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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
CONTEMPORÂNEA
Josiane Gonçalves Santos
Pós-graduação em Educação
Diretores
Diretoria Executiva Luiz Borges da Silveira Filho
Diretoria Operacional Marcelo Antonio Aguilar
Diretoria Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Editora
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Projeto Gráfico Evelyn Caroline dos Santos Betim
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Capa Vitor Bernardo Backes Lopes
RESUMO
A escola na contemporaneidade enfrenta inúmeros desafios que interferem tanto na aprendizagem de seus
alunos, quanto na qualidade do ensino desenvolvido por seus profissionais. Para tanto, faz-se necessário o êxito
da gestão dos processos realizados na instituição de ensino, especialmente os pedagógicos, trabalhos caracterís-
ticos do coordenador pedagógico ou do pedagogo. Dois processos, especificamente, exigem atenção especial
desse profissional e dos professores: o processo de ensino e de aprendizagem e a avaliação da aprendizagem,
afinal, ambos caracterizam o compromisso social da escola. A gestão do ensino envolve a organização e moni-
toramento dos diferentes processos e atividades docentes desenvolvidas pelo professor. A gestão da avaliação da
aprendizagem está diretamente relacionada à apropriação dos conteúdos e, consequentemente, aos resultados
demonstrados pelos alunos nas diferentes avaliações realizadas. Assim, busca-se, por meio deste texto, possibili-
tar não apenas a compreensão e significado dos processos de gestão do ensino e da avaliação da aprendizagem,
mas, fundamentalmente, a reflexão sobre o trabalho desenvolvido pelo coordenador pedagógico.
Palavras-chave: Coordenador pedagógico. Pedagogo. Gestão. Ensino. Avaliação.
1 REFLEXÕES INICIAIS
As rápidas transformações – econômicas, sociais, tecnológicas, entre outras –, manifestas na sociedade, pro-
vocam inquietações e incertezas decorrentes do processo de globalização e que provocam repercussões variadas
na vida de homens e mulheres, pois, ao mesmo tempo em que integra mercados, ocasionando o aumento do
poder e da riqueza de algumas nações, traz problemas consequentes de uma desigual distribuição de renda entre
a população mundial.
O campo educacional também sofre essa interferência. Vianna (2005, p. 92) alerta:
Anteriormente, e propositadamente, referimo-nos à escola como um microcosmo que existe na socie-
dade, sofre suas influências e, em diversos graus, também atua sobre ela. A fim de compreender a escola
e o fenômeno educacional, é necessário que os situemos no contexto das transformações ocorridas e que
devem estar refletidas nos objetivos institucionais, na programação curricular, nos objetivos instrucionais
e nas estratégias do próprio ensino.
Esse contexto exige o desenvolvimento de um trabalho pedagógico que, além da efetiva aprendizagem do
saber científico historicamente acumulado, resulte na formação de valores éticos, respeitando, fundamental-
mente, a pessoa humana em suas singularidades e diversidades. Trata-se, portanto, de formar integralmente o
ser humano para o exercício da cidadania (SANTOS, 2005, p. 30).
Para tanto, é necessário rever os processos educativos desenvolvidos pela instituição, avançando de um modelo
pedagógico alicerçado na concepção tradicional de ensino para um modelo em que todos os profissionais se compro-
metam verdadeiramente com a formação dos alunos.
Destaca-se aí o processo de gestão, sendo necessá- cráticas. Se a escola, tanto quanto
rio, porém, compreendê-lo como um processo maior a sala de aula, é espaço de aprendi-
zagem, pode-se deduzir que formas
e mais amplo do que a administração, especialmente de funcionamento, normas, proce-
aquela decorrente da Escola Clássica1. A gestão é com- dimentos administrativos, valores e
preendida como tomada de decisão e tem sua origem outras tantas práticas que ocorrem
etimológica no termo em latim gestio-õnis, signifi- no âmbito da organização escolar
cando gerir, gerência, administração. exercem efeitos diretos na sala de
aula, sendo verdade, também, o
O espaço escolar envolve processos pedagógicos, inverso: o que ocorre na sala de aula
administrativos e financeiros, que precisam ser organi- tem efeitos na organização escolar.
zados e desenvolvidos em prol da melhoria da quali- O pedagogo, ou o profissional que atua na coorde-
dade do trabalho desenvolvido. Nesse sentido, a mobi- nação do processo de ensino e aprendizagem, desempe-
lização e articulação de recursos materiais e humanos nha funções pedagógicas, sociais e políticas, que devem
devem estar focadas no processo de ensino e aprendi- atender a legislação educacional vigente e as diretrizes
zagem. Libâneo (2004, p. 11) destaca que do sistema em que a instituição está inserida, pois é o
[...] o objetivo da escola é o ensino profissional que “responde pela viabilização, integração
e a aprendizagem dos alunos; a e articulação do trabalho pedagógico-didático em liga-
organização, a gestão, as condições ção direta com os professores, em função da qualidade
físicas e materiais são meios para se
atingir esse objetivo. Sobre a rela-
do ensino” (LIBÂNEO, 2004, p. 219).
ção entre meios e fins, é preciso No cotidiano educacional, esse profissional
compreender que numa instituição desempenha inúmeras funções relacionadas à super-
há duas coisas: os objetivos a atin-
gir e os meios necessários. Objeti-
visão, acompanhamento, assessoramento, monitora-
vos e meios não são a mesma coisa, mento e avaliação das atividades pedagógico-curricu-
mas não há um sem o outro. lares desenvolvidas e do desempenho dos alunos frente
ao processo de ensino e aprendizagem, além de tam-
Portanto, a gestão do ensino, responsável pela
bém articular a relação da escola com as famílias dos
organização, desenvolvimento e monitoramento dos
estudantes e com a comunidade. Para tanto, Libâneo
processos pedagógicos, é o principal vértice da ges-
(2004, p. 219) relaciona algumas das atribuições da
tão na instituição de ensino e se efetiva por meio da
coordenação pedagógica:
coordenação de um profissional que possua o conheci-
mento e a formação específica para esse fim, ou seja, o 1. Responder por todas as atividades
pedagógico-didáticas e curriculares
pedagogo. Libâneo (2004, p. 13) complementa
da escola e pelo acompanhamento
Esse entendimento da organização das atividades de sala de aula,
escolar como espaço de aprendi- visando a níveis satisfatórios de
zagem, de compartilhamento de qualidade cognitiva e operativa do
significados, conhecimento e ações processo de ensino e aprendizagem.
entre as pessoas, leva a valorizar
2. Supervisionar a elaboração de diag-
muito mais as práticas de organiza-
nósticos e projetos para a elaboração
ção e gestão e, por consequência, a
do projeto pedagógico-curricular da
atuação da direção e da coordena-
escola e outros planos e projetos.
ção pedagógica. Gerir uma escola
deixa de ser algo apenas ligado a 3. Propor para discussão, junto ao
questões administrativas e buro- corpo docente, o projeto pedagógi-
1 Dois engenheiros, Frederick Taylor (1856-1915) e Henri Fayol (1841-1925), são co-curricular da unidade escolar.
os responsáveis pelos fundamentos da Teoria Geral da Administração, que originou 4. Orientar a organização curricular
a chamada Escola Clássica da Administração. Assim, é correto afirmar que a Escola
e o desenvolvimento do currículo,
Clássica ou Teoria Clássica da Administração pode ser dividida em dois grupos.
incluindo a assistência direta aos
Para o primeiro grupo, denominado Administração Científica, liderado por Taylor, a
principal abordagem da administração está nas tarefas e na aplicação de métodos professores na elaboração dos pla-
científicos (observação, experiência, registro, análise) aos problemas da administra- nos de ensino, escolha de livros
ção, com o principal objetivo de alcançar maior eficiência industrial, produzir mais, didáticos, práticas de avaliação da
sempre com custos mais baixos. Diferentemente da concepção de Taylor, em que a aprendizagem.
ênfase dos processos administrativos está no desenvolvimento das tarefas realiza-
das por cada operário, na Teoria Clássica de Fayol a ênfase é posta na estrutura da 5. Prestar assistência pedagógico-di-
organização, considerando que toda empresa tem suas ações desenvolvidas a partir dática direta aos professores, acom-
de grupos que desempenham funções específicas. panhar e supervisionar suas ativi-
que caracterizam a dimensão política está a mobiliza- Alguns princípios devem fundamentar esse pro-
ção dos profissionais da instituição e da comunidade cesso. São eles: igualdade, qualidade, gestão democrática,
a favor de uma participação ativa, que contribua liberdade e valorização dos profissionais do magistério.
positivamente para o êxito dos processos desenvolvi- No espaço escolar, e educacional, a igualdade se
dos pela escola. revela nas condições de acesso e permanência a todos
A dimensão pedagógica, por sua vez, traduz a os cidadãos, desde a mais tenra idade. Essa condição,
autonomia da escola no gerenciamento de seus pro- básica para a aprendizagem, tem que considerar que
cessos, sempre em acordo com a legislação e diretrizes cada sujeito possui características e ritmos de apren-
vigentes. Sobre isso, Barroso (1998, p. 16) alerta: dizagem que precisam ser respeitados nas diferentes
[...] o conceito de autonomia está etapas e níveis de escolarização. É o respeito à diver-
etimologicamente ligado à ideia sidade – cultural, social, econômica, sexual e outras –
de autogoverno, isto é, à faculdade que propicia o desenvolvimento de práticas inclusivas
que os indivíduos (ou as organiza- e democráticas.
ções) têm de se regerem por regras
próprias [e de que] a autonomia A qualidade é outro princípio fundamental na
pressupõe a liberdade (e capaci- construção do PPP e diretamente vinculado à ges-
dade) de decidir, ela não se con- tão do ensino, especialmente à qualidade educacional
funde com a “independência” [na
relacionada aos meios, formas, técnicas, procedimen-
medida em que a] autonomia é um
conceito relacional [...] sua ação tos, conteúdos e aspectos determinantes do trabalho
se exerce sempre num contexto de pedagógico, que contribuem para a melhor aprendi-
interdependência e num sistema de zagem possível dos alunos e efetiva apropriação das
relações (grifo do autor). matérias trabalhadas.
No entanto, é relevante compreender que para Mas também é importante considerar a qualidade
a legitimidade desse processo coletivo é necessá- social relacionada à formação de sujeitos capazes de
rio garantir espaço para que todos os integrantes da intervir positivamente na realidade em que estão inse-
comunidade escolar, sem exceção, participem das dis- ridos. Para Gentili e Alencar (2002, p. 98) qualidade
cussões e decisões que se realizam na escola. Isso exige social é “o movimento em favor de um ensino mais
a compreensão de que participar significa muito mais ativo, mais participativo, mais centrado nos interesses
do que apenas colaborar. No caso da escola pública, é dos alunos”, em consonância com os interesses sociais.
preciso primeiramente refletir.
Libâneo (2004, p. 67) relaciona as principais
A quem pertence a escola pública? características de uma escola com qualidade social:
Se não houver a consciência de
que a mesma pertence ao público, 22 Assegura sólida formação de base
que constitui a escola e seu que propicia o desenvolvimento
entorno, não haverá como envol- de habilidades cognitivas, operati-
ver seus segmentos, desencadear vas e sociais, por meio do domínio
a efetiva participação. Se a escola dos conteúdos escolares (conceitos,
e seus objetivos pertencerem ao procedimentos, valores), a prepa-
(à) diretor (a), ao governo, não ração para o mundo tecnológico e
há por que os professores, os fun- comunicacional, integrando a cul-
cionários, os agentes da comu- tura provida pela ciência, pela téc-
nidade se sentirem comprome- nica, pela linguagem, pela estética,
tidos com ela (BORDIGNON; pela ética.
GRACINDO, 2001, p. 171). 22 Desenvolve processos de formação
para a cidadania, incorporando
Assim, o PPP não é algo construído para ser novas práticas de gestão, possibili-
arquivado ou encaminhado às autoridades educacio- tando aos alunos a preparação para
nais como prova do cumprimento de tarefas burocrá- a participação nas organizações e
ticas; ao contrário, ele deve ser vivenciado em todos os movimentos populares, de modo
momentos, por todos os envolvidos com o processo a contribuir para o fortalecimento
da sociedade civil e controle da
educativo da escola. Todavia, para que esse processo gestão pública. Para isso, cria situ-
se efetive, é necessário desenvolver na instituição ações ações para a educação da respon-
fundamentadas em valores democráticos. sabilidade, participação, iniciativa,
é preciso que saibam como e por professores, afinal, o processo de gestão do ensino não
que são tomadas certas decisões se extingue na organização e construção do PPP.
no âmbito do sistema de ensino,
como a direção da escola passa Como já apontado anteriormente, o PPP se efe-
essas decisões aos professores, e tiva no cotidiano escolar por meio de diferentes ações e
como essas decisões expressam atividades. Para tanto, é necessário elaborar um plane-
relações de poder, como tam-
bém expressam ideias sobre como jamento para cada uma das atividades desenvolvidas. É
devem se comportar e que tipo de ele que organiza de modo intencional o trabalho peda-
aluno deve ser formado. gógico, porém, para muitos professores, ainda se reduz
Ainda de acordo com Libâneo (2004, p. 37), para a um instrumento que deve ser elaborado e entregue
que o professor seja sujeito ativo e atue com compe- à coordenação pedagógica ou à secretaria da escola.
tência5 na gestão do ensino, é preciso dominar: Entretanto o planejamento escolar é muito mais do que
isso, pois deve resultar de um processo de estudo, pes-
22 Elaboração e execução do planeja-
quisa e reflexão.
mento escolar: projeto pedagógico-
-curricular, planos de ensino, plano Reflexão, que se origina do latim reflectire, signi-
de aula. fica voltar atrás. Nesse sentido, o planejamento deve
22 Organização e distribuição do espaço necessariamente decorrer de uma reflexão sobre o tra-
físico, qualidade e adequação dos balho realizado, possibilitando, quando necessário, a
equipamentos da escola e das demais
retomada da ação pedagógica e caracterizando uma
condições materiais e didáticas.
atitude crítica do professor frente à sua prática, pois
22 Estrutura organizacional e normas propicia constatar as características da realidade, ava-
regimentais e disciplinares.
liar conteúdos trabalhados, estratégias executadas e a
22 Habilidades de participação e inter- aprendizagem dos alunos (SAVIANI, 1987, p. 24).
venção em reuniões de professores,
conselho de classe, encontros, e em Libâneo (2004, p. 149) define o planejamento
outras ações de formação continu- escolar como uma
ada no trabalho.
Atividade de previsão da ação a ser
22 Atitudes necessárias à participação realizada, implicando definição de
solidária e responsável na gestão da necessidades a atender, objetivos a
escola como cooperação, solida- atingir dentro das possibilidades,
riedade, responsabilidade, respeito
procedimentos e recursos a serem
mútuo, diálogo.
empregados, tempo de execução e
22 Habilidades para obter informação formas de avaliação. O processo e
em várias fontes, inclusive nos meios o exercício de planejar referem-se
de comunicação e informática. a uma antecipação da prática, de
22 Elaboração e desenvolvimento de modo a prever e programar as ações
projetos de investigação. e os resultados desejados, consti-
tuindo-se numa atividade necessá-
22 Princípios e práticas de avaliação
ria à tomada de decisões.
institucional e avaliação da apren-
dizagem dos alunos. Enquanto instrumento característico da gestão
22 Noções sobre financiamento da do ensino, o planejamento possibilita, entre outros,
educação e controles contábeis, definir objetivos e metas em acordo com as diretrizes
assim como formas de participação educacionais vigentes e com as expectativas da equipe
na utilização e controle dos recursos
financeiros recebidos pela escola.
pedagógico-administrativa da escola e, consequente-
mente, desenvolver atividades que atendam às necessi-
É possível perceber que o êxito do processo educativo dades educativas dos estudantes.
está diretamente relacionado ao desenvolvimento de
várias ações, muitas delas decorrentes do trabalho Há, no entanto, que se diferenciar o planejamento
conjunto entre direção, coordenação pedagógica e escolar de um plano, pois muitos profissionais da edu-
cação ainda acreditam que ambos possuem a mesma
5 Competência que, segundo Libâneo (2004, p. 83), possui dois significados: o finalidade. Esse é um equívoco e pode resultar em uma
primeiro é relacionado à capacidade de alguém apreciar e julgar uma determinada
questão, e o segundo diz respeito ao conhecimento, à habilidade em resolver pro-
contínua improvisação da prática pedagógica em sala
blemas, realizar uma atividade. de aula, prejudicando o processo de aprendizagem.
22 A avaliação, como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a
seleção (que obrigatoriamente conduz à exclusão). O diagnóstico tem por objetivo aquilatar coisas,
atos, situações, pessoas, tendo em vista tomar decisões no sentido de criar condições para a obtenção
de uma maior satisfatoriedade daquilo que se esteja buscando ou construindo.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 172-173.
ESTUDOS DE CASOS
22 Em uma reunião da equipe pedagógico-administrativa da escola – pedagogas e direção – foi tratado
sobre a situação de uma determinada professora, regente do 4º ano do ensino fundamental. A peda-
goga comentou que:
22 o desempenho dos alunos da turma em avaliações realizadas estava muito baixo;
22 ao passar pela sala de aula, continuamente verificava que a professora estava sentada e os alunos
desorganizados;
22 verificando os cadernos dos alunos constatou que não havia correção realizada pela professora;
22 apesar de ser uma exigência da escola, a professora não organizava o planejamento das aulas e
trabalhava improvisadamente;
22 possuía alguns registros de reclamações de familiares a respeito da postura da professora;
22 mesmo tendo em três diferentes ocasiões conversado e orientado a professora, inclusive com regis-
tro em ata, a situação não se modificou.
A pedagoga comentou, ainda, que considerava necessário remanejar a professora de função, pois os
alunos estavam sendo seriamente prejudicados pela postura da professora. A direção concordou com a
decisão, destacando a responsabilidade e o compromisso social da escola com a efetiva aprendizagem
de seus alunos.
Comente em um texto de 10 a 15 linhas a relação existente entre a decisão da pedagoga e da diretora
e a gestão do processo de ensino.
22 No Conselho de Classe realizado ao final do ano, uma professora regente de uma turma do 3º ano
do ensino fundamental informou que iria reprovar um de seus alunos, comentando que se tratava de
um aluno indisciplinado, mal educado e arrogante, que não realizava as tarefas e que apresentou, no
decorrer do ano, notas sempre um pouco abaixo da média. Destacou, no entanto, que se ela atribuísse
“um ponto a mais” em uma atividade em grupo poderia aprová-lo; porém, afirmou que não iria fazê-lo,
pois, do seu ponto de vista, era um aluno que merecia a reprovação para “baixar a crista”.
A pedagoga questionou a professora sobre o fato de não ter apresentado a situação do referido aluno
nos Conselhos de Classe anteriormente realizados. A professora respondeu afirmando não ter sido
necessário, pois sua experiência de mais de 20 anos de magistério indicou, já no início do ano letivo,
o que iria acontecer. A pedagoga, então, solicitou à professora os registros sobre o desempenho do
aluno nas diferentes áreas do conhecimento, sobre as intervenções pedagógicas desenvolvidas e as con-
versas realizadas com a família. A professora novamente respondeu que não possuía nada registrado,
além afirmar que nunca conversou com a família, pois era desestruturada e isso não contribuiria,
reafirmando que sua experiência dava a certeza sobre o desempenho do aluno. Diante do exposto, a
pedagoga discordou da reprovação do aluno, argumentando que a professora, além de demonstrar uma
prática excludente em suas ações, não possuía registros que comprovassem a realização de intervenções
pedagógicas que possibilitassem a transformação da situação. A diretora e os demais professores parti-
cipantes do Conselho de Classe apoiaram a decisão da pedagoga.
Analise a situação e produza um pequeno texto (15 a 20 linhas), em que apresente seu ponto de vista
sobre a prática da professora e a ação/decisão da pedagoga, sempre articulando-o com o processo de
gestão do ensino e da avaliação da aprendizagem.
CASOS DE REFORÇO
22 No início do ano letivo de uma escola de educação infantil e de ensino fundamental, o diretor reali-
zou uma reunião com todos os professores e funcionários da instituição, e, na ocasião, entre outros
temas, foram apresentados o projeto político-pedagógico e o regimento escolar. A partir daí, em
uma reflexão coletiva, buscou-se identificar situações pedagógico-administrativas ocorridas no ano
anterior que exigem a reorganização/realimentação do PPP para aprimorar/adequar o trabalho peda-
gógico dos docentes.
Você considera que essa ação realizada pelo diretor é característica da gestão do ensino? Justifique sua
resposta relacionando cinco aspectos – positivos ou negativos – dessa prática.
22 Uma escola de ensino fundamental marcou a formatura das 8ª séries (9º ano) para o dia 5 de dezembro;
porém, o calendário escolar da instituição determina a realização de aulas até o dia 15 de dezembro. Os
pais de um aluno que cursa a referida série questionaram junto à Secretaria de Educação essa decisão
da instituição, pois seu filho entrou em recuperação de estudos em língua portuguesa e matemática, e,
se aprovado, não poderia participar da cerimônia, marcada para 15 dias antes de se encerrar o trabalho
letivo na escola.
É importante considerar dois aspectos: a legislação educacional determina a obrigatoriedade de cum-
primento do calendário escolar (mínimo de 200 dias letivos) e o aluno tem o direito tanto de frequen-
tar a recuperação de estudos, quanto de participar das atividades programadas para sua turma.
a) Como você avalia a situação? Quem está certo, os pais ou a escola?
b) Se você fosse gestor(a) – diretor(a) ou pedagogo(a) – nessa escola, como procederia para resolver
o conflito?
c) Quais as consequências dessa decisão da escola?
TEMAS EMERGENTES
Os temas emergentes indicam temas atuais que enriquecem os conhecimentos da disciplina, pois permitem
identificar conceitos e fatos em evidência na sociedade.
Para acessar os sites a seguir basta posicionar a seta sobre o link em azul e clicar.
22 Na busca da melhoria da educação brasileira, é constante a discussão sobre a qualidade do ensino ofer-
tado nas escolas, especialmente nas públicas, afinal, a educação nas últimas décadas tem sido encarada
como elemento determinante para o desenvolvimento das nações. No Brasil, com a promulgação da
atual Constituição Federal, em 1988, a educação, juntamente com outros serviços, passou a ser con-
siderada direito público subjetivo. Se é direito constitucionalmente garantido e obrigação do Estado,
a qualidade desse serviço não pode ser exceção. Ao contrário, tem que ser regra para todos. Essa é a
LEITURAS COMPLEMENTARES
Os textos abaixo selecionados para leitura e desenvolvimento acadêmico retratam as produções de pesquisa-
dores da área. A leitura e análise desses textos contribui para o seu conhecimento, além de subsidiar a realização
das avaliações, já que as questões são elaboradas também a partir deles.
Para acessar os sites a seguir basta posicionar a seta sobre o link em azul e clicar.
FUSARI, J. C. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de respostas. Dis-
ponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2018.
LEITE, S. A. da S.; KAGER, S. Efeitos aversivos das práticas de avaliação da aprendizagem escolar. Dispo-
nível em: <http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v17n62/a06v1762.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2018
LEON, F. L. L. de.; MENEZES-FILHO, N. A. Reprovação, avanço e evasão escolar no Brasil. Disponível
em: <http://ppe.ipea.gov.br/index.php/ppe/article/viewFile/138/73>. Acesso em: 04 abr. 2018.
MATTOS, C. L. G. de. O conselho de classe e a construção do fracasso escolar. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/ep/v31n2/a05v31n2.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2018.
NETO, A. L. G. C.; AQUINO, J. de L. F. A avaliação da aprendizagem como um ato amoroso: o que o
professor pratica? Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/edur/v25n2/10.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2018.
TORNQUIST, A. et al. A gestão escolar na perspectiva dos supervisores escolares. Disponível em: <http://
ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho142.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2018.
VÍDEOS
Os vídeos selecionados retratam de forma audiovisual os conceitos abordados nesta disciplina.
Para acessar os sites a seguir basta posicionar a seta sobre o link em azul e clicar.
2. Conceitos de currículo
O vídeo realiza uma interessante reflexão sobre os diferentes conceitos de currículo, relacionando-os com os
aspectos políticos e sociais desse importante elemento no processo de gestão do ensino.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=WzBcE9QsW1g>. Acesso em: 05 abr. 2018.
6. IDEB
O vídeo apresenta o IDEB, seus objetivos, compromissos e importância. Organizado pelo Ministério da Educa-
ção, propicia a compreensão da população em geral sobre ações do Governo Federal a favor da educação.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=i6KsIDJ5MKc&feature=related>. Acesso em: 05 abr. 2018.
9. Avaliação
O vídeo apresenta a avaliação nas diferentes modalidades. Propicia a reflexão sobre os compromissos e respon-
sabilidades desse processo pedagógico.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=A90GwF-5bAk&feature=related>. Acesso em: 05 abr. 2018.