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26/10/2019 Cloro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cloro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O cloro (do grego khlorós, esverdeado) é um elemento químico,
símbolo Cl, número atômico 17. Está contido no grupo dos Cloro
halogênios (grupo 17; anteriormente conhecido como VIIA) e é o
segundo halógeno mais leve, após o flúor. Sob condições normais Enxofre ← Cloro → Árgon
é um gás de coloração amarelo esverdeada, onde forma as F
moléculas diatômicas. Tem a maior afinidade eletrônica, e a ↑ 17 Cl
Cl
quarta maior eletronegatividade de todos os elementos reativos. E

por esta razão, o cloro é um forte agente oxidante. O cloro livre é Br
raro na Terra, e, geralmente, é um resultado da oxidação direta ou Tabela completa • Tabela estendida
indireta, por oxigênio.
Aparência
O composto mais comum de cloro, cloreto de sódio (sal comum), verde-amarelado
é conhecida desde os tempos antigos. Por volta de 1630, o gás de
cloro foi primeiramente sintetizado em uma reação química, mas
descartada como uma substância fundamentalmente importante.
Sua caracterização foi feita em 1774 por Carl Wilhelm Scheele,
que supôs como sendo um óxido de um novo elemento. Em 1809,
químicos sugeriram que o gás seria um elemento puro, e sua
confirmação veio em 1810 por Sir Humphry Davy, que o nomeia
em grego antigo: χλωρóς (khlôros) "verde pálido".

Quase todo o cloro na crosta da Terra ocorre como cloreto em


vários compostos iônicos, incluindo o sal de mesa. É o segundo
halogeno mais abundante e o 21º elemento químico mais
abundante na crosta da Terra. Cloro elementar é comercialmente
Cloro, liquefeito sob pressão, armazenado em um
produzido a partir de salmoura por eletrólise. O elevado potencial frasco de quartzo (ampola), por sua vez, dentro de
oxidativo do cloro elementar levou-o comercialmente para usos um cubo de vidro acrílico de aresta 5cm.
em branqueamento e usos desinfectantes, bem como as suas Informações gerais
várias utilizações na indústria química. O cloro é usado no
Nome, símbolo, número Cloro, Cl, 17
fabricação de uma vasta gama de produtos de consumo, cerca de
2/3 dos quais os produtos químicos orgânicos, tais como
Série química halogénio
policloreto de vinila, bem como de vários intermediários para a Grupo, período, bloco 17 (VIIA), 3, p
produção de plásticos e outros produtos finais que não contêm o Densidade, dureza 3,214 kg/m3,
elemento. Como um desinfetante comum, cloro elementar e Número CAS 7782-50-5
compostos geradores de cloro são usados mais diretamente em
Propriedade atómicas
piscinas para mantê-los limpos.
Massa atômica 35,453(2) u
Na forma de íons de cloro, o cloro é necessário para todas as Raio atómico (calculado) 100 (79) pm
espécies conhecidas de vida. Outros tipos de compostos de cloro
Raio covalente 99 pm
são raros nos organismos vivos e materiais orgânicos clorados
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produzidos artificialmente variam desde inerte a substâncias Raio de Van der Waals 175 pm
tóxicas. Na atmosfera superior, moléculas orgânicas, tais como Configuração electrónica [Ne] 3s2 3p5
clorofluorocarbonetos (CFC) contendo cloro têm sido implicados Elétrons (por nível de 2, 8, 7 (ver
na destruição do ozônio. Cloro elementar em altas concentrações energia) imagem)
é extremamente perigoso e venenoso para todos os organismos Estrutura cristalina ortorrômbico
vivos, e foi usado na Primeira Guerra Mundial como o primeiro
Propriedades físicas
agente de guerra química gasoso.
Estado da matéria gasoso
Ponto de fusão 171,6 K
Ponto de ebulição 239,11 K
Índice
Entalpia de fusão 3,203 kJ/mol
História
Entalpia de vaporização 10,2 kJ/mol
Ocorrência e obtenção
Eletrólise com célula de amálgama de mercúrio Volume molar 17,39×10−6
m3/mol
Eletrólise com célula de diafragma
Eletrólise com célula de membrana Pressão de vapor 1000 Pa a 170 K

Propriedades Diversos
Compostos Eletronegatividade
Sais Inorgânicos (Pauling)
3,16
Compostos Orgânicos
Calor específico 480 J/(kg·K)
Isótopos
Condutividade térmica 0,089 W/(m·K)
Aplicações
1º Potencial de ionização 1251,2 kJ/mol
Segurança e precauções
2º Potencial de ionização 2298 kJ/mol
Referências
3º Potencial de ionização 3822 kJ/mol
Ligações externas
4º Potencial de ionização 5158,6 kJ/mol
5º Potencial de ionização 6542 kJ/mol
História 6º Potencial de ionização 9362 kJ/mol

O composto mais comum do cloro, o cloreto de sódio, é conhecido


7º Potencial de ionização 11018 kJ/mol
desde a antiguidade tendo os arqueologistas encontrado 8º Potencial de ionização 33604 kJ/mol
evidências que o sal era usado já por volta de 6000 a.C.[1] Por 9º Potencial de ionização 38600 kJ/mol
volta de 1630, o cloro foi reconhecido como um gás pelo químico 10º Potencial de 43961 kJ/mol
belga Jan Baptist van Helmont.[2] ionização
Isótopos mais estáveis
O cloro elementar foi primeiramente preparado e estudado pelo
químico sueco Carl Wilhelm Scheele, e, portanto, ele é creditado Meia- Ed
iso AN MD PD
pela descoberta.[3] Ele o denominou "ar de ácido muriático vida MeV
deflogisticado" uma vez que era um gás (comumente chamado 35Cl 75,77% estável com 18 neutrões
"ares") e vinha do ácido clorídrico (até então conhecido como
"ácido muriático").[3] Entretanto, ele falhou em estabelecer o β- 36Ar
0,709
36Cl 301 —
cloro como um elemento, incorretamente acreditando que ele era sintético — —
000 a ε/ 36S
1,142
um óxido obtido do ácido clorídrico (ver teoria do flogisto).[3] Ele β+
nomeou o novo elemento dentro do óxido como muriaticum.[3] 37Cl 24,23% estável com 20 neutrões
Independente de suas conclusões, Scheele isolou o cloro pela
reação com o MnO2 (contido no mineral pirolusita) com o HCl:[2] Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária.

4 HCl + MnO2 → MnCl2 + 2 H2O + Cl2


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Scheele observou várias das propriedades do cloro: o efeito do clareamento no teste de


Litmus, o efeito mortífero em insetos, a cor verde amarelada e o odor similar a água régia.[4]

Na época, a teoria geral da química era de que um ácido era um composto que continha
oxigênio, portanto vários cientistas incluindo Claude Berthollet sugeriram que o "ar de ácido
muriático deflogisticado" devia ser uma combinação do oxigênio com um elemento ainda
não descoberto, o muriaticum.[5][6][7]

Em 1809, Joseph Louis Gay-Lussac e Louis Jacques Thénard tentaram decompor o ar de


ácido muriático deflogisticado pela reação com carvão para a liberação do elemento
muriaticum e dióxido de carbono.[3] Eles não obtiveram sucesso e publicaram um relatório Carl Wilhelm Scheele
em que consideraram a hipótese do ar de ácido muriático deflogisticado era um novo
elemento porém não foram convincentes.[8]

O cloro (do grego χλωρος, que significa "amarelo esverdeado" ) foi descoberto em 1774 pelo sueco Carl Wilhelm Scheele,
acreditando que se tratava de um composto contendo oxigênio. Obteve-o a partir da seguinte reacção:

MnO2 + 4 HCl → MnCl2 + Cl2 + 2 H2O


Os processos anteriores às técnicas de eletrólise se baseavam nesta reação ou na reação direta de HCl com o ar ou oxigênio
puro, produzindo água e cloro. Com estas técnicas começava a produção de cloro para alvejamento de roupas e papel, por
volta do século XIX.

Em 1810 o químico britânico Sir Humphry Davy demonstrou que se tratava de um elemento químico, e lhe deu o nome de
cloro devido à sua coloração amarelo-esverdeada. O cloro foi utilizado na Primeira Guerra Mundial. Foi a primeira vez
que se utilizou uma substância como arma química. Alguns cloretos metálicos são empregados como catalisadores como,
por exemplo, FeCl2, FeCl3 e AlCl3. Ácido hipocloroso (HClO), empregado na depuração de águas e alguns sais como agente
alvejante. Ácido cloroso (HClO2). O sal de sódio correspondente (NaClO2), é usado para produzir dióxido de cloro (ClO2),
usado como desinfetante. Ácido clórico (HClO3), O clorato de sódio (NaClO3), também pode ser usado para produzir
dióxido de cloro, empregado para o branqueamento do papel, assim como para a obtenção de perclorato. Ácido perclórico
(HClO4), é um ácido oxidante empregado na indústria de explosivos. O perclorato de sódio (NaClO4), é usado como
oxidante e na indústria têxtil e papeleira. Compostos de cloro como os clorofluorocarbonetos (CFCs) contribuem para a
destruição da camada de ozônio. Alguns compostos orgânicos de cloro são empregados como pesticida, como, por
exemplo, o hexaclorobenzeno (BHC), o para-diclorodifeniltricloroetano (DDT), o toxafeno e outros. Muitos compostos
organoclorados criam problemas ambientais devido a sua toxicidade como os pesticidas citados anteriormente, os
difenilos policlorados (PCBs) e as dioxinas.

No dia 22 de abril de 1915, o composta é utilizado pela primeira vez na historia como uma arma química, quando a
Alemanha utiliza o gás cloro como gás venenoso contra o exército francês numa das batalhas da Primeira Guerra
Mundial.[9][10][11][12][13][14]

Ocorrência e obtenção
O cloro é encontrado na natureza combinado com outros elementos, principalmente na forma de cloreto de sódio, NaCl , e
também em outros minerais como a silvina, KCl, ou na carnallita, KMgCl3·6H2O. É o halogênio mais abundante na água
do mar com uma concentração de aproximadamente 18000 ppm. Na crosta terrestre está presente em menor quantidade,
uns 130 ppm. É praticamente impossível encontra-lo sem estar combinado com outros elementos, devido a sua alta
reatividade.

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O cloro é obtido principalmente ( mais de 95% da produção ) a


partir da eletrólise do cloreto de sódio, NaCl, em solução aquosa,
denominado processo de cloro-álcali. São usados três métodos:

Eletrólise com célula de amálgama de mercúrio.


Eletrólise com célula de diafragma
Eletrólise com célula de membrana.

Eletrólise com célula de amálgama de


mercúrio Documento da Secretaria dos Negócios da
Foi o primeiro método utilizado para produzir cloro em escala Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Brasil
industrial. sobre invenção para aperfeiçoar o preparo de
cloro (1892).
Neste processo ocorrem perdas de mercúrio gerando problemas
ambientais. Nas duas últimas décadas do Século XX o processo foi melhorado, embora ainda ocorra a perda de 1,3 gramas
de mercúrio por tonelada de cloro produzida. Devido aos problemas ambientais este processo está sendo substituído pela
eletrólise de célula de membrana que, atualmente , é responsável pelo suprimento de menos de 20% da produção mundial
de cloro.

É empregado um cátodo de mercúrio e um ânodo de titânio recoberto de platina ou óxido de platina. O cátodo está
depositado no fundo de uma célula de eletrólise e o ânodo sobre este, a pouca distância. A célula é preenchida com cloreto
de sódio e, com uma diferença de potencial adequada, se processa a eletrólise:

2Cl– → Cl2(g) + 2e–


Hg + 2Na+ + 2e– → NaHg

A seguir se procede a decomposição da amálgama formada para recuperar o mercúrio. A base sobre a qual está a
amálgama é ligeiramente inclinada para escorrer a amálgama passando para uma torre onde , em presença da água,
ocorrem as seguintes reações de oxidação e redução:

H2O + 1e– → 1/2H2 + OH–

NaHg – 1e– → Na+ + Hg

Desta forma o mercúrio é reutilizado. Como subproduto forma-se soda cáustica (NaOH) pela combinação da hidroxila (
OH– ) e Na+ formado nos dois eletrodos:

Na+ + OH– → NaOH+

Deste modo se consegue a soda cáustica (NaOH) muito concentrada e um cloro muito puro, porém consome-se mais
energia do que em outros processos e existe o problema da contaminação com o mercúrio.

Eletrólise com célula de diafragma


Este método é utilizado principalmente no Canadá e Estados Unidos.

Utiliza-se um cátodo perfurado de aço ou ferro e um ânodo de titânio recoberto de platina ou óxido de platina. Ao cátodo
se adere um diafragma poroso de fibras de asbesto misturado com outras fibras como por exemplo, o
politetrafluoroetileno. Este diafragma separa o ânodo do cátodo evitando a recombinação dos gases formados.
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O sistema é alimentado continuamente com salmoura que circula desde o ânodo até o cátodo. As reações que ocorrem são:

2Cl- → Cl2 + 2e- (no ânodo)


2H+ + 2e- → H2(g) (no cátodo)

Na dissolução permanece uma mistura de NaOH e NaCl. O NaCl é reutilizado e o NaOH é de interesse comercial.

Este método apresenta a vantagem de consumir menos energia que o utilizado na amálgama de mercúrio porém, o
inconveniente é que o NaOH produzido é menos puro. Existe também o risco associado ao uso do asbesto.

Eletrólise com célula de membrana


Este método é o que se pretende implantar para a produção de cloro. Estima-se uma produção mundial de
aproximadamente 30% deste elemento. Este método é similar ao método que se emprega na célula de diafragma. O
diafragma é substituído por uma membrana sintética seletiva que deixa passar íons Na+, porém não permite a passagem
de íons OH- e Cl-.

O NaOH obtido é mais puro e mais concentrado que o obtido pelo método da célula de diafragma e, como este, consome
menos energia que o método da amálgama de mercúrio, mesmo que a concentração de NaOH obtida seja menor, sendo
necessário concentrá-lo. Por outro lado, o cloro obtido pelo método da amálgama de mercúrio é mais puro.

Propriedades
Na natureza não é encontrado em estado puro, já que reage com rapidez com muitos elementos e compostos químicos,
sendo encontrado formando parte de cloretos e cloratos, sobretudo na forma de cloreto de sódio nas minas de sal gema e
dissolvido na água do mar.

O cloro é empregado para potabilizar a água de consumo dissolvendo-o nela. Também é usado como oxidante,
branqueador e desinfetante. É gasoso e muito tóxico (neurotóxico) , foi usado como gás de guerra na Primeira e na
Segunda Guerra Mundial.

Este halogênio forma numerosos sais, obtidos a partir de cloretos por processos de oxidação, geralmente mediante a
eletrólise. Combina-se facilmente com a maior parte dos elementos. É ligeiramente solúvel em água (uns 6,5 g de cloro por
litro de água a 25 °C) formando, em parte, o ácido hipocloroso, HClO.

Na maioria dos numerosos compostos que forma apresenta estado de oxidação -1. Também pode apresentar os estados de
oxidação +1, +3, +5 e +7.

Compostos

Sais Inorgânicos

Cloretos

Cloretos são sais derivados do ácido clorídrico (HCl). Em sua maioria, são bem cristalizados e facilmente solúveis em água.
Algumas exceções são:

Cloreto de chumbo (II) (PbCl2) e cloreto paladioso (PdCl2) – pouco solúveis em água.

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Cloreto mercuroso (HgCl), cuproso (CuCl), cloreto de prata (AgCl) e cloreto auroso (AuCl) são virtualmente
insolúveis.
Em regra geral, os sais não se decompõem pelo calor (os cloretos de ouro e platina são as únicas exceções) e são
relativamente estáveis em presença de água, embora alguns, tais como os cloretos de antimônio e bismuto e dos elementos
conhecidos como semi-metais, possam fornecer oxicloretos com a água. Por exemplo:

BiCl2 + H2O BiOCl + 2 HCl


O cloreto de prata decompõe-se (como todos os sais de prata) por meio de fotólise (onde o agente é a luz), por meio da
seguinte reação:

2 AgCl 2 Ag° + Cl2


Deixando um resíduo de prata finamente dividido e, por causa disso, com uma coloração escura.

Alguns cloretos metálicos são empregados como catalisadores como, por exemplo, o cloreto ferroso (FeCl2), cloreto férrico
(FeCl3) e cloreto de alumínio (AlCl3).

Pode-se reconhecer os cloretos em solução pela formação de um precipitado branco de cloreto de prata, ao se adicionar
gotas de solução de nitrato de prata (AgNO3) acidificada com ácido nítrico (HNO3). A adição de hidróxido de amônio
(NH4OH) faz o precipitado se dissolver, pela formação do complexo diamin-prata – [Ag(NH3)2]+. Quando expostos à
luz, o composto sofre fotólise (como mencionado antes) e a solução passa a ter uma coloração violeta.

Hipocloritos

Hipocloritos são sais provenientes do ácido hipocloroso (HClO) e são mais importantes que o próprio ácido
correspondente, devido à dificuldade de se obter o ácido ao contrário de seus sais.

Os hipocloritos, devido à sua ação oxidante e desinfectante (e baixo preço), tem largo uso tanto domiciliar quanto
industrial. O cloro que se compra em mercados é uma solução de hipoclorito de sódio. Quando o percentual de cloro livre
nesta mistura é de cerca de 2%, então temos a chamada água sanitária, também chamada de água de lavadeira em
outras cidades.

Obtém-se hipoclorito de sódio através de eletrólise de cloreto de sódio (NaCl). Ao se produzir hidróxido de sódio e gás
cloro, faz-se os dois reagirem entre si, conforme as reações abaixo:

Durante a eletrólise
2 NaCl 2 Na+ + Cl2
2 H2O H2 + 2 OH–
2 NaOH + H2 + Cl2
Reação do hidróxido de sódio com o gás cloro: 2 NaOH + Cl2 NaCl + NaOCl + H2O

Devido à sua alta sensibilidade, o hipoclorito de sódio não pode ser obtido anidro, pois ao se aquecer, o cloro se desprende
sob a forma de gás, restando unicamente hidróxido de sódio.

O "cloro em pó" usado em piscinas é hipoclorito de cálcio (normalmente com certa quantidade de sulfato de cobre). Este
não é adequado ao uso domestico, logo não convém usá-lo no lugar do hipoclorito de sódio.

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O poder oxidante dos hipoclororitos fazem com que eles ataquem os corantes, destruindo-os, tornando-se assim um
agente alvejante bem eficiente.

Cloritos

São sais correspondentes do ácido cloroso (HClO2), e podem ser obtidos reagindo-se uma base com dióxido de cloro
(ClO2), formando uma mistura de cloritos e cloratos, conforme a reação:

2 KOH + 2 ClO2 KClO2 + KClO3 + H2O

Mas, também podem ser obtidos reagindo-se peróxido de sódio (Na2O2) com dióxido de cloro, conforme a reação abaixo:

Na2O2 + 2 ClO2 2 NaClO2 + O2

Os cloritos são facilmente decompostos. Os cloritos solúveis, assim como os hipocloritos, são agentes oxidantes, descoram
matérias corantes, mas ainda não se obteve ácido cloroso puro,mas alguns cientistas europeus já conseguiram atingir um
nivel próximo

Cloratos

Os cloratos são sais correspondentes ao ácido clórico (HClO3). Pode-se obter cloratos fazendo passar gás cloro sobre uma
solução alcalina a quente (cerca de 70 °C), conforme reação abaixo:

6 KOH + 3 Cl2 2 KClO3 + 5KCl + 3 H2O

Os cloratos são enérgicos oxidantes. Se misturarmos clorato com matéria orgânica, carvão vegetal, enxofre etc., e
golpearmos a mistura com um martelo (ou se aquecermos), poderá haver explosão. Portanto, as misturas de clorato com
estes materiais não devem ser triturados, mas cada componente deverá ser triturado em separado e depois ser feita a
mistura até homogeneização.

Os cloratos decompõem-se por aquecimento, desprendendo oxigênio, reação esta usada no processo comum de
laboratório, para se preparar oxigênio. Em ausência de catalisador, a reação se processa em duas fases, conforme as
reações abaixo:

4 KClO3 3 KClO4 + KCl


3 KClO4 3 KCl + 6 O2
4 KClO3 4 KCl + 6 O2
Todos os cloratos são solúveis em água. O clorato de potássio é um dos cloratos menos solúveis. Podemos facilmente
reconhecer os cloratos pelo fato deles não precipitarem com solução de nitrato de prata, embora o extrato aquoso de sua
calcinação dê um precipitado. Isso explica-se pelo fato do clorato se decompor em cloreto e este precipita com a prata sob
a forma de cloreto de prata, insolúvel em meio ácido.

Percloratos

Os percloratos são sais derivados do ácido perclórico. Este é um dos mais poderosos ácidos inorgânicos. Seu potencial de
ionização é muito alto. É um poderoso oxidante e extremamente instável. Deixando cair uma gota do ácido sobre papel ou
madeira, pode haver inflamação instantânea. Sobre carvão vegetal, acontecerá uma explosão. Em contato com a pele,
causará queimaduras dolorosas e um ferimento grave.

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Os percloratos não descoram substâncias coloridas, como os demais oxiácidos do cloro. O sal de potássio é um dos
percloratos menos solúvel em água e totalmente insolúvel em álcool. Obtém-se perclorato de potássio (KClO4) ao se
neutralizar cautelosamente uma solução alcoólica de hidróxido de potássio (KOH) com o ácido perclórico puro. Ao ir ser
formando, o perclorato de potássio se depositará no fundo, bastando filtrar a mistura após a neutralização.

Ao contrário do que acontece com os cloratos, os percloratos não são decompostos pelo ácido clorídrico e, quando
aquecidos com o ácido sulfúrico concentrado, não produzem nenhum gás explosivo.

Não são reduzidos a cloretos pelo dióxido de enxofre (SO2) e, para sua decomposição, necessitam temperaturas mais
elevadas que os cloratos

Compostos Orgânicos

Compostos de cloro como os clorofluorocarbonetos (CFC's) contribuem para a destruição da camada de ozônio.
Alguns compostos orgânicos de cloro são empregados como pesticida, como, por exemplo, o hexaclorobenzeno (
HCB) , o para-diclorodifeniltricloroetano (DDT), o toxafeno e outros.
Muitos compostos organoclorados criam problemas ambientais devido a sua toxicidade como os pesticidas citados
anteriormente, os difenilos policlorados (PCBs) e as dioxinas.

Isótopos
Na natureza são encontrados dois isótopos estáveis do cloro. Um de massa 35 uma e outro de 37 uma, com uma proporção
relativa de 3:1, respectivamente, o que determina uma massa atómica de 35,5 uma, aproximadamente.

O cloro tem nove isótopos com massa desde 32 até 40 uma. Somente três são encontrados na natureza: o 35Cl, estável,
com uma abundância de 75,77%, o 37Cl, também estável com uma abundância de 24,23%, e o isótopo radioativo 36Cl. A
relação do 36Cl com o Cl estável no ambiente é de aproximadamente 700 x 10-15 para 1.

O 36Cl é produzido na atmosfera a partir do 36Ar por interações com prótons dos raios cósmicos. No subsolo é gerado o
36Cl principalmente a partir de processos de captura de neutrons do 35Cl, ou por captura de muones do 40Ca. O 36Cl decai
a 36S e a 36Ar, com uma vida média combinada de de 308.000 anos.

A vida média deste isótopo hidrofílico e não reativo é útil para a datação geológica no intervalo de 60.000 a 1 milhão de
anos. Além disso, foram produzidos grandes quantidades de 36Cl pela irradiaação da água do mar durante as detonações
atmosféricas de armas nucleares entre 1952 e 1958. O tempo de permanência do 36Cl na atmosfera é de aproximadamente
1 semana. Por isso, é um marcador para as águas superficiais e subterrâneas dos anos 50 e, também útil para a datação de
águas que contenham menos de 50 anos. O 36Cl e, também, empregado em outras áreas das ciências geológicas como na
datação de gelo e sedimentos.

Isótopo Abundância Massa Spín Vida média Decaimento


32Cl - 31,9857 1 298 ms ε
33Cl - 32,9775 3/2 2,51 s ε
34Cl - 33,9738 0 1,53 s ε
35Cl 75,77 34,9689 3/2 - -
36Cl - 35,9683 2 301000 a β-
37Cl 24,23 36,9659 3/2 - -
38Cl - 37,9680 2 37,2 m β-
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39Cl - 38,9680 3/2 55,6 m β-
40Cl - 39,9704 2 1,38 m β-
41Cl - 40,9707 n.m. 34 s β-
42Cl - 41,9732 n.m. 6,8 s β-
43Cl - 42,9742 n.m. 3,3 s β-

Aplicações
O cloro é aplicado principalmente no tratamento de água, no branqueamento durante a produção de papel e na
preparação de diversos compostos clorados, como por exemplo o hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio

Um processo de tratamento de águas amplamente utilizado é a cloração. O agente é o ácido hipocloroso , HClO ,
que se produz dissolvendo cloro na água e regulando o pH.
Outra aplicação que vem ampliando sobremaneira os níveis de qualidade de vida das populações que usufruem
deste processo, é a aplicação de cloro em estações de tratamento de esgoto.
Na produção de papel se emprega cloro no branqueamento da polpa, apesar de estar sendo substituído pelo dióxido
de cloro, ClO2.
Uma grande parte de cloro é empregada na produção de cloreto de vinila, composto orgânico usado como matéria-
prima para a obtenção de policloreto de vinila, conhecido como PVC.
Também é utilizado na síntese de numerosos compostos orgânicos e inorgânicos como, por exemplo, o tetracloreto
de carbono (CCl4), o clorofórmio (CHCl3) e diferentes halogenetos metálicos. Também é empregado como agente
oxidante.
Preparação de cloreto de hidrogênio puro, que pode ser obtido por síntese direta: H2 + Cl2 → 2HCl.

Segurança e precauções
O cloro provoca irritação no sistema respiratório, especialmente em crianças. No estado gasoso irrita as mucosas e no
estado líquido queima a pele. Pode ser detectado no ar pelo seu odor a partir de 3,5 ppm, sendo mortal a partir de 1.000
ppm. Foi usado como arma química a partir da Primeira Guerra Mundial. Uma exposição aguda a altas concentrações de
cloro ( porém não letais ) pode provocar edema pulmonar, ou líquido nos pulmões. Uma exposição crônica abaixo do nível
letal debilita os pulmões aumentando a suceptibilidade a outras enfermidades pulmonares. Em muitos países é fixado o
limite de exposição no trabalho em 0,5 ppm ( média de 6 horas diárias, 40 horas semanais ).

Referências
1. «The earliest salt production in the world: an early Neolithic exploitation in Poiana Slatinei-Lunca, Romania» (http://ant
iquity.ac.uk/ProjGall/weller/). Consultado em 10 de julho de 2008
2. Greenwood 1997, p. 790.
3. «17 Chlorine» (http://elements.vanderkrogt.net/element.php?sym=Cl). Elements.vanderkrogt.net. Consultado em 12
de setembro de 2008
4. Greenwood 1997, p. 793.
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26/10/2019 Cloro – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Société d'Arcueil. 2: 339–358. "In fact, oxygenated muriatic acid is not decomposed by charcoal, and it might be
supposed, from this fact and those that are communicated in this Memoir, that this gas is a simple body. The
phenomena that it presents can be explained well enough on this hypothesis; we shall not seek to defend it, however,
as it appears to us that they are still better explained by regarding oxygenated muriatic acid as a compound body."
9. Grande Guerra (http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1486856&tit=Grande-guerra) Porta
Gazeta do Povo
10. 22 de abril de 1915 - lemanha usa gás de cloro em ataque fulminante - Cinco mil soldados morrem em apenas dez
minutos - Germânicos reagem à indignação internacional dizendo que franceses fazem o mesmo (http://veja.abril.co
m.br/historia/primeira-grande-guerra-mundial/1915-abril-batalha-galipoli/morte-ar-primeiro-ataque-gas-ypres.shtml)
Arquivado em (https://web.archive.org/web/20140814025840/http://veja.abril.com.br/historia/primeira-grande-guerra-
mundial/1915-abril-batalha-galipoli/morte-ar-primeiro-ataque-gas-ypres.shtml) 14 de agosto de 2014, no Wayback
Machine. Revista Veja
11. 2ª Batalha de Ypres - I Guerra Mundial - 22-04-1915 (http://www.areamilitar.net/HISTbcr.aspx?N=35) Site Área Militar
12. Armas Químicas - Às 17h do dia 22 de abril de 1915, durante a I Guerra Mundial ... (http://www.agracadaquimica.co
m.br/index.php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=21&id=154) Site A Graça da Química
13. Agentes Químicos de Guerra (http://ead.ime.eb.br/pluginfile.php/10507/mod_resource/content/1/agentes%20quimico
s%20-tcmalizia.pdf) Site do Exército Brasileiro
14. Página 155 do livro (http://books.google.com.br/books?id=K0GuWxu9Y5oC&pg=PA155&lpg=PA155&dq=22+de+abril
+de+1915+cloro&source=bl&ots=i_yZ8W8cFg&sig=LnjoJuyexdadso9YrzpVvC87ghY&hl=pt-BR&sa=X&ei=I2PYU4HX
JYyeyASx54HIBg&ved=0CEcQ6AEwBw#v=onepage&q=22%20de%20abril%20de%201915%20cloro&f=false)
Segurança na Armazenagem, manuseio e transporte de produtos - volume 1

Ligações externas
WebElements.com - Chlorine (http://www.webelements.com/webelements/elements/text/Cl/index.html)
EnvironmentalChemistry.com - Chlorine (http://environmentalchemistry.com/yogi/periodic/Cl.html)
Los Alamos National Laboratory - Chlorine (http://periodic.lanl.gov/elements/17.html)
Toxicologia do Cloro (http://araquelrm23.wix.com/toxicologia-do-cloro)

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