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Pneumática e Hidráulica

SENAI – Francisco Beltrão - Paraná Data: / /2019

Curso Técnico em Eletromecânica – Professor: Elton Ricardo

Para denominação dos elementos de trabalho, Cilindros, utiliza-se números


seguidos de ponto e zero.
Exemplo: 1.0 , 2.0 , 3.0 ...

Para denominação dos elementos de comando, aqueles que comandam diretamente


os elementos de trabalho, utiliza-se o número do elemento de trabalho, seguido de ponto e
número um.
Exemplo: 1.1 , 2.1 , 3.1 ...

Para denominação dos elementos de sinal, aqueles que pilotam os elementos de


comando, utiliza-se o número do elemento de trabalho, seguido de ponto e um número par
para aqueles elementos responsáveis pelo avanço dos elementos de trabalho, e ponto e
um número ímpar para aqueles responsáveis pelo retorno dos elementos de trabalho.
Exemplo:
Elementos de sinal de avanço: 1.2 , 2.2 , 3.2 , 1.4 , 2.4 ,3.4...
Elementos de sinal de recuo : 1.3 , 2.3 , 3.3 , 1.5 , 2.5 , 3.5 ...
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Para denominação das unidades de preparação de ar utiliza-se o número zero,
seguidos de ponto e um número crescente.

Exemplo: 0.1 , 0.2 , 0.3 ...

Para denominação de válvulas reguladoras de fluxo e válvulas de escape rápido,


utiliza-se o número do elemento de trabalho seguidos de zero e um número par para os
elementos responsáveis pelo avanço do cilindro e zero ponto e um número ímpar para os
elementos responsáveis pelo retorno dos elementos de trabalho.

Exemplo : 1.02 , 1.03 , 2.02 , 2.03 ...

TIPOS DE SEQUÊNCIAS

Há dois tipos de seqüências para comandos pneumáticos:

- Seqüência direta, não ocorre contra pressão.

- Seqüência indireta, ocorre contra pressão.

Consideramos contra pressão, quando uma válvula de “função memória” recebe


sinais simultâneos e opostos, também chamado de sobreposição de sinais. Uma sequência
de comando pneumático sempre será composta de uma quantia par de passos de
movimentos, pois para todo elemento de trabalho que avançar, em algum momento da
sequência ele deverá recuar. Assim sendo dividindo-se uma sequência ao meio, deve-se
verificar as ordens de suas metades. Caso elas estejam na mesma ordem trata-se de uma
sequência direta, caso contrário será uma sequência indireta.

Exemplo:

A+B+ | A-B- ( sequência direta );

A+B+ | B-A- ( sequência indireta );

A+B+C+ | A-B-C- ( sequência direta );

A+C+B- | A-C-B+ ( sequência direta );

A+B+C+A- | D+B-D-C- ( sequência indireta);

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ELABORAÇÃO DE CIRCUITOS PNEUMÁTICOS

Na elaboração de um projeto, muitos métodos podem ser empregados. Porém o


critério principal para a escolha de cada um reside quase sempre em atender as
necessidades de cada usuário. Entre essas necessidades, destacam-se algumas, como por
exemplo, a economia de tempo de elaboração e custo final do projeto.

Também é importante que não exista a obrigação de especializar pessoas para o


projeto, montagem e principalmente para a manutenção do sistema. As modificações
eventuais devem ser previstas e também quando ocorrerem, não podem requerer muito
tempo. Outro ponto importante em um projeto pneumático é a possibilidade de uma rápida
localização de defeitos, assim como substituição fácil e rápida dos componentes.

Enfim, os circuitos devem ser seguros e confiáveis. Projetistas experientes podem


resolver intuitivamente, mediante meios reduzidos, defeitos simples. Em caso de problemas
mais extensos ou que tenham a necessidade de mudanças frequentes na sequência, surge
a exigência constante de novas soluções. Para estes casos, métodos mais racionais
deverão ser buscados, visando uma maior rapidez para a solução. Além da solução intuitiva
que depende da experiência de cada projetista, existem dois métodos que são os mais
utilizados para resolução de circuitos pneumáticos, são eles:

Método CASCATA e o Método PASSO-A-PASSO.

ESCOLHENDO UM MÉTODO

Se a sequência for indireta e de poucos passos, o circuito poderá ser elaborado


intuitivamente, caso contrário, se a sequência indireta e de muitos passos, devemos
considerar um dos dois métodos indicados. Podemos considerar uma sequência de poucos
passos se a mesma possuir até seis passos.

Exemplo:

A+B+ | B- A- (indireta e de poucos passos)

A+C+C- | B+B-A- ( indireta e de poucos passos )

A+A-B+C+ | C-A+A-B- ( indireta e de muitos passos )

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ELABORAÇÃO DE CIRCUITOS INTUITIVAMENTE

Elaborar circuitos pneumáticos intuitivamente é uma forma muito utilizada de solução


de circuitos pneumáticos, mas presta-se aos casos onde a sequência é simples (direta e
de poucos passos). Esta forma de solução torna-se inconveniente para sequências mais
complexas, por exigir bloqueio de sinais, válvulas de função memória, emissores de sinais
com acionamentos escamoteáveis, cortes de sinais, etc. Tais procedimentos, além de
elevar o número de componentes, torna a solução mais demorada e incerta quanto ao
funcionamento.

A isso se soma o fato de que somente a pessoa que o projetou, terá pleno domínio
deste, por se tratar de uma solução criativa e pessoal. E quando em funcionamento, em
caso de avaria, a busca do defeito é problemática e demorada, comprometendo, portanto
a solução.

PROCEDIMENTO PARA A ELABORAÇÃO

Sequência exemplo: A+A-B+B

Passo 1 : Fazer o diagrama de movimentos “Trajeto e Passo

Verificar as possibilidades de contra pressão (sinais simultâneos e opostos para o


mesmo elemento de trabalho)

Passo 2: Desenhar os elementos de trabalho, para a sequência exemplo A+AB+B-, já


entende-se que esta possui dois elementos de trabalho.

Passo 3: Desenhar os elementos de comando, identificando-os, pois isso torna


mais fácil a visualização da solução do circuito. Para dois elementos de trabalho, teremos
o mesmo número de elementos de comando.

Passo4: Desenhar os elementos de sinais, identificando-os conforme as


solicitações da sequência.

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Passo 5 : Desenhar a alimentação dos elementos de sinal e de comando , e traçar as
linhas de alimentação , sinais e trabalho.

Passo 6 : Desenhar o acionamento dos emissores de sinal.


Observação: Verificar as possibilidades de contra pressão utilizando conhecimentos de
recursos existentes para elimina-la do circuito: Válvulas com acionamento escamoteável,
válvulas de corte de sinal, válvulas com função memória.

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ALGUMAS MANEIRAS DE EVITAR OU ELIMINAR A CONTRA PRESSÃO

Para eliminar uma contra pressão podemos utilizar: - Válvulas de acionamento tipo
escamoteável (Gatilho). Um acionamento tipo escamoteável (gatilho) na válvula que estiver
mantendo o sinal, pois esta tem a finalidade de emitir um sinal de curta duração. O gatilho
em sua instalação, jamais poderá ficar acionado, caso contrário, perderá sua função.
- Válvulas com função “Memória”

É chamada de válvulas “Memória” todas as válvulas que possuem duplo


acionamento, acionamento duplo piloto ou duplo solenóide (para o caso de elétroválvulas).

Podemos utilizar uma válvula com função memória de 3/2 vias (NF), instaladas em
série com a válvula que está provocando a contra pressão.

Obs: Para eliminar a contra pressão, o emissor de sinal, além de pilotar o elemento de
comando, também deverá pilotar a válvula memória, para eliminar a contra pressão.

Obs: Se em um circuito for necessário acrescentar duas válvulas memória para cortar
sinais, e ambas forem pilotadas (onde uma abre e outra fecha) pelos mesmos emissores
de sinal, elas poderão ser substituídas por uma válvula memória de 5/2 vias (inversora de
sinal), que passará a alimentar as válvulas que provocam a contra pressão.

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ELABORAÇÃO DE CIRCUITOS PELO MÉTODO CASCATA

Este método é utilizado quando se tem uma sequência indireta e não muito extensa,
até 7 grupos.

Quantidade de grupos em uma sequência:

Para determinar a quantidade de grupos em uma sequência, deve-se dividi-la da


esquerda para direita, de tal forma que em cada grupo, não haja repetição de letras.

Exemplo: Considere a sequências a seguir :

A+B+B-B+A-C+C-B-A+A-

A+B+B-B+A-A+C+C-A+A-

Com a divisão dos grupos, as sequências ficarão:

A+B+ | B- | B+A-C+ | C-B-A+ | A- ( 5 grupos )

A+B+ | B- | B+A- | A+C+ | C-A+ |A- ( 6 grupos )

O método cascata consiste em selecionar linhas de pressão, através de válvulas com


função memórias (5/2 vias ou 4/2 vias), alimentadas em série, de tal forma que somente
uma linha de pressão terá ar por vez.

As contra pressões do circuito são eliminadas nas trocas de linha. O número de


memórias não deve ultrapassar seis, devido à queda de pressão que irá surgir (provocada
pela alimentação das memórias em série) retardando assim os sinais.

Obs: A pressão de início encontra-se sempre na última linha, devido à posição inicial da
ultima válvula memória. A alimentação do sinal de partida é sempre ligada a ultima linha do
circuito cascata, que é a linha que inicialmente possui pressão.

Os sinais de final de curso responsáveis pela troca de grupos são sempre


alimentados pela linha anterior ao próximo passo, garantindo a troca de linha em sequência
e a anulação de contra pressões. Para ter pressão na linha um, aciona-se a partida, que irá
pilotar a última válvula memória, de cima para baixo. Neste instante a última linha que
alimenta o botão de partida ficará em exaustão (eliminando uma sobreposição de sinal) e a

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primeira linha, de cima para baixo, ficará com pressão, habilitando a execução dos passos
do primeiro grupo.

O sinal de fim de curso do último passo do grupo um irá enviar um sinal para que a
primeira válvula da sequência em cascata comute, trocando o ar da primeira linha para
segunda linha, desta forma, colocando a pressão da primeira linha em exaustão e
habilitando os passos do segundo grupo (linha dois).

Da mesma forma, o sinal de fim de curso do último passo do grupo dois, irá enviar um sinal
para a segunda válvula da sequência em cascata, trocando o ar da segunda linha para a
terceira linha, habilitando os passos do terceiro grupo (linha três) e colocando a pressão da
segunda linha em exaustão, anulando dessa forma as contra pressões.

E assim sucessivamente até que a linha com pressão seja novamente a última, permitindo
que a válvula de partida seja acionada novamente e um novo ciclo se reinicie.

ELABORANDO UM CIRCUITO COM O MÉTODO CASCATA

Passo 1 – Dividir a sequência em grupos.

Passo 2 – O número de linhas de pressão será igual ao número de grupos

Passo 3 – O número de válvulas memória que atuam como selecionadoras de linha


de pressão será igual ao número de linhas menos um.

Exemplo: para cinco linhas de pressão, quatro válvulas selecionadoras.

Passo 4 – A alimentação do botão de partida, vem da última linha do circuito cascata.

Passo 5 – A última válvula do circuito cascata, que alimenta a última linha é


desenhada inicialmente acionada, e o sinal de partida é dado na pilotagem do lado direito
da válvula, reposicionando-a a posição inicial e desta forma colocando a pressão da última
linha em exaustão e direcionando o ar diretamente para a primeira linha.

Passo 6 – As válvulas de sinal de fim de curso, responsáveis pela troca de ar de linhas de


pressão, são sempre desenhadas abaixo do grupo de linhas de pressão.

Passo 7 – As Válvulas de sinal de fim de curso responsáveis pelos passos do


mesmo grupo, são desenhadas a cima do grupo de linhas de pressão.

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Projeção de um circuito em cascata de dois grupos:

II

4 2

5 3
1

2 2

1 3 1 3

Projeção de um circuito em cascata de três grupos:

II

I II

4 2

5 3
1
4 2

5 3
1
2
2 2

1 3
1 3 1 3

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Projeção de um circuito em cascata de quatro grupos:

II

I II

IV

4 2

5 3
1

4 2

5 3
1

4 2

5 3
2 1
2 2 2

1 3
1 3 1 3 1 3

Projeção de um circuito em cascata de cinco grupos:

II

I II

IV

V
4 2

5 3
1
4 2

5 3
1

4 2

5 3
1

4 2

5 3
2 1
2 2 2 2

1 3
1 3 1 3 1 3 1 3

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