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e o Processo
de Recriação do
SUJEITO
Conselho Editorial
Titulares
Ângelo Szaniecki Perret Serpa
Caiuby Alves da Costa
Charbel Ninõ El-Hani
Dante Eustachio Lucchesi Ramacciotti
José Teixeira Cavalcante Filho
Maria do Carmo Soares Freitas
Suplentes
Alberto Brum Novaes
Antônio Fernando Guerreiro de Freitas
Armindo Jorge de Carvalho Bião
Evelina de Carvalho Sá Hoisel
Cleise Furtado Mendes
Maria Vidal de Negreiros Camargo
AS NARRATIVAS E O PROCESSO DE
RECRIAÇÃO DO SUJEITO
A Semiótica das Metáforas
2ª Edição – Revisada
EDUFBA – 2008
ISBN 978-85-232-0506-5
CDU - 94(679)
CDD - 967.9
EDUFBA
Rua Barão de Jeremoabo, s/n
Campus de Ondina, Salvador-BA
40170-290
Tel/fax: (71) 3283-6164
www.edufba.ufba.br
edufba@ufba.br
ANASTÁCIO
Agradeço a
Sílvia Maria
Meus netos:
Alice, Rafael e Rodrigo.
Agradeço a
Célia
Sílvia e Célia
Sílvia e Célia
23 INTRODUÇÃO
Parte I
29 UM ENFOQUE TEÓRICO
29 AS NARRATIVAS TERAPÊUTICAS E SUAS FIGURAS REPRESENTATIVAS
34 TERAPIA NARRATIVA: ANTECEDENTES FILOSÓFICOS E CIENTÍFICOS
43 OS PRINCIPAIS CONCEITOS DA SEMIÓTICA DE PEIRCE
47 A MAGIA DAS METÁFORAS
54 A Externalização do Problema e o Recurso das Metáforas
59 As Metáforas e os Acontecimentos Extraordinários
74 O PAPEL DA RESILIÊNCIA NAS HISTÓRIAS ALTERNATIVAS
77 O SELF E AS CONTRIBUIÇÕES FEMINISTAS PARA A NARRATIVA
TERAPÊUTICA
81 O DILEMA DA CONSTRUÇÃO DE NOVAS HISTÓRIAS E AS
CONVERSAS DE REASSOCIAÇÃO
Parte II
89 UM ESTUDO DE CASO
89 A APRESENTAÇÃO DA FAMÍLIA
89 OS EFEITOS DO PROBLEMA NA VIDA DA FAMÍLIA E DA FAMÍLIA
NA VIDA DO PROBLEMA
91 OS PADRÕES RELACIONAIS E A HISTÓRIA DO PICA-PAU
94 OS RETRATOS DA FAMÍLIA
106 A DESCONSTRUÇÃO E A REEDIÇÃO DE NOVAS HISTÓRIAS
106 A CAIXA DE PANDORA, O DESENHO QUE CHORA E O BAZAR DOS SONHOS
127 O ENCONTRO DA CUMEEIRA COM O PICA-PAU E A BATALHA DA VIDA
(Shel Silvestein)
Metáfora arquitetônica
Metáfora de viagens
Metáfora da ‘catarse’
INTERSER
White (1995) resolveu trazer essas idéias para o escopo da sua terapia,
mais uma vez ativando o recurso das metáforas. Valeu-se do trabalho de
Meyerhoff para incorporar o conceito de cerimônia de definição às suas práticas
narrativas e assim ‘embarcou’ em uma viagem a outras culturas, a outras
experiências étnicas, a outros locais que nunca havia imaginado. Assimilando
as observações de Meyerhoff, White também passou a forjar, através de rituais,
uma audiência de observadores externos para autenticar as histórias alternativas
dos seus clientes. Nessas cerimônias, os clientes contavam e recontavam os
relatos alternativos de suas vidas, perante a audiência ali presente. Era uma
oportunidade para aqueles imigrantes emergirem com as suas histórias, com
a sua cultura, com o seu folclore que, em meio às conversas terapêuticas,
passariam a ser ressignificadas, em um outro espaço, em um outro tempo.
Assim, o papel dessa audiência era agir como testemunhas externas que deviam
reconhecer as histórias preferidas dos clientes, validando tais histórias de modo
particular (Russell & Carey 2004).
Observou-se, nas décadas de sessenta e setenta, a emergência da
psicologia popular folclórica que, influenciada pela antropologia cultural,
focaliza a construção social e estuda a identidade como um fenômeno
fragmentado, disperso, cujos vestígios podem ser encontrados em qualquer
parte, incluindo:
2. Descrevendo imagens:
3. Incorporando respostas:
1. Externalizar o problema
Questiona-se, então, como a experiência das mulheres se relaciona com
um contexto maior de abuso de poder e injustiça; ou que tipo de rótulos elas
carregam para denegrir a sua auto-imagem, como, por exemplo, o rótulo de
depressiva, de neurótica, de histérica. Por isso, as suas historias alternativas
terão de ser contadas e revistas dentro dessas relações de poder que ocorrem
em um determinado contexto histórico e em uma determinada cultura. Ao
invés de procurar a solução do problema apenas na psique feminina, ou
tentar resolver o dilema simplesmente com medicação, a idéia é partir para a
ação, através da reedição de histórias de vida que resgate a auto-imagem das
mulheres, falando de seus valores, de seus compromissos para com os seus
filhos (Carey & Russell 2002; Epston & White 1990).
Dona Zebra:
Você é preta de listras brancas? Ou é branca de listras pretas?
A APRESENTAÇÃO DA FAMÍLIA
1
Os nomes dos integrantes da família em questão são fictícios
Mas Beatriz era, certamente, uma criança muito querida pela mãe e
por Virginia, sendo acariciada por ambas, com freqüência, durante a sessão.
Notava-se, no nível da comunicação analógica, que havia uma estreita
proximidade entre Virgínia e Beatriz. A menina sempre estava mais perto
de Virgínia do que da mãe, sentando-se, às vezes, na mesma cadeira da
irmã. O modo como as duas irmãs interagiam carinhosamente sob o olhar
T – E você, Virgínia?
V – Eu fico tentando distrair ela, conversar com ela, mas quando ela
entende de sacudir o pente, não tem jeito, não, e eu fico muito agoniada,
não acerto mais fazer nada.
T – Em que momento você, Keila, acha que Beatriz sente mais a falta do
pai?
–> indagando sobre possíveis efeitos da ausência do pai sobre o problema;
K – Acho que na hora de dormir. Era ele quem botava Beatriz para dormir.
Como é que essa força que você tem lhe ajuda a tocar
a vida, mesmo sabendo que é difícil ficar sem um
companheiro?;