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INTRODUÇÃO:
“Deixar acontecer é uma liberação da vida. Deixar acontecer nos faz líricos,
macios, um rio impetuoso correndo, cambaleante,
circunavegante,
canção cânone,
vindo e indo
“Esta é a primeira vez que eu tive um grupo de três dias para eu mesma fazer
este trabalho (seria isto um trabalho?). Estou pronta para orquestrar estes dias de
abertura para si mesmo e para os outros. Que ambiente fabuloso! E as pessoas estão
querendo o que eu tenho a oferecer...”
____________________
1
Trabalho apresentado no I Fórum Internacional da Abordagem Centrada na Pessoa, México, 1982.
2
Tradução de Maria do Céu Lamarão Battaglia e Revisão de Marcia Tassinari – Abril – 1989
Escrevi estas linhas após uma manhã de trabalho com um grupo de quinze
pessoas através de alguns movimentos (vagarosos e rápidos) com e sem sons e música.
Depois do movimento, nós utilizamos lápis cera e expressamos nossos sentimentos
usando cor, linha e ritmo sobre o papel. Depois de criarmos nosso painel, nós
escrevemos por dez minutos sem parar para editar o que escrevemos ou nos preocupar
com a grafia ou pontuação. Então o poeta em mim e nos outros, transbordou. Meu
entusiasmo, por ser possível ter pessoas que queriam aprender comigo num ambiente
convidativo, estava aparente.
Em 1974 iniciei, com meu pai Carl Rogers e mais cinco colaboradores,
workshops de verão residenciais chamados “The Person Centered Approach”. Por sete
estações nós nos reunimos em várias partes do mundo (de San Diego, Califórnia até
Nottingham, Inglaterra) com a participação de sessenta a cento e cinqüenta pessoas.
Estes workshops foram grandes experiências de aprendizagem para mim como um dos
membros do staff. Nós tínhamos encontros da comunidade (grupão), grupos de
encontro, grupos de interesse e bons momentos. Jared Kass (um dos membros do staff)
e eu sentimos necessidade de algo mais que falar e, logo oferecemos um “grupo de
movimento” (o qual era muito mais que movimento, e alertava as pessoas para o fato de
que elas não teriam que ficar apenas sentadas e falando) ou um “grupo de arte e
movimento”, ou “espaço-studio” que envolveria toda a mídia.
A carta seguinte a meus colegas também dará ao leitor o contexto no qual esta
abordagem evoluiu:
Nos grupos que facilitei, constatamos que o processo martela em nosso self
primitivo, nosso self criança, nosso lado de sombra e nosso lado de luz. Uma
conscientização de grupo emerge. Este processo é, para muitas pessoas uma integração
de mente, corpo, emoção e espírito. Agora estou me juntando com outros para
compartilhar nosso aprendizado. Queremos ensinar aquilo que queremos aprender.
Você é parte do processo. Eu imagino uma árvore; as raízes são a filosofia centrada no
cliente, tão básica para o crescimento humano; o tronco é o contexto social no qual
existimos e os inúmeros galhos e flores são os modos de criatividade e beleza que temos
dentro de nós. Estamos ainda para descobrir os frutos verdadeiros.
Uma vez eu aprendi muito por mim nestes grupos “não estruturados” sobre me
potencializar, ainda levou algum tempo para que eu entendesse que existem meio de ser
um “facilitador centrado na pessoa”. Centrado na pessoa, na minha mente, não quer
dizer sem estrutura. Em minha opinião, a não estrutura de Carl é muito claramente uma
estrutura com alguns resultados previsíveis.
Sinto que quando aplico a filosofia dele a meus grupos, minha personalidade irá
determinar a estrutura. Meus valores, minha filosofia, o modo que sou como facilitadora
é aceitador, congruente, empático e vindo do coração (Não gostei das palavras
consideração positiva incondicional). O que faço como facilitadora é oferecer as pessoas
algum movimento, técnicas de arte e escrita, que irão dar a elas uma maneira de se
expressar sem verbalizar. Eu as conduzo em exercícios estruturados em movimentos de
modo que eles tenham o “vocabulário” com o qual poderão falar através de seus corpos.
Eu os levo, através de experiências de arte, fantasia e escrita, que irão possibilitar a elas,
a exploração de seu mundo interior. Deste modo, respondo a eles no meu modo
(centrado na pessoa). Ser um psicoterapeuta e um facilitador de grupo é uma forma de
arte baseada na filosofia e não na metodologia.
Minha própria definição evoluiu com o passar dos anos e inclui as palavras
“Abordagem Centrada na Pessoa para a Terapia Expressiva”, para distinguir a minha
abordagem da escola analítica de psicoterapia e das artes. Estou combinando o processo
de psicoterapêutico centrado na pessoa com o uso de formas de expressão artística.
A medida que observo aquilo que outros terapeutas expressivos estão fazendo e
escrevendo, chego a conclusão que eu e uns poucos colegas desenvolvemos um
processo bastante singular. Os departamentos das Universidades de Terapia Expressiva
oferecem cursos separados de dança-terapia, arte-terapia, etc. Estou interessada em
combinar as diversas formas de expressão para desencadear o potencial criativo que
existe em cada indivíduo. Estou intrigada com aquilo que chamo “a conexão criativa”.
Quer dizer, a conexão entre o movimento, escrita e arte. Quando toma consciência de
meus movimentos, me abro para sentimentos profundos que poderão então ser
expressos em cor, linha ou forma. Quando escrevo imediatamente após o movimento e a
expressão artística, existe um fluir (algumas vezes poesia). Quando descobri este
processo, por mim mesma, quis expandi-lo e criar uma atmosfera onde outros poderiam
se explorar do mesmo modo.
Mais adiante irei discutir as várias sequências que desenvolvi para atingir entre
processo de abertura. Por agora, quero frisar que estou dando ênfase a um processo, não
aos produtos da arte ou execução da dança. Desejo permitir que as pessoas possam se
desinibir (descascar a cebola) e usar os sentimentos que estão aflorando como uma fonte
para seu auto-conhecimento e criatividade. Frequentemente isto leva também a uma
sensação de unidade com o Universo.
“Se você dança mas não escreve, se você escreve mas não pinta, se você pinta
mas não se move, este é um curso para você descobrir as conexões. Ou se você pensa
que não faz ou não pode fazer nenhuma dessas coisas, junta-se a nós e você ficará
surpreso. Nós criamos para conectar as nossas fontes interiores e para alcançar o mundo
e o Universo. Iremos discutir como estas formas de expressão poderão ser usadas no seu
trabalho e em suas casas”.
A estrutura improvisada fornece um caminho para usar todas as nossas partes
livremente. Esta pode ser uma jornada alegre, cheia de vivacidade, onde aprenderemos
em muitos níveis: o sensorial, cinestésico conceitual, emocional e místico.
É muito mais fácil para mim lidar com algumas emoções fortes “fazendo” do
que falando/pensando”.
Acredito que todos nós somos capazes de ser profunda e lindamente criativos
quer visando esta criatividade no modo como nos relacionamos com nossa família, ou
pintando um quadro. As sementes da maior parte de nossa criatividade vem do
inconsciente, de nossos sentimentos e intuições. O inconsciente é o nosso poço
profundo. Muitos de nós pusemos uma tampo sobre este poço. Os sentimentos também
são uma finte de nossa criatividade, amor, ódio, medo, mágoa, alegria, todas elas são
emoções que podem ser canalizadas em feitos criativos dança, música, arte ou escrita.
Explorar suas forças interiores (o que inclui olhar para o seu lado
sombrio);
O ambiente físico:
O local em que estamos afetam nosso modo de sentir e aquilo que podemos
fazer. Portanto um ambiente apropriado para nossas atividades criativas é essencial. Dos
espaços que tenho usado três deles se sobressairiam como sendo muito adequados às
nossas atividades. Um foi o espaço da Capela na Bélgica mencionado no início deste
artigo, outro foi o espaço em uma velha capela em New College, em São Francisco e o
terceiro foi o espaço dormitório em Ashland, no Oregon. Ambas as capelas tinham tetos
bem altos, boa acústica, um grosso tapete no assoalho (que torna o sentar, deitar e
movimentos no chão muito mais confortável), de um lado um palco baixo e uma
iluminação que poderia variar. Ar fresco, alguma vista e privacidade são também pré-
requisitos. Se nós quisermos cantar alto ou agir como ursos cinzentos, devemos poder
fazer isso sem incomodar os outros. O espaço deve ser grande o bastante para um grupo
de vinte pessoas poderem se movimentar rapidamente sem bater nos outros. Ainda
assim deverá ser íntimo o bastante de modo que, ao sentarmos em um canto falando
sobre nossas descobertas interiores, não iremos sentir uma frieza impessoal no aposento.
Um ginásio é muito grande e a maioria das salas de reunião são muito pequenas. O
salão dormitório vazio, revestido de lajotas e as grandes janelas nos serviam muito bem.
No caso de respingar tinta no chão, tornava-se fácil limpar.
Em volta das paredes da sala estão localizadas mesas com vários equipamentos,
material artístico, instrumentos musicais e fantasias. A medida que os participantes
começam a se movimentar em volta do aposento para explorar o ambiente (o que eu os
convido a fazer) isto é o que eles veem:
Uma mesa com material artístico incluindo tintas e óleo, vários tamanhos e cores
de fita gomada, grampeadores, hifrocor, papel, argila, pratos de papel (para usar
embaixo das peças de barro ou qualquer outro propósito) e talvez algum material
para colagem como revistas, fazendas, algodão e lixas de papel;
Uma mesa com instrumentos musicais que qualquer pessoa seja capaz de tocar
como: tambores, pratos, sinos, tamborins, triângulos, blocos de madeira, latas e
jarras e flautas simples;
Algumas vezes tivemos materiais que poderiam ser usados para construir
estruturas, coisas tais como escadas e pranchas de madeira, caixas ou módulos
de papelão grosso, uma rede de tênis ou um para quedas. Estes itens podem ser
usados para modificar totalmente o ambiente se os participantes assim o
desejarem;
Uma mesa cheia de livros e artigos em exposição para consulta e leitura. Tenho
livros com quadros de mascaras e grupos primitivos praticando seus próprios
rituais e também os livros que constam das referências deste artigo. Os tópicos
são: arte-terapia, terapia do movimento, músico-terapia, criatividade, discussões
sobre o hemisfério direito do cérebro e artigos sobre o processo de grupo e
psicoterapia centrada no cliente;
Caso meu sonho se realize, algum dia terei equipamento de vídeo e uma pessoa
que goste de participar ficando atrás da câmera. Uma das mais eficazes
ferramentas para a aprendizagem neste tipo de trabalho é o feedback pelo vídeo.
Tive a ocasião de experienciar isto numa das aulas de movimento de Anna
Halprin e achei de um valor incalculável. Usei esta técnica treinando
conselheiros mas nunca tive a oportunidade de usar este sistema no meu trabalho
de Conexao Criativa. Como participante você irá explorar este ambiente e as
possibilidades de tentar novas coisas irão ocorrer. Talvez seja amedrontador
antecipar o que pode vir a acontecer, se você não estiver se sentindo bloqueado
no uso de qualquer desses materiais ainda assim a variedade de materiais é
tentadora. Sua tendência natural será: pegá-los, olhá-los, tocá-los e experimentá-
los. Algumas pessoas têm a reação “Oh! Que bacana”, outras poderão pensar
“Meu Deus! Em que espécie de bobagem eu fui me meter!” Outros podem se
sentir tímidos, porém curiosos.
O CLIMA PSICOLÓGICO
“O ponto alto foi a sua habilidade em facilitar o grupo em termos como nos
relacionarmos uns com os outros”.
Pela minha maneira de trabalhar através de uma escuta sensível, respeito pelo
outro e frequentemente dividindo o grupo em pequenos subgrupos de dois ou três para
um compartilhar mais pessoal, os participantes muitas vezes tornam-se conselheiros
entre si e a confiança no grupo impera. Quando o clima é psicologicamente seguro, os
indivíduos podem assumir novos riscos. Se eles sabem que estão sendo respeitados,
encorajados, empatizados e confrontados de maneira amável, estarão mais disponíveis a
enfrentar o desconhecido. A seguir vem comentários de participantes que encontraram o
ambiente seguro o bastante para desenvolver novos aspectos sobre eles próprios:
“Fiz coisas que sempre temi, como ficar em pé diante de um grupo e atuar”.
1. Estar ciente de seus sentimentos são uma fonte para que a expressão criativa seja
canalizada para a arte (pintura, argila ou colagem) ou escrita ou movimentação.
Por exemplo se você está se sentindo confuso, você pode dançar ou desenhar a
confusão. Mesmo se você estiver cansado, você pode dançar este cansaço. Se
você estiver triste ou alegre você pode usar cores ou um poema, uma canção ou
um movimento para expressar estes sentimentos.
2. Esteja ciente de seu próprio corpo e cuide de si próprio neste grupo. Você é a
única pessoa que sabe se está sofrendo alguma dor e precisará adaptar os
movimentos às possibilidades de seu próprio corpo.
3. Todas as instruções dadas são sempre sugestões. Você tem a opção de não as
seguir.
4. Se você escolher observar, seja um observador participante. Isto poderá ser um
importante aprendizado para você e para o grupo. Você pode:
a) Identificar-se com alguém no grupo e experienciar através do outro;
b) Estar atento a interação e dinâmica do grupo;
c) Observar sem julgar.
5. Estas experiências e, em particular a movimentação, mexem com muitos
sentimentos. Se você sentir vontade de chorar ou emitir sons altos, isto é
definitivamente OK! Deixe que cada pessoa tenha seu próprio espaço para
experienciar estes sentimentos em profundidade sem interrupção para que ele/ela
possa encontrar uma maneira de colocar estes sentimentos dentro da arte,
movimento, música, sons ou escrita. Não se apresse muito em “ajudar”. Preste
atenção aos outros e seja atencioso, porém use seu bom julgamento ao permitir a
eles o tempo suficiente para experienciar seus sentimentos.
Todos nós nos movemos todo o tempo. Tente ficar perfeitamente parado
e verá que isto é impossível. Movimento é vida e vida é movimento. Nossos corpos
estão expressando nosso estado interno todo o tempo. Mesmo assim a maioria de
nós fica congelada se alguém nos pede para nos mover ou dançar ou expressar
aquilo que estamos sentindo.
Atualmente, a movimentação pelo exercício físico está nos levando para
fora da cadeira de escritórios, durante hora de almoço para correr ou para as
academias, para nos esticarmos e adquirir força com exercícios aeróbicos. As
pesquisas dizem que as pessoas se sentem melhor, não apenas fisicamente mas
também psicologicamente; os corredores falam a respeito de estados alterados de
consciência durante a corrida ou de refletirem sobre um problema obtendo então
insights durante o percurso.
Mary Whithehouse, uma dança-terapeuta de orientação humanista disse:
“Expressão criativa no movimento físico é linguagem sem palavras”. Ela está
dizendo que temos um completo sistema de linguagem (nossos corpos) que ainda
não havíamos percebido como tal. Estamos falando com ou através de nossos corpos
com cada bocejo, cada gesto, nossa distancia ou proximidade, e ainda assim poucas
vezes percebemos ser esta uma forma de falar.
O tipo de movimento que estou usando em meus grupos é um movimento
com consciência. A pessoa que está na aula de aeróbica não está propriamente
“sentindo” o movimento ale da preocupação em realizá-lo. O “movimento
consciente focaliza intencionalmente os sentimentos evocados quando alguém se
move. Quando estou tentando alcançar o céu com meus braços estendidos como me
sinto? Onde eu sinto o movimento? Quando eu estou na posição fetal, no solo, como
me sinto? Sozinha? Segura? O que acontece quando começo a me esticar
gradualmente? Se estou satisfeita que movimentos irão expressar este sentimento
para poder me comunicar com meus amigos? Se eu estiver zangada, que
movimentos irão demonstrar a zanga, soltá-la e me levar para outro nível?
Cheguei a conclusão que o modo como a pessoa se move, reflete seu
estado interior e sua personalidade. A dança-terapeuta Susan Wallock diz o
seguinte:
“O corpo e a psiquê são uma totalidade e a condição física é analogia à
condição psicológica. A comunicação não verbal revela como é o indivíduo, mesmo
que suas palavras digam outras coisas. Um principio na dança-terapia é que o corpo
não mente e que o movimento pode ser uma representação gráfica, uma metáfora,
para a dinâmica intra-psiquica da personalidade”. (6)
O primeiro passo na terapia do movimento é nos tornarmos conscientes
de nosso corpo – nossos movimentos no dia a dia tornam-se tão automáticos que
não temos consciência de como nos movemos ou qual o conteúdo emocional que
este movimentos passam. Podemos nos tornar conscientes de nossos corpos
focalizando nossa atenção em nossos movimentos. Se por exemplo, estou
caminhando com a cabeça para frente guiando meu corpo, preciso focalizar sobre
como me sinto. Posso exagerar, para entender o que isto está causando a meu corpo.
Posso reverter o processo pressionando meu queixo ao peito firmemente. Então,
posso sentir as emoções que estou carregando e demonstrando, ao viver a vida
“esticando meu pescoço para frente”.
O segundo passo no processo é confiar no impulso interno do corpo e
deixar que o movimento aconteça.
Pedi aos participantes que fizesse um movimento “isto sou eu”
começando com um impulso e deixando que o movimento leve a dança a diante. A
emissão de sons ajuda a conscientização dos sentimentos que estão ligados ao
movimento. O inconsciente fornece a centelha que põe o corpo em movimento. É a
diferença entre fazer alguma coisa e deixar que alguma coisa aconteça.
O terceiro passo é fazer a conexão externa com o que estava ocorrendo
intra-psiquicamente, (7). Por exemplo, um dos participantes começou o movimento
“isto sou eu” no chão enrolado como uma bola apertada. Ele experimentou isto
fazendo sons diferentes durante o movimento. Gradualmente ele tornou-se ciente da
ligação com sua vida real, a segurança que sentiu enquanto se esticava ficando
aberto e vulnerável. Foi deste modo que ele relacionou seu movimento espontâneo
com sua realidade psicológica.
Este homem agora pode criar um movimento ou dança que irá exagerar e
demonstrar os elementos de segurança e medo que vem de alguma resolução interna
cinestesicamente. Quando dançamos nossos sentimentos, pode-se mudar o estado
emocional, por varias vezes, permanentemente. O movimento espontâneo ou
improvisado, particularmente em um grupo, pode ser o caminho de conexão com
nosso inconsciente e nosso conteúdo espiritual. Diversos comentários dos
participantes falam sobre este tema:
“O movimento foi o parteiro de meus sentimentos, a arte tornou-se a
expressão dos mesmos”.
“Através de meu corpo tive minhas experiências mais profundas: os
exercícios que me tornaram pequeno e me fizeram sentir dor e os movimentos
expansivos que me trouxeram uma sensação de alegria e poder”. É interessante
notar que o mesmo exercício evocou sentimentos opostos no homem que discutimos
acima).
“Devo dizer que não dancei. Quando você nos pediu que fossemos
semestre e começássemos a crescer, eu era a semente no solo: isto me dançou! Sou
apenas um homem de negócios. Nunca vi um fantasma ou um espírito mas “isto”
dança. Fiz algo, importante para mim. Isto me deu um imenso prazer”.
Um outro participante fala de sua experiência retirado de uma fita
gravada de uma sessão de feedback em São Diego.
Ray: Entrei em contato com quão poderosa é a inibição que tenho sendo um homem
de nível acadêmico, com todo o processo de socialização que me inibe. Sempre me
choquei com a experiência estética, que é para mim olhar as pessoas dançarem. Fico
nostálgico e me pergunto: “Porque nunca aprendi a fazer isto? Por que eu conservo
esta parte em mim mesmo reprimido?”.
Natalie: Você poderia descrever sua experiência ontem? O que aconteceu com
você?
Ray: Eu me lembro de ter sentido muita raiva. Eu estava dando nós com minhas
próprias mãos e com as mãos de outras pessoas. Estou desatando os nós. Quando fiz
este gesto com meu corpo e minhas mãos, tomei consciência de como estes nós são
apertados e que grande fonte de raiva é isto. Eu poderia sentar e pensar sobre esta
minha raiva durante vinte e duas horas e jamais estar tão consciente do que esta, na
realidade, fosse! Mas a medida que eu me senti a mim mesmo me opondo ( ele fez
uma demonstração juntando as duas mãos e separando uma da outra fortemente.
Natalie: Quando olho para você afastando suas mãos dessa maneira, realmente
entendo o que você quer dizer sobre se opor a você mesmo e o sentimento interno de
raiva.
Ora (uma mulher de uns 60 anos) fala a respeito da alegria que sentiu a respeito da
experiência: de movimento:
Há alguns anos e anos que venho desejando que um homem forte me
segurasse pela cintura e rodopiasse comigo, preferivelmente na praia. Tenho tido
esta visão ou desejo há muito tempo. Aqui eu expressei este desejo verbalmente. A
realização desse desejo infantil foi maravilhosa. Emocionalmente eu voei! O
despertar desta criança em mim foi uma delicia”.
Eu citei estes participantes para ilustrar o valor da pessoa se tornar
consciente e se expressar através do movimento. A excitação do homem de negócios
que descobriu que aquela experiência “o dançou”... Que experiência maravilhosa.
Susan Wallock, citou sua professora Mary Whitehouse: “Quando o
momento em que “sou movida” aconteceu, é espantoso tanto para os que dançam
como para os que não tem a intenção de dançar. É o momento quando o ego perde o
controle, para de escolher, para de exercer de mandar, permitindo ao self tomar a
iniciativa, movendo o corpo físico à sua vontade. É um momento de rendição da
premeditação que não pode ser explicada, descrita exatamente, buscada ou tentada...
Isto é humilhante e libertador para a personalidade que exige perfeição, controle,
conformidade e todas as doenças de nosso condicionamento social”.
Tenho notado que, prestando atenção a experiência do movimento, nós
podemos encontrar níveis mais profundos de nosso ser e então usar este
conhecimento como um recurso para criar outros movimentos ou dançar (ou pintar,
escrever, criar música).
O homem que se percebeu com nós se opondo a si mesmo, poderia, se
estivéssemos tempo, expressar aquele conflito e talvez mover seu caminho dentro de
um novo sentido de si mesmo. A medida em que ele foi, mais cinestesicamente
entrando nessa experiência de se atar em nós, ele poderia ter sido encorajado a
encontrar um caminho e viver a experiência de libertar-se fisicamente, dissolvendo
estes nós. Esse tipo de aprendizado cinestésico dura muito tempo. É uma espécie de
“ah há” que permite a uma pessoa “saber” o que é certo e apropriado para si mesmo.
Existe uma mudança para o hemisfério direito o aprendizado intuitivo neste tipo de
experiência. Uma vez mais eu cito Wallock, descrevendo sua professora:
“Foi como se, na sessão, houvesse uma mudança da conscientização para
a forma do hemisfério direito, tanto em Mary quando no cliente. Houve uma
vontade de suspender o julgamento, de se relacionar com as coisas como elas eram
no momento presente, de entender os relacionamentos metafóricos, de ver as coisas
em relação as outras coisas e perceber como as partes poderiam se juntar para
formar um todo. De fato, a abordagem de Mary, movimento em profundidade,
encorajou a mudança do processo analítico verbal para um processo espacial e
global. Ela sempre falou a respeito de se confiar na intuição das pessoas, trazendo
insights muitas vezes baseados em padrões incompletos, palpites, sentimentos,
imagens visuais que seriam funções do hemisfério direito”. (8)
Desde que, descobrir novos aspectos de mim mesma, através d
movimento, não me surpreende, é que eu desejo encontrar maneiras de criar um
ambiente propício para outros. Em meu livro, “A mulher Emergente – Uma década
de transição na meia idade”, eu descrevo uma das experiências que tive no Anna
Halprins Dancer`s Workshop; em São Francisco. Aos 42 anos de idade, eu estava
reencontrando meu corpo e aprendendo a delícia do movimento. Eu teria adorado
dançar como criança, mas deixei de lado, à medida que me tornei adulta e mãe
“responsável”. No workshop de Anna desenhei um auto-retrato de tamanho natural
de meus lados direito e esquerdo. Pendurei esse retrato na parede, o estudei e dancei
aquilo que tinha desenhado, sendo filmada pelo vídeo.
Devido à câmera, pude ver minha atuação de 10 minutos. Foi uma
experiência profundamente movimentada, sacudida e tremula. Eu dancei o meu lado
direito.
“Estou rígida, circunspecta, me acuso, me culpo e me coloco para baixo.
Eu sou energética comigo mesma, bato meus pés para mim mesma, ma por dentro
estou trêmula. Sinto pânico. Me ponho no chão e me arrasto, batendo meus punhos.
Meu lado direito julga, é circunspecto e duro para comigo. Eu me canso. Então
levanto e me movo para atirar meu lado esquerdo.
“Estou livre coando, alegre e lírica, graciosa. Relaxo gradualmente. Sinto meu eu
espiritual, sensual, indo através do espaço. Divirto-me por muitos minutos. Faço um
contato visual com algumas das pessoas da sala. Este foi o primeiro movimento em
que me atrevi a olhar para qualquer pessoa... Sinto-me muito exposta, como se todas
as pessoas estivessem vendo um eu interior que eu acabava de começar a ver”.
“A medida em que danço meus dois lado tomo consciência que isto é o dialogo
continuo entre estes dois aspectos de mim mesma, que é parte de minha fonte de
criatividade. Se um lado de mim dominasse totalmente os outros aspectos, aí então
eu deveria começar a me preocupar comigo mesma. Se eu me tornasse
completamente lógica, linear em pensamento, pragmática, moralista e circunspecta,
eu iria me achar simplória e monótona. Se eu fosse predominantemente intuitiva,
receptiva, sensual e espiritual, eu iria me sentir fora da realidade, desligada e
estranha. É esta confrontação ocasional face a face de ambas as minhas partes que
traz grande excitação.” (1)
É desta forma que sei, tanto pela minha própria experiência quanto pela
condução da experiência de outros, que ao expressar nossos sentimentos através de
movimentos, descobrimos, em um nível cinestésico novos aspectos de nós mesmos.
Discuti algumas das teorias e práticas que adotei nas terapias de arte,
movimento e escrita. Tenho menos experiência ou conhecimento sobre música e
som como terapia, mas sei, intuitivamente, que isto é básico para o conhecimento de
nós mesmos. Espero aprender mais com minha filha Janet Fuchsns nesta área. Como
musicista, ela e suas colegas estão explorando o uso terapêutico do som.
Eu encorajo os participantes a usarem os instrumentos musicais que
coloco à sua disposição. Quando estamos comendo ou jogando, ou quando um
pequeno grupo está “dançando suas pinturas” eu escolho o grupo que observa para
participar, usando instrumentos ou as vozes para apoiar o movimento. Isto evita que
eles pensem que estão fazendo um solo. Eles sentem o apoio entusiástico que
estamos dando, fazendo sons.
Naturalmente, nós também usamos discos e fitas como fundo musical
para muitos dos movimentos, e frequentemente, faço com que as pessoas emitam
sons para expressar os sentimentos que são evocados com seus movimentos. Um
dos participantes disse: “A música acordou parte de mim, que jaziam estagnadas por
uma década”.
IMPROVISAÇÕES
***
***
10:00 vamos nos conhecer verbalmente Talvez você tenha um ou dos exercícios
que permitam que as pessoas se dêem a conhecer de um modo não verbal para reduzir
as tensões e trazer para o grupo um sentimento de confiança. Talvez uma forma de
“conversação com as mãos” onde duas pessoas sentam-se frente a frente e exploram as
mãos um do outro, sem palavras.
10:40 sequência “Este sou Eu” movimentos aquecimentos Este sou Eu: uma
sequência de movimento, arte, fantasia em redação.
Movimento: movimentos energéticos para relaxar ansiedades, para que as pessoas
acordem e se divirtam. Prestar atenção aos sentimentos evocados durante os
movimentos. (Eu conduzo estes movimentos) – ser uma criança num balanço, com
sons; - imaginar que está colhendo frutos de uma árvore; - uma pessoa cortando lenha,
com seus ruídos; - andar com música conscientemente: rápido, devagar, mais devagar
ainda, correndo, mancando, andando com atitudes diferentes. (como um velho, uma
pessoa sexy, uma pessoa ferida, uma criança). Movimentos vagarosos no chão. Esteja
atento aos sentimentos evocados, agora que você está mudando:
- faça uma bola com seu corpo, uma posição fetal (com música).
Gradualmente, vá se esticando. Repita este movimento 2 ou 3 vezes. Levante os braços
acima da cabeça e respire. Estique-se. Enrole-se mais e mais, vagarosamente.
11:30 Fantasia dirigida Quem sou eu agora? Uma fantasia dirigida. “Feche os
olhos, respire profundamente por uns poucos minutos. Conforme a música vai tocando,
imagine que sua mente é um projeto de slides e que várias cenas de sua vida durante
esta última semana, estão sendo passadas. Não se detenha em nenhuma cena por muito
tempo, porém preste atenção aos sentimentos que cada cena está despertando em você.
Ai então passe para outra cena. Agora focalize uma cena que tenha algum conteúdo
emocional que você deseje entender mais a fundo. Conserve este sentimento por alguns
segundos. Talvez seja um sentimento de alegria, de pena, de acanhamento, esperança,
dor, raiva – qualquer que você deseje explorar dentro de você.
11:45 “Este sou Eu” movimento Agora, gradualmente, deixe que seus olhos se
abram apenas o suficiente para que você possa começar a se mover. Gradualmente
coloque um pouco do sentimento antes experimentado dentro de algum movimento,
sentada, deitada ou em pé. Pode ser um movimento bem simples, mas conserve-o para
que você possa estar consciente de que seu corpo está falando. Ou talvez seja um
movimento complexo. Lembre-se, no movimento você tem espaço – alto, baixo, largo
ou estreito, e você terá ritmos e atitudes que pode usar, como fizemos nos
aquecimentos. Você pode emitir sons para acompanharem os movimentos. Eu sou a
única pessoa que estou olhando. Esta é a minha Dança Agora”.
12:00 “Este sou Eu” Quadro com mão não-dominante “Agora pare e sente-se
quieto por um minuto. Deixe a sua mente fantasiar cor, linha, ritmo, movimentos que
emergem de seus sentimentos. Vá então para a mesa de arte, pegue uma caixa de tintas e
papéis. Com sua mão esquerda (ou sua mão não-dominante) use as cores para expressar
“É assim que me sinto neste momento”. Pode ser um abstracionismo ou simbolismo –
qualquer coisa que brote dos seus sentimentos naquele momento. Não se trata de um
desenho ou produto como tal. É a expressão de como você se sente naquele momento.
12:20 Redação livre “Quando você tiver terminado o quadro, pegue uma folha
de papel de escrever, e tire uns dez minutos para redação livre”. (Eu dou instruções para
redação livre).
3:00 Aprendizados O grupo inteiro retorna ao círculo para falar sobre o que cada
uma aprendeu daquela sequência. “O que você aprendeu sobre si mesmo? Algo de
novo?”
7:00 Dança de Sombras solo “Esta noite iremos nos aprofundar mais ainda com
a pintura que você criou, agora que temos os subsídios dados pelos membros do seu
grupo. Você pode pendurar sua pintura na parede e estudá-la sob estes novos aspectos.
Iremos usar os spots de luz no assoalho para criar sombras. Você irá se mover olhando
para sua própria sombra, improvisando movimentos que expressam como você se sente.
A pintura é apenas um ponto de inicio. Você pode imaginar uma conversa com sua
sombra. Nós seremos seu grupo de apoio. A medida que você se move, iremos usar
instrumentos ou nossas vozes para dar apoio aos seus movimentos. Tentaremos ser
sensíveis aquilo que você fizer e não iremos forçá-lo em uma outra direção. Se você não
gostar da nossa música, diga-nos”. (Esta sugestão geralmente cria pânico nas pessoas,
porque agora elas estarão por sua própria conta. Mas depois que uma pessoa mais
corajosa começa, torna-se evidente que é divertido. Eles não irão notar a “audiência”
porque estarão – olhando para sua enorme sombra), brincando com ela.
***
9:00 am Meditação Feedback Começarei a meditação dirigida que irá nos ajudar
a relaxar e nos afinarmos com nosso eu e com cada pessoa do grupo. Então eu pergunto,
“Onde está você agora? O que está sentindo com relação ao dia de ontem? Você
sonhou? Quaisquer outras reações?”
9:45 Movimento – Aquecimento Brincar de pegar (com música animada tocando)
Exercício tipo ioga (com música suave)
11:30 Conceitos sobre o seu “Eu” “O próximo passo será escrever cinco conceitos
sobre cada um de seus lados, começando sempre com “Eu”. Por exemplo: “Eu sou forte
e atarracado”. Eu estou nua, sentindo empertigado. “Eu sou graciosa”, etc. Estes
conceitos deverão se referir ao lado de seu corpo para o qual você esteja olhando. “O
próximo passo será abrir o papel e ver se existem diferenças entre os dois lados”.
Observando cada retrato “Agora deixe seu retrato de lado e dê uma volta pela sala
para o quê as outras pessoas fizeram. Tente se imaginar como se fosse aquela pessoa do
desenho. O que você sente?
12:30 p.m Grupo todo: “O que você descobriu sobre você mesma? Como se
sentiu a este respeito?”
1:00 Pausa para o almoço
2:00 “Agora vocês irão formar grupos de seis. Eu Gostaria que cada um de vocês
se alternassem na colocação do seu retrato na parede, e ajudado pelo grupo, dançasse o
lado direito e o esquerdo. Vocês agora têm os conceitos “Eu” e subsídios de todos os
membros do grupo e gostaria que vocês se aprofundassem mais neste tema. Estudem
realmente o retrato e os conceitos que obtiveram para o lado direito. Então passem
algum tempo elaborando os sentimentos relativos a este lado. Façam alguns
movimentos, alguns sons, também se o desejarem para retratar os sentimentos deste
lado seu. Os membros do grupo podem ajudar talvez participando de sua dança, se você
quiser, ou usando instrumentos e suas vozes para acompanhar seus movimentos”.
Quando você houver terminado a dança de cada lado de você mesma e tiver sentido a
diferença, tente então um movimento que integre a esquerda e a direita, e veja como
você se sente”.
Tenho usado estes exercícios por anos e anos. Mas somente agora estou
começando a colecionar alguns dos retratos e conceitos de participantes de grupos. Os
resultados são tão interessantes que fundamentam o estudo e alguma relação com os
construtos teóricos de Ornstein e outros. Conceitos típicos de participantes seguem:
*******
Hey, você! Alma assimétrica.
Eu estou aqui e seu empurrão
está deixando seu tributo.
Por favor pare, preste atenção em mim
Eu sou macio como um salgueiro
Eu me curvo como uma árvore
Eu sou uma lua no deserto
Eu sou canção no céu
Minha imagem subjetiva é,
“todos voam!”
Você precisa de mim para o equilíbrio
o mundo está guiando
A luta terminará
Quando saborearmos nosso yin”.
*****
ENCONTRANDO SEU ESPAÇO VITAL
Uma outra sequência que Jared criou e nós dois expandimos, demonstrou
ter profundas implicações para os participantes. Nós denominamos isto “Encontrando
seu espaço Vital”.
Depois da sequência usual do tempo de meditação seguido de, pelo
menos quarenta minutos de movimento consciente, dei instruções como o que se segue:
1. “Encontre um lugar na sala, no qual você irá explorar ser próprio espaço. Você
pode usar qualquer item: móveis, paredes, portas, etc. Agora feche seus olhos e
explore o espaço físico que você quer e precisa para você mesmo. Este é seu
espaço vital. Isto é uma metáfora. Experiencie isto por cinco minutos. Esteja
atento a seus sentimentos durante este tempo. Você pode se aborrecer, mas
permita que o aborrecimento surja. Experiencie o espaço que você criou para
você mesmo em todos os aspectos. Faça sons em seu espaço”.
2. (depois de cinco minutos) “Agora pare. Esteja consciente de como você se
moveu para explorar aquele espaço e os limites que você criou. Agora, use o
método oposto para explorar seu espaço – Se você foi pequeno, seja grande. Se
você foi expansivo, seja pequeno. Emita sons. Veja isto leva você. Novamente
mantenha seus olhos fechados o máximo possível para aumentar a sua
conscientização interior”.
3. (depois de cinco minutos) “Escolha se você irá usar cores, barro ou colagem
para expressar aquilo que você vem experienciando, Você terá meia hora para
usar meios de arte para expressar a experiência de seu espaço vital”.
4. “Escreva um estilo livre por dez minutos. Não censure aquilo que você escreve.
Não se preocupe com a ortografia, pontuação ou gramática. Você não irá
compartilhar sua redação com ninguém a menos que deseje, mais tarde.”
CONCLUSÃO
NOTAS
SELECTED BIBLIOGRAPHY
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Reys Station, CA 94956, 1980.
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Rhyne, Janie The Gestalt Art Experience, 1973, Brooks/C Publishing C. Monterey,
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Edwards, Betty Drawing On the Right Side of the Brain, J.P. Tarcher, Inc. Los Angeles,
1979.
Ornstein, Robert The Psychology of Consciousness, New York: Viking, 1972.
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Expressive Therapy
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