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DEPARTAMENTO DE PRÓTESE

DISCIPLINA DE PRÓTESE REMOVÍVEL

APOSTILA DE PRÓTESE REMOVÍVEL

P R O F E S S O R A S S O C IA D O R O B E R T O C H A IB S T E G U N

PROFESSOR DOUTOR BRUNO COSTA

P R O F E S S O R D O U T O R M A R C IO K A T S U Y O S H I M U K A I

O D O N T O L O G IA - U S P

São Paulo

2019 – versão 1.0


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Catalogação da Publicação

S817a Stegun, Roberto Chaib.

Apostila de Prótese Removível / Roberto Chaib Stegun, Bruno


Costa, Marcio Katsuyoshi Mukai. – São Paulo : Departamento de
Prótese / FOUSP, 2019.

84p.

ISBN 978-85-7040-039-0

1. Prótese parcial removível. 2. Odontologia. I. Stegun, Roberto


Chaib. II. Título
SUMÁRIO

In tr o d u ç ã o ............................................................................ 2

D e fin iç ã o ............................................................................... 3

O b je tiv o s ............................................................................... 3

In d ic a ç õ e s ............................................................................. 4

C la s s ific a ç ã o d o s a r c o s p a r c ia lm e n te d e s d e n ta d o s ...................... 7

Im p o r tâ n c ia d o d e s e n h o ........................................................ 1 0

E le m e n to s C o n s titu in te s d a P r ó te s e ........................................ 1 1

1 - A p o io ............................................................................. 1 3

2 - C o r p o ............................................................................. 1 8

3 - B r a ç o d e o p o s iç ã o ............................................................ 1 9

4 - B r a ç o d e r e te n ç ã o ............................................................ 2 0

- T ip o s d e R e te n to r e s ............................................................ 2 4

- C a l i b r a g e m d e r e t e n ç ã o …………………………………………………………29

5 - C o n e c to r m a io r ............................................................... 3 6

6 - M a lh a d a s e la e S e la ........................................................ 4 0

E le m e n to s c o n s titu in te s d o d e s e n h o ....................................... 4 5

T é c n ic a d e d e s e n h o p r o p r ia m e n te d ita - In fe r io r ....................... 4 7

M e d id a s d e r e fe r ê n c ia d o a r c o in fe r io r .................................... 5 2

L in h a s d e r e fe r ê n c ia ............................................................. 5 3

M a lh a d a s e la ...................................................................... 5 7

M e d id a s d e r e fe r ê n c ia d o a r c o s u p e r io r ................................... 6 2

T é c n ic a d e d e s e n h o p r o p r ia m e n te d ita - S u p e r io r ..................... 6 4

R e fe r ê n c ia s .......................................................................... 8 4
INTRODUÇÃO

Os procedimentos de planejamento e construção da prótese


são motivos de diversos livros – texto, assim uma etapa de
fundamental relevância para o sucesso da terapêutica é a
comunicação entre o Cirurgião Dentista (CD) e o Técnico de
Prótese Dentária (TPD). Uma das formas de comunicação é a
escrita, quando podemos descrever o que se deseja, no
entanto, na construção da estrutura metálica da prótese
removível (PR), detalhes podem fazer diferença no resultado.
Após o planejamento biomecânico e definição dos
componentes da estrutura, vem o preparo do modelo e
transferência para a boca, para posterior moldagem de
trabalho e obtenção do modelo de trabalho que será enviado
ao TPD para a confecção dessa estrutura. Assim a Técnica de
Desenho aplicada corretamente garante o sucesso da
terapêutica e auxilia o TPD na conquista desse desafio.
Esse roteiro visa tornar a etapa de planejamento e desenho
da PR facilitada e integrada à visão de se alcançar a melhor
qualidade final em termos da estrutura metálica. Para isso
estão descritos aqui os fatores primordiais de planejamento e
desenho da estrutura metálica. Os tipos de retentores
sugeridos pela disciplina, os conectores, a forma da malha da
sela e a sequência de planejamento biomecânico além do
complemento seguindo a técnica de desenho a ser executada
com todos os conceitos aplicados, que podem ser visualizados
no e-aulas da USP e acompanhe as vídeo-aulas
(http://eaulas.usp.br/portal/home.action/video?idItem=6427
a).
Vale lembrar que quanto mais bem planejada e executada
esta parte laboratorial menos trabalho e tempo de consultório
será perdido. O produto final será pago pelo paciente que
espera do profissional responsabilidade e precisão, assim
aprimorar a arte da Prótese Removível, atendendo com
qualidade e ciência as necessidades de seus pacientes, se faz
primordial!

Gratos por participar desse processo conosco, e acompanhe


as atualizações de conteúdo e conceitos.

2
DEFINIÇÃO

Dispositivo removível utilizado para a recuperação funcional


de arcos parcialmente desdentados.

OBJETIVOS

Recuperar a função e força mastigatória, fala, deglutição,


estética e ainda procura preservar as estruturas orais
remanescentes com apenas um aparelho por arco. De casos
mais simples (Figura 1) até casos mais complexos (Figura 2).

Figura 1 - Caso menos complexo.

Figura 2 - Caso mais complexo.

3
INDICAÇÕES

Todos os casos em que se perdeu um dente, até aqueles onde


apenas um dente está remanescente, dependendo das
condições gerais da boca, individual do arco e sua relação
intermaxilar e físicas do paciente (objetivo da colocação da
prótese):

Em extremidade livre

Figura 3 - Classe I subclasse 1 superior

Figura 4 - Classe II subclasse 1 superior

4
Figura 5 - Classe I subclasse 1 inferior

Figura 6 - Classe II subclasse 1 inferior

Em espaço protético intercalar

Figura 7 - Classe III subclasse 1 superior

5
Figura 8 - Classe III inferior

Figura 9 - Classe IV Superior

Figura 10 - Classe IV inferior

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Fatores econômicos: A PR, pela sua versatilidade, permite
ao profissional desenvolver uma reabilitação com custo baixo,
resolvendo os problemas imediatos de função e de estética.
Posteriormente dentro do planejamento global, podemos
ainda dar várias possibilidades de tratamento ao paciente,
como serem instalados implantes unitários sob a prótese
removível, onde após o período de ósseo-integração, os
implantes serão utilizados como pilares para elementos fixos
descartando-se assim a PR ou ainda a associando com
sistemas de encaixe.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARCOSPARCIALMENTE


DESDENTADOS

Baseando-se na classificação de Kennedy modificada por


Applegate teremos, o espaço mais posterior define a
classificação e as subclasses serão os espaços além do de
classificação, não importando o número de dentes e sim o
espaço:

Classe I: compreende casos de desdentado posterior bilateral.

Figura 11 - Classe I superior

7
Figura 12 - Classe I inferior

Classe II: compreende casos de desdentado posterior


unilateral

Figura 13 - Classe II Subclasse 1 Superior

Figura 14 - Classe II Subclasse 1 Inferior

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Classe III: compreende espaço protético dento-suportado

Figura 15 - Classe III Subclasse 2 Superior

Figura 16 - Classe III Subclasse 2 Inferior

Classe IV: compreende espaço protético dento-suportado


anterior, onde haverá necessidade das ausências cruzando a
linha média.

Figura 17 - Classe IV Superior

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Figura 18 - Classe IV inferior

Regras de Applegate:
• Espaço protético mais posterior rege a classe.
• Os demais espaços são considerados modificações da
classe (subdivisão).
• Somente os dentes ausentes que serão substituídos
deverão ser considerados.
• A classe IV não poderá ter subclasse e sempre estará
envolvida a linha mediana nas ausências dentais.

IMPORTÂNCIA DO DESENHO

É de fundamental importância que o CD:

• entenda a importância da técnica de desenho para o


resultado da estrutura metálica, pois será com o
desenho feito pelo CD que o TPD executará a confecção
da estrutura metálica.
• desenvolva o adestramento e critérios de realização do
desenho e, com o passar do tempo, não mais precisará
de régua e compasso para a sua confecção.
• assuma a responsabilidade perante o TPD na
comunicação do trabalho e a cumplicidade na troca de
informações para finalização do trabalho com perfeição.

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O TPD precisa saber exatamente o que o CD quer e onde
deseja que fique situado cada um dos elementos componentes
da estrutura metálica baseado na opinião do paciente, no
estudo, planejamento, diagnóstico e prognóstico do caso, a
partir dos princípios biomecânicos de funcionamento da
prótese em uso. Princípios estes que seguem um raciocínio
lógico de estudo, aplicando em primeiro lugar os apoios, em
seguida visualizando as linhas de fulcro, passando a perceber
as retenções indiretas e diretas de neutralização das forças
mastigatórias, desta forma verificando as regiões com força
de potência e a neutralização com resistência e finalizando
escolhendo os retentores para os dentes pilares e o melhor
conector maior para o caso. Uma vez ajustado isso com o
técnico não mais haverá necessidade de informações
detalhadas, apenas ajustes pontuais.

ELEMENTOS CONSTITUINTES DA PRÓTESE

Retentores (Grampos)

São projetados para cada dente pilar (dente que suporta uma
prótese dentária) a colocação do retentor (porção da estrutura
metálica que se fixa ao dente pilar) escolhido pelo
planejamento biomecânico.

OBS.: Vale aqui lembrar que a coroa anatômica, referenciada


abaixo, é composta pela coroa de esmalte. Onde houver
retração gengival, A parte além da coroa anatômica, exposta
com a retração gengival, caracteriza-se como coroa clínica
que não será utilizada na técnica de desenho e sim a coroa
anatômica.

São compostos por:

1. Apoio
2. Corpo
3. Braço de oposição
4. Braço de retenção (barra ou circunferencial)
5. Conector menor

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Figura 19 - Elementos onde a principal característica do retentor a
barra é o acesso da ponta ativa vindo da malha da sela de
cervical subindo ao terço médio e terço cervical da coroa
anatômica.

Figura 20 - Relação do retentor circunferencial - começa no corpo do


grampo circundando o dente entre o terço cervical e médio
da coroa anatômica expondo mais a estrutura metálica.

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1 - APOIO

Têm a função de distribuir as forças, geradas no aparelho, no


longo eixo do elemento dental e impedir o deslocamento
ocluso-gengival da prótese, além de ser onde pode gerar a
rotação da prótese nos casos dento suportados; já nos casos
de extremidade livre, além do apoio teremos o rebordo no
complemento da rotação.
Os apoios podem ser do tipo oclusal nos dentes posteriores e
lingual ou palatino nos anteriores, localizando-se no cíngulo.
A dimensão do apoio oclusal no sentido vestibulo-lingual
obedece à metade da distância intercuspídica. Já no sentido
mésio-distal o apoio envolve a fosseta proximal, no mínimo
tendo a mesma distância do sentido vestíbulo-lingual, quanto
maior mais próximo do centro do dente e assim melhor a
distribuição de cargas, porém ao aproximarmos do centro do
dente existe a possibilidade de exposição de dentina,
necessitando-se assim de uma restauração, o que muitas
vezes onera o custo final da prótese.

Regras de localização de apoios

1. Próteses dento-suportadas: o apoio deve estar sempre


adjacente ao espaço protético.

Desenho 1 - Localização dos apoios em casos de próteses dento-


suportadas.

2. Próteses de extremidade livre: o apoio deverá estar no


dente adjacente do espaço protético, longe do espaço,
isto é, na mesial e no planejamento biomecânico surgirá
mais um apoio indireto.

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Desenho 2 - Localização de apoio para extremidade livre.

Tipos:

Apoio oclusal:

Dentes posteriores:

• Triangular com base voltada para proximal.


• Distância vestíbulo-lingual deve ser a metade da
distância intercuspídica.
• Distância mésio-distal deve ser maior ou igual à
distância vestíbulo-lingual.
• No sentido mésio-distal o apoio envolve a fosseta
proximal.

Figura 21 – Desenho e forma apoio oclusal molar

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Figura 22 – Desenho e forma do apoio pré-molar

Figura 23 – Desenho e forma do apoio duplo

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A p o io d e c ín g u lo :

• D e n te s a n te r io r e s

• C o n v e x o n o s e n tid o m é s io -d is ta l

• C ô n c a v o n o s e n tid o v e s tíb u lo -lin g u a l

• C u r v a tu r a s u a v e p a r a n ã o tr a v a r a p e ç a s o b r e a r e s in a
c o m p o s ta , p o is p o d e a c a b a r p r o v o c a n d o fr a tu r a d a
r e s in a c o m p o s ta .

Figura 24 - Desenho do apoio de cíngulo

Figura 25 - Cíngulo em dentes inferiores

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N o a r c o s u p e r io r , a p o s iç ã o v a i d e p e n d e r d o tr e s p a s s e v e r tic a l d o s
e le m e n to s d e n ta is : d e v e fic a r s e m p r e a b a ix o d o p o n to d e c o n ta to
o c lu s a l c o m o d e n te in fe r io r . O c o n e c to r p o d e ta n to s a ir p o r
m e s ia l q u a n to p o r d is t a l: a fo r m a c o n tin u a r á a m e s m a .

Figura 26 – Cíngulo dente superior.

Figura 27 - Checagem com carbono do espaço para o cíngulo no arco


superior e com estrutura metálica.

Figura 28 - Observar o espaço para o metal (1mm).

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Figura 29 – Apoio metálico sobre cíngulo, observar local do aumento de
cíngulo e a forma.

2 - CORPO

É a parte de união entre os componentes apoio, e conector


menor, ou ainda, apoio, braço de retenção e oposição e
conector menor.

Figura 30 – Exemplos de desenho e estrutura metálica do corpo.

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3 - BRAÇO DE OPOSIÇÃO

É a parte do retentor responsável pela reciprocidade


(passividade da prótese): aplicada à parede lingual/palatal.
Deve ser passivo até que uma força de deslocamento seja
aplicada sobre ele. Sua localização ideal é a parte inferior
entre o terço médio e o cervical da coroa anatômica.
C a r a c te r ís tic a s :
• R ig id e z
• M a io r la r g u r a p o s s ív e l, n o m ín im o 1 m m , n o s e n tid o
o c lu s o -g e n g iv a l
• Depende sempre do campo de ação do braço de
r e te n ç ã o

T o d o d e n te q u e tiv e r b r a ç o d e r e te n ç ã o d e v e r á te r u m b r a ç o d e
o p o s iç ã o , p o r é m q u a n d o s e te m b r a ç o d e o p o s iç ã o , n ã o
n e c e s s a r ia m e n te te r á b r a ç o d e r e te n ç ã o, e e s te s e r á u m e le m e n to
d e e s ta b iliz a ç ã o .

Desenho 3 - Braço de oposição

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4 – BRAÇO DE RETENÇÃO

A função deste elemento é de impedir o deslocamento


gengivo-oclusal da prótese proporcionando estabilidade à
peça: geralmente aplicado à parede vestibular, não
necessariamente, pois devido ao planejamento do caso este
poderá estar na parede lingual. Este braço deve ser
confeccionado de tal forma que possa flexionar-se sem sofrer
deformações permanentes, pois deverá vencer certa
resistência para chegar à sua posição ou ser desalojado
desta. Sua parte ativa localiza-se entre o terço médio e
cervical da coroa anatômica.

H á d o is tip o s d e b r a ç o d e r e te n ç ã o :
4.1 Circunferencial ( C a r a c te r ís tic a s d o r e te n to r c ir c u n fe r e n c ia l )
U n ifo r m e m e n te a fila d o
1 / 3 d a in c is a l s a in d o d o c o r p o (r íg id o )
1 / 3 m é d io s e m i-fle x ív e l
1 / 3 fin a l (p o n ta a tiv a ) fle x ív e l

Desenho 4 - Forma geométrica do braço de retenção e suas proporções.

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Figura 31 – Desenho do braço de retenção circunferencial.

Figura 32 – Estrutura metálica do braço de retenção baseada no


desenho da figura 31.

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4.2 A barra

Características do retentor à Barra

• A partir do limite do 1/3 médio cervical da coroa


anatômica, traçar uma linha paralela ao eixo de
inserção
• Atravessar a borda livre da gengiva e fazer uma alça, a
não menos de 3mm, em direção à malha da sela
• Posicionamento do retentor de gengival para oclusal
• A inserção do conector menor deste braço deverá,
quando possível, inserir na malha da sela após a
distância de um dente artificial

Figura 33 – Desenho do braço de retenção a barra em “I”, observar que


a extensão para a malha da sela mede um dente artificial,
proporcionando a camuflagem da estrutura metálica.

Figura 34 – Estrutura metálica do braço de retenção a barra em “I”


baseado no desenho da figura 33.

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Figura 35 – Posição da extensão do retentor a barra equivocada, note
que a esrutura entra no meio do dente artificial.

Figura 36 - Braço de retenção retentor “7” (desenho e estrutura


metálica)

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TIPOS DE RETENTORES

4 .1 R e te n to r C ir c u n fe r e n c ia l (c o n ta to a m p lo n o d e n te )

C ir c u n fe r e n c ia l s im p le s

C ir c u n fe r e n c ia l c ir c u la r

C ir c u n fe r e n c ia l e m a n e l

C ir c u n fe r e n c ia l g ê m e o

C ir c u n fe r e n c ia l C & I

Figura 37 - Circunferencial simples

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Figura 38 - Circunferencial circular

Um erro comum quando da escolha do circunferencial


circular é não adequar o dente à condição sem ângulos
proeminentes e ainda ao retornar do laboratório após a
polimerização o braço de retenção estar preso à resina
acrílica devendo ser removida a resina para a livre
movimentação do braço do retentor (Figura 39).

Figura 39 – Retentor circular preso pela resina.

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Figura 40 - Circunferencial em anel

Figura 41 - Circunferencial Gêmeo

OBS.: Já o retentor circunferencial gêmeo somente utilizar


quando a linha de fulcro não passar entre os apoios, apesar
de acreditar que este tipo de retentor não mais tem
necessidade de indicação em prótese removível.

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Figura 42 - Circunferencial C&I

O retentor C&I entra na substituição do retentor


circunferencial reverso em função deste retentor ser complexo
de confeccionar e de preparar em boca, desta forma
preferimos a utilização de um braço de retenção a Barra ‘I’ na
lingual e um braço de estabilização na vestibular utilizando-
se de apoio por mesial. A escolha desse modelo deve-se ao
fato de eliminar exceções à regra de localização de apoios e
ainda facilitar o preparo de boca.

4.2 Retentores à Barra (contato pontual e ação na ponta

ativa)

• Barra I

• Barra T - modificações 7 e S

Figura 43 - Barra I

27
Figura 44 - Barra T

Figura 45 - Barra S

Figura 46 - Barra 7

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É importante salientar que a saída da ponta ativa da face do
dente deverá descer perpendicular com o longo eixo do dente,
ultrapassando a papila gengival e indo em direção à malha da
sela, deverá ser percorrida mantendo a medida de um dente
do tamanho do dente natural fazendo com que este metal
fique camuflado pelo dente artificial.

CALIBRAGEM DE RETENÇÃO:
Toda ponta ativa do braço de retenção tem uma calibragem
que é a quantidade de movimentação que pode realizar antes
de deformação permanente. A calibragem de retenção nada
mais é do que a quantidade de movimento que a ponta ativa
do braço de retenção fará no assentamento e remoção da
prótese pelo paciente sobre o dente pilar.

Assim, dependendo do tipo de liga metálica utilizada haverá


maior ou menor movimento, como exemplos, a liga de CoCr
(Cobalto-Cromo) que deverá ter uma calibragem de 0,25mm;
no caso do uso de fio ortodôntico (0,7 ou 0,8), essa
calibragem deverá ser de 0,75mm.

Figura 47 – Calibradores de retenção

Para calibrar a retenção em determinado dente, com o


calibrador 0,25mm adaptado ao mandril, encostamos a haste
no dente com a base calibradora na região mais cervical do
dente e com movimento da haste vertical móvel subindo até
que esta ponta toque no dente está será a região do dente que
tem a calibragem 0,25mm (Figura 48).

Figura 48 – Determinando a região de calibragem

29
Ao analisar como funciona a calibragem, basta olhar pela
parte superior do calibrador, onde se vê uma das cores
abaixo - do centro à borda é a quantidade de retenção, ou
seja, o deslocamento da ponta ativa do braço de retenção.

Cada medida serve para um tipo de material:


0,2
5 0,25mm CoCr
0,5 0,50mm Au
0
0,75mm Fio trefilado /fio ortodôntico 0,7 ou 0,8
0,7
5

D e s e n h o 5 – Q u a n tid a d e d e r e te n ç ã o

Assim, a p ó s executar as adequações das linhas equatoriais


protéticas, em relação ao desenho planejado, devemos avaliar
a posição da ponta ativa do braço de retenção e fazer os
ajustes necessários. Dessa forma, podemos ter as seguintes
situações, no caso de liga de CoCr:

1. A linha equatorial está abaixo do desenho da ponta ativa:

Neste caso fica evidente que não temos a calibragem


necessária para evitar que o aparelho protético não desloque
do seu nicho de assentamento, assim ao mastigar, o aparelho

30
poderá sair do assentamento junto com o bolo alimentar
causando transtornos ao paciente. No caso de encontrar essa
situação no modelo, devemos produzir o aumento de bossa -
acima da ponta ativa do braço de retenção com a calibragem
0,25mm.

Para isso, devemos colocar o calibrador diretamente em


contato com o desenho da ponta ativa do braço de retenção e
perceber o quanto que a haste fica afastada do dente, sendo
esta medida a quantidade de aumento que deveremos realizar
com resina composta em boca, para tanto, colocamos uma
quantidade de cera de escultura para visualizar o quanto será
esse acréscimo.

Figura 49 – Ponta ativa acima ou na linha equatorial

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2. A linha equatorial está onde foi desenhada a ponta ativa:

Neste caso iremos proceder da mesma forma, citado acima,


pois estaremos com a mesma situação de falta de retenção.

3. A linha equatorial está acima do desenho da ponta ativa:

Nesta situação poderemos ainda ter outras possibilidades a


serem analisadas no modelo. Assim haverá necessidade de
analisar a posição da ponta ativa dentro desta zona retentiva,
pois ela poderá ter menos que 0,25mm, poderá ter 0,25mm
ou ainda, mais do que 0,25mm.

Figura 50 – Calibragem com 0,25mm

Iremos analisar cada possibilidade:

• A ponta ativa está exatamente com a calibragem


0,25mm, neste caso, nada deverá ser realizado no dente
(Fig 50);

32
Figura 51 – Calibragem abaixo da ponta ativa do braço de
retenção

• A ponta ativa está entre a linha equatorial protética e a


calibragem de retenção, denotando que temos menos do
que 0,25mm de retenção, sendo necessário fazer um
acréscimo da mesma forma que a indicada acima.
• A ponta ativa está abaixo da marcação do 0,25mm,
mostrando que existe calibragem maior do que 0,25mm,
isto poderá causar uma deformação permanente no
braço de retenção. Desta forma, precisaremos verificar o
quanto a mais tem depois do 0,25mm assim colocamos o
calibrador 0,50mm e verificamos onde ficou a ponta
ativa. Se a ponta ativa do grampo está exatamente onde
está a marcação do calibrador 0,50mm mostra que
haverá necessidade de desgaste da linha equatorial até a
marcação da calibragem 0,25mm restando após este
desgaste 0,25mm de retenção. Pois ao produzir o
desgaste deslocamos a linha equatorial até onde antes
situava a calibragem 0,25mm, e onde havia a calibragem
0,50mm agora teremos 0,25mm.

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• Se ao calibrar com 0,50mm a ponta ativa ficar entre as
duas marcas (0,25mm e 0,50mm) demonstra que haverá
algo entre 0,26 e 0,49 necessitando de ajuste da
calibragem, como fica evidente que existe mais retenção
do que o desejado deverá ser colocado o compasso de
pontas secas entre a calibragem 0,25mm e a marcação
da ponta ativa do braço de retenção e esta medida ser
transferida da linha equatorial para baixo que será a
quantidade de desgaste necessário para ajuste da
calibragem de retenção nesses casos.

Figura 52 – Calibragens estão acima da ponta ativa do braço de


retenção

Figura 53 – Desgaste da LEP até a marcação da calibragem


0,25mm e continuando até o 0,50mm

34
Figura 54 – Ao traçar o grafite, a imagem que teremos é de um
plano de marcação

Figura 55 – Assim sucessivamente chegasse à calibragem 0,25mm


na ponta ativa do braço de retenção.

• Outra possibilidade ainda é a marca da calibragem


0,50mm ficar acima da ponta ativa do braço de retenção
mostrando que temos muito mais área retentiva do que
gostaríamos, assim se esta situação se apresenta,
deveremos desgastar da linha equatorial até a marcação
da calibragem 0,50mm e a partir daí refazer as
marcações da calibragem novamente como já citadas.

35
5 - CONECTOR MAIOR

É o elemento rígido que fará a união entre os retentores de


cada dente pilar com a malha da sela metálica de cada espaço
edentado.

Apresentam-se sob diversas formas, variando de acordo com


a área onde são empregadas. A maior preocupação na
localização dos conectores é a de preservar a integridade do
periodonto.

Requisitos

• Apresentar rigidez suficiente para que os esforços


recebidos pela prótese possam ser mais bem
distribuídos aos tecidos de sustentação.
• Localizar em uma posição favorável aos tecidos moles.
• Deve contornar áreas proeminentes e evitar
traumatismos durante a inserção e remoção do aparelho
protético (principalmente tórus).
• As bordas da conexão maior devem estar situadas
distantes da gengiva marginal.
Deve manter o contorno natural das estruturas subjacentes.

T ip o s d e c o n e c t o r m a io r s u p e r io r :

• B a r r a p a la tin a s im p le s (fig u r a 5 6 )

• B a r r a p a la tin a tip o c in ta p la n a (fig u r a 5 7 )

• B a r r a p a la tin a d u p la (fig u r a 5 8 )

• B a r r a p a la tin a to ta l m e tá lic a (fig u r a 5 9 )

• B a r r a p a la tin a to ta l m e ta lo p lá s tic a (fig u r a 6 0 )

36
Figura 56 - Barra Palatina Simples

Figura 57 - Barra Palatina Tipo Cinta Plana

Figura 58 - Barra Palatina Dupla

37
Figura 59 - Barra palatina total metálica

Figura 60 - Barra palatina total metaloplástica

38
T ip o s d e c o n e c t o r m a io r in fe r io r :

• B a r r a lin g u a l (fig u r a 6 1 )
• B a r r a lin g u a l d u p la (fig u r a 6 2 )
• P la c a lin g u a l (fig u r a 6 3 )

Figura 61 - Barra lingual

Figura 62 - Barra lingual dupla

39
Figura 63 - Placa lingual

6- MALHA DA SELA E SELA

Malha da sela

É a parte da prótese que fixará a resina na estrutura da


prótese e onde estarão fixados os dentes artificiais. Desta
forma a malha da sela não deverá tocar o rebordo residual, o
que será conseguido através do alívio feito pelo TPD no
momento de duplicação do modelo de trabalho.

No caso inferior deverá ter a metade ou dois terços da medida


do espaço edentado dependendo do que haverá no
antagonista, isto é, quando não houver muita carga deverá
ter metade, porém se houver dentes remanescentes na parte
posterior do arco antagonista esta malha deverá ter 2/3 da
medida do espaço edentado. Já no arco superior poderá
seguir a mesma relação ou ser modificada para melhorar a
distribuição de cargas, já que pode ter toda a área do palato
duro como distribuidor de carga.

40
Figura 64 - Malha da sela do arco inferior

Figura 65 – Malha da sela do arco superior

41
Figura 66 - Malha da Sela em espaço intercalar

Figura 67 - Malha da Sela em extremidade livre

Já nos casos de espaços intercalares devem seguir regras da


técnica de desenho. Porém em todos os casos a medida no
sentido lingual para vestibular deve parar na região mais alta
do rebordo para facilitar a montagem do dente artificial.

42
Placa proximal
É uma estrutura que será posicionada na distal das
extremidades livres para dar uma relação constante entre a
prótese e o dente pilar evitando a entrada de alimentos no ato
mastigatório. Deve ir até um milimetro aquém da crista
marginal onde o TPD irá embutir o dente artificial. No sentido
ocluso gengival, ele deve ser aliviado para permitir o
deslocamento da prótese, em relação à rotação que será
produzida quando a parte da sela intruir sobre o rebordo
residual do paciente.

Figura 68 - Formato e dimensões da placa proximal

43
Sela plástica:

É o componente da prótese removível no qual serão fixados os


dentes artificiais, seu desenho depende do espaço e do
antagonista. A sela deve recobrir a maior área basal possível
da superfície edentada, igual a de Prótese Total porém é
suportada por uma malha metálica internamente, o que dá
resistência à estrutura, junto com a parte plástica da Prótese
e efetiva os princípios biomecânicos.

Requisitos da Sela

• Nos casos dento suportados: união entre os dentes


suportes que suportam os dentes artificiais.

• Em espaços protéticos longos e extremidade livre auxilia


na transmissão da carga à fibromucosa subjacente.

Figura 69 - Sela Superior

Figura 70 - Sela Inferior

44
ELEMENTOS CONSTITUINTES DO DESENHO

1. Desenho dos retentores:

Retentores circunferenciais

Uma vez determinado o retentor para o dente em questão pelo


planejamento biomecânico, passa-se ao seu desenho,
iniciando-se pela parte inferior (região que determina a
localização exata do retentor). Para os retentores
circunferenciais, o traçado é realizado a partir do terço
médio/ terço cervical da coroa anatômica em função do
retentor metálico somente se apoiar em esmalte.

Traça-se uma linha paralela ao plano oclusal circundando-se


a coroa do dente até que se chegue a proximal de onde ele
saiu, tanto para o braço de retenção quanto para o braço de
oposição. Assim obtêm-se duas linhas na mesma altura do
dente; uma em oposição à outra.

Figura 71 - Diferença entre o braço de retenção e o braço de oposição

45
A diferença é dada pela forma como serão desenhada as
porções superiores: o de retenção é uniformemente afilado a
partir da localização da ponta ativa; já o de oposição deverá
ser paralelo à linha inferior e possuir a maior dimensão
ocluso-gengival possível (isso garantirá não apenas a
reciprocidade, mas também auxílio como plano guia de
inserção da prótese). A união entre a vestibular com a lingual
(corpo do grampo) está na dependência da localização do
apoio no dente, lembrando-se sempre que não se deve
permitir que esta união seja realizada em ângulo vivo, já que
se torna difícil a reprodução pelo técnico de prótese.

Retentor à Barra

Estes são os retentores de ação de ponta: seu desenho deve


ser feito a partir do terço médio e terço cervical, em direção
paralela ao dente para a cervical, ultrapassando a papila. Ao
se alcançar o final do sulco gengival, deve ser feito um
contorno suave em direção à região posterior do espaço
edentado, que irá unir à malha da sela. Sempre que possível
essa posição na malha deve ter no mínimo a dimensão do
dente que será reposto pela prótese, para que o dente
artificial oculte o conector (Figura XX).

Braço de oposição

O braço de oposição para os retentores por ação de ponta


deve ser desenhado da mesma maneira que se indicou o
desenho dos retentores circunferenciais (Figura XX).

Nos casos de dentes anteriores o conector menor poderá


realizar a função de braço de oposição.

46
TÉCNICA DE DESENHO PROPRIAMENTE DITA -
INFERIOR

QR Code

MODELO INFERIOR:

As figuras atendem à sequência do Planejamento


Biomecânico:

1. Apoios;
2. Linhas de Fulcro
3. Retenção (indireta e direta);
4. Retentores;
5. Conectores.

No Planejamento Biomecânico em Prótese Removível é de


fundamental importância a compreensão dos fatores que
influenciarão o resultado e prognóstico da prótese a ser
executada, determinando assim as forças de balanço no ato
mastigatório e consequentemente atuando direta ou
indiretamente na estabilidade da prótese removível.

Assim iniciamos o Planejamento pela regra de localização de


apoios, seguindo pela determinação das linhas de fulcro,
linhas estas que devem ser analisadas para determinar a
potência e resistência dos elementos componentes da prótese
em neutralizar, ou tentar neutralizar os movimentos da
prótese no ato mastigatório.

Em seguida determinamos a retenção indireta, onde serão


determinados os elementos de neutralização destas forças,
geralmente no lado oposto do arco e a retenção direta, que
estará responsável por impedir o deslocamento da prótese
onde está sendo executada a trituração do alimento.

Inicialmente devemos desenhar os apoios dos retentores


definidos no planejamento biomecânico em cada dente pilar.

47
Figura 72 - Desenho dos nichos dos apoios segundo as regras de localização de
apoios.

Figura 73 – Determinação das linhas de fulcro

48
Figura 74 – Determinação da retenção indireta para LF1

Figura 75 – Determinação da retenção direta para LF1

Assim determinadas as retenções direta e indireta de uma


determinada linha de fulcro, isto irá se repetir para cada
linha encontrada.

49
Figura 76 – Determinação da retenção indireta e direta para LF2

Figura 77 – Determinação da retenção indireta e direta para LF3

Uma vez determinadas as retenções indiretas e diretas,


determinam-se agora os retentores a serem escolhido para o
caso, onde acaba sendo uma escolha por fórum íntimo de
preferência do profissional. No caso exemplificado abaixo as
escolhas recaíram em utilizar um retentor C&i no dente 47,
um retentor circunferencial simples no dente 45 e um
retentor circular no dente 34. Assim passamos a desenhá-los.

50
Figura 78 - Desenho do retentor C&I no dente 47 e circunferencial simples no
dente 45.

Figura 79 - Desenho do retentor circunferencial circular no dente 34.

51
MEDIDAS DE REFERÊNCIA DO ARCO INFERIOR

Em seguida passamos a demarcar os pontos de referência, na


base dos dentes pilares (projeção dos apoios na papila).

• Pontos de referência

São pontos que projetam os apoios, nas proximais dos dentes


pilares ou nos espaços interdentais. Sempre em número de
dois – um vestibular e outro lingual que deve ter a mesma
largura do apoio, ou então dispostos na mesial e na distal do
local onde haverá a união entre o apoio com o conector menor
ao conector maior entre dentes contíguos.

Figura 80 - Pontos de referência na distal projetado na papila do rebordo, um


vestibular e outro lingual.

Figura 81 - Pontos de referência na mesial do dente pilar em extremidade


livre, um mesial e outro distal, observar a projeção do apoio no
corpo e conector menor.

52
Figura 82 - Pontos de referência na proximal de espaços intercalares, um
vestibular e outro lingual, observar a projeção do apoio no corpo
e conector menor.

LINHAS DE REFERÊNCIA

Arco inferior:

Linha dos 2mm

Esta é a linha que determina o limite interno da malha da


sela terá dentro do espaço edentado, a partir da região mais
alta do rebordo. Corresponde ao acréscimo da medida do
dente natural do paciente na região edentada, onde ficará o
dente de estoque e uma quantidade mínima (2mm) de área de
fixação do dente artificial na malha da sela.

A medida de 2mm é passada para a ponta de um compasso


que, levará a medida para cada uma das áreas a serem
demarcadas e servirá de guia para o traçado da linha. Esta
medida é marcada a partir da região amelocementária ou da
papila do dente remanescente.

Linha dos 3mm

Determina à medida que terá o conector ao passar pelos


dentes pilares ou remanescentes. Isto quer dizer que toda vez
que uma estrutura metálica tiver de passar por algum dente,

53
este terá sempre a mínima distância de 3mm, protegendo
desta forma a papila gengival. Sua demarcação será feita da
maneira descrita anteriormente para a linha dos 2mm.

Linha dos 7mm

Determina a medida mínima que terá o conector maior, que


será inserido entre as linhas de 3mm e de 7mm. Portanto, o
conector maior inferior terá no mínimo 4mm de largura. É
importante localizar nitidamente a inserção do freio lingual
na região anterior no modelo, para ser feito o alívio e o desvio
do conector maior desta estrutura anatômica. Pois poderá
inviabilizar a prótese necessitando-se de interferência
cirúrgica, podendo também ser utilizada a barra-sela (Figura
136).

Figura 83 - Linhas de referência do arco inferior a partir da junção


amelocementária demarcamos pontos em 2mm, 3mm e 7mm.

54
Figura 84 - A projeção do grampo a barra “I” do retentor C&I une-
se a parte posterior com a linha dos 7mm e a anterior vai à linha
dos 3mm.

Figura 85 - Delimitação vestibular da malha da sela unindo os pontos de


referência vestibulares na região mais alta do rebordo.

55
Figura 86 - Saindo do ponto de referência vestibular na distal do dente 45 vai
em direção à linha dos 2mm e finaliza no ponto de referência vestibular na
mesial do dente 47, a delimitação da malha da sela.

Figura 87 - Desenho das travas na malha da sela do espaço intercalar.

56
Figura 88 - Desenho da malha da sela em extremidade livre saindo do ponto
de referência vestibular em direção à linha dos 3mm, observar que
neste caso utilizaremos a linha dos 3mm ampliando a estrutura
metálica.

MALHA DA SELA

Extremidade livre inferior

A delimitação se fará a partir da região mais alta do rebordo


e diferente as áreas edentadas intercalares usamos a linha
dos 3mm para seguir paralela à região mais alta do rebordo
para aumentar a resistência da malha quando isso for
possível e a distância a ser levada dentro da extremidade
depende do antagonista, isto é, poderá ser metade ou 2 / 3 do
espaço edentado; ½ quando o antagonista não requisitar
tanto esforço mastigatório e 2 / 3 quando o antagonista for
região dentada.

Figura 89 - Delimitação da parte posterior da malha da sela em extremidade


livre encontrando com a linha delimitante na região vestibular
(região mais alta do rebordo).

57
Conector maior inferior

O desenho do conector começa pela região superior dele


passando pela linha dos 3mm, então a partir do ponto de
referência lingual traçamos uma linha paralela à linha
traçada para a malha. Para isto devemos ter em mente que a
estrutura metálica passará pelo dente a pelo menos 3mm da
distância preservando, assim, a papila gengival. Quando o
último dente estiver presente; então, o ponto de referência
seguido é o vestibular que irá seguir para a linha dos 7mm.
Quando houver extremidade livre, o ponto de referência
vestibular determinará a largura indo em linha reta até a
linha dos 7mm.

Figura 90 - Marcação das travas da malha da sela e início da demarcação da


estrutura metálica que passará pelo dente pilar, saindo do ponto
de referência lingual vai em direção à linha dos 3mm.

Figura 91 - Delimitação da estrutura metálica que vai passar pelo dente pilar,
saindo do ponto de referência distal em direção à linha dos 3 mm
em direção posterior.

58
Figura 92 - A partir daí saindo do ponto de referência mesial indo na direção
da linha dos 3 mm em direção agora para mesial.

Figura 93 - Unindo agora o retentor a barra “I” da linha dos 3 mm indo em


direção ao ponto de referência lingual na mesial do dente 47.

Figura 94 - Delimitação da parte superior externa do conector maior, saindo


do ponto de referência lingual na distal do dente 45 vai em direção
à linha dos 3 mm agora indo para mesial.

59
Figura 95 - Este traçado segue a linha dos 3 mm em direção para o lado
oposto.

Figura 96 - A partir da finalização do retentor a barra “I” a parte inferior


encontrando a linha de referência dos 7 mm segue agora
contornando todo o arco.

60
Figura 97 - A finalização do conector maior na região de extremidade livre
finaliza na distal do último dente fazendo o fechamento em linha
reta do ponto vestibular até a linha dos 7mm onde a partir daí
seria confeccionada a sela plástica.

No caso de haver placa proximal o desenho será executado


traçando uma linha paralela ao plano oclusal do dente a 1mm
e seguindo duas linhas paralelas em direção aos pontos de
referência. Com esse espaço o Técnico de Prótese Dentária irá
embutir o dente artificial fazendo um pequeno desgaste para
ocultar a estrutura metálica da placa proximal.

Figura 98 – Desenho da placa proximal

61
MEDIDAS DE REFERÊNCIA DO ARCO SUPERIOR

Linha mediana
Determinada pela região mediana do arco dental, geralmente
sobre a rafe palatina, onde estabelece que qualquer elemento
metálico quando for passar por esta linha deverá fazê-lo na
perpendicular (Figura 100).

Linha posterior
Deverá seguir a região mais posterior da barra e está
diretamente relacionada à localização dos apoios mais distais
dos dentes pilares, para uma distribuição melhor das cargas.

Essa linha deverá estar o mais posterior possível e situar-se


o mais anterior que puder, fugindo da região de palato
duro/palato mole, em função de não poder ser desgastada a
estrutura metálica, diferente de quando tivermos sobre
extensão na prótese total em resina acrílica que é passível de
ajuste (Figura 101).

Linha dos 2mm


Determina a medida mínima que terá a malha da sela dentro
do espaço edentado, a partir da região mais alta do rebordo.
Semelhante ao realizado no arco inferior (Figura 103).

Linha dos 6mm


Esta determina à medida que terá o conector ao passar pelos
dentes pilares ou remanescentes (Figuras 104 e 125).

Linha dos 11mm


Determina a medida mínima que terá o conector maior,
demarcado em paralelo à linha posterior e à linha dos 6 mm.
Em relação à linha posterior, determinará a largura do
conector, considerando-se que quanto mais largo for maior
será a distribuição das cargas sobre a região do palato
(Figura 105).

Em relação à linha dos 6mm, determina a largura do conector


ao passar pelos dentes.

62
Extremidade livre superior

A diferença entre a malha do arco inferior é que no arco


superior esta delimitação poderá ir até a papila piriforme
(TUBER), abrangendo-a.

C o n e c t o r m a io r s u p e r io r

O desenho do conector começa pela região posterior unindo


os pontos mais distais da prótese, sendo que sempre passará
pela linha mediana na perpendicular, então a partir do ponto
de referência palatina seguir em direção à linha dos 6 mm e a
partir daí direcionar para linha posterior, a união entre o
lado direito e esquerdo determina a região posterior do
conector maior (Figura 126).

Como, entre os dentes, a linha dos 6 mm determina a


passagem do conector pelos dentes haverá a união dos pontos
de referência palatino entre si, e depois que todos os
elementos dentais tiverem delimitados passam a determinar o
conector na sua região posterior e lateral (Figura 129).

Na região posterior a largura estará na dependência do


planejamento, então no caso de barra palatina simples a
largura poderá ser de 7mm, que será marcada da linha
posterior para frete, sempre atravessando a linha mediana na
perpendicular (Figura 130).

Se for necessária maior distribuição de carga nesta região,


em função do aumento de espaços endentados ou do número
de dentes ausentes, a medida deverá ser aumentada até que a
cobertura seja total sem a necessidade de se marcar áreas
internas às linhas dos 6mm (Figura 132).

63
TÉCNICA DE DESENHO PROPRIAMENTE DITA -
SUPERIOR

QR Code

Figura 99 - Modelo de trabalho.

Figura 100 - Traçado da linha mediana.

64
Figura 101 - Traçado da linha posterior.

Figura 102 - Pontos de referência – linha dos 2mm.

Figura 103 - Traçado da linha de referência dos 2mm e marcação dos pontos
de referência dos 6mm.

65
Figura 104 - Traçado da linha de referência dos 6mm.

Figura 105 - Traçado da linha de referência dos 11mm.

Figura 106 - Marcação dos pontos de referência – projeção da largura dos


apoios na papila gengival.

66
Figura 107 - Início do desenho da malha da sela partindo do ponto de
referência da projeção da largura do apoio vestibular em direção
à linha dos 2mm na região do 27.

Figura 108 - Início do desenho da malha da sela partindo do ponto de


referência vestibular do 23 em direção à linha dos 2mm.

67
Figura 109 - Finalização da delimitação da parte interna da malha pela linha
dos 2mm.

Figura 110 - Finalização da delimitação vestibular da malha da sela unindo o


ponto de referência vestibular do 27 ao 23 na região mais alta do
rebordo.

68
Figura 111 - Início da delimitação da malha da sela partindo do ponto de
referência vestibular do 17 em direção à linha dos 2mm.

Figura 112 - Início da delimitação da malha da sela partindo do ponto de


referência vestibular do 13 em direção à linha dos 2mm.

69
Figura 113 - Delimitação interna da malha da sela percorrendo a linha dos
2mm.

Figura 114 - Finalização da delimitação externa da malha da sela por


vestibular unindo os pontos de referência vestibular do 13 com
o 17 passando pela região mais alta do rebordo.

70
Figura 115 - Início da delimitação da malha da sela partindo do ponto de
referência vestibular do 13 em direção à linha dos 2mm.

Figura 116 - Início da delimitação da malha da sela partindo do ponto de


referência vestibular do 23 em direção à linha dos 2mm.

71
Figura 117 - Delimitação lingual da malha da sela pela linha dos 2mm.

Figura 118 - Finalização da delimitação vestibular da malha da sela unindo os


pontos de referência vestibulares na região mais alta do rebordo.

72
Figura 119 - Desenho das travas na região das malhas da sela.

Figura 120 - Delimitação da estrutura metálica que passará próximo ao dente,


saindo do ponto de referência palatino na mesial do 23 em
direção à linha dos 6mm.

73
Figura 121 - Delimitação da estrutura metálica que passará próximo ao dente,
saindo do ponto de referência palatino na distal do 23 em direção
à linha dos 6mm.

Figura 122 - Delimitação da estrutura metálica que passará próximo ao dente,


saindo do ponto de referência palatino na mesial do 13 em
direção à linha dos 6mm.

74
Figura 123 - Delimitação da estrutura metálica que passará próximo ao dente,
saindo do ponto de referência palatino na distal do 13 em direção
à linha dos 6mm.

Figura 124 - Delimitação da parte metálica que irá para a região posterior
fazendo a finalização da estrutura metálica posterior saindo do
ponto de referência palatino do 27 indo em direção à linha dos
6mm indo de encontro à linha posterior.

75
Figura 125 - Delimitação da parte metálica que irá para a região posterior
fazendo a finalização da estrutura metálica posterior saindo do
ponto de referência palatino do 17 indo em direção à linha dos
6mm indo de encontro à linha posterior.

Figura 126 - Delimitação da parte posterior do conector maior em direção ao


lado oposto, observar a passagem em perpendicular do desenho
pela linha mediana.

76
Figura 127 - Delimitação final da parte posterior do conector maior na linha
posterior (dessa forma há um conector maior de cobertura
metálica).

Figura 128 - No caso de ser conector barra dupla haverá a necessidade de


demarcação do conector maior posterior a partir da linha
posterior, no caso delimitando em 7mm para a região anterior.

77
Figura 129 - No caso de ser conector barra dupla haverá a necessidade de
demarcação do conector maior posterior a partir da linha
posterior, no caso traçado a linha em 7mm para a região
anterior até a linha dos 11mm.

Figura 130 - Finalização da barra palatina dupla seguindo a linha dos 11mm,
observar sempre o arrendondamento dos ângulos.

78
Figura 131 - Há ainda a possibilidade de aumento da malha da sela podendo diminuir
a quantidade de metal, observar a manutenção da barra dupla
homogênea.

79
EXEMPLOS DE ESTRUTURAS A PARTIR DOS
DESENHOS

A partir deste momentos colocamos alguns exemplos de


desenhos com estruturas metálicas copiadas pelos Técnicos
de Prótese Dentária demonstrando uma parceria e
cumplicidade na realização dos trabalhos e profissionais.

Figura 132 - Exemplo de uma estrutura metálica semelhante à do desenho da figura


131 com cobertura total metálica.

80
Figura 133 - Desenho de estrutura metálica.

Figura 134 - Estrutura metálica a partir do desenho da figura 133 enviado ao


TPD.

81
Figura 135 - Desenho da estrutura que será executado, neste caso observar o
freio lingual alto e a solicitação de barra-sela.

Figura 136 - Estrutura metálica executada a partir do desenho da figura 135


onde foi feito a barra-sela, observar a região anterior com barra-
sela.

82
Figura 137 - Após o recebimento do desenho, no modelo de trabalho o TPD faz
o alívio das regiões de malha de sela e dos ângulos mortos nos
dentes pilares.

Figura 138 - D o m o d e l o a l i v i a d o o T P D d u p l i c a o m o d e l o e m r e v e s t i m e n t o
específico onde será feito o enceramento.

Figura 139 - Estrutura metálica confeccionada.

83
REFERÊNCIAS

Todescan R, Silva EEB, Silva OJ. Prótese parcial removível:


manual de aulas práticas: Disciplina I. 2.ed. São Paulo:
Santos; 1995. 119p.

Stegun RC, Costa B. Prótese Removível: método 8+1. São


Paulo: Roca: 2010. 83p.

Zanetti AL, Laganá DC. Planejamento: prótese parcial


removível. 2. ed. São Paulo: Sarvier; 1996. 147p.

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