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Experimento 10
Energia Superficial de Sólidos
Grupo 05
Igor Gonzaga Lombardi - 8064688
Jonas A. Leite Junior - 8932630
Mirella Araújo Nosete – 9007560
Nathai Moreno - 7695284
Quando uma gota de um líquido é colocada sobre uma superfície sólida plana ela
poderá espalhar-se completamente sobre toda a superfície, ou, mais provavelmente, ela
permanecerá como uma gota, com um certo ângulo de contato com a superfície sólida.
Em superfícies sólidas há um grau maior de heterogeneidade, mesmo depois de cuidadoso
polimento se comparado com uma superfície líquida. Isso ocorre porque essa superfície
mostra-se ondulada e cheia de depressões, podendo-se ter diferenças entre as amostras.
2
formato que ocupe o menor espaço possível, ou seja, de acordo com o princípio da menor
energia.
O trabalho de adesão (Wa) e o trabalho de coesão (Wc) são relacionados com a SPE
de acordo com as equações a seguir, relacionando as interfaces da figura 1.
𝑊𝑐 = 2. 𝛾𝐿𝑉 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2
𝑆 = 𝑊𝑎 − 𝑊𝑐 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3
𝛾 = 𝛾𝑑 + 𝛾𝑝 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 5
3
Rearranja-se as equações 1, 4 e 6:
𝛾𝐿 (1 + 𝑐𝑜𝑠𝜃) 𝛾𝑝𝐿
= √𝛾𝑝𝑆 . √ + √𝛾𝑑𝑆 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 7
2√𝛾𝑑𝐿 𝛾𝑑𝐿
A fim de se obter uma relação linear do tipo y=ax+b, onde as variáveis x e y permite
determinar as interações dispersivas e polares do sólido e a SPE.
Energia de Superfície
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2. OBJETIVO
O experimento teve como objetivo encontrar o valor da energia livre de superfície
dos 3 diferentes sólidos utilizados, teflon, vidro e metal (alumínio), através da medida do
ângulo formado entre a superfície da gota aplicada a superfície desses sólidos.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
MATERIAIS
MÉTODOLOGIA
Foi preparado o cenário das fotografias das gotas, em 3 diferentes superfícies, com
um fundo preto e as superfícies apoiadas em um béquer de 400mL com a boca virada para
baixo.
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de ultrassom por 15 minutos e depois com álcool etílico por 10 minutos e secas em estufa
com temperatura de 60ºC por 10 minutos.
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
O ângulo de contato foi obtido por meio do programa ImageJ® , que oferece boas
ferramentas para analisar os contornos superficiais das interfaces existentes entre gota,
sólido e vapor. A Figura 4 oferece um exemplo de como os dados são obtidos por meio
do programa, resultando na Tabela 1 a seguir.
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Figura 4 - Exemplo de obtenção do ângulo de contato (circulado de vermelho) por meio do
programa ImageJ® para a gota de Etilenoglicol em superfície metálica.
Solvente
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contato, fato que pode ser explicado pela natureza das interações intermoleculares entre
os solventes, predominantemente polares (ligação hidrogênio), e a superfície que possui
estrutura molecular apolar. Logo, os solventes apresentaram baixa molhabilidade perante
a superfície do Teflon®.
𝑝
𝛾
A equação da reta resultante aponta como variável independente o fator √𝛾𝐿𝑑 e a
𝐿
𝛾𝐿 (1+𝑐𝑜𝑠𝜃) 𝑝
variável dependente o fator . Os coeficientes angular (√𝛾𝑆 ) e linear (√𝛾𝑆𝑑 ) da
2√𝛾𝐿𝑑
reta revelará a raiz quadrada das partes polar e dispersivas da ELS dos sólidos, seguindo
as aproximações de Owens e Wendt abordadas pelo artigo base desse experimento. Logo,
para cada superfície, podem-se organizar tabelas contendo os respectivos valores
levantados para, assim, possibilitar a construção dos gráficos dessas funções lineares. Os
valores das ELS polar e dispersiva dos líquidos estão disponíveis na literatura [1] e são
mostrados na Tabela 2. O valor de 𝛾𝐿 é obtido pela equação 5.
𝒑
Solventes 𝜸𝒅𝑳 𝜸𝑳 𝜸𝑳 (𝟏 + 𝒄𝒐𝒔𝜽) 𝜸𝑳 (𝟏 + 𝒄𝒐𝒔𝜽) 𝒑
𝜸𝑳
√
𝟐√𝜸𝒅𝑳 𝜸𝒅𝑳
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Com esses dados, plotou-se o gráfico apresentado na Figura 5 para a superfície de
vidro, realizando uma regressão linear por meio das ferramentas do software utilizado. É
importante ressaltar que, devido à alta molhabilidade do propanol e a consequente
dificuldade em se obter o ângulo de contato resultante, foi retirado o ponto respectivo
deste solvente do seguinte gráfico.
𝑝
𝑠𝑙𝑜𝑝𝑒 = √𝛾𝑆 = 8,436 (𝑚𝑁. 𝑚−1 )1/2
𝑝
𝛾𝑆 = 71,166 𝑚𝑁. 𝑚−1
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Assim, de acordo com a equação 5, pode-se calcular a Energia Livre de Superfície
do vidro somando-se suas contribuições polares e dispersivas.
𝒑
Solventes 𝜸𝒅𝑳 𝜸𝑳 𝜸𝑳 (𝟏 + 𝒄𝒐𝒔𝜽) 𝜸𝑳 (𝟏 + 𝒄𝒐𝒔𝜽) 𝒑
𝜸𝑳
√
𝟐√𝜸𝒅𝑳 𝜸𝒅𝑳
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Da mesma forma, os coeficiente angular e linear – usando 3 algarismos
significativos - resultante da Regressão Linear podem ser retirados diretamente da Figura
6.
𝑝
𝑠𝑙𝑜𝑝𝑒 = √𝛾𝑆 = 4,466 (𝑚𝑁. 𝑚−1 )1/2
𝑝
𝛾𝑆 = 19,946 𝑚𝑁. 𝑚−1
𝒑
Solventes 𝜸𝒅𝑳 𝜸𝑳 𝜸𝑳 (𝟏 + 𝒄𝒐𝒔𝜽) 𝜸𝑳 (𝟏 + 𝒄𝒐𝒔𝜽) 𝒑
𝜸𝑳
√
𝟐√𝜸𝒅𝑳 𝜸𝒅𝑳
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Figura 7 - Gráfico referente às gotas dos solventes na superfície do Metal.
𝑝
𝑠𝑙𝑜𝑝𝑒 = √𝛾𝑆 = 7,241 (𝑚𝑁. 𝑚−1 )1/2
𝑝
𝛾𝑆 = 52,432 𝑚𝑁. 𝑚−1
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𝛾𝑆 = (52,432 + 1,245) 𝑚𝑁. 𝑚−1 = 53,677 𝑚𝑁. 𝑚−1
Essas novas informações obtidas serão resumidas numa tabela, de modo que seja
possível criar um gráfico comparativo entre os dados experimentais e os fornecidos pela
literatura [1].
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Com relação às superfícies de vidro e o Teflon®, nota-se que os valores de ELS
obtidos nesse experimento estão consideravelmente próximos dos dados da literatura.
Todavia, ambas as superfícies apresentaram maior contribuição polar da ELS comparadas
ao esperado, fato que pode ser atribuído a possíveis irregularidades nas superfícies
utilizadas. No nível atômico-molecular, as irregularidades da superfície promovem
alterações físicas na interface sólido-líquido, permitindo que o solvente interaja mais
fortemente com as moléculas das pequenas cavidades do que com as moléculas fora das
cavidades, de modo que a distribuição de energia superficial do sólido seja não
homogênea na área de contato entre sólido e líquido. Essa hipótese fica ainda mais
ressaltada quando se compara os valores para o Teflon® que, devido a sua estrutura
molecular, compreende-se num domínio das interações intermoleculares do tipo dipolo
induzido-dipolo induzido ou forças de dispersão de London. Dessa forma, estudos sobre
a rugosidade da superfície desses materiais seriam de grande valor para contribuir com
informações relevantes para a análise da ESL, como técnicas de Microscopia de Força
Atômica (AFM) ou Microscopia de Tunelamento com Varredura (STM).
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𝑝 𝑝
𝑊𝑎 = 2 (√(𝛾𝑆𝑑 𝛾𝐿𝑑 ) + √(𝛾𝑆 𝛾𝐿 ) )
Enquanto que o trabalho de coesão da água pode ser obtido pela equação 2 e a
simplificação de Owens e Wendt, tal qual considera baixa a contribuição da fase vapor
de modo que 𝛾𝐿𝑉 = 𝛾𝐿 .
𝑊𝑐 = 2. 𝛾𝐿𝑉
Logo, o coeficiente de espalhamento (S) pode ser dado pela diferença entre o Wa
e Wc que, por sua vez, corresponde a 0,294 Jm-2. Dessa informação, pode-se afirmar que,
do ponto de vista termodinâmico, a água tende a molhar o vidro de forma espontânea,
como se é observado naturalmente.
Tabela 6 – Valores dos trabalhos de Coesão e Adesão entre solventes e sólidos, dados em Mn/m.
Wa Wc
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Desses resultados, percebe-se que a água em vidro possui o maior trabalho de
adesão, enquanto que o propanol na mesma superfície apresenta o menor trabalho de
adesão. Todavia, como já foi mostrado, o propanol teve maior molhabilidade do que a
água na superfície do vidro, resultando num ângulo de contato de aproximadamente 0,0º.
É interessante notar que o trabalho de coesão da água é três vezes maior do que a do
propanol, evidenciando que essa propriedade é determinante no processo de
molhabilidade na superfície sólida.
5. CONCLUSÃO
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6. REFERÊNCIAS
[2] SIMPLE measurement of surface free energy using web cam. Universidade de
Aveiro, Portugal: Revista Brasileira de Física, 2012.
[3] SOLID Surface Energy data (SFE) for common polymers. Disponível em <
http://www.surface-tension.de/solid-surface-energy.htm>. Acesso em: 20 mar. 2018.
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