 242.

2 – A conduta de “promover no registro civil a inscrição de nascimento


inexistente” constitui crime previsto no art. 241.

6.7.4.2 FALSIDADE EM FOLHA EM BRANCO

Trataremos agora de mais um caso que gera inúmeras discussões na


jurisprudência e doutrina.
Imagine que uma folha em branco, devidamente assinada, é entregue por
Tício à Mévio. Tendo a posse da folha, Mévio a preenche com informações
falsas. Neste caso, haverá crime de falsificação?

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 58


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

A pergunta é pertinente, pois nosso Código Penal não define exatamente o


fato. Só a título de conhecimento, o código de 1890, por exemplo, deixava
claro a conduta delituosa. Veja:

"Abusar do papel com assinatura em branco, de que tenha


se apossado, ou lhe haja sido confiado com obrigação de
restituir, ou fazer dele uso determinado, e nele escrever ou
fazer escrever um ato, que produza efeito jurídico em
prejuízo daquele que o firmou, e ainda no inciso 9° usar de
qualquer fraude para constituir outra pessoa em obrigação
que não tiver em vista, ou não puder satisfazer ou cumprir".

A dificuldade do atual enquadramento da conduta como crime contra a fé


pública reside no fato de que a folha de papel em branco assinada, por não
apresentar conteúdo, não pode ser considerada um documento.
A situação, todavia, é resolvida através do entendimento de que após o
preenchimento das informações a folha torna-se documento, o que
caracteriza o crime. Além disso, para a correta definição da forma típica a
ser aplicada, deve-se verificar as circunstâncias em que a folha ingressou
na esfera de disponibilidade do agente.
Assim:

SE A FOLHA ASSINADA EM BRANCO FOI ENTREGUE E CONFIADA AO


AGENTE PELA VÍTIMA, SEU PREENCHIMENTO ABUSIVO CONFIGURA A
FALSIDADE IDEOLÓGICA.

SE A FOLHA EM BRANCO ASSINADA FOI APOSSADA PELO AGENTE OU


OBTIDA POR MEIO DA PRÁTICA DE ALGUM CRIME (EX. FURTO), SEU
PREENCHIMENTO CARACTERIZARÁ O FALSO MATERIAL. TAMBÉM HAVERÁ
FALSO MATERIAL NO PRIMEIRO CASO QUANDO A AUTORIZAÇÃO ANTERIOR
DADA PELA VÍTIMA FOR POR ELA REVOGADA.

6.7.5 FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA /


CERTIDÃO OU ATESTADO FALSO / FALSIDADE DE ATESTADO
MÉDICO

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 59


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Agora trataremos de alguns delitos que não são muito exigidos em PROVA.
Assim, a exigência restringe-se ao conhecimento da conduta típica e de
pequenas particularidades. Vamos esquematizar:

CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES

Reconhecer, como Trata-se de crime próprio


verdadeira, no exercício que só pode ser praticado
de função pública, firma por funcionário público.
ou letra que o não seja.
É considerado pela doutrina
FALSO uma modalidade típica de
RECONHECIMENTO falsidade ideológica.
DE FIRMA OU LETRA Consuma-se com o ato do
reconhecimento, indepen-
dentemente de qualquer
resultado.

Atestar ou Certificar Trata-se de crime próprio


falsamente, em razão de que só pode ser praticado
função pública, fato ou por funcionário público.
circunstância que habilite
É considerado pela doutrina
alguém a obter cargo
CERTIDÃO OU uma modalidade típica de
público, isenção de ônus
falsidade ideológica.
ATESTADO ou de serviço de caráter
4público, ou qualquer Atinge sua consumação
IDEOLOGICAMENTE
outra vantagem. com a entrega da certidão
FALSO falsa ao terceiro.
Se o crime é praticado com
o fim de lucro, aplica-se,
além da pena privativa de
liberdade, a de multa.

Falsificar, no todo ou em Trata-se de crime comum


parte, atestado ou que pode ser praticado por
FALSIDADE certidão, ou alterar o teor qualquer pessoa.
de certidão ou de atestado
MATERIAL DE Se o crime é praticado com
verdadeiro, para prova de
o fim de lucro, aplica-se,
ATESTADO OU fato ou circunstância que
além da pena privativa de
CERTIDÃO habilite alguém a obter
liberdade, a de multa.
cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de
caráter público, ou

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 60


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

qualquer outra vantagem.

Dar o médico, no exercício Trata-se de crime próprio


da sua profissão, atestado que só pode ser praticado
falso. por médico.
É considerado pela doutrina
uma modalidade típica de
FALSIDADE DE falsidade ideológica.
ATESTADO MÉDICO Atinge sua consumação
com a entrega da certidão
falsa ao terceiro.
Se o crime é cometido com
o fim de lucro, aplica-se
também multa.

6.7.6 USO DE DOCUMENTO FALSO

O art.304 define o crime de uso de documento falso da seguinte forma:

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou


alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

A conduta passível de punição é a de fazer uso de documento falso como se


fosse verdadeiro. Assim, incrimina-se o uso de documento público ou
particular material ou ideologicamente falso, de documento com falso
reconhecimento de firma ou letra, de atestado, certidão ou atestado médico
falsos.
Para a caracterização do delito a utilização pode ser tanto na esfera judicial
quanto extrajudicial. Exige-se a utilização do documento, não caracterizando o
crime o uso de fotocópia ou cópia.

6.7.6.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 61


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o
indivíduo lesado (caso haja).

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: É núcleo do tipo:


• Fazer (uso);

ATENÇÃO
O uso de documento que o sujeito sabe ou deve saber falso ou
inexato na prática de crime contra a ordem tributária se
encontra descrito no art. 1º, IV da lei nº 8.137 (Lei que define
os crimes contra a ordem tributária.

2. SUBJETIVO:
• Dolo;

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. O crime é consumado com o uso do documento falso. Para


complementar, observe os seguintes julgados:

STJ, HC 145.824/MS, DJ 22.02.2010

Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é


irrelevante, para a caracterização do crime de uso de documento
falso, que o agente use o documento por exigência da autoridade
policial.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 62


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

STJ, HC 148.479/MG, DJ 05.04.2010

Consolidou-se nesta Corte o entendimento de que a atribuição de


falsa identidade, visando ocultar antecedentes criminais, constitui
exercício do direito de autodefesa.

No caso, ao ser abordado por policiais, o paciente apresentou


documento falso, buscando ocultar a condição de foragido e evitar
sua recaptura.

Ordem parcialmente concedida para, afastando a condenação


referente ao crime de uso de documento falso reduzir a pena recaída
sobre o paciente de 8 (oito) anos para 5 (cinco) anos.

2. Não se admite a tentativa, pois o simples tentar usar já caracteriza


o crime.

6.7.7 SUPRESSÃO DE DOCUMENTOS

Segundo De Plácido e Silva, a supressão de documentos, notadamente em


sentido do Direito Penal, é a subtração do documento aos efeitos jurídicos
pretendidos, na intenção de se favorecer ao supressor, ou a outrem, em
prejuízo de alguém.
O crime de supressão de documentos encontra-se previsto no art. 305 do
Código Penal. Veja:

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de


outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa, se o
documento é público, e reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa, se o documento é particular.

O tipo penal tem como objetivo proteger a fé pública, evitando que seja
atingida, infringida, ofendida com a supressão de determinado documento.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 63


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Busca-se, aqui, assegurar a proteção ao documento que, via de regra, é


imbuído de força probante em relação a certo fato.
O objeto material deve reunir as condições de documento e ser verdadeiro.
Caso se trate de documento falso, não poderá ser caracterizado o delito em
tela, podendo surgir outro crime como, por exemplo, o favorecimento pessoal
(art. 348) ou fraude processual (art. 347).

6.7.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO

• SUJEITOS DO DELITO:

1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por


qualquer pessoa.
2. SUJEITO PASSIVO: Primariamente é o Estado e secundariamente o
indivíduo lesado (caso haja).

• ELEMENTOS:

1. OBJETIVO: São núcleos do tipo:


• Destruir;
• Suprimir; Documento público ou particular verdadeiro
• Ocultar.

2. SUBJETIVO: São dois que precisam co-existir para a caracterização


do crime:
• Dolo;
• “em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio”

• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

1. O crime é consumado com o ato de destruir, suprimir ou ocultar. A


consumação independe do resultado.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 64


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

2. É possível a tentativa. Seria o caso, por exemplo, do documento


que é colocado em um picador, mas é retirado antes de ser
destruído.

6.8 DE OUTRAS FALSIDADES

Para finalizarmos o tema, trataremos de algumas outras falsidades. Tais delitos


aparecem muito pouco em prova e, quando presentes, a exigência restringe-se
unicamente à conduta.
Assim, atenha-se as condutas, tenha uma noção geral das criminalizações e...
Siga em frente!!!

CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES

FALSIFICAÇÃO DO Falsificar, fabricando-o ou Trata-se de crime comum que


alterando-o, marca ou sinal se consuma com a fabricação, a
SINAL
empregado pelo poder público alteração ou o uso da marca ou
EMPREGADO NO no contraste de metal sinal.
CONTRASTE DE precioso ou na fiscalização
METAL PRECIOSO alfandegária, ou Usar Marca
ou sinal dessa natureza,
OU NA
falsificado por outrem.
FISCALIZAÇÃO
ALFANDEGÁRIA

Atribuir-se ou atribuir a Trata-se de crime comum que


terceiro FALSA IDENTIDADE se consuma com a falsa
para obter vantagem, em atribuição de identidade.
proveito próprio ou alheio, ou
Não comete crime quem
para causar dano a outrem.
somente silencia a respeito da
FALSA IDENTIDADE errônea identidade que lhe é
atribuída.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 65


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Usar, como próprio, Trata-se de crime comum que


passaporte, título de eleitor, se consuma com o uso ou
caderneta de reservista ou cessão do documento.
USO DE qualquer documento de
DOCUMENTO DE identidade alheia OU ceder a
IDENTIDADE outrem, para que dele se
utilize, documento dessa
ALHEIA natureza, próprio ou de
terceiro.

Usar o estrangeiro, para Trata-se de crime próprio que


entrar ou permanecer no se consuma com efetivo uso
território nacional, nome que pelo estrangeiro do nome
não é o seu. imaginário ou de terceiro.
FRAUDE DE LEI
SOBRE
ESTRANGEIRO

Prestar-se a figurar como Trata-se de crime comum que


proprietário ou possuidor de se consuma no momento em
ação, título ou valor que o agente assume a posição
FALSIDADE EM pertencente a estrangeiro, nos de proprietário ou possuidor
PREJUÍZO DA casos em que a este é vedada dos bens.
NACIONALIZAÇÃO por lei a propriedade ou a
DE SOCIEDADE posse de tais bens.

Adulterar ou remarcar número Trata-se de crime comum que


ADULTERAÇÃO DE de chassi ou qualquer sinal se consuma no instante da
SINAL identificador de veículo adulteração ou remarcação.
IDENTIFICADOR automotor, de seu
Se o agente comete o crime no
componente ou equipamento.
DE VEÍCULO exercício da função pública ou
AUTOMOTOR em razão dela, a PENA É
AUMENTADA de um terço.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 66


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

**********************************************************************************************************
FUTURO (A) APROVADO (A),

Mais uma etapa completada. Aqui finalizamos o tema CRIMES CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e CRIMES CONTRA FÉ PÚBLICA. Para complementar,
nada mais importante do que muita prática.
Sendo assim, seguem diversos exercícios para você se divertir e consolidar de vez
o aprendizado.
Procure fazer primeiro a lista com as questões SEM O GABARITO apresentada no
final da aula e depois confira suas respostas.
Abraços e bons estudos,
Pedro Ivo

"A vitória pertence ao mais perseverante.”


(Napoleão Bonaparte)

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 67


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

RESUMO DA MATÉRIA APRESENTADA

CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA

O crime é consumado com


Usurpar o exercício de função
a prática do primeiro ato
pública.
de ofício, independente do
USURPAÇÃO DE Se do fato o agente aufere resultado, ou seja, não
FUNÇÃO PÚBLICA vantagem  Tipo qualificado. importando se o exercício
da função usurpada é
gratuito ou oneroso.

É delito formal,
Opor-se à execução de ato
consumando-se no
legal mediante violência ou
momento da violência ou
ameaça à funcionário
ameaça.
competente para executá-lo
RESISTÊNCIA ou a quem lhe esteja
prestando auxílio.
Se o ato, em razão da
resistência, não se executa 
Tipo qualificado.

O crime é consumado com


Desobedecer à ordem legal de
a ação ou omissão
funcionário público.
(omissivo próprio) do
DESOBEDIÊNCIA desobediente.

O crime é consumado com


Desacatar funcionário público
o ato ofensivo.
no exercício da função ou em
DESACATO razão dela.

No verbo obter, trata-se


Solicitar, exigir, cobrar ou
de CRIME MATERIAL e a
obter, para si ou para outrem,
TRÁFICO DE consumação ocorre no
vantagem ou promessa de
INFLUÊNCIA momento em que o sujeito
vantagem, a pretexto de
obtém a vantagem (ou a
influir em ato praticado por
funcionário público no

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 68


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

exercício da função. promessa).


A pena é aumentada da
metade se o agente alega ou Nos verbos solicitar, exigir
insinua que a vantagem é e cobrar, temos o CRIME
também destinada ao FORMAL e a consumação
funcionário. opera-se com a simples
ação do sujeito.

O crime é FORMAL e
Oferecer ou prometer
consuma-se no momento
vantagem indevida a
em que o funcionário
funcionário público, para
público toma
determiná-lo a praticar, omitir
CORRUPÇÃO ATIVA conhecimento da oferta ou
ou retardar ato de ofício.
promessa.
A pena é aumentada de um
terço se, em razão da
vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou omite
ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional.

Importar ou exportar Se a mercadoria deu


mercadoria proibida ou iludir, entrada ou saída pela
no todo ou em parte, o alfândega, a consumação
pagamento de direito ou ocorre no momento em
imposto devido pela entrada, que a mercadoria é
pela saída ou pelo consumo liberada. Se a conduta é
de mercadoria. interrompida e não ocorre
CONTRABANDO OU a liberação, há tentativa.
DESCAMINHO
Se a mercadoria entra por
outro local que não pela
aduana, consuma-se o
delito no momento da
entrada em território
nacional.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 69


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Rasgar ou, de qualquer Trata-se de CRIME


forma, inutilizar ou MATERIAL. Consuma-se o
conspurcar edital afixado por delito com o ato de rasgar,
INUTILIZAÇÃO DE
ordem de funcionário público; inutilizar, conspurcar ou
violar ou inutilizar selo ou violar.
EDITAL OU DE
sinal empregado, por
SINAL
determinação legal ou por
ordem de funcionário público
para identificar ou cerrar
qualquer objeto.

O crime é consumado com


Subtrair ou inutilizar, total ou
a subtração ou efetivação
SUBTRAÇÃO OU
parcialmente, livro oficial,
da inutilização.
processo ou documento
INUTILIZAÇÃO DE
confiado à custódia de
LIVRO OU
funcionário em razão de ofício
DOCUMENTO
ou de particular em serviço
público.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 70


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

EXERCÍCIOS

1. (Polícia Federal / 2009) Considere a seguinte situação hipotética. Tancredo


recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função
pública de agente da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia,
como forma de agrado. Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de
corrupção passiva, o qual, para se consumar, tem como elementar do tipo a
ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público.

GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIOS: Ainda que seja para a prática de ato legal, se a autoridade pública
recebe vantagem indevida, haverá corrupção passiva, denominada doutrinariamente de
“corrupção passiva imprópria”.

2. (Polícia Federal / 2009) Caso um policial federal preste ajuda a um


contrabandista para que este ingresse no país e concretize um contrabando,
consumar-se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o
contrabandista não consiga ingressar no país com a mercadoria.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: No crime de facilitação do contrabando e do descaminho (art. 318,
CP), o crime se consuma com a facilitação, NÃO SENDO NECESSÁRIO QUE ESTEJA
CONSUMADO O CONTRABANDO OU DESCAMINHO (crime formal). Em outras palavras, o
crime SE CONSUMA com a AJUDA PRESTADA, INDEPENDENTEMENTE DO RESULTADO.

3. (TRE – GO / 2009) No crime de corrupção passiva, se, por causa do delito, o


funcionário retardar a prática de ato de ofício, haverá mero exaurimento da
conduta delituosa, que não conduz ao aumento de pena.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Contraria o parágrafo 1º do artigo 317, que traz causa de aumento de
pena para a situação em que o funcionário retarda a prática de ato de ofício em virtude
da corrupção passiva. Veja:

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 71


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da


vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

4. (TRE – GO / 2009) No crime de prevaricação, a satisfação de interesse ou


sentimento pessoal, que motiva a prática do crime, é necessária para a
existência do crime.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Está perfeita. O artigo 319 dispõe:
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal.

Vimos em nossa aula:


Elemento SUBJETIVO: São dois:
• Dolo;
• A expressão “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
Sem esta finalidade em consonância com o dolo, a conduta é
atípica.

5. (TRE – GO / 2009) Pratica crime de prevaricação o funcionário que deixa, por


indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício
do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Trata da condescendência criminosa, tipificada no artigo 320 do Código
Penal:

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar


subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 72


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

6. (TRE – GO / 2009) No crime de advocacia administrativa, a legitimidade ou


ilegitimidade do interesse privado patrocinado perante a administração pública
não influi na pena.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Na advocacia administrativa, a legitimidade ou ilegitimidade do
interesse patrocinado influencia na pena, sendo maior, obviamente, se for ilegítimo.
Veja:

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

7. (TRE – SC / 2005) A punibilidade do peculato culposo se extingüe com a


reparação do dano mesmo após a prolação da sentença condenatória
irrecorrível.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Só extingue se ocorre ANTES da prolação da sentença irrecorrível.
Posteriormente à sentença, como já vimos, reduz à metade.

8. (TRE – SC / 2005) O crime de advocacia administrativa só pode ser praticado


pelo funcionário público, que precisa ser bacharel em Direito e inscrito na
Ordem dos Advogados do Brasil.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Às vezes, eu não entendo de onde vem tanta criatividade por parte da
banca. Necessidade em ser bacharel em direito e inscrito na ordem para praticar
advocacia administrativa foi demais!!!

9. (TRE – SC / 2005) O abandono de função, ainda que outrem substitua o


agente e perdure por pouco tempo, basta para a tipificação do crime previsto no
artigo 323 do Código Penal.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 73


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Para caracterizar o delito, o abandono deve ser por um período
razoável e deve acarretar ao menos a probabilidade de dano ao poder público.

10. (TRE – SC / 2005) A desobediência é crime que apenas o particular pode


praticar contra a Administração em geral.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Sabemos que o funcionário, quando fora de suas funções, ou seja,
ATUANDO COMO PARTICULAR, também pode cometer o delito, mas em nenhum
momento isso torna incorreta a questão.

11. (PROCURADOR – BACEN / 2002) “A”, funcionário público, que é o


responsável por estabelecimento hospitalar estadual, exige dos segurados
pagamento adicional pelos serviços prestados. Nesta hipótese, “A” responderá
por concussão.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Perceba que o núcleo do tipo apresentado na questão é o verbo
EXIGIR. Sendo assim, temos o delito de concussão, tipificado nos seguintes termos:

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida

12. (Analista Judiciário / 2004) João é o funcionário público responsável pelo


abastecimento de veículos da Prefeitura de uma cidade. O motorista de um
veículo oficial solicitou que abastecesse um veículo particular de sua
propriedade, dizendo que iria utilizá-lo em serviço. João atendeu e efetuou o
abastecimento, negligenciando quanto à verificação da existência de
autorização para tanto e quanto à veracidade da afirmação feita pelo motorista,
que viajou com a família para o litoral. João, nesse caso, cometeu crime de
peculato culposo.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: João comete o peculato culposo, pois foi negligente em sua atuação,
concorrendo para o delito do funcionário (motorista).

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 74


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
[...]
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem[...]

13. (CGU / 2008) Godofredo (funcionário público federal), procrastina,


indevidamente, ato de ofício, previsto em lei, o qual deve ser executado em
prazo prescrito para que produza seus efeitos normais, para satisfazer
sentimento pessoal. Godofredo comete

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: A banca tenta confundir o candidato ao utilizar o termo “procrastinar”,
que nada mais é do que um sinônimo para “retardar”. Ao entendermos esta palavra, e
com a informação de que o indivíduo visa satisfazer sentimento pessoal, não resta dúvida
de que se trata do crime de prevaricação:

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou


praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal

14. (PROCURADOR – FAZENDA / 1998) "Devassar o sigilo de proposta


apresentada em procedimento licitatório" (Lei nº 8.666/93, art. 94) se consuma
quando o agente comunica a terceiro o conteúdo do documento.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento do delito de violação do sigilo de
proposta de concorrência, assim disposto no CP:

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou


proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo

Como vimos em nossa aula, a consumação ocorre no momento em que o funcionário ou


o terceiro toma conhecimento do conteúdo da proposta.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 75


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

15. (Procurador / 2005) José da Silva, funcionário público municipal,


encontrava- se em serviço na caixa de recebimentos de impostos prediais, local
próprio para pagamentos de tributos em atraso. No final do dia, ao invés de
depositar todos os valores recebidos na conta da Fazenda Pública, desviou dois
cheques com a ajuda do bancário João, depositando-os em sua conta particular,
pretendendo devolver a importância aos cofres públicos no prazo de 3 dias.
Neste caso, José da Silva não faz jus à extinção da punibilidade mesmo que
restitua a importância, pois cometeu crime de peculato doloso.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: NÃO EXISTE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE NO CASO DO PECULATO
DOLOSO!!! Na questão em tela, fica bem claro que José da Silva quis cometer o delito.
Logo, não há que se falar em culpa e muito menos em restituição (para extinguir a
punibilidade).
Já pensou se fosse diferente...Um ladrão furta sua carteira porque quer ir assistir a uma
partida de futebol e, três dias depois devolve, extinguindo a punibilidade...Seria um
grande absurdo!!!

16. (MPU / 2004) Tício, que é médico credenciado no INSS, exigiu de Caio,
paciente segurado pela Previdência Social, a importância de R$ 5.000,00, para a
realização de cirurgia imprescindível à preservação de sua saúde. A vítima
efetua o pagamento da importância indevida, em razão do constrangimento
moral invencível a que foi submetido. No caso em tela, Tício responderá pelo
crime de Corrupção Passiva.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Mais uma!!! Falou em EXIGIR vantagem indevida...Falou em
CONCUSSÃO!!! O importante aqui nos exercícios é justamente isto: Começar a relacionar
as palavras chaves com os respectivos crimes.

17. (Juiz Substituto / 2006) O funcionário que, sabendo devida a contribuição


social, emprega na cobrança meio gravoso que a lei não autoriza, pratica crime
de excesso de exação.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Vamos lá...Para não errar em prova.... Falou em emprego de meio
gravoso, vexatório, tributo ou contribuição social....Automaticamente você lembra do
excesso de exação.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 76


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

18. (PFN / 2006) Delúbio, funcionário público, motorista do veículo oficial -


Placa OF2/DF, indevidamente, num final de semana, utiliza- se do carro a fim de
viajar com a família. No domingo, à noite, burlando a vigilância, recolhe o carro
na garagem da Repartição. Delúbio cometeu crime de peculato-apropriação.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Conforme você sabe, o peculado possui diversas espécies, dentre elas
o peculato-desvio e o peculato-apropriação:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. (grifei)

A questão está incorreta, pois trata-se de “peculato-desvio”, pois o agente não se


apropria do bem, mas o desvia em proveito próprio ou alheio.

19. (SEFAZ – PI / 2001) “A”, funcionário público, exige de “B” a quantia de R$


1.000,00 para deixar de praticar ato de ofício que certamente o prejudicaria.
Neste caso, “A” pratica o crime de prevaricação.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Se você errar o delito de concussão na hora da prova, nem me conte!!!
Falou EXIGIR...CONCUSSÃO!!!

***(SEFAZ-PI / 2003) Sobre o crime de prevaricação, julgue os itens a seguir::

20. O crime é praticado por particular contra a administração pública.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS:  Você estudou este delito na AULA 04, logo, é praticado por
funcionário público contra a Administração.

21. Há a prática de violência no exercício da função.

GABARITO: ERRADA

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 77


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

COMENTÁRIOS: O delito não traz previsão de violência. Observe:


Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
A banca tenta, de forma tênue, confundir prevaricação com violência arbitrária.

22. O funcionário público apropria-se de valor de que tem a posse em razão do


cargo.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Trata a questão do delito de PECULATO e não da prevaricação.

23. Há a aplicação diversa de verbas ou rendas públicas, estabelecida em lei.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A questão trata do crime de emprego irregular de verbas ou rendas
públicas e não da prevaricação.

24. Retarda-se ou deixa-se de praticar indevidamente ato de ofício para


satisfação de interesse pessoal.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS:  Aqui sim temos o delito de prevaricação previsto no artigo 319 do
Código Penal.

25. (SERPRO / 2001) No crime de peculato, abstraída a condição de


"funcionário público" do agente, ocorre desclassificação deste para outro crime.

GABARITO: CORRETA
COMENTÁRIOS: O peculato está definido assim no Código Penal:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 78


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

Observe que este supra dispositivo nada mais é do que o delito de apropriação indébita,
previsto no artigo 168, aplicado ao ato de um funcionário público. Observe a
semelhança:

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a


detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa

Sendo assim, se do peculato retirarmos a condição de funcionário público, ocorre a


desclassificação do crime, passando a existir a apropriação indébita.

26. ( Assistent técnico-STJ / 2007) Em relação ao crime de concussão, pode-se


afirmar que o crime consuma-se com a simples exigência da vantagem.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Caro(a) aluno(a), nesta questão, mais uma vez, fica bem clara a
importância do conhecimento do quadro-resumo apresentado ao término da aula.
A concussão é um delito FORMAL e a consumação ocorre com a simples exigência da
vantagem, no momento em que esta chega ao conhecimento do sujeito passivo.
O sujeito ativo do delito só pode ser o funcionário público, pois trata-se de delito próprio.
Alem disso, não importa como foi feita a exigência (com ou sem ameaça).

***(PAPILOSCOPISTA POLICIAL – RJ / 2002) Em face do delito de peculato,


analise:

27. Só pode ser cometido por funcionário público, mesmo em co-autoria;

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Existe a possibilidade do particular ser responsabilizado pelo peculato,
desde que o tenha cometido junto com o funcionário público e sendo conhecedor desta
qualidade especial do agente.

28. Em caso de crime culposo, a reparação do dano sempre extingue a


punibilidade;

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 79


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

29. Em caso de crime culposo, a reparação do dano, se precede a denúncia,


extingue a punibilidade; mas se lhe é posterior tão somente reduz a pena à
metade;

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Nessa questão o examinador foi criativo!!! Misturou o conceito do
arrependimento posterior com o peculato culposo. O arrependimento posterior, que você
já conhece bem, encontra previsão no CP da seguinte forma:

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,


reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
dois terços.

30. Não se configura em caso de apropriação de bem particular, uma vez que
cuida de proteger o erário;

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Pode abranger bem particular, nos termos do artigo 312 do CP:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio

31. Não cuida de bens imóveis, mas apenas de dinheiro, valor ou bem móvel.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS Perfeita a questão. É necessário ter atenção ao que está disposto no
código penal sobre o peculato. Como se percebe, ele só fala em DINHEIRO, VALOR E
BEM MÓVEL.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 80


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

32. (DELEGADO DE POLÍCIA – RJ / 2002) Procurador autárquico, desejando


aumentar a arrecadação do fisco, passa a empregar na cobrança meio
vexatório/gravoso, consistente em divulgar notas em jornal de grande
circulação, ironizando os devedores e criticando-os por fazerem uso da via
judicial para questionar seus débitos. Sua conduta configura excesso de exação.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Lembra do jingle “JUVENAL, CARA DE PAU, PAGUE O TRIBUTO E SEJA
LEGAL”? Então, é o mesmo caso apresentado no enunciado. Sendo assim, temos o crime
de excesso de exação.

33. (JUIZ DE DIREITO – SP) Funcionário público A deixa, propositadamente, a


porta do prédio da repartição aberta , sabendo que seu amigo, não-funcionário
B irá nele penetrar e subtrair objetos valiosos da administração. Neste caso
ambos responderão por peculato-furto;

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: No artigo 312, temos a caracterização do chamado peculato-furto que,
segundo o STF, ocorre quando o funcionário público não detém a posse da coisa (valor,
dinheiro ou outro bem móvel) em razão do cargo que ocupa, mas sua qualidade de
funcionário público propicia facilidade para a ocorrência da subtração, devido ao trânsito
que mantém no órgão público em que atua ou desempenha suas funções. Observe o
texto legal:

Art. 312
[...]
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário.

No caso em tela, “A” incide no parágrafo 1º e “B”, como tem conhecimento da qualidade
de funcionário público de seu amigo, responderá também pelo peculato-furto.

34. (TCE – AL-2006) Admite a modalidade culposa o crime de advocacia


administrativa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 81


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Essa é uma questão típica em concursos e que você não pode errar.
Cabe a modalidade culposa SOMENTE para o PECULATO!!!

***(TCE – SP / 2008 - Adaptada) Sobre o crime de advocacia administrativa


previsto no art. 321 do Código Penal analise:

35. Exige que o sujeito ativo seja advogado.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A advocacia administrativa é crime próprio, podendo ser praticado por
funcionário público. Embora pareça pelo nome, não tem nenhuma relação com o
exercício da advocacia (realizada pelo profissional da área de Direito).

36. Ocorre unicamente no caso de o agente patrocinar, direta ou indiretamente,


interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade
de funcionário público.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O artigo 321 abrange toda a administração pública e não apenas a
administração fazendária.
Relembrando, o crime de advocacia administrativa está presente no Código Penal nos
seguintes termos:

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário

37. Consuma-se o delito com a realização do primeiro ato de patrocínio,


independentemente da obtenção do resultado pretendido.

GABARITO: CORRETA
COMENTÁRIOS: Mais uma vez o quadro resumo do final da aula é suficiente para que
você acerte a questão. Como vimos, a advocacia administrativa consuma-se com a

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 82


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

realização do primeiro ato de patrocínio, independentemente da obtenção do resultado


pretendido.

38. Exige que o interesse patrocinado seja ilegítimo.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O delito de advocacia administrativa independe se o interesse
patrocinado é legítimo ou ilegítimo. Caso ilegítimo, o crime é qualificado.
.
39. (Analista Judiciário – TRT / 2004) Luiz é um dos funcionários da secretaria
de uma Vara do Trabalho encarregados de dar andamento aos processos que ali
tramitam. Um dia, colocou o processo referente à reclamação trabalhista
formulada por um inimigo seu, com intuito de prejudicá-lo, num pacote de
processos que seriam enviados para o arquivo. Esse procedimento retardou por
mais de um ano o andamento da referida reclamação. Nesse caso, Luiz cometeu
crime de prevaricação.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: No caso apresentado pela banca, Luiz retarda, indevidamente, ato de
ofício, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal...Logo, caríssimo(a) aluno(a),
pratica.....PREVARICAÇÃO!!! Veja a tipificação penal:

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou


praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:

***(TCE – CE / 2006) A respeito do crime de peculato, analise:

40. O ressarcimento do dano posterior à sentença irrecorrível, em se tratando


de peculato culposo, reduz de metade a pena imposta.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento da possibilidade de extinção da
punibilidade / diminuição de pena no peculato culposo.

Art. 312 - Peculato

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 83


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

[...]
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta. (grifei)

41. A aprovação das contas pelo Tribunal de Contas exclui a possibilidade de


reconhecimento do delito de peculato.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O delito pode ser reconhecido mesmo após a aprovação das contas
pelos Tribunais de Contas.

42. (Defensor - DPE-MA / 2011) Caracteriza o delito de moeda falsa a


fabricação de instrumento ou de qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: No caso, caracteriza-se o delito de petrechos para falsificação de
moeda: Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou
guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado
à falsificação de moeda:

43. (Defensor - DPE-MA / 2011) Reconhecer como verdadeira, no exercício de


função pública, firma ou letra que não o seja caracteriza o delito de falsificação
de documento particular.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: No caso, caracteriza o crime de falso reconhecimento de firma ou letra:
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra
que o não seja.

44. (Defensor - DPE-MA / 2011) Destruir, em benefício próprio ou de outrem,


documento público ou particular verdadeiro de que não se pode dispor
configura o delito de falsidade ideológica.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 84


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Caracteriza o delito de supressão de documento: Art. 305 - Destruir,
suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor.

45. (Procurador - SEMAD / 2008) Considere a seguinte situação hipotética.


Kátia, proprietária de uma lanchonete, recebeu, de boa-fé, uma moeda falsa.
Após constatar a falsidade da moeda, para não ficar no prejuízo, Kátia restituiu
a moeda à circulação. Nessa situação, a conduta de Kátia é atípica, pois ela
recebeu a moeda falsa de boa-fé.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo o parágrafo 2º do art. 289 do CP, Quem, tendo recebido de
boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

46. (Advogado CAIXA/2010) Um cliente de determinado banco falsificou


documentos pessoais de terceiro, comprovante de residência, entre outros
documentos, com a finalidade de abertura de conta-corrente em
estabelecimento bancário. Após a abertura da conta, recebeu cartões de crédito
e débito e, decorridas algumas semanas, solicitou e conseguiu empréstimos
bancários. Entretanto, antes de levantar os valores disponibilizados na conta-
corrente, o agente arrependeu-se das condutas delituosas praticadas e
confessou todo o ocorrido ao gerente do banco que imediatamente fez o
bloqueio da conta. Nessa situação, está presente a figura da desistência
voluntária prevista no CP, o que enseja a exclusão de ilicitude do fato.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A desistência voluntária, prevista no art. 16 do Código Penal, institui
que o agente que desiste voluntariamente de prosseguir na execução só responde pelos
atos já praticados. Não é causa de exclusão de ilicitude do fato. O cliente bancário
mencionado na questão consumou o crime de falso e deverá responder por isso.
Importante salientar que a posição dos Tribunais Superiores é que o uso do documento
falso pelo próprio agente falsificador é mero exaurimento do crime de falsificação de
documento público, art. 297 do CP.

47. (Advogado CAIXA/2010) O sistema penal brasileiro, no tocante aos delitos


contra a fé pública, unificou os crimes de atribuir-se falsa identidade para obter
vantagem e o uso, como próprio, de documento de identidade alheio, em uma

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 85


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

única figura típica, ressaltando, nesses casos, a possibilidade da incidência de


sanção penal mais severa, se o fato constituir elemento de crime mais grave.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Existem dois tipos penais distintos previstos no Código Penal pátrio, a
saber: o art. 307, que define como crime atribuir-se falsa identidade para obter
vantagem ou para causar dano a outrem, e o art. 308 que assevera criminosa a conduta
de usar como própria qualquer identidade alheia. São delitos que possuem condutas
diferenciadas e sanções distintas, e não foram unificadas como afirma a questão.

48. (Procurador AGU/2010) É atípica a conduta do agente que desvia e faz


circular moeda cuja circulação ainda não estava autorizada, pois constitui
elementar do crime de moeda falsa a colocação em circulação de moeda com
curso legal no país ou no exterior.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O Código Penal, no art. 289, preceitua o crime de moeda falsa, que é
falsificar moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. No
entanto, o §4° do mesmo artigo traz a previsão do desvio e da circulação antecipada, no
qual incorrerá nas mesmas penas o agente que desvia e faz circular moeda cuja
circulação ainda não estava autorizada.

49. (Procurador - SEMAD / 2008) Não comete o crime de falsidade ideológica o


agente que declara falsamente ser pobre, assinando declaração de pobreza para
obter os benefícios da justiça gratuita, pois a declaração não pode ser
considerada documento para fins de consumar o crime mencionado.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Tanto o STF quanto o STJ consideram atípica a conduta de quem se
declara pobre para fins de obtenção de assistência judiciária gratuita, mesmo que não se
enquadre nessa circunstância sócio-econômica. Portanto, inexiste prática de delito de
falsidade ideológica.

50. (Procurador - SEMAD / 2008) O crime de falsidade material de atestado ou


certidão prevê pena de detenção ao agente que o pratica. No entanto, se o
crime for praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de
liberdade, a pena de multa.

GABARITO: CERTA

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 86


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

COMENTÁRIOS: A questão exige do candidato o conhecimento do art. 301 e seus


parágrafos. Veja:

Art. 301, § 1º, CP - Falsificar, no todo ou em parte, atestao ou certidão,


ou alterar o teor da certidão ou atestado verdadeiro, para prova de fato
ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de
ônus ou serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 2º: Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além de pena
privativa de liberdade, a de multa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 87


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS

1. (Polícia Federal / 2009) Considere a seguinte situação hipotética. Tancredo


recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função
pública de agente da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia,
como forma de agrado. Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de
corrupção passiva, o qual, para se consumar, tem como elementar do tipo a
ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público.

2. (Polícia Federal / 2009) Caso um policial federal preste ajuda a um


contrabandista para que este ingresse no país e concretize um contrabando,
consumar-se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o
contrabandista não consiga ingressar no país com a mercadoria.

3. (TRE – GO / 2009) No crime de corrupção passiva, se, por causa do delito, o


funcionário retardar a prática de ato de ofício, haverá mero exaurimento da
conduta delituosa, que não conduz ao aumento de pena.

4. (TRE – GO / 2009) No crime de prevaricação, a satisfação de interesse ou


sentimento pessoal, que motiva a prática do crime, é necessária para a
existência do crime.

5. (TRE – GO / 2009) Pratica crime de prevaricação o funcionário que deixa, por


indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício
do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente.

6. (TRE – GO / 2009) No crime de advocacia administrativa, a legitimidade ou


ilegitimidade do interesse privado patrocinado perante a administração pública
não influi na pena.

7. (TRE – SC / 2005) A punibilidade do peculato culposo se extingüe com a


reparação do dano mesmo após a prolação da sentença condenatória
irrecorrível.

8. (TRE – SC / 2005) O crime de advocacia administrativa só pode ser praticado


pelo funcionário público, que precisa ser bacharel em Direito e inscrito na
Ordem dos Advogados do Brasil.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 88


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

9. (TRE – SC / 2005) O abandono de função, ainda que outrem substitua o


agente e perdure por pouco tempo, basta para a tipificação do crime previsto no
artigo 323 do Código Penal.

10. (TRE – SC / 2005) A desobediência é crime que apenas o particular pode


praticar contra a Administração em geral.

11. (PROCURADOR – BACEN / 2002) “A”, funcionário público, que é o


responsável por estabelecimento hospitalar estadual, exige dos segurados
pagamento adicional pelos serviços prestados. Nesta hipótese, “A” responderá
por concussão.

12. (Analista Judiciário / 2004) João é o funcionário público responsável pelo


abastecimento de veículos da Prefeitura de uma cidade. O motorista de um
veículo oficial solicitou que abastecesse um veículo particular de sua
propriedade, dizendo que iria utilizá-lo em serviço. João atendeu e efetuou o
abastecimento, negligenciando quanto à verificação da existência de
autorização para tanto e quanto à veracidade da afirmação feita pelo motorista,
que viajou com a família para o litoral. João, nesse caso, cometeu crime de
peculato culposo.

13. (CGU / 2008) Godofredo (funcionário público federal), procrastina,


indevidamente, ato de ofício, previsto em lei, o qual deve ser executado em
prazo prescrito para que produza seus efeitos normais, para satisfazer
sentimento pessoal. Godofredo comete

14. (PROCURADOR – FAZENDA / 1998) "Devassar o sigilo de proposta


apresentada em procedimento licitatório" (Lei nº 8.666/93, art. 94) se consuma
quando o agente comunica a terceiro o conteúdo do documento.

15. (Procurador / 2005) José da Silva, funcionário público municipal,


encontrava- se em serviço na caixa de recebimentos de impostos prediais, local
próprio para pagamentos de tributos em atraso. No final do dia, ao invés de
depositar todos os valores recebidos na conta da Fazenda Pública, desviou dois
cheques com a ajuda do bancário João, depositando-os em sua conta particular,
pretendendo devolver a importância aos cofres públicos no prazo de 3 dias.
Neste caso, José da Silva não faz jus à extinção da punibilidade mesmo que
restitua a importância, pois cometeu crime de peculato doloso.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 89


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

16. (MPU / 2004) Tício, que é médico credenciado no INSS, exigiu de Caio,
paciente segurado pela Previdência Social, a importância de R$ 5.000,00, para a
realização de cirurgia imprescindível à preservação de sua saúde. A vítima
efetua o pagamento da importância indevida, em razão do constrangimento
moral invencível a que foi submetido. No caso em tela, Tício responderá pelo
crime de Corrupção Passiva.

17. (Juiz Substituto / 2006) O funcionário que, sabendo devida a contribuição


social, emprega na cobrança meio gravoso que a lei não autoriza, pratica crime
de excesso de exação.

18. (PFN / 2006) Delúbio, funcionário público, motorista do veículo oficial -


Placa OF2/DF, indevidamente, num final de semana, utiliza- se do carro a fim de
viajar com a família. No domingo, à noite, burlando a vigilância, recolhe o carro
na garagem da Repartição. Delúbio cometeu crime de peculato-apropriação.

19. (SEFAZ – PI / 2001) “A”, funcionário público, exige de “B” a quantia de R$


1.000,00 para deixar de praticar ato de ofício que certamente o prejudicaria.
Neste caso, “A” pratica o crime de prevaricação.

***(SEFAZ-PI / 2003) Sobre o crime de prevaricação, julgue os itens a seguir::

20. O crime é praticado por particular contra a administração pública.

21. Há a prática de violência no exercício da função.

22. O funcionário público apropria-se de valor de que tem a posse em razão do


cargo.

23. Há a aplicação diversa de verbas ou rendas públicas, estabelecida em lei.

24. Retarda-se ou deixa-se de praticar indevidamente ato de ofício para


satisfação de interesse pessoal.

25. (SERPRO / 2001) No crime de peculato, abstraída a condição de


"funcionário público" do agente, ocorre desclassificação deste para outro crime.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 90


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

26. ( Assistent técnico-STJ / 2007) Em relação ao crime de concussão, pode-se


afirmar que o crime consuma-se com a simples exigência da vantagem.

***(PAPILOSCOPISTA POLICIAL – RJ / 2002) Em face do delito de peculato,


analise:

27. Só pode ser cometido por funcionário público, mesmo em co-autoria;

28. Em caso de crime culposo, a reparação do dano sempre extingue a


punibilidade;

29. Em caso de crime culposo, a reparação do dano, se precede a denúncia,


extingue a punibilidade; mas se lhe é posterior tão somente reduz a pena à
metade;

30. Não se configura em caso de apropriação de bem particular, uma vez que
cuida de proteger o erário;

31. Não cuida de bens imóveis, mas apenas de dinheiro, valor ou bem móvel.

32. (DELEGADO DE POLÍCIA – RJ / 2002) Procurador autárquico, desejando


aumentar a arrecadação do fisco, passa a empregar na cobrança meio
vexatório/gravoso, consistente em divulgar notas em jornal de grande
circulação, ironizando os devedores e criticando-os por fazerem uso da via
judicial para questionar seus débitos. Sua conduta configura excesso de exação.

33. (JUIZ DE DIREITO – SP) Funcionário público A deixa, propositadamente, a


porta do prédio da repartição aberta , sabendo que seu amigo, não-funcionário
B irá nele penetrar e subtrair objetos valiosos da administração. Neste caso
ambos responderão por peculato-furto;

34. (TCE – AL-2006) Admite a modalidade culposa o crime de advocacia


administrativa.

***(TCE – SP / 2008 - Adaptada) Sobre o crime de advocacia administrativa


previsto no art. 321 do Código Penal analise:

35. Exige que o sujeito ativo seja advogado.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 91


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

36. Ocorre unicamente no caso de o agente patrocinar, direta ou indiretamente,


interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade
de funcionário público.

37. Consuma-se o delito com a realização do primeiro ato de patrocínio,


independentemente da obtenção do resultado pretendido.

38. Exige que o interesse patrocinado seja ilegítimo.


.
39. (Analista Judiciário – TRT / 2004) Luiz é um dos funcionários da secretaria
de uma Vara do Trabalho encarregados de dar andamento aos processos que ali
tramitam. Um dia, colocou o processo referente à reclamação trabalhista
formulada por um inimigo seu, com intuito de prejudicá-lo, num pacote de
processos que seriam enviados para o arquivo. Esse procedimento retardou por
mais de um ano o andamento da referida reclamação. Nesse caso, Luiz cometeu
crime de prevaricação.

***(TCE – CE / 2006) A respeito do crime de peculato, analise:

40. O ressarcimento do dano posterior à sentença irrecorrível, em se tratando


de peculato culposo, reduz de metade a pena imposta.

41. A aprovação das contas pelo Tribunal de Contas exclui a possibilidade de


reconhecimento do delito de peculato.

42. (Defensor - DPE-MA / 2011) Caracteriza o delito de moeda falsa a


fabricação de instrumento ou de qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda.

43. (Defensor - DPE-MA / 2011) Reconhecer como verdadeira, no exercício de


função pública, firma ou letra que não o seja caracteriza o delito de falsificação
de documento particular.

44. (Defensor - DPE-MA / 2011) Destruir, em benefício próprio ou de outrem,


documento público ou particular verdadeiro de que não se pode dispor
configura o delito de falsidade ideológica.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 92


CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO ON-LINEDA
PAPILOSCOPISTA – DIREITO
POLÍCIAPENAL
FEDERAL
PROFESSOR PEDRO
PROFESSOR PEDRO IVOIVO

45. (Procurador - SEMAD / 2008) Considere a seguinte situação hipotética.


Kátia, proprietária de uma lanchonete, recebeu, de boa-fé, uma moeda falsa.
Após constatar a falsidade da moeda, para não ficar no prejuízo, Kátia restituiu
a moeda à circulação. Nessa situação, a conduta de Kátia é atípica, pois ela
recebeu a moeda falsa de boa-fé.

46. (Advogado CAIXA/2010) Um cliente de determinado banco falsificou


documentos pessoais de terceiro, comprovante de residência, entre outros
documentos, com a finalidade de abertura de conta-corrente em
estabelecimento bancário. Após a abertura da conta, recebeu cartões de crédito
e débito e, decorridas algumas semanas, solicitou e conseguiu empréstimos
bancários. Entretanto, antes de levantar os valores disponibilizados na conta-
corrente, o agente arrependeu-se das condutas delituosas praticadas e
confessou todo o ocorrido ao gerente do banco que imediatamente fez o
bloqueio da conta. Nessa situação, está presente a figura da desistência
voluntária prevista no CP, o que enseja a exclusão de ilicitude do fato.

47. (Advogado CAIXA/2010) O sistema penal brasileiro, no tocante aos delitos


contra a fé pública, unificou os crimes de atribuir-se falsa identidade para obter
vantagem e o uso, como próprio, de documento de identidade alheio, em uma
única figura típica, ressaltando, nesses casos, a possibilidade da incidência de
sanção penal mais severa, se o fato constituir elemento de crime mais grave.

48. (Procurador AGU/2010) É atípica a conduta do agente que desvia e faz


circular moeda cuja circulação ainda não estava autorizada, pois constitui
elementar do crime de moeda falsa a colocação em circulação de moeda com
curso legal no país ou no exterior.

49. (Procurador - SEMAD / 2008) Não comete o crime de falsidade ideológica o


agente que declara falsamente ser pobre, assinando declaração de pobreza para
obter os benefícios da justiça gratuita, pois a declaração não pode ser
considerada documento para fins de consumar o crime mencionado.

50. (Procurador - SEMAD / 2008) O crime de falsidade material de atestado ou


certidão prevê pena de detenção ao agente que o pratica. No entanto, se o
crime for praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de
liberdade, a pena de multa.

Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 93

Você também pode gostar