Você está na página 1de 141

1

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

COMANDOS NUMÉRICOS COMPUTADORIZADOS


TORNO E CENTRO DE USINAGEM

Fortaleza, Março de 2010

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
2

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

COMANDOS NUMÉRICOS COMPUTADORIZADOS


TORNO E CENTRO DE USINAGEM
Versão 04

O objetivo dessa apostila é reunir conceitos, fundamentos de


programação e operação de máquinas CNC´s 2D e 3D. Assim,
alguns materiais aqui apresentados foram coletados em livros,
catálogos, revistas, apostilas e fontes diversas da internet. Caso
algum material esteja protegido por direitos autorais, por gentileza
entrar em contato com o autor, através do e-mail:
apmoreira@ifce.edu.br, para sejam tomadas as devidas providências.

MOREIRA, André Pimentel. COMANDOS NUMÉRICOS


COMPUTADORIZADOS - TORNO E CENTRO DE USINAGEM.
Fortaleza: IFCE, 2010.

Fortaleza, Março de 2010

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
3

INDICE

PÁG
1. Introdução 6
2. Histórico do CNC 8
2.1 Breve Histórico 9
3. Vantagens e Desvantagens 9
3.1 Vantagens 9
3.2 Desvantagens 10
4. Principio de Funcionamento do CNC 10
4.1 Motores 12
4.1.1 Motores de Corrente Contínua 12
4.1.2 Motores de Passo 12
4.1.3 Servomotores 13
4.2 Sensores 14
4.2.1 Encoders 15
4.2.2 Encoder Absoluto 16
4.2.3 Encoder Incremental 18
5. Etapas da Usinagem com Tecnologia CNC 19
6. Coordenadas Cartesianas 21
7. Linguagem de Programação 26
7.1 Linguagem de Programação Automática-APT 26
7.2 Linguagem EIA/ISO 26
7.3 Linguagem Interativa 26
7.4 Produção Gráfica Via CAM 27
8. Estrutura do Programa 27
8.1 Caracteres Especiais 27
8.2 Funções de Posicionamento 28
8.3 Funções Especiais 28
9. Sistema de Interpolação 29
9.1 Interpolação Linear 29
9.2 Interpolação Circular 30
9.3 Coordenadas Polares 30
10. Pontos de Referências 31
10.1 Ponto Zero Máquina 31
10.2 Ponto de Referência 31
10.3 Ponto Zero da Peça 31
11. Codificação ISO para Suporte e Pastilhas 32
Intercambiáveis
12. Meios de Fixação de Peças e Ferramentas 34
13. Funções Preparatórias de Deslocamento 37
13.1 Funções Preparatórias (G) 37
13.2 Lista das Funções Preparatórias para o Comando GE 37
Fanuc 21i – Centro de Usinagem
13.3 Lista de Funções Miscelâneas ou Auxiliares 38
13.4 Lista das Funções Preparatórias para o Comando GE 40
Fanuc – Torno Vulcanic Gold 160
Exercícios – Parte 01 42

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
4

14. Sintaxe das Funções 51


Função G00 – Avanço Rápido 51
Função G01 – Interpolação Linear 51
Funções G02/G03 – Interpolação Circular 51
Funções C e R 53
Interpolação Helicoidal 54
Função G04 – Tempo de Permanência 55
Funções G15 e G16 – Coordenadas Polares 55
Funções G17, G18 e G19 57
Funções G40, G41 e G42 – Compensação do Raio da 58
Ferramenta
Funções G43, G44 e G49 – Compensação do 59
Comprimento da Ferramenta
Funções G50.1 e G51.1 – Imagem Espelho 60
Função G52 – Sistema de Coordenada Local 61
Função G53 – Sistema de Coordenada de Máquina 61
Funções G54 a G59 e G54.P1 a G54.P48 62
Funções G68 e G69 – Rotação do Sistema de 63
Coordenadas
14.1 Ciclos Fixos de Usinagem 63
Função G33 – Roscamento Manual 66
Função G37 – Ciclo de Roscamento Automático 68
Função G66 – Ciclo Automático de Desbaste 69
Longitudinal
Função G70 – Ciclo Fixo de Acabamento 72
Função G71 – Remoção de Material por Torneamento 72
Função G72 - Remoção de Material por Faceamento 74
Função G73 – Furação com Quebra Cavaco (Pica- 76
Pau) – Centro de Usinagem
Função G74R – Furação Pica-Pau – Torno 77
Função G74 – Torneamento de Perfil Simples 78
Função G75 – Ciclo Fixo de Faceamento 80
Função G75R – Ciclo Fixo de Canais 81
G74 – Roscamento Com Macho à Esquerda – Mandril 83
Flutuante
G74M29 – Roscamento Com Macho à Esquerda – 83
Macho Rígido
Função G76 – Mandrilamento – Fino Acabamento 85
Função G76 – Ciclo de Abertura de Rosca Múltipla 86
Função G80 – Cancelamento de Ciclo Fixo 87
Função G81 – Furação / Mandrilamento - Sem 87
Descarga
Função G82 – Furação / Mandrilamento – Sem 88
Descarga e com Dwell
Função G83 – Furação com Descarga 89
Função G84 – Roscamento com Macho à Direita – 90
Mandril Flutuante
Função G85 – Mandrilamento – Alargador 91
Função G86 – Mandrilamento – Melhor Acabamento 91

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
5

Função G87 - Mandrilamento Tracionado 92


Função G88 – Mandrilamento com Retorno Manual 93
15. Sub-Programas 95
Função M98 95
Função M99 95
16. Tabelas e Fórmulas Usadas na Programação CNC 95
17. Softwares de Simulação de Programação de CNC 98
17.1 Filius III 98
17.2 CNCSimulator 98
17.3 EditCNC 99
17.4 Simulator 99
17.5 Swansoft CNC 100
17.6 Exemplo de Programação - Software de Simulação 109
CNC Simulator
17.7 Exemplo de Programação - Software de Simulação 112
Swansoft CNC
18. Como Evitar Colisões em Máquinas CNC 117
19. Exemplo de Programação em Centro de Usinagem 121
Exercícios – Parte 02 123
Referências Bibliográficas 138

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
6

1. INTRODUÇÃO

Desde os tempos mais remotos nas mais antigas civilizações, o homem


busca racionalizar e automatizar o seu trabalho, por meio de novas técnicas. A
automação simplifica todo tipo de trabalho, seja ele físico ou mental. O exemplo
mais comum da automação do trabalho mental é o uso da calculadora
eletrônica. No cotidiano observa-se cada vez mais a automação e a
racionalização dos trabalhos físicos em geral, por exemplo: Na agricultura
vêem-se novos e sofisticados tratores que substituem a enxada, e outros meios
de produção. A cada nova geração de novos produtos, observa-se em cada
modelo uma evolução que faz com que os esforços físicos e mentais sejam
reduzidos.

A revolução industrial pode ser dita que se iniciou com o escocês James
Watt (projetando a máquina a vapor), deste modo ele também criou a
necessidade pela indústria de máquinas ferramentas.

Hoje, controle numérico computadorizado (CNC) são máquinas


encontradas em quase todos os lugares, das pequenas oficinas de usinagem
as grandiosas companhias de manufatura. Na realidade quase não existem
produtos fabris que não estejam de alguma forma relacionadas à tecnologia
destas máquinas ferramentas inovadoras. Todos envolvidos nos ambientes
industriais deveriam estar atentos ao que se é possível fazer com estas
maravilhas tecnológicas. Por exemplo, o projetista de produto precisa ter
bastante conhecimento de CNC para aperfeiçoar o dimensionamento e
técnicas de tolerância das peças produtos a serem usinadas nos CNCs.
O projetista de ferramentas precisa entender de CNC para projetar as
instalações e as ferramentas cortantes que serão usadas nas máquinas CNC.
Pessoas do controle de qualidade deveriam entender as máquinas CNC
usadas em suas companhias para planejar controle de qualidade e controle de
processo estatístico adequadamente. Pessoal de controle de produção deveria
conhecer esta tecnologia de suas companhias para definirem os tempos de
produção de modo realístico. Gerentes, supervisores, e líderes de time
deveriam entender bem de CNC para se comunicarem inteligentemente com
trabalhadores da mesma categoria. E não precisaríamos nem dizer nada sobre
os programadores CNC, as pessoas de organização, operadores, e outros
trabalhando diretamente ligados com os equipamentos CNC eles têm que ter
um entendendo muito bom desta tecnologia.

O Controle Numérico (CN), e sua definição mais simples, é que todas as


informações geométricas e dimensionais contidas em uma peça, conhecida por
meio de desenhos e cotas (números), seriam entendidas e processadas pela
máquina CNC, possibilitando a automação da operação. Atualmente, a
utilização do Controle Numérico Computadorizado (CNC), é a saída mais
apropriada para a solução dos mais complexos problemas de usinagem. Onde
anteriormente se exigia uma máquina ou uma ferramenta especial, atualmente
é feito com o CNC de uma forma muito simples. O Comando Numérico
Computadorizado (CNC) é um equipamento eletrônico que recebe informações
da forma em que a máquina vai realizar uma operação, por meio de linguagem

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
7

própria, denominado programa CNC, processa essas informações, e devolve-


as ao sistema através de impulsos elétricos. Os sinais elétricos são
responsáveis pelo acionamento dos motores que darão à máquina os
movimentos desejados com todas as características da usinagem, realizando a
operação na seqüência programada sem a intervenção do operador. O CNC
não é apenas um sistema que atua diretamente no equipamento, ele deve ser
encarado como um processo que deve ser responsável por mudanças na
CULTURA da empresa. Isto quer dizer que, para que se tenha um melhor
aproveitamento de um equipamento CNC, é interessante que se tenha uma
boa organização, principalmente no que se refere ao processo de fabricação,
controle de ferramentais (fixação, corte e medição) e administração dos tempos
padrões e métodos de trabalho.

Segundo Rocha, o torno CNC é basicamente um torno com controle


numérico computadorizado construído inicialmente para produção de peças de
revolução ou cilíndrica que vem dotado de duas bases as quais são chamadas
de barramento sobre as quais correm dois eixos sendo um o eixo X (eixo que
determina o diâmetro da peça) e outro o eixo Z (eixo que determina o
comprimento da peça), a fixação da peça é feita por castanhas fixadas em uma
placa que vem acoplada ao eixo central da máquina o qual é chamado de eixo
arvore, e também podemos usar o ponto que é fixado em um corpo que
normalmente fica no barramento do eixo Z na posição contraria a placa e a
luneta que fica entre a placa e ponto que é geralmente usada para fixar peças
longas.

Em termos simples, o objetivo de uma máquina - ferramenta com CNC é


fazer com que as ferramentas de corte ou usinagem sigam, automaticamente,
uma trajetória pré-programada através de instruções codificadas, com a
velocidade da trajetória e a rotação da ferramenta ou peça também pré-
programadas. Há diversas formas de executar essa programação, algumas
manuais, outras auxiliadas por computador (CAP – Computer Aided
Programming). Existem também casos em que o próprio CNC pode ser
utilizado para auxiliar na programação, usando métodos interativos com o
operador. Os tornos utilizam os códigos G e M respeitando a norma ISO com
algumas exceções que variam de acordo com os fabricantes da máquina.

As escolhas da ferramenta são feitas quanto ao perfil do inserto, quebra


cavacos e classe do material do inserto que é normalmente determinada pelo
material a ser usinado (quanto a suas ligas e dureza). OBS: normalmente a
usinagem é feita com refrigeração de óleo solúvel em água a qual deve ser
abundante e direcionada.

2. HISTÓRICO DO CNC

No processo de pesquisa para melhoria dos produtos, aliado ao


desenvolvimento dos computadores, foi possível chegar às primeiras máquinas
controladas numericamente. O principal fator que forçou os meios industriais a
essa busca, foi a segunda guerra mundial. Durante a guerra, as necessidades
de evolução foram de papel decisivo, necessitavam-se de muitos aviões,
tanques, barcos, navios, armas, caminhões, etc., tudo em ritmo de produção

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
8

em alta escala e grande precisão, pois a guerra estava consumindo tudo,


inclusive com a mão de obra. Grande parte da mão de obra masculina utilizada
pelas fábricas como especializada, foi substituída pela feminina, o que na
época implicava na necessidade de treinamento, com reflexos na produtividade
e na qualidade. Era o momento certo para se desenvolver máquinas
automáticas de grande produção, para peças de precisão e que não
dependessem da qualidade da mão de obra aplicada. Diante deste desafio,
iniciou-se o processo de pesquisa onde surgiu a máquina comandada
numericamente. A primeira ação neste sentido surgiu em 1949 no laboratório
de Servomecanismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), com a
união da Força Aérea Norte americana (U.S. Air Force) e a empresa Parsons
Corporation of Traverse City, Michigan. Foi adotada uma fresadora de três
eixos, a Hydrotel, da Cincinnati Milling Machine Company, como alvo das
novas experiências. Os controles e comandos convencionais foram retirados e
substituídos pelo comando numérico, dotado de leitora de fita de papel
perfurado, unidade de processamento de dados e servomecanismo nos eixos.
Após testes e ajustes, a demonstração prática da máquina ocorreu em março
de 1952, e o relatório final do novo sistema somente foi publicado em maio de
1953. Após este período, a Força Aérea Norte americana teve um
desenvolvimento extraordinário, pois as peças complexas e de grande
precisão, empregadas na fabricação das aeronaves, principalmente os aviões a
jato de uso militar, passaram a ser produzidos de forma simples e rápida,
reduzindo-se os prazos de entrega do produto desde o projeto, até o
acabamento final. A cada ano, foi incrementada a aplicação do CN,
principalmente na indústria aeronáutica. Em 1956 surgiu o trocador automático
de ferramentas, mais tarde em 1958, os equipamentos com controle de
posicionamento ponto a ponto e a geração contínua de contornos, que foram
melhorados por este sistema em desenvolvimento. A partir de 1957, houve nos
Estados Unidos, uma grande corrida na fabricação de máquinas comandadas
por CN, pois os industriais investiam até então em adaptações do CN em
máquinas convencionais. Este novo processo foi cada vez mais usado na
rotina de manufatura, que a partir deste ano, com todos os benefícios que
haviam obtido deste sistema, surgiram novos fabricantes que inclusive já
fabricavam seus próprios comandos. Devido ao grande número de fabricantes,
começaram a surgir os primeiros problemas, sendo que o principal, foi a falta
de uma linguagem única e padronizada. A falta de padronização era bastante
sentida em empresas que tivessem mais de uma máquina de comandos,
fabricados por diferentes fornecedores, cada um deles tinha uma linguagem
própria , com a necessidade de uma equipe técnica especializada para cada
tipo de comando, o que elevava os custos de fabricação. Em 1958, por
intermédio da EIA (Eletronic Industries Association) organizou-se estudos no
sentido de padronizar os tipos de linguagem. Houve então a padronização de
entrada conforme padrão RS-244 que depois passou a EIA244A ou ASC II.
Atualmente o meio mais usado de entrada de dados para o CNC é via
computador, embora durante muitos anos a fita perfurada foi o meio mais
usado, assim como outros com menor destaque. A linguagem destinada a
programação de máquinas era a APT (Automatically Programed Tools),
desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts em 1956, daí para
frente foram desenvolvidas outras linguagens para a geração contínua de
contornos como AutoPrompt (Automatic Programming of Machine Tools),

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
9

ADAPT, Compact II, Action, e outros que surgiram e continuam surgindo para
novas aplicações. Com o aparecimento do circuito integrado, houve grande
redução no tamanho físico dos comandos, embora sua capacidade de
armazenamento tenha aumentado, comparando-se com os controles
transistorizados. Em 1967 surgia no Brasil as primeiras máquinas controladas
numericamente, vinda dos Estados Unidos. No início da década de 70, surgem
as primeiras máquinas CNC (Controle Numérico Computadorizado), e no Brasil
surge as primeiras máquinas CN de fabricação nacional. A partir daí, observa-
se uma evolução contínua e notável concomitantemente com os computadores
em geral, fazendo com que os comandos (CNC) mais modernos, empreguem
em seu conceito físico (hardware) tecnologia de última geração. Com isso, a
confiabilidade nos componentes eletrônicos aumentou, aumentando a
confiança em todo sistema. Obs: Comando CN é aquele que executa um
programa sem memorizá-lo, e a cada execução, o comando deve realizar a
leitura no veículo de entrada. O comando CNC é aquele que após a primeira
leitura do veículo de entrada, memoriza o programa e executa-o de acordo com
a necessidade, sem a necessidade de nova leitura.

2.1 BREVE HISTÓRICO

1940 - MARK I: primeiro computador construído por harvard e pela IBM


1949 - contratos da PARSON COM A USAF para fabricarem máquinas
equipadas com CN
1952 - MIT E PARSON colocam em funcionamento o primeiro protótipo CN
1957 - início da comercialização do CN
1967 - primeiras máquinas do CN no BRASIL
1970 - aplicações dos primeiros comandos a CNC
1971 - fabricado pela a ROMI o primeiro torno com comando CN (COMANDO
SLO-SYN)
1977 - comandos numéricos com CNC usando tecnologia dos
microprocessadores
1980 - sistemas flexíveis de fabricação são aplicados em larga escala

3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CNC

3.1 VANTAGENS

As principais vantagens do CNC sobre o CN de acordo com Diniz (1990)


referem-se principalmente às possibilidades de alterar o programa durante a
sua execução (diretamente através do teclado da máquina) e de saída de
programas memorizados através de perfuradora de fita de papel ou tele-
impressora, além de utilizar ciclos fixos de usinagem e empregar sub-rotinas. O
CNC evoluiu também para um esquema de comando numérico direto ou
distribuído (CND), que consiste em um controle ou conexão central de um

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
10

grupo de MFCN ou CNC por uma unidade central de computador, em tempo


real. Desta forma, acentuam-se como principais vantagens no CNC:

- aumento da flexibilidade;
- redução nos circuitos de "hardware" e simplificação dos remanescentes bem
como disponibilidade de programas automáticos de diagnósticos, diminuindo
pessoal de manutenção;
- eliminação do uso de fita perfurada;
- aumento das possibilidades de corrigir programas (edição);
- possibilidade do uso de equipamentos periféricos computacionais;
- ”display" para operação.
- a intervenção de operador relacionada a peças produto é drasticamente
reduzida ou eliminada.
- peças consistentes e precisas
- repetibilidade
- tempos de "setup" muito curtos.

Atualmente, a maioria das máquinas é do tipo CNC. Mesmo aquelas NC,


em sua maior parte, foram convertidas em CNC através de operações de
retrofiting.

3.2 DESVANTAGENS

- Investimento inicial elevado (30.000 a 1.500.000 euros)


- Manutenção exigente e especializada
- Não elimina completamente os erros humanos
- Necessita operadores mais especializados
- Não tem vantagens tão evidentes para séries pequenas e muito pequenas.

4. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DO CNC

A função mais básica de qualquer máquina CNC é o controle de


movimento automático, preciso, e consistente. Todos os equipamentos CNC
que tenha duas ou mais direções de movimento, são chamados eixos. Estes
eixos podem ser preciso e automaticamente posicionados ao longo dos seus
movimentos de translação. Os dois eixos mais comuns são lineares (dirigido ao
longo de um caminho reto) e rotativos (dirigido ao longo de um caminho
circular).

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
11

figura 1 - funcionamento convencional

Em vez de serem movimentadas virando manivelas manualmente como


é feito em máquinas ferramentas convencionais, as máquinas CNCs têm seus
eixos movimentados sob controle de servomotores do CNC, e guiado pelo
programa de peça. Em geral, o tipo de movimento (rápido, linear e circular),
Para os eixos se moverem, a quantidade de movimento e a taxa de avanço
(feed rate) é programável em quase todas máquinas ferramentas CNC. A figura
1 mostra o controle de movimento de uma máquina convencional. A figura 2
mostra um movimento de eixo linear de uma máquina CNC.

figura 2 - funcionamento automático

Todas as máquinas devem ter seu funcionamento mantido dentro de


condições satisfatórias, de modo a atingir com êxito o objetivo desejado. A
forma primitiva de controle é a manual. O homem, por meio de seu cérebro e
seu corpo, controla as variáveis envolvidas no processo. No caso do torno
mecânico, por exemplo, de acordo com o material a ser usinado, o torneiro
seleciona a rotação da placa, o avanço a ser utilizado, a quantidade de material
a ser removido, e verifica se vai utilizar ou não fluido de corte etc.
O torneiro é o controlador do torno mecânico. Com um instrumento de
medição, ele verifica a dimensão real da peça. A informação chega ao seu
cérebro através dos olhos. Também através dos olhos, o cérebro recebe
informações da dimensão desejada, contida no desenho da peça. No cérebro,

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
12

ambas as informações são comparadas: a dimensão desejada e a dimensão


real. O resultado dessa comparação – o desvio – é uma nova informação,
enviada agora através do sistema nervoso aos músculos do braço e da mão do
torneiro. O torneiro, então, gira o manípulo do torno num valor correspondente
ao desvio, deslocando a ferramenta para a posição desejada e realizando um
novo passe de usinagem. A seguir, mede novamente a peça e o ciclo se repete
até que a dimensão da peça corresponda à requerida no desenho, ou seja, até
que o desvio seja igual a zero. Na figura 3 é mostrado o sistema de
realimentação em malha fechada do funcionamento do posicionamento do
CNC.

figura 3 – sistema de realimentação do posicionamento

4.1 MOTORES

Existe diversos tipo de motores que podem ser usados para movimentar
uma máquina CNC. Entre as soluções mais usadas podemos citar a
movimentação através de motores de passo, motor de correntes continua com
encoder e servomotores.

4.1.1 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

São motores de custo elevado e, além disso, precisam de uma fonte de


corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada
comum em contínua. Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos
limites e se prestam a controles de grande flexibilidade e precisão. Por isso seu
uso é restrito a casos especiais em que estas exigências compensam o custo
muito mais alto da instalação, ou no caso da alimentação usada ser contínua.

4.1.2 MOTORES DE PASSO

Muitos dispositivos computadorizados (drives, CDRom etc.) usam


motores especiais que controlam os ângulos de giro de seus rotores. Em vez
de girar continuamente, estes rotores giram em etapas discretas; os motores

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
13

figura 4 – funcionamento do motor de passo

que fazem isso são denominados 'motores de passo'. O rotor de um motor de


passo é simplesmente um ímã permanente que é atraído, seqüencialmente,
pelos pólos de diversos eletroímãs estacionários, como é ilustrado na figura 4.

Num motor de passo, o rotor é atraído por um par de pólos do estator e


a seguir, por outro. O rotor movimenta-se por etapas discretas, pausando em
cada orientação, até que novo comando do computador ative um jogo
diferente de eletroímãs. O controle é bem fácil de ser implementado, além
disso, é a solução mais barata para fazer controle de posicionamento, porém
como pontos negativos é o fato do motor induzir vibrações, e ter ainda por
cima uma velocidade um pouco limitada.

4.1.3 SERVOMOTORES

O servomotor é uma máquina síncrona composta por uma parte fixa (o


estator) e outra móvel (o rotor). O estator é bobinado como no motor elétrico
convencional, porém, apesar de utilizar alimentação trifásica, não pode ser
ligado diretamente à rede, pois utiliza uma bobinagem especialmente
confeccionada para proporcionar alta dinâmica ao sistema. O rotor é composto
por ímãs permanentes dispostos linearmente e um gerador de sinais (resolver)
instalado para fornecer sinais de velocidade e posição. São exigidos, dinâmica,
controle de rotação, torque constante e precisão de posicionamento. As
características mais desejadas nos servomotores são o torque constante em
larga faixa de rotação (até 4.500 rpm), uma larga faixa de controle da rotação e
variação e alta capacidade de sobrecarga.

Circuito de Controle - O circuito de controle é formado por componentes


eletrônicos discretos ou circuitos integrados e geralmente é composto por um
oscilador e um controlador PID (Controle proporcional integrativo e derivativo)
que recebe um sinal do sensor (posição do eixo) e o sinal de controle e aciona
o motor no sentido necessário para posicionar o eixo na posição desejada
conforme a figura 5.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
14

figura 5 – PWM do servomotor

Os servos possuem três fios de interface, dois para alimentação e um


para o sinal de controle. O sinal de controle utiliza o protocolo PWM
(modulação por largura de pulso) que possui três características básicas:
Largura mínima, largura máxima e taxa de repetição. A largura do pulso de
controle determinará a posição do eixo.
Uma vez que o servo recebe um sinal de, por exemplo, 1,5 ms, ele
verifica se o potenciômetro está na posição correspondente, se estiver, ele não
faz nada. Se o potenciômetro não estiver na posição correspondente ao sinal
recebido, o circuito de controle aciona o motor até que a posição seja correta.
Na figura 6 é mostrado o exemplo de servomotores.

figura 6 – servomotores

4.2 SENSORES

São dispositivos que mudam seu comportamento sob a ação de uma


grandeza física, podendo fornecer diretamente ou indiretamente um sinal que
indica esta grandeza. Quando operam diretamente, convertendo uma forma de
sinal em outro, são chamados transdutores. Os de operação indireta alteram

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
15

suas propriedades, como a resistência, a capacitância ou a indutância, sob


ação de uma grandeza, de forma mais ou menos proporcional.
O sinal de um sensor pode ser usado para detectar e corrigir desvios em
sistemas de controle, e nos instrumentos de medição, que freqüentemente
estão associados aos SC de malha aberta (não automáticos) e Malha fechada
(automáticos), orientando o usuário.
Existem muitos tipos e modelos de sensores. Podemos utilizá-los para
diversos fins, mas vamos abordar os sensores de posicionamento. Um
exemplo de aplicação desses sensores é em maquinário CNC, onde podem ser
encontradas nas torres (Z) e mesas (X e Y), nos magazines de ferramentas,
mouse, impressoras e etc. Outro exemplo de aplicação é em robôs
manipuladores que requerem movimentos precisos de posicionamento, ou
também em antenas radares, telescópios, etc. Os

4.2.1 ENCODERS

Os encoders (figura 9) são transdutores de movimento capazes de


converter movimentos lineares ou angulares em informações elétricas que
podem ser transformadas em informações binárias e trabalhadas por um
programa que converta as informações passadas em algo que possa ser
entendido como distância, velocidade, etc. Em outras palavras, o encoder é
uma unidade de realimentação que informa sobre posições atuais de forma que
possam ser comparadas com posições desejadas e seus movimentos sejam
planejados.
Os encoders possuem internamente um ou mais discos (máscaras)
perfurado, que permite, ou não, a passagem de um feixe de luz infravermelha,
gerado por um emissor que se encontra de um dos lados do disco e captado
por um receptor que se encontra do outro lado do disco, este, com o apoio de
um circuito eletrônico gera um pulso. Dessa forma a velocidade ou
posicionamento é registrado contando-se o número de pulsos gerados.

figura 7 – encoder

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
16

Os encoders podem ser lineares ou rotativos, sendo o rotativo o mais


comum. São fabricados em duas formas básicas: codificador absoluto, onde
uma única palavra correspondente a cada posição de rotação do eixo, assim
não perdem a real posição no caso de uma eventual queda da tensão de
alimentação (até mesmo se deslocados) e o codificador incremental, o que
produz pulsos digitais quando o eixo gira, permitindo a medição da posição
relativa do eixo. A maioria dos codificadores rotativos possui um disco de vidro
ou de plástico com um código radial padrão organizado em faixas, conforme a
figura 7.

4.2.2 ENCODER ABSOLUTO

O disco óptico do codificador absoluto é projetado para produzir uma


palavra digital que distingue de N distintas posições do eixo. Por exemplo, se
há 8 pistas, o encoder é capaz de produzir 256 posições distintas ou uma
resolução angular de 1,406 (360 / 256) graus. Os tipos mais comuns de
codificação numérica utilizada no codificador absoluto são os códigos binários
e código Gray.
Para exemplificar o seu funcionamento, vamos utilizar um encoder
absoluto de 4 bits, como mostrado na figura 8.

figura 8 – encoder de 4 bits

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
17

Os padrões associados geram combinações digitais que podem ser


vistas na tabela 1

Tabela 1 – combinações digitais

O código Gray é projetado para que apenas uma faixa mude a cada
estado de transição, ao contrário do código binário onde múltiplas faixas (bits)
mudança em certas transições. Este efeito pode ser visto claramente na Tabela
1. Pelo código Gray, a incerteza durante uma transição é apenas uma
contagem, ao contrário com o código binário, onde a incerteza pode ser
múltiplas contagens.
O problema está em certas transições. Veja por exemplo a transição
entre a posição 0111 e a posição 1000. Nesta fronteira, o valor de quatro bits
deve mudar ao mesmo tempo. Durante este transiente, digamos que o sistema
de leitura passe por algum tempo pela posição 1111 (porque, digamos, o
mecanismo de leitura do quarto bit funciona ligeiramente mais rápido, ou
porque ao passar pela fronteira o mecanismo oscila um pouco entre o zero e o
um). Neste caso, o sistema indicaria temporariamente a posição 1111, que não
está nem próxima a nenhuma das posições da fronteira.
Para converter binário em Gray, comece com o bit mais significativo e
use-o como o Gray MSB. Em seguida, compare o binário MSB com o próximo
bit, se eles forem iguais então o bit na codificação Gray será 0, se forem
diferentes será 1. Repita a operação até o último bit.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
18

(b)
(a)

figura 9 – (a) encoder absoluto, (b) encoder incremental

4.2.3 ENCODER INCREMENTAL

O codificador incremental possui uma construção mais simples do que o


codificador absoluto. É constituída por duas faixas e sensores cujos resultados
são chamados canais A e B. Quando o eixo gira, pulsos ocorrem sobre estes
canais com uma freqüência proporcional à velocidade do eixo e a relação de
fase entre os sinais produz o sentido de rotação. O código de um disco padrão
com duas faixas e saída de sinais A e B são ilustradas na figura 10. Através da
contagem do número de pulsos e conhecendo a resolução do disco, o
movimento angular pode ser medido. Muitas vezes um terceiro canal de saída,
chamado INDEX, produz um pulso por revolução, que é útil em plena contagem
revoluções. É também útil como uma referência para a definição de uma
referência (zero).

figura 10 – codificação incremental

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
19

5. ETAPAS DA USINAGEM COM TECNOLOGIA CNC

A tecnologia de comando numérico computadorizado, CNC, trouxe


vantagens como velocidade, precisão, repetibilidade e flexibilidade. Mas, ao
contrário do que se pode pensar, estas vantagens só tem efeito após a peça
piloto ter sido usinada. Isto ocorre devido ao tempo necessário para se obter
uma única peça através do CNC, que é bastante longo, chegando a ser
superior à usinagem convencional. Normalmente, em CNC, os seguintes
passos são seguidos:

5.1 RECEBIMENTO DO DESENHO

Da mesma forma como no processo convencional, a primeira etapa da


usinagem inicia-se através do recebimento do desenho da peça que deve ser
analisado, interpretado e compreendido. É muito importante observar as notas,
que algumas vezes trazem detalhes como chanfros ou raios de concordância
que não estão graficamente representados.

5.2 DESENHO EM CAD

O ideal para trabalhar em CNC é receber o desenho em CAD. Caso isto


não ocorra e dependendo da complexidade da peça, deve-se desenha-la pois
muitas das coordenadas necessárias à programação estão implícitas nos
desenhos cotados de forma padrão, e em muitos casos seu cálculo é complexo
e sujeito a erros. Já, a obtenção de dados do desenho em CAD ocorre de
forma rápida e precisa.
É de grande importância definir neste momento o ponto de referência
que será utilizado para a programação, ou seja, deve-se escolher o ponto zero-
peça. Caso o desenho tenha sido recebido em CAD deve-se move-lo de modo
que o ponto escolhido seja posicionado nas coordenadas X=0 e Y=0.

5.3 PLANEJAMENTO DO PROCESSO

Também, da mesma forma como ocorreria na usinagem convencional,


deve-se realizar a etapa do planejamento do processo de usinagem. Esta é,
com certeza, a etapa mais importante e mais complexa de todo o
procedimento, pois envolve a definição da forma de fixação da peça na
máquina, a definição da seqüência de usinagem, a escolha das ferramentas
para cada etapa do processo e a determinação dos dados tecnológicos para
cada ferramenta (velocidade de corte, velocidade de avanço, rotação da
ferramenta, profundidade de corte, número de passadas, rotação da
ferramenta, etc.).
Destaca-se nesta fase a definição da fixação da peça na máquina.
Dependendo da peça em questão pode-se utilizar dispositivos padrões como
uma morsa ou grampos de fixação, mas algumas vezes deve-se projetar e
construir um dispositivo específico que atenda a características próprias de
cada situação. Exemplo disto seria a necessidade de se soltar a peça no meio
do programa para virá-la e fixá-la novamente para continuar a usinagem, mas
garantindo as relações geométricas com a fixação inicial.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
20

5.4 LEVANTAMENTO DAS COORDENADAS

Conhecida a forma de fixação da peça e o processo de usinagem pode-


se voltar ao CAD e realizar o levantamento das coordenadas que serão
relevantes na programação. Deve-se prever pontos de entrada e saída da
ferramenta e observar possíveis colisões com detalhes da peça e também com
o próprio dispositivo de fixação.

5.5 PROGRAMAÇÃO

Tendo em mãos as coordenadas obtidas do desenho da peça e


conhecendo a seqüência de operações pode-se escrever o programa. É
importante que o programa seja bem comentado, facilitando as possíveis
alterações e correções que possam ser necessárias. O uso de sub-rotinas deve
ser explorado, tornando-o menor e de mais fácil manutenção. Deve-se explorar
todos os recursos que a máquina oferece para tornar o programa menor e mais
eficiente, tais como ciclos de desbastes internos, ciclos de furação, rotação de
coordenadas e deslocamento de referência entre outros. No caso de se utilizar
um software para a programação, deve-se fazer a transmissão do programa
para a máquina.

5.6 SIMULAÇÃO GRÁFICA

Na realidade esta etapa ocorre juntamente com a programação, mas


devido a sua importância será destacada como uma fase específica. A
simulação gráfica é uma ferramenta que deve ser explorada ao máximo, pois
permite detectar erros de programação que podem por em risco a peça, as
ferramentas, o dispositivo de sujeição e até mesmo a máquina.
Deve-se utilizar principalmente o recurso de zoom para verificar
pequenos detalhes e também a simulação em ângulos diferentes (topo, frontal,
lateral, etc.). Mesmo quando se utiliza um software de simulação gráfica, deve-
se realizar a simulação fornecida pela máquina, para garantir que o programa
está funcional.
Uma observação importante é que algumas funções do programa só
podem ser simuladas corretamente após realização do setup de ferramentas
(que será discutido mais adiante) pois dependem dos valores do diâmetro para
serem calculadas. Mesmo assim, é um bom momento para verificar a
existência de erros grosseiros (sinal invertido, coordenadas trocadas, falta de
uma linha, etc.).

5.7 MONTAGENS

É a primeira etapa de setup da máquina. Deve-se montar o dispositivo


de fixação e as ferramentas. A montagem do dispositivo de fixação da peça é
cercada de cuidados, pois se deve limpar cuidadosamente a mesa de trabalho
da máquina e a superfície de apoio do dispositivo. Além disto, sua fixação deve
observar, quando necessário, o paralelismo com os eixos de trabalho, através
da utilização de um relógio apalpador (normalmente fixado no fuso da
máquina).

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
21

Na montagem das ferramentas deve observar uma cuidadosa limpeza


dos suportes além de garantir um bom aperto, evitando que ela se solte
durante a usinagem. Durante a fixação das ferramentas nos suportes deve-se
buscar mante-las o mais curtas possível, de modo a evitar flanbagens e
vibrações, mas não se pode esquecer de verificar a possibilidade de impacto
do suporte da ferramenta com obstáculos oferecidos pela peça ou pela fixação.
Por fim, quando da instalação das ferramentas na máquina, deve-se
ajustar os bicos de fluido refrigerante de modo que todas as ferramentas sejam
refrigeradas.

5.8 SETUP DE FIXAÇÃO E FERRAMENTAS

Após a instalação do dispositivo de fixação e do ferramental deve-se


informar ao CNC as características que os definem. No caso do dispositivo de
fixação deve-se informar as coordenadas X e Y que foram utilizadas como
referência na programação, ou seja, deve-se definir o zero-peça.
Para cada ferramenta deve-se informar o seu diâmetro e o seu
comprimento (referência do eixo Z). Após esta etapa pode-se realizar com
segurança a simulação gráfica oferecida pelo CNC da máquina.

5.9 EXECUÇÃO PASSO-A-PASSO

Após realizado todo o setup da máquina e a depuração do programa


através da simulação gráfica pode-se finalmente executar a primeira peça,
denominada normalmente de peça piloto, que sempre que possível não deve
fazer parte do lote, já que existe grande possibilidade de ocorrerem falhas não
previstas. Sua execução é realizada no modo passo-a-passo, ou seja, cada
linha do programa só será executada após liberação realizada pelo operador.
Além disso, a velocidade de movimentação pode ser controlada permitindo
realizar aproximações lentas e seguras. Pode-se ligar e desligar o fluido
refrigerante a qualquer instante de modo a permitir melhor visualização dos
movimentos. Esta etapa permite verificar detalhes não previstos na etapa de
programação e não visualizados na simulação.
Quando se encontra alguma linha com algum erro ou necessidade de
alteração pode-se parar a usinagem, afastar a ferramenta da peça, alterar o
programa e reiniciar a partir desta linha, continuando a analisar o programa.

5.10 EXECUÇÃO DO LOTE

Após a execução passo-a-passo ter sido concluída com sucesso e todas


as correções necessárias terem sido realizadas pode-se passar a execução
das peças do lote. É a etapa final onde as vantagens da tecnologia CNC vão
surgir.

Resumindo, tem-se as seguintes etapas:

1. Recebimento do desenho.
2. Desenho em CAD.
3. Planejamento do processo.
4. Levantamento das coordenadas.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
22

5. Programação.
6. Simulação gráfica.
7. Instalação das ferramentas.
8. Setup de ferramentas.
9. Execução passo-a-passo.
10. Execução do lote.

6. COORDENADAS CARTESIANAS

A máquina--ferramenta CNC possui uma posição fixa. Normalmente, a


substituição da ferramenta e a programação do ponto zero absoluto,
posteriormente descritas, são executadas nesta posição. Esta posição é
designada como ponto de referência.

Todas as máquinas-ferramenta CNC são comandadas por um sistema


de coordenadas cartesianas (fig. 11) na elaboração de qualquer perfil
geométrico. A nomenclatura dos eixos e movimentos está definida na norma
internacional ISO 841 (numerical control of machines) e é aplicável a todo tipo
de máquina-ferramenta. Os eixos rotativos são designados com as letras A, B e
C; os eixos principais de avanço com as letras X, Y e Z.

figura 11 – coordenadas cartesianas

Um sistema de coordenadas garante a localização de um ponto. Em


fresadoras utiliza-se um sistema de três coordenadas, padronizadas de X, Y e
Z e que definem um ponto no espaço. Por convenção o Z sempre é o eixo que
gira. No caso de uma fresadora vertical o eixo vertical será o Z e terá valores
positivos para cima. Dos eixos que restam o maior é denominado de X e terá
valores positivos para a direita (eixo horizontal longitudinal,). Assim fica o ultimo
eixo será o Y com valores positivos indo em direção à máquina (horizontal
transversal), como mostrado na figura 12.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
23

O sistema de eixos pode ser facilmente representado com auxílio da


mão direita, onde o polegar aponta para o sentido positivo do eixo X, o
indicador para o sentido positivo do Y, e o dedo médio para o sentido positivo
do Z (Centro de Usinagem). Este sistema é denominado Sistema de
Coordenadas Dextrógeno, pois possui três eixos perpendiculares entre si, que
podem ser representados com o auxílio dos dedos da mão direita, conforme a
figura 13.

figura 12 – representação dos eixos

Uma pergunta ainda pode estar havendo na cabeça de muitas pessoas,


mas eu já ouvi falar de máquinas de seis, sete ou até mais eixos, como seria
isto?

Realmente isso existe, embora sejam máquinas extremamente


especiais, elas existem, alem dos eixos lineares primários pode haver outros
três eixos lineares, que são conhecidos como eixos lineares secundários, e
suas disposições são da seguinte maneira, se o eixo é paralelo ao X se
chamará U, se paralelo a Y o nome será V, se paralelo ao eixo Z recebe o
nome de W; Deste modo já se somam nove eixos possíveis em uma máquina
CNC; porém isto não para por aí, pois pode haver máquinas de até 15 eixos.

A ferramenta movimenta--se dentro do sistema de coordenadas


especificado pelo CNC, de acordo com o programa de comando elaborado com
base no sistema de coordenadas do desenho da peça, e corta a peça com o
contorno especificado no desenho. Portanto, para que o contorno da peça
definido no desenho possa ser corretamente cortado, os dois sistemas de
coordenadas têm de ser definidos na mesma posição.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
24

figura 13 – Regra da mão direita

Os quadrantes são definidos a partir de uma origem pré determinada,


que no caso do torno é determinado por uma linha perpendicular a linha de
centro do eixo árvore, e obedecem sempre a mesma ordem independente do
tipo de torre utilizada (torre Traseira ou torre Dianteira), portanto o sinal positivo
ou negativo introduzido na dimensão a ser programada é dado em função do
quadrante onde a ferramenta atuará. Na figura 14 pode ser visto o sistema de
coordenadas do torno com torre traseira e dianteira.

Todo o movimento da ponta da ferramenta é descrito neste plano XZ,


em relação a uma origem pré-estabelecida (X0, Z0). Lembrar que X é sempre a
medida do raio ou diâmetro, e que aumenta à medida que o diâmetro aumenta,
e Z é sempre a medida em relação ao comprimento.

figura 14 – Sistema de coordenadas do torno


(torre traseira)

6.1 COORDENADAS ABSOLUTAS E INCREMENTAIS

No sistema de programação CNC é possível utilizar dois tipos diferentes


de coordenadas:

• Coordenadas absolutas
• Coordenadas incrementais

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
25

Define-se como sistema de coordenadas absolutas o sistema de


coordenadas onde o ponto a ser atingido pela ferramenta é dado tomando-se
como referência o “zero-peça”.
Define-se como sistema de coordenadas incrementais o sistema de
coordenadas onde o ponto a ser atingido pela ferramenta é dado tomando-se
como referência o ponto anterior. Para a utilização deste tipo de sistema de
coordenadas deve-se raciocinar no Comando Numérico Computadorizado da
seguinte forma: da posição em que parou a ferramenta, quanto falta para
chegar ao próximo ponto?
Para a programação CNC é fundamental conseguir analisar um desenho
e obter dele suas coordenadas. Nos desenhos à seguir pode-se observar as
coordenadas de uma figura bastante simples em duas situações diferentes.
Nestes dois casos o sistema de coordenadas estará desenhado para auxiliar
nesta tarefa. Observando o desenho da figura 14, deve-se analisar os dados da
tabela com as coordenadas de cada vértice, indicados pelas letras A até H.

figura 14 – sistema de coordenadas absolutas

O exemplo anterior mostra o uso de coordenadas absolutas (baseadas


em uma referência fixa). Pode-se trabalhar com coordenadas incrementais, que
sempre se relacionam com o ponto anterior (em outras palavras, a posição
atual é sempre a origem). A figura 15 apresenta um perfil onde se considera o
ponto A como sendo o ponto inicial. A tabela está preenchida com as
coordenadas incrementais.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
26

figura 15 – sistema de coordenadas incrementais

Durante o desenvolvimento de um programa CNC pode-se utilizar tanto


coordenadas absolutas como coordenadas incrementais, e alternar entre dois
sistemas a qualquer momento.

7. LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO

São diversos os meios de elaboração de programas CNC, sendo os


mais usados:

7.1 LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO AUTOMÁTICA APT

No surgimento do CN, no início dos anos 50, a primeira linguagem de


programação utilizada foi a APT (Automatic Programmed Tool). Atualmente só
é utilizada como ferramenta auxiliar na programação de peças com geometrias
muito complexas, principalmente para máquinas de 4 e 5 eixos. A linguagem
APT é uma linguagem de alto nível.

7.2 LINGUAGEM EIA/ISO

Linguagem de códigos, também conhecida como códigos G. É na


atualidade a mais utilizada universalmente, tanto na programação manual,
como na programação gráfica, onde é utilizado o CAM. Os códigos EIA/ISO
foram criados antes mesmo do aparecimento das máquinas CNC, eles eram
usados nos escritórios em máquinas de escrever automáticas que utilizavam
cartões perfurados. A linguagem EIA/ISO é considerada de baixo nível.

7.3 LINGUAGEM INTERATIVA

Programação por blocos parametrizados possui blocos prontos e não


usa códigos. Ex. linguagem MAZATROL aplicando às máquinas MAZAK.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
27

7.4 PRODUÇÃO GRÁFICA VIA "CAM" (COMPUTER AIDED


MANUFACTURING)

Não é mais uma linguagem de programação e sim uma forma de


programar em que o programador deverá possuir os conhecimentos de:
processos de usinagem; materiais; ferramentas e dispositivos para usinagem;
informática para manipulação de arquivos; máquinas (avanços, rotações e
parâmetros); domínio de um software de CAD e um de CAM.
Descrevendo de uma maneira simplificada, apenas para fácil
entendimento, o programador entra com o desenho da peça, que pode ser feito
no próprio CAM ou em desenhos recebidos do CAD (Computer Aided
Designe), define matéria - prima (tipo e dimensões), ferramentas e demais
parâmetros de corte, escolhe o pós-processador de acordo com a máquina que
fará a usinagem e o software de CAM se encarregará de gerar o programa,
utilizando os códigos da linguagem EIA/ISO.

8 ESTRUTURA DO PROGRAMA

A estrutura de programação para máquinas CNC utilizando a Norma ISO


6983 é estruturada com os seguintes dados: identificação, cabeçalho, dados da
ferramenta, aproximação, usinagem do perfil da peça, fim de programa.
O programa CNC é constituído de:

• Caracteres: É um número, letra ou símbolo com algum significado para o


Comando.(Exemplo:2, G, X, /, A, T).
• Endereços: É uma letra que define uma instrução para o comando.
(Exemplo: G, X, Z, F).
• Palavras: É um endereço seguido de um valor numérico. (Exemplo: G01
X25 F0.3).
• Bloco de Dados: É uma série de palavras colocadas numa linha,
finalizada pelo caractere; (Exemplo: G01 X54 Y30 F.12;)
• Programa: É uma série de blocos de dados (Finalizada por M30).

8.1 CARACTERES ESPECIAIS

(;) - Fim de bloco: (EOB - End of Block). Todo bloco deve apresentar um
caractere que indique o fim do bloco.
/ - Eliminar execução de blocos, número seqüencial de blocos
( ) - Comentário : Os caracteres parênteses permitem a inserção de
comentários. Os caracteres que vierem dentro de parênteses são
considerados comentários e serão ignorados pelo comando.
MSG - Mensagem ao operador, exemplo: MSG ( “mensagem desejada” )

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
28

8.2 FUNÇÕES DE POSICIONAMENTO

O comando trabalha em milímetros para palavras de posicionamento


com ponto decimal.

Função X – Aplicação: Posição no eixo transversal (absoluta). X20; ou X-5;


Função Z – Aplicação: Posição no eixo longitudinal (absoluta). Z20; ou Z-20;
Função U – Aplicação: Posição no eixo transversal (incremental). U5; ou U-5;
(Usado em programação feita em coordenadas absolutas)
Função W – Aplicação: Posição no eixo longitudinal (incremental). W5; ou W-5;
(Usado em programação feita em coordenadas absolutas)

8.3 FUNÇÕES ESPECIAIS

Função O (usada no comando GE Fanuc 21i). Todo programa ou sub-


programa na memória do comando é identificado através da letra “O” composto
por até 4 dígitos, podendo variar de 0001 até 9999.
Para facilitar a identificação do programa, recomenda-se inserir um
comentário, observando-se o uso dos parênteses. Ex.: O5750 (Flange do eixo
traseiro);

Função N

Define o número da seqüência. Cada seqüência de informação pode ser


identificada por um número de um a quatro dígitos, que virá após a função N.
Esta função é utilizada em desvios especificados em ciclos, e em procura de
blocos.
Exemplo:
N50 G01 X10;
N60 G01 Z10;

Não é necessário programar o número de seqüência em todos os blocos


de dados. A seqüência aparecerá automaticamente após a inserção de cada
bloco de dados, a não ser que seja feita uma edição fora da seqüência do
programa ou após sua edição completada.

Função F

Geralmente nos tornos CNC utiliza-se o avanço em mm/rotação, mas


este também pode ser utilizado em mm/min. O avanço é um dado importante
de corte e é obtido levando-se em conta o material, a ferramenta e a operação
a ser executada. F0.3 ; ou F.3 ;

Função T

A função T é usada para selecionar as ferramentas informando à


máquina o seu zeramento (PRE-SET), raio do inserto, sentido de corte e
corretores. Programa-se o código T acompanhado de no máximo quatro
dígitos. Os dois primeiros dígitos definem a localização da ferramenta na torre

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
29

e seu zeramento (PRE-SET), e os dois últimos dígitos definem o número do


corretor de ajustes de medidas e correções de desgaste do inserto.
Exemplo: T0202. O giro de torre e o movimento dos carros não podem estar no
mesmo bloco que a função T, ela deve ser programada em uma linha de
maneira isolada. Importante: O raio do inserto (R) e a geometria da ferramenta
(T) devem ser inseridos somente na página de geometria de ferramentas.

9 SISTEMAS DE INTERPOLAÇÃO

Os sistemas de interpolação usados na programação de máquinas CNC


são classificados em linear e circular.

9.1 INTERPOLAÇÃO LINEAR

A interpolação linear é uma linha que se ajusta a dois pontos. Por


exemplo, você deseja mover só um eixo linear em um comando. Você quer
mover o eixo X a uma posição com um avanço lento à direita do zero do
programa. Considerando que o comando fosse X10. (assumindo o modo
absoluto e em mm). A máquina removeria uma linha perfeitamente reta neste
movimento (desde que só um eixo está movendo).

Agora digamos que desejo para incluir um Y eixo movimento a uma


posição de 10 milímetros em relação ao zero do programa (e juntamente com o
Y atuasse o X voltando a zero). Nós diremos que você está tentando fazer um
chanfro na peça produto com este comando. Para caminhar numa linha
perfeitamente reta e chegar ao ponto de destino programado nos dois eixos
juntos, tem que haver uma sincronização dos eixos X e Y nestes movimentos.
Também, se a usinagem ocorrer durante o movimento, uma taxa de movimento
(feedrat) também deve ser especificada. Isto requer interpolação linear.

figura 16 – interpolação linear

O movimento 2 da figura 16, foi gerado com interpolação linear. Saiba


que para máquina não ocorreu um único movimento, mas sim uma serie de
movimentos minúsculos cujo tamanho do passo é igual à resolução da
máquina, normalmente 0.001mm.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
30

Durante comandos de interpolações lineares, o controle precisa,


automaticamente, calcular uma série de movimentos minúsculos, enquanto
mantêm a ferramenta tão perto do caminho linear programado. Com as
máquinas CNC de hoje, fica a impressão que a máquina está formando um
movimento de linha perfeitamente reta.

9.2 INTERPOLAÇÃO CIRCULAR

Em modo semelhante, requerem muitas aplicações para máquinas CNC,


por exemplo, que a máquina possa formar movimentos circulares. Aplicações
para movimentos circulares incluem raio de concordância entre faces de peças,
furos circulares de grandes e pequenos diâmetros, etc. Este tipo de movimento
requer interpolação circular. Como com interpolação linear, o controle gerará
minúsculos movimentos que se aproximam o máximo de caminho circular
desejado. A figura 17 mostra o que acontece durante interpolação circular.

figura 17 – interpolação circular

A trajetória da ferramenta é percorrida com uma orientação circular, com


qualquer raio, nos sentido horário e anti-horário, e com qualquer velocidade
entre 1 a 5000 mm/min.
Algumas informações são necessárias para a programação de arcos,
tais como:

- ponto final do arco,


- sentido do arco,
- centro do arco (pólo)

9.3 COORDENADAS POLARES

Até agora o método de determinação dos pontos era descrito num


sistema de coordenadas cartesianas, porém existe outra maneira de declarar
os pontos, que são as coordenadas polares (fig.18), neste caso, em função de
ângulos e centros.
O ponto, a partir do qual saem as cotas chama-se “pólo” (centro dos
raios).

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
31

figura 18 – interpolação polar

10 PONTOS DE REFERÊNCIA

10.1 PONTO ZERO DA MÁQUINA: M

figura 19 – simbologia do zero máquina

O ponto zero da máquina (fig. 19) é definido pelo fabricante da mesma. Ele é o
ponto zero para o sistema de coordenadas da máquina e o ponto inicial para todos os
demais sistemas de coordenadas e pontos de referência.

10.2 PONTO DE REFERÊNCIA: R

figura 20 – simbologia do ponto de referência

O ponto de referência (fig. 20) serve para aferição e controle do sistema de


medição dos movimentos da máquina. Ao ligar a máquina, sempre se deve deslocar o
carro até esse local, antes de iniciar a usinagem. Este procedimento define ao
comando a posição do carro em relação ao zero máquina.

10.3 PONTO ZERO DA PEÇA: W

figura 21 – simbologia do zero peça

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
32

O ponto zero peça (fig. 21) é definido pelo programador e usado por ele
para definir as coordenadas durante a elaboração do programa. Recomenda-se
colocar o ponto zero da peça de tal forma que se possam transformar
facilmente as medidas do desenho da peça em valores de coordenadas
positivas. No caso do torno é comum estabelecer esse ponto no encosto das
castanhas da placa ou na face da peça, conforme pode ser visto na figura 22.

figura 22 – posições do zero peça no torno

11 CODIFICAÇÃO ISO PARA SUPORTE E PASTILHAS


INTERCAMBIÁVEIS

A cada dia novas tecnologias são apresentadas para diminuir cada vez mais o
tempo e melhorar a qualidade de usinagem. Uma vantagem que oferece o porta
ferramenta intercambiável para torno e fresas, é que quando a aresta é trocada, este
mantém a repetibilidade das dimensões e do acabamento. É verdade que o custo
inicial de um porta ferramenta intercambiável é maior do que uma ferramenta soldada.
Porém o porta ferramenta passa a ser um novo equipamento da máquina, ao passo
que a ferramenta soldada após perder o corte, deva ser retirada para uma nova
afiação, ocasionando assim outra regulagem da nova ferramenta, e depois da pastilha
completamente gasta a haste será descartada.

O código NBR 6450 ISO para pastilhas intercambiáveis inclui 9 símbolos,


representados por Letras e Números, que definem formas, tipos e parâmetros
dimensionais das mesmas. O oitavo e nono símbolos são usados somente quando
necessário, e o fabricante pode ainda adicionar um décimo símbolo opcional, que
separado por um hífen pode ser usado por opções de simbologia própria, ou seja,
especificações do fabricante. Alguns fabricantes utilizam as seguintes nomenclaturas:

• QF – operações de acabamento fino


• QM- operações de semi-acabado
• QR – operações de desbaste

Um exemplo de especificação de pastilha pode ser visto na figura 23. Na figura 24


é descrita o detalhamento da codificação.

figura 23 – codificação para pastilhas intercambiáveis

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
33

O código ISO para suportes porta pastilhas externo inclui 10 símbolos,


representados por Letras e Números que definem formas, tipos e parâmetros
dimensionais dos mesmos. O fabricante pode ainda adicionar um décimo primeiro
símbolo opcional, separado por um hífen, no qual pode fazer uso de opções de
simbologia própria, ou seja especificação do fabricante. Exemplo de especificação de
suporte porta pastilha: PCLNR 20 20 K 12.

figura 24– Detalhamento da codificação para pastilhas intercambiáveis

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
34

12 MEIOS DE FIXAÇÃO DE PEÇAS E FERRAMENTAS

A fixação de peças em torno CNC através de placa com 3 castanhas podem ser
acionadas de forma manual (figura 23) ou de forma automática com abertura e
fechamento através de comando contido no programa CNC. Quando necessário,
também podem ser programados posicionamentos da contra-ponta, avanço e
retrocesso do mangote e luneta, para uma melhor fixação (figura 24).

figura 23 – fixação manual de peças

figura 24 – fixação de peças com luneta e contra ponta

Nos processos de usinagem, poucas as peças podem ser usinadas com uma
única ferramenta. Por este motivo, o sistema de troca de ferramentas em máquinas
CNC vem sendo otimizado pelos fabricantes. Nos tornos CNC a troca de ferramentas
pode ser realizada automaticamente. Numa forma de minimizar os tempos passivos
durante a execução de um trabalho pode-se utilizar um suporte porta-ferramentas
capaz de fixar várias ferramentas. Neste sistema, a troca das ferramentas utilizadas é
comandada pelo programa CNC, necessitando apenas dos posicionamentos corretos
das ferramentas, evitando assim as paradas no programa para eventuais trocas
manuais das mesmas.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
35

Os tornos possuem dispositivos de concepções que se diferenciam em função


da quantidade de ferramentas a serem usadas. Podemos assim destacar alguns
desses dispositivos:

• Gang tools: dispositivo dotado de rasgos T para posicionamento dos suportes de


ferramentas, oferecendo flexibilidade de montagem de ferramentas para múltiplas
aplicações. A fixação gang tools pode ser visto na figura 25.

figura 25 – fixação de ferramentas – tipo gang tools

• Torre elétrica: Neste sistema a troca automática de ferramentas é realizada através


do giro da mesma que é comandado pelo programa CNC, deixando a ferramenta na
posição de trabalho. A fixação através de torre elétrica pode ser visto na figura 26.

figura 26 – fixação de ferramentas – tipo torre elétrica

• Revolver: No sistema de revolver a troca é realizada com o giro ou tombo do mesmo,


que também é comandado pelo programa CNC, até que a ferramenta desejada fique

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
36

na posição de trabalho. A fixação através de dispositivo revolver pode ser visto na


figura 27.

figura 27 – fixação de ferramentas – tipo revolver

• Magazine: No sistema magazine de modo geral, a troca de ferramentas é realizado


por um braço com duas garras. O programa posiciona a próxima ferramenta do
magazine que entra em ação e interrompe a usinagem. Um braço com duas garras
entra em ação, tirando de um lado a nova ferramenta do magazine e do outro lado a
ferramenta que estava operando na árvore principal da máquina. As posições das
ferramentas se invertem pelo giro de 180 graus do braço de garras o qual logo após
introduz as ferramentas em seus lugares e são de modo geral comandados com lógica
direcional. A fixação através de dispositivo revolver pode ser visto na figura 28.

figura 28 – fixação de ferramentas – tipo magazine

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
37

13 FUNÇÕES PREPARATÓRIAS DE DESLOCAMENTO

13.1 FUNÇÕES PREPARATÓRIAS ( G )

As funções preparatórias indicam ao comando o modo de trabalho, ou seja,


indicam à máquina o que fazer, preparando-a para executar um tipo de operação, ou
para receber uma determinada informação. Essas funções são dadas pela letra G,
seguida de um número formado por dois dígitos (de 00 a 99 no caso do comando GE
Fanuc 21i).

As funções podem ser:

MODAIS – São as funções que uma vez programadas permanecem na memória do


comando, valendo para todos os blocos posteriores, a menos que modificados ou
cancelados por outra função da mesma família.

NÃO MODAIS – São as funções que todas as vezes que requeridas, devem ser
programadas, ou seja, são válidas somente no bloco que as contém.

13.2 LISTA DAS FUNÇÕES PREPARATÓRIAS PARA COMANDO GE


FANUC 21 I – CENTRO DE USINAGEM

G00 - Avanço rápido


G01 - Interpolação linear
G02 - Interpolação circular horária
G03 - Interpolação circulara anti-horária
G04 - Tempo de permanência
G10 – Entrada de dados
G11 – Cancela entrada de dados
*G15 – Cancela a programação polar
G16 – Ativa a programação polar
*G17 – Seleção plano XY
G18 – Seleção plano XZ
G19 – Seleção plano YZ
G20 – Referência de unidade de medida (polegada)
G21 – Referência de unidade de medida (métrico)
G22 – Ativa área de segurança
G23 – Desativa área de segurança
G28 – Retorna eixos para referência de máquina
*G40 – Cancela compensação do raio da ferramenta
G41 – Ativa compensação do raio da ferramenta (à esquerda do perfil)
G42 – Ativa compensação do raio da ferramenta (à direita do perfil)
G43 – Ativa a compensação do comprimento da ferramenta (direção +)
G44 - Ativa a compensação do comprimento da ferramenta (direção -)
*G49 – Cancela a compensação do comprimento da ferramenta

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
38

G50.1 - Cancela a imagem de espelho


G51.1 – Ativa imagem de espelho
G52 – Sistema de coordenada local
G53 – Sistema de coordenada de máquina
*G54 – Sistema de coordenada de trabalho 1
G55 - Sistema de coordenada de trabalho 2
G56 - Sistema de coordenada de trabalho 3
G57 - Sistema de coordenada de trabalho 4
G58 - Sistema de coordenada de trabalho 5
G59 - Sistema de coordenada de trabalho 6
G65 – Chamada de macro
G68 – Sistema de rotação de coordenadas
G69 - Cancela sistema de rotação de coordenadas
G73 – Ciclo de furação intermitente
G74 – Ciclo de roscamento (esquerda)
G76 – Ciclo de mandrilamento
G80 – Cancela ciclo fixo
G81 – Ciclo de furação contínua
G82 – Ciclo de furação contínua com dwell
G83 – Ciclo de furação intermitente com retorno ao plano R
G84 – Ciclo de roscamento (direita)
G85 – Ciclo de mandrilamento (retração em avanço programado)
G86 – Ciclo de mandrilamento (retração com eixo parado)
G87 – Ciclo de mandrilamento (rebaixo interno)
G88 – Ciclo de mandrilamento com retorno manual
G89 – Ciclo de mandrilamento (dwell+retração com avanço programado)
*G90 - Sistema de coordenadas absolutas
G91 - Sistema de coordenadas incrementais
G92 – Estabelece nova origem
G92S - Estabelece limite de rotação (RPM)
G94 - Estabelece avanço x / minuto
G95 - Estabelece avanço x / rotação
G96 - Estabelece programação em velocidade de corte constante
G97 - Estabelece programação em RPM
C - Posicionamento angular do eixo árvore

Obs.: os códigos G marcados * são ativados automaticamente ao se ligar a máquina

13.3 LISTA DAS FUNÇÕES MISCELÂNEAS OU AUXILIARES

M00 - Parada de programa


M01 - Parada de programa opcional
M02 - Final de programa
M03 - Gira eixo árvore sentido horário
M04 - Gira eixo árvore sentido anti-horário
M05 - Parada do eixo árvore

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
39

M06 – Troca automática de ferramenta


M08 - Liga refrigeração
M09 - Desliga refrigeração
M18 - Cancela modo posicionamento eixo árvore
M19 - Eixo árvore em modo posicionamento
M20 - Aciona alimentador de barras
M21 - Para alimentador de barras
M24 - Placa travada
M25 - Placa destravada
M26 - Retrai a manga do cabeçote móvel
M27 - Avança manga do cabeçote móvel
M30 - Final de programa e retorno
M36 - Abre porta automática do operador
M37 - Fecha porta automática do operador
M38 - Avança aparador de peças
M39 - Retrai aparador de peças
M40 - Seleciona modo operação interna da placa
M41 - Seleciona modo operação externa da placa
M42 - Liga limpeza de placa
M43 - Desliga limpeza de placa
M45 - Liga sistema limpeza cavacos proteções
M46 - Desliga sistema limpeza cavacos proteções
M49 - Troca de barra
M50 - Retrai leitor de posição de ferramenta (Tool Eye)
M51 - Avança leitor de posição de ferramenta (Tool Eye)
M76 - Contador de peças
M86 - Liga o transportador de cavacos
M87 - Desliga o transportador de cavacos
M98 - Chamada de um sub-programa
M99 - Retorno de um sub-programa

NOTA: Para comandos de fabricantes diferentes uma mesma função pode ter
significados diferentes, mas a maioria das funções, o seu significado é comum a quase
todos os comandos.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
40

13.4 LISTA DAS FUNÇÕES PREPARATÓRIAS PARA COMANDO GE


FANUC – TORNO NARDINI VULCANIC

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
41

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
42

EXERCÍCIOS - PARTE 01

Exercício 1

No desenho abaixo, identifique os pontos meta. Para finalizar preencha a tabela de


coordenadas utilizando o sistema incremental e absoluto.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
43

Exercício 2

Faça o programa CNC percorrendo o contorno da peça no sentido de A para B.

Exercício 3

Fazer o programa do perfil abaixo usando as interpolações linear e circular. Usar as 2


funções G2 e G3 com I e K.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
44

Exercício 4

No desenho abaixo, escolha um ponto para o zero-peça, ou seja, para a origem do


sistema de coordenadas. Em seguida defina um sentido de usinagem e identifique os
pontos meta. Para finalizar preencha a tabela de coordenadas utilizando o sistema
absoluto.

Exercício 5

No desenho da abaixo, identificar os pontos meta no sentido anti-horário, a partir do


ponto A já definido e preencher a tabela de coordenadas utilizando o sistema absoluto.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
45

Exercício 6

Baseado nas cotas do exercício anterior, preencha a tabela usando coordenadas


incrementais na figura abaixo.

Exercício 7

Preencha a tabela com as coordenadas necessárias. Utilize o sistema absoluto ou


incremental conforme for mais indicado.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
46

Exercício 8

Marque as coordenadas da tabela abaixo no gráfico XY e desenhe o perfil da peça


correspondente. As coordenadas estão no sistema absoluto.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
47

Exercício 9

Marque as coordenadas da tabela abaixo no gráfico XY e desenhe o perfil da peça


correspondente. As coordenadas estão no sistema incremental. O ponto inicial está
indicado.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
48

Exercício 10

Marque as coordenadas da tabela abaixo no gráfico XY e desenhe o perfil da peça


correspondente. As coordenadas estão nos sistema absoluto e incremental.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
49

Exercício 11

a) O que são encoders? Cite duas variáveis que podem ser monitoradas por encoders:
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
b) Qual a diferença entre um encoder absoluto e um encoder incremental?
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
c) esboce um encoder incremental linear que consiga detectar o sentido do
movimento.
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 12

Quais sistemas de coordenadas são utilizados nas máquinas equipadas com comando
numérico computadorizados? Explique suas diferenças.
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 13

Qual a finalidade do código Gray? Exemplifique.


---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
50

Exercício 14

Cite as principais etapas de usinagem nas máquinas CNC´s.


---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 15

Cite 03 formas de programação das máquinas CNC


---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 16

Diferencie as máquinas CN e CNC?


---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 17
O sistema de posicionamento das máquinas CNC pode ser considerado sistema em
malha fechada? Explique.
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
51

14 SINTAXE DAS FUNÇÕES

Função G00 – Aplicação: Movimento rápido (aproximação e recuo)

Os eixos movem-se para a meta programada com a maior velocidade de avanço


disponível na máquina.

Sintaxe:

G0 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _

onde:
X = coordenada a ser atingida
Y = coordenada a ser atingida
Z = coordenada a ser atingida

A função G0 é um comando modal. Esta função cancela e é cancelada pelas funções


G01, G02 e G03.

Função G01 – Aplicação: Interpolação linear (usinagem retilínea ou avanço de


trabalho)

Com esta função obtém-se movimentos retilíneos entre dois pontos programados com
qualquer ângulo, calculado através de coordenadas com referência ao zero
programado e com um avanço (F) pré-determinado pelo programador. Esta função é
um comando modal, que cancela e é cancelada pelas funções G00, G02 e G03.

Sintaxe:

G1 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ F_ _ _

onde:
X = coordenada a ser atingida
Y = coordenada a ser atingida
Z = coordenada a ser atingida
F = avanço de trabalho (mm/min)

Funções G02, G03 – Aplicação: Interpolação circular

Esta função executa operação de usinagem de arcos pré-definidos através de


uma movimentação apropriada e simultânea dos eixos. Pode-se gerar arcos nos
sentidos horário (G02) e anti-horário (G03), permitindo produzir círculos inteiros ou
arcos de círculo, conforme ao exemplo da figura 29.
- É necessário definir o plano de trabalho dos eixos para o arco (fig 29).
- Sentido horário ou anti-horário, tem por definição a vista na direção positiva
para negativa do eixo que não faz parte do plano de trabalho.
- a sintaxe abaixo para G02 também é válida para G03.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
52

figura 29 – definição do plano de trabalho

Sintaxe:

Para o plano X Y

G17 G02 / G03 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _F_ _ _


G17 G02 / G03 X_ _ _ Y_ _ _ I_ _ _ J_ _ _ F_ _ _

Para o plano X Z

G17 G02 / G03 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _F_ _ _


G17 G02 / G03 X_ _ _ Z_ _ _ I_ _ _ K_ _ _ F_ _ _

Para o plano Y Z

G17 G02 / G03 Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _F_ _ _


G17 G02 / G03 Y_ _ _ Z_ _ _ J_ _ _ K_ _ _ F_ _ _
onde:

X ; Y; Z = posição final da interpolação


I = centro da interpolação no eixo X
J = centro da interpolação no eixo Y
K = centro da interpolação no eixo Z
Z = posição final do arco
R = valor do raio (negativo para arco maior que 180 graus)
F= avanço de trabalho (opcional, caso já esteja programado)

O valor numérico que segue I, J, K é um vetor que parte do ponto de início do arco até
o centro do arco, conforme a figura 30.

figura 30 – definição do centro do arco

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
53

Quando as coordenadas XYZ são omitidas (o ponto final é o mesmo ponto de


partida) e o centro for especificado com I, J, ou K um arco de 360 graus é gerado,
porém se for usado a função raio (R), um arco de zero grau é gerado. Exemplo G17
G02 R50 (a ferramenta não se move)

figura 31 – exemplo de interpolação circular

Função C e R – Inserção de chanfro ou canto arredondado

Um chanfro ou arredondamento pode ser inserido entre os seguintes


movimentos:

a) Entre uma interpolação linear e outra interpolação linear


b) Entre uma interpolação linear e outra interpolação circular
c) Entre uma interpolação circular e outra interpolação linear

Sintaxe:

, C Usado para chanfro


, R Usado para raio

figura 32 – exemplo de chanfro e arredondamento

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
54

Para utilizar essas funções, deve-se programá-las no mesmo bloco da


interpolação linear ou circular para que, em função do próximo movimento, seja criado
um chanfro ou um arredondamento de canto, como mostrado na figura 25.

Interpolação Helicoidal

A interpolação helicoidal é um recurso usado para gerar movimentos em forma


de espiral, conforme o exemplo da figura 27. Esse método é uma progressão lógica da
interpolação circular em que a fresa se movimenta em três dimensões, progredindo
para a profundidade do furo enquanto também realiza o movimento da interpolação
circular. É um movimento em espiral ou helicoidal. Tal método é indicado para
ferramentas com comprimentos mais longos, pois produz forças radiais menores e
axiais mais elevadas que a interpolação circular e, portanto, menos vibrações.
A fresa, utilizada para interpolação helicoidal, deve ter capacidade de usinagem
em rampa se a intenção for a furação, ou seja, a abertura de um furo a partir de
superfície sólida, como mostrado na figura 33.

figura 33 – Interpolação helicoidal

Sintaxe:

Em sincronismo com o arco XY

G17 G02/G03 X__ _ Y_ _ _ I_ _ _J_ _ _ (R_ _ _) Z_ _ _ F_ _ _

Em sincronismo com o arco XZ

G17 G02/G03 X__ _ Y_ _ _ I_ _ _K_ _ _ (R_ _ _) Y_ _ _ F_ _ _

Em sincronismo com o arco YZ

G17 G02/G03 Y__ _ Z_ _ _ J_ _ _K_ _ _ (R_ _ _) X_ _ _ F_ _ _

Obs.: A compensação do raio da ferramenta é aplicada somente para o movimento


circular.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
55

figura 34 – Interpolação helicoidal (espiral)

Função G4 – Aplicação: Tempo de permanência

Permite interromper a usinagem da peça entre dois blocos, durante um tempo


programado. Por exemplo, para alívio de corte.

Sintaxe:

G4 F_ _ _ _ valores programados em segundos


G4 S_ _ _ _ valores programados em nº. de rotações

Função G15/G16 – Aplicação: ativa e desativa coordenada polar

O sistema de coordenadas polares é um modo de programação onde as


coordenadas são indicadas através de ângulos e raios. O código G15 cancela a
coordenada polar e o código G16 ativa a coordenada polar.

- A direção positiva (+) do ângulo será um movimento no sentido anti-horário e


o sinal negativo (-) será no sentido horário.
- É necessário fazer a seleção do plano de trabalho
- A informação de raio será o primeiro do plano selecionado e a informação de
ângulo será o segundo eixo, conforme a figura 35.

O raio e o ângulo podem ser programados tanto em coordenada absoluta como


incremental (G90 e G91). Quando o raio é especificado no modo absoluto ele tem
início a partir do sistema de coordenadas (X0 Y0) e o ângulo programado em absoluto
é considerado a partir da linha de referência positiva de X.

Sintaxe:

G17/G18/G19 G16 X/Y/Z_ _ _ X/Y/Z_ _ _


G15

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
56

figura 35 – coordenadas polares

Nas figuras 36 e 37 são mostradas as diversas formas de programação e


exemplos com coordenadas polares.

Ângulo e raio em absoluto Raio em incremental e ângulo em absoluto

Ângulo e raio em incremental Ângulo e raio em incremental

figura 36 – formas de coordenadas polares

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
57

figura 37 – exemplos de coordenadas polares

Funções G17, G18, G19 – Aplicação: Seleciona Plano de trabalho

As funções G17, G18 e G19 permitem selecionar o plano no qual se pretende executar
o perfil da peça (fig. 31). Estas funções são modais. Onde:

G17 sendo plano de trabalho XY


G18 sendo plano de trabalho XZ
G19 sendo plano de trabalho YZ

figura 38 – plano de trabalho

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
58

Observação: O plano G17 é o mais utilizado para gerar perfis e é ativada


automaticamente ao se ligar a máquina. Porém em alguns casos é necessário
trabalhar nos demais planos.

Funções G40, G41 e G42 – Aplicação: Compensação de raio de ferramenta

É difícil efetuar a compensação necessária para fabricar peças exatas quando


se utiliza apenas a função de correção da ferramenta, em virtude da curvatura da
ponta da ferramenta no corte cônico ou no corte circular. A função de compensação do
raio da ponta da ferramenta compensa automaticamente os erros atrás mencionados.
As funções de compensação de raio de ferramenta foram desenvolvidas para
facilitar a programação de determinados contornos. Através delas pode-se fazer
programas de acordo com as dimensões do desenho, sem se preocupar com o raio da
ferramenta, pois cabe a essas funções calcular os percursos da ferramenta, a partir do
raio dela, o qual deve estar inserido na página “OFFSET”. Assim, a compensação de
raio de ferramenta permite corrigir a diferença entre o raio da ferramenta programada
e o atual, conforme mostrado na figura 39.

Onde:

G40 = desativar a compensação de raio da ferramenta


G41 = ativar a compensação de raio da ferramenta, quando a mesma trabalha a
esquerda do perfil da peça.
G42 = ativar a compensação de raio da ferramenta, quando a mesma trabalha a
direita do perfil da peça.

Para o cálculo dos percursos da ferramenta o comando necessita das


seguintes informações: T (número da ferramenta) e D (número do corretor).
Para ativar ou desativar a compensação de raio da ferramenta com as funções
G41, G42 ou G40 temos que programar um comando de posicionamento com G0 ou
G1, com movimento de pelo menos um eixo do plano de trabalho (preferencialmente
os dois).

figura 39 – compensação do raio da ferramenta

Sintaxe:

G41/G42X_ _ _Y_ _ _ Z_ _ _
G40 X_ _ _Y_ _ _ Z_ _ _

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
59

Funções G43, G44 e G49 – Ativa e desativa a compensação do comprimento da


ferramenta

Normalmente, são necessárias várias ferramentas para a usinagemde uma peça. Uma
vez que essas ferramentas possuem comprimentos diferentes, seria muito trabalhoso
alterar o programa de acordo com cada uma delas. Por isso, deve medir--se
previamente o comprimento de cada uma das ferramentas necessárias.
Estabelecendo--se a diferença entre o comprimento da ferramenta padrão e o
comprimento de cada ferramenta no CNC, a usinagem pode ser realizada sem alterar
o programa, mesmo quando a ferramenta é trocada. A esta função dá--se o nome de
compensação do comprimento da ferramenta.
Essas funções são utilizadas para ativar e desativar a compensação do
comprimento da ferramenta, possibilitando a geração dos programas de acordo com o
desenho da peça, sem se preocupar com a dimensão da ferramenta, sendo que:

G43 = ativa o corretor de comprimento da ferramenta no sentido positivo (+)


G41 = ativa o corretor de comprimento da ferramenta no sentido negativo (-)
G49 =.cancela o corretor de comprimento da ferramenta

O offset de comprimento de ferramenta estabelece a distância da ponta da


ferramenta na posição “home” até a posição zero (em z) da peça a trabalhar (veja a
figura 32). Esta distância é armazenada em uma tabela que o programador pode
acessar usando um palavra-chave tipo G ou um código da ferramenta. Uma máquina
ferramenta que tenha um controle Fanuc usa o código G43. A palavra-chave G43 é
acompanhada por uma letra auxiliar H e por um número de dois dígitos. O G43 diz ao
controle para compensar o eixo-z, e o H e o número informa ao controle qual offset
deve chamar da tabela de armazenamento de comprimentos da ferramenta. Um
comando do tipo offset de comprimento da ferramenta é tipicamente acompanhado por
um movimento no eixo-z para ativá-lo.

figura 40 – compensação do comprimento da ferramenta

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
60

Sintaxe:

Para compensação

G43/44 Z_ _ _ H_ _ _

Para cancelamento

G49 Z_ _ _ ou H00

Funções G50. 1 e G51.1 – Imagem espelho

Pode-se obter imagem espelho de uma respectiva peça programada, a um eixo


de simetria, através da função G51. 1, conforme o exemplo da figura 41.

Sintaxe:

G51.1 X_ _ _Y_ _ _;
...
G50.1;

figura 41 – exemplo de imagem espelho

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
61

Funções G52 – Sistema de coordenadas local – LCS

O sistema de coordenada local (fig. 42) é utilizado para transladar a origem das
coordenadas dentro do programa. Para isso, deve-se informar a distância entre o zero
- peça ativo (G54, G55,...G59) e a nova origem desejada, juntamente com a função
G52.

Sintaxe:

G52 X_ _ _Y_ _ _ Z_ _ _

figura 42 – sistema de coordenada local

Funções G53 – Sistema de coordenadas de máquina – MCS

O ponto zero da máquina está estabelecido pelo fabricante da mesma. É


a origem do sistema de coordenadas da máquina e é o ponto de início para
todos os outros sistemas de coordenadas e pontos de referência da máquina,
conforme a figura 43.
Este comando cancela o sistema de coordenada de trabalho (G54, G55,
G56,..., G59), fazendo com que o comando assuma o zero - máquina, como na figura
33, como referência.
A função G53 não é modal, portanto somente é efetiva no bloco que a contém.
Deve ser usada somente no modulo absoluto (G90).

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
62

figura 43 – Sistema de coordenadas

Funções G54 a G59 e G54. 1 P1 a G54.1 P48 – Sistema de coordenadas de trabalho


– WCS

O sistema de coordenada de trabalho define como zero um determinado ponto


referenciado na peça. Este sistema pode ser estabelecido por uma das seis funções
entre G54 a G59.
Os valores para referenciamento devem ser inseridos na página “TRAB” e
representa a distância para cada eixo do zero - máquina ao zero peça.
A sintaxe para este grupo de funções é somente programar a própria função,
isto é, G54, G55, G56, G57, G58 ou G59.
Na falta de indicação de uma dessas funções, o comando assume o G54
automaticamente. Portanto, se algum valor estiver inserido na página “TRAB”,
referente ao sistema de coordenadas de trabalho G54, o zero peça será transladado,
mesmo sem programar a referida função.
Além dos seis zero – peças convencionais (G54 a G59), o comando dispõe de
mais 48 zero- peças. Estes são ativados através das funções G54. 1 P1 a G54.1 P48
e seus valores também são exibidos na página”TRAB”.

Sintaxe:

G54.....G59
G54. 1 P1....G54 P48

Funções G68 e G69 – Rotação do sistema de coordenadas

Um perfil programado pode ser rotacionado. O uso dessa função possibilita que
haja uma modificação em um programa utilizando o código de rotação, sempre que a
peça tiver sido colocada em algum ângulo rotacionado em relação ao perfil
previamente programado.
Além disso, quando existir um perfil que deva ser rotacionado várias vezes, o
tempo para elaboração e o tamanho do programa podem ser reduzidos em função
desse recurso. O exemplo pode ser visto na figura 36.

Sintaxe:

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
63

G_ _ _ (G17, G18, ou G19);


G68 X_ _ _ Y_ _ _ R_ _ _ (ângulo de rotação a partir da linha positiva X)
...
G69

- Quando XY (que indicam o centro de rotação) são omitidos, a posição atual


onde a função G68 foi programada é considerada como centro de rotação.
- Quando o ângulo de rotação for omitido, o valor referenciado pelo parâmetro
5410 é usado para o sistema de rotação.
- (+) direção anti- horária
- (-) direção horária
- O ângulo de rotação pode ser programado num campo de -360 a 360m graus,
com incremento de 0, 001 graus.

figura 44 – exemplo de rotacionamento

14.1 CICLOS FIXOS

Ciclo fixo é um bloco de comando que informa ao CNC como executar uma
determinada operação, a qual se fosse programada em comandos simples resultaria
em múltiplos blocos. Portanto, o uso de ciclos fixos simplifica a programação,
reduzindo o número de blocos do programa.

O torno utiliza bastante dos ciclos fixos (pacotes de usinagem fechados)


principalmente na programação MDI (Introdução Manual de Dados) porque
este sistema facilita a programação, pois o programador somente informa o
perfil final da peça e o ponto inicial determina a matéria prima o ciclo fixo se

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
64

encarrega de desbastar a peça até atingir o perfil final da peça, nos ciclos fixos
também estão incluídos os ciclos de roscas.

Existem vários tipos de ciclos fixos predefinidos que facilitam a


programação. Os dados para o contorno da peça acabada descrevem, por
exemplo, o caminho da ferramenta para a usinagem grosseira. Além disso,
estão à disposição ciclos fixos para a abertura de rosca.

Geralmente consistem em uma seqüência de até seis operações,


conforme a figura 45.

1. Posicionamento dos eixos XY


2. Avanço rápido da ferramenta para o ponto R
3. Usinagem do furo
4. Operação no fundo do furo
5. Retração da ferramenta ao ponto R
6. Retorno ao ponto inicial

Basicamente são três tipos de operações nos ciclos fixos.

Tipo 1 – Furação
Tipo 2 – Roscamento
Tipo 3 - Mandrilamento

Obs.: entende-se como mandrilamento, a operação de remoção de cavaco de


um furo previamente existente e consiste em tornear o furo, alargar o furo, rebaixar o
furo ou chanfrar o furo.

Para melhor compreensão é adotada a seguinte representação de movimentos:

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
65

figura 45 – seqüência de ciclo fixo

O ciclo fixo pode ser programado no modo G90 ou G91. O retorno do eixo Z
após a operação do ciclo fixo pode ser feita ao ponto inicial (G98) ou ponto R (G99)
conforme mostra a figura 46. O ponto inicial é a posição presente do eixo Z
memorizada ao entrar no ciclo fixo.

figura 46 – posicionamento de ciclo fixo

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
66

Função G33 – Roscamento manual

A função G33 executa o roscamento no eixo X e Z, onde cada profundidade é


programada explicitamente em bloco separado. Há possibilidade de abrir-se roscas
em diâmetros internos e externos, sendo elas roscas paralelas ou cônicas, simples ou
de múltiplas entradas, progressivas, etc.

Sintaxe:

N70 X (diâmetro com a profundidade da passada);


N80 G33 Z F;

X – diâmetro final
Z = posição final do comprimento da rosca
F = passo da rosca

Não há necessidade de repetirmos o valor do passo (F) nos blocos posteriores


de G33. Recomenda-se deixar, durante a aproximação, uma folga de duas vezes o
valor do passo da rosca no eixo “Z”. A função G33 é modal. Na figura 47 pode ser
visto as nomenclaturas utilizadas na função G33.

figura 47 – posicionamento de ciclo fixo

A seguir é mostrado um exemplo de programação utilizando G33.

Cálculos

1. Altura do filete (he)

he = ( 0.6495 x passo )
he = ( 0.64955 x 1.5 )
he = 0.97425 mm

2. Diâmetro final X

X = Diâmetro inicial - ( 2 x He)


X = 30 - ( 0.97425 x 2 )
X = 28.0515 mm

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
67

Exemplo de programação:

O0033 (Ciclo de rosca);


N10 G21 G40 G90 G95;
N20 G0 X300 Z300 T00;
N30 T0505 (Rosca M30x1,5);
N40 G54;
N50 G97 S1000 M3;
N60 G0 X35 Z83;
N70 X29.4;
N80 G33 Z48.5 F1.5;
N90 G0 X35;
N100 Z83;
N110 X29.0;
N120 G33 Z48.5;
N130 G0 X35;
N140 Z83;
N150 X28.75;
N160 G33 Z48.5;
N170 G0 X35;
N180 Z83;
N190 G0 X28.5;
N200 G33 Z48.5;
N210 G0 X35;
N220 Z83;
N230 X28.25;
N240 G33 Z48.5;
N250 G0 X35;
N260 Z83;
N270 G0 X28.05;
N280 G33 Z48.5;
N290 G0 X35;
N300 Z83;
N310 G0 X250 Z250 T00;
N320 M30;

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
68

Função G37 - Ciclo de roscamento automático (Comando MACH)

Esta função permite fazer roscas externas e internas, roscas paralelas ou


cônicas, de uma ou múltiplas entradas usando apenas um bloco de informação. O
comando calcula o número de passadas necessárias, mantendo o volume de cavaco
retirado no primeiro passe.

Esta função não é modal.

Sintaxe:

N ___ G37 X___ Z___ K___ D___ E ___ (I___) (A___) (U___) (L___)

As funções entre parênteses só usar se necessário.

Onde:

N - Número seqüencial do bloco


G37 - Roscamento automático
X - Diâmetro final de roscamento (profundidade)
X = Diâmetro nominal de rosca - altura do filete (H)
Z - Posição final do comprimento da rosca (coordenada absoluta)
K - Passo da rosca
D - Profundidade para a primeira passada
D = H: √Número de passos
H - Altura do filete
E = Diâmetro posicionado - Diâmetro externo de rosca (rosca externa)
E = Diâmetro do furo - Diâmetro posicionado (rosca interna)
I = Conicidade incremental no eixo X para rosca Cônica
NOTA: Para rosca cônica interna o I deverá ser negativo.

A = Abertura ângulos entre as entradas da rosca


U = Profundidade do último passe da rosca (incremental)
L = Número de repetições do último passe (para acabamento)
H = (0,65 x Passo) x 2

Exemplo de programação:

NOTA: O Z inicial para posicionamento da ferramenta deve ficar afastado no mínimo 2


vezes o passo do início da rosca.

Cálculo da Rosca

H = (0,65 . P). 2
H = (0,65 . 1,5) . 2
H = 1,95

X = Ø Incial - H
X = 16 - 1,95
X = 14,05

E = Ø Posicionado - Ø nominal
E = 21 - 16
E=5

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
69

D = H: √número de passadas (será feito em 12 passes)


D = 1,95: 12
D = 1,95: 3,46
D = 0,56

N40 G0 X 21. Z58. # (posicionamento da ferramenta)


N50 G37 X 14.05 Z22. 5 K1.5 E5. D.56 U.2 L2 B60.#
N60 X150. Z150. #

Programação para rosca com várias entradas

Onde: K = Passo x número de entradas da rosca


A = 360°: número de entradas da rosca

Exemplo de programação:

Rosca M16 x 1.5 - 3 entradas


K = 1,5 x 3 = 4,5
A = 360° : 3 = 120°

N40 G0 X 21. Z 64.#


N50 G37 X 14.05 Z22.5 K4.5 E5. D.56 A0#
N60 G37 X 14.05 Z22.5 K4.5 E5. D.56 A120.#
N70 G37 X 14.05 Z22.5 K4.5 E5. D.56 A240.#

Função G66 – Ciclo automático de desbaste longitudinal (Comando MACH)

Usando esta função o comando executa o desbaste completo da peça, usando


apenas um bloco de programação. Esta função requer um sub-programa com as
dimensões finais da peça. A função G66 não permite inversões de cotas nos eixos X e
Z, em um ciclo de desbaste ou contorno.

Esta função não é modal.

Sintaxe:

N____ G66 X___ Z___ I___ K___ (U1) W___ P___ F___

G66 = Ciclo automático de desbaste

X - Diâmetro de referência para inicio de torneamento


X = Maior diâmetro da peça em bruto + 4
Z - Comprimento de referência para início de torneamento
Z = Comprimento da peça em bruto + 2
I - Sobremetal para acabamento no eixo X
K - Sobremetal para acabamento no eixo Z
W - Profundidade da passada no diâmetro
P - Sub-programa que contém as dimensões finais do perfil da peça
F - Avanço programado para desbaste

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
70

U1 - Pré-acabamento ao perfil final, mantendo o sobremetal (opcional)

Exemplo de programação:

Posicionamento inicial

X = Maior diâmetro da peça em bruto + 4


X = 80 + 4
X = 84

Z = Maior comprimento da peça em bruto + 2


Z = 70 + 2
Z = 72

N50 G66 X84. Z72. I1. K.3 U1 W3. F.3 P15 #

Após executar o ciclo de desbaste a ferramenta retorna ao ponto de posicionamento


inicial. Neste caso seria em X84. Z72.

Sub-programa (P15)

N10 G1 X16. Z70. F.2 #


N20 X20. Z68. #
N30 Z55. #
N40 G2 X30. Z50. R5. #
N50 X50. #
N60 Z40. #
N70 X80. Z25. #
N80 M2 #

NOTA:

1- Durante o desbaste não é considerado o avanço deste sub-programa.


2- O sub-programa só admite as funções preparatórias: G1, G2,G3, G4 e G73.
3- Sempre a última medida de X no sub-programa tem que ser igual ao diâmetro em
bruto da peça.

OBSERVAÇÃO: Para usar o sub-programa para acabamento seguiremos a seguinte


ordem:

N50 G66 X84. Z72. I1. K.3 U1 W3. F.3 P15 #


N60 GX16. #
N70 G42 # - (compensação do raio da ferramenta)
N80 P15 # - (chamada do sub-programa para execução)
N90 G40 # - (descompensação do raio da ferramenta)
N100 G1X83. # (espaço usado para descompensação)
N110 G X150. Z150.#
N120 M30#

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
71

Função G66 para desbaste interno paralelo ao eixo Z.

O posicionamento inicial deverá seguir a seguinte regra:

X = Menor diâmetro da peça em bruto - 4


Z = Comprimento da peça em bruto + 2

Exemplo de programação:
Posicionamento inicial:

X = Menor 0 da peça em bruto - 4


X = 30 - 4
X = 26

Z = Comprimento da peça em bruto + 2


Z = 70 + 2
Z = 72

N90 G66 X26. Z72. I1. K.3 U1 W3. F.3 P12 #


N100 G X82. #
N110 G41 #
N120 P12 #
N130 G40 #
N140 G1 X28. #
N150 G X150. Z150. #
N160 M30 #

NOTA: Após a execução do ciclo de desbaste a ferramenta retornará automaticamente


ao posicionamento inicial (X26. Z72.).

Sub-programa 12 (P12)

N10 G1 X80. Z70. F.2 #


N15 X76. Z68. #
N20 Z60. #
N25 G3 X66. Z55. R5. #
N30 X50. #
N35 Z45. #
N40 X30. Z20. #
N45 M2 #

Função G70 – Ciclo fixo de acabamento (Torno)

Depois do corte grosseiro com G71, G72 ou G73, o acabamento é executado


retirando os valores de sobre metal previamente programados no comando de
desbaste. Não é possível chamar nenhum subprograma a partir dos blocos situados
entre “ns” e “nf”, de G70 a G73.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
72

Sintaxe:

G70P (ns) Q (nf) ;

Onde:

(ns) - Número de seqüência do primeiro bloco para o programa do contorno de


acabamento.
(nf) - Número de seqüência do último bloco para o programa do contorno de
acabamento.

Funções G71 – Remoção de Material por Torneamento

Se um programa especificar um contorno de acabamento de A para A’ para B,


como na figura 39 o, a área especificada é removida em função de ∆d (profundidade
de corte), deixando uma tolerância de acabamento ∆u/2 e ∆w.

Sintaxe:

G71 U (∆d) R (e) ;


G71 P (ns) Q (nf) U (∆u) W (∆w) F (f ) S (s ) T (t)

Onde:

N (ns)....;
F____
S____
T____
N (nf);

∆d - Profundidade de corte (designação do raio)


Designação sem sinal. A direção de corte depende da direção AA’. Esta designação É
modal e não se altera até que seja designado outro valor. Este valor também pode ser
especificado através de um parâmetro (nº 5132) que, por sua vez, pode ser alterado
por meio de um comando do programa.
e - Quantidade de escape
Esta designação é modal e não se altera até que seja designado outro valor. Este
valor também pode ser especificado através de um parâmetro (nº 5133) que, por sua
vez, pode ser alterado por meio de um comando do programa.
ns - Número de seqüência do primeiro bloco para o programa do contorno de
acabamento.
Nf - Número de seqüência do último bloco para o programa do contorno de
acabamento.
∆u - Distância e direção da tolerância de acabamento na direção X (designação do
diâmetro / raio).
∆w - Distância e direção da tolerância de acabamento na direção Z.
f,s,t - Qualquer função F, S ou T contida nos blocos ns a nf do ciclo é ignorada, sendo
eficaz a função F, S ou T deste bloco G71.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
73

figura 48 – ciclo fixo - Remoção de material por torneamento

A seguir um exemplo de utilização do comando G71 e G70.

O0071 (Ciclo de desbaste longitudinal);


N10 G21 G40 G90 G95;
N20 G0 X200 Z200 T00;
N30 T0101 (Desbaste);
N40 G55;
N50 G96 S200;
N60 G92 S2500 M4;
N70 G0 X80 Z75;
N80 G71 U2.5 R2;
N90 G71 P100 Q200 U1 W0.2 F0.25;
N100 G0 X16;
N110 G42;
N120 G1 Z70 F.2;

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
74

N130 X20 Z68;


N140 Z55;
N150 G2 X30 Z50 R5;
N160 G1 X50;
N170 Z40;
N180 X80 Z25;
N190 G40;
N200 G1 X85;
N210 G70 P100 Q200;
N220 G0 X200 Z200 T00;
N230 M30;

Função G72 - Remoção de Material por Faceamento

Este ciclo é semelhante a G71, excetuando que o corte é feito paralelamente


ao eixo X, como pode ser visto na figura 40.

Sintaxe:

G72 W(∆d) R(e) ;


G72 P(ns) Q(nf) U(∆u) W(∆w) F(f) S(s) T(t) ;

∆d - Profundidade de corte (designação do raio)


Designação sem sinal. A direção de corte depende da direção AA’. Esta designação É
modal e não se altera até que seja designado outro valor. Este valor também pode ser
especificado através de um parâmetro (nº 5132) que, por sua vez, pode ser alterado
por meio de um comando do programa.
e - Quantidade de escape
Esta designação é modal e não se altera até que seja designado outro valor. Este
valor também pode ser especificado através de um parâmetro (nº 5133) que, por sua
vez, pode ser alterado por meio de um comando do programa.
ns - Número de seqüência do primeiro bloco para o programa do contorno de
acabamento.
nf - Número de seqüência do último bloco para o programa do contorno de
acabamento.
∆u - Distância e direção da tolerância de acabamento na direção X (designação do
diâmetro / raio).
∆w - Distância e direção da tolerância de acabamento na direção Z.
f,s,t - Qualquer função F, S ou T contida nos blocos ns a nf do ciclo é ignorada, sendo
eficaz a função F, S ou T deste bloco G71.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
75

figura 49 – ciclo fixo - Remoção de material por faceamento

A seguir um exemplo de utilização do comando G72 e G70.

(Programação do diâmetro, entrada em milímetros)


N010 G50 X220.0 Z190.0 ;
N011 G00 X176.0 Z132.0 ;
N012 G72 W7.0 R1.0 ;
N013 G72 P014 Q019 U4.0 W2.0 F0.3 S550 ;
N014 G00 Z58.0 S700 ;
N015 G01 X120.0 W12.0 F0.15 ;
N016 W10.0 ;

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
76

N017 X80.0 W10.0 ;


N018 W20.0 ;
N019 X36.0 W22.0 ;
N020 G70 P014 Q019 ;
N021 G0 X176.0 Z132.0;
N022 M30;

Funções G73 – Furação com quebra cavaco (pica-pau)

Sua função é fazer um furo até a profundidade definida pelo parâmetro Z, em


passos de Q milímetros a F mm/min. Depois de cada passo a ferramenta retorna
alguns milímetros (parâmetro interno da máquina), em avanço rápido, para quebrar o
cavaco. Quando a ferramenta volta a se aprofundar para realizar um novo passo seu
movimento também ocorre em avanço rápido até faltar P milímetros para a
profundidade do passe anterior. A partir deste ponto a velocidade de avanço volta a
ser o valor programado por F. A figura 50 ilustra o seu funcionamento.

Descrição das operações do ciclo G73.

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Penetra o primeiro incremento Q em avanço programado
- Retrai 2 mm em avanço rápido (valor d – ajustado no parâmetro 5114)
- Penetra o segundo incremento Q
- Retrai novamente 2 mm
- Sucessivos cortes Q e retornos d até encontrar o ponto z final
- Retrai em avanço rápido ao nível do ponto inicial ou ponto R, conforme G99 ou G98
programado anteriormente.

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G73 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ Q_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

XYZ – coordenadas do furo


Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
Q – Incremento de corte
F – Avanço programado para o corte dos incrementos Q
K – Número de execuções

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
77

figura 50 – ciclo fixo de furação com recuo

Funções G74 – Furação Pica-Pau

A furação será executada até o comprimento 69 mm, com incremento de 12 mm. A


cada penetração de Q haverá um recuo automático (para quebra de cavacos) a uma
distância de 2,0 mm do furo atual, efetuando-se a próxima passada (ciclo seguinte).
Ao término do ciclo, a ferramenta se posiciona nas coordenadas iniciais (X0, Z3).

Descrição das operações do ciclo G74

- A broca aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Executa a furação até a profundidade final Z com avanço programado F
- Retrai em avanço rápido até o ponto R
- Permanece neste ponto ou vai para o ponto inicial em avanço rápido, conforme os
blocos programados posteriormente.
.

Sintaxe:

G74 R_ _ _
G74 X_ _ _ Z_ _ _ Q_ _ _F_ _ _

Onde:

S – Rotação
X – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
78

Exemplo:

N010 G00 X0 Z3. M08


N020 G74 R2
N030 G74 Z-69 Q12000 F.1

Funções G74 – Torneamento de Perfis Simples (Desbaste)

O desbaste será executado até o comprimento Z, com incremento de P (em milésimos


de mm. A cada penetração de P haverá um recuo automático determinado por R.

Descrição das operações do ciclo G74

- A Ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível estabelecido para execução da


primeira passada (raio/milésimo de mm)
- Executa o desbaste até o comprimento final Z com avanço programado F
- Retrai em avanço rápido até o ponto R
- Executa os demais passes
- Retorna para o ponto inicial em avanço rápido, conforme os blocos programados
posteriormente.
.

Sintaxe:

G74 X_ _ _ Z_ _ _ Q_ _ _R_ _ _ F_ _ _

Onde:

S – Rotação
X – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
79

Exemplo:

N010 G00 X95 Z2. M08


N020 G74 X50. Z-45. P2500 Q47000 R2. F.25

Exemplo:

N010 G00 X25 Z2. M08


N020 G74 X40. Z-40. P2500 Q42000 R2. F.25

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
80

Funções G75 – Ciclo fixo de Faceamento

O faceamento será executado até o comprimento Z, com incremento de P (em


milésimos de mm. A cada penetração de P haverá um recuo automático determinado
por R.

Descrição das operações do ciclo G75

- A Ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível estabelecido para execução da


primeira passada (raio/milésimo de mm)
- Executa o faceamento até o comprimento final Z com avanço programado F
- Retrai em avanço rápido até o ponto R
- Executa os demais passes
- Retorna para o ponto inicial em avanço rápido, conforme os blocos programados
posteriormente.
.

Sintaxe:

G75 X_ _ _ Z_ _ _ P_ _ _Q_ _ _R_ _ _ F_ _ _

Onde:

S – Rotação
X – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem

Exemplo:

N010 G00 X62 Z-2. M08


N020 G75 X25. Z-15. P18500 Q2000 R2. F.25

P = comprimento total de corte (incremental)


P = (62-25)/2 = 18.5
Q = incremento por passada

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
81

Exemplo:

N010 G00 X16 Z2. M08


N020 G00 X18. Z-2.
N030 G75 X50. Z-12. P16000 Q2000 R2. F.25
N040 G00 Z10.

P = comprimento total de corte (incremental)


P = (50-18)/2 = 16.0
Q = incremento por passada

Funções G75 – Ciclo fixo de Canais

Os canais serão executados até o comprimento Z, com incremento de Q (distância em


milésimos de mm). A cada penetração de P haverá um recuo automático determinado
por R.

Descrição das operações do ciclo G75

- A Ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível estabelecido para execução da


primeira passada (raio/milésimo de mm)
- Executa o faceamento até o comprimento final Z com avanço programado F
- Retrai em avanço rápido até o ponto R
- Executa os demais passes
- Retorna para o ponto inicial em avanço rápido, conforme os blocos programados
posteriormente.
.

Sintaxe:

G75 R_ _ _
G75 X_ _ _ Z_ _ _ P_ _ _Q_ _ _F_ _ _

Onde:

S – Rotação
X – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
82

Exemplo 01:

N010 G00 X52 Z-20. M08


N020 G75 R2.
N030 G75 X40. Z-65. P3000 Q9000 F.12

P = incremento de corte (raio/milésimo de milímetro)


Q = distância entre canais (incremental/milésimo
de milímetro)

Exemplo 02:

N010 G00 X82 Z-60. M08


N020 G75 R1.
N030 G75 X60. Z-20. P3000 Q20000 F0.1

P = incremento de corte (raio/milésimo de milímetro)


Q = distância entre canais (incremental/milésimo
de milímetro)

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
83

Funções G74 – Roscamento com macho à esquerda – mandril flutuante

O ciclo fixo G74 é utilizado para operação de roscamento com macho à esquerda com
mandril flutuante como mostrado na figura 51 no sentido de rotação anti-horário.

Descrição das operações do ciclo G74

- O macho aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Executa a rosca até a profundidade final Z com avanço programado F
- Cessa a rotação ao final do corte
- Retrai em avanço programado F com rotação invertida (sentido horário) até o ponto
R
- Permanece neste ponto ou vai para o ponto inicial em avanço rápido, conforme G99
ou G98 previamente programado.
.

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G74 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

S – Rotação
XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

figura 51 – ciclo fixo de roscamento à esquerda – Mandril flutuante

Funções G74 – Roscamento com macho à esquerda – macho rígido

O ciclo fixo G74 pode ser também executado com fixação do macho direto na
pinça (macho rígido), conforme a figura 52 Dessa forma a rosca é executada sendo
controlada pelo eixo arvore como se fosse um servo motor. No modo macho rígido,
elimina-se a necessidade de uso de mandris flutuantes.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
84

Descrição das operações do ciclo G74

- O macho aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- O eixo pára de rotacionar se estiver ligado
- O eixo rotaciona e executa a rosca até a profundidade final Z com avanço
programado F
- Cessa a rotação ao final do corte
- Um dwell é executado se programado
- Retrai em avanço programado F com rotação invertida (sentido horário) até o ponto
R
- Permanece neste ponto ou vai para o ponto inicial em avanço rápido, conforme G99
ou G98 previamente programado.

Sintaxe:

M29 S_ _ _
G_ _ _(G98/G99)G74 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

S – Rotação
XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem e retração
P – Tempo de permanência – exemplo – 2 segundos = P2000
K – Número de repetições

figura 52 – ciclo fixo de roscamento à esquerda – Macho rígido

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
85

Funções G76 – Mandrilamento – fino acabamento

O ciclo fixo G76 é utilizado para operação de calibração onde não se deseja na
superfície de acabamento nenhum risco de ferramenta, causado durante o movimento
de retração. A operação pode ser vista na figura 53.

Descrição das operações do ciclo G76

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Usina até a profundidade final Z com avanço programado
- Cessa a rotação e orienta o eixo - arvore (única posição)
- Desloca um incremento programado Q ao longo do eixo X
- Retrai a ferramenta em avanço rápido, ao nível do ponto inicial ou ponto R
conforme G98 ou G99 programado previamente
- Retorna o deslocamento Q ao ponto X inicial
- retorna a rotação programada

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G76 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ Q_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
Q – Incremento para deslocamento da ferramenta ao longo do eixo X
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

figura 53 – mandrilamento – acabamento fino

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
86

Função G76 - Ciclo de Abertura de Rosca Múltipla (automático)

A função G76 é mais completa que a G33 e permite tornear vários tipos de
rosca com apenas dois blocos de comandos,

Sintaxe:

G76P (m) (r) (a) Q (∆d min) R(d);

G76X (u) _ Z(W) _ R(i) P(k) Q(nd) F(L) ;

Onde:

m - Contagem repetitiva na fase de acabamento (de 1 a 99)


Esta designação é modal e não se altera até que seja designado outro valor. Este
valor também pode ser especificado através do parâmetro nº 5142 que, por sua vez,
pode ser alterado por meio de um comando do programa.
r - Quantidade de chanfragem
Quando o passo de rosca é expresso por L, o valor de L pode ser especificado de 0.0L
a 9.9L, em incrementos de 0.1L (número de 2 dígitos, de 00 a 90). Esta designação é
modal e não se altera até que seja designado outro valor. Este valor também pode ser
especificado através do parâmetro nº 5130 que, por sua vez, pode ser alterado por
meio de um comando do programa.
a - Ângulo da ponta da ferramenta
É possível selecionar um de seis tipos de ângulos (80°, 60°, 55°, 30°, 29° e 05),
especificando--o com um número de 2 dígitos. Esta designação é modal e não se
altera até que seja designado outro valor. Este valor também pode ser especificado
através do parâmetro nº 5143 que, por sua vez, pode ser alterado por meio de um
comando do programa
∆dmin - Profundidade mínima de corte (especificada pelo valor do raio)
Se a profundidade de corte de uma operação cíclica (d -- ∆d --1) for inferior a este
valor limite, a profundidade de corte é fixada com este valor. Esta designação é modal
e não se altera até que seja designado outro valor. Este valor também pode ser
especificado através do parâmetro nº 5140 que, por sua vez, pode ser alterado por
meio de um comando do programa.
d - Tolerância de acabamento
Esta designação é modal e não se altera até que seja designado outro valor. Este
valor também pode ser especificado através do parâmetro nº 5141 que, por sua vez,
pode ser alterado por meio de
um comando do programa.
i - Diferença do raio da rosca. Se i = 0, é possível executar uma abertura normal de
rosca reta.
k - Altura da rosca
Este valor é especificado pelo valor do raio.
nd - Profundidade de corte no 1º corte (valor do raio)
L - Passo de rosca (igual a G32)

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
87

Abaixo segue um exemplo de utilização do comando G76.

N010 T0101
N020 M06
N030 M12
N040 G97
N050 S1500 M03
N060 G00 X25. Z4.5 M08
N070 G76 P010060
N080 G76 X18.05 Z-32.5 P975 Q487.5 F1.5
N090 G00 X30. Z10 M09

Funções G80 – Cancelamento do ciclo fixo

Esta função deve ser declarada no fim da utilização dos ciclos fixos da família
G80 (G81, G82,...)
A não declaração dessa função poderá acarretar em sérios problemas de
programação.

Funções G81 – Furação / Mandrilamento – sem descarga

O ciclo fixo G81 é utilizado para operação sem descarga em furos ou


torneamentos (figura 54).

Descrição das operações do ciclo G81

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Usina até a profundidade final Z com avanço programado
- Retrai a ferramenta em avanço rápido, ao nível do ponto inicial ou ponto R
conforme G98 ou G99 programado previamente

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G81 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
88

figura 54 – furação sem descarga

Funções G82 – Furação / Mandrilamento – sem descarga e com dwell

O ciclo fixo G82 é utilizado para operação sem descarga em furos, onde se
deseja um tempo de permanência da ferramenta (dwell) no final da usinagem (figura
55).

Descrição das operações do ciclo G82

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Usina até a profundidade final Z com avanço programado
- Permanece neste ponto um determinado tempo em segundos P
- Retrai a ferramenta em avanço rápido, ao nível do ponto inicial ou ponto R
conforme G98 ou G99 programado previamente

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G82 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _P_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
P – Tempo de permanência no final da usinagem (milésimos de segundo)
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
89

figura 55 – furação sem descarga e com dwell

Funções G83 – Furação – com descarga

O ciclo fixo G83 é utilizado para operação de furação com descarga onde se
deseja retrações ao nível do ponto R (figura 56).

Descrição das operações do ciclo G83.

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Penetra o primeiro incremento Q em avanço programado
- Retrai em avanço rápido ao nível do ponto R
- Retorna em avanço rápido ao nível anterior menos 2 mm (valor referenciado por
parâmetro)
- Usina os demais incrementos Q com sucessivas retrações e retornos até encontrar o
ponto final Z
- Retrai em avanço rápido ao nível do ponto inicial ou ponto R, conforme G99 ou G98
programado anteriormente.

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G83 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _F_ _ _ Q_ _ _ K_ _ _

Onde:

XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem dos incrementos Q
Q – incremento de corte
K – Número de repetições

figura 56 – furação com descarga

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
90

Exemplo:

N010 G00 X0 Z5. M08


N030 G83 Z-69 Q12000 R-2 F.12
N040 G80

Funções G84 – Roscamento com macho à direita – mandril flutuante

O ciclo fixo G84 é utilizado para operação de roscamento com macho à direita
com mandril flutuante como mostrado na figura 57 no sentido de rotação horário.

Descrição das operações do ciclo G84


- O macho aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R
- Executa a rosca até a profundidade final Z com avanço programado F
- Cessa a rotação ao final do corte
- Retrai em avanço programado F com rotação invertida (sentido anti-horário) até o
ponto R
- Permanece neste ponto ou vai para o ponto inicial em avanço rápido, conforme G99
ou G98 previamente programado.
.
Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G84 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

S – Rotação
XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

figura 57 – ciclo fixo de roscamento à direita – Mandril flutuante

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
91

Funções G85 – Mandrilamento / Alargador

O ciclo fixo G85 é normalmente utilizado para operação de alargamento de furo


(calibração através de alargador) como mostrado na figura 58.

Descrição da função:

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Usina até a profundidade final Z em avanço programado F
- Retrai em avanço programado F, ao nível do ponto inicial ou ponto R,
conforme G99 ou G98 previamente programado

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G85 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

figura 58 – ciclo fixo de mandrilamento / alargador

Funções G86 – Mandrilamento – melhor acabamento

O ciclo fixo G86 é utilizado para operação de calibração onde não se deseja
nenhum risco de ferramenta ou apenas um leve risco na vertical da superfície de
acabamento, causado durante o movimento de retração. A operação pode ser vista na
figura 59.

Descrição das operações do ciclo G86

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Usina até a profundidade final Z com avanço programado F
- Cessa a rotação e orienta o eixo - arvore (única posição)
- Desloca um incremento programado Q ao longo do eixo X
- Retrai a ferramenta em avanço rápido, ao nível do ponto inicial ou ponto R
conforme G98 ou G99 programado previamente

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
92

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G86 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _F_ _ _ K_ _ _

Onde:
XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

figura 59 – ciclo fixo de Mandrilamento – melhor acabamento

Funções G87 – Mandrilamento tracionando

O ciclo fixo G87 é utilizado em operação de rebaixamento interno ou tração. A


operação pode ser vista na figura 60.

Descrição das operações do ciclo G87

- A ferramenta é posicionada em XY
- Cessa a rotação e orienta o eixo - arvore numa posição orientada
- Desloca um incremento programado Q ao longo do eixo X
- Posiciona em avanço rápido ao nível do ponto R
- Retorna o deslocamento Q ao ponto x inicial
- O eixo árvore rotaciona no sentido horário
- Usina até o nível Z com avanço programado
- Cessa a rotação e orienta o eixo - arvore numa posição orientada
- Desloca um incremento programado Q ao longo do eixo X
- Retrai em avanço rápido ao nível do ponto inicial
- Retorna o deslocamento Q ao ponto x inicial
- Retorna a rotação programada

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
93

Sintaxe:

G98G87 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _Q_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:

XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
Q – Incremento para deslocamento fa ferramenta ao longo do eixo X
F – avanço programado para usinagem e retração
K – Número de repetições

figura 60 – ciclo fixo de Mandrilamento tracionando

Funções G88 – Mandrilamento com retorno manual

O ciclo fixo G88 é utilizado em operação de calibração com retorno do eixo


manualmente. A operação pode ser vista na figura 61.

Descrição das operações do ciclo G88

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Usina até a profundidade final Z em avanço programado F
- Permanece neste ponto um determinado tempo em segundos P
- O eixo árvore pára
- A Ferramenta é retraída manualmente até o ponto R
- Neste ponto o eixo árvore é rotacionado no sentido horário
- Movimento rápido é feito até o nível inicial

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G84 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _P_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:
XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem
P – Tempo de permanência em segundos no final do corte (1 segundo = 1000)
K – Número de repetições

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
94

figura 61 – ciclo fixo de Mandrilamento tracionando

Funções G89 – Mandrilamento / alargador com dwell

O ciclo fixo G89 normalmente é utilizado em operação de alargamento de furo


(calibração através de alargador), podendo se obter um tempo de permanência da
ferramenta no final do corte. A operação pode ser vista na figura 62.

Descrição das operações do ciclo G89

- A ferramenta aproxima em avanço rápido ao nível do ponto R


- Usina até a profundidade final Z com avanço programado F
- Permanece neste ponto um determinado tempo em segundo P
- Retrai a ferramenta em avanço rápido, ao nível do ponto inicial ou ponto R
conforme G98 ou G99 programado previamente

Sintaxe:

G_ _ _(G98/G99)G89 X_ _ _ Y_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _P_ _ _ F_ _ _ K_ _ _

Onde:
XY – Posição do furo
Z – posição final em Z
R – nível de aproximação rápida
F – avanço programado para usinagem e retração
P – Tempo de permanência em segundos no final do corte (2 segundo = 2000)
K – Número de repetições

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
95

figura 62 – ciclo fixo de Mandrilamento / alargador com dwell

15 SUBPROGRAMAS

M98 – Chamada de subprograma

O comando M98 faz com que o processamento do programa passe a ser


executado no subprograma indicado pelo parâmetro P. Além disto, pode-se definir
quantas vezes o subprograma será executado através do parâmetro L (se for omitido
será considerado como L1, ou seja, será executado uma vez).

Sintaxe:

M98 P___ L___


M99 – Retorno ao programa principal

No final de um subprograma deve-se utilizar este comando, que não possui


parâmetros, para que o processamento retorne ao programa que o chamou, para a
linha logo após G98.

Sintaxe:
....
M99

16 TABELAS E FÓRMULAS USADAS NA PROGRAMAÇÃO

Definição dos parâmetros de corte

Em função do material a ser usinado, bem como da ferramenta utilizada e da


operação executada, o programador deve estabelecer as velocidades de corte, os
avanços e as potências requeridas da máquina. Os cálculos necessários na obtenção
de tais parâmetros são:

• Velocidade de corte (VC)

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
96

A velocidade de corte é uma grandeza diretamente proporcional ao diâmetro e


a rotação da árvore, dada pela fórmula:

Onde:

Vc = Velocidade de corte (m/min)


D = Diâmetro da ferramenta (mm)
RPM = Rotação do eixo árvore (rpm)

Na determinação da velocidade de corte para uma determinada ferramenta efetuar


uma usinagem, a rotação é dada pela fórmula:

• Avanço (F)

O avanço é um dado importante de corte e é obtido levando-se em conta o


material, a ferramenta e a operação a ser executada. Geralmente nos centros de
usinagens utiliza-se o avanço em mm/min, mas este pode ser também definido em
mm/rot.

Onde:

fz = Avanço por dente (mm)


z = Número de dentes
RPM = Rotação do eixo árvore

• Profundidade de corte (ap)

A profundidade de corte é um dado importante para usinagem e é obtido


levando-se em conta o tipo da ferramenta, geralmente estabelecida pelo fabricante da
mesma em catálogos em mm.

• Potência de corte (Nc) em [cv]

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
97

Para evitarmos alguns inconvenientes durante a usinagem tais como


sobrecarga do motor e conseqüente parada do eixo-árvore durante a operação, faz-se
necessário um cálculo prévio da potência a ser consumida, que pode nos ser dada
pela fórmula:

Onde:

Ks = pressão específica de corte [Kg / mm²], dada pela tabela 2


Ap = profundidade de corte [mm]
fn = avanço [mm / rotação]
Vc = velocidade de corte [m / min]
n = rendimento [para GALAXY 10 = 0,9]

Alguns parâmetros podem ser encontrados em tabelas de valores para cálculo


de potência de corte conforme o exemplo da tabela 2.

tabela 2 – dureza dos materiais

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
98

17 SOFTWARES DE SIMULAÇÃO DE PROGRAMAÇÃO DE CNC

Devido à elevada complexidade das peças a serem fabricadas, do incremento


das velocidades de avanço e acelerações das máquinas CNC e das exigências na
redução do ciclo de desenvolvimento do produto, faz-se necessária a verificação
prévia dos programas gerados por meio de ferramentas computacionais, como meio
de se evitar possíveis danos ao equipamento e/ou ao seu operador.
Há algum tempo, quando os recursos computacionais não eram tão acessíveis,
a verificação e validação dos programas gerados eram analisados utilizando
poliuretano ao invés da matéria-prima original, o qual era usinado diretamente sobre o
equipamento. Tal metodologia implicava num gasto com material (matéria-prima de
simulação), tempo não-produtivo de máquina e operador e tempo de análise do
programador.
Com a disponibilidade de recursos computacionais e com o grande
desenvolvimento de softwares gráficos, tornou-se possível otimizar a atividade de
simulação reduzindo o tempo de simulação e análise, bem como, minimizando as
chances de erros.
Existem diversos softwares de simulação de CNC. Abaixo segue os links e
alguma das características de softwares de simulação gratuitos ou demo.

17.1 FILIUS III

Tem o objetivo de facilitar o aprendizado da programação de fresadoras CNC,


segundo a norma DIN 66025 (ISO 1056), usando uma interface amigável, em
ambiente Windows. Permite a configuração do setup da máquina, a criação de
ferramentas de usinagem e, principalmente, a construção de programas de usinagem
de peças. Segue algumas das suas características.

• Visualização da peça em 2D e 3D
• Cortes tridimensionais da peça
• Simulação da usinagem
• Execução passo-a-passo
• Voltar ao passo anterior
• Execução até a linha X e Y
• Três níveis de habilidade: iniciante, intermediário e avançado

Você pode fazer o download na seguinte URL:


http://www.neadrs.com.br/neadrs/site/Principal/ShowSECAO.asp?var_chavereg=37

17.2 CNCsimulator

O simulador do CNC é um simulador de torno e centro de usinagem com


controle numérico de computadorizado (CNC) que foi criado em 1990. A simulação é
tridimensional. com provisão para a vista final em 3D usando OpenGL. O
CncSimulator é "Returnware", ou seja, o programa pode ser utilizado totalmente
gratuito durante 3 meses. Após este período, a única coisa a fazer para continuar
usando é entrar no site e baixar um novo arquivo “gasolina”, por mais 3 meses e assim
por diante. Segue algumas das suas características.

• Simulação em 2D e 3 D
• Símbolos animados para mostrar a rotação do fuso, o estado do jato de água e
refrigerante
• Exibe a atual posição da ferramenta

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
99

• Mostra o número da ferramenta e o tempo de usinagem


• Simula o trajeto de que a ferramenta

Você pode fazer o download na seguinte URL:


http://www.cncsimulator.com/index.php?page=download.htm

17.3 EditCNC

O software EditCNC inclui muitas características poderosas concebidas


exclusivamente para edição e programação CNC, DNC e de software para transferir
os arquivos de código-G a partir do seu computador. Segue algumas das suas
características.

• Numeração e renumeração de blocos de todos ou parte do arquivo


• Mudança de escala para qualquer ou todos os eixos
• Remover espaços para minimizar o tamanho do arquivo, ou inserir espaços
para facilitar a leitura
• Sintaxe colorida para fácil leitura do código
• Alternar as coordenadas entre absolutos e incrementais em todo ou parte do
arquivo
• Salvar freqüentemente segmentos utilizados do código CNC, em uma
biblioteca fácil de usar
• Pesquisa rápida através de palavras-chave
• Calculadora para velocidades

Você pode fazer o download na seguinte URL:


http://www.editcnc.com/

17.4 SIMULADOR

O Simulador é uma poderosa ferramenta didática, para aqueles que estão


aprendendo programação de máquinas a comando numérico. Possui os principais
modos operativos do comando numérico, tais como: simular o programa bloco-a-bloco
ou automático, visualizar a posição dos eixos, aumentar e diminuir a velocidade de
deslocamento da ferramenta, mostrar o bloco que está sendo executado como
também o próximo que será executado, etc. Segue algumas das suas características.

• Importar desenhos de sistemas CAD, por meio das interfaces DXF e DWG.
• Mostra a animação realística da ferramenta e da peça
• Desenhar os suportes porta ferramentas, castanhas, contra ponta, cones,
dispositivos de fixação e armazená-los em um
• banco de dados para utilizá-los posteriormente em outros programas.
• Simula macro instruções

Você pode fazer o download na seguinte URL:


http://www.unicam.com.br/pacote-dida1.html

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
100

17.5 SWANSOFT SIMULAÇÃO CNC

O SSCNC é um software simulador 3D tempo real para o controle numérico


computadorizado versátil que tem opção de interface em português (View-Language-
Português) que permite o usuário agregar conhecimentos de programação e
operação. O pacote de simulação Swansoft CNC inclui função de programação e
processamento dos comandos FANUC, SIEMENS (SINUMERIK), MITSUBISHI,
FAGOR, HAAS, PA, GSK, HNC, KND, Dasen, WA, GREAT, SANYING, Renhe e SKY.
O software permite visualizar 65 sistemas e 119 painéis de controle.
O software “SSCNC” pode ser obtido no site do fabricante na seção
“downloads” e tem validade por alguns dias para teste e avaliação.

Segue algumas das suas características.

• Simulação de sistema do CNC


• Opera a simulação do painel
• Simulação do traço do cortador
• Variável da sustentação MARCO e programa dos parâmetros
• Sustentação mais dos ciclos
• Validação de programa do NC
• Simulação de processo fazendo à máquina
• Demonstração de ensino
• O código de G elimina erros
• Versões multilíngües
• Usuário de SSCNC

Você pode fazer o download na seguinte URL:


http://www.swansc.com/index_en.htm

Ao inicializar o software é apresentada a tela conforme a figura 63 que oferece


diversos tipos de máquinas CNC’s, dentre tornos e centros de usinagem.

figura 63 – tela inicial Swansoft CNC

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
101

O software possui uma interface amigável com o usuário. Abaixo segue os


principais objetos de comandos.

Criar um novo arquivo NC

Abrir e Salvar um arquivo NC


Salvar arquivo NC
Salvar como
Parâmetros da Máquina
Gerenciador do magazine

Alternar modo de exibição


Ajustar parâmetros da peça
Abrir / Fechar a porta da máquina

Alternar Janela
Aumentar o zoom

Diminuir o zoom
Aumentar/Diminuir o zoom
Movimentar a tela

Rotacionar
Plano X-Z
Plano Y-Z

Plano Y-X
Sair do modo de medição

Medição

Som

Mostrar coordenadas

Mostrar cavacos
Ligar refrigeração

Mostrar material bruto


Mostrar a peça a ser usinada
Mostrar a peça na forma transparente

Mostrar magazine
Mostrar número da ferramenta no magazine

Mostrar ferramenta
Mostrar caminho da ferramenta
Ajuda
Parâmetros de gravação

Iniciar gravação
Parar gravação
Iniciar / parar

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
102

Para demonstrar o software, tomemos como exemplo um torno e um centro de


usinagem equipados com o comando FANUC. Inicialmente será feita a programação e
a simulação do exercício 15 no torno FANUC OiT. Na figura 64 é mostrada a tela
inicial do sistema FANUC OiT.

figura 64 – tela inicial do sistema FANUC OiT

Inicialmente deve-se fazer o referenciamento dos eixos x, z e árvore. A seguir é


mostrado passo-a-passo os procedimentos.

1. Liberar o botão de emergência

2. Selecionar a tecla de referência “REF” e apertar as teclas X, Z e


4.

.
3. Configurar a peça a ser usinada em Menu “Peça a ser Usinada”
selecione “Material Bruto” insira as medidas Diâmetro = 80mm,
Comprimento = 175 mm, Raio interno = 0, fixação externa da peça,
conforme a figura 54.

4. Montar as ferramentas em Menu “Operação da Máquina – Gerenciador


de Ferramentas”, conforme a figura 55. Caso não apareça as
ferramentas siga os seguintes passos: selecione “Adicionar” e escolha
quais ferramentas, conforme a figura 56, serão necessárias para usinar
a peça em questão.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
103

figura 65 – Configuração da peça

figura 66 – Gerenciador do Magazine de Ferramentas

5. Escolha as ferramentas no “Gerenciador de Ferramentas” e arraste-as


para os números do campo “Magazine de” e selecione “Montar
Ferramenta”.
Obs.: Na usinagem da peça do Exercício 15 foram utilizadas as
ferramentas para desbaste, abertura de canal e roscamento. Para efeito
de complementação foi realizada uma furação com 10 mm de diâmetro.
A montagem das ferramentas pode ser vista na figura 68.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
104

figura 67 – Adicionar Ferramentas

6.

figura 68 – Montagem de Ferramentas

Obs.: Para mudar o diâmetro da broca (utilizando o exemplo da figura 68) selecione a
broca na posição “Magazine de” (no caso a ferramenta Número 08 – posição No 04),
“Desmontar Ferramenta”. Clique duas vezes no diâmetro 20.000 mm - ferramenta
número 08 em “Base de” e altere o valor para 10 mm. Repita os passos para
montagem novamente.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
105

6. O zeramento das ferramentas pode ser realizado de duas formas:


método de posicionamento real e método de posicionamento rápido.

I. método de posicionamento real

a) O primeiro passo é ligar o eixo árvore selecionando a tecla “MDI”


“PROG” “MDI”

b) Digite no teclado do PC ou selecione no teclado


o comando M03S2500.

c) Libere a proteção contra escrita em

d) Teclar “enter” no teclado do PC ou selecione a tecla “EOB”


e depois “INSERT”

e) Selecionar a tecla “CYCLE START”

f) Pare o eixo árvore na tecla “MAINSHAFT STOP”

g) Selecione as teclas “MAINSHAFT CW” e “MAINSHAFT CCW” para girar


o eixo árvore nos sentido anti-horário e horário.

h) Posicionar a ferramenta T01 no magazine teclando

Para se certificar que a ferramenta T01 está na posição certa, deve-

se exibir a tela “ACTUAL POSITION” teclando e verificar se

T01 é a ferramenta atual, conforme a figura 69.

figura 69 – Ferramenta atual

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
106

i) Para facilitar a visualização da peça e ferramenta, utilize a “vista em 2D”,


conforme a figura 70, teclando

figura 70 – Vista 2D

j) Ligue o eixo árvore no sentido anti-horário em “MAINSHAFT CW” e


aproxime a ferramenta da peça pressionando a tecla “JOG”

Selecione qual eixo deve ser movimentado X ou Z.

e em seguida segure as tecla + e – para movimentar os eixos.

Para movimentar os eixos em velocidade rápida selecione a tecla


“RAPID FEED”

Para movimentar lentamente os eixos, selecione a tecla “INC”

e determine a velocidade de avanço nas teclas “JOG FEED”

k) Ajuste o zoom da peça a fim de se observar o momento em que a


ferramenta toca a peça, conforme a figura 60. O zoom pode ser feito de
duas formas: dedo direito no mouse e escolhento a opção zoom mais ou
realizando o rolamentoXXXXX do mouse.

l) Ao tocar a ferramenta na face da peça (movimentação em Z) haverá a


simulação da retirada de cavaco. Isso significa que a ferramenta está
zerada com o topo da peça. Após esse momento podemos entrar na
página de “OFFSET/GEOM” teclando “OFFSET SETTING”
“OFFSET” e

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
107

figura 71 – zoom

m) Coloque o cursor no campo G001 (Geometria da ferramenta 01),

conforme a figura 71, através das teclas

Digite Z0 (conforme o procedimento do item b) e selecione “MESUR”

n) Execute uma pequena usinagem no diâmetro da peça, conforme


mostrado na figura 72 e afaste a ferramenta, conforme os procedimentos
do item j.

figura 72 – Usinagem no diâmetro

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
108

o) Pare o eixo árvore conforme o item f.

p) Selecione o objeto “Medir” e em seguida Medir. Um instrumento


de medição (paquímetro ou micrômetro) será mostrado conforme a
figura 73.

figura 73 – Medição da peça

q) Anote o valor do diâmetro que foi usinado. No exemplo da figura 62 o


diâmetro inicial da peça é igual a 80 mm e o paquímetro está medindo o
diâmetro usinado em 78.502 mm.

r) Coloque o cursor no campo G001 (Geometria da ferramenta 01),


conforme descrito no item m. Digite X e o valor correspondente a leitura
do instrumento de medição (exemplo X 78.502) e selecione “MESUR”.

s) Sair do módulo de medição teclando “Sair do modo de Medição”

II. método de posicionamento rápido

a) Monte a(s) ferramenta(s) conforme descrito nos itens 4 e 5.

b) Em “Operação da Máquina” escolha “Posicionamento rápido”. Escolha


em qual ponto, conforme a figura 74 será a coordenada de zeramento da
ferramenta (centro ou periferia da peça).

c) Repita os procedimentos dos itens l, m e r. Lembre-se que agora o valor


de x deverá ser o valor do di6ametro inicial, pois não teve desbaste.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
109

figura 74 – Posicionamento rápido

17.6 EXEMPLO DE PROGRAMAÇÃO - SOFTWARE DE SIMULAÇÃO


CNCsimulator

O software “ Free CNC simulator” é freeware (livre) e poderá ser utilizado sem
licença específica, podendo ser obtido no site: http://www.cncsimulator.com na seção
“downloads” e tem validade por 90 dias, dando direito a nova recarga no próprio site.

figura 75 – tela inicial CNCsimulator

Ao inicializar o software é apresentada a tela conforme a figura 75 que possui


vista superior, plotagem, imagem em 3D, comandos, interface de funcionamento e
área pra edição de programa. Para compreensão rápida dessa ferramenta, uma peça
exemplo será demonstrada. Como a peça será executada no centro de usinagem
temos que ir até o menu principal, conforme a figura 53 e escolher o seguinte caminho:
screen – Milliing options (fresadora).

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
110

figura 53 – Menu principal

Após configurar o tipo de máquina CNC, deve-se Inserir as medidas da peça


em bruto em Simulate - detail settings, conforme a figura 76. Onde:

- Em Length X, inserir a comprimento da peça com algum sobremetal, no nosso


exemplo a peça mede150mm.
- Em Width Y (largura), inserimos também o valor de 150 mm, considerando o
sobremetal.
- Em Heigth Z (altura), inserimos o valor de 50 mm, considerando o sobremetal.

Observa-se que quando alteramos as medidas nos campos XYZ as figuras da tela do
simulador vão alterando.

figura 76 – Dimensões do bloco (blanck)

Para selecionar as ferramentas deve-se ir novamente a Simulate – Edit Tools


escolher e preparar as ferramentas que vai se utilizar no processo de usinagem.
Inicialmente, deve-se consultar a tabela de velocidade de corte, calcular os
parâmetros de usinagem (ver anexos) e finalmente desenvolver a programação que é
composta de cabeçalho, corpo e fim do programa.
No cabeçalho devem conter: a identificação do programa, os modos de
programação (mm ou inch, diâmetro ou raio, coordenadas absolutas ou incrementais,
etc). A seguir será demonstrado o esboço e o programa referente a peça exemplo (fig.
55).

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
111

Depois de digitado o programa na área de edição de programa, iniciaremos a


simulação pressionando no botão de simulação (figura77).

figura 77 – Botão de iniciar simulação

O programa oferece as opções de controle da velocidade da simulação (fig. 78


a), simulação em única vez (fig. 78 b), simulação bloco a bloco (fig. 78 c) e parada da
simulação (fig. 78 d ).

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
112

17.7 EXEMPLO DE PROGRAMAÇÃO - SOFTWARE DE SIMULAÇÃO


Swansoft CNC

Programação: Torno CNC Vulcanic Gold 160 – Visita SENAI-AFR


(17/06/2010)
O0016
G40F0.25
G0X100Z150 (Cancelando compensação e estabelecendo avanço)
T0101 (Ferramenta número 01 e corretor 01 - Desbaste)
G50S3000M04 (Estabelecendo RPM máximo e sentido de rotação)
G96S180 (Estabelecendo velocidade de corte constante)
G0X52.8Z2 (Interpolação linear com avanço máximo)
M08 (Ligar Refrigeração)
G71U1R0.5 (Ciclo fixo de usinagem – Desbaste de Perfil)
G71P100Q200U0.5W0.1F0.3(Ciclo fixo de usinagem – Desbaste de
Perfil)
N100G01X16Z0
X20Z-2
G01Z-25.1 (Interpolação linear com avanço controlado)
G02X25.8Z-28R2.9F0.2 (Interpolação circular)
G01Z-48
G03X30.8Z-53R5
G02X46.8Z-61R8F.2
G01Z-64
N200G01X50.8
G50S4000M04
G96S250
G70P100Q200 (Ciclo fixo de usinagem – Acabamento de Perfil)
M09 (Desligar Refrigeração)
T0303 (Ferramenta número 03 e corretor 03 - Canal)
G0X100Z150
G0X30Z-20
M08
G01X15.5F0.1
G0X30
Z-18
G01X15.5F0.1
G0X30
G0X100Z150
M09
T0404 (Ferramenta número 04 e corretor 04 – Rosca)
G50S2000M03
G96S200
G0X29Z5
M08
G76P010060Q100R0.05 (Ciclo fixo de usinagem – Roscamento)
G76X16Z-18P1300Q300F2
G0X100Z150
M09
M30 (Fim de Programa)
%

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
113

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
114

18 COMO EVITAR COLISÕES EM MÁQUINAS CNC

Colisão, trombada, porrada, batida... é um choque provocado entre partes da


máquina em movimento descontrolado, com dispositivos de fixação de peças,
ferramentas de corte e outros. Na maioria das vezes, isto acontece na pior situação,
ou seja, quando há um deslocamento na velocidade máxima da máquina.
Com as velocidades mais rápidas (G0) a cada novo projeto, aliadas a guias de
deslocamentos mais sensíveis para evitar atritos, facilitando o deslocamento das
guias, cada vez mais uma colisão pode ser catastrófica para a geometria e
funcionamento do equipamento. Este risco tem tirado o sono daqueles que confiam
grandes investimentos em mãos de colaboradores dos quais indiretamente tornam-se
reféns. Fabricantes inteligentes projetam suas máquinas com características cujos
finais de cursos dos eixos não permitem a colisão entre as partes da mesma, ou seja,
"não há colisão de máquina com máquina".

É possível operar uma máquina CNC sem colidir. Analisando as conseqüências


provocadas por uma colisão em máquinas CNC atuais, e os recursos que as mesmas
disponibilizam para evitar este acidente, pode-se afirmar com certeza que a expressão
acima é verdadeira.

Por que ocorrem colisões?

Uma colisão acontece quando o operador da máquina libera um movimento


que considera estar sob controle, ou seja, considera que a seqüência de movimentos
se desenvolverá por percursos conhecidos e sem obstrução, e que por uma razão
lógica previsível, realiza um movimento brusco inesperado, provocando a colisão.
Quando acontece uma colisão? A maioria dos casos de colisão acontece em uma das
seguintes situações:

A) Colisão com Movimentos em JOG.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
115

Movimento em JOG é uma movimentação manual, selecionando-se um


determinado eixo para ser movimentado. Através da seleção de uma tecla específica
(X/Y/Z/B/C...), e depois através do acionamento de teclas que indicam o sentido do
eixo(+/-), ocorre o movimento no sentido indicado. A colisão ocorre quando há uma
distração do operador que acaba apertando o sentido invertido, ou não observa que o
caminho do deslocamento esta obstruído, ou aperta junto às teclas +/- a tecla de
movimento rápido, fazendo que o movimento seja com um avanço maior que o JOG
normal, não dando tempo de ver que tem obstrução de percurso. Então ocorre a
colisão.

B) Teste de Programa.

Existem duas situações de processamento de programas que podem ser


consideradas em teste. A primeira é quando o programa é totalmente novo e todas as
sentenças são de processamento em nível de teste. Nesta situação, ao ser
processado, o programa é considerado situação de risco da primeira à última
sentença.
Outro caso é quando um programa já aprovado e testado em trabalho, em
operação de produção, e por alguma razão, por exemplo, otimização, alteração de
produto ou processo, ou outra qualquer, recebe uma alteração numa simples palavra
até em diversas sentenças. Neste caso, mesmo que seja apenas uma simples palavra
alterada, passa a ser considerada uma sentença em teste. Todas as sentenças onde
houve alguma alteração, por pequena e simples que seja também é considerada em
teste, portanto situação de risco.
A colisão pode ocorrer em qualquer um dos dois casos, quando considera-se
que a programação da sentença em processamento está corretamente escrita e que o
deslocamento esta livre de colisão, mas na realidade há algum erro que coloca um
movimento num percurso obstruído. Então ocorre a colisão.

B) Retomada de Ciclo.

Quando um programa esta sendo processado, diversas funções de atuação modal


vão sendo memorizadas. As características de atuação de uma função modal depois
de memorizada passa a valer para a sentença programada e nas sentenças
posteriores, até que outra função do mesmo grupo seja processada e se sobreponha a
anterior. Existem funções modais que são chamadas de funções modais básicas, ou
seja, quando a máquina é ligada, ou a mesma está em estado de "reset" (interrupção),
voltam a valer de forma modal, sem que sejam programadas.
Quando um programa está sendo processado em operação no modo
automático, com o processamento de uma seqüência de sentenças, diversas funções
modais importantes para o desenvolvimento da usinagem são memorizadas. Por
diversas razões pode haver uma interrupção do processamento do programa, como
parada de energia elétrica, supervisão de ferramentas (quebra, desgaste, vida útil),
correção do programa etc, ou com ação da tecla "reset". Com isto voltam a valer as
funções básicas.
Se a retomada do ciclo acontecer sem critério na seleção correta da linha de
programa que seja apropriada para uma retomada segura, e um "ciclo start" (partida
do processamento) for acionado, o processamento pode partir da sentença em que
parou, desprezando as modais anteriores que necessitariam estar atuando. Neste
momento, deveriam estar atuando diversas funções que não mais estão, por exemplo:
ponto de origem das coordenadas, compensação da ferramenta (comprimento/raio),
plano de trabalho, e outras.
Se, por exemplo, com o sistema de origem de coordenadas errado, haverá
colisão no deslocamento, ou se a ferramenta não estiver com o comprimento

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
116

compensado, o deslocamento de penetração não é mais referência pela ponta da


ferramenta e sim pelo nariz da árvore em ferramentas rotativas, ou na face da torre em
ferramentas estáticas. Então estes locais serão movimentados para posicionamento
na coordenada de penetração programada, colidindo a ponta da ferramenta ao
dispositivo ou na peça.
Existem inúmeras situações que expõem ao risco de colisão na retomada de
ciclo automático. Importante é o cuidado neste momento de risco.

D) Substituição de Ferramenta no Processo.

Durante uma produção normal em ciclo automático de processamento de um


programa que trabalha em produção, sempre ocorre desgaste ou quebra de
ferramenta que deve ser substituída por outra reserva. Quando a ferramenta reserva é
colocada em operação, passa a ser um elemento de risco, pois poderá haver erro na
alimentação dos dados de correção para sua compensação.
Pode haver erro na medição. Se a medição é correta, pode haver erro ao
anotar o valor medido, ou se medição e anotação do valor são corretos, poderá haver
erro na digitação no painel da máquina. Isto faz com que colisões possam ocorrer pela
diferença de medidas consideradas nos ajustes e as medidas reais das ferramentas.
Neste caso, ao aproximar a ferramenta da peça ou do dispositivo, haverá colisão da
ponta da ferramenta que é considerada menor, mas na realidade é maior.

E) Colisões por outros motivos diversos

Estatisticamente desconsiderados, existem alguns motivos que raramente


provocam colisão, mas que devem ser focalizados para estudo e que exigem atenção.
Entre eles estão: defeitos na máquina, peça não fixada, dispositivo não fixado,
ferramenta solta, seleção errada do programa para a usinagem, agregar algum aditivo
em qualquer eixo que não seja considerado no programa etc. Novas situações devem
ser observadas e estudadas para que não ocorram riscos de colisão.
Raramente ocorrem situações de riscos não consideradas nas observações
anteriores. Defeitos na máquina pode ser uma nova situação, e outros são
considerados insignificantes.

Obs: Estima-se que em torno de 2% dos casos de colisão acontecem na primeira


situação (JOG), enquanto 97,9% se enquadram nas situações 2 (Teste de Programa),
3 (Retomada de Ciclo) e 4 (Substituição de Ferramenta) e apenas 0,1% na quinta
situação (outros).

Pode-se evitar uma colisão?

Se considerarmos que poderemos atuar de forma protegida nas situações de


“A” a “E”, que defeitos de máquinas podem ser previstos com manutenções
preventivas, praticamente eliminamos todas as possibilidades de colisão.

Diante do investimento que envolve a aquisição de uma máquina CNC, operá-


la é uma ação de muita responsabilidade. Diante disso, o operador CNC deve ser bem
treinado e muito bem pago para realizar esta tarefa. "Operar uma máquina CNC é
como dirigir um automóvel. Não se deve ter medo e sim muito cuidado e atenção. A
operação é como a matemática, uma ciência exata que não admite erros".
Assim conclui-se que a colisão é um choque provocado entre partes da máquina em
movimento descontrolado, com dispositivos de fixação de peças, ferramentas de corte
e outros. Na maioria das vezes, isto acontece na pior situação, ou seja, quando há um
deslocamento na velocidade máxima da máquina. Na maioria dos casos de colisões,
acontecem e devem ser evitadas em uma das seguintes situações:

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
117

PERIGO A - Colisão com Movimentos em JOG

Ação preventiva - Diversos cuidados são necessários neste momento. Ao


movimentar um eixo, o operador deve visualizar com muita atenção para onde
omesmo se movimenta, e se existe alguma obstrução que possa provocar colisão.
Fazer uma movimentação em JOG sem este cuidado é o mesmo que dirigir um
automóvel olhando para os lados. É colisão na certa!
Se não for possível visualizar o movimento, no caso de o dispositivo estar na
frente obstruindo a visão, abre-se a porta e efetua-se a checagem visual de dentro da
área de trabalho da máquina. Como em uma máquina CNC não é permitido trabalhar
como a porta na área de trabalho aberta, exceto em modo especial, deve-se
interromper o movimento, abrir a porta, observar, fechá-la e continuar o movimento.
Nunca confiar na sorte. A movimentação só de deve ser realizada quando se
certeza de que tudo está sob controle.
Outro cuidado que se deve ter na operação em JOG é quando for apertada
uma das teclas de seleção do sentido do eixo de deslocamento (+/-), deve-se fechar a
chave override (potenciômetro) de avanço para a posição zero, retendo qualquer
movimentação do avanço do eixo selecionado. Com a tecla + ou - apertada, abre-se
lentamente a chave override e cuidadosamente observa-se o deslocamento. Esta
chave reduz ou aumenta proporcionalmente os avanços programados, rotacionando-a
em dois sentidos. No sentido anti-horário, é feita a diminuição do avanço programado
até o ponto de fechamento total de avanço em zero. No sentido horário, os avanços
são aumentados até o valor máximo (normalmente 120% do programado). Se o
deslocamento observado estiver correto, no sentido adequado e livre, abre-se o
avanço para o deslocamento completo.
Nunca apertar logo no início de movimento em JOG, simultaneamente com a
tecla "+" ou "–" a tecla de avanço rápido. Fazer isto apenas quando o deslocamento
lento já tenha se iniciado, e o operador já tenha observado que o deslocamento esta
fora de risco de colisão, e que pode ser feito de forma rápida. Nunca aplicar este
recurso, no movimento de aproximação "rápida" de ferramenta com peça e dispositivo
de fixação, utilizar apenas em afastamento livre de colisão.

PERIGO B - Teste de Programa

Nesse caso, quando o programa for alterado mesmo que seja apenas uma
simples palavra (exemplo: uma cota mudou de X20 para X20.1), passa a ser
considerada uma sentença em teste. Toda sentença onde houve alguma alteração,
por pequena e simples que seja, também é considerada em teste.

Ação preventiva - A execução em "TESTE" de um programa deve ser feita com


os mesmos cuidados, tanto num programa "novo", quanto num "alterado".
Quando se tratar de um programa novo (try-out), os cuidados descritos adiante devem
ser observados da primeira à última sentença em execução. Já no programa alterado,
esse cuidado se restringe á região onde existirem sentenças alteradas. Os principais
cuidados nos testes de programas são:

- Manter o override (potenciômetro) de avanço sempre fechado na posição zero, com


isto nenhum movimento acontecerá de surpresa.
- Selecionada tecla de modo de trabalho automático, que dará inicio ao
processamento do programa selecionado para usinagem, deve-se também selecionar
a tecla "single block". Com esta tecla ativada, após o acionamento da "Partida" (Start),
é liberada a execução de apenas uma sentença do programa que, após a conclusão

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
118

da mesma, automaticamente é realizado um ciclo de parada (Stop). A próxima


sentença só será executada com o acionamento de nova "Partida", e assim
sucessivamente as sentenças vão sendo processadas uma a uma.

Com o override (potenciômetro) de avanço fechado na posição zero, nenhum


movimento acontece. Com "single block" atuando, havendo uma "Partida" de
execução do programa, se houver alguma sentença que contenha uma ação de
deslocamento, os movimentos ficarão retidos e os valores a serem deslocados serão
mostrados na tela de operação na indicação de "Deslocamento Restante".
Nesse caso, são mostrados na tela os valores a ser deslocados nos
respectivos eixos. Como os movimentos ficam retidos, a sentença não é concluída,
neste caso o operador poderá observar qual eixo vai se movimentar, quanto e para
onde vai ocorrer o deslocamento.
Somente após ter "certeza" de que a movimentação vai ocorrer de acordo com
previsto, o override deve ser cuidadosamente aberto até completar os deslocamentos
dos eixos previstos na sentença. Nessa movimentação de eixos, os valores de
"Deslocamento Restante" mostrados na tela vão sendo reduzidos de acordo com a
redução da distância entre a posição atual e a posição final programada, até atingir a
posição final, quando são zerados todos os eixos. Por estar em "single block", novo
"Stop" é realizado. O override deve ser novamente fechado na posição zero, e com
nova "Partida" tudo se repete, sentença por sentença, com os mesmos cuidados.
Somente após serem observadas todas as sentenças do programa, e que
foram testadas na seqüência exata do processo, sem nenhuma modificação, e
processadas de forma segura, é que o programa deve ser liberado do modo ""single
block" e o override aberto a 100%. Qualquer dúvida interromper e reavaliar a situação.

DICAS ESPECIAIS

1. Nunca acreditar que tudo está correto sem que tenha sido testado.
2. Nunca acreditar que um programa foi escrito sem nenhum erro ou coisa parecida.
3. Nunca acreditar que, pelo fato de tudo ter dado certo até determinado ponto do
teste, que daí para frente também estará correto. Por exemplo, num processo de 18
ferramentas já passaram pelo teste de programa 17, e tudo estava OK. Não acreditar
que a última também esta OK (lembre-se da Lei de Murphy).
4. Desconfie sempre. Prosseguir com o teste, sentença por sentença, da primeira até
a última.
5. Em nenhum momento, a "Partida" deve ser acionada com o "override" fora da
posição "zero".
6. Em nenhum momento o "override" deve ser aberto para movimentação de eixo, sem
que se tenha observado para onde vai ocorrer o deslocamento, e se poderá ocorrer
alguma colisão.
7. Somente abrir o "override" com a certeza que tudo está sob controle.
8. Um ciclo automático contínuo somente deverá ser liberado depois que todas as
sentenças já foram processadas na seqüência do programa, e que tudo esteja
"correto".

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
119

PERIGO C - Retomada de Ciclo

Ação preventiva - ao interromper o ciclo, deve-se de imediato afastar na


distância máxima possível as partes (peça / dispositivos / ferramentas). A retomada
deve ser feita em uma sentença especialmente escolhida, onde se possa dar
continuidade à usinagem sem nenhum prejuízo ao processo.
Em comandos que fazem a busca da sentença escolhida para retomada "Com
Cálculo", seleciona-se a sentença onde há o posicionamento da ferramenta em frente
ao último local onde houve a penetração da mesma no material usinado. Daí dá-se
continuidade ao ciclo com os cuidados descritos adiante. Retomada na sentença "Com
cálculo" é quando o comando "varre" o programa desde o início, até a sentença
escolhida, memorizando e processando internamente tudo que foi perdido com o
"reset". Com isto, torna a memorizar tudo o que estava valendo como função modal,
quando da interrupção, reiniciando o processamento do programa, nas mesmas
condições anteriores à parada.
Quando o comando não tem características de tornar a memorizar as funções
necessárias com a retomada "Com Cálculo", deve-se escrever um programa que
contenha sentenças que favoreçam a memorização.
Em uma sentença escolhida para retomada, devem conter palavras que
garantam que as funções modais utilizadas para cada ferramenta, possam ser
novamente memorizadas nesta retomada de ciclo.

Depois do reposicionamento da sentença, uma "partida" é esperada e os principais


cuidados são:

1. Manter o override (potenciômetro) de avanço sempre fechado na posição zero, com


isto nenhum movimento acontece de surpresa;
2. Selecionada a sentença para retomada do ciclo em modo de trabalho automático,
que dará continuidade ao processamento do programa, deve-se também selecionar a
tecla "single block". Com esta tecla "single block" ativada, após o acionamento da
"Partida" (Start), é liberada a execução de apenas uma sentença do programa que
após a conclusão da mesma, automaticamente é realizado um ciclo de parada (Stop).
Somente executando a próxima sentença, com o acionamento de nova "Partida", e
assim sucessivamente, as sentenças vão sendo processadas uma a uma;
3. Com o override (potenciômetro) de avanço fechado na posição zero, nenhum
movimento acontece. Com "single block" atuando, havendo uma "Partida" de
execução do programa, se houver alguma sentença que contenha uma ação de
deslocamento, os movimentos ficarão retidos e os valores a serem deslocados serão
mostrados na tela de operação na indicação de "Deslocamento Restante". Neste caso,
são mostrados na tela os valores a serem deslocados nos respectivos eixos. Como os
movimentos ficam retidos, a sentença ainda não foi concluída, e neste caso o
operador poderá observar qual eixo vai se movimentar, quanto, e para onde vai
ocorrer o deslocamento.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
120

PERIGO D - Substituição de Ferramenta no Processo

Ação preventiva - Quando um programa está sendo processado em modo


automático contínuo, considera-se que todas as ferramentas que estão trabalhando no
processo têm os respectivos corretores (geometria de pre-set) ajustados
adequadamente para a obtenção das medidas desejadas nas superfícies usinadas.
Se uma ferramenta do processo desgastar-se ou quebrar, deverá ser
substituída por outra gêmea para a realização do mesmo trabalho. Ao introduzir uma
ferramenta nova no magazine, ou na torre, deve-se informar em uma tela apropriada
os novos valores de correção (geometria de pre-set) para que a usinagem a ser
realizada pela mesma obtenha as dimensões desejadas, ou pelo menos próxima
disso, para que após medições da peça usinada, se possa realizar um ajuste posterior.
Quando a ferramenta nova se posicionar para entrar em operação, manter o
override (potenciômetro) de avanço sempre fechado na posição zero, com isto
nenhum movimento acontece de forma surpresa; ainda em ciclo automático, com o
acionamento da "partida" se dará o processamento da continuidade do programa,
deve-se também selecionar a tecla "single block".

PERIGO E - Colisões por outros motivos diversos

Ação preventiva - Alguns motivos independem da parte operacional, referindo-


se mais ao processo e à manutenção da máquina. Colisões por falha de sensores
eletrônicos, falha de processamento de CLPs, software ou similar, dispositivo que
soltou a peça na usinagem etc., podem ser evitadas via manutenção preventiva com
pessoal qualificado.
Para evitar problemas de posicionamento de peças, pode-se usar um
apalpador de medição para localizar e fazer verificações de posicionamentos e
origens. No caso de peças carregadas automaticamente por robô ou mesmo pelo
operador, pode-se supervisionar a exata localização e assento da peça na placa do
torno ou dispositivo de fixação em centros de usinagem, utilizando o controle de
assento (air check). Esta técnica consiste em supervisionar-se a peça, devidamente
encostada em uma superfície de referência do dispositivo. Esta verificação é realizada
por um circuito de ar que é soprado em diversos pequenos orifícios desta superfície. A
diferença da vazão/pressão nessa área quando a peça está encostada ou não é
diferente. Quando a peça não está encostada, a mesma vazão em área maior de
saída de ar faz com que a pressão seja menor, gerando um alarme que interrompe o
ciclo, evitando colisões e erros dimensionais de usinagem. Isto poderá supervisionar
uma peça fora de posição. A fixação da peça e ferramenta realizadas pelo operador
deve ser rigorosamente controlada, para que esteja de acordo com a necessidade do
processo.
Quando for selecionar um programa para ser processado em usinagem,
através da seleção direta, ou da memória de palete, o operador deverá ter um cuidado
rigoroso para que não seja selecionado um programa errado. Neste caso é colisão
certa, exceto se os cuidados com override e single block tenham sido utilizados no
início do processamento do ciclo.

Existe uma infinidade de situações adversas. Quando se considera que tudo


está sob controle, sempre pode ser executada uma nova operação que provoque uma
colisão. Cada caso deve ser rigorosamente observado, se há algum risco de que o
processo possa provocar alguma colisão, deve-se sempre buscar uma saída de
proteção para cada caso.
Se toda vez que houver qualquer intervenção no painel da máquina, e a
próxima execução for realizada em single block, com os recursos do override, até que
a operação esteja "dominada", é impossível uma colisão.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
121

19 EXEMPLO DE PROGRAMAÇÃO EM CENTRO DE USINAGEM

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
122

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
123

EXERCÍCIOS - PARTE 02

Desenvolva os programas dos perfis dos desenhos a seguir.

Exercício 18

Exercício 19

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
124

Exercício 20

Exercício 21

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
125

Exercício 22

Exercício 23

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
126

Exercício 24

Exercício 25

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
127

Exercício 26

Exercício 27

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
128

Exercício 28

Exercício 29

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
129

Exercício 30

Exercício 31

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
130

Exercício 32

Utilize um subprograma para a furação da peça da figura abaixo. Primeiro


utilize T1 para os furos de centro à profundidade de 5 mm, 150 mm/min e 2000 rpm.
Depois utilize a broca T2 para os furos de 5 mm de diâmetro à 850 rpm e 200 mm/min.
Finalmente utilize T3, que é uma fresa de diâmetro 10 mm, à 480 rpm e 80 mm/min
para usinar os rebaixos.

Exercício 33

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
131

Exercício 34

Exercício 35

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
132

Exercício 36

Exercício 37

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
133

Exercício 38

Exercício 39

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
134

Exercício 40

Exercício 41

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
135

Exercício 42

Uma placa de aço de baixo carbono deverá ter um rasgo com 8 milímetros de
largura por 5 milímetros de altura e 30 milímetros de comprimento, executado por um
fresamento de topo em um único passe. A máquina utilizada para executar essa
operação será uma fresadora a comando numérico com variação contínua da rotação
na faixa entre 60 e 6.000 rpm. Considere o uso de uma fresa de topo de aço rápido
com dois dentes e 8 milímetros de diâmetro, velocidade de corte de 25 m/min e
avanço por dente de 0,02 mm. Calcule a rotação, em rpm, a velocidade de avanço, em
milímetros por minuto, e o tempo que a ferramenta levará para executar o rasgo
(tempo de corte).

Exercício 43

Quais os pontos de referência das máquinas CNC´s? Cite uma informação de


cada ponto.

---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 44

Calcule a potência de corte do exercício 32.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
136

Exercício 45

Quais os tipos de colisões mais comuns em usinagem CNC. Cite formas de


evitá-las.
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 46

O que são os ciclos fixos? Dê 03 exemplos e comente.


---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 47

Qual a função da MDI? Cite um exemplo através de código e descreva esse


comando.
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
137

Exercício 48

Quais as formas de testar um programa?


---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 49

Cite cinco páginas de navegação (IHM) das máquinas CNC´s

---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------

Exercício 50

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
138

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ADAMOWSKI, Julio Cezar. Acionamentos e Sensores para Máquinas


CNC. São Paulo: Epusp, 2005.
2. MATIAS, Juliano. Encoders. Mecatrônica Atual, Fortaleza, n. 3, p.36-
42, 06 abr. 2002.
3. SANTOS, André (Comp.). Tutorial de Servomotores. Porto Alegre:
Sumo de robôs, 2007.
4. ALMEIDA, CFP - Antônio Urbano de. Comandos Numéricos
Computadorizados - CNC. Fortaleza: Senai-ce, 2008.
5. ROMI. Manual de Programação e Operação CNC Fanuc 21i - MB.
Santa Bárbara D´oeste: Indústrias Romi S/A, 2007.
6. ROMI. Caderno de Exercícios CNC Fanuc 21i – MB Linha Discovery.
Santa Bárbara D´oeste: Indústrias Romi S/A, 2007
7. COELHO, Clarimar José. Programa para o Cálculo da Interpolação de
Lagrange. Goiás: Universidade Católica de Goiás, 2008.
8. CAVICHIOLLI, Francisco. O Mundo da Usinagem. Fresamento Por I
nterpolação, São Paulo, n. , p.27-31, 26 maio 2008.
9. BRUSAMELLO, Valner et al. (Org.). Encoder. Caxias do Sul:
Universidade de Caxias do Sul, 2004.
10. BRAGA, Arthur. Eletrônica Digital. Fortaleza: Universidade Federal do
Ceará, 2008.
11. ROMARIZ, Alexandre. Códigos Especiais e Redundantes; Códigos
Corretores de Erros. Brasília: Universidade de Brasília, 2000.
12. AZEVEDO, Américo Luiz de et al. Introdução. Disponível em:
<www.mundocnc.com.br/>. Acesso em: 11 fev. 2009.
13. OLIVEIRA, Antônio Carlos de. Introdução. Disponível em:
<http://www.angelfire.com/va3/aco100/apostila/index.html>. Acesso em:
10 fev. 2009.
14. TAVARES, João Manuel R.S. Introdução ao Controlo Numérico
Computorizado - I. Disponível em:
http://paginas.fe.up.pt/~tavares/ensino/CFAC/Downloads/Apontamentos
/cnc%20I.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2009.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
139

15. TAVARES, João Manuel R.S. Introdução ao Controlo Numérico


Computorizado - II. Disponível em:
<http://paginas.fe.up.pt/~tavares/ensino/CFAC/Downloads/Apontamento
s/cnc%20I.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2009.
16. CASSANIGA, Fernando A. Histórico do CNC. Disponível em:
<http://www.cnctecnologia.com.br/index.htm>. Acesso em: 10 fev. 2009.
17. EMICH, Mike et al. Easier CNC programming. Disponível em:
<http://www.designworldonline.com/ArticleDetails.aspx?id=343>. Acesso
em: 11 fev. 2009.
18. ZEILMANN, R. P.. Vantagens do CNC. Disponível em:
<http://hermes.ucs.br/ccet/demc/rpzeilma/Docs/CNC2.pdf>. Acesso em:
11 fev. 2009.
19. GUIMARÃES, Valeska Nahas. Tecnologia: Uma Abordagem
Multidimensional. Disponível em:
<http://www.eps.ufsc.br/teses/valeska/cap_1/cap1.htm>. Acesso em: 11
fev. 2009.
20. PRATA, Luis; TAVARES, Luis. Tipos de máquinas e operações que
podem desempenhar. Precisão e tecnologias utilizadas. Disponível
em: <http://users.isr.ist.utl.pt/~pjcro/cadeiras/api0304/pdfs/SEM_H.pdf>.
Acesso em: 12 fev. 2009.
21. CASTRO, Eduardo Breviglieri Pereira De. Conceitos de máquinas
ferramentas com controle numérico. Disponível em:
<http://www.engprod.ufjf.br/epd_automacao/EPD030_MaquinasCNC.pdf
>. Acesso em: 12 fev. 2009
22. 2000, Telecurso. Máquinas CNC. Disponível em:
www.bibvirt.futuro.usp.br/content/download/6061/48549/file>. Acesso
em: 12 fev. 2009.
23. BARDELLI JUNIOR, Rubens. Máquinas CNC. Disponível em:
<http://www.vabsco.com/bardhp/proj/cnc/main.html>. Acesso em: 12
fev. 2009.
24. CASSANIGA, Fernando A. Colisões em Máquinas CNC. Disponível
em:http://www.cnctecnologia.com.br/artigo%20como%20evitar%20colis
ao%20em%20maquina%20CNC.htm>. Acesso em: 12 fev. 2009.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
140

25. NETTO, Luiz Ferraz. Motores Elétricos. Disponível em:


<http://www.feiradeciencias.com.br>. Acesso em: 12 fev. 2009.
26. WIKIPEDIA. Servomotores. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Servomotor>. Acesso em: 12 fev. 2009.
27. SERVODYNAMICS. Servomotores. Disponível em:
<http://www.servodynamics.com/images/IB_02.jpg>. Acesso em: 15 fev.
2009.
28. NORONHA. Sensores. Disponível em:
<http://www.micropic.com.br/noronha/Informatica/HARDWARE/Sensore
s%20.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2009.
29. LABORATORY, Northwestern University Mechatronics Design.
Encoders. Disponível em:
http://mechatronics.mech.northwestern.edu/design_ref/sensors/encoders
.html>. Acesso em: 15 fev. 2009.
30. GOZZI, Giuliano. Funções de programação. Disponível em:
<http://www.faatesp.edu.br/publicacoes/aula6.PDF>. Acesso em: 27 fev.
2009.
31. GORGULHO JÚNIOR, José Hamilton Chaves. Programação Manual
de Centro de Usinagem CNC - Parte2. Disponível em:
<http://www.iem.efei.br/gorgulho/download/Parte_2_CNC.pdf>. Acesso
em: 27 fev. 2009.
32. FERRAMENTAS, Mapal Fixação de. Mandril flutuante. Disponível em:
<http://www.mapal.com/br/produkte_familie.php?kat=spann>. Acesso
em: 27 fev. 2009.
33. POWERMAQ. Acessórios para Furadeiras e Fresadoras. Disponível
em:http://www.powermaq.com.br/produtos/pag_25_clip_image002_000
9.jpg>. Acesso em: 27 fev. 2009.
34. GPFAI. Processos de Fabricação por Usinagem - Lista 2 de
Exercícios. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/gpfai/download/eng03343_21.pdf>. Acesso em: 02
mar. 2009.
35. SENAI - Apostila de CNC Comando Numérico Computadorizado
Escola Roberto Mange - Campinas Mecânico Geral – Curso de
Aprendizagem industrial

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br
141

36. MACHADO, Cláudio Luís D' Elia. COMANDO NUMÉRICO


COMPUTADORIZADO: PRINCIPAIS COMPONENTES. Pelotas: IFRS,
2009.
37. BRASSINTER. Catálogo de pastilhas de torneamento. São Paulo:
Divisão de Metal Duro, 2009.
38. TÉCNICOS, Programas. Pastilhas intercambiáveis. Disponível em:
<www.programastecnicos.com.br/links/dicas2.html>. Acesso em: 21 mar.
2010.
39. COMPANY, Nanjing Swansoft Technology. Swansoft CNC Simulation.
Disponível em: <http://www.swansc.com/index_en.htm>. Acesso em: 21
mar. 2010.

Comandos Numéricos Computadorizados Prof. André Pimentel


Versão 04 apmoreira@ifce.edu.br

Você também pode gostar