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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS ARINOS

Técnico Integrado em Informática


AVALIAÇÃO

Disciplina: Português Instrumental Turma: 3º INFO ..........


Docente: Maria Flávia Pereira Barbosa

Discente:
Data: 10/05/ 2019 Valor: ........ pontos Resultado:

1. (Ufrgs 2018) Leia as seguintes afirmações sobre os poemas “Autopsicografia” e “Isto”, de


Fernando Pessoa.
I. Em ambos os poemas, são apresentados os princípios de Pessoa para a construção da poesia,
constituindo-se como “arte poética”.
II. Nos dois poemas, não há referência à figura do leitor.
III. Em ambos os poemas, o sujeito lírico admite construir sua poética inventando e falseando.

Quais estão corretas?


a) Apenas II. d) Apenas I e III.
b) Apenas III. e) I, II e III.
c) Apenas I e II.

2. (Unicamp 2016) Leia o poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa.

MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal Valeu a pena? Tudo vale a pena
São lágrimas de Portugal! Se a alma não é pequena.
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quem quer passar além do Bojador
Quantos filhos em vão rezaram! Tem que passar além da dor.
Quantas noivas ficaram por casar Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Para que fosses nosso, ó mar! Mas nele é que espelhou o céu.

(Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/fpesso03.html.)

No poema, a apóstrofe, uma figura de linguagem, indica que o enunciador


a) convoca o mar a refletir sobre a história das navegações portuguesas.
b) apresenta o mar como responsável pelo sofrimento do povo português.
c) revela ao mar sua crítica às ações portuguesas no período das navegações.
d) projeta no mar sua tristeza com as consequências das conquistas de Portugal.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


Mar (fragmento)
1
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. 2Estava no meio de um bando enorme de meninos.
Nós tínhamos viajado para ver o mar. 3No meio de nós havia apenas um menino que já o tinha visto. 4Ele
nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é menor que o mar, e a marola,
que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago enorme e duas lagoas. Mas o menino
explicava que não. 5O mar entrava pela maré e a maré entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A
maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a
imagem. Três lagoas mexendo, esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de
espumas, tudo isso muito salgado, azul, com ventos.

Rubem Braga
Mar Português

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Ó mar salgado, quanto do teu sal Valeu a pena? Tudo vale a pena
São lágrimas de Portugal! Se a alma não é pequena.
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quem quer passar além do Bojador
Quantos filhos em vão rezaram! Tem que passar além da dor.
Quantas noivas ficaram por casar Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Para que fosses nosso, ó mar! Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa
Ondas do mar de Vigo

Ondas do mar de Vigo, o por que eu sospiro?


se vistes meu amigo? e ai Deus, se verrá cedo?
e ai Deus, se verrá cedo?
Se vistes meu amado,
Ondas do mar levado, o por que hei gram coidado?
se vistes meu amado? e ai Deus, se verrá cedo?
e ai Deus, se verrá cedo?
Obs.: verrá: virá
Se vistes meu amigo,

Martim Codax

3. (Mackenzie 2017) A partir dos três fragmentos selecionados, considere as seguintes afirmações:

I. Para Rubem Braga, o mar é elemento subjetivo que remete a um futuro pessoal, saudosista, reforçando
a presença de um narrador personagem.
II. Para Fernando Pessoa, o mar representa um anacoluto das glórias alcançadas pelos lusitanos, apesar
das perdas humanas e das consequências históricas.
III. Na cantiga trovadoresca, o mar é a personificação do ser amado que afirma por meio do diálogo com o
eu lírico a certeza do seu retorno após o abandono.

Assinale a alternativa correta.


a) Estão corretas as afirmações I e II. d) Todas as afirmações estão corretas.
b) Estão corretas as afirmações I e III. e) Nenhuma das afirmações está correta.
c) Estão corretas as afirmações II e III.

4. (Mackenzie 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre Fernando Pessoa e sua obra.

a) Dos três heterônimos, Álvaro de Campos é o mais afinado com a tendência modernista, particularmente
com o Futurismo. (William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães)

b) [...] já iniciou comungando com a estética do movimento: desde o princípio buscou a perfeição formal.
Tinha a preocupação de escrever versos alexandrinos e concluir com “chave de ouro”. (José de Nicola)

c) O poeta finge-se outros para sentir, descrever ou interpretar o mundo de diversas maneiras, que se
revelam no plano da expressão e no plano do conteúdo. (Mariella Augusta Pereira)

d) As características predominantes de sua obra são o nacionalismo místico, presente principalmente em


Mensagem, as sondagens sobre o ser, a busca incessante pelo (auto)conhecimento e a tentativa de
compreensão sobre o fazer poético. (Rogério de Almeida)

e) [...] em sua obra, a heteronímia é apresentada de uma maneira tão particular, de tal forma unida à dita
ortônima, que hoje é impossível falar de uma sem a outra. (Lisa Carvalho Vasconcellos)

5. (Unifesp 2017) Leia um trecho do “Manifesto do Futurismo” publicado por Filippo Tommaso
Marinetti (1876-1944) no ano de 1909.

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Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta; as marés
multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a vibração noturna dos arsenais e dos
estaleiros sob suas luas elétricas; as estações glutonas comedoras de serpentes que fumam; as usinas
suspensas nas nuvens pelos barbantes de suas fumaças; os navios aventureiros farejando o horizonte; as
locomotivas de grande peito, que escoucinham os trilhos, como enormes cavalos de aço freados por
longos tubos, e o voo deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da bandeira e os aplausos da
multidão entusiasta.

(Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.)

Em consonância com este preceito do Futurismo estão os seguintes versos, extraídos da produção
poética de Fernando Pessoa (1888-1935):

a) Nas cidades a vida é mais pequena Ouvindo correr o rio e vendo-o.


Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro. Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
Na cidade as grandes casas fecham a vista à No colo, e que o seu perfume suavize o momento
chave, –
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar Este momento em que sossegadamente não
para longe de todo o céu, cremos em nada,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os Pagãos inocentes da decadência.
nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única d) Levando a bordo El-Rei dom Sebastião,
riqueza é ver. E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
b) Ontem à tarde um homem das cidades Foi-se a última nau, ao sol aziago
Falava à porta da estalagem. Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Falava comigo também. Mistério.
Falava da justiça e da luta para haver justiça Não voltou mais. A que ilha indescoberta
E dos operários que sofrem, Aportou? Voltará da sorte incerta
E do trabalho constante, e dos que têm fome, Que teve?
E dos ricos, que só têm costas para isso.
E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhos e) Amo-vos a todos, a tudo, como uma fera.
E sorriu com agrado, julgando que eu sentia Amo-vos carnivoramente,
O ódio que ele sentia, e a compaixão Pervertidamente e enroscando a minha vista
Que ele dizia que sentia. Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,
Ó coisas todas modernas,
c) Amemo-nos tranquilamente, pensando que Ó minhas contemporâneas, forma atual e
podíamos, próxima
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e Do sistema imediato do Universo!
carícias, Nova Revelação metálica e dinâmica de Deus!
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um
do outro

6. (Unesp 2018) Ricardo Reis é, assim, o heterônimo clássico, ou melhor, neoclássico: sua visão da
realidade deriva da Antiguidade greco-latina. Seus modelos de vida e de poesia, buscou-os na Grécia e
em Roma.
(Massaud Moisés. “Introdução”. In: Fernando Pessoa.
O guardador de rebanhos e outros poemas, 1997.)
Levando-se em consideração esse comentário, pertencem a Ricardo Reis, heterônimo de Fernando
Pessoa (1888-1935), os versos:
a) Nada perdeu a poesia. E agora há a mais as Que a era das máquinas veio trazer para as
máquinas almas.
Com a sua poesia também, e todo o novo gênero b) Súbita mão de algum fantasma oculto
de vida Entre as dobras da noite e do meu sono
Comercial, mundana, intelectual, sentimental, Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.

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Tenho febre e escrevo.
c) Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza
Sossegadamente fitemos o seu curso e disto,
aprendamos Para a beleza disto totalmente desconhecida dos
Que a vida passa, e não estamos de mãos antigos.
enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.) e) O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
d) À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas Que chega a fingir que é dor
da fábrica A dor que deveras sente.

7. (Ufrgs 2018) Assinale a alternativa correta sobre o poema VI, de Chuva oblíqua, Fernando
Pessoa.
a) O poema é escrito em versos brancos e livres, constituindo um exemplo do interseccionismo de Pessoa.
b) O poema apresenta a temática da infância como o tempo da felicidade.
c) O sujeito lírico apresenta-se eufórico, festivo e satisfeito.
d) O sujeito lírico recorda a infância em preto e branco.
e) O sujeito lírico sente a multidão no teatro como a possibilidade de encontrar a felicidade.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


TEXTO 1 “Lisbon revisited (1923)”

“Saudações” Não: não quero nada.


Já disse que não quero nada.
Ó ilustríssimos senhores
de modos finos, que saco! Não me venham com conclusões!
Pelo amor da santa, fora A única conclusão é morrer.
com vossos salamaleques!
Não me tragam estéticas!
Não quero louros nem busto Não me falem em moral!
e nem meu nome em via Tirem-me daqui a metafísica!
pública. Não me apregoem sistemas completos, não me
Não quero as vossas vênias enfileirem
e rapapés, flores dúbias. conquistas
Não quero ser poeta Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
de que todos se orgulham. —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Descaradamente confesso
a quem interessar possa: Que mal fiz eu aos deuses todos?
Quero é ser a vergonha
da província e da república. Se têm a verdade, guardem-a!

(Transpaixão) Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da


técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

TEXTO 2 (Ficções do interlúdio)


8. (Ufes 2010) Considerando que intertextualidade implica a “utilização de uma multiplicidade de
textos ou de partes de textos preexistentes de um ou mais autores, de que resulta a elaboração de
um novo texto literário” (Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa), justifique como esse
processo ocorre na relação entre os trechos de “Saudações”, do poeta brasileiro contemporâneo
Waldo Motta, e de “Lisbon revisited (1923)”, do poeta português modernista Fernando Pessoa.
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9. (Unicamp 2009) No poema a seguir, Alberto Caeiro compara o trabalho do poeta com o do
carpinteiro:

XXXVI Penso nisto, não como quem pensa, mas como


quem respira,
E há poetas que são artistas E olho para as flores e sorrio...
E trabalham nos seus versos Não sei se elas me compreendem
Como um carpinteiro nas tábuas! ... Nem se eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
Que triste não saber florir! E na nossa comum divindade
Ter que pôr verso sobre verso, como quem De nos deixarmos ir e viver pela Terra
constrói um E levar ao colo pelas Estações contentes
muro E deixar que o vento cante para adormecermos
E ver se está bem, e tirar se não está! ... E não termos sonhos no nosso sono.
Quando a única casa artística é a Terra toda ("Poemas completos de Alberto Caeiro", em
Que varia e está sempre bem e é sempre a Fernando Pessoa. "Obra poética". Rio de Janeiro:
mesma. Nova Aguilar, 1983, p. 156.)

a) Por que tal comparação é feita? Por que ela é rejeitada pelo eu lírico na segunda estrofe do
poema?
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b) Identifique duas características próprias da visão de mundo de Alberto Caeiro presentes na
terceira estrofe. Justifique sua resposta.
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