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Revista ESO Engenharia e Tecnologia

ENSAIOS DE USINABILIDADE DE PRESSÃO


CONSTANTE EM FERROS FUNDIDOS
UTILIZANDO UMA FURADEIRA DE COLUNA
ADAPTADA
Sigler Junior, E.¹; Simões, M.B.¹; Rosa Neto,C.A.²; Barbosa, P.A.²; Julio, S.S.¹.

¹ Faculdade do Centro Leste, Rod. ES – 010, km 6, S/N, Manguinhos, Serra – ES


² Universidade Federal do Espirito Santo, Centro Tecnológico, Engenharia Mecânica, Av. Fernando Ferrari 514,
Goiabeiras, Vitória - ES

Resumo
Com a intensa busca pelo aumento da produção e diminuição de custos na fabricação de produtos manufaturados, é
cada vez mais necessário o total conhecimento sobre as propriedades do material utilizado para a produção de
determinado produto. Na indústria metal-mecânica é muito utilizado o processo de fabricação por usinagem de
metais ferrosos para a produção de peças. Existem diversos parâmetros que podem influenciar na tomada de decisão
do material a ser escolhido, um destes parâmetros é a usinabilidade, que é a grandeza que indica a facilidade ou a
dificuldade de se usinar um material. Para se comparar a usinabilidade de materiais são executados testes de longa
ou curta duração. No intuito de encontrar novas formas de mensurar a usinabilidade foram desenvolvidos vários
métodos de ensaios de curta duração, entre eles o método de pressão constante. Nesse contexto, o objetivo do trabalho
consiste na realização de ensaios de usinabilidade de pressão constante em uma furadeira de coluna adaptada em
três classes de ferro fundido distintas: cinzento, nodular e vermicular. Para tanto, a rotação e a força de avanço
foram variadas em dois níveis, mantendo o tempo de usinagem constante. A resposta avaliada no ensaio foi a medida
do percurso de avanço (profundidade do furo). Os resultados mostraram que o ferro fundido vermicular foi o material
que apresentou o pior índice de usinabilidade. Os ferros fundidos cinzento e nodular apresentaram resultados
similares com melhor usinabilidade quando comparado com o vermicular. As condições de corte também
influenciaram significativamente os resultados de usinabilidade.

Palavras-chaves: usinabilidade; furação; ensaio de pressão constante; ferro fundido cinzento; ferro fundido
nodular; ferro fundido vermicular.

1. INTRODUÇÃO avanço, geometria do corte, operações de usinagem,


De acordo com o Centro de Informação Metal rigidez da máquina-ferramenta, entre outros [4] ,[5].
Mecânica – CIMM, temos que usinagem é o processo É necessário que se estabeleça banco de dados nas
de fabricação que promove a retirada de material da empresas do ramo industrial metal-mecânico, com
peça por cisalhamento com objetivos de produção de valores de usinabilidade, a fim de melhorar os
peças com variadas formas, à partir de um bloco de procedimentos de fabricação e controle de usinagem. O
material metálico, pela obtenção de peculiaridades [1]. índice de usinabilidade dos metais pode ser
As operações de usinagem convencionais mais influenciado pelos seguintes fatores relacionados ao
utilizadas na indústria metal-mecânica são as de material da peça: : composição química,
torneamento, fresamento e furação, sendo que a última microestrutura, dureza, propriedades das tensões e
operação citada compreende cerca de 25% em tempo deformações e rigidez da peça [4]. Inúmeros ensaios de
de usinagem e 33% em número de operações dentre usinagem têm sido utilizados para julgar o
todas os processos empregados [2]. comportamento do material em relação às grandezas
Em termos gerais, usinabilidade pode ser definida características de usinagem, tais como desgaste de
como sendo uma grandeza que indica a facilidade ou ferramenta, força de usinagem, acabamento superficial,
dificuldade de se usinar um material [3]. A temperatura de corte, entre outros [5].
usinabilidade é função do sistema ferramenta-peça, e O tipo de ensaio de usinabilidade foco deste trabalho
sua medida pode ser influenciada por muitos fatores se enquadra nos métodos de ensaios de curta duração,
tais como velocidade de corte, profundidade de corte, que são preferíveis aos ensaios de longa duração, por
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serem menos onerosos, ou seja, demandam de menores aplainamento, furação mandrilhamento, serramento,
gastos com tempo e material. Assim, são realizados em brochamento e roscamento [1], [3], [5].
um intervalo de tempo relativamente curto, e por vezes
em condições forçadas [4] ,[5]. 3.2 Furação
Nesse contexto, o teste de pressão constante também A furação é um processo mecânico de usinagem que
conhecido como teste de força de avanço constante (Ff) atua na obtenção de um furo, normalmente cilíndrico
é um tipo de teste de usinabilidade de curta duração que na peça [5]. Esse processo mecânico utiliza,
se inclui no Ranking Testes (testes classificatórios), que geralmente, uma ferramenta multicortante, que pode
são aqueles que meramente indicam a usinabilidade remover o material girando e avançando numa
relativa de duas ou mais combinações de pares trajetória retilínea, coincidente ou paralela ao eixo da
ferramenta e peça, para uma dada condição de corte [6]. máquina [3].
O princípio de funcionamento consiste na aplicação de O processo de furação é um dos processos de usinagem
uma força de avanço constante e medição do tempo de mais utilizado pela indústria de metal-mecânica. E,
corte para se furar uma chapa de espessura fixa, porém acrescenta-se a isso, que a grande maioria das peças que
a literatura também permite fixar um determinado são fabricadas pelas indústrias possui ao menos um
tempo e medir o percurso de avanço [5] ,[6]. furo. [4]
Atendendo a demanda de uma opção de teste de De acordo com Ferraresi e Machado [3], [5], a furação
usinabilidade do Laboratório de Tecnologia Mecânica pode ser subdivida em cinco operações, são elas:
(LabTecMec) da Universidade Federal do Espírito furação em cheio, escareamento, furação escalonada,
Santo, foi construído um dispositivo adaptado a furação de centros e trepanação.
furadeira de coluna para executar testes de A furação em cheio, que foi utilizada no presente
usinabilidade de curta duração, por meio de ensaios de trabalho, é uma operação de usinagem que atua na
pressão constante (Pf). Porém, se viu a necessidade do obtenção de um furo cilíndrico numa peça, que por
aprimoramento e calibração do dispositivo citado meio de uma broca remove todo o material no volume
acima, para melhorias no desempenho do ensaio, na do furo, em forma de cavaco, como pode ser visto na
qualidade de dados obtidos, e maior facilidade no Figura 1 [5].
manuseio pelos alunos, técnicos e professores que
utilizarem o sistema.

2. OBJETIVOS
O objetivo geral do trabalho proposto consiste em
realizar ensaios de usinabilidade de curta duração
utilizando uma furadeira de coluna.
Nesse sentido, os objetivos específicos abrangem os
seguintes tópicos: Avaliação e adaptação do sistema de Figura 1. Furação profunda em cheio [5]
de transmissão de movimento e sistema de suporte de
pesos do dispositivo; Calibração do dispositivo; 3.3 Máquina-Ferramenta
Ensaios de de usinabilidade de pressão constante em As máquinas ferramentas de furação podem ser
três classes de ferros fundidos: Ferro Fundido Cinzento classificadas quanto ao seu sistema de avanço, que pode
(FC300), Ferro Fundido Nodular (FE45012) e Ferro ser manual (ou sensitiva) e automática (elétrico ou
Fundido Vermicular (FV350). hidráulico). As furadeiras também podem ser
classificadas quanto ao tipo de equipamento, podendo
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ser portátil, de coluna, de bancada, radial ou horizontal.
3.1 Processo de usinagem A furadeira de coluna, como visto na Figura 2, é muito
O processo de usinagem ocorre a partir de uma peça utilizada devido a sua versatilidade, sendo bastante
bruta de material metálico em que é feito a remoção de necessária em oficinas de manutenção e de produção.
material por cisalhamento através de uma ferramenta de [7]
corte. Essa porção de material que é removida da peça
é chamada de cavaco, que é caracterizada por uma
geometria irregular [1] ,[3], [5].
Assim, através da usinagem é conferido à peça forma,
dimensões e acabamento desejados pelo processo,
como também certas peculiaridades, como saliências,
reentrâncias, furos passantes, furos rosqueados, entre
outros.
Os processos de usinagem convencional podem ser Figura 2. Furadeira de coluna [7]
classificados por: torneamento, fresamento,
3.3.1 Furadeira de Coluna
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Os principais componentes que compõe a furadeira de helicoidal. As guias servem para guiar a broca dentro
coluna são a base da máquina-ferramenta, a sua árvore, do furo, como também ajudam a evitar que toda a
a sua alavanca e, sob elas, a mesa, como podem ser parede externa da broca atrite com as paredes do furo,
vistos na figura 3. diminuindo o esforço necessário da furação [4], [12].
A base é o componente da máquina-ferramenta que é Os canais helicoidais são os espaços de saída da
fixado a coluna, servindo como suporte para a mesa e ferramenta, que é o mesmo que a extensão por onde
todos os demais componentes sobre ela [8], [9]. escorre o cavaco que é removido da peça [4], [12].
A árvore é o componente da máquina-ferramenta que, O ângulo de hélice para brocas normais no diâmetro
deslizando segundo seu eixo, atua no movimento de externo coincide com o valor do ângulo de saída. De
rotação permitindo ajuste para diferentes velocidades acordo com a norma ABNT PB – 286 (1836), o ângulo
[8], [9]. da hélice pode ser classificado em três tipos de brocas:
A alavanca em cruz é o componente da máquina- Tipo N – geralmente possui um ângulo de hélice de 28º
ferramenta que atua no movimento de avanço da árvore (visto na figura 4). Esse tipo de broca é de aplicação
segundo a direção vertical. Um operador da máquina geral [4], [12].
pode efetuar o movimento de avanço da árvore
utilizando manualmente a alavanca [8], [9].
A mesa é o componente da máquina-ferramenta onde é
fixada a peça que será furada. Essa mesa deve possuir
ranhuras que permitirão fixação da peça, além de
possuir um canal coletor, que deverá recolher o líquido
usado para lubri-refrigeração, possuir um mecanismo
de cremalheira e pinhão, que quando acionados pela
manivela movimenta a mesa verticalmente [8], [9]. Figura 4. Tipo de broca helicoidal N [12]

Tipo H – possui ângulo de hélice de cerca de 15º (visto


na figura 5). É um tipo de broca utilizado em usinagem
de materiais duros e frágeis com formações de cavacos
curtos [4] [12].

Figura 3. Furadeira de coluna: 01. Base; 02. Mesa; 03.


Árvore; 04. Alavanca em cruz; 05. Mecanismo de
acionamento; 06. Coluna. [10] Figura 5. Tipo de broca helicoidal H [12]

Tipo W – normalmente possui um ângulo de hélice de


3.3.2 Ferramenta de corte
40º (visto na figura 6). É muito aplicado na usinagem
As brocas são ferramentas utilizadas no processo de
de materiais com cavacos longos e/ou moles. [4] [12]
furação, que podem possuir de dois até quatro arestas
de corte e canais helicoidais por onde deve ser feita a
remoção do cavaco. O ângulo da ponta da broca de uma
ferramenta de furação pode variar entre 90º a 150º,
dependendo da dureza do material da peça a ser
aplicado o corte. Ângulos da ponta entre 118º a 120º
são mais comuns entra as ferramentas de furação [11].
De acordo com Stemmer, as brocas helicoidais são as
mais utilizadas na execução de furos [12]. A norma Figura 6. Tipo de broca helicoidal W [12]
ABNT TB-111 (DTN-412) define os conceitos básicos
e a nomenclatura das partes da broca helicoidal que A broca helicoidal, que pode ser visto em detalhes na
podem ser vistos a seguir [13]: figura 7, é composta por duas arestas principais,
A haste da broca, tem por objetivo sua fixação na conhecidas como arestas de corte, e além destas, há
máquina de corte [4], [12]. uma terceira aresta, a aresta transversal, que liga as
O núcleo é a parte interior da broca de diâmetro outras duas arestas principais [4], [12].
equivalente a 0,16 D. O núcleo é a parte que confere O ângulo entre duas arestas principais é conhecido
rigidez à broca [4], [12]. como ângulo de ponta. Porém, de acordo com a NBR
As guias são duas regiões da broca (uma para cada 6163, a definição correta para o ângulo de ponta
aresta de corte) vistas na superfície externa da broca
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corresponde ao ângulo entre a aresta principal e Percurso efetivo de corte é o espaço percorrido na peça
secundária de corte [4], [12]. pelo ponto de referência da aresta cortante na direção
do movimento efetivo de corte [3], [4], [5].
As velocidades que atuam no movimento entre peça e
ferramenta são a velocidade de corte, a velocidade de
avanço e a velocidade efetiva de corte.
Velocidade de corte é a velocidade tangencial
Figura 7. Partes de uma broca helicoidal [12] instantânea do ponto de referência da aresta cortante,
segundo a direção e sentido do movimento de corte. O
movimento de rotação de corte pode ser representado
3.3.3 Grandezas físicas do processo de furação
pela equação 1 [3], [4], [5]:
Para se obter uma superfície desejada através do corte
da máquina-ferramenta é necessário utilizar o
𝜋∙𝑑∙𝑛
movimento relativo apropriado entre peça e ferramenta. 𝑣𝑐 = [𝑚/𝑚𝑖𝑛] (1)
A norma NBR 6162 - Movimentos e Relações 1000
Geométricas na Usinagem dos Metais: Terminologia
Onde:
expõe sobre os movimentos relativos entre peça e aresta
𝑑 = diâmetro da peça ou da ferramenta em mm
cortante, o quais permitem a ocorrência do processo de
usinagem. Abaixo, serão apresentadas essas definições 𝑛 = rotações por minuto (rpm)
básicas tratadas pela norma dos movimentos, percursos
e velocidades entre a peça e a ferramenta [14]. Velocidade de avanço é a velocidade instantânea da
Movimento de corte é o movimento relativo entre a ferramenta segundo a direção e sentido do movimento
peça e a ferramenta que causa a remoção direta do de avanço. A velocidade de avanço pode ser
cavaco. Sem o movimento de avanço, se daria uma representada pela equação 2 [3], [4], [5]:
única remoção de cavaco em uma volta ou um curso.
Movimento de avanço é o movimento entre peça e 𝑣𝑓 = 𝑓 ∙ 𝑛 [𝑚𝑚/𝑚𝑖𝑛] (2)
ferramenta que causa indiretamente a remoção do
cavaco. Concomitante ao movimento de corte, faz a Onde:
remoção contínua de cavaco no decorrer de várias 𝑓 = avanço em mm/rev (mm por revolução)
revoluções ou cursos. 𝑛 = rotações por minuto (rpm)
Movimento efetivo de corte é o movimento resultante
do movimento de corte e do movimento de avanço A velocidade efetiva de corte é a velocidade instantânea
ocorridos simultaneamente. Na figura 8 é apresentado do ponto de referência da aresta cortante, segundo a
os vetores dos movimentos entre peça e ferramenta no direção e sentido do movimento efetivo de corte. A
processo de furação [3], [4], [5]. velocidade efetiva de corte pode ser calculada
vetorialmente como mostra a equação 3 [3], [4], [5]:

⃗⃗⃗
𝑣𝑒 = ⃗⃗⃗
𝑣𝑐 + ⃗⃗⃗⃗
𝑣𝑓 (3)

3.4 Ensaio de usinabilidade


A Usinabilidade de um metal pode ser definida como
uma grandeza tecnológica, que, por meio de um valor
numérico comparativo, expressa um conjunto de
propriedades de usinagem do metal, em relação a outro
tomado como padrão [5].
Figura 8. Grandezas físicas do processo de furação [5] A usinabilidade tem uma grande influência na
produtividade de uma empresa que envolve fabricação
O percurso feito entre a ferramenta e a peça são de peças por meio da formação de cavaco, pois através
divididos em percurso de corte, percurso de avanço e desta propriedade que é feito o planejamento da
percurso efetivo de corte. usinagem do material, da confecção da ferramenta, dos
Percurso de corte é o espaço percorrido pelo ponto de parâmetros de corte etc.
referência da aresta cortante sobre a peça na direção de Infelizmente, até hoje não foi possível atribuir uma
corte. unidade bem definida à usinabilidade. Como resultado
Percurso de avanço é o espaço percorrido pela de inúmeras pesquisas realizadas, temos disponíveis
ferramenta na direção de avanço. Quando houver um atualmente os valores medidos dos desgastes das
avanço principal e lateral, deve ser feita a distinção dos ferramentas em função das condições de usinagem,
componentes do movimento do avanço. temperaturas atingidas, força de corte etc. Entretanto,
tais valores se apresentam de tal modo confusos e
muitas vezes contraditórios [5].
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A razão pela qual acontece esta situação se deve aos para uma força de penetração especificada. Para efeito
seguintes motivos: de comparação dos resultados, devem ser utilizadas
A usinabilidade é uma propriedade que envolve a brocas de mesmo material, mesmo tamanho e
interação da peça a ser usinada com uma ferramenta de geometria. A rotação e a força de avanço devem
corte. também ser especificadas. Assim, Lf varia com a
Difícil análise dos resultados, pois existe vários fatores irregularidade do material, com a vibração da
que influenciam no resultado da usinabilidade (ex: ferramenta, com a variação do atrito da broca com a
velocidade de corte, avanço, profundidade de corte, peça e do atrito do cavaco com a broca e com a peça. A
geometria da ferramenta, combinação de materiais, forma do cavaco, curta ou longa, influi
aresta postiça, desgaste maior da aresta cortante, entre consideravelmente nos resultados [5].
outros) [5].
As pesquisas sobre usinabilidade não consegue 3.5 Ensaio dos ferros fundidos
acompanhar a rápida evolução dos materiais. 3.5.1 Ferros fundidos
Dada esta incerteza dos resultados de pesquisas de Os ferros fundidos são ligas de Fe-C cujo teor de
carbono, na prática, normalmente se apresenta entre 3 a
laboratórios, muitas empresas mantêm um controle
4,5% [15]. Como a constituição estrutural dos ferros
constante da usinabilidade das partidas de material que
fundidos o teor de Si tem grande influência nessa liga e
recebem, a fim de obter dados sobre condições de
usinagem e vida provável das ferramentas, a qual é de é muitas vezes maior que o teor de carbono, os ferros
grande interesse na produção em série, tendo em vista fundidos também podem ser considerados como uma
o planejamento dos intervalos de afiação [5]. liga ternária Fe-C-Si [16].
Os ferros fundidos são caracterizados pela sua boa
Como nem toda indústria tem à disposição
rigidez, resistência à compressão e baixo ponto de fusão
equipamentos específicos para fazer esses ensaios, este
em relação aos aços o que facilita o processo de
artigo tem o objetivo de trazer uma adaptação de uma
furadeira de bancada para poder ser feito ensaios de fundição e tornando mais fácil seu uso na produção de
usinabilidade para processos de furação. peças pelo processo de fundição [4], [15].
Existe 4 variáveis que influenciam o ensaio de A formação de grafita pode ser regulada por sua
composição e sua taxa de resfriamento. A presença de
usinabilidade, são elas:
Si com teores acima de 1% e a taxa de resfriamento
Material da peça, processo mecânico, condições de
baixa permitem uma reação de grafitização maior, o
usinagem e critério empregado na avaliação.
que estimula a formação de grafita. Na maioria dos
Com relação ao material da peça, as influências mais ferros fundidos o C está presente na forma de grafita,
significativas estão relacionadas com: isso implica que, a composição e o tratamento térmico
Composição química, microestrutura, dureza, influenciam a microestrutura e propriedades mecânicas
propriedades das tensões e deformações e rigidez da desses materiais. Os tipos de ligas mais comuns são o
peça. ferro fundido cinzento, o ferro fundido branco, o ferro
Com relação ao processo mecânico: fundido mesclado, o ferro fundido maleável, o ferro
Material da ferramenta, fluidos de corte, rigidez da fundido nodular e o ferro fundido vermicular [15], [16].
máquina ferramenta e sistema de fixação da peça. Os ferros fundidos que serão utilizados como material
Com relação as condições de usinagem: de ensaio são apresentados a seguir.
Velocidade de corte, avanço profundidade de corte,
geometria da ferramenta e operação empregada (corte 3.5.2 Ferros fundidos cinzentos
contínuo ou intermitente, condições de entrada e saída Os ferros fundidos cinzentos apresentam uma
da ferramenta). coloração escurecida por causa dos flocos de grafita.
Existe vários critérios para determinar a forma de se Seus elementos de liga fundamentais são o carbono e o
realizar os ensaios de usinabilidade, alguns exemplos silício, cujo teores variam entre 2,5 a 4% e 1 a 3%,
são baseados na vida da ferramenta, na força de respectivamente. Grande parcela de carbono presente
usinagem na temperatura de corte etc. em sua microestrutura estão na forma livre (grafita
Este trabalho irá focar no critério baseado na força de laminar), já o restante do carbono está presente no
usinagem, utilizando o avanço constante. estado combinado (Fe3C) [15], [16]. Em razão de sua
microestrutura que pode ser vista na figura 9, os ferros
3.4.1 Método da força de avanço constante fundidos cinzentos possuem baixa resistência e são
O Método da força de avanço constante consiste na frágeis. As pontas dos flocos de grafita servem como
medida do percurso de avanço (Lf) obtido na peça de concentradores de tensões quando é aplicado um
trabalho pela ferramenta trabalhando com uma força esforço externo. No entanto, quando lhe é aplicado um
constante. esforço compressivo o material apresenta uma
No processo de furação o ensaio consiste em medir a resistência maior [15].
profundidade do furo (Lf), após 100 voltas da broca,
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o ferro cinzento e o nodular por oferecer boa


fundibilidade, resistência mecânica e alguma
ductilidade [17].

Figura 9. Microestrutura do FC300 [1]

O ferro fundido cinzento é o mais frequentemente


utilizada entre os ferros em virtude do seu baixo custo
de fabricação e por suas características que são: Figura 11. Microestrutura do FV350 [1]
Excelente usinabilidade, boa resistência mecânica, fácil
fusão e moldagem e boa capacidade de amortecimento Os ferros fundidos de grafita compactada além de
[16]. apresentarem grafita na forma de vermículos, o que
contribue como concentrador de tensões e que facilita a
3.5.3 Ferros fundidos nodular/dúctil propagação de trincas, permitindo remoção do cavaco
Quando adicionado uma pequena quantidade de Mg e de forma mais rápida que de um material de grafita
Ce ao ferro fundido cinzento em seu estado líquido, esferoidal, como os ferros fundidos nodulares. Como os
causa uma mudança na microestrutura do ferro fundido, ferros fundidos nodulares possuem maior resistência
consequentemente, alterando também suas mecânica e ductilidade comparado ao ferro fundido
propriedades mecânicas [15], [16]. Resultado disso, vermicular, isso implica que, os ferros fundidos
ocorre a formação de grafitas em forma de nódulos ou vermiculares, em sua maior parte, possuem melhor
esferoidais, ao invés de flocos, envoltos por uma matriz usinabilidade que os ferros fundidos nodulares [6].
de ferrita ou perlita, como apresentado na Figura 10.
Normalmente, o material fundido é perlita, mas 3.6 Fatores que influenciam na usinabilidade
submetido a um tratamento térmico durante várias dos ferros fundidos
horas a 700ºC resulta na decomposição da cementita e Os principais elementos de liga que podem influenciar
formação de matriz ferrítica. Como o ferro fundido na usinabilidade dos ferros fundidos são divididos em
nodular apresenta C livre na forma de partículas dois grupos. Os formadores de carboneto, cujos
esféricas, oferece boa ductilidade, que, por isso, pode elementos são o cromo, manganês, cobalto, molibdênio
ser denominado como ferro fundido dúctil também, por e vanádio. Esses elementos são os que dificultam a
serem mais resistentes e mais dúcteis que o ferro usinabilidade do material, já que os carbonetos são
fundido cinzento [15]. O elemento de liga que pode ser partículas muito duras e abrasivas. Enquanto, que, os
adicionado para conferir ao material melhor formação grafitizantes facilitam a usinabilidade dos ferros
de grafita esferoidal é o magnésio [1]. O ferro fundido fundidos. São eles: silício, níquel, alumínio e cobre.
nodular pode ser utilizado em válvulas, corpos de Também, o enxofre de manganês pode ser considerado,
bombas, árvores de manivela, engrenagens e outros quando o objetivo é melhorar a usinabilidade de um
componentes de máquinas e automóveis [15]. tipo de ferro fundido [4].
Pode-se concluir, portanto, que quanto maior é a
resistência e a dureza de um ferro fundido menor será a
sua usinabilidade [4].

4. METODOLOGIA
O dispositivo utilizado para transmitir uma força de
avanço constante em uma furadeira de coluna, consiste
de uma roldana com um cabo de aço e um pino, que
Figura 10. Microestrutura do FE45012 [1] sustentará o peso padrão, adaptado no eixo de avanço
da máquina-ferramenta, conforme esquematizado na
3.5.4 Ferro fundido de grafita compactada Figura 12.
O ferro fundido vermicular apresenta em sua
microestrutura grafitas em formato de escamas ou na
forma de plaquetas ou estrias, como é visto na figura
11. É um material que, assim como o ferro fundido
nodular, necessita de adição de elementos especiais,
como o titânio, que diminui a quantidade de grafita
esferoidal. O ferro fundido de grafita compactada pode
ser considerado como um material intermediário entre
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Figura 14. Alavanca em cruz da furadeira de coluna


[autores]
Figura 12. Desenho esquemático do dispositivo para
transmissão de força de avanço constante na furadeira
A polia foi presa na extremidade do eixo por meio de
de coluna [autores]
um parafuso, que foi fixado ao eixo do dispositivo,
como pode ser vista através da Figura 15.
4.1 Suporte e blocos de carga
O sistema de suporte de pesos do dispositivo é
composto por um pino, no qual o peso padrão é fixado
conforme mostrado na Figura 13.

Figura 15. Polia e eixo após ter sido montado no dispositivo


da furadeira de coluna [autores]

Figura 13. Suporte e blocos usados como carga [autores] Para minimizar a interferência externa, foi preciso
remover a mola de retorno elástico da furadeira de
Foram utilizados dois blocos como carga padrão, coluna. A mola de retorno estava causando um atrito
ambos de 5 Kg cedidos pela Divisão de Patrimônio da adicional ao sistema, o que estava afetando
UFES. interferência aos ensaios. A Figura 16 exibe a mola de
Um pino cujo diâmetro é de 20,6 mm e seu retorno elástico sendo removida.
comprimento de 200 mm, sendo 17 mm desse
comprimento de 51 mm de diâmetro. Também cedido
pela Divisão de Patrimônio da UFES.
Na parte do pino com menor diâmetro, foi feito um furo
passante na direção radial do cilindro, o que possibilita
a fixação do cabo de aço.
A calibração da transmissão da força de avanço foi feita
com auxílio de uma balança comum de piso, de
pequeno porte e de fácil manuseio. Os pesos utilizados
nos ensaios de usinabilidade, possuem massa de 5 Kg. Figura 16. Mola de retorno elástico [autores]

4.2 Adaptação da furadeira 4.3 Material da peça de trabalho


Para a adaptação do dispositivo e troca da alavanca em Três classes de ferros fundidos foram avaliados neste
cruz da furadeira de coluna, foram necessários os trabalho: Ferro fundido cinzento (FC 300), Ferro
seguintes procedimentos: fundido nodular (FE 45012) e Ferro fundido vermicular
Troca da alavanca em cruz, fixação da polia e das hastes (FV 350). A geometria dos corpos de prova são
ao eixo, fixação do eixo ao avanço da furadeira de mostrados na Figura 17.
coluna, fixação de um cabo de aço conectando a polia
e ao suporte de carga.
Foi necessário a troca da alavanca em cruz para poder
posicionar o dispositivo ao eixo. A alavanca em cruz
antes de ser removida da máquina, pode ser vista na
Figura 14.

Figura 17. Corpos de prova antes da realização dos ensaios


(da esquerda para direita: Cinzento (FC300), Nodular (FE
45012), Vermicular (FV 350)) [autores]
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Os materiais das peças de trabalho foram caracterizados do corte feito no corpo de prova (profundidade do furo)
mediante preparação metalográfica das seções até o fim do período de 15 segundos. E, através de um
transversais de amostras dos ferros fundidos e análise paquímetro digital Mitutoyo com uma resolução de
da microestrutura por microscopia óptica e dureza 0,01 mm, foram coletados os valores da profundidade
Brinel. Essa etapa foi realizada no Laboratório de de cada furo. Para cada ensaio, foi feito três furos,
Tribologia, Corrosão e Materiais (TRICORRMAT). utilizando-se, sempre, uma broca nova a cada ensaio.
Para a execução dos ensaios de usinabilidade as peças
de trabalho foram preparadas, utilizando uma serra fita Tabela 1. Ensaios de usinabilidade propostos [autores]
horizontal para o corte do material a ser ensaiado, foi Ensaios Ff N
utilizado também um torno mecânico para o Teste 1 10 kgf 1150 rpm
faceamento das amostras cilíndricas, e uma retificadora Teste 2 5 kgf 1150 rpm
plana para dar o acabamento final, deixando as faces Teste 3 10 kgf 550 rpm
planas e paralelas. Nestes corpos de prova também Teste 4 5 kgf 550 rpm
foram realizados os ensaios de dureza Brinel, segundo
ASTM E10-18 [18]. As Máquinas ferramentas
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
utilizadas para preparação dos corpos de prova podem
As microestruturas registradas por microscopia óptica
ser vistas naFigura 18.
do material podem ser vistas na Figura 20.

(a) (b) (c)


Figura 20. Microestrutura (a) FC300, (b) FE45012, (c)
FV350. [autores]

As Tabelas 2, 3 e 4 apresentam a dureza para cada corpo


de prova.

Tabela 1. Dureza do Ferro Fundido Cinzento


Figura 18. Preparação dos corpos de prova [autores]
Material Dureza (HB)
FC 300 226 ± 8
4.3 Ferramenta
Uma broca helicoidal de aço rápido, com ponta
Tabela 2. Dureza do Ferro Fundido Nodular
revestida de nitreto de titânio (TiN), afiação em cruz,
Material Região Dureza (HB)
diâmetro de 10 mm e ângulo de ponta de 118°,
Periferia 181 ± 6
especificação Broca Curta Autocentrante A-002,
fabricada pela Dormer, foi utilizada nos ensaios de FE 45012 Intermediário 196 ± 6
usinabilidade. A geometria da ferramenta é Núcleo 182 ± 6
apresentada na Figura 19.
Tabela 3. Dureza do Ferro Fundido Vermicular
Material Dureza (HB)
Dimensões: FV 350 254 ± 6
𝑑1 = 10 𝑚𝑚
𝑙1 = 133 𝑚𝑚 Os resultados dos ensaios ocorreram de forma
𝑙2 = 87 𝑚𝑚 satisfatória. A Figura 21 apresenta os corpos de prova
Figura 19. Broca Curta Autocentrante DORMER A- após o processo de furação.
002 [19]

4.4 Teste de usinabilidade


Para se realizar a comparação da usinabilidade de cada
uma das três classes de ferros fundidos proposto pelo
trabalho, foram executados ensaios de pressão
constante (Ff), em que, basicamente consiste em furar
a seco o corpo de prova do material em um período
fixado de 15 segundos. Para cada material foram
realizados 4 testes, cujas condições de ensaio podem ser
Figura 21. Corpos de prova após a realização dos ensaios
visualizadas na Tabela 1. Para medida de usinabilidade
(em ordem, Cinzento, Nodular, Vermicular) [autores]
foi considerado o resultado do percurso de avanço (Lf)
Revista ESO Engenharia e Tecnologia

possível notar uma leve diferença entre as durezas,


A Figura 22 mostra todas as brocas lado a lado que porém está dentro da tolerância do desvio padrão.
foram utilizadas nos ensaios das três classes de ferro Para o ferro fundido vermicular FV350, foi encontrado
fundido. através dos ensaios de dureza Brinell uma dureza de
254 HB, que foi considerada elevado quando
comparado com a literatura [15]. Os ensaios realizados
por Naves [15], se obteve uma dureza de
aproximadamente 175 HB utilizando o mesmo tipo de
ferro fundido. Analisando os resultados, pode-se dizer
Figura 22. Brocas utilizadas nos ensaios de pressão que para estas amostras que foram ensaiadas obtivemos
constante [autores] o índice de usinabilidade, do pior para o melhor, os
seguintes materiais: ferro fundido vermicular, ferro
Os resultados dos ensaios que foram realizado nos fundido nodular e o ferro fundido cinzento (lembrando
corpos de prova podem ser vistos na tabela 5 e no que o ferro fundido nodular e o ferro fundido cinzento
gráfico da figura 23. não apresentou diferenças significativas na
usinabilidade).
Tabela 5. Percurso de avanço (Lf) encontrado em cada teste
Foi feito uma análise estatística dos resultados obtidos
[autores] entre FC300 e FE45012, e percuso de avanço
Lf [mm] (profundidade do furo) dos ensaios tiveram leves
N diferenças, mas não apresentaram diferença
Teste Furo Material Ff [kgf] (resposta a
[rpm] significativa. Na comparação da usinabilidade desses
ser medida)
dois materiais as condições de corte: rotação e carga e
1 Furo 1 FC350 10 kgf 1150 22,35 ± 1,07 sua interação influenciaram significativamento os
2 Furo 2 FE45012 10 kgf 1150 22,66 ± 0,15 resultados. Através do gráfico da figura 25, é possível
3 Furo 3 FV350 10 kgf 1150 14,73 ± 0,39 ver que a rotação influenciou mais nos resultados do
que a carga utilizado nos ensaios.
4 Furo 1 FC350 5 kgf 1150 15,40 ± 0,16
5 Furo 2 FE45012 5 kgf 1150 15,94 ± 0,70
6 Furo 3 FV350 5 kgf 1150 8,95 ± 0,21
7 Furo 1 FC350 10 kgf 550 7,26 ± 0,10
8 Furo 2 FE45012 10 kgf 550 4,91 ± 0,29
9 Furo 3 FV350 10 kgf 550 4,27 ± 0,09
10 Furo 1 FC350 5 kgf 550 3,84 ± 0,34
11 Furo 2 FE45012 5 kgf 550 3,44 ± 0,09
12 Furo 3 FV350 5 kgf 550 2,97 ± 0,08
Figura 25. Gráfico de efeitos médios FC300xFE45012
[autores]

Também foi comparado os resultados de usinabilidade


do ferro fundido nodular FE45012, com Soares [18] e
Sousa [17], que utilizaram parâmetros próximos aos
que foram utilizados neste trabalho. O resultado obtido
no presente trabalho foi de uma profundidade Lf de
aproximadamente 23mm, enquanto no resultado obtido
por Soares [18] e Sousa [17], respectivamente, foram
Figura 23. Resultado dos ensaios de usinabilidade para um de 18mm e 21 mm, evidenciando a coerência nos
tempo de corte de 15s [autores]
resultados coletados [17], [18].
Conforme os resultados de Soares [18], referentes ao
De acordo com o Centro de Informação de Metal FV350, foi obtido resultados muito parecidos em todos
Mecânica [1], materiais de ferro fundido FC 300 ensaios realizados por ele, o qual utilizou de parâmetros
apresentam uma dureza na faixa de 197 a 269 HB. [1] de corte próximo aos utilizados por este trabalho.
Portanto, o ferro fundido cinzento utilizado nos ensaios É importante lembrar, que a usinabilidade não é uma
(226 HB) está dentro dessa faixa de dureza. propriedade ligada apenas a dureza da peça, mas
Comparando os resultados obtidos pelos ensaios de também pode estar ligada a outros fatores, sejam eles a
dureza no ferro fundido nodular FE45012 (184 HB) quantidade de partículas duras, a microestrutura, a
com os resultados obtidos pelo Sousa (180 HB) [17], é
Revista ESO Engenharia e Tecnologia

quantidade de inclusões e aditivos para melhorar a [10]CHIAPERINI. Furadeira de bancada 500 W:


usinabilidade, entre outros. [4] Chiaperini CH FB-16 LC, 2013.
[11]BARBOSA, P. A. Furação de Ferros Fundidos
7. CONCLUSÃO Austemperados e Nodular Perlítico,
Todos os objetivos propostos por este trabalho foram Universidade Federal de Uberlândia. Minas Gerais:
bem-sucedidos, portanto: UFU, 2009.
O dispositivo (polia de transmissão de movimento e o [12]STEMMER, C. E. Ferramentas de Corte II, 2.ed.
sistema de suporte de pesos) foi montado na furadeira Santa Catarina: UFSC, 1995.
de coluna com sucesso. [13]COMINELI, O. G. Fundamentos Tecnológicos
O ferro fundido cinzento teve melhor usinabilidade da Fabricação do Aço. Livro-texto para aulas,
que o ferro fundido nodular (FE45012). E o ferro 2012.
fundido vermicular (FV350) apresentou a pior [14]CHIAVERINI, V. Aços e Ferros Fundidos, 6ª ed.
usinabilidade em relação aos outros dois ferros São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e
fundidos. Materiais, 1990.
As condições de corte influenciaram nos resultados [15]NAVES, V. T. G. Estudo da Usinabilidade dos
entre o ferro fundido cinzento e nodular. Ferros Fundidos Cinzentos Ligados (CrCuSn e
CrCuSnMo) e Vermicular Classe 350 no
8. PROPOSTAS PARA TRABALHOS Fresamento Frontal em Alta Velocidade de
FUTUROS Corte. Universidade Federal de Uberlândia. Minas
São sugeridos os seguintes temas como propostas para Gerais: UFU, 2009.
trabalhos futuros que deem continuidade a pesquisa [16]DORMER. Catálogo de brocas da DORMER,
feita. 2018.
Medir vida útil de ferramenta; Implementar célula de [17]DE SOUSA, J. A. G. Influência da
carga e sensor de distância digital; Investigar outros Microestrutura na Usinabiliidade do Ferro
parâmetros que podem influenciar na usinabilidade dos Fundido Nodular FE45012 em Diferentes
ferros fundidos. Bitolas, Obtidos por Fundição Contínua.
Universidade Federal de Uberlândia. Minas
REFERÊNCIAS Gerais: UFU, 2014.
[1]Centro de Informação Metal Mecânica, Google [18]SOARES, D. B. Adaptação de uma Furadeira
Analytics. Disponível em: de Coluna para executar Ensaios de Pressão
www.cimm.com.br/portal/verbetes/exibir/451- Constante. Universidade Federal do Espírito
usinagem. Acesso em 25 mar 2019. Santo. Espírito Santo: UFES, 2015.
[2]SANTOS, S. C. Estudo da Influência de
Revestimentos e da Aplicação de Fluido de Corte
no Desempenho de Brocas de Aço-rápido e de
Metal Duro Integral na Usinagem de Ferro
Fundido Cinzento. Universidade Federal de
Uberlândia. Minas Gerais: UFU, 2002.
[3]MACHADO, Á. R.; ABRÃO, A. M.; COELHO, R.
T.; DA SILVA, M. B. Teoria da Usinagem dos
Materiais. 1 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2009.
[4]DINIZ, A. E.; MARCONDES, F. C.; COPPINI, N.
L. Tecnologia da Usinagem dos Metais. 1 ed. São
Paulo: Editora MM, 1999.
[5]FERRARESI, Dino. Fundamentos de Usinagem
dos Metais. 1 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1970.
[6]MACHADO, Á. R.; DA SILVA, M. B. Usinagem
dos Metais. 8 ed. Minas Gerais: Edgard Blücher,
2004.
[7]DA SILVA, H. A. Influência do Ciclo de Furação
na Usinabilidade do Ferro Fundido Cinzento
GH190. Universidade Federal de Uberlândia.
Minas Gerais: UFU, 2010.
[8]GERLING, H. A Volta da Máquina Ferramenta.
Rio de Janeiro: Ed. Livro Ibero-Americano, 1977.
[9]FREIRE, J. M. Tecnologia mecânica: Máquinas
de serrar e Furar. Rio de Janeiro: Ed. LTC S/A,
1978.

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