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CRIMINOLOGIA 1

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1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2 Métodos. 1.2.1
Empirismo e interdisciplinaridade. 1.3 Objetos da
criminologia. 1.3.1 Delito, delinquente, vítima, controle
social. 2 Funções da criminologia. 2.1 Criminologia e
política criminal

3.2 Prevenção da infração penal no Estado democrático de


direito. 3.3 Prevenção primária. 3.4 Prevenção secundária.
3.5 Prevenção terciária. 3.6 Modelos de reação ao crime

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CRIMINOLOGIA

1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2 Métodos. 1.2.1 Empirismo e interdisciplinaridade. 1.3


Objetos da criminologia. 1.3.1 Delito, delinquente, vítima, controle social. 2 Funções da
criminologia. 2.1 Criminologia e política criminal

A matéria de criminologia está no seu edital, dentro da disciplina de Penal. Matéria de


extrema relevância e às vezes ignorada. Sobre o ponto em específico, apesar de um pouco
genérico, o candidato deve saber quais são as formas de controle social (formal e informal).

Segundo Rogério Sanches, o controle social pode ser definido como a


reunião de mecanismos e sanções sociais imbuídos do propósito de
submeter os componentes do grupo social às regras estabelecidas
para a comunidade. Então, por exemplo, o controle formal são os
órgãos de Estado, como a polícia, o MP, o Judiciário, etc., e o controle
informal a família, opinião pública, os vizinhos, etc.

Em resumo:

CONTROLE
SOCIAL

FORMAL INFORMAL

Assim, dentro dos meios de controles formais, como vimos, estão os órgãos públicos,
como a polícia, o MP, o Judiciário, etc. No controle informal, como o próprio nome aduz,
estão a família, a opinião pública, os vizinhos, etc., ou seja, a sociedade como um todo.
Ainda, é importante que o candidato saiba diferenciar política criminal, direito penal,
política penitenciária, e criminologia. É simples: o Direito Penal tem como preocupação o
crime enquanto norma. Isto porque o direito penal é uma ciência normativa. A Criminologia,

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por outro lado, é uma ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo do delito,
criminoso, da vítima e do controle social. Notem isso, meus amig@s.

Ainda, a política criminal define estratégias para o controle social. Assim, por exemplo,
a política criminal estuda em como diminuir o índice de furtos cometidos em determinada
região. Já a política penitenciária define estratégias que buscam compreender a crise da
política criminal brasileira.

Sobre o tema, recomendamos que o aluno leia o Plano Nacional de Política Criminal
lançado em 2015. Em síntese, ele se divide em duas partes. A primeira apresenta as medidas
relacionadas à porta de entrada do sistema penal, com o objetivo de revelar o que tem levado
ao quadro atual da política criminal, em que ocorre crescimento continuo da população
carcerária, sem impacto na melhoria dos indicadores de segurança pública. A segunda parte
do plano volta-se para fixar diretrizes para o funcionamento do sistema prisional, do
cumprimento de medida de segurança, do monitoramento eletrônico e das alternativas
penais. Para ler o documento na íntegra clique AQUI.

Ainda sobre esse ponto, o candidato deve ficar atento para um detalhe: dados a
respeito do encarceramento no Brasil. Você como futuro(a) Defensor(a) deve ter
conhecimento sobre esses dados. Segundo o CNJ (2018), o Brasil conta com 602.217 mil
presos, sendo 95% homens e 5% mulheres. Vejam os dados com mais detalhes:

Vejam agora os dados processuais desses presos:

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3.2 Prevenção da infração penal no Estado democrático de direito. 3.3 Prevenção primária.
3.4 Prevenção secundária. 3.5 Prevenção terciária. 3.6 Modelos de reação ao crime.

Meus amig@s, sobre esse ponto deve-se entender o processo de criminalização, cujas
fases são criminalização primária, secundária e terciária. Vamos entender cada uma delas.

CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA: é a criminalização de determinados atos.


Exemplo: quando o legislador diz que portar arma de fogo sem
autorização legal é crime, estamos diante de um ato de criminalização
primária.

CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA: aqui é a ação punitiva exercida sobre


pessoas determinadas. Para ZAFFARONI, a criminalização secundária
possui duas características: seletividade e vulnerabilidade, visto que o
poder punitivo é exercido sobre pessoas previamente escolhidas, em
face de suas fraquezas, a exemplo das pessoas em situação de rua,
pessoas negras, usuários de drogas, etc. Fiquem atentos.

CRIMINALIZAÇÃO TERCIÁRIA: é o rótulo de “criminoso” atribuído


àquelas pessoas que vimos na criminalização secundária. Uma pessoa
que passou pelo cárcere, por exemplo, dificilmente conseguirá voltar
a ter uma vida “normal”, considerando os graves efeitos deletérios
advindos de uma prisão, ainda que preventiva. A esse rótulo deu-se o
nome de criminalização terciária.

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O alun@ deve saber, além das fases da criminalização, as fases da vitimização, que são
vitimização primária, secundária e terciária.

Vamos analisar cada uma delas.

VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA: é provocada pelo cometimento do crime. Por


exemplo, com a prática de um crime de roubo, há diversos danos
causados à vítima, como danos materiais, físicos, psicológicos, etc.
Portanto, a vitimização primária corresponde aos danos à vítima
decorrentes do fato criminoso.

VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA: também chamada de sobrevitimização, é


aquela causada pelas instâncias formais de controle social. Por
exemplo, imagine que alguém seja vítima de estupro. É inegável que
esta pessoa terá que reviver todo o momento do crime, só que agora
durante o inquérito policial, e depois durante o processo penal, onde
deverá ir para audiências, inclusive muitas vezes para prestar
depoimento frente a frente com o réu, o que faz com que a vítima
sofra, novamente, os efeitos do crime. A isso deu-se o nome de
vitimização secundária.

VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA: falta de amparo às vítimas. A própria


sociedade não acolhe a vítima, chegando muitas vezes a culpá-la,
como é o caso de afirmações absurdas como “a roupa curta favoreceu
à prática do crime”, ou “se estava com o celular à amostra é porque
queria ser assaltado”. Sem falar ainda que muitas vezes a vítima,
constrangida pela falta de apoio da sociedade e dos órgãos públicos,
acaba por não denunciar o delito às autoridades, ocorrendo as
chamadas cifras negras ou ocultas, que são aqueles crimes que não
chegam ao conhecimento do autoridades.

Vamos continuar.

Tenham cuidado com um detalhe: não se confundem as expressões vitimologia e


vitimização. Vitimologia é a disciplina científica que auxilia o Direito Penal; a vitimização (que
vimos acima) é o processo de ofensa física ou moral à vítima.

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Além disso, ainda há os conceitos de prevenção primária, secundária e terciária, que


veremos agora.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA: consiste na atuação do estado, que


concretizando direitos sociais, tem como objetivo a diminuição dos
índices de criminalidade. Por exemplo, investimento em educação,
saúde, lazer, tudo isso é ato de prevenção primária, cujos resultados
são apurados em longo prazo, diferente das medidas paliativas.

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: o estado reconhece que falhou no tocante


à concretização dos direitos sociais, e com o objetivo de diminuir os
índices de criminalidade, decide atuar através de medidas paliativas
em locais específicos. Um exemplo muito citado pela doutrina é a
instalação das UPPs no Rio de Janeiro, considerando que em algumas
favelas o crime é constante, sobretudo o tráfico de drogas. Assim, no
afã de diminuir o índice de criminalidade, resolve criar mecanismos
com resultados rápidos.

PREVENÇÃO TERCIÁRIA: destinada ao apenado, com o objetivo de


efetivar a prevenção especial positiva, ou também chamada de
“ressocialização’, a fim de que o apenado não volte a delinquir. Como
podemos notar, todas as três prevenções são falhas em nosso país.

Para aprofundar, é importante saber sobre policização e militarização.

POLICIZAÇÃO: Em linhas gerais, a policização é a soma de diversos


atos praticados pela polícia, geralmente em favelas e com pessoas
pobres, que subvertem direitos e garantias fundamentais
constitucionalmente previstas. A esse conjunto de fatores dá-se o
nome de policização. O tema é facilmente assemelhado ao que
Zaffaroni chamou de direito penal subterrâneo, que nada mais é que
um direito penal voltado à violação de direitos fundamentais, como é o
caso, por exemplo, quando policias invadem domicílios sem
mandados e fora das hipóteses autorizadoras, etc.

MILITARIZAÇÃO: a militarização é, na verdade, a forma como os


policiais militares são escolhidos e recrutados. São treinados para

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serem pessoas “fortes”, seguindo regras militares hierarquizadas,


além dos salários baixos para a belíssima profissão que exercem.

Sobre o tema, pertinentes são as palavras de ALEXANDRE CICONELLO 1


institucional. Cabe destacar ta

dificuldade de condenar maus policiais que praticam tortura ou


mesmo execu .”

Até!

1
http://br.boell.org/sites/default/files/downloads/Livro_Lula_Internet_6.pdf

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