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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
(turma: 2019-14-2)
Diário de Campo
SÃO PAULO
2019
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de aula; em algumas há projetores; lousa branca, diversas cores de canetas são usadas
(talvez não sejam todas fornecidas pela escola, mas a professora as tenha adquirido);
carteiras e cadeiras são móveis separados; há ventilador, mas é silencioso, além disso, a
escola se localiza numa vizinhança residencial com pouco trânsito e conta com várias
árvores tanto nas dependências da escola (prédio bastante arejado, com janelas grandes),
quanto nas proximidades e parques.1
7º ano C | prof.ª I. | 18.03.2019 | aula de português
O tema da aula é gêneros textuais. A professora segue o livro.
Depois de terem aprendido sobre “bilhetes”, em uma aula anterior, agora devem
confeccionar três bilhetes para diferentes destinatários. O comando para a atividade
consta escrito na lousa.
Enquanto escrevem, ela pede cadernos para vistagem de atividades anteriores.
Alunos pedem para conversar quando acabam a tarefa. Ela diz podem, mas em volume
baixo.
Nos últimos minutos, os alunos estão mais dispersos uns terminam a atividade, outros só
conversam. Eu e ela estamos conversando, ela me conta que gostaria de voltar para
funções de coordenação, com que esteve trabalhando afastada nos últimos anos, em
2019 retornou as salas, mas se sente cansada para elas e não está satisfeita com o sistema
de ensino.
o Ela diz gostar de envolver métodos não-tradicionais em aulas e, sempre que possível,
relacionando às artes. Gosta de fazer com que alunos conectem teoria à prática.
Inclusive, está organizando um sarau com outras salas de EM da manhã para o dia
seguinte.
8º ano A | prof.ª S. | 18.03.2019 | aula de português
A professora incentiva os alunos a buscarem informações em fontes confiáveis e diversas.
Também menciona ser necessário saber produzir um currículo bem escrito, ela diz ter
ouvido no rádio que a cada cinco currículos, analisados por empregadores, três são
descartados por “erros de português”.
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A comparação me vem de uma escola em que estagiei em outro semestre, localizada no cruzamento de duas
ruas comerciais e bastante movimentadas, portanto, ruidosas. O prédio é praticamente desprovido de arborização.
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Como são os alunos que trocam de sala frequentemente tiram a mochila das costas,
mesmo enquanto estão sentados.
No fim, há chamada e alvoroço para trocarem de sala.
8º ano B | prof.ª S. | 18.03.2019 | aula de português
Chamada no início.
Mesmo cronograma e atividade da turma anterior.
Um aluno se voluntaria a ler quando a professora diz que ela mesma lerá o texto. Ela
permite e leem metade ele, metade outro colega.
o Ambos leem “adequadamente”. É curioso, porém, que o segundo atribua um acento
pouco comum à segunda sílaba de bênção (não tive acesso ao texto escrito para
saber se o acento circunflexo estava presente ou não) nas duas ocorrências da
palavra no texto, pronunciando-a algo como [bẽʲ.ˈsɐ̃ w̃]. A professora corrige.
Um aluno diz não ter entendido a história e a professora a relê ela mesma.
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Em seguida, ela escolhe alunos para que contem parte da história, em ordem, um a um.
Consonante ao objetivo de promover a leitura, a atividade entregue para hoje deve ser
feita individualmente e é voltada à interpretação da crônica “Cão! Cão! Cão!” de Millôr
Fernandes.
Não são somente interpretativas as dez questões, mas também pedem que o aluno
responda sobre pontuação, sobre semântica (polissemia lexical), extraia trechos e
compare o gênero crônica com o gênero fábula (o texto trabalhado tem elementos em
comum entre os dois gêneros).
A professora disponibiliza dicionários (ninguém usa, porém).
Uma aluna se voluntaria a ler o texto e a professora pede que vá ler à frente.
Em seguida, a professora passa pelas questões esclarecendo o que espera para as
respostas. Pede respostas “completas, bem pensadas e contextualizadas” — respostas
curtas poderão não receber sequer um ‘meio-certo’.
Os alunos entregam a atividade para que o 7º B use as mesmas folhas, suas folhas de
respostas também são recolhidas. Na quarta aula, voltarão para a sala, quando lhes serão
devolvidas as folhas para terminarem suas respostas.
7º ano B | prof.ª A. | 29.03.2019 | aula de português [dobradinha]
Mesmas instruções para a atividade, também aplicada na aula anterior, com o 7º A.
Uma aluna se surpreende: “Nossa! Nossa turma tá quieta hoje […] Quem faltou?” e todos
riem.
Quando a professora diz que lerá o texto, uma aluna reclama que fazer isso atrapalha (ela
provavelmente pretende iniciar rapidamente as tarefas, e não acha que a leitura guiada
ajude); a professora diz que é justamente para auxiliar no entendimento e lê.
Durante a leitura do texto, a professora reforça trechos com a prosódia, ou fazendo
perguntas sugestivas em direção às questões que responderão a seguir.
Durante a leitura das questões, alguns alunos soltam suas possíveis respostas
afobadamente, a professora tem de refreá-los para que não digam em voz alta, é uma
atividade individual.
Alguns alunos vêm a nós com dificuldades para chegar à resposta, tento esclarecer
dúvidas pontuais buscando fazer que o aluno pense na resposta por si próprio.
REGÊNCIA (1 aula)
A professora A., subindo as escadas comigo, comenta que apesar das dificuldades nessa
escoa, sente serem maiores os problemas numa outra escola, onde leciona inglês a
turmas de EJA à noite.
Já na sala, os professores reclamam que o bônus que o estado dá está atrasado e foi
postergado. Também reclamam que sua forma de aplicação é injusta devido ao fator
gerado de competição.
Outro ponto de descontentamento deles é professores que precisaram passar por perícia
médica e lhes foi dado pouco tempo de afastamento (em vista de prescrições de outros
médicos) e precisaram voltar à sala em condições pessoais precárias.
Uma professora de ciências entrega, como sugestão, um livro lúdico sobre pontuação
(uma história ilustrada cujos personagens são pontos de exclamação, de interrogação,
reticências etc.) dizendo que 6ºs e 7ºs em geral não têm uma boa entonação para leitura.
o Livro: Amy Krouse ROSENTHAL & Tom LICHTENHELD. Ponto de Exclamação.
7º ano A | prof.ª A. | 29.03.2019 | aula de português
De volta à sala, os alunos estão bastante eufóricos após o intervalo, o que nos toma alguns
minutos até que retomem a atividade. Além disso, há bastante ruído externo por causa
de turmas vagas (dois professores estão ausentes).
Dois alunos procuram pelo dicionário; noto que um deles tem dificuldade em encontrar
uma palavra, pois queria encontrar uma forma verbal já conjugada.
REGÊNCIA
Grêmio | 29.03.2019
Coincidentemente nessas minhas três últimas aulas, entraram dois representantes do
Ensino Médio da chapa atual (tomando cerca de 10 a 15min em cada uma), para expor
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aos alunos propostas, como possíveis viagens (Hopi Hari), reparos e reformas
(ventiladores, separar as lousas laterais das salas como murais para “picharem” em vez
de usarem as mesas; banheiros: papel higiênico, trincos nas portas, grafitagem nas
portas; os espelhos já foram aprovados para essa gestão).
O mapeamento foi por causa de outras salas, devido a muita distração provinda de
“panelinhas”, mas se tornou regra da escola para toda turma. A professora reclama que,
sendo uma regra, todos os professores deveriam respeitar, mas alguns não cobram de
turmas mais “tranquilas”.
REGÊNCIA (1 aula)
Leitura e atividades da professora para o livro “Minha vida com Bóris” nos dois sétimos.
8º ano A | prof.ª S. | 05.04.2019 | aula de português
REGÊNCIA
Fala sobre como dêiticos se comportam em relação ao que tomam como referente. Quem
se apropria da palavra, quem deixa o turno de fala etc. assume, cada um, diferentes
papeis.
7º ano C | prof.ª I. | 08.04.2019 | aula de português
A professora está quase sem voz, então ajudo ela, atendemos grupos que têm dúvidas
sobre a atividade do livro.
O tema do exercício é modalidades formais e informais em diferentes veículos escritos.
6º ano B | prof.ª I. | 08.04.2019 | aula de inglês [dobradinha]
Leitura de frases introdutórias, de apresentação (I’m X; Hi there…; I’m from X). Primeiro a
professora lê todas, depois os alunos devem repetir, de seis em seis à frente da sala. Após
isso fazem exercícios sobre o tópico no livro.
Ela lê as tirinhas com eles e também as perguntas — alguns alunos ficam afobados por
responder em voz alta enquanto ela lê as questões.
As carteiras estão dispostas em duplas desde a aula anterior — então a atividade poderá
ser discutida em dupla, as respostas, porém, deverão ser elaboradas e entregues
individualmente.
o Quando diz que podem “discutir em dupla”, um aluno comenta baixinho com sua
dupla algo como “é pra brigar?”.
o Alguns dos exercícios nessa atividade trabalham, além de interpretação, com
definições (e.g., “O que significa ‘insultar’?” e polissemia (uma personagem é
convidada a jogar tênis, mas que diz não ser possível por apenas ter botinas).
o O ruído de entendimento na comunicação com o aluno e a questão para ser
respondida caminham na mesma direção.
A professora calculou que usariam ambas as aulas para terminar, mas praticamente todos
acabaram no início da segunda, então ela dá continuidade a uma tarefa iniciada na
quarta-feira.
o Vida de professor: ela tinha me dito que pretendia usar aquele tempo em que fariam
atividades para continuar a correção das várias atividades que se acumulam em fim
de bimestre — que se encerram concomitantemente nas duas escolas em que
leciona.
A atividade que transcreve na lousa, e que agora sim devem copiar, é sobre o uso
ortograficamente correto de <s> e <z>.
1. Corrigir palavras escritas com a letra inadequada (e.g. grandesa, razo). 2. Criar
substantivos a partir de adjetivos (e.g. rico > grandeza; pálido > palidez) (a lista tem cerca
de 20 adjetivos). 3. Criar 6 pares de frases com ambas as formas (e.g. Paulo ficou rico. A
riqueza foi uma herança deixada por sua tia.)
o Ela não deixa de mencionar os termos gramaticais (adjetivos, substantivos, sufixos
etc.)
Enquanto trabalham as respostas, converso com a professora, reclamamos sobre a
motivação/incentivo que é imputado aos alunos diante do respaldo precário, em primeira
instância e fundamentalmente, material do Estado.
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o Quando um aluno vem mostrar a ela seu caderno preenchido, ela comenta comigo
um ponto muito sério. Ela pede para ele repensar algumas frases do terceiro Commented [JRH1]: Pode ser um tema: cópia, leitura,
pensar criticamente.
exercício. Ela me diz que eles não aceitam facilmente ter que corrigir um exercício já
respondido. Essa resistência se prolonga criticamente ao EM, momento em que
deveriam estar preparados para argumentação.
o O aluno que lhe trouxe o caderno escreveu frases com sentidos razoavelmente
questionáveis (não me lembro de suas respostas precisamente, mas constavam ora
alguns adjetivos ou substantivos em lugar do outro, ora as frases tinham pouca
variação a partir da frase-modelo dada. Por julgar ter os exercícios “prontos”, ele
questionou-a a razão de refazê-los.
Quando uma menina xinga alguma outra; a professora a repreende e me fala que, por
vezes, espera-se dos meninos um comportamento inadequado/desajustado, mas que, na
verdade, esse comportamento também está presente entre as meninas.
7º ano A | prof.ª A. | 12.04.2019 | aula de português
A atividade é a da folha com tirinhas e questões da aula anterior.
É possível notar alguma falta de ponderação (uso o termo numa tentativa de sentido lato
para pensamento crítico) quando perguntam em qual das folhas (a entregue ou aquela
removida do caderno em que estão escrevendo) devem escrever o nome, sendo que já
estão avisados de que entregarão ambas as folhas para serem grampeadas.
o Poderiam, então, raciocinar, por exemplo, que podem pôr o nome na primeira, na
segunda, ou, por “segurança”, em ambas as folhas.
o Esse tipo de questionamento mostra que esperam uma relação vertical perante ao
professor (mesmo que venham a desafiar essa relação eventualmente), ao sistema
— esperam receber todas as instruções como que a preencher uma ficha, um
formulário.
Nos últimos minutos de aula, pede que uma aluna continue a leitura em voz alta do livro
desse bimestre. Enquanto a garota lê, há dois grupos, já bastante agitados durante boa
parte da aula, que não cessam a conversa: falam e riem, competindo com o volume da
leitura (uma garota insiste em soltar frases em inglês, em aparente provocação a alguém,
talvez à professora (?)). A professora chama a atenção deles duas vezes, sem sucesso; em
seguida, pede que uma aluna de um dos grupos passe à frente e continue a leitura.
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Mesmo depois das broncas os restantes continuam com algumas conversas e rindo mais
baixo até soar o sinal — quando todos se levantam abruptamente sem esperar que se
finalize o capítulo.
8º ano A | prof.ª S. | 12.04.2019 | aula de português
REGÊNCIA
7º ano C | prof.ª I. | 06.05.2019 | aula de português
8º ano A | prof.ª . | 06.05.2019 | aula de português
8º ano B | prof.ª . | 06.05.2019 | aula de português
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