O documento discute o Provimento no 63/2017 do CNJ que permitiu o reconhecimento voluntário da filiação socioafetiva diretamente nos cartórios de registro civil. O provimento estabelece requisitos simples como ser maior de idade e ter 16 anos a mais que o reconhecido. Permite a multiparentalidade e depende da anuência dos pais registrais e do reconhecido se maior de 12 anos. O reconhecimento não pode burlar processos de adoção e não menciona a natureza da filiação na certidão de nascimento
O documento discute o Provimento no 63/2017 do CNJ que permitiu o reconhecimento voluntário da filiação socioafetiva diretamente nos cartórios de registro civil. O provimento estabelece requisitos simples como ser maior de idade e ter 16 anos a mais que o reconhecido. Permite a multiparentalidade e depende da anuência dos pais registrais e do reconhecido se maior de 12 anos. O reconhecimento não pode burlar processos de adoção e não menciona a natureza da filiação na certidão de nascimento
O documento discute o Provimento no 63/2017 do CNJ que permitiu o reconhecimento voluntário da filiação socioafetiva diretamente nos cartórios de registro civil. O provimento estabelece requisitos simples como ser maior de idade e ter 16 anos a mais que o reconhecido. Permite a multiparentalidade e depende da anuência dos pais registrais e do reconhecido se maior de 12 anos. O reconhecimento não pode burlar processos de adoção e não menciona a natureza da filiação na certidão de nascimento
RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO DE FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA NO
REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS
Victor Novais Buriti
email:vnburiti@gmail.com
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Objetivos e filho. Cabe observar que conforme decidido no
Busca-se trazer breves apontamentos sobre o PP nº 0003325-80.2018.2.00.0000 do CNJ, não Provimento nº 63 de 14 de novembro de 2017 é possível o reconhecimento concomitante de editado pelo Conselho Nacional de Justiça um pai e uma mãe socioafetivos, (CNJ) que determinou a possibilidade do impossibilitando que o referido procedimento reconhecimento extrajudicial da filiação seja adotado para fim de burlar o instituto da socioafetiva e seu ingresso no Registro Civil das adoção. Outro ponto importante a ser observado Pessoas Naturais. é que Lei nº 8.560/92 veda expressamente que conste das certidões de nascimento a natureza Métodos e Procedimentos da filiação, desta forma, a certidão de Será feita principalmente a análise do citado nascimento do reconhecido não poderá fazer provimento, além dos dispositivos legais e qualquer menção ao reconhecimento normativos relacionados. Também será feita socioafetivo, constando apenas nos campos uma breve análise da doutrina existente sobre o próprios o nome dos pais. tema, além da jurisprudência dos tribunais superiores e decisões do próprio CNJ ao Conclusões interpretar o referido Provimento. O provimento analisado trará diversos desafios a serem enfrentados como, por exemplo, a Resultados possibilidade da multiparentalidade e seus O Provimento nº 63/2017 autorizou que seja efeitos jurídicos. Deve se ter também especial feito o reconhecimento da filiação socioafetiva atenção ao fato de que a filiação constante da diretamente nos cartórios de Registro Civil. Os certidão de nascimento não é mais apenas a requisitos são simples, ser maior de 18 anos, biológica, podendo também ser a socioafetiva. capaz e ser 16 anos mais velho que o Além disso, fica demonstrada a importante reconhecido. É vedado o reconhecimento entre participação do Registro Civil das Pessoas irmãos e pelos ascendentes e também quando Naturais na prevenção de conflitos e na solução houver discussão judicial sobre a filiação ou dos novos dilemas do Direito de Família. O procedimento de adoção. Cabe observar que o registro passa a retratar cada vez mais a Provimento admite a multiparentalidade, ou realidade social e não meramente a verdade seja, a concomitância do vínculo biológico com biológica. o socioafetivo, podendo o reconhecido ter mais de um pai ou mãe registral. Por isso, o reconhecimento depende da anuência dos pais Referências Bibliográficas que constam do registro, além da anuência do BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. próprio reconhecido, se maior de 12 anos. Cabe Provimento n. 63. 2017. Disponível em: ao registrador fazer entrevista pessoal com os http://www.cnj.jus.br/files/atos_administrativos/p interessados a fim de verificar a inexistência de rovimento-n63-14-11-2017-corregedoria.pdf. indícios de fraude, vícios de vontade ou dúvida Acesso em 10.10.2018. sobre a existência da posse de estado de filho, DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das além de alertar quanto as consequências famílias. 8. ed. São Paulo: Ed. Revista dos jurídicas do reconhecimento. Portanto, não Tribunais, 2011. basta o mero reconhecimento, se faz necessário MADALENO, Rolf. Curso de direito de família. 6. a presença da posse de estado de filho, ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. caracterizada pelo vínculo continuo e duradouro CASSETTARI, Christiano. Multiparentalidade e de afeto e o tratamento mútuo como pai ou mãe parentalidade socioafetiva: efeitos jurídicos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017.