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FUNILARIA E PINTURA
Arthur Pereira dos Santos, Universidade do Oeste Paulista, arthurpdosantos@outlook.com
Elson Mendonça Felici, Universidade do Oeste Paulista, elson@unoeste.br
Alisson Cruz Martins, Universidade do Oeste Paulista, alisson_cmartins@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.2. Metodologia
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
ATIVIDADES MEDIDAS
(Com suas RISCOS POTENCIAIS PREVENTIVAS/RECOMENDAÇ ÕES
respectivas (O que poderá sair DE SEGURANÇA
etapas/passos) errado) (Evitar o acidente ou minimizar os danos,
caso este ocorra)
• O responsável deve analisar as condições do
Falta de ferramentas, queda que deve ser montado ou desmontado,
Planejar a de ferramentas e queda de avaliando riscos;
1 montagem e pessoas; • O responsável deve possuir habilidade nesta
desmontagem Atividade;
De acordo com a Tabela 1, é possível verificar os riscos que envolvem as atividades de montagem
e desmontagem de automóveis. Um grande risco encontrado nesta operação é o ergonômico,
principalmente a postura durante o desenvolvimento do trabalho, em que o funcionário se submete a
posições prejudiciais à integridade física, que podem desenvolver problemas como lesões na coluna
e cansaço físico, condizendo com os estudos de Martins (2010) e Lousa (2014).
Na Tabela 2, está representada a análise preliminar de risco do setor de preparação. A atividade de
preparação exige um grande esforço físico, principalmente da coluna e membros superiores, devido
às posições em que o empregado se submete e ao esforço repetitivo realizado no momento de lixar
as peças dos veículos necessárias para a pintura.
Fonte: Os autores.
De acordo com a Tabela 2, verifica-se que as atividades do setor utilizam de várias substâncias
químicas de natureza corrosiva, sendo que, na preparação, o funcionário utiliza de várias substâncias
que, dependendo da temperatura se tornam vapores que podem agredir o sistema respiratório, e ainda,
o mau uso de substâncias químicas corrosivas podem causar lesões generalizadas, inclusive lesão nos
olhos. Portanto, o risco químico da preparação é grande, o que torna indispensável o uso dos EPIs. O
risco ergonômico da preparação também é grande devido à natureza da atividade, pois exige esforços
físicos e muitas vezes repetitivos, o que pode ser agressivos a saúde. Nesse contexto, é recomendável
pausas para descanso e a prática de ginástica laboral.
A análise preliminar de risco da área de pintura pode ser vista na Tabela 3. Devido aos agressores
químicos envolvidos na operação, a atividade de pintura em si é de natureza perigosa. Tais agressores
que podem, de acordo com Martins (2010), desencadear doenças do aparelho respiratório, doenças
de pele, irritações nos olhos, fadiga, dores de cabeças, náuseas e várias outras consequências.
Na atividade de pintura, por utilizar materiais como tintas, solventes, vernizes e outras substâncias
químicas perigosas, o uso de EPI (Equipamento de proteção individual) se torna indispensável, pois
os riscos químicos nela envolvidos são muito agressivos à saúde do profissional, principalmente por
se tratar de uma atividade realizada em um espaço fechado apenas com ventilação artificial. O
funcionário responsável pela pintura recebeu da empresa todos os EPIs necessários e, neste caso,
utiliza-os frequentemente, sempre que realiza a atividade. O ruído desta atividade é emitido pelos
compressores de ar utilizados para a atividade, e pelo fato de ser uma cabine fechada o torna mais
intenso para o trabalhador, portanto, o uso de protetor auricular é indispensável. Dentro da cabine
durante a atividade, o calor pode se tornar um risco nos dias mais quentes, o que pode influenciar no
cansaço físico e mental do trabalhador. As substâncias químicas utilizadas para a pintura como tintas,
solventes, vernizes e thinners são prejudiciais à saúde humana, e ainda são intensificados pelo
ambiente fechado. Semelhante ao estudo de Graciano (2013), o funcionário não recebeu o
treinamento adequado para a atividade, e ainda, não existe programa de capacitação na empresa, ou
seja, os funcionários não receberam as orientações de segurança no trabalho.
Na análise preliminar de risco do setor de polimento (Tabela 4), estão expostos os riscos que
envolvem a atividade. Essa operação não possui muitas etapas, porém possui vários riscos que podem
gerar acidentes e desencadear doenças ao longo do tempo.
O ruído é um grande risco físico presente na atividade de lavagem, esse ruído é emitido dos
compressores de ar usados para aplicação de produtos e para a bomba d’agua. O funcionário não
utiliza protetor auricular, e segundo relato deste, o ruído do local incomoda bastante, e em alguns dias
desenvolve dores de cabeça.
Após as análises dos riscos que envolvem as operações da empresa, foi possível apresentar a
Tabela 6, que representa, de forma geral, todos os riscos levantados na empresa, relacionando cada
tipo de risco de acordo com sua natureza, apresentando os EPIs e EPCs (Equipamentos de Proteção
Coletiva), necessários e medidas para controle e mitigação dos riscos.
Observando a Tabela 6, é possível analisar os riscos encontrados em toda a empresa. O ruído foi
um dos riscos mais frequentes encontrados e está presente em praticamente todos os ambientes,
devido a sua forma de propagação. Como já foi ressaltado por Graciano (2013), os funcionários não
utilizam o protetor auricular, apesar de terem recebidos em uma das oficinas observadas por ela. Na
empresa analisada, apenas o pintor recebeu os EPIs corretamente, enquanto que os demais
funcionários nunca receberam tais equipamentos, e seu uso também é negligenciado por parte dos
funcionários e proprietário.
Analisando as atividades da oficina, percebe-se que os funcionários permanecem em posições
inadequadas e a variação de posição é muito grande, ou seja, o trabalho exige muito deslocamento
com forte movimentação e várias vezes se submete a esforços repetitivos de risco, confirmando as
afirmações feita por Graciano (2013). Os riscos químicos, principalmente o de manuseio de produtos
químicos corrosivos, são bastante comuns na manutenção de veículos e, semelhante ao caso de
Graciano (2013), os funcionários não utilizam luvas para o manuseio, tendo assim, contato direto com
a pele. Devido ao calor nos dias mais quentes, esses produtos químicos emitem gases que são um
risco para a saúde, portanto, o uso de máscara respiratória é importante para o manuseio dessas
substâncias.
Durante o estudo na empresa, também percebeu-se que nenhum dos funcionários recebeu o
treinamento de segurança adequado para o desenvolvimento de suas atividades e pouco sabem sobre
os riscos que estão expostos e sobre segurança do trabalho. Recomenda-se o treinamento adequado
para todos os funcionários da empresa, inclusive o proprietário, pelo fato de ajudar nas atividades
diárias. Outro aspecto importante a ser corrigido é a desorganização de trabalho. Nesse sentido, é
aconselhável uma conscientização dos funcionários sobre organização no trabalho a fim de eliminar
certos atos inseguros dos funcionários, como o uso inadequado de certas ferramentas, improvisos
inseguros, alocar ferramentas e equipamentos em locais inapropriados e principalmente a falta de
atenção no trabalho. Outro fator a ser considerado na desorganização, é a falta de sinalização de
segurança. Assim, sugere-se o uso de avisos, fitas zebradas para isolar área de objetos suspensos, e
principalmente, a sinalização e desobstrução dos equipamentos de segurança.
Para o controle dos riscos ergonômicos envolvidos nas atividades, aconselha-se um programa de
ginástica laboral, principalmente para o funcionário do setor de preparação, por se submeter a
esforços repetitivos durante o trabalho, pequenas pausas regulares para alívio das articulações.
Quanto às máquinas e equipamentos, sugere-se uma programação de manutenção, com o objetivo
de verificar as condições dos fios elétricos, estado das peças e lubrificação. A NR 6 obriga por força
de lei a entrega dos EPIs pela empresa, bem como a fiscalização da utilização correta dos mesmos, e
ainda atribui aos funcionários a obrigação da utilização, guarda e conservação de seus equipamentos.
Portanto, é de suma importância que a empresa entregue os EPIs, visto que apenas um funcionário, o
pintor, possui e utiliza os equipamentos. A Tabela 7 aponta todos os EPI’s necessários para todos os
setores operacionais da empresa.
Após análise dos dados obtidos, realizou-se o layout do Mapa de risco (Fig. 1), separados de
acordo com cada segmento da empresa. De acordo com o mapa de risco, pode-se verificar a
distribuição geral dos riscos encontrados na empresa. Um aspecto a ser ressaltado é em relação ao
risco biológico. O mesmo encontra-se apenas nos sanitários, um risco comum do dia a dia a que todos
estão sujeitos, portanto, não foi apontando pelo quadro de riscos, pois não é relevante para as
operações da empresa. No entanto, ao mapear os riscos da empresa, deve-se aponta-lo em seu
respectivo local. O layout utilizado nos mapas de riscos foram realizados com base nas observações
dos locais e com auxílio do proprietário da empresa, utilizando de softwares como MS Project Visio
e MS PowerPoint. Vale ressaltar que os três mapas de riscos apresentados foram aqui unidos para
facilitar o entendimento. Também, foram feitos exclusivamente para a apresentação dos resultados
desta pesquisa, deixando opcional para o proprietário sua utilização na empresa, visto que a mesma
não possui um mapeamento de riscos.
Fonte: Os autores.
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei nº8.213, de 21 de julho de 1991, dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social e dá outras providências. MPAS, Brasília/DF: Diário Oficial da União de 14 de
agosto de 1991.
LOUSA, Ana Rita Bolinhas. Identificação de perigos e avaliação de riscos profissionais de uma
oficina automóvel. 2014. Tese de Doutorado. Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico
de Setúbal.