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TEORIA GERAL

DO SEGURO

Rio de Janeiro
2016
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FUNENSEG

E73t Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Teoria geral do seguro/Supervisão e Coordenação metodológica da Diretoria de Ensino
Técnico; assessoria técnica de Alessandra de Souza Teixeira. -- Rio de Janeiro: Funenseg, 2016.
214 p.; 28 cm

1. Seguro – Teoria. I. Teixeira, Alessandra de Souza. II. Título.

0015-1614 CDU 368:658.11(072)

REALIZAÇÃO

Escola Nacional de Seguros


SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA

Diretoria de Ensino Técnico


ASSESSORIA TÉCNICA

Alessandra de Souza Teixeira – 2016


CAPA

Coordenadoria de Comunicação Social


DIAGRAMAÇÃO

Info Action Editoração Eletrônica


A
Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diversas
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um
mercado de seguros, previdência complementar, capitalização
e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho


para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes
e a competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.


4 TEORIA GERAL DO SEGURO
Sumário

1 O SISTEMA SNSP
O Seguro no tempo
9
11
Evolução 11
O Desenvolvimento do Seguro de Vida 12
As Primeiras Leis do Seguro 12
O Seguro no Brasil 12
O Surgimento e o Desenvolvimento da Indústria do Seguro 12
Sistema Nacional de Seguros Privados – SNSP 15
CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados 16
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados 16
Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados (Seguradoras) 17
Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC 17
Empresas de Resseguro 17
Corretores de Seguros 17
Fixando Conceitos 1 19

2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SEGURO


Finalidade do Seguro
21
23
Definições de Seguro 23
Elementos Básicos e Essenciais do Seguro 23
Risco 24
Segurado 25
Segurador ou Seguradora 26
Prêmio 26
Indenização 27
Características do Seguro 28
Divisão e Classificação do Seguro 28
Quanto à Responsabilidade pela sua Operação 28
Quanto à Natureza 29
Quanto à Classificação dos Seguros 29
Ramos Elementares e Suas Características 29
Ramo e Plano de Seguro 30
Garantias 32
Classificação das Garantias 32
Fixando Conceitos 2 35

SUMÁRIO 5
3 O CONTRATO DE SEGURO
Disposições Contratuais
41
43
Características do Contrato 44
Tipos de Plano de Seguro e Nova Codificação para Ramos 44
Instrumentos Contratuais 45
Proposta 45
Apólice 45
Tipos de Apólices 47
Endosso 48
Outros Instrumentos Contratuais 48
Fixando Conceitos 3 49

4 OPERAÇÃO DO SEGURO
Riscos Cobertos
53
55
Riscos Não Cobertos ou Excluídos 55
Importância Segurada (IS) ou Limite Máximo de Garantia (LMG) 56
Classificação e Tipos de Prêmio 57
Valor Matemático do Risco (VM) 58
Custo Médio dos Sinistros (CM) 59
Prêmio Estatístico e Prêmio Puro 60
Taxa Estatística 63
Prêmio Comercial 64
Taxa Comercial 66
Prêmio Bruto 66
Parcelas que Compõem o Prêmio Bruto 67
Cobrança de Prêmio 73
Prazo de Vigência do Seguro 73
Seguro a Prazo Curto 73
Seguro a Prazo Longo (Plurianual) 77
Fixando Conceitos 4 81

5 PROCESSO DE SINISTRO
Etapas do Processo de Sinistro
91
93
Apuração de Danos 93
Regulação 93
Liquidação 95
Prejuízos Indenizáveis 95
Salvados 95
Indenização 95
Franquia 96
Participação Obrigatória do Segurado (POS) 98
Valor de Novo e Valor Atual 99
Depreciação 99
Fixando Conceitos 5 101

6 TEORIA GERAL DO SEGURO


6 SEGUROS PROPORCIONAIS E SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS
Seguros Proporcionais
105
107
Seguro a Risco Total 107
Seguro a Primeiro Risco Relativo 111
Seguros com Cláusula de Rateio Parcial 113
Seguro pelo Valor de Novo (VN) 115
Seguros Não Proporcionais 120
Seguro a Segundo, Terceiro ... Enésimo Risco Absoluto 121
Reintegração da Importância Segurada ou Limite Máximo de Garantia 122
Concorrência de Apólices 123
Fixando Conceitos 6 125

7 MECANISMOS DE PULVERIZAÇÃO DO RISCO


Cosseguro
135
137
Cosseguro Facultativo 138
Cosseguro Obrigatório 139
Resseguro 141
Funções do Resseguro 141
Planos de Resseguro 142
Retrocessão 146
Fixando Conceitos 7 147

ESTUDOS DE CASO 151

GLOSSÁRIO 153

ANEXOS 159
Anexo 1 – Modelo de Proposta de Seguro de Vida Individual 161
Anexo 2 – Modelo de Apólice de Seguro de Acidentes Pessoais 163
Anexo 3 – Modelos de Bilhetes de Seguros Obrigatórios (DPEM e DPVAT) 165
Anexo 4 – Modelo de Endosso de Acidentes Pessoais 167
Modelo de Endosso sem Movimento 169
Modelo de Endosso de Substituição de Veículo 170
Anexo 5 – Modelo de Averbação 171
Anexo 6 – Modelo de Certificado de Seguro 173
Anexo 7 – Codificação dos Ramos de Seguros 175
Anexo 8 – Circular SUSEP 458, de 19 de dezembro de 2012 197
Anexo 9 – Modelo de Apólice de Seguro de Automóvel 199
Anexo 10 – Circular SUSEP 394, de 30 de outubro de 2009 201

GABARITO 203

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 213

SUMÁRIO 7
8 TEORIA GERAL DO SEGURO
1
O SISTEMA SNSP

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Compreender a importância do seguro ao longo da história da humanidade.
• Entender o organograma do Sistema Nacional de Seguros Privados.
• Segmentar as instituições integrantes do Sistema Nacional de Seguros Privados.
• Conhecer a função de cada órgão pertencente ao Sistema Nacional de Seguros Privados.

UNIDADE 1 9
10 TEORIA GERAL DO SEGURO
O SEGURO NO TEMPO

A
luta por melhores condições de vida envolve, entre outros
aspectos, a constituição de um patrimônio e de uma renda familiar,
os quais são acumulados em anos de trabalho e que podem
ser perdidos, de uma hora para outra, em virtude da exposição a riscos
imprevisíveis e inevitáveis.

A necessidade de proteção contra o perigo, a incerteza quanto ao futuro


e a possibilidade de perdas dos bens e da receita da família e do indivíduo
acompanham o homem em sua evolução.

O conhecimento dos fatos históricos que marcaram o desenvolvimento da


atividade securitária ao longo dos séculos serve como paradigma que busca,
nos acontecimentos passados, os fundamentos para o desenvolvimento Necessidade de controlar
de técnicas capazes de conhecer os riscos em suas várias formas. riscos
O Homem sempre esteve preocupado com
a estabilidade de sua existência. Por sofrer
Viver envolve riscos. Se, no passado, o homem corria o risco de ser atacado por as consequências das variações climáticas
uma fera, ou morrer de frio ou fome, hoje enfrenta os riscos ambientais que e dos perigos da vida, desde a antiguidade
afetam seu patrimônio e sua saúde, esta última sendo, também, afetada por procurava se organizar em grupos para
ter mais força e garantir o sustento e a
outros riscos originados na falta ou em excessos na sua alimentação, doenças segurança. Com o tempo, a evolução
novas cujas curas ainda não existem e no próprio estilo de vida do indivíduo. das atividades comerciais mostrou a
Portanto, o Homem evoluiu, e os riscos o acompanharam nessa mudança. necessidade de proteção também contra
os prejuízos financeiros. E foi dessa forma,
justamente buscando garantir as finanças
Nossa história recente registrou fatos cuja probabilidade foi constatada após e diminuir a insegurança nas atividades
a sua ocorrência, e não ao contrário, como deveria ser, para que os indivíduos cotidianas, que surgiu o seguro.

se prevenissem. Por isso, conhecer um pouco da história do seguro nos mostra O seguro nasceu da necessidade de o
o caminho que o mercado segurador trilhou até chegar aos dias de hoje. Homem controlar o risco. Existem indícios
que já na Babilônia, 23 séculos antes
de Cristo, caravanas de cameleiros que
Se pudéssemos encontrar uma palavra para definir o surgimento da atividade cruzavam o deserto mutualizavam entre
de seguros, certamente essa palavra seria solidariedade. si os prejuízos com morte de animais.
Na China antiga e no Império Romano,
também havia seguros rudimentares,
através de associações que visavam
EVOLUÇÃO ressarcir membros que tivessem algum
tipo de prejuízo.

Durante o Império Romano, foram organizadas sociedades de socorro e ajuda


mútua, denominadas collegia, destinadas a prestar ajuda nas enfermidades
ou quando ocorria o óbito de um de seus membros.

Os membros dessas sociedades contribuíam antecipadamente para a criação de


um fundo que responderia pelos gastos ocasionados pelos riscos cobertos.

Os romanos também criaram tábuas, que consideravam a idade e a


esperança de vida dos indivíduos em anos.

Como os ramos de seguros têm seus fundamentos técnicos baseados nos


princípios, leis estatísticas e na ciência atuarial, as tábuas de mortalidade
e as fórmulas atuariais que subsidiam a taxação dos prêmios são, hoje,
indispensáveis à formação das notas técnicas dos planos de seguro.

UNIDADE 1 11
O Desenvolvimento do Seguro de Vida
Com o desenvolvimento da Teoria das Probabilidades, associada à estatística, o
Seguro de Vida tomou grande impulso, passando a evoluir em bases técnicas
e científicas.

Os estudos sobre a esperança de vida e a matemática, aplicados à ciência


atuarial, tiveram grande desenvolvimento na Inglaterra, considerada o berço
do Seguro de Vida. Em função disso, a maior parte dos símbolos empregados
nas fórmulas atuariais são iniciais de palavras da língua inglesa.

A primeira apólice de vida de que se tem conhecimento foi emitida no século


XVI na cidade de Londres, onde, também, foi criada a primeira sociedade de
Seguro de Vida – The Society of Insurance for Widows and Orphans.

No século XVII, na França, o napolitano Lorenzo Tonti desenvolveu um


sistema de seguros, denominado “Tontinas”, formado por pessoas com
idade e características semelhantes, que contribuíam durante um período
determinado com um capital, garantindo, após determinado período de
tempo, o recebimento de uma renda vitalícia.

As Primeiras Leis do Seguro


Sob a denominação de transferência de riscos, encontramos o assunto seguro
em dispositivos elaborados pelo Homem no curso da sua história: da Lei das
Doze Tábuas (450 a.C.), passando pelo Código de Hamurabi e pelo Império
da Babilônia, chegando até o Código Napoleônico.

Em 1601, foi promulgada primeira lei inglesa, tratando do assunto “seguros”,


bem como foi criado o primeiro tribunal destinado a arbitrar disputas surgidas
em matéria de seguros.

O parlamento inglês promulgou, no final do século XVIII, uma lei exigindo


que os contratos de Seguro de Vida somente seriam válidos se houvesse
interesse segurável.

Foi o passo definitivo para que o Seguro de Vida se consolidasse, convertendo-se


numa doutrina com conteúdo científico.

O SEGURO NO BRASIL
O Surgimento e o Desenvolvimento
da Indústria do Seguro
No Brasil, o seguro surgiu em 1808, em consequência da vinda da família
real para o Brasil, acossada pelas tropas de Napoleão Bonaparte, resultando
na abertura dos portos às nações amigas. A primeira seguradora brasileira,
a Companhia de Seguros Boa-Fé, foi fundada em 24/02/1808 e regulada e
dirigida pela Casa de Seguros de Lisboa, com a finalidade de operar no Seguro
Marítimo.

Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis portuguesas.


A Previdência Privada (atual Previdência Complementar) surgiu em 1835,
com a criação do Mongeral – Montepio Geral de Economia dos Servidores
do Estado.

12 TEORIA GERAL DO SEGURO


Em 1850, foi promulgado o Código Comercial Brasileiro; é a partir desse
momento que o seguro marítimo foi pela primeira vez estudado e regulado Outras curiosidades
em todos os seus aspectos, sendo estabelecidos os direitos e deveres Cerca de 2.500 anos antes de Cristo,
os cameleiros da Babilônia, preocupados
das partes contratantes. com as constantes perdas nas caravanas,
instituíram uma forma mutualística de
Este código foi de fundamental importância para o desenvolvimento do amparar o companheiro prejudicado,
seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que mediante um acordo através do qual as
perdas ocorridas durante a expedição
passaram a operar não só com o seguro marítimo, expressamente previsto na seriam rateadas entre todos.
legislação, mas também com o seguro terrestre.
Os navegadores fenícios e hebreus
também rateavam os prejuízos ocorridos
Porém, esse Código foi parcialmente revogado pelo Código Civil – Lei
durante as suas viagens, principalmente
10.406, de 10 de janeiro de 2002. nos mares Egeu e Mediterrâneo.

“Tranquilidade” foi a primeira Companhia de Seguros de Vida autorizada No século XII d.C., surgiu uma modalidade
de seguro chamada de Contrato de
a funcionar no Brasil, em 1855, com sede no Rio de Janeiro, e a primeira a
Dinheiro a Risco Marítimo, em que um
comercializar Seguro de Vida. financiador emprestava ao navegador
o dinheiro no valor da embarcação.
O Decreto 4.270, de 1901, regulou as operações de seguros no Brasil e criou Se a embarcação se perdesse, o navegador
não devolvia o dinheiro emprestado,
as Inspetorias de Seguros, subordinadas ao Ministério da Fazenda. mas, se a embarcação chegasse intacta
ao seu destino, o dinheiro emprestado
Em 1916, ocorreu o maior avanço de ordem jurídica no campo do contrato de era devolvido ao financiador, acrescido
seguro com a promulgação do Código Civil brasileiro (substituído pelo atual de juros.
Código Civil brasileiro de 2002). Com ele foram fixados os princípios essenciais No mesmo século XII, o Papa Gregório IX
do contrato de seguros e disciplinados os direitos e obrigações das partes, de proibiu a realização de Contratos de Dinheiro
modo a evitar e dirimir conflitos entre os interessados. Foram esses princípios a Risco Marítimo e, consequentemente,
fundamentais que garantiram o desenvolvimento da instituição do seguro. surgiu uma forma similar de seguro
denominada Feliz Destino, na qual um
banqueiro comprava a embarcação, com
Em 1929, surgiu a capitalização, com a criação da SulAmérica Capitalização S.A. a previsão de recompra pelo vendedor.
Se a embarcação chegasse sem sofrer
No ano de 1932, foi fundado o Primeiro Sindicato dos Corretores de Seguros, qualquer sinistro, a Cláusula de Recompra
era acionada, e o banqueiro revendia
e, em 1933, foi fundado o Primeiro Sindicato das Seguradoras, ambos a embarcação ao proprietário original
no Rio de Janeiro. por um valor maior. Se a embarcação
e/ou a carga se perdesse, o dinheiro
adiantado pelo banqueiro corresponderia
O IRB-Instituto de Resseguros do Brasil –, hoje IRB-Brasil Resseguros S/A,
à indenização pelo sinistro.
foi fundado em 1939. Desde então, as entidades seguradoras passaram a
ressegurar no IRB as responsabilidades que excedessem sua capacidade de Em 1347, surgiu em Gênova, Itália, o
retenção própria, que, através da retrocessão, passou a compartilhar o risco primeiro contrato de Seguro Marítimo,
com a emissão de apólice de seguro.
com as sociedades seguradoras em operação no Brasil.

Em 1951, foi criada a FENASEG – Federação Nacional de Empresas de Seguros


Privados e de Capitalização –, entidade de representação sindical do mercado
segurador.

Em 1966, foi publicado o Decreto-Lei 73, que reformulou a política de seguros


no Brasil e criou o SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados –, constituído
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); Superintendência de
Seguros Privados (SUSEP); Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); sociedades
autorizadas a operar em seguros privados; e corretores habilitados –, sendo
considerado uma referência em termos de legislação, devido a seu alcance
e abrangência.

Em 1968, foi fundada a FENACOR – Federação Nacional dos Corretores de


Seguros Privados, de Capitalização, de Previdência Privada e das Empresas
Corretoras de Seguros.

Uma entidade sindical, de grau superior, de âmbito nacional, reconhecida


como entidade coordenadora dos interesses da categoria econômica
dos corretores de seguros e de Capitalização.

UNIDADE 1 13
Em uma Assembleia Geral Extraordinária de 11/10/2007, a Fenacor teve sua
denominação social alterada para Federação Nacional dos Corretores de
Seguros Privados, de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada e
das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros.

O mercado de seguros, ciente das necessidades de formação técnica e


aprimoramento das ciências do seguro, criou, em 1971 a FUNENSEG – Fundação
Escola Nacional de Seguros –, responsável pelo ensino e divulgação do seguro
no Brasil. Atualmente, a FUNENSEG chama-se Escola Nacional de Seguros
e é mantenedora da ESNS – Escola Superior Nacional de Seguros –, única
instituição de ensino superior a oferecer curso de graduação em Administração
com Ênfase em Seguros e Previdência.

No ano de 1998, foi criado o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de


Seguros Privados, de Previdência Complementar Aberta e de Capitalização
– CRSNSP – como um órgão colegiado, integrante da estrutura básica do
Ministério da Fazenda e que tem por finalidade o julgamento, em última instância
administrativa, dos recursos de decisões dos órgãos fiscalizados do SNSP.

Em 2007, em virtude da necessidade de um novo modelo de representação


institucional, a FENASEG dividiu-se em quatro federações.

Em agosto de 2008, foi criada a Confederação Nacional das Empresas


de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e
Capitalização – CNseg –, em assembleia, pelas federações associativas.
A CNseg é a entidade máxima de representação institucional do mercado segurador,
entendido como o conjunto dos setores de seguros, Previdência Complementar
Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização, tendo como missão:

• congregar as principais lideranças;


• coordenar as ações políticas;
• representar o mercado junto às instituições nacionais e internacionais;
• elaborar o planejamento estratégico do segmento; e
• desenvolver atividades comuns aos interesses das federações.

Cabem às federações a execução das funções e o desenvolvimento de ações


no interesse específico das áreas representadas, ou seja:

• a FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) – atua na área de


Seguros Gerais;

• a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) – atua


na área de Previdência Complementar Aberta;

• a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) – atua na


área de Saúde Complementar privada; e

• a FENACAP (Federação Nacional de Capitalização) – atua na área de


capitalização.

A FENASEG ainda continua sendo a entidade de representação sindical do


mercado segurador. A ela estão filiados os oito Sindicatos Regionais: Bahia
(Sergipe/Tocantins), Minas Gerais, Pernambuco (Norte/Nordeste), Paraná,
Rio de Janeiro/Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Em junho de 2012, a SUSEP iniciou a normatização e a regulamentação do


Microsseguro, cuja operação tem um mercado principal estimado para atingir
128 milhões de brasileiros.

14 TEORIA GERAL DO SEGURO


SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS
PRIVADOS – SNSP
O SNSP foi instituído pelo Governo Federal, por meio do Decreto-Lei 73/1966
(art. 8o):

“Art. 8o Fica instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, regulado


pelo presente Decreto-lei e constituído:

a) do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;


b) da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;
c) do Instituto de Resseguros ao Brasil – IRB;
c) dos resseguradores; (Redação dada pela Lei Complementar no 126,
de 2007)
d) das Sociedades autorizadas a operar em seguros privados;
e) dos corretores habilitados.”

A promulgação da Lei Complementar 126/07, de 15/01/07, processou a


abertura do resseguro, e, portanto, o IRB-Brasil Resseguros S/A deixou de
ser o ressegurador único. Atualmente, existem vários outros resseguradores
atuando no mercado.

Em 1998, foi criado o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros


Privados, de Previdência Complementar Aberta e de Capitalização – CRSNSP –
como um órgão colegiado, integrante da estrutura básica do Ministério
da Fazenda e que tem por finalidade o julgamento, em última instância
administrativa, dos recursos de decisões dos órgãos fiscalizados do SNSP.

A estrutura do SNSP passou a ser a seguinte:

Estrutura do SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados

Ministério
da Fazenda

CNSP
Conselho Nacional
de Seguros Privados

SUSEP
Superintendência
de Seguros Privados

Sociedades
Entidades Abertas
Autorizadas a Empresas de Corretores
de Previdência
Operarem em Resseguro de Seguros
Complementar
Seguros Privados

UNIDADE 1 15
Os órgãos do SNSP estão subordinados ao Ministério da Fazenda, que
Isto é básico cuida basicamente da formulação e execução da política econômica.
CNSP – dá as diretrizes Tem como área de competência, entre outras, a moeda, o crédito, as
e normas da política de
instituições financeiras, a capitalização, a poupança popular, os seguros
seguros privados no Brasil.
privados e a Previdência Complementar Aberta, exceto Saúde
SUSEP – regula, supervisiona, Suplementar e Capitalização.
controla, fiscaliza e incentiva
as atividades de seguro O Sistema de Saúde Privada e Suplementar é da competência do Ministério
no Brasil. da Saúde através do CONSU – Conselho Nacional de Saúde Suplementar –
e da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar.

O órgão que integra as Empresas de Capitalização é o Sistema Nacional de


Capitalização (SNC).

As atribuições de cada um desses órgãos são:

CNSP – Conselho Nacional de Seguros


Privados
É o órgão governamental encarregado da fixação das diretrizes e normas da
Importante política de seguros privados no Brasil, entre outras atribuições, e é composto
O CNSP será presidido pelo ministro de
Estado da Fazenda e, na sua ausência,
pelos seguintes membros:
pelo superintendente da SUSEP.
• ministro de Estado da Fazenda ou seu representante;
• representante do Ministério da Justiça;
• representante do Ministério da Previdência e Assistência Social;
• superintendente da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;
• representante do Banco Central do Brasil; e
• representante da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

SUSEP – Superintendência de Seguros


Privados
É o órgão responsável pela regulação, supervisão, controle, fiscalização e
incentivo das atividades de seguros, Previdência Complementar Aberta,
capitalização e resseguro (resseguradores, seguradoras, corretores de
seguros, corretores de resseguro). É uma autarquia vinculada ao Ministério
da Fazenda.

A esse órgão são encaminhadas as denúncias dos segurados contra as


seguradoras, corretores de seguros e outros órgãos do mercado de seguros.

16 TEORIA GERAL DO SEGURO


Sociedades Autorizadas a Operarem em
Seguros Privados (Seguradoras)
A Importância do
Empresa autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) a
resseguro
Até junho de 2012, as perdas globais com
funcionar no Brasil como tal e que, recebendo o prêmio, assume o risco catástrofes naturais somaram US$ 26
e garante a indenização em caso de ocorrência de sinistro amparado pelo bilhões. Deste número, US$ 12 bilhões
contrato de seguro. segurados e ressegurados, segundo a
Resseguradora Munich RE.

Entidades Abertas de Previdência


Complementar – EAPC
São aquelas constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas,
que têm por objetivo principal instituir planos que podem ter coberturas de
morte, invalidez ou sobrevivência.

Empresas de Resseguro
São as empresas legalmente constituídas com a finalidade de operar o
resseguro, entendido como sendo a transferência de riscos de uma seguradora
para um ressegurador.

Conforme disposições do artigo 4 o da Lei Complementar 126/2007, as


operações de resseguro e de retrocessão podem ser realizadas com os
seguintes tipos de resseguradores:

• ressegurador local – ressegurador sediado no país constituído sob a


forma de sociedade anônima, tendo por objeto exclusivo a realização de
operações de resseguro e retrocessão;

• ressegurador admitido – ressegurador sediado no exterior, com escritório


de representação no país, que, atendendo às exigências previstas na
citada Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro
e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal no órgão fiscalizador de
seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão; e Observação
Conforme denominado pelo Art. 50 da
• ressegurador eventual – empresa resseguradora estrangeira sediada no Resolução 68/07, do CNSP, as empresas
que pretenderem atuar no país como
exterior sem escritório de representação no país, que, atendendo às resseguradores locais deverão enviar à
exigências previstas na citada Lei Complementar e nas normas aplicáveis SUSEP um requerimento de autorização,
à atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrada como tal e as interessadas em funcionar como
no órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro e resseguradores admitidos ou eventuais
deverão se cadastrar também na SUSEP.
retrocessão.

Corretores de Seguros
Pessoas físicas ou jurídicas, intermediários legalmente autorizados a angariar
e promover contratos de seguros entre as seguradoras e as pessoas físicas ou
jurídicas de direito privado.

UNIDADE 1 17
18 TEORIA GERAL DO SEGURO
Fixando Conceitos 1

[1] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
O mercado de seguros no Brasil desenvolveu-se ao longo dos anos. Órgãos
foram criados e legislações incorporadas ao sistema, de forma a aprimorá-lo.
Dentre essas legislações, uma delas reformulou a política de seguros no Brasil
e criou o Sistema Nacional de Seguros Privados, sendo considerada uma
referência, em termos de legislação, pelo seu alcance e abrangência. Estamos
nos referindo ao:

(a) Código Civil Brasileiro.


(b) Código Comercial.
(c) Código de Defesa do Consumidor.
(d) Decreto-Lei 73/66.
(e) Decreto das S/A.

[2] CORRELACIONE AS COLUNAS ABAIXO E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

Em relação ao Sistema Nacional de Seguros Privados, associe os seus órgãos


às suas respectivas atribuições:

1) O CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados.


2) A SUSEP – Superintendência de Seguros Privados.
3) A Sociedade Autorizada a operar em seguros privados.

( ) Determina as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil.


( ) Assume e gere os riscos que lhe são transferidos pelos segurados, de
acordo com os critérios técnicos e administrativos regulamentados.
( ) Executa a supervisão da atividade de seguros.
( ) Fiscaliza as seguradoras.
( ) É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) 1,1,2,3,3
(b) 1,1,3,3,3
(c) 1,2,1,3,3
(d) 2,2,1,3,3
(e) 1,3,2,2,2

FIXANDO CONCEITOS 1 19
Fixando Conceitos 1

[3] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
O órgão governamental que fixa as diretrizes e normas da política de seguros
privados no Brasil, entre outras atribuições, é o (a):

(a) SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados


(b) SUSEP – Superintendência de Seguros Privados.
(c) CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados.
(d) Ministério da Fazenda.
(e) Banco Central do Brasil.

[4] ANALISE SE AS PROPOSIÇÕES SÃO VERDADEIRAS OU FALSAS E DEPOIS


MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Sobre o surgimento e o desenvolvimento da indústria do seguro no Brasil,


podemos afirmar:

( ) O seguro surgiu em consequência da vinda da família real para o Brasil,


resultando na abertura dos portos às nações amigas.
( ) A previdência privada surgiu com a criação do Mongeral, e a capitalização
com a criação da Sul América Capitalização S.A.
( ) O Código Comercial Brasileiro surgiu para estabelecer os direitos e deveres
das partes contratantes.
( ) Foi o Decreto 4.270 que regulou as operações de seguros no Brasil e criou
as companhias de seguros, subordinadas ao Conselho Monetário.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) V,V,F,V
(b) V,V,V,F
(c) V,F,F,F
(d) V,V,F,F
(e) F,F,V,F

[5] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

O órgão responsável pela regulação, controle, fiscalização e incentivo das


atividades de seguros, previdência, capitalização e resseguro é o (a):

(a) IRB-Brasil Resseguros S. A.


(b) Comissão de Valores Mobiliários.
(c) Ministério da Fazenda.
(d) Conselho Nacional de Seguros Privados
(e) Superintendência de Seguros Privados.

20 TEORIA GERAL DO SEGURO


2
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DO SEGURO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Definir seguro e compreender a sua finalidade.
• Identificar os elementos básicos e essenciais do seguro.
• Conceituar cada elemento básico e essencial do seguro.
• Conhecer as características inerentes ao seguro.
• Dividir e classificar o seguro quanto à responsabilidade pela sua operação.
• Dividir e classificar o seguro quanto à natureza.
• Dividir e classificar o seguro quanto aos ramos.
• Classificar e distinguir as garantias.

UNIDADE 2 21
22 TEORIA GERAL DO SEGURO
FINALIDADE DO SEGURO
A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico
perturbado, sendo vedada, por lei, a possibilidade de se revestir do aspecto Isto é básico
de jogo ou de dar lucro ao segurado. O seguro não pode ser um jogo e nem dar
lucro ao segurado.

O seguro foi criado em função da necessidade de proteção contra o


perigo, da incerteza do futuro e de imprevisibilidade dos acontecimentos.
Progressivamente, foi aperfeiçoado, constituindo-se atualmente em um
mecanismo de atuação, também, no campo macroeconômico, uma vez que
promove a acumulação de recursos, por meio da formação das reservas
inerentes à atividade, além de contribuir para formar poupança interna e
para gerar investimentos no país.

A finalidade do seguro está, portanto, vinculada à proteção dos indivíduos, da


família e da própria sociedade, podendo, assim, ser dita de natureza particular, Exemplo
mas que atinge, consequentemente, objetivo de ordem social ao preservar Quando um indivíduo morre, pode
ser que sua família fi que econômica e
condições de sustento individual ou familiar. financeiramente desamparada, o que
vem a ser um problema de ordem social.
O mesmo acontece em caso de invalidez,

DEFINIÇÕES DE SEGURO com a perda da capacidade laborativa do


responsável pelo sustento da família.

Entre as diversas definições de seguro, destacamos as seguintes, por citarem


em seu conteúdo os elementos básicos do seguro:

“Contrato, pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de


prêmio, a indenizar outra de um perigo ou prejuízo eventual.”
(Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

“Operação pela qual, mediante o pagamento de uma pequena


remuneração, uma pessoa se faz prometer para si ou para outrem,
no caso da efetivação de um evento determinado, uma prestação
de uma terceira pessoa que, assumindo um conjunto de eventos
determinados, os compensa de acordo com as leis da estatística e o
princípio do mutualismo.”
(Hermard)

ELEMENTOS BÁSICOS E
ESSENCIAIS DO SEGURO
Na estrutura da operação do seguro, são identificados cinco elementos
básicos e essenciais do seguro: o risco, o segurado, o segurador, o prêmio
e a indenização.

UNIDADE 2 23
Risco
Evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das partes
Risco contratantes e contra o qual é feito o seguro. O risco é a expectativa de sinistro.
É o evento que pode perturbar Sem risco, não faz sentido pensarmos em contratar um seguro.
o equilíbrio econômico.
Sob o ponto de vista legal, o risco constitui o objeto do seguro, pois o segurado
transfere à seguradora, através do seguro, o risco, e não o bem.

Não se faz Seguro de Vida, mas, sim, do evento morte. Não se faz Seguro de
Automóveis, mas, sim, dos riscos que poderiam causar danos ao veículo ou
a sua perda, como, por exemplo, o roubo, a colisão.

Nas operações de seguro, risco é a possibilidade de ocorrência de um


evento aleatório que cause dano de ordem material, pessoal ou mesmo de
responsabilidades. Esse risco é assumido pela seguradora, que se obriga a
indenizar a importância segurada na ocorrência do risco coberto, mediante
o pagamento do prêmio do seguro realizado.

Nas operações de seguro, as condições indispensáveis que definem o risco


como sendo segurável são:

• ser possível – segurar risco impossível seria o mesmo que admitir um


contrato sem objeto.
Exemplo: para contratar um Seguro de Automóveis, é necessário que a
pessoa tenha algum interesse segurável; no caso deste seguro, um veículo.
Se a pessoa não possui um veículo próprio ou sob sua responsabilidade,
não existe bem a ser segurado e, logo, também não há risco segurável;

• ser futuro – considera a possibilidade de um risco. Então, eventos já


ocorridos (sinistros) até o momento da realização do contrato não podem
ser admitidos como riscos e, portanto, não são seguráveis.
Exemplo: não se pode contratar um Seguro de Vida para garantir a morte
de alguém já falecido, como também não se pode contratar o Seguro
de Automóveis para garantir o roubo ou furto se o veículo já estiver
desaparecido por roubo ou furto e assim sucessivamente; e

• ser incerto – a natureza incerta ou aleatória do risco não pode ser


dissociada do contrato do seguro. Logo, só se pode fazer seguro para
garantir riscos incertos, que podem ou não ocorrer, ou, no caso de risco
certo, que tenha data incerta para a ocorrência.
Exemplo: uma pessoa que se atira de um avião, em pleno ar e em grande
altitude, sem paraquedas, sabe as consequências que seu ato pode
acarretar.

Além das condições indispensáveis para que o risco seja segurável, há outras
condições, encontradas na maioria dos ramos de seguro, para os riscos
seguráveis, como:

• independer da vontade das partes contratantes – o risco deve ocorrer


de forma acidental, e não intencional.
Exemplo: se uma pessoa contrata um seguro de um imóvel para garantir
os riscos de incêndio, queda de raio e explosão, e tem a intenção de
incendiá-lo, está descaracterizando a incerteza quanto à ocorrência dos
danos pelo fogo;

24 TEORIA GERAL DO SEGURO


• resultar de sua ocorrência um prejuízo – é necessário que o contratante
tenha algum interesse segurável para que ele ou seu(s) beneficiário(s)
venha(m) a receber indenização, ou seja, a ocorrência do risco deve
comportar uma perda ou prejuízo financeiro.
Exemplo: a ocorrência de um vendaval atingindo um imóvel e danificando-o
estará gerando prejuízo financeiro; e

• ser mensurável – se o risco não puder ser medido, a seguradora não


poderá estabelecer um custo adequado para a sua aceitação.
Exemplo: o risco de acidentes na construção civil.

Classificação dos Riscos


Nas operações de seguros, existe a seguinte classificação de riscos:
Importante
• risco puro – risco no qual só existem duas possibilidades: perder ou não Embora geralmente se utilizem as expressões
riscos puros e riscos par ticulares
perder. Esse tipo de risco é objeto de análise, feita por técnicos de seguro,
com o mesmo significado, nos riscos
ou seja, é segurável. particulares os riscos limitam-se a situações
Exemplo: a possibilidade de morte dos indivíduos é um risco puro. particularizadas, enquanto nos riscos puros
Se ocorrer a morte de alguém, há perda e, se não ocorrer, não há perda; os riscos são generalizados. Vejamos que
em ambos só existem duas possibilidades:
perder ou não perder e, portanto, são
• risco especulativo – risco que envolve três possibilidades: perder, não riscos seguráveis.
perder ou ganhar. Esse tipo de risco não é segurável no mercado de
seguros, uma vez que envolve a possibilidade de ganho, vedado por lei Exemplos: o risco de explosão de uma
indústria é um risco puro, enquanto o
nas operações de seguro. Deve ser tratado com técnicas comerciais. risco de explosão da indústria “X” é um
Exemplo: uma sapataria adquire determinada quantidade de sapatos com risco particular.
a intenção de vendê-los por preço maior. Caso isso aconteça, há ganho.
A possibilidade de choque entre automóveis
Se a mercadoria for vendida pelo mesmo preço, não há perda nem ganho.
é um risco puro, enquanto o choque entre
Entretanto, se o preço de venda for inferior ao da compra, há perda; os veículos de dois indivíduos identificados
é um risco particular.
• riscos fundamentais – riscos impessoais, que resultam de mutações
sociais e econômicas, afetando a coletividade. O tratamento desses riscos
compete ao Estado.
Exemplo: perdas decorrentes de guerra ou inflação; e

• riscos particulares – são aqueles que somente afetam os indivíduos ou


empresas em particular, e não a sociedade, e para os quais, também, só
existem duas possibilidades: perder ou não perder.
Esses são riscos seguráveis, a serem tratados por seguradores particulares.
Exemplo: a morte ou invalidez de um cidadão.

Segurado
É a pessoa física ou jurídica que possui um interesse legítimo relativo a pessoa
ou bem e que transfere à seguradora, mediante o pagamento do prêmio, o
risco de um determinado evento atingir o bem ou a pessoa de seu interesse.
Segurado é a pessoa em nome de quem se faz o seguro.
Vale a pena ler
Em situações específicas, conforme o tipo de seguro contratado, podem existir Os artigos 789 a 802 no
adicionalmente as figuras do estipulante e do beneficiário, assim qualificados: Código Civil Brasileiro sobre
Seguros de Pessoas.
• estipulante – é a pessoa física (natural) ou jurídica que contrata apólice
coletiva de seguros, ficando investida dos poderes de representação dos
segurados perante a sociedade seguradora nos termos da regulamentação
em vigor – art. 801 do Código Civil Brasileiro; e

UNIDADE 2 25
• beneficiário – é a pessoa física (natural) ou jurídica designada pelo
segurado para receber as indenizações devidas pelo segurador ou, ainda,
as pessoas legalmente reconhecidas como habilitadas para este fim.

Na maioria dos ramos de seguro, o segurado é o próprio estipulante e


Sobre Seguro de Vida beneficiário do seguro.
O segurado somente pode ser pessoa
física.

Segurador ou Seguradora
É a pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos contratados
e paga indenização ao segurado, ou ao(s) seu(s) beneficiário(s), no caso de
ocorrência de sinistro coberto. São empresas legalmente constituídas para
assumir e gerir coletividades de riscos, obedecidos os critérios técnicos e
administrativos específicos.

No Brasil, são legalmente constituídas sob a forma de sociedades anônimas,


devidamente autorizadas pelo Ministério da Fazenda, nos termos da legislação
específica. Somente empresas ou sociedades organizadas por ações podem
ser seguradoras.

As principais obrigações da seguradora são gerenciar corretamente os


Importante riscos que lhe são confiados e pagar o prejuízo resultante de risco coberto
Apesar da exigência de que as seguradoras
sejam sociedades anônimas (SA), não há
assumido na ocorrência de sinistro, ou seja, indenizar o beneficiário de
obrigação de que essas SAs sejam de acordo com as condições estabelecidas no contrato.
capital aberto, com ações registradas em
bolsa de valores.
O pagamento devido pelo segurador é feito em espécie ou por meio de
cheques, salvo se convencionada a reposição do bem danificado em razão
da ocorrência de evento coberto pelo seguro, conforme dispõe o art. 776 do
Código Civil Brasileiro.

Prêmio
É a prestação paga pelo segurado, para a contratação do seguro, que se efetiva
com a emissão da apólice por parte da empresa seguradora. É o mesmo que
o custo ou o preço do seguro.

O prêmio é um dos elementos essenciais do contrato de seguro, e a falta de


seu pagamento nas condições legais e contratualmente estabelecidas implica
a dispensa da obrigação de indenizar por parte da seguradora, na forma do
artigo 763 do Código Civil.

O prêmio do seguro pode ser pago de uma só vez pelo segurado ou pelo
estipulante, podendo, ainda, ser fracionado ou dividido em parcelas.

O prêmio deve ser especificado no contrato de seguro, garantindo que


o segurador assuma a responsabilidade de determinado risco. Com o
pagamento do prêmio, o segurado adquire o direito à indenização
previamente combinada, desde que o sinistro corresponda a um risco
coberto pelo contrato de seguro.

26 TEORIA GERAL DO SEGURO


O prêmio pago refere-se a todo o período de vigência do seguro.
Entretanto, as seguradoras denominam prêmio ganho somente a parcela de Importante
prêmio relativa ao período de tempo do risco já passado. A falta de pagamento do prêmio ou
parcelas, nas condições estabelecidas,
implica o cancelamento automático do
Exemplo: se a seguradora emitiu uma apólice anual e decorreram 210 dias contrato, independentemente de qualquer
do prazo do seguro, sem a ocorrência de sinistro no período, o prêmio interpelação judicial ou extrajudicial.
correspondente a 210/365 do prêmio anual é denominado prêmio ganho.

Indenização
É a contraprestação do segurador ao segurado que, com a efetivação do
risco (ocorrência de evento previsto no contrato), venha a sofrer prejuízos de
natureza econômica, tendo direito à indenização acordada.

É considerada como um dos elementos do seguro, por ser a contraprestação


da seguradora ao segurado caso ocorra um sinistro coberto.

Assim sendo, se por um lado o segurado tem por obrigação pagar um prêmio
à seguradora quando contrata um seguro, por outro a seguradora tem por
obrigação efetuar o pagamento de uma indenização ao segurado quando
ocorre um risco coberto pelo contrato de seguro (sinistro).

Exemplo

Suponha que a Empresa “X” tenha negociado com a Seguradora


Imaginária um Seguro de Vida para garantir seus funcionários contra
riscos de morte e invalidez permanente e total por doença, com um
custo mensal de R$ 12.000,00, e que, durante a vigência do seguro,
houve o óbito do funcionário, cabendo à esposa e aos filhos uma
indenização de R$ 100.000,00.

Identificamos, nesse exemplo, os seguintes elementos:

• Estipulante: Empresa “X”


• Seguradora: Imaginária
• Segurados: funcionários da Empresa “X”
• Riscos cobertos: Morte e Invalidez Permanente e Total por
Doença
• Prêmio Mensal: R$ 12.000,00
• Indenização: R$ 100.000,00
• Beneficiários: esposa e filhos do funcionário falecido.

UNIDADE 2 27
CARACTERÍSTICAS DO SEGURO
As características básicas do seguro são: previdência, incerteza e
mutualismo.

• previdência – o seguro oferece proteção às pessoas com relação a perdas


e danos que venham a sofrer no futuro, atingindo a elas próprias ou às
suas propriedades ou bens.
Assim, verificamos que uma pessoa que se preocupa em resguardar a si
ou a seus bens contra os prováveis riscos a que estão expostos no seu
dia a dia, adotando medidas de prevenção e/ou contratando seguro, está
sendo previdente;

• incerteza – na contratação do seguro, sempre há o elemento de incerteza


seja quanto à ocorrência (se vai acontecer), seja quanto à época (quando vai
acontecer). Nos Seguros de Vida, a incerteza refere-se somente à época; e

• mutualismo – é uma característica que se apresenta de diversas formas


Atenção em nosso cotidiano, como, por exemplo, quando um grupo de estudantes
Na atividade de seguros, entende-se se cotiza para realizar uma festa de formatura ao término de seu curso
por mutualismo a reunião de um grupo
de pessoas, com interesses seguráveis ou quando os condôminos incluem em suas cotas condominiais mensais
comuns, que concorrem para a formação um valor destinado à formação de um fundo de reserva para fazer face
de uma massa econômica, com a finalidade às despesas eventuais não orçadas de seu condomínio.
de suprir, em determinado momento,
necessidades eventuais de algumas
daquelas pessoas do grupo ou de parte
do grupo. DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO
DO SEGURO
Os seguros são classificados de acordo com vários pontos de vista, entre eles:
quanto à responsabilidade pela sua operação, quanto aos ramos de seguro
e quanto à sua natureza.

Quanto à Responsabilidade pela sua


Operação
São divididos em seguros sociais e seguros privados:

• seguros sociais – são aqueles operados pelo Estado através da Previdência


Social e incluem a assistência médica, a aposentadoria, a pensão, os
acidentes de trabalho e outros benefícios, como os concedidos no âmbito
do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS; e

• seguros privados – são aqueles operados por empresas privadas de seguro.


Podendo, ou não, ser obrigatórios. Podem apresentar, ainda, características
sociais, como, por exemplo, o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais
Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre – DPVAT.

28 TEORIA GERAL DO SEGURO


Quanto à Natureza Vale a pena ler
Os artigos 778 a 788 do
O Código Civil Brasileiro instituiu uma nova divisão dos seguros em Seguros Código Civil Brasileiro sobre
de Danos e Seguros de Pessoas. Seguros de Danos.

• Seguros de Danos – abrangem os Seguros de Bens, Direitos, Responsabilidades,


Obrigações e destinam-se à reparação, compensação ou satisfação de um
dano sofrido; e

• Seguros de Pessoas – destinam-se a garantir a pessoa contra os riscos a


que está exposta: sua existência, sua integridade física e sua saúde, não
havendo uma reparação de dano ou indenização propriamente dita.

Quanto à Classificação dos Seguros


No que se refere à classificação dos seguros privados, esta foi inicialmente
determinada pelo Decreto 61.589, de 23/10/1967, que mais recentemente foi
modificado pela MP 2.177-44/2001. Com a criação da ANS pela Lei 9.961,
as atribuições que eram do CNSP e da SUSEP passaram para o CONSU e a
ANS, tendo como resultado dessa mudança a retirada do ramo “saúde” da
regulamentação da SUSEP.

A legislação atual classifica os seguros da seguinte forma:

• Ramos Elementares – os que visem garantir perdas e danos, ou


responsabilidades provenientes de riscos de fogo, transporte, acidentes
pessoais e outros eventos que possam ocorrer afetando pessoas, coisas
e bens, responsabilidades, obrigações, garantias e direitos.

• Vida – os que, com base na duração da vida humana, visem garantir


a segurados ou terceiros o pagamento, dentro de determinado prazo
e condições, de quantia certa, renda ou outro benefício.

As sociedades seguradoras autorizadas a operar seguros de pessoas poderão,


também, operar seguro de acidentes pessoais e seguro habitacional, na
forma regulamentada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP –,
e pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.

RAMOS ELEMENTARES E SUAS


CARACTERÍSTICAS
No Brasil, os seguros são divididos em ramos de seguro, e, em alguns casos,
esses ramos são divididos em modalidades.

Através da Circular SUSEP 455, de 6 de dezembro de 2012, foram estabelecidas


novas normas, disciplinando a contabilização dos Ramos de Seguro, o registro
na SUSEP e a elaboração de Planos de Seguro de Danos ou de Pessoas, bem
como introduzidos novos termos, conceitos e respectivas definições.

UNIDADE 2 29
Os Ramos de Seguros estão atualmente classificados e codificados conforme
a Circular SUSEP 395/09, que estabeleceu, para efeitos contábeis, código de
grupo e identificador do ramo para cada ramo de seguro. A Circular SUSEP
395/09 foi recentemente alterada pela circular SUSEP 455/12, que não trouxe
Exemplo grandes modificações, mas apenas a inclusão dos chamados microsseguros
Suponha que a seguradora imaginária na codificação de ramos da autarquia.
que tem uma sucursal em Porto Alegre
(codificada internamente por ela com
o número 06), ao emitir uma apólice É importante que o corretor de seguros conheça a codificação estabelecida
de seguro do Ramo Casco Automóvel pela SUSEP para saber como são feitos os enquadramentos dos diversos ramos
(codificado pela SUSEP no grupo 05 de seguro e para identificar nas estatísticas disponíveis no mercado, a partir
Automóvel com o código 31), adote o
critério de identificação da sucursal/ramo dos códigos de contabilização, a quais ramos se referem.
no estabelecimento do número da apólice.
Ao emitir a 4.529a apólice, indicaria a Além disso, as seguradoras costumam identificar no número da apólice,
seguinte numeração no documento:
através dos códigos de contabilização, a sucursal e o ramo a que se refere o
Número da apólice: 06.31.4529, onde 06 é seguro contratado.
o código da Sucursal, 31 o código do ramo
e 4.529 o número sequencial de emissão Entende-se por grupo o conjunto de ramos que possuem alguma característica
da apólice.
comum. Por exemplo, o Seguro de Roubo, o Seguro contra tumultos, o Seguro
Global de Bancos visam proteger o patrimônio, sendo, assim, dessa forma
classificados pela SUSEP no grupo de Seguros Patrimoniais.

Ramo e Plano de Seguro


O termo ramo engloba o conjunto de coberturas diretamente relacionadas
ao objeto ou objetivo do plano de seguro. Por exemplo, se uma seguradora
oferecer um plano de seguro, cujo objetivo seja conceder cobertura para
cargas transportadas em caminhões, no território nacional, contra os riscos de
acidentes do veículo transportador, que causem dano à carga (tombamento,
capotagem), deverá adotar as coberturas do ramo Transporte Nacional, que
possui, em seu conjunto de coberturas, os riscos de acidentes rodoviários.

A expressão ramo principal se refere ao ramo, dentre todos os incluídos em


um determinado plano de seguro, que melhor vier a caracterizar o referido
plano de seguro, considerando-se as coberturas abrangidas por ele.

Por exemplo, se uma seguradora vier a comercializar um “plano de Seguro


para Academias”, onde esteja definida, como cobertura básica, a indenização
relativa a perdas e danos decorrentes dos riscos de incêndio, raio e explosão,
previstos no ramo de Seguro Compreensivo Empresarial, e mais, sob a forma
de contratação agregada ou facultativa, as coberturas contra os riscos de
alagamento, desmoronamento, roubo e equipamentos estacionários (previstas
no ramo Riscos Diversos) e responsabilidade civil por guarda de veículos de
terceiros (prevista no ramo Responsabilidade Civil Geral), teríamos como ramo
principal o de Seguro Compreensivo Empresarial, já que as coberturas que
melhor caracterizam o objetivo do plano de seguro criado pela seguradora
para as academias estão alocadas neste ramo.

Assim, a nomenclatura plano de seguro é utilizada para definir cada produto


ou cada tipo de seguro que é ou vier a ser comercializado pelo mercado
segurador, podendo um plano de seguro abranger um único ou vários ramos
de seguro.

30 TEORIA GERAL DO SEGURO


Por exemplo, as seguradoras costumam comercializar o plano de Seguro de
Automóvel (ou de forma simplificada: Seguro de Automóvel), incluindo o
ramo Automóvel – Casco (que é um ramo de seguro), acoplando a ele
coberturas do ramo APP – Acidentes Pessoais de Passageiros (que é outro
ramo de seguro), de RCFV – Responsabilidade Civil Facultativo de Veículos
(que também é outro ramo de seguro) e de Assistência e Outras Coberturas
(que agora passou a ser um novo ramo de seguro), estando, neste caso,
envolvidos quatro Ramos de Seguro independentes, em um mesmo plano de
seguro. Também é comum as seguradoras comercializarem planos de seguro
que envolvam somente um ramo de seguro, como, por exemplo: Plano de
seguro de Lucros Cessantes ou simplesmente Seguro de Lucros Cessantes,
que envolve somente o Ramo Lucros Cessantes.

Além das definições citadas, a SUSEP, através da Circular 395, de 3 de dezembro


de 2009, estabeleceu várias outras definições e normatizações, aplicáveis aos
Seguros de Danos, dentre as quais destacamos as seguintes:

• Plano de Seguro Simples – é o plano de seguro que contempla


exclusivamente coberturas de um único Ramo.
Exemplo: Plano de Seguro de Riscos de Engenharia ou, simplesmente,
Seguro de Riscos de Engenharia.

• Plano de Seguro Composto – é o plano de seguro que, além das coberturas


do ramo principal, contém coberturas agregadas (ou facultativas)
submetidas em conjunto (estas coberturas podem ser pertencentes ou
não ao mesmo grupo). Por exemplo: um Plano de Seguro de Vida com
Acidentes Pessoais e Perda de Renda ou Desemprego (neste Plano de
Seguro estão incluídos três Ramos de seguro do mesmo grupo – Pessoas
Coletivo –, conforme tabela constante do Anexo 7 deste manual).

• Cobertura Agregada – é a cobertura de contratação facultativa em um


plano de seguro composto, pertencente a ramo de seguro distinto do ramo
principal. No exemplo que citamos anteriormente, onde uma seguradora
decidiu comercializar um Plano de Seguro para Academias, citamos,
como cobertura básica, os riscos de incêndio, raio e explosão, como
coberturas agregadas ou facultativas, todas as demais opções de cobertura
(alagamento, desmoronamento, roubo, equipamentos estacionários e
responsabilidade civil pela guarda de veículos de terceiros).

• Plano de Seguro Principal – plano de seguro, simples ou composto, ao


qual o plano secundário poderá estar vinculado. Ainda utilizando o exemplo
do Plano de Seguro das Academias citado no item precedente, teremos
como ramo de Seguro Principal o Seguro Compreensivo Empresarial.

• Plano de Seguro Secundário – plano de seguro que apresenta coberturas


típicas de um único ramo, que somente poderão ser comercializadas
em conjunto com um ou mais planos de seguro principal, e que possui
registro próprio na SUSEP. Por exemplo, uma seguradora poderá definir
que somente contratará Seguro de Roubo como plano de seguro
secundário, em complemento aos seus planos de Seguros Compreensivos
Residenciais ou Condominiais, ou Empresariais, os quais serão definidos
como ramo principal.

UNIDADE 2 31
Com a extinção do ramo de Seguro Incêndio Tradicional, a SUSEP determinou
que, se houver a contratação da cobertura de incêndio através de um dos
planos de seguro pertencentes ao grupo patrimonial, a contabilização de
todas as coberturas comercializadas (inclusive dos riscos de incêndio, raio e
explosão) deverá, de acordo com as respectivas características, ser alocada
em um dos seguintes ramos de seguro:

• se o Plano de Seguro se destinar a residências – enquadrar no Ramo de


Seguro Compreensivo Residencial;

• se o Plano de Seguro se destinar a condomínios – enquadrar no Ramo de


Seguro Compreensivo Condomínio;

• se o Plano de Seguro se destinar a empresas – enquadrar no Ramo de


Seguro Compreensivo Empresarial;

• Riscos Nomeados e Operacionais se o plano de seguro se enquadrar neste


ramo; e

• Riscos de Engenharia se o plano de seguro contiver coberturas típicas


deste ramo.

GARANTIAS
Garantia ou cobertura é a natureza da obrigação pecuniária, assumida pelo
segurador, de pagar uma soma segurada, uma renda, uma indenização, uma
diferença de rendimento, uma reparação ou um reembolso, tendo em vista
a consequência do acontecimento: morte, invalidez, incapacidade, doença,
perda, prejuízo, insolvência de clientes, avaria ou dano.

Em qualquer ramo de seguro, é prevista uma garantia, entendida como garantia


básica para indenizar ou reembolsar o segurado dos prejuízos consequentes
de ocorrência de um dos riscos estipulados no contrato de seguro.

Existem, no entanto, várias garantias, o que torna possível adaptar o contrato


básico do ramo às características próprias das atividades ou dos riscos que
se pretende segurar.

Classificação das Garantias


As garantias ou coberturas podem ser classificadas em básicas, adicionais ou
acessórias e especiais.

Garantia Básica
É a principal garantia, em que são especificados os riscos contra os quais
é oferecida a cobertura padrão do ramo de seguro. É denominada básica,
porque, sem ela, não é possível emitir uma apólice. Na garantia básica, são
agregadas as garantias ou coberturas adicionais, acessórias ou especiais,
quando necessárias.

32 TEORIA GERAL DO SEGURO


Garantias Adicionais ou Acessórias
Atenção
• garantias adicionais – definidas
São aquelas em que o segurado paga prêmios adicionais, relativos às taxas dos em função da necessidade de se
riscos adicionais que deseja cobrir no seu contrato de seguro, garantindo-se acrescentar ao contrato, além da
dos prejuízos que esses riscos venham causar a ele. garantia básica, outras garantias que
atendam às exigências de segurados
em geral; e

Garantia Especial • garantias especiais – definidas em


função da necessidade de um único
É muitas vezes confundida com a garantia adicional ou acessória, mas segurado em particular.
representa a garantia definida em função da necessidade de um segurado em
particular e, pelas suas peculiaridades ou grau de agravação, requer previsões
ou taxas especiais.

Nas demais garantias em que o segurado desejar acobertar no contrato


de seguro firmado, as taxas são diferenciadas para cada risco ou conjunto de
riscos adicionais, acessórios ou especiais.

UNIDADE 2 33
34 TEORIA GERAL DO SEGURO
Fixando Conceitos 2

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] A finalidade específica do seguro é:

(a) Garantir ao segurado a substituição do bem sinistrado sempre que


houver a sua perda.
(b) Permitir ao segurado comprar um veículo novo quando houver
sinistro.
(c) Restabelecer o equilíbrio econômico perturbado pela ocorrência de
risco coberto.
(d) A troca de uma despesa incerta futura e de valor elevado por outra,
certa, antecipada e de valor comparativamente menor.
(e) Dar lucro ao segurado quando o seguro for contratado com importância
segurada superior ao valor real do bem.

[2] Na definição de seguro de Hermard, consta que a operação de seguro


é a assunção de um conjunto de eventos determinados pelo segurador, que
os compensa de acordo com:

(a) As leis da Estatística e o valor matemático do risco.


(b) O princípio do mutualismo e o custo médio dos sinistros.
(c) O valor matemático do risco e o mutualismo.
(d) As leis matemáticas e o princípio do mutualismo.
(e) As leis da Estatística e o princípio do mutualismo.

[3] CONSIDERE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR

São elementos essenciais do seguro:

I) A apólice e o prêmio.
II) O segurador e o segurado.
III) A indenização e o risco.

Assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 2 35
Fixando Conceitos 2

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[4] As características básicas do seguro são:

(a) Apólice, indenização e prêmio.


(b) Incerteza, mutualismo e previdência.
(c) Indenização, teoria das probabilidades e sinistro.
(d) Solene, de boa-fé e fundamental.
(e) Risco puro, fundamental e especial.

[5] O risco pode ser classificado em:

I) Puro, particular, especulativo e fundamental.


II) Particular, puro, pessoal e fundamental.
III) Fundamental, pessoal, particular e especulativo.

Assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente II proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

[6] Pode-se definir risco puro como sendo aquele que:

(a) Deve ser tratado com técnicas de seguro, havendo apenas duas
possibilidades: perder ou não perder.
(b) Deve ser tratado pelo Estado com técnicas de seguro.
(c) Deve ser tratado com técnicas de seguro, havendo apenas duas
possibilidades: perder ou ganhar.
(d) Deve ser tratado com técnicas comerciais, havendo as possibilidades
de perder ou ganhar.
(e) Não pode ser garantido pelo seguro.

[7] Para que o risco seja segurável, são indispensáveis os seguintes


parâmetros:

(a) Deve apenas independer da vontade das partes.


(b) Deverá causar prejuízo de ordem financeira e ser mensurável.
(c) Deve ser mensurável e incerto em alguns casos.
(d) Deve ser mensurável e depender da vontade das partes.
(e) Deve ser possível, futuro e incerto.

36 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 2

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[8] Com referência à classificação dos riscos, podemos afirmar que:

(a) Os riscos puros devem ser tratados pelas seguradoras e admitem


duas possibilidades: perder ou ganhar.
(b) A possibilidade de ocorrência de um incêndio em um apartamento é
um risco fundamental e deve ser tratado com técnicas de prevenção
e combate a incêndio.
(c) Os riscos em que há as possibilidades de perder, não perder ou ganhar,
e que são tratados com técnicas comerciais, são denominados riscos
especulativos.
(d) Os riscos particulares são pessoais e, portanto, não devem ser tratados
por seguradores.
(e) A colisão de dois carros pode ser incluída no elenco dos riscos
fundamentais.

[9] A característica básica do seguro, que pode ser definida como o conjunto de
segurados do Ramo Vida, de uma determinada seguradora, é denominada:

(a) Previdência.
(b) Incerteza.
(c) Mutualismo.
(d) Indenização.
(e) Carência.

[10] A pessoa física ou jurídica que contrata apólice coletiva de seguros, ficando
investida dos poderes de representação dos segurados perante a sociedade
seguradora, é denominada:

(a) Corretor.
(b) Beneficiário
(c) Seguradora
(d) Estipulante
(e) Advogado.

FIXANDO CONCEITOS 2 37
Fixando Conceitos 2

[11] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA

Considerando-se as proposições abaixo, relativas aos princípios básicos do


seguro, podemos afirmar que:

I) O seguro tem como finalidade específica restabelecer o equilíbrio


econômico perturbado, podendo, inclusive, dar lucro ao segurado.
II) A finalidade do seguro está vinculada à proteção dos indivíduos, da
família e da sociedade.
III) A operação do seguro promove a acumulação de recursos, forma reservas,
forma poupança interna e gera investimentos.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente III é proposição verdadeira.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[12] De acordo com a Circular SUSEP 395, de 3 de dezembro de 2009, o


conjunto de ramos que possui alguma característica comum, como, por
exemplo, o Seguro de Roubo, o Seguro contra Tumultos, o Seguro Global
de Bancos, que visam proteger o patrimônio, são denominados, para efeito
contábil:

(a) Grupo.
(b) Modalidade.
(c) Plano de seguro.
(d) Cobertura agregada.
(e) Plano principal.

[13] De acordo com a Circular SUSEP 395, de 3 de dezembro de 2009, o termo


que engloba o conjunto de coberturas diretamente relacionadas ao objeto ou
objetivo do plano de seguro é:

(a) Grupo.
(b) Ramo.
(c) Modalidade de seguro.
(d) Cobertura agregada.
(e) Plano principal.

38 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 2

[14] A nomenclatura utilizada para definir cada produto ou cada tipo de


seguro que é ou vier a ser comercializado pelo mercado segurador, podendo Anotações:
abranger um único ou vários ramos de seguro, é:

(a) Grupo.
(b) Apólice de seguro.
(c) Modalidade de seguro.
(d) Cobertura agregada.
(e) Plano de seguro.

[15] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

I) Se uma seguradora vier a comercializar um seguro com as coberturas


exclusivas do Ramo de Seguro Padronizado de Lucros Cessantes, podemos
dizer que se trata de um plano de seguro simples, porque contempla
exclusivamente coberturas de um único ramo.
II) Plano de seguro composto pode ser entendido como o plano de seguro
que, além das coberturas do ramo principal, contém coberturas agregadas
(ou facultativas) submetidas, em conjunto, à SUSEP para aprovação.
III) Cobertura agregada é entendida como sendo a cobertura de contratação
facultativa em um plano de seguro composto, pertencente a ramo de
seguro distinto do ramo principal.
IV) Plano de seguro é a denominação de cada produto comercializado pelas
seguradoras, podendo abranger um ou mais ramos de seguro.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I e III são proposições verdadeiras.


(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 2 39
40 TEORIA GERAL DO SEGURO
3
O CONTRATO
DE SEGURO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Compreender as disposições gerais do seguro.
• Relacionar e definir as características do contrato de seguro.
• Conceituar e distinguir os planos de seguro.
• Identificar e entender cada instrumento contratual do seguro.

UNIDADE 3 41
42 TEORIA GERAL DO SEGURO
DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS
O artigo 757 do Código Civil estabelece que contrato de seguro é um
acordo em que o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a
garantir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou ao bem, contra
riscos predeterminados.

A operação de seguro se efetiva, portanto, através do contrato de seguro,


representado pela exibição da apólice ou do bilhete de seguro e, na falta deles, Atenção
A Circular SUSEP 256, de 16/06/04, e
por documento que comprove o pagamento do prêmio.
respectivas atualizações dispõem sobre
a estruturação mínima das condições
O contrato é norteado por cláusulas expressas através de Condições Gerais, contratuais (Condições Gerais, Especiais
e Particulares) dos contratos de Seguro
Condições Especiais e Condições Particulares, definidas pelos órgãos de Danos.
competentes do mercado segurador.

As Condições Gerais são compostas pelo conjunto de cláusulas contratuais


comuns a todas as modalidades e/ou coberturas de um mesmo ramo de
seguro, que estabelecem as obrigações e direitos do segurado e do segurador.
Elas dizem respeito a todos os contratos de um mesmo ramo de seguro, ou
seja, são as cláusulas da apólice que têm aplicação geral aos riscos da mesma
natureza.
Exemplo: todos os seguros do Ramo Vida terão as Condições Gerais do
Ramo Vida.

As Condições Gerais deverão apresentar a definição dos termos técnicos


utilizados no contrato de seguro.

As Condições Especiais constituem o conjunto das disposições específicas


relativas a cada modalidade e/ou cobertura de um ramo de seguro, que,
eventualmente, alteram as Condições Gerais. São disposições inseridas na apólice
que ampliam ou restringem parte das disposições constantes das Condições
Gerais.
Exemplo: no Ramo Riscos Diversos, é sempre necessária a existência de
Condições Especiais para definir as modalidades de cobertura.

As Condições Particulares constituem o conjunto de cláusulas que alteram as


Condições Gerais ou Especiais de um plano ou ramo de seguro, modificando ou
cancelando disposições já existentes ou, ainda, introduzindo novas disposições
e, eventualmente, ampliando ou restringindo a cobertura.
Exemplo: a inclusão da cobertura para ressaca na modalidade de Seguro de
Alagamento, do Ramo Riscos Diversos.

UNIDADE 3 43
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO
O contrato de seguro deve ser:

• nominado;
• de adesão;
• bilateral;
• oneroso;
• aleatório;
• formal ou solene; e
• da máxima boa-fé.

É fundamental que o segurado faça declarações verdadeiras e completas, e


não omita nada sobre as circunstâncias que envolvem o risco, objeto do seguro,
principalmente sob pena de perder o direito ao recebimento da indenização
(art. 766 do Código Civil). É justamente com base nas informações e nas
declarações do segurado que a seguradora, baseada no princípio da boa-fé,
mensura o risco proposto e faz sua taxação, fixando o respectivo prêmio.
A seguradora pode, inclusive, rejeitar a proposta do seguro a partir da análise
das informações e declarações do segurado.

Se, posteriormente, na vigência do contrato de seguro, for descoberta alteração


no risco por omissão do segurado na contratação, isso pode acarretar a perda
de direito indenizatório, uma vez que a seguradora foi induzida ao erro,
podendo ter recusado o risco ou ter agravado a taxa do prêmio.

TIPOS DE PLANO DE SEGURO E


NOVA CODIFICAÇÃO PARA RAMOS
Por meio das Circulares SUSEP 265, de 16/08/2004, 381, de 08/01/2009,
395, de 03/12/2009, complementada pela 455, de 06/12/12, e 458, de
19/12/12, ficaram estabelecidos os procedimentos relativos à adoção pelas
seguradoras, das condições contratuais (ou cláusulas) dos ramos de seguros
para a comercialização e a suas novas codificações, relativas à classificação das
coberturas contidas nos planos de seguro para a contabilização e estabeleceu
as seguintes definições:

• plano padronizado – é o plano de seguro cujas condições contratuais


são idênticas àquelas aprovadas pela SUSEP ou pelo CNSP (incluindo a
tarifação padronizada, se houver).
Entende-se por tarifação padronizada o conjunto de informações técnicas
específicas de uma modalidade de seguro, previstas em normas da SUSEP
ou do CNSP, relacionadas ao cálculo do prêmio final do seguro (taxas,
franquias, prêmio mínimo, descontos, agravações).
Exemplo: Seguro de Vida, Seguro de Lucros Cessantes; e

44 TEORIA GERAL DO SEGURO


• plano não padronizado – é o plano de seguro cujas condições contratuais
e Nota Técnica Atuarial são elaboradas pelas seguradoras e encaminhadas
à SUSEP para análise e aprovação antes de sua comercialização.
Exemplo: qualquer plano ou modalidade de seguro específico que a
seguradora tenha interesse em comercializar através de seus canais
de venda;

A nova codificação de Ramos de Seguro se encontra discriminada no


Anexo 7 deste manual.

INSTRUMENTOS CONTRATUAIS
Para a efetivação do seguro, é indispensável a formulação de um contrato.

Os instrumentos essenciais do contrato de seguros são a proposta e a


apólice.

Proposta
A proposta de seguro é um formulário impresso, em que, geralmente, consta
um questionário detalhado a ser preenchido pelo proponente, que se candidata
à contratação de um seguro. Este documento servirá de base para a emissão da
apólice de seguro, caso o risco seja aceito pela seguradora, e é dispensado em
caso de seguro contratado através de bilhete. O art. 759 do Código Civil Brasileiro
cita a proposta, como segue: “A emissão da apólice deverá ser precedida da
proposta escrita com a declaração dos elementos essenciais do interesse a ser
garantido e do risco.”

Por meio da análise dos elementos da proposta, a seguradora mensura o risco


e avalia se poderá assumi-lo ou não. Sua finalidade é, portanto, satisfazer uma
necessidade técnica.
Atenção
É importante observar que somente aquele que possua a legitimidade e a A proposta é indispensável, conforme
determinado no art. 759 do Código
capacidade jurídica para preencher e assinar a proposta possa fazê-lo, ou seja, Civil Brasileiro, e os seus critérios de
o proponente, o estipulante ou o corretor de seguros habilitados (estes dois aceitação encontram-se regulamentados
últimos em certas situações específicas autorizadas por lei). por legislações da SUSEP.

É importante frisar que a análise e a aceitação do risco, feitas pela seguradora,


tomam por base os dados da proposta; por isso, são de fundamental
importância os dados ali contidos, considerando os princípios da boa-fé e a
veracidade das declarações que caracterizam o contrato de seguro.

Apólice
Documento emitido pela seguradora, e que se traduz no contrato de seguro
propriamente dito.

O art. 758 do Código Civil Brasileiro cita a apólice, como segue:

“O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do


bilhete de seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório
do pagamento do respectivo prêmio.” (Anexo 2)

UNIDADE 3 45
A Circular SUSEP 251, de 15 de abril de 2004, alterada pela Circular SUSEP 394,
de 30 de outubro de 2009, estabelece regras para a aceitação da proposta
de seguro e emissão de apólice pela seguradora:

• a celebração de um contrato de seguro ou sua alteração, exceto bilhete,


somente poderá ser feita mediante proposta assinada pelo proponente,
por seu representante legal ou corretor de seguros;

• a seguradora deverá fornecer protocolo que identifique a proposta


recebida, com indicação de data e hora de seu recebimento;

• a seguradora terá 7 (sete) dias nos Seguros do Ramo Transportes, cobrindo


uma única viagem (apólice avulsa); 45 (quarenta e cinco) dias nos seguros
rurais com subvenção econômica aos prêmios; e 15 (quinze) dias nos
demais seguros para manifestar-se sobre a proposta, sendo tais prazos
contados a partir da data de seu recebimento, conforme protocolo citado
anteriormente. Caso haja ausência de manifestação da seguradora, por
escrito, nos prazos citados, estará caracterizada a tácita aceitação da
proposta de seguro;

• caso a seguradora necessite de documentos complementares para a


análise da aceitação do risco ou de alteração de seguro vigente, poderá
solicitá-los apenas uma vez e dentro do prazo citado acima, no caso de
segurado pessoa física, e mais de uma vez, para pessoa jurídica, desde que
o pedido seja fundamentado pela seguradora. O prazo ficará suspenso até
a apresentação dos documentos solicitados, passando novamente a correr
a partir da data em que se der a entrega da referida documentação;

• a aceitação da proposta poderá ou não ser comunicada pela seguradora ao


segurado, a seu critério. Todavia, a sua recusa deve ser feita pela seguradora,
obrigatoriamente e por escrito, ao proponente, ao seu representante legal
ou ao corretor de seguros, especificando os motivos;

• não havendo manifestação, por escrito, da seguradora, nos prazos acima


mencionados, caracterizar-se-á a aceitação tácita da proposta;

• no Seguro de Danos, em caso de recusa de proposta dentro dos prazos


citados, a cobertura de seguro prevalecerá por mais dois dias úteis,
contados a partir da data em que o proponente, o seu representante legal
ou o corretor de seguros tiver conhecimento formal da recusa; e

• caso tenha havido adiantamento de prêmio, a seguradora reterá a parte


do prêmio relativo ao período de cobertura, na base pro rata temporis,
devolvendo a diferença ao segurado em até dez dias corridos.
Atenção
Caso a aceitação da proposta dependa de As apólices, os certificados de seguro e os endossos terão seu início e
contratação ou alteração da cobertura término de vigência às 24 horas das datas indicadas nos citados documentos,
de resseguro facultativo, os prazos
mencionados serão suspensos até que o ressalvadas as apólices coletivas de averbação.
ressegurador se manifeste formalmente.
A emissão da apólice, do certificado ou do endosso será feita em até 15 dias,
contados a partir da data da aceitação da proposta.

As apólices, os certificados de seguro e os endossos terão seu início e


término de vigência às 24 horas das datas indicadas nos citados documentos,
Vale a pena ler ressalvadas as apólices coletivas de averbação.
Artigos 757 a 777
do Código Civil. A emissão da apólice, do certificado ou do endosso será feita em até 15 dias,
contados a partir da data da aceitação da proposta.

46 TEORIA GERAL DO SEGURO


Tipos de Apólices
No que se refere às apólices, além das tradicionais utilizadas pelos diversos ramos
de seguro, existem outros tipos que servem para atender a situações específicas.
Entre esses tipos específicos de apólice, destacamos as seguintes:

• apólice de averbação ou aberta – adotada, principalmente, nos Ramos


de Seguros de Transportes, sendo também denominada apólice de
averbações. Destina-se à inclusão por averbações de verbas e bens a
segurar. É recomendada para segurados que efetuam embarques com
frequência;

• apólice ajustável – apólice típica de seguro de armazéns ou depósitos, em


que o valor em risco é variável no decorrer da vigência do seguro. Nesse
tipo de apólice, geralmente, o segurado paga um prêmio de depósito que é
ajustado periodicamente em função do valor real do estoque segurado;

• apólice avulsa – apólice destinada a cobrir riscos eventuais e transitórios.


É muito comum no Ramo Transportes, a qual visa à cobertura de um único
embarque. A contratação dessa apólice é recomendada para empresas
que não efetuam embarques com frequência;

• apólice de multirriscos – adotada nos Seguros Compreensivos, que


cobrem vários riscos em uma só apólice. É muito utilizada nos seguros
residenciais, empresariais, comerciais e em algumas modalidades de Seguro
do Ramo Riscos Diversos como o Seguro Multirriscos de Obras de Arte;

• apólice de riscos nomeados – pode ser definida como uma apólice na


qual os riscos cobertos são enumerados, excluindo-se da cobertura tudo
aquilo que não tenha sido especificamente nomeado. Diferencia-se da
cobertura Multirrisco pelo tipo de resseguro e pelos valores de LMI e VR.
A apólice de riscos nomeados é também chamada de riscos nominados; e

• apólice de riscos operacionais – caracteriza-se por sua cobertura tipo


All Risks, isto é, por uma cobertura que abrange todas as perdas ou
danos materiais causados aos bens segurados, exceto os formalmente
considerados excluídos em suas condições. A contratação do seguro de
riscos operacionais para indústrias com perfil de risco bem definido e
limitado não é recomendável, uma vez que, em alguns casos, o custo torna-se
elevado. Nesses casos, é mais aconselhável a contratação do seguro tipo
riscos nomeados. Durante a vigência de um contrato de seguro, é comum
a necessidade da emissão de um documento denominado endosso ou
aditivo para o processamento de alterações, complementações e até
mesmo do cancelamento do contrato.

UNIDADE 3 47
Endosso
Durante a vigência de um contrato de seguro, é comum a necessidade da
emissão de um documento denominado endosso ou aditivo (Anexo 4)
para o processamento de alterações, de complementações e até mesmo do
cancelamento do contrato.

Tipos de Endossos
Os endossos podem ser de três tipos diferentes, em função da movimentação
ou não de prêmio, a saber:

• endosso de cobrança – usado para cobrar eventuais diferenças de


prêmio, em função dos riscos que resultem no agravamento de taxa, ou
quando o segurado desejar aumentar a importância segurada ou ampliar
as coberturas anteriormente contratadas ou substituir por outro bem
cujo custo do seguro é mais elevado. Exemplo: um segurado substitui
seu veículo por um modelo idêntico, porém um ano mais novo do que
o anterior. Nesse caso, o valor da respectiva importância segurada será
aumentado e, provavelmente, também, o prêmio do seguro, gerando a
cobrança de prêmio adicional.

• endosso de restituição – usado para proceder a eventuais devoluções


de prêmio resultantes de alterações de taxas, por modificações nos riscos
do contrato ou extinção de garantias. Exemplo: um segurado que deseja
cancelar seu seguro anual, após terem decorrido dois meses do início do
contrato.

• endosso sem movimento – utilizado quando a modificação efetuada


não resulta em qualquer alteração de prêmio ou taxa. Exemplo: endosso
de alteração ou retificação do nome do segurado.

Outros Instrumentos Contratuais


Para complementar o contrato de seguro, podem, ainda, ser adotados outros
instrumentos contratuais, como a averbação, o bilhete de seguro, o endosso
ou aditivo e o certificado de seguro.

• averbação – documento emitido pelo segurado, para informar à


seguradora sobre bens e verbas a garantir, genericamente previstos nas
apólices abertas. É utilizada apenas em determinados tipos de seguros.
Exemplo: em Seguros de Transportes, através de apólice de averbação ou
Atenção aberta, na qual o segurado comunica à seguradora a realização dos seus
O Decreto-Lei 73, de 21/11/66, autoriza embarques.
a contratação de seguros por emissão
de bilhetes.
• bilhete de seguro – documento jurídico emitido pela seguradora, que
Cabe ao Conselho Nacional de Seguros dispensa a obrigatoriedade da proposta e substitui a apólice. É utilizado
Privados – CNSP – regulamentar os casos para agilizar a contratação de determinada modalidade de seguro.
de contratação por bilhete de seguros,
padronizando as cláusulas e os impostos Exemplos: DPEM – Bilhete de Seguro de Danos Pessoais Causados por
necessários. Embarcações ou por suas Cargas – e DPVAT – Bilhete de Seguro para Danos
Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres.

• certificado de seguro – documento emitido pela seguradora e enviado


aos segurados, contendo a certificação da contratação do seguro.
Exemplo: nos Seguros de Vida são emitidos certificados individuais.

48 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 3

[1] MARQUE A ALTERNATIVA FALSA:


Anotações:
(a) As Condições Gerais constam de todos os contratos de seguro.
(b) O contrato de seguro deve ser solene e bilateral.
(c) A principal obrigação da seguradora é pagar o prêmio do seguro ao
segurado em caso de sinistro coberto.
(d) Um contrato de seguro pode ter Condições Gerais, Condições Especiais
e Condições Particulares.
(e) O contrato de seguro é aleatório e oneroso.

[2] ASSINALE A ALTERNATIVA QUE PREENCHE CORRETAMENTE AS LACUNAS:

Alguns dos instrumentos do contrato de seguro, entre outros, são:


______________, ______________ e ______________.

(a) a apólice / a averbação / o mutualismo


(b) a proposta / a apólice / a averbação
(c) o endosso / a incerteza / a previdência
(d) a previdência / a incerteza / o mutualismo
(e) a averbação / a proposta / a incerteza

[3] CORRELACIONE AS COLUNAS ABAIXO E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

Com relação aos Instrumentos Contratuais:

1) Instrumento essencial do contrato de seguro.


2) Dispensa a obrigatoriedade de emissão da proposta e substitui a
apólice.
3) Documento utilizado para alterar o contrato de seguro

( ) Proposta.
( ) DPVAT.
( ) Apólice.
( ) Endosso.
( ) Bilhete de incêndio residencial.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) 1,2,1,3,2
(b) 1,2,1,2,2
(c) 2,2,1,3,2
(d) 2,2,1,3,1
(e) 3,2,1,3,3

FIXANDO CONCEITOS 3 49
Fixando Conceitos 3

CORRELACIONE AS COLUNAS ABAIXO E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA

[4] Considere os tipos de apólices existentes e correlacione a coluna da direita


com a da esquerda:

Tipo de Apólice Característica


1) Aberta. ( ) Destina-se a cobrir riscos eventuais e transitórios.
2) Multirrisco. ( ) Adotada nos Seguros Compreensivos e em algumas
modalidades do Ramo Riscos Diversos.
3) Risco Nomeado. ( ) Em Seguros de Transportes, é também chamada de
averbação.
4) Avulsa. ( ) Garante os riscos nomeados na apólice e é também
chamada de apólice de riscos nominados.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) 1,2,3,4
(b) 2,3,1,4
(c) 4,2,1,3
(d) 3,4,1,2
(e) 4,1,2,3

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[5] A apólice de seguro que se caracteriza por possuir uma cobertura tipo
All Risks, isto é, por uma cobertura que abrange todas as perdas ou danos
materiais causados aos bens segurados, exceto os formalmente considerados
excluídos em suas condições, é denominada:

(a) Ajustável.
(b) Multirrisco.
(c) Riscos operacionais.
(d) Riscos nomeados.
(e) Aberta.

[6] O tipo de apólice de seguro adotada principalmente no Ramo de Seguro


Incêndio para depósitos e armazéns onde há grande variação de estoque é:

(a) Ajustável.
(b) Multirrisco.
(c) Riscos operacionais.
(d) Riscos nomeados.
(e) Aberta.

50 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 3

[7] Os prazos estabelecidos pela SUSEP, através das Circulares 251/2004 e


394/2009, para que a seguradora se manifeste sobre a aceitação ou recusa Anotações:
de uma proposta de seguro, são:

(a) 7 dias nos seguros do Ramo Transportes cobrindo uma única viagem
(apólice avulsa) e 45 dias nos demais seguros com subvenção e 15 dias
nos demais seguros.
(b) 7 dias em todos os seguros do Ramo Transportes e 15 dias nos demais
seguros.
(c) 7 dias nos seguros do Ramo Transportes (apólice de averbação) e 15
dias nos demais seguros.
(d) 15 dias em todos os Ramos de Seguro.
(e) 15 dias nos seguros do Ramo Transportes cobrindo uma única viagem
(apólice avulsa) e 7 dias nos demais seguros.

[8] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA:

I) As alterações nas apólices em vigor devem ser feitas através de endossos.


II) O artigo 758 do Código Civil Brasileiro estabelece que se prova a existência
do contrato de seguro com a exibição da apólice ou do bilhete de
seguro. Na falta deles, comprova-se por documento comprobatório do
pagamento do respectivo prêmio.
III) A cobrança do custo de apólice para endossos, que não impliquem
cobrança de prêmio adicional ou que gerem restituição de prêmio ao
segurado, deve ser de R$ 60,00.
IV) A aceitação da proposta poderá ou não ser comunicada pela seguradora
ao segurado, a seu critério. Todavia, a sua recusa deve ser feita pela
seguradora, obrigatoriamente e por escrito, ao proponente, ao seu
representante legal ou ao corretor de seguros, especificando os motivos
da recusa, conforme determinação da SUSEP.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 3 51
52 TEORIA GERAL DO SEGURO
4
OPERAÇÃO
DO SEGURO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Distinguir riscos cobertos de riscos não cobertos ou excluídos.
• Identificar os riscos excluídos, entendendo os motivos que implicam a exclusão.
• Definir importância segurada (IS) ou limite máximo de garantia (LMG).
• Identificar os tipos de prêmio de seguro.
• Entender a composição matemática da composição do prêmio de seguro.
• Reconhecer cada fator que integra as variáveis na formação do prêmio de seguro.
• Entender e identificar as diferenças das classificações quanto ao prazo de vigência do seguro.

UNIDADE 4 53
54 TEORIA GERAL DO SEGURO
A
operação do seguro envolve a necessidade de diversos conceitos,
utilizados pelas seguradoras, bem como a adoção de critérios técnico
administrativos para atender à legislação.

A seguir, estudaremos alguns desses conceitos, como a definição de riscos


cobertos, riscos excluídos, valor matemático do risco.

RISCOS COBERTOS
São os riscos que a seguradora cobrirá em caso de sinistro, observadas as
cláusulas e condições contratadas.

Exemplos:

• no Seguro de Vida, a morte do segurado por causa natural estaria coberta,


levando a seguradora a proceder ao pagamento do capital segurado ao(s)
beneficiário(s), respeitadas as cláusulas do contrato de seguro firmado; e

• na cobertura de Incêndio, no Ramo Seguro Compreensivo Residencial,


estariam cobertos também os danos causados pela queda de raio na
área do edifício segurado, gerando o pagamento de indenização ao
segurado.

RISCOS NÃO COBERTOS OU


EXCLUÍDOS
São riscos não cobertos pelo contrato de seguro, podendo ser excluídos:

• por força de lei – de acordo com o art. 762 do Código Civil, são riscos
excluídos aqueles decorrentes de atos ilícitos dolosos ou por culpa grave
equiparável ao dolo praticados pelo segurado, beneficiário ou pelo
representante legal, de um ou de outro.
Nos casos de seguros contratados por pessoas jurídicas, a exclusão aplica-se
a atos ilícitos, dolosos ou culpa grave praticados pelos sócios controladores,
seus dirigentes e administradores legais, beneficiários e seus respectivos
representantes legais.
Exemplo: Seguro de Transporte de carga roubada;

• por força do contrato – são riscos excluídos em função do ramo de seguro


e para os quais a seguradora não tem interesse em conceder a cobertura
securitária na eventualidade de sua ocorrência.
Exemplo: no Seguro de Automóvel (Casco), estão excluídos os danos
causados ao veículo segurado cuja causa tenha sido tumulto;

• riscos fundamentais ou catastróficos – devem ser tratados pelo Estado,


pois podem dar margem a perdas desmensuradas, tanto de vidas quanto
de bens materiais.
Exemplo: risco de explosão nuclear que poderá ocasionar mortes e perdas
de caráter catastrófico; e

UNIDADE 4 55
• riscos que constituem carteiras específicas – cada risco possui um ramo
de seguro específico; portanto, riscos diferentes podem e dever ser objetos
de apólices distintas.
Exemplo: no Seguro de Vida, não estará coberto o roubo de um veículo.
Para ter o risco de roubo do veículo coberto, o segurado deverá contratar
um seguro do Ramo Automóvel (Casco).

IMPORTÂNCIA SEGURADA (IS)


OU LIMITE MÁXIMO DE
GARANTIA (LMG)
É o valor monetário atribuído pelo contratante ao contrato de seguro, representando
Atenção o limite máximo de responsabilidade da seguradora, para a cobertura contratada,
Dependendo do ramo de seguro, e a ser pago ou reembolsado por essa seguradora no caso da ocorrência de sinistro
observadas as disposições do Código
Civil Brasileiro, a expressão “importância
coberto pela apólice vigente na data do evento.
segurada” recebe outras denominações,
s e n d o a s m a i s c o m u n s : “c a p i t a l Especialmente nos Seguros de Vida, a importância segurada recebe o nome
segurado”, “soma segurada”, “limite
máximo de indenização”, “limite máximo de capital segurado.
de responsabilidade”, “limite máximo
de garantia”.
Nos Seguros de Danos, a importância segurada é atribuída pelo segurado,
mas não deve ser superior ao valor do bem.

No Seguro de Pessoas, como não se pode estimar o valor em risco, não


há limite para determinação do capital segurado. Por isso, para evitar uma
exposição demasiada ao risco, as seguradoras estabelecem um limite máximo
Isto é básico de aceitação de capital segurado por vida.
O artigo 781 do Código Civil determina
que o valor da indenização não pode
ultrapassar o valor do bem segurado no Nos Seguros de Automóveis (Casco), a SUSEP prevê duas formas de
momento do sinistro. contratação de apólices, a saber:

• valor determinado – é a modalidade que garante ao segurado, no caso


de indenização integral, o pagamento do valor monetário definido na
apólice, no ato da contratação do seguro, não estando sujeito a qualquer
variação do valor de mercado do veículo.

• valor de mercado referenciado – é a modalidade que garante ao


segurado, no caso de indenização integral (em moeda corrente nacional),
o pagamento de quantia variável, determinada de acordo com a tabela
de referência previamente fixada na proposta do seguro, conjugada com
fator de ajuste em percentual a ser aplicado sobre o valor de cotação do
veículo, na data da liquidação do sinistro. A tabela de referência e o valor
de ajuste deverão constar na apólice do seguro, além de uma cláusula
admitindo uma tabela alternativa, caso haja a interrupção ou a extinção
da publicação adotada na época da contratação do seguro.

As seguradoras podem oferecer a contratação nas modalidades Valor


Determinado e/ou Valor de Mercado Referenciado. O segurado deverá
contratar o seguro na modalidade que desejar, dentre as oferecidas pela
seguradora.

56 TEORIA GERAL DO SEGURO


CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE PRÊMIO
O prêmio pode ser classificado como:

• contributário – quando pago total ou parcialmente pelo segurado.


Exemplos: seguro contratado por uma empresa para seus empregados,
com 100% do prêmio pago pelo segurado; ou seguro contratado por
uma empresa para seus empregados, com o segurado pagando 50% do
prêmio e o estipulante, 50%; e

• não contributário – quando o segurado não tem responsabilidade ou o


ônus do pagamento.
Exemplo: seguro contratado por uma empresa para seus empregados,
com 100% do prêmio pago pela empresa.

Os parâmetros gerais utilizados para calcular o prêmio são: prazo do


seguro, importância segurada ou limite máximo de garantia e exposição Parâmetros gerais para
ao risco: cálculo do prêmio
• Prazo do seguro;
• prazo do seguro – período de vigência do seguro; • Importância segurada
• Exposição ao risco

• importância segurada – limite máximo de garantia da seguradora; e

• exposição ao risco – é consequência direta da probabilidade de ocorrência


do sinistro (VM – Valor Matemático do Risco), e da severidade de prejuízos,
caso esse sinistro venha a ocorrer (CM – Custo Médio dos Sinistros).

O prêmio do seguro é estabelecido a partir de sua decomposição em elementos


distintos, que são incorporados até seu cálculo final.

A cada etapa, o prêmio recebe uma denominação específica, conforme


demonstrado no quadro a seguir: Denominações dos
prêmios
• Prêmio Estatístico (PE) ou Prêmio
Elementos que Compõem o Prêmio Tipo de Prêmio Puro (PP);
• Prêmio Comercial (PC) ou Prêmio
• Valor Matemático do Risco (VM) ou Frequência Tarifário (PT) ou Prêmio Líquido (PL); e
Prêmio Estatístico (PE)
Relativa de Sinistros – resultante da análise estatística • Prêmio Bruto (PB).
ou Prêmio Puro (PP)
do risco.
• Custo Médio de Sinistros (CM) – valor médio indenizado.

• Despesas Administrativas ou Gastos de Gestão


Interna – despesas de responsabilidade do segurador,
destinadas à administração do seu negócio: pessoal,
aluguel, comunicações.
• Despesas de Aquisição e Produção ou Gastos de
Gestão Externa – gastos decorrentes do processo
Prêmio Comercial (PC) ou
comercial de distribuição e venda do seguro: aquisição
Prêmio Tarifário (PT) ou
de novos clientes, venda do seguro e gestão do
Prêmio Líquido (PL)
processo. Por exemplo: comissão do corretor, material
de propaganda, custos com veiculação de propaganda
na mídia.
• Remuneração do Capital – valor correspondente ao
lucro do segurador e à constituição das suas reservas
patrimoniais.

• Encargos – cobranças adicionais do segurador.


Por exemplo: juros ou adicional de fracionamento.
• Impostos – impostos considerados no estabelecimento
Prêmio Bruto (PB)
do prêmio, sendo atualmente aplicado somente o
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro
ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF).

UNIDADE 4 57
De acordo com os elementos levados em conta para sua determinação, o
prêmio pode ser de três tipos:

• Prêmio Estatístico (PE) – que tem por objetivo cobrir o risco médio, sendo,
Importante portanto, também, denominado Prêmio de Risco. A partir do Prêmio
O carregamento de segurança serve Estatístico, obtém-se o Prêmio Puro (PP).
como uma margem de segurança para
cobrir as flutuações estatísticas do risco,
de modo que exista uma probabilidade A denominação Prêmio Puro é utilizada para definir o Prêmio Estatístico
muito pequena de os sinistros superarem
o Prêmio Puro.
acrescido de um carregamento de segurança, e ele será exatamente
igual ao Prêmio Estatístico quando tal carregamento for nulo.

Em suma, o Prêmio Puro é igual ao Prêmio de Risco ou Prêmio Estatístico,


mais um carregamento de segurança.

• Prêmio Comercial (PC) ou Prêmio Tarifário (PT) ou Prêmio Líquido


(PL) – que corresponde ao Prêmio Puro ou Prêmio Estatístico (quando
o carregamento de segurança for nulo), acrescido do carregamento
comercial, destinado a cobrir as demais despesas da seguradora e mais
sua margem de lucro.

• Prêmio Bruto (PB) – que corresponde ao Prêmio Comercial acrescido dos


encargos, como os juros ou adicional de fracionamento e dos impostos
que incidem diretamente sobre o Prêmio Comercial mais encargos.

A primeira etapa do cálculo do prêmio, em que são analisados e trabalhados


os dados da amostra e que gera inicialmente o Prêmio Estatístico (PE) e em
seguida o Prêmio Puro (PP), é denominada mensuração do risco.

São considerados elementos dessa etapa: o Valor Matemático do Risco


(VM), o Custo Médio de Sinistros (CM), o Prêmio Estatístico (PE) ou
Prêmio Puro (PP), a Taxa Estatística (TE) ou Taxa Pura (TP), além de outros
dados relativos à análise estatística da amostra para a fixação do Prêmio
de Risco.

VALOR MATEMÁTICO DO
RISCO (VM)
É o valor aproximado da probabilidade de ocorrência do sinistro.
Parâmetros para aceitação
do risco Para decidir-se sobre a aceitação de um determinado risco, a seguradora precisa
• Valor Matemático do Risco (VM); estabelecer o seu Valor Matemático, além de outros parâmetros:
• Probabilidade; e
• Experimentos aleatórios.
• probabilidade – resultado da adoção de modelos matemáticos utilizados
para estudar experimentos ou fenômenos aleatórios; e

• experimentos aleatórios – todos aqueles experimentos que, repetidos


sob as mesmas condições, não produzem resultados idênticos, ou seja, o
resultado é incerto.

Trataremos a abordagem para a determinação dos valores de probabilidades de


ocorrência de eventos sob o enfoque da frequência relativa, que é determinada
com base na coleta de dados ou na observação.

58 TEORIA GERAL DO SEGURO


Para se chegar ao Valor Matemático do Risco, parte-se do levantamento
de um grande número de riscos semelhantes e, em seguida, verifica-se a
quantidade de sinistros ocorridos nessa amostra.

Conceito Fórmulas fundamentais


para o corretor
O Valor Matemático do Risco é, portanto, uma medida de frequência As fórmulas a seguir são importantes.
relativa de sinistros, obtida pela relação entre o número de sinistros Você vai usá-las bastante no seu dia a
dia de trabalho.
ocorridos e o número de riscos pesquisados (este também denominado
número de seguros da amostra ou número de objetos expostos ao
risco), como expresso na fórmula:

No de Sinistros Ocorridos (NS) Crie exercícios


VM = Utilize o modelo ao lado, substitua
No de Riscos Pesquisados (NR) seus números e calcule outros valores
matemáticos.
O valor obtido representa o valor aproximado da probabilidade de
ocorrência do sinistro, podendo ser representado em percentagem.
Para tanto, multiplica-se o resultado por 100.

Aplicação Prática

São tabuladas 150.000 pessoas (riscos pesquisados), com idades entre


40 e 50 anos.

Num período de 12 meses, essas pessoas são observadas, apurando-se


que o número de mortes ocorridas é de 300 (sinistros ocorridos). Crie exercícios
Utilize o modelo ao lado, substitua seus
números e calcule outros custos médios.
O Valor Matemático do Risco de morte da amostra é:
300
VM = = 0,002 ou 0,002 × 100 = 0,20%
150.000

CUSTO MÉDIO DOS SINISTROS (CM)


O Custo Médio dos Sinistros, ou Valor Médio Indenizado, é obtido através
da média aritmética das indenizações pagas pela seguradora.

Prejuízo Total Indenizado (PT)


CM =
Número de Sinistros (NS) ou Eventos Ocorridos

Exemplo: se uma seguradora indenizou 10 sinistros de morte, sendo


3 com capital segurado de R$ 50.000,00, 2 com capital segurado de
R$ 20.000,00 e 5 com capital segurado de R$ 15.000,00, teremos o seguinte
Custo Médio de Sinistros:

Total indenizado = (3 × R$ 50.000,00) + (2 × R$ 20.000,00) +


(5 × R$ 15.000,00) = R$ 265.000,00

UNIDADE 4 59
Prejuízo Total Indenizado R$ 265.000,00
Comentário CM = = = R$ 26.500,00
Número de Sinistros 10
A partir do Prêmio Estatístico, obtém-se
a Taxa Estatística e, a partir do Prêmio
Comercial, a Taxa Comercial. O Custo Médio dos Sinistros foi de R$ 26.500,00.

PRÊMIO ESTATÍSTICO E
PRÊMIO PURO
O Prêmio Estatístico (PE) é obtido a partir do produto do Valor Matemático
do Risco (VM) pelo Custo Médio dos Sinistros (CM) e com base nos dados da
amostra sob análise.

Crie exercícios PE = VM × CM
Utilize o modelo ao lado, substitua
seus números e calcule outros preços
estatísticos. Para o cálculo do Prêmio Puro (PP), utilizamos a mesma fórmula, porém,
considerando-se, na fixação do VM e do CM, as eventuais flutuações
estatísticas do risco, ou seja, as expectativas de mudança do comportamento
do risco para o período seguinte.

Exemplo

Se, para uma determinada amostra de seguros, tivermos o VM


fixado em 2% e o CM em R$ 10.000,00, sendo previstas as seguintes
flutuações estatísticas do risco: a frequência relativa de sinistros duplicar
(logo, o VM para o cálculo do PP será de 2 × VM) e o CM reduzir em
20% (portanto, o CM para o cálculo do PP será de 80% do CM, que
corresponderá ao desconto de 20% no CM original), teremos:

• PE = VM × CM → PE = 2% × R$ 10.000,00 = R$ 200,00.

• PP = VM (ajustado) × CM (ajustado) → PP = 4% (2 × 2%) ×


R$ 8.000,00 (R$ 10.000,00 × 80%) = R$ 320,00.

Portanto, para esta amostra, o PE será de R$ 200,00, e o PP de


R$ 320,00.

60 TEORIA GERAL DO SEGURO


Demonstração de Cálculo
1. Calcula-se o Valor Matemático do Risco (VM), ou seja, a frequência
relativa dos sinistros:
No de Sinistros ou Eventos Ocorridos NS
VM = =
No de Seguros ou Riscos Pesquisados NR

2. Calcula-se o Custo Médio de Sinistros (CM), ou seja, a severidade


dos sinistros:
Prejuízo Total PT
CM = =
N de Sinistros
o
NS

3. Aplica-se a fórmula de cálculo do Prêmio Estatístico:

PE = VM × CM

De forma mais direta, por dedução da fórmula citada no 3o passo,


obtém-se o Prêmio Estatístico, repartindo-se o Prejuízo Total (PT)
pelo número de objetos expostos ao risco, ou seja, pelo número de
riscos pesquisados ou número de seguros da amostra (NR), como
demonstramos a seguir:

PE = VM × CM; logo:
No de Sinistros (NS) Prejuízo Total (PT)
PE = ×
Riscos Pesquisados (NR) No de Sinistros (NS)

PT
ou seja: PE =
NR
Ambas as formas de cálculo do Prêmio Estatístico só têm sentido
quando avaliamos riscos idênticos.

UNIDADE 4 61
Aplicação Prática

A Seguradora Imaginária, ao analisar sua carteira de Seguros de Acidentes Pessoais, verificou que,
durante o período de um ano, pagou 37 indenizações em sinistros causados por morte decorrente
de balas perdidas, acarretando-lhe um prejuízo total de R$ 3.917.500,00. Assim, em uma carteira
de 16.250 apólices de seguro, o Prêmio Estatístico será de:

PT
PE = PE = VM × CM
NR
R$ 3.917.500,00 ou 37 R$ 3.917.500,00
PE = PE = ×
16.250 16.250 37
PE = R$ 241,08 PE = R$ 241,08

Se, no exemplo anterior, a expectativa da seguradora é de uma redução no número de ocorrências


de sinistros de morte acidental por bala perdida de 37 para 20, e de redução do Prejuízo Total de
R$ 3.917.500,00 para R$ 2.380.000,00, essa seguradora deve ajustar o Prêmio Estatístico da amostra.
Para tanto, é necessário utilizar como base de cálculo 20 sinistros, e não 37, e o Prejuízo Total de
R$ 3.917.500,00 para R$ 2.380.000,00, passando este novo prêmio a chamar-se Prêmio Puro, por
incorporar esses ajustes denominados “carregamento de segurança”.

As fórmulas para o cálculo do Prêmio Puro (PP) são as mesmas utilizadas para o cálculo do Prêmio
Estatístico (PE), porém se utilizam o Valor Matemático do Risco (VM) e o Custo Médio do Sinistro (CM),
já acrescidos do carregamento de segurança (note-se que se o carregamento de segurança for zero,
o PE será igual ao PP).

Assim, o Prêmio Puro para tal amostra será de:

PP = PT / NR PP = VM × CM
PP = R$ 2.380.000,00 / 16.250 ou PP = [(20 / 16.250) × (R$ 2.380.000,00 / 20)]
PP = R$ 146,46 PP = R$ 146,46

Se forem informados o Prêmio Estatístico e o Prêmio Puro, adota-se o Prêmio Puro quando se deseja
saber qual o Prêmio Comercial e/ou o Prêmio Bruto a cobrar dos novos segurados no futuro.

62 TEORIA GERAL DO SEGURO


TAXA ESTATÍSTICA
A partir do Prêmio Estatístico, calculado para uma amostra, é possível calcular
a Taxa Estatística a ser utilizada em todos os negócios que se enquadrem nas
características dessa amostra.

Entende-se por Taxa Estatística a relação entre o Prêmio Estatístico e a


Importância Segurada Individual de cada amostra. Geralmente, as taxas
estatísticas são representadas em percentagem.

Há duas formas de se obter a Taxa Estatística:

• primeira forma:

Divide-se o Prêmio Estatístico (PE) pela Importância Segurada (IS) e


multiplica-se o resultado por 100, para representá-lo em percentagem,
como expresso na fórmula:

PE
TE = ( × 100) %
IS

Exemplo

Em uma amostra de 300 mil seguros de objetos idênticos, considerando-se


que o valor de cada objeto (Importância Segurada) é de R$ 30.000,00
e o Prêmio Estatístico é de R$ 200,00, a Taxa Estatística será de:
PE
TE = ( × 100) % Crie exercícios
IS
Utilize o modelo ao lado, substitua
seus números e calcule outras taxas
R$ 200,00
TE = ( × 100) % ∴ TE = 0,67% estatísticas.
R$ 30.000,00

• segunda forma:

Nesta forma, a Taxa Estatística é obtida pela relação entre o Prejuízo


Total (PT) e a soma ou total das Importâncias Seguradas Totais (IST),
multiplicando-se o resultado por 100, para representá-lo em percentagem,
como expresso a seguir:

PT
TE = ( × 100) %
IST

Essa segunda forma de apuração da Taxa Estatística é utilizada nos casos


de avaliação da experiência de um conjunto de seguros com importâncias Atenção
seguradas diferentes. A Taxa Estatística é denominada Taxa
Pura quando obtida a partir do Prêmio
Puro, ou seja, quando obtida a partir do
Nesses casos, para se calcular o Prêmio Estatístico, calcula-se primeiro a Prêmio Estatístico que incorpora uma
Taxa Estatística da amostra analisada (TE). Em seguida, aplica-se a taxa parcela aditiva, por conta de uma possível
oscilação do Valor Matemático do Risco ou
à Importância Segurada (IS), como expresso na fórmula: do Custo Médio do Sinistro.

PE = TE × IS

UNIDADE 4 63
Exemplo

Cálculo do Prêmio Estatístico em uma amostra de seguros de objetos


similares, com valores diferentes.

Dados:
Número de seguros da amostra: 72.389 apólices
Importância Segurada Total: R$ 2.026.892.000,00
Prejuízo Total: R$ 27.363.042,00, no período de 1 ano

Cálculo da Taxa Estatística:


PT
TE = ( × 100) %
IST

27.363.042,00
TE = ( × 100) %
2.026.892.000,00

TE = 1,35%

Consideremos, a título de exemplo, que um dos objetos segurados


incluído na amostra acima tivesse a Importância Segurada de
R$ 197.300,00. O cálculo do Prêmio Estatístico para esse objeto
segurado seria:

PE = TE × IS

Sendo TE = 1,35% = 0,0135

PE = 0,0135 × R$ 197.300,00 = R$ 2.663,55

PE = R$ 2.663,55

PRÊMIO COMERCIAL
O Prêmio Comercial (PC), também denominado Prêmio Tarifário ou Prêmio
Líquido, é aquele que se obtém acrescentando-se ao Prêmio Estatístico três
parâmetros que compõem o chamado carregamento comercial (c).

Denominação Destinação

Despesas Administrativas (DA) Destinados à administração da


ou seguradora, como pagamento de folha
Gastos de Gestão Interna salarial, aluguéis, comunicações.

São aqueles originados pelo processo


Despesas de Aquisição e Produção (DP)
comercial de distribuição e venda
ou
do seguro, englobando comissão de
Gastos de Gestão Externa
corretagem, material de propaganda.

Remuneração do Capital
Empregado (R. Cap)
É o lucro dos acionistas do segurador.
ou
Lucro

64 TEORIA GERAL DO SEGURO


Uma seguradora poderá concluir que, para operacionalizar determinada
modalidade de seguro, necessitará de um carregamento comercial de 45%,
assim distribuído:

Despesas Administrativas (DA) = 16% do Prêmio Comercial


Despesas de Produção (DP) = 25% do Prêmio Comercial
Remuneração do Capital
Empregado (R. Cap) = 4% do Prêmio Comercial

Carregamento = 45% do Prêmio Comercial

Cálculo do Prêmio Comercial


Calcula-se o Prêmio Comercial a partir do Prêmio Estatístico através da seguinte
fórmula:
PE
PC = Crie exercícios
1–c
Utilize o modelo ao lado, substitua
seus números e calcule outros prêmios
Nessa fórmula, a letra “c” é o total da soma dos três parâmetros que compõem comerciais.

o carregamento comercial da seguradora (DA + DP + Remuneração do Capital


Empregado).

Exemplo

Demonstração do cálculo do Prêmio Comercial para uma amostra de


seguros em que o Prêmio Estatístico é de R$ 875,42 e o carregamento
comercial está assim distribuído:

• 15% do Prêmio Comercial para despesas de aquisição de clientes


e produção;
• 13% do Prêmio Comercial para despesas administrativas; e
• 3% do Prêmio Comercial para remuneração do capital.

O carregamento (c) será de:

c = 15% + 13% + 3% = 31% do Prêmio Comercial

Convertendo-se o carregamento comercial em número decimal, temos


que 31% = 0,31.

Logo, o Prêmio Comercial será de:


PE R$ 875,42 R$ 875,42
PC = = = , ou seja → R$ 1.268,72
1–c 1 – 0,31 0,69

UNIDADE 4 65
TAXA COMERCIAL
A partir do Prêmio Comercial calculado para a amostra, é possível calcular a
Comentário Taxa Comercial a ser utilizada em todos os negócios que se enquadrem nas
A Taxa Comercial corresponde à relação características da amostra.
entre o Prêmio Comercial e a Importância
Segurada, sendo, geralmente, representada
em percentagem. Para se obter a Taxa Comercial, divide-se o Prêmio Comercial (PC) pela
Importância Segurada Individual (IS) e multiplica-se o resultado por 100,
para representá-la em percentagem, como expresso na fórmula a seguir:
Prêmio Comercial (PC)
Taxa Comercial (TC) = ( × 100) %
Importância Segurada (IS)

Exemplo

A Taxa Comercial para uma amostra de 9.137 seguros, com Importância


Segurada Individual (IS) de R$ 739.045,00 e Prêmio Comercial (PC) no
valor de R$ 1.847,61, será de:
PC
TC = ( × 100) %
Crie exercícios IS
Utilize o modelo ao lado, substitua
seus números e calcule outras taxas R$ 1.847,61
comerciais. TC = ( × 100) %, ou seja: TC = 0,25%
R$ 739.045,00

PRÊMIO BRUTO
É o resultado do somatório do Prêmio Comercial com os encargos e impostos.
É o prêmio que o segurado efetivamente pagará.

Calcula-se o Prêmio Bruto (PB) acrescentando-se ao Prêmio Comercial


(PC) as parcelas referentes aos encargos e aplicando-se a alíquota do IOF,
se houver.

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF)


Crie exercícios
Utilize o modelo ao lado, substitua
seus números e calcule outros prêmios
brutos.
Exemplo

Partindo do exemplo anterior, em que o Prêmio Comercial calculado


foi de R$ 1.268,72, que o prêmio será pago à vista, e a alíquota
de IOF de 7,38% teremos:

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF)


PB = (1.268,72 + 0) × (1 + 0,0738)
PB = 1.268,72 × 1,0738
PB = 1.362,35

66 TEORIA GERAL DO SEGURO


Parcelas que Compõem o Prêmio Bruto
Encargos
São valores cobrados independentemente do Prêmio Comercial ou Prêmio
Líquido ou Prêmio Tarifário.

Os principais encargos são:

• custo de emissão – denomina-se custo de emissão o custo cobrado pela


seguradora pela emissão do documento. (Extinto pela Resolução SUSEP
264/12, de 08/10/2012, ad referendum do CNSP, para seguros emitidos a
partir de 01/01/2013, com exceção apenas do seguro DPVAT, de que será
cobrado o valor de R$ 4,15 a título de custo da emissão da cobrança da
apólice ou bilhete.)

• adicional de fracionamento – AF (utilizado somente quando o seguro


não é pago à vista).
O fracionamento do prêmio é usualmente admitido mediante cobrança
de um adicional de fracionamento, que são os juros cobrados quando
o seguro é pago parceladamente, observando-se as seguintes condições
básicas:
– a cobrança de adicional de fracionamento é opcional;
– o vencimento da última prestação não poderá ultrapassar o término
de vigência do contrato;
– o IOF incide sobre o valor de cada parcela e sobre o adicional de
fracionamento, se houver; e
– configurada a falta de pagamento de qualquer uma das parcelas
subsequentes à primeira, o prazo de vigência da cobertura será ajustado
em função do prêmio efetivamente pago, nos termos das circulares
vigentes da SUSEP.

Impostos
Sobre o Prêmio Comercial, acrescido dos encargos, incidirá a cobrança do
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Operações
relativas a Títulos e Valores Mobiliários – IOF.

Esse imposto incide sobre todas as parcelas que compõem o Prêmio Bruto;
logo, sua alíquota incide sobre o Prêmio Comercial e Encargos (Juros, Adicional
de Fracionamento).

O cálculo de cada parcela do prêmio fracionado é feito aplicando-se ao Prêmio


Líquido (ou Prêmio Comercial ou Prêmio Tarifário) o coeficiente indicado pelas
seguradoras, acrescentando-se o respectivo IOF a todas as parcelas.

De acordo com o Título IV do Decreto 6.306, de 14/12/2007, com os


respectivos ajustes feitos por outros documentos legais, tratando da forma
de aplicação e alíquotas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e
Seguro ou Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF), o IOF incide
sobre as operações de seguro.

UNIDADE 4 67
A expressão “operações de seguro”, segundo o citado decreto, compreende
Seguros de Vida e congêneres, Seguro de Acidentes Pessoais e do Trabalho,
Seguros de Bens, Valores, Coisas e outros não especificados (Decreto-Lei 1.783,
de 1980, art. 1o, incisos II e III).

De acordo com o citado decreto, a alíquota do IOF é de 25% (Lei 9.718, de


27 de novembro de 1998, art. 15), estando, entretanto, reduzida, atualmente,
para as seguintes alíquotas:

Alíquota Operações
Medida importante para
o mercado de seguro I. de resseguro;
O Decreto 7.787, de 15/08/2012, determinou II. obrigatório, vinculado a financiamento de imóvel habitacional,
que os seguros de garantia com apólices realizado por agente do Sistema Financeiro de Habitação;
emitidas a partir de 16/11/2012 também III. de crédito à exportação e de transporte internacional de mercadorias;
terão zeradas suas alíquotas de IOF. IV. contratado no Brasil, referente à cobertura de riscos relativos ao
0 (Zero) lançamento e à operação dos satélites Brasilsat I e II;
V. em que o valor dos prêmios seja destinado ao custeio dos planos de
seguro de vida com cobertura por sobrevivência;
VI. Seguro Aeronáutico e Seguro de Responsabilidade Civil pago por
transportador aéreo; e
VII. Seguro Garantia.

Nas operações de seguro de vida e congêneres, de acidentes pessoais e do


trabalho, incluídos os seguros obrigatórios de danos pessoais causados
0,38%
por veículos automotores de vias terrestres (DPVAT) e por embarcações,
ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não (DPEM).

2,38% Nas operações de seguros privados de assistência à saúde.

7,38% Nas demais operações de seguro.

I. em que o segurado seja a entidade binacional Itaipu (art. XII do


Tratado promulgado pelo Decreto 72.707, de 1973);
II. contratada pelos executores do Gasoduto Brasil-Bolívia, diretamente
ou por intermédio de empresas especialmente por eles selecionadas
para esse fim, obedecidas as condições previstas no Acordo entre os
Governos da República Federativa do Brasil e da República da Bolívia
(Acordo promulgado pelo Decreto 2.142, de 1997, art. 1o);
III. rural (Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, art. 19);
IV. em que os segurados sejam missões diplomáticas e repartições
consulares de carreira (Convenção de Viena sobre Relações Consulares
promulgada pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 32, e Decreto 95.711,
de 1988, art. 1o);
V. contratada por funcionário estrangeiro de missão diplomática ou
representação consular (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
promulgada pelo Decreto 56.435, de 8 de junho de 1965, art. 34).
§ 1o O disposto nos incisos IV e V não se aplica aos consulados e
cônsules honorários (Convenção de Viena sobre Relações Consulares
Isentos
promulgada pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 58).
§ 2o O disposto no inciso V não se aplica aos funcionários estrangeiros
que tenham residência permanente no Brasil (Convenção de Viena
sobre Relações Diplomáticas promulgada pelo Decreto 56.435, de
1965, art. 37, e Convenção de Viena sobre Relações Consulares
promulgada pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 71).
§ 3o Os membros das famílias dos funcionários mencionados no inciso
V, desde que com eles mantenham relação de dependência econômica
e não tenham residência permanente no Brasil, gozarão do tratamento
estabelecido neste artigo (Convenção de Viena sobre Relações
Diplomáticas promulgada pelo Decreto 56.435, de 1965,
art. 37, e Convenção de Viena sobre Relações Consulares promulgada
pelo Decreto 61.078, de 1967, art. 71).
§ 4o O tratamento estabelecido neste artigo aplica-se, ainda, aos
organismos internacionais e regionais de caráter permanente de que o
Brasil seja membro e aos funcionários estrangeiros de tais organismos,
nos termos dos acordos firmados (Lei 5.172, de 1966, art. 98).

68 TEORIA GERAL DO SEGURO


Aplicação Prática

Considere um Seguro Compreensivo Residencial no qual o Prêmio


Comercial à vista seja de R$ 680,00, a alíquota de IOF igual a 7,38% e
que para o parcelamento tenham sido indicados, pela seguradora, os
seguintes coeficientes de fracionamento do prêmio:
Crie exercícios
Utilize o modelo ao lado, substitua seus
• 2 parcelas → 0,5018 números e pratique outros cálculos.
• 3 parcelas → 0,3498
• 4 parcelas → 0,2601
• 5 parcelas → 0,2287
• 6 parcelas → 0,1732
• 7 parcelas → 0,1584
• 8 parcelas → 0,1365

Se o segurado optar pelo fracionamento em 6 vezes, os passos para o


cálculo das parcelas do Prêmio Bruto serão os seguintes:

a) inserir o valor de cada parcela obtido pelo produto do coeficiente


previsto anteriormente pelo Prêmio Líquido (ou Comercial ou
Tarifário):

0,1732 × R$ 680,00 = R$ 117,78

b) logo, em relação ao Prêmio Líquido (ou Comercial ou Tarifário),


teremos 6 parcelas de R$ 117,78:

6 × R$ 117,78 = R$ 706,68

c) o adicional de fracionamento incorporado ao Prêmio Líquido (ou


Comercial ou Tarifário), para chegar ao Prêmio Bruto, terá sido de:

R$ 706,68 – R$ 680,00 = R$ 26,68

d) as parcelas da primeira a sexta parcela, ficarão (todas iguais) assim


definidas:

Seis parcelas de:


R$ 117,78 (parcela do Prêmio Líquido) + R$ 8,69 (IOF correspondente
a 7,38% da parcela do Prêmio Líquido) = R$ 126,47

e) o prêmio total bruto será de R$ 758,82 = 6 × R$ 126,47

Obs.: com o fim do custo de apólice todas as parcelas terão o


mesmo valor.

UNIDADE 4 69
Há situações em que a seguradora dispensa a cobrança de encargos.
Neste caso, teríamos:

PB = PC × (1 + IOF)

Exemplo

Para um seguro contratado sem encargos, cujo Prêmio Líquido


Crie exercícios (ou Prêmio Comercial ou Prêmio Tarifário) foi de R$ 60,00 e a alíquota
Utilize o modelo ao lado, substitua seus de IOF foi de 7,38%, o Prêmio Bruto será de:
números e calcule outros preços brutos.

PB = PC × (1 + IOF); logo:
PB = R$ 60,00 × (1 + 0,0738), ou seja: PB = R$ 64,43.

Aplicação Prática

Cálculo do Prêmio Bruto

Uma companhia de seguros decidiu incrementar sua produção,


lançando um produto inédito no mercado, classificado como uma
modalidade do Ramo Riscos Diversos.

Para estabelecer o prêmio estatístico, a seguradora analisou uma


amostra de objetos idênticos e obteve os seguintes dados:

• no de objetos da amostra ⇒ 2.000


• no de eventos ocorridos ⇒ 1.300
• valor total indenizado ⇒ R$ 500.000,00

Para comercializar esse novo produto, a seguradora terá que incluir o


seguinte carregamento comercial:
• despesas administrativas ⇒ 18% ou 0,18
• despesas de produção ⇒ 28% ou 0,28
• lucro ⇒ 4% ou 0,04

Qual será o valor do prêmio bruto dessa amostra, parcelado em três


vezes, sabendo-se que o adicional de fracionamento é de R$ 4,75?

1o Passo: Cálculo do Prêmio Estatístico a partir dos dados da Amostra

PE = VM × CM

Logo: PE = 1.300/2.000 × 500.000,00/1.300 = 250,00

2o Passo: Cálculo do Carregamento Comercial (“c”)

c = DA + DP + RC (ou lucro)

c = 0,18 + 0,28 + 0,04 = 0,50

70 TEORIA GERAL DO SEGURO


3o Passo: Cálculo do Prêmio Comercial (PC)

PC = PE = 250,00 = 500,00

PC = PE / 1 – C
PC = 250,00 / 1 – 0,50
PC = 250,00 / 0,50
PC = 500,00

4o Passo: Cálculo do Prêmio Bruto

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF)

O IOF é de 7,38% ou 0,0738, por tratar-se de Seguro de Ramos


Elementares (Riscos Diversos).

Logo:
PB = (500,00 + 4,75) × (1 + 0,0738)
PB = 504,75 × 1,0738 =
PB = R$ 542,00

Na prática, as seguradoras, a partir dos prêmios comerciais, tarifários ou


líquidos, elaboram tabelas de taxas, denominadas tarifas, para facilitar a
comercialização dos seguros pelos corretores. Neste caso, basta aplicar a taxa
indicada pela seguradora ao valor da importância segurada, estabelecida pelo
segurado, para se chegar, inicialmente, ao prêmio líquido e, posteriormente,
ao prêmio bruto, como veremos no exemplo a seguir.

Exemplo
1. Se a taxa para o seguro de serras elétricas fixas e outros equipamentos
similares no Ramo Riscos Diversos – Modalidade Equipamentos
Estacionários da Seguradora Imaginária é de 0,45% ao ano, e uma
marcenaria possui duas serras, uma com a importância segurada
de R$ 138.000,00 e a outra com a importância segurada de
R$ 260.000,00, os respectivos prêmios líquidos anuais serão de:

• 1a serra elétrica:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 138.000,00 × 0,45% = R$ 621,00

• 2a serra elétrica:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 260.000,00 × 0,45% = R$ 1.170,00

Para o cálculo do prêmio bruto desse seguro, somam-se os dois prêmios


líquidos, acrescentam-se os encargos (adicional de fracionamento), se
houver, e, finalmente, os impostos (atualmente, aplica-se o IOF, cuja
alíquota para esse ramo de seguro é de 7,38%).

Prêmio Bruto = (PC + encargos) × (1 + IOF), ou seja:

PB = (621,00 + 1.170,00) × (1 + 0,0738)


PB = 1.791,00 × 1,0738
PB = 1.923,18

O prêmio bruto a ser pago à vista pelo segurado será de R$ 1.923,18.

UNIDADE 4 71
2. Se a taxa para um seguro de empilhadeiras no Ramo Riscos
Diversos – Modalidade Equipamentos Móveis é de 1,76% ao ano,
e uma empresa possui duas empilhadeiras, uma com a importância
segurada de R$ 62.000,00 e a outra com a importância segurada
de R$ 37.000,00, os respectivos prêmios líquidos anuais serão de:

• 1a empilhadeira:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 62.000,00 × 1,76% = R$ 1.091,20

• 2a empilhadeira:
Prêmio Líquido = IS × taxa
PL = R$ 37.000,00 × 1,76% = R$ 651,20

Para o cálculo do prêmio bruto desse seguro, somam-se os dois prêmios


líquidos, acrescentam-se os encargos (adicional de fracionamento), se
houver, e, finalmente, os impostos (atualmente, aplica-se o IOF, cuja
alíquota para esse ramo de seguro é de 7,38%).

Prêmio Bruto = (PC + encargos) × (1 + IOF), ou seja:


PB = (1.091,20 + 651,20) × (1 + 0,0738)
PB = 1.742,40 × 1,0738
PB = 1.870,99

O prêmio bruto a ser pago à vista pelo segurado será de R$ 1.870,99.

Assim, como há situações em que a alíquota do IOF é zero, também há


situações sem encargos a cobrar.

Vejamos, a seguir, um cálculo sem encargos e com IOF zero:

Exemplo

Para um Seguro Multirrisco contratado sem encargos, a seguradora


estabeleceu um prêmio líquido anual de R$ 260,00. Sendo a alíquota
do IOF zero, o prêmio bruto para tal seguro será de:

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF); logo, como os encargos e o IOF


são nulos, temos que:

PB = PC × (1 + IOF), ou seja:
PB = R$ 260,00 × 1
PB = R$ 260,00

72 TEORIA GERAL DO SEGURO


COBRANÇA DE PRÊMIO
A cobrança de prêmio dos seguros é efetuada, obrigatoriamente, através
da rede bancária.

A legislação vigente estabelece que poderão ser pagos, diretamente nas


seguradoras, os prêmios dos seguros iguais ou inferiores a R$ 60,00.

É permitido, também, que o pagamento e a cobrança de prêmio de seguro


sejam efetivados através de cartão de crédito, desde que haja a concordância
expressa do segurado e sejam respeitadas as formalidades legais, como a
indicação no extrato de cobrança do nome do segurado, do valor do prêmio
e do número do documento de seguro a que se refere, entre outros.

É da competência das seguradoras indicar ao segurado os bancos e respectivas


agências, além de enviar os documentos para pagamento do prêmio até a
data limite prevista na nota de seguro.

PRAZO DE VIGÊNCIA DO SEGURO


Comentário
De um modo geral, o prazo de vigência de um contrato de seguro é de
A Circular SUSEP 251, de 15/04/2004,
1 ano. estabelece que as apólices, os certificados
de seguro e os endossos terão seu início e
Entretanto, nada impede que sejam contratados seguros com prazos término de vigência às 24 horas das datas
para tal fim neles indicadas, ressalvados
inferiores ou superiores a 1 ano, dependendo das normas específicas de os Seguros de Danos garantidos por
cada ramo e do apetite da seguradora por aquele risco. O prêmio do seguro apólices coletivas e aqueles sujeitos à
é calculado, também, em função desse prazo. averbação, os quais possuem condições
específicas.

Seguro a Prazo Curto


É o seguro contratado por prazo inferior a 1 ano, desde que não haja restrição
técnica específica.

O prêmio é calculado em função de uma tabela de prazo curto que majora,


em termos relativos, o valor dos prêmios em relação ao prêmio anual.

A Tabela de Prazo Curto é utilizada quando não existe justificativa plausível


para a redução de prazo normalmente utilizado nos seguros. Com isso, as
seguradoras procuram inibir a tentativa de contratação de seguros somente
para períodos em que o proponente acredita existir maior possibilidade de
ocorrência de sinistros.
Exemplo: colheitadeira segurada apenas na época da safra.

UNIDADE 4 73
Para se calcular o prêmio do seguro a prazo curto, utiliza-se uma tabela como
a seguinte, divulgada pela Circular SUSEP 256, de 16/06/2004:

% do Prêmio
Prazo (até)
Líquido Anual

15 dias 13

30 dias 20

45 dias 27

60 dias 30

75 dias 37

90 dias 40

105 dias 46

120 dias 50

135 dias 56

150 dias 60

165 dias 66

180 dias 70

195 dias 73

210 dias 75

225 dias 78

240 dias 80

255 dias 83

270 dias 85

285 dias 88

300 dias 90

315 dias 93

330 dias 95

345 dias 98

365 dias 100

Os percentuais correspondentes aos prazos registrados na tabela devem ser


aplicados ao valor do prêmio anual do seguro.

Para percentuais diferentes da tabela, adotam-se os percentuais imediatamente


inferiores.

74 TEORIA GERAL DO SEGURO


Exemplo

Assim, se o prêmio anual é de R$ 36.000,00, num seguro a prazo


curto de 90 dias, o prêmio a ser cobrado será:

90 dias ⇒ 40% de R$ 36.000,00 = R$ 14.400,00

Note-se que o prêmio de seguro a prazo curto não é proporcional


à sua vigência. Se fosse, deveria ser cobrado:

R$ 36.000,00
90 × = R$ 8.876,00
365

Logo, o prêmio a prazo curto majora de forma relativa o prêmio


anual nos casos em que a vigência for inferior a 1 ano.

Taxa de Seguro a Prazo Curto


Comentário
Para calcular a taxa de um seguro a prazo curto de 150 dias, cuja taxa anual A majoração, consequente da aplicação da
Tabela de Prazo Curto, justifica-se pela
é de 6%, adota-se o seguinte procedimento:
maior despesa administrativa, própria
a esse tipo de seguro, e pela sua maior
150 dias ⇒ 60% de 6% = 3,6% exposição ao risco.

Prêmio de Seguro Pro Rata Temporis (em Proporção


ao Tempo)
Em alguns casos, para atender a condições justificadas tecnicamente, o cálculo
do prêmio de um seguro, com prazo inferior a 1 ano, pode ser efetuado
sem aplicação da tabela de prazo curto. Nesse caso, diz-se que o prêmio foi
calculado na base pro rata temporis.

Entende-se por prêmio pro rata temporis o prêmio cobrado por um


determinado prazo de seguro, calculado proporcionalmente ao custo anual
desse seguro, ou seja, de forma proporcional ao tempo.

Algumas vezes, durante a vigência de um contrato de seguro, ocorrem


alterações (endossos) que modificam o valor do prêmio devido pelo segurado.
Nesses casos, ou em outros previstos em normas, o cálculo do prêmio a devolver
ou a cobrar é feito na base pro rata temporis, isto é, proporcionalmente ao
número de dias do ano (365 ou 366 dias, conforme o caso), não havendo
majoração da taxa quando a referência é o custo anual.

UNIDADE 4 75
Geralmente, o prêmio na base pro rata temporis é assim calculado:
Exemplo
Dados da apólice:
IS × t × N
Prêmio do Seguro =
• Importância Segurada: R$ 300.000,00
365
• Taxa Anual: 1%
• Prazo: 120 dias IS = Importância Segurada;
t = taxa anual do seguro; e
Cálculo do prêmio pro rata temporis
para 120 dias:
N = número de dias de vigência do seguro.

Prêmio = R$ 300.000 × 1% × 120


pro rata
365 A fim de facilitar a contagem de dias para o cálculo do prêmio pro rata
= R$ 986,30 temporis, pode ser utilizada a tabela que segue, composta de dois quadros
de dupla entrada:

NÚMEROS INDICATIVOS DOS MESES NÚMEROS INDICATIVOS DOS MESES





1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 1 32 60 91 121 152 182 213 244 274 305 335 366 397 425 456 486 517 547 578 609 639 670 700
2 2 33 61 92 122 153 183 214 245 275 306 336 367 398 426 457 487 518 548 579 610 640 671 701
3 3 34 62 93 123 154 184 215 246 276 307 337 368 399 427 458 488 519 549 580 611 641 672 702
4 4 35 63 94 124 155 185 216 247 277 308 338 369 400 428 459 489 520 550 581 612 642 673 703
5 5 36 64 95 125 156 186 217 248 278 309 339 370 401 429 460 490 521 551 582 613 643 674 704
6 6 37 65 96 126 157 187 218 249 279 310 340 371 402 430 461 491 522 552 583 614 644 675 705
7 7 38 66 97 127 158 188 219 250 280 311 341 372 403 431 462 492 523 553 584 615 645 676 706
8 8 39 67 98 128 159 189 220 251 281 312 342 373 404 432 463 493 524 554 585 616 646 677 707
9 9 40 68 99 129 160 190 221 252 282 313 343 374 405 433 464 494 525 555 586 617 647 678 708
NÚMEROS REPRESENTATIVOS DOS DIAS DO MÊS

→ 10 10 41 69 100 130 161 191 222 253 283 314 344 375 406 434 465 495 526 556 587 618 648 679 709
11 11 42 70 101 131 162 192 223 254 284 315 345 376 407 435 466 496 527 557 588 619 649 680 710
12 12 43 71 102 132 163 193 224 255 285 316 346 377 408 436 467 497 528 558 589 620 650 681 711
13 13 44 72 103 133 164 194 225 256 286 317 347 378 409 437 468 498 529 559 590 621 651 682 712
14 14 45 73 104 134 165 195 226 257 287 318 348 379 410 438 469 499 530 560 591 622 652 683 713
15 15 46 74 105 135 166 196 227 258 288 319 349 380 411 439 470 500 531 561 592 623 653 684 714
16 16 47 75 106 136 167 197 228 259 289 320 350 381 412 440 471 501 532 562 593 624 654 685 715
17 17 48 76 107 137 168 198 229 260 290 321 351 382 413 441 472 502 533 563 594 625 655 686 716
18 18 49 77 108 138 169 199 230 261 291 322 352 383 414 442 473 503 534 564 595 626 656 687 717
19 19 50 78 109 139 170 200 231 262 292 323 353 384 415 443 474 504 535 565 596 627 657 688 718
20 20 51 79 110 140 171 201 232 263 293 324 354 385 416 444 475 505 536 566 597 628 658 689 719

21 21 52 80 111 141 172 202 233 264 294 325 355 386 417 445 476 506 537 567 598 629 659 690 720
22 22 53 81 112 142 173 203 234 265 295 326 356 387 418 446 477 507 538 568 599 630 660 691 721
→→ 23 23 54 82 113 143 174 204 235 266 296 327 357 388 419 447 478 508 539 569 600 631 661 692 722
24 24 55 83 114 144 175 205 236 267 297 328 358 389 420 448 479 509 540 570 601 632 662 693 723
25 25 56 84 115 145 176 206 237 268 298 329 359 390 421 449 480 510 541 571 602 633 663 694 724
26 26 57 85 116 146 177 207 238 269 299 330 360 391 422 450 481 511 542 572 603 634 664 695 725
27 27 58 86 117 147 178 208 239 270 300 331 361 392 423 451 482 512 543 573 604 635 665 696 726
28 28 59 87 118 148 179 209 240 271 301 332 362 393 424 452 483 513 544 574 605 636 666 697 727
29 29 88 119 149 180 210 241 272 302 333 363 394 453 484 514 545 575 606 637 667 698 728

→→ 30 30 89 120 150 181 211 242 273 303 334 364 395 454 485 515 546 576 607 638 668 699 729
31 31 90 151 212 243 304 365 396 455 516 577 608 669 730

Obs.: As setas ajudam no acompanhamento das hipóteses apresentadas a seguir.

76 TEORIA GERAL DO SEGURO


Para a utilização da tabela, são consideradas duas hipóteses:

1a hipótese – o início e o término de vigência do seguro estão contidos num


mesmo ano.
Exemplo: de 10/03/2011 a 20/09/2011.

Nesse caso, utiliza-se somente o primeiro quadro e procede-se da seguinte


forma:

1. sendo a data do término da vigência 20/09/2011, busca-se na coluna


vertical da tabela o dia 20 e, na horizontal, o mês 9, obtendo-se, no primeiro
quadro, o número 263 (acompanhe na tabela a seta →); e

2. sendo a data do início da vigência, obtém-se, no mesmo quadro, de forma


análoga, o número 69.

A diferença entre os números encontrados é o número exato de


dias contidos no prazo do seguro:

263 – 69 = 194 dias

2a hipótese – o início e o término de vigência estão em anos consecutivos.


Exemplo: de 30/07/2011 a 23/02/2012.

Nesse caso, utiliza-se o segundo quadro para término, obtendo-se o número


419, e o primeiro quadro para o início, obtendo-se o número 211 (acompanhe
na tabela a seta →→).

A diferença entre os números encontrados é o número exato de Lembrete


dias contidos no prazo do seguro: Deve-se adicionar 1 ao resultado do cálculo
do número de dias quando o período de
vigência compreender o dia 29/02, como
419 – 211 = 208 dias em todos os anos bissextos.

Seguro a Prazo Longo (Plurianual)


No seguro contratado por prazo superior a 1 ano, utiliza-se uma Tabela de
Prazo Longo que diminui, em termos relativos, o valor do prêmio em relação
ao prêmio anual. Atenção
O Seguro a Prazo Longo só pode ser
contratado pelo prazo máximo de
O Seguro a Prazo Longo só pode ser contratado pelo prazo máximo de cinco anos.
cinco anos.

UNIDADE 4 77
Para calcular o prêmio do seguro a prazo longo, utiliza-se também uma tabela,
como, por exemplo, a que segue:

Tabela de Prazo Longo

Prazo em meses % Prazo em meses %

13 108 37 278

14 116 38 284

15 124 39 291

16 132 40 297

17 140 41 303

18 147 42 309

19 155 43 315

20 162 44 321

21 169 45 327

22 176 46 333

23 183 47 338

24 (2 anos) 190 48 (4 anos) 344

25 197 49 350

26 205 50 356

27 212 51 362

28 219 52 367

29 226 53 373

30 233 54 379

31 239 55 384

32 246 56 389

33 252 57 394

34 259 58 400

35 265 59 405

36 (3 anos) 271 60 (5 anos) 410

A Tabela de Prazo Longo é utilizada de forma análoga à de Prazo Curto.

78 TEORIA GERAL DO SEGURO


Taxa de Seguro de Prazo Longo
Comentário
A Tabela de Prazo Longo determina a
Para calcular a taxa de um seguro a prazo longo de 24 meses, com taxa anual redução das despesas administrativas e
de 6%, adota-se o seguinte procedimento: pulveriza o risco de forma mais eficaz.

24 meses ⇒ 190% de 6% = 11,4%

Se a taxa cobrada para 24 meses é de 11,4%, a taxa anual equivalente seria


de 11,4% ÷ 2 = 5,7%, registrando-se a diminuição da taxa anual de 6%
para 5,7%.

Restituição de Prêmio em Caso de Cancelamento


Quando a seguradora rescindir o contrato de seguro, a ela se torna obrigada
a devolver o prêmio recebido e o IOF, além da parte proporcional ao tempo
que o seguro estava vigente.

Quando a decisão de cancelamento for do segurado, o valor da devolução


do prêmio dependerá das condições estabelecidas na apólice, variando de
seguradora para seguradora. Pode ser calculado proporcionalmente ao prêmio
anual ou mediante a utilização da tabela de prazo curto, além do IOF.

Exemplo
Vigência do contrato: 01/01/2014 a 31/12/2014
Tempo decorrido pós-contratação: 90 dias
Prêmio anual do seguro: R$ 4.000,00 (pago à vista)
Taxa anual do seguro: 1%
IOF: R$ 295,20
Total: R$ 4.295,20

Cancelamento pelo segurado:

Percentual da tabela de prazo curto: 40% Seguradora reterá:


(R$ 4.000,00 × 40%) + R$ 295,20 (IOF) = R$ 1.895,20

Cancelamento pela seguradora:

Sendo por iniciativa da seguradora, a SUSEP determina que o cálculo


de restituição seja realizado na base pro rata temporis:

Prêmio proporcional ao tempo:

R$ 4.000,00 × 90 / 365 = R$ 986,30

A seguradora reterá:

R$ 986,30 + R$ 295,20 (IOF) = R$ 1.281,50

Prêmio a restituir:

R$ 4.295,20 – R$ 1.281,50 = R$ 3.013,70

(Em ambos os casos, em situações de parcelamento do prêmio e se


houver parcelas não pagas, elas deverão ser deduzidas da restituição)

UNIDADE 4 79
80 TEORIA GERAL DO SEGURO
Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] O valor matemático do risco é uma medida de frequência relativa que
corresponde à seguinte expressão:

(a) eventos ocorridos × eventos pesquisados.


(b) eventos pesquisados ÷ eventos ocorridos.
(c) eventos ocorridos ÷ eventos pesquisados.
(d) eventos ocorridos – sinistros avisados.
(e) (eventos ocorridos + eventos pesquisados) ÷ sinistros ocorridos.

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

[2] Entre os componentes do prêmio abaixo citado, aqueles que se referem à


mensuração do risco são os seguintes:

I) IOF e custo de emissão.


II) Despesas administrativas e despesas de produção do segurador.
III) Custo médio por sinistro e valor matemático do risco.
IV) Remuneração de capital e valor matemático do risco.

Assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente III é proposição verdadeira.
(c) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[3] O valor matemático do risco pode ser entendido como o(a):

(a) Quociente entre eventos ocorridos e o prejuízo total.


(b) Quociente entre o prejuízo total e o número de objetos expostos ao
risco.
(c) Produto do número de sinistros pelo custo médio.
(d) Valor aproximado da probabilidade de ocorrência do evento.
(e) Soma do prejuízo total com o prêmio estatístico.

FIXANDO CONCEITOS 4 81
Fixando Conceitos 4

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA

[4] Em relação à taxa estatística, podemos afirmar que:

I) Com o aditivo de oscilação matemática, também recebe a denominação


taxa pura.
II) Corresponde à relação percentual entre o prêmio estatístico e a
importância segurada individual.
III) Equivale à taxa comercial, excluído o custo de apólice.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente III é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[5] Em virtude da possível oscilação do valor do custo médio do sinistro, o


prêmio puro pode ser entendido como sendo o:

(a) Prêmio estatístico sem o imposto e o custo de apólice.


(b) Prêmio comercial sem os carregamentos.
(c) Prêmio estatístico carregado da margem comercial.
(d) Prêmio tarifário sem os impostos.
(e) Prêmio estatístico acrescido de um carregamento de segurança.

[6] Uma das formas adotadas para determinar o prêmio estatístico é:

(a) Multiplicar o valor matemático do risco pelo prejuízo total.


(b) Dividir o prejuízo total pelo número de eventos ocorridos.
(c) Somar o valor matemático do risco com o custo médio.
(d) Dividir o valor matemático do risco pelo número de eventos
pesquisados.
(e) Dividir o prejuízo total pelo número de objetos pesquisados.

82 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 4

[7] O prêmio estatístico individual de uma carteira composta por 6.000 seguros
idênticos, com valor matemático do risco igual a 3% e custo médio por sinistro Anotações:
de R$ 200.000,00, é de:

(a) R$ 1.200,00
(b) R$ 2.000,00
(c) R$ 4.000,00
(d) R$ 6.000,00
(e) R$ 10.000,00

[8] Em uma carteira composta por 4.000 seguros idênticos, com valor
matemático do risco igual a 2% e custo médio por sinistro de R$ 40.000,00,
o prêmio estatístico individual equivalerá a:

(a) R$ 20,00
(b) R$ 50,00
(c) R$ 250,00
(d) R$ 500,00
(e) R$ 800,00

[9] Entende(m)-se como um seguro a prazo curto:

(a) Aquele contratado para cobrir um evento em particular.


(b) Seguros de construções civis.
(c) Seguro contratado por prazo inferior a 1 (um) ano, desde que não
haja restrição técnica específica.
(d) Seguro cujo prêmio é cobrado mensalmente.
(e) Seguro temporário, exclusivo para embarque de mercadorias do ramo
de transportes.

[10] Foi apurado um prêmio estatístico de R$ 600,00 em uma amostra com


3.000 itens pesquisados. Calcule o prêmio comercial, considerando:

• 10% para despesas com produção


• 20% para despesas administrativas
• 10% para remuneração do capital

(a) R$ 0,40
(b) R$ 40,00
(c) R$ 400,00
(d) R$ 840,00
(e) R$ 1.000,00

FIXANDO CONCEITOS 4 83
Fixando Conceitos 4

[11] Considere o prêmio estatístico igual a R$ 360,00 com o seguinte


Anotações: carregamento:

• Lucro = 4%
• Comissão de corretagem = 20%
• Despesas administrativas = 12%

O prêmio tarifário será de:

(a) R$ 432,00
(b) R$ 475,20
(c) R$ 489,60
(d) R$ 492,20
(e) R$ 562,50

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[12] Assinale o prêmio comercial para um seguro com prêmio puro


de R$ 1.200,00, carregamento comercial de 40% e importância segurada de
R$ 400.000,00:

(a) R$ 240,00
(b) R$ 840,00
(c) R$ 2.000,00
(d) R$ 3.600,00
(e) R$ 4.000,00

[13] O carregamento comercial se compõe das seguintes parcelas:

(a) Despesas administrativas, remuneração do capital empregado e


despesas de aquisição.
(b) Despesas administrativas, lucro e despesas com indenizações.
(c) Comissão de corretagem, IOF, lucro e custo de emissão de apólice.
(d) Despesas de aquisição e produção, comissão de corretagem e despesas
administrativas.
(e) Lucro, despesas administrativas e IOF.

84 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 4

[14] A taxa comercial é expressa em percentagem e corresponde à relação


entre: Anotações:

(a) O prêmio comercial e o valor em risco apurado na data do sinistro.


(b) O prêmio comercial acrescido de IOF e o valor matemático do risco.
(c) A importância segurada e o prêmio estatístico.
(d) O prêmio comercial e a importância segurada.
(e) Os sinistros e o prêmio comercial.

[15] Assinale a alternativa que indica a expressão de cálculo do prêmio bruto,


considerando:

• PB = Prêmio Bruto
• PC = Prêmio Comercial
• PE = Prêmio Estatístico
• c = carregamento comercial, expresso em número decimal
• AF = Adicional de Fracionamento
• IOF = Imposto sobre Operações Financeiras, na forma decimal

(a) PB = PE + IOF + CA
(b) PB = (PC + AF) × (1 + IOF)
(c) PB = 2 (PE + CA) + IOF
(d) PB = PC/(1 – c)
(e) PB = PE + PC + IOF

[16] Calcule o prêmio bruto de um seguro, considerando os seguintes dados:

• Prêmio Comercial = R$ 400,00


• Prêmio Estatístico = R$ 200,00
• IOF = 7,38%

Assinale a alternativa correta:

(a) R$ 224,70
(b) R$ 428,70
(c) R$ 429,52
(d) R$ 545,70
(e) R$ 652,70

[17] Informe a taxa estatística, considerando uma amostra de 100 mil seguros
de objetos idênticos, com importância segurada para cada um de R$ 25.000,00
e prêmio estatístico de R$ 280,00:

(a) 0,67%
(b) 1,12%
(c) 0,28%
(d) 0,38%
(e) 1,14%

FIXANDO CONCEITOS 4 85
Fixando Conceitos 4

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA

[18] Como parâmetros utilizados para calcular o prêmio do seguro, podemos


relacionar:

I) A taxa de seguro, a franquia e a importância segurada.


II) O prazo do seguro, a exposição ao risco e a taxa do seguro.
III) A importância segurada, o prazo do seguro e a exposição ao risco.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente III é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

ASSINALE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)

[19] O prêmio _______________ é encontrado adicionando-se o IOF ao prêmio


_______________.

(a) comercial / estatístico


(b) bruto / tarifário
(c) estatístico / líquido
(d) comercial / bruto
(e) bruto / estatístico

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[20] A característica indenitária do seguro não existe nos Seguros de:

(a) Bens e Pessoas.


(b) Responsabilidade Civil e Garantia de Obrigações Contratuais.
(c) Garantia de Obrigações Contratuais.
(d) Pessoas.
(e) Responsabilidade Civil.

86 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 4

CORRELACIONE AS COLUNAS ABAIXO E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA Anotações:

[21] Considere os carregamentos comerciais e associe cada um deles à sua


destinação:

Tipo de carregamento comercial (c) Destinação

1) DA – Despesas Administrativas. ( ) É o lucro dos acionistas do


segurador.
2) DP – Despesas de Produção. ( ) S ã o a qu e las o r i gina das
pelo processo comercial
de distribuição e venda do
seguro, englobando comissão
de corretagem e material de
propaganda.
3) Remuneração do Capital Empregado. ( ) Destinadas à administração da
seguradora, como pagamento
de folha salarial, aluguéis,
comunicações.

(a) 1,2,3
(b) 2,1,3
(c) 2,3,1
(d) 3,1,2
(e) 3,2,1

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[22] Entende-se por prêmio contributário:

(a) O prêmio pago pelo segurado ou pelo estipulante.


(b) O somatório de todos os prêmios pagos pelos seguros obrigatórios.
(c) O total de prêmios da carteira de Seguro de Vida de uma seguradora.
(d) Aquele que é arrecadado dos empregados, pela empresa, para o
custeio do seguro.
(e) O prêmio subsidiado integralmente pelas empresas para pagamento
de seguro de seus empregados.

[23] Na decomposição do prêmio do seguro, a comissão de corretagem é


classificada como:

(a) Encargo.
(b) Imposto.
(c) Despesa administrativa.
(d) Gasto de gestão externa.
(e) Valor matemático do risco.

FIXANDO CONCEITOS 4 87
Fixando Conceitos 4

[24] Assinale em qual das alternativas a seguir a alíquota aplicável de IOF é


Anotações: de 0,38%:

(a) Nas operações de resseguro.


(b) Nos Seguros de Transporte Internacional de Mercadorias.
(c) Nas operações de Seguros de Vida e Acidentes Pessoais.
(d) Nas operações de Seguros Privados de Assistência à Saúde.
(e) Nas operações de Seguros Rurais e de Penhor Rural de Instituições
Financeiras.

[25] Com relação ao prêmio do seguro, a legislação vigente estabelece que


poderão ser pagos, diretamente nas seguradoras, os prêmios dos seguros
iguais ou inferiores a:

(a) R$ 10,00
(b) R$ 30,00
(c) R$ 50,00
(d) R$ 60,00
(e) R$ 75,00

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[26] Considerando-se os conceitos da operação do seguro, são riscos


cobertos:

(a) os riscos decorrentes de culpa grave/intencional do segurado.


(b) os riscos fundamentais ou catastróficos.
(c) Riscos a que a seguradora não tem interesse em conceder a cobertura
securitária na eventualidade de sua ocorrência.
(d) os riscos decorrentes de danos materiais caracterizados no contrato
de seguro.
(e) os riscos que constituem carteiras específicas.

[27] Utilizando a tabela pro rata, calcule o prêmio líquido, considerando os


dados abaixo:

Importância Segurada: R$ 5.000.000,00


Taxa: 0,12%
Vigência do Seguro: de 01/12/2008 a 24/05/2009 (174 dias)

(a) R$ 944,00
(b) R$ 2.380,20
(c) R$ 2.860,27
(d) R$ 3.280,50
(e) R$ 6.000,00

88 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 4

[28] Ao proceder à análise do resultado anual de sua carteira de Seguros


de Automóveis, composta de uma frota de 12.100 veículos idênticos, uma Anotações:
seguradora encontrou os seguintes resultados:

• 250 sinistros de roubo com prejuízo total indenizado de R$ 3.250.000,00;


• 26 sinistros de incêndio com prejuízo total indenizado de R$ 389.000,00; e
• 450 sinistros de colisão e outros danos com prejuízo total indenizado de
R$ 718.936,00.

Presumindo que todos os seguros venham a ser renovados nessa seguradora,


o prêmio bruto a ser cobrado por ela, que tem suas despesas administrativas
em torno de 19%, gastos com a produção de 28%, lucro da ordem de 5% e
IOF de 7,38%, será de:

(a) R$ 616,88
(b) R$ 649,96
(c) R$ 805,29
(d) R$ 805,70
(e) R$ 870,12

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

[29] Com relação aos prazos do seguro, podemos afirmar que:

I) A Circular SUSEP 251, de 14/04/2004, estabelece que as apólices, os


certificados de seguro e os endossos terão seu início e término de vigência
às 24 horas das datas para tal fim neles indicadas, ressalvados os Seguros
de Danos garantidos por apólices coletivas e aqueles sujeitos à averbação,
os quais possuem condições específicas.
II) O Seguro a Prazo Longo pode ser contratado pelo prazo máximo de
cinco anos.
III) A tabela de cálculo do prêmio para Seguro a Prazo Curto majora, em
termos relativos, o valor dos prêmios em relação ao prêmio anual.
IV) Para percentuais diferentes da Tabela de Prazo Curto, recomenda-se que
se adotem os percentuais imediatamente superiores.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 4 89
Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[30] A taxa pura de uma amostra de 500 seguros de objetos idênticos,
considerando-se que o valor de cada objeto é de R$ 25.000,00 e que o
Prêmio Estatístico, que inicialmente foi composto de um VM de 0,025 e
um CM de R$ 12.000,00, foi ajustado com um carregamento de segurança
correspondente a 110% do VM inicial e com uma redução correspondente a
85% do CM inicial, é de:

(a) 1,12%
(b) 1,20%
(c) 1,38%
(d) 1,42%
(e) 1,43%

90 TEORIA GERAL DO SEGURO


5
PROCESSO
DE SINISTRO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Distinguir as etapas do processo de sinistro.
• Reconhecer cada fator que integra as variáveis na formação do prêmio de seguro.
• Compreender o que é franquia e distinguir as modalidades de franquia.

UNIDADE 5 91
92 TEORIA GERAL DO SEGURO
O
processo de sinistro baseia-se no levantamento e na coleta de um
conjunto de documentos necessários para que se possa regular e
liquidar o respectivo sinistro.

É o meio pelo qual se examinam a cobertura, os procedimentos, o cálculo


da indenização e a documentação.

O sinistro é a manifestação concreta do risco que é previsto no contrato


de seguro e ocasiona prejuízo ou responsabilidade. O sinistro somente terá
amparo técnico se previsto no contrato do seguro.

ETAPAS DO PROCESSO DE SINISTRO


Nos sinistros de bens, geralmente, o processo de sinistro abrange três
etapas de operações interdependentes: a apuração de danos, a regulação,
e a liquidação.

Apuração de Danos
Consiste basicamente no levantamento da causa, natureza e extensão do
sinistro.
Exemplo: um acidente rodoviário ou de navegação, incêndio em um imóvel,
arrombamento seguido de furto e a colisão de um veículo. Comentário
Em casos de perda total, pode ou não ser
cabível a vistoria.
Dependendo da natureza da ocorrência, a apuração dos danos pode ser feita
através de vistorias, registros policiais ou outras formas. No caso de ser causada por extravio de
volumes inteiros e furto ou roubo total,
por exemplo, a vistoria do objeto perdido
Uma das formas mais utilizadas é a vistoria, definida como o ato de ver, é impossível, pois não se pode vistoriar
constatando-se os prejuízos por meio de exame do objeto sinistrado. algo que desapareceu.

Regulação
A etapa da regulação destina-se a permitir à seguradora analisar o relatório
ou certificado de vistoria, solicitando informações e/ou documentos
complementares ao segurado ou ao vistoriador, se for o caso, visando à
decisão quanto à liquidação do sinistro.

Na regulação, é feita a análise dos documentos relativos ao risco, ao seguro


e ao sinistro para fins de levantamento dos prejuízos indenizáveis.

A regulação tem por objetivo verificar se o sinistro está ou não coberto e


definir, em caso de indenização, quem será o beneficiário e qual o valor da
indenização.

Nessa etapa, a seguradora faz as seguintes verificações, conforme o caso:

• se há coerência entre as informações contidas nos documentos do seguro,


nota fiscal, conhecimentos de embarque, laudos periciais;

• se foram cumpridos ou não os prazos para entrega das averbações,


pagamento do prêmio e protesto contra o causador do sinistro;

UNIDADE 5 93
• se a natureza do sinistro tem cobertura do seguro, observadas as
condições/garantias da apólice; e

• se há viabilidade de ressarcimento contra os terceiros responsáveis pelo


sinistro.

O ressarcimento é a busca do reembolso feita pela seguradora, no caso de


uma indenização paga ao segurado, em consequência de um evento danoso
provocado por terceiros.

É o exercício de direitos nos quais a seguradora se sub-roga, quando paga


uma indenização ao seu segurado, por sinistro causado por terceiros.

A sub-rogação de direitos está prevista no Código Civil Brasileiro, com a


seguinte redação:

“Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se nos limites


do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado
contra o autor do dano.

§ 1o Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado


pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes,
consanguíneos ou afins.

§ 2o É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em


prejuízo do segurador, os direitos a que se refere este artigo.”

Nos Seguros de Pessoas, a sub-rogação de direitos é vedada pelo art.


800 do Código Civil Brasileiro.

Após ser calculada a indenização devida, é elaborado o relatório da regulação,


que deverá definir quanto deve ser pago e quem deve receber.

O art. 779 do Código Civil estabelece que:

“o risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes ou


consequentes, como os estragos ocasionados para evitar o sinistro,
minorar o dano, ou salvar a coisa”.

Assim, caso o sinistro esteja coberto, é necessário calcular a indenização, que


Importante abrange:
Um sinistro só pode ser encerrado sem
indenização se ficar demonstrado que
não há cobertura ou que os prejuízos • os prejuízos sofridos pelo objeto; e
encontram-se abaixo da franquia. Compete
à seguradora provar essa circunstância. • as despesas oriundas dos estragos, ocasionados para evitar o sinistro,
minorar o dano ou salvar todo ou parte do bem sinistrado.

94 TEORIA GERAL DO SEGURO


Liquidação
A exemplo do que ocorre com a regulação, a liquidação de sinistros é encarada
sob dois aspectos:

• restritamente, é o ato de pagar a indenização (valor devido em


consequência de um sinistro coberto) ou encerrar um sinistro sem
indenização; e

• genericamente, é a execução das conclusões da regulação em seu sentido


mais amplo.

Considera-se a liquidação de sinistro como a etapa final do processo de


sinistro. Apurados os danos e concluído o processo de regulação, cabe,
então:

• efetuar o pagamento da indenização ou encerrar o processo sem


indenização;

• negociar eventuais salvados; e

• tentar o ressarcimento contra os causadores do sinistro.

PREJUÍZOS INDENIZÁVEIS
São os prejuízos passíveis de indenização que devem estar previstos nos
contratos dos seguros. Geralmente, dependendo da modalidade de seguro
contratada, são indenizáveis, também, além dos danos materiais, as despesas
decorrentes de providências tomadas para o combate à propagação dos riscos
cobertos, para o salvamento e proteção dos bens descritos na apólice e para
o desentulho do local. Essas despesas poderão ser indenizadas, desde que
obedecido o bom-senso no ato do desembolso.

SALVADOS
Dá-se o nome de salvados a tudo que restar dos bens sinistrados e que tenha
valor econômico para qualquer das partes contratantes. Consideram-se salvados
tanto os bens que tenham ficado em perfeito estado quanto os parcialmente
destruídos ou danificados, quando ocorre sinistro.

INDENIZAÇÃO
Comentário
É o pagamento decorrente de um sinistro, que a seguradora faz ao segurado O art. 776 do Código Civil Brasileiro
diz: “O segurador é obrigado a pagar em
ou aos seus beneficiários, observando as condições estabelecidas no contrato dinheiro o prejuízo resultante do risco
de seguro. assumido, salvo se convencionada a
reposição da coisa”.
A indenização é a contraprestação da seguradora, em face do pagamento do Assim, geralmente, o pagamento da
prêmio pelo segurado. indenização dos sinistros é efetuado em
dinheiro (ou cheque). Pode-se, todavia,
se convencionado na apólice, optar
pela restauração ou reposição do bem
sinistrado.

UNIDADE 5 95
A Circular SUSEP 256/04 estabelece que o não pagamento da indenização,
após 30 dias da entrega de toda a documentação à seguradora, acarretará
o pagamento de juros de mora, independentemente de eventual atualização
prevista.
Atenção
A indenização não pode ser superior à Caso não seja o segurado o legítimo proprietário do bem sinistrado, a
importância segurada e nem ao valor real
dos prejuízos, ou seja, é vedado por lei que
indenização será liberada ao proprietário, independentemente de quem tenha
o segurado tenha lucro com o seguro. pago o prêmio do seguro. Isso acontece, com mais frequência, em caso de
perda total.

FRANQUIA
É o valor, previsto na apólice, com o qual o segurado participará em caso de
sinistro.

Normalmente, a franquia serve para eliminar os pequenos sinistros, geradores


de custos administrativos para a seguradora e que elevam os resultados
estatísticos envolvidos nos cálculos dos prêmios. Em algumas modalidades,
é prevista, através de cláusula específica, uma redução de prêmio do seguro
em caso de aplicação de franquias diferenciadas.
Lembre-se
Franquia e prêmio de seguro são valores As franquias são fixadas a partir das perdas normais esperadas, geralmente
que variam inversamente: aumentando-se de valor reduzido e que podem ser suportadas pelo segurado.
a franquia, o prêmio do seguro pode
diminuir e vice-versa, embora nem sempre
em bases proporcionais. Na prática, quando não se especifica o tipo de franquia, trata-se da
franquia dedutível.

Exemplo

Em um Seguro de Automóvel, a seguradora poderá fornecer duas


opções para a contratação do seguro, como, por exemplo:

• 1a opção: Prêmio de R$ 1.320,00 e franquia dedutível de


R$ 1.200,00; ou

• 2 a opção: Prêmio de R$ 1.998,00 e franquia dedutível de


R$ 600,00.

Note-se que os prêmios e as franquias são inversamente proporcionais,


ou seja, se aumentamos a franquia, o prêmio diminui e, se diminuímos a
franquia, o prêmio aumenta.

A franquia é usualmente expressa num percentual da importância segurada


ou do valor dos prejuízos.

96 TEORIA GERAL DO SEGURO


A franquia pode ser dedutível ou simples:

• franquia dedutível – forma mais conhecida de franquia. É adotada


nos ramos Incêndio, Automóveis, Transportes). É aquela cujo valor é
deduzido de todos os prejuízos; e Atenção
É importante considerar para avaliar na
contratação do seguro:
• franquia simples – forma rara de franquia e pouco utilizada pelas
seguradoras. É aquela que deixa de ser considerada quando o prejuízo O prêmio e a franquia são custos para o
ultrapassa o seu valor. É pouco utilizada e, tecnicamente, tem aplicação segurado.

adequada nas modalidades de seguro em que haja grande incidência de O prêmio é custo no momento da
prejuízos inexpressivos em relação aos valores segurados. contratação. A franquia é custo eventual,
mas será paga no momento do sinistro.

Exemplo

Considere um seguro cuja importância segurada seja R$ 6.000.000,00


e a franquia 10% dessa importância. Se ocorrer um prejuízo de
R$ 800.000,00, adotam-se os seguintes procedimentos:

a) No caso de franquia dedutível

Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00

Como o prejuízo (R$ 800.000,00) é maior do que a franquia, a


indenização será:

R$ 800.000,00 – R$ 600.000,00 = R$ 200.000,00

b) No caso de franquia simples

Franquia = 10% de R$ 6.000.000,00 = R$ 600.000,00

Como o prejuízo é maior do que a franquia, esta deixa de


ser considerada. Logo, a indenização será igual ao prejuízo:
R$ 800.000,00.

UNIDADE 5 97
PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DO
SEGURADO (POS)
Instrumento semelhante à franquia dedutível, a participação obrigatória
do segurado é aplicável a toda e qualquer indenização por sinistro, inclusive
na eventual perda total do bem segurado, o que nem sempre acontece
com a franquia, que se destina a fazer com que o segurado assuma os
pequenos prejuízos.

A POS é muito utilizada na subscrição de riscos e, na prática, torna o segurado


uma espécie de “cossegurador” das responsabilidades aceitas, indicando o
percentual de sua participação numa eventual ocorrência.

A aplicação de POS deverá estar consignada na apólice de seguro, sendo,


normalmente, expressa em percentagem e com limites mínimo e máximo.

Exemplo

Simulando as seguintes situações de sinistro, considerando que a POS seja


de 10% dos prejuízos, com um mínimo de R$ 500,00, teremos:

a) Se o prejuízo for de R$ 80.000,00

POS = 10% de R$ 80.000,00 = R$ 8.000,00

Indenização = R$ 80.000,00 – R$ 8.000,00 = R$ 72.000,00

b) Se o prejuízo for de R$ 4.000,00

POS = 10% de R$ 4.000,00 = R$ 400,00.

Como R$ 400,00 é inferior a R$ 500,00 (valor mínimo


da POS), este será o valor adotado como POS no cálculo da
indenização.

Indenização = R$ 4.000,00 – R$ 500,00 = R$ 3.500,00

c) Se o prejuízo for de R$ 400,00

Não haverá indenização, pois o valor dos prejuízos é inferior ao


valor mínimo da POS, que é de R$ 500,00.

98 TEORIA GERAL DO SEGURO


VALOR DE NOVO E VALOR ATUAL
A indenização do sinistro pode ser feita pelo Valor de Novo ou pelo Valor
Atual do bem sinistrado.

• Valor de Novo (VN) – valor do bem em estado de novo. Corresponde,


portanto, ao custo de reposição dos bens em uso, a preços correntes, no
dia e local do sinistro, sem dedução de depreciação.

• Valor Atual (VA) – valor do bem, no estado em que se encontra, no dia


e local do sinistro, levando-se em conta uma depreciação relativa ao uso,
idade e estado de conservação.

VA = Valor de Novo – Depreciação

DEPRECIAÇÃO
A depreciação é a desvalorização sofrida pelo bem segurado em decorrência
do uso, idade e estado de conservação, e corresponderá à diferença entre o
Valor de Novo e o Valor Atual.

D = VN – VA

Na prática, geralmente, o vistoriador apura o Valor de Novo do bem sinistrado


e o deprecia para atingir o Valor Atual.

A depreciação tanto pode ser expressa em valor quanto em um percentual


do Valor de Novo.

A depreciação expressa em percentual será calculada dividindo-se o resultado


da subtração do Valor de Novo menos o Valor Atual pelo Valor de Novo e
multiplicando-se por 100, como segue:

D = {[(VN – VA) / VN] × 100} %

Exemplo
VA = R$ 100.000,00
VN = R$ 200.000,00

D = {[(VN – VA) / VN] × 100} %

D = {[(R$ 200.000,00 – R$ 100.000,00) / R$ 200.000,00] × 100} %


= 50%

Também é comum representar-se a depreciação por um percentual, obtido


a partir da vida útil do bem segurado. Nesse caso, a depreciação será o
resultado do quociente do Valor de Novo pelo Valor Atual, multiplicando-se
por 100, como segue:

D = [(Idade do bem / Vida útil do bem) × 100]%

UNIDADE 5 99
Exemplo

• Valor de Novo – R$ 100.000,00


• Vida útil do bem – 10 anos
• Idade do bem segurado – 2 anos

Cálculo da depreciação:

D = [(Idade do bem / Vida útil do bem) × 100]%


D = [(2 / 10) × 100]% = 20%

Cálculo do Valor Atual:

VA = Valor de Novo – Depreciação


VA = [VN – (D × VN)]
VA = [R$ 100.000,00 – (20% × R$ 100.000,00)]
VA = R$ 100.000,00 – R$ 20.000,00 = R$ 80.000,00

De posse da informação do Valor Atual e do Valor de Novo, pode-se calcular


a depreciação sofrida pelo bem segurado e vice-versa.

Exemplo

Cálculo de depreciação:

1. Calcule a depreciação sofrida por uma máquina sinistrada cujo Valor


de Novo é de R$ 100.000,00 e o Valor Atual é de R$ 60.000,00.

Depreciação = Valor de Novo – Valor Atual

Depreciação = R$ 100.000,00 – R$ 60.000,00 = R$ 40.000,00


R$ 40.000,00
Depreciação = = 40%
R$ 100.000,00

2. Calcule o Valor Atual de uma máquina que sofreu 25% de depreciação,


sabendo-se que seu Valor de Novo é de R$ 68.000,00.

Valor Atual = Valor de Novo – Depreciação

Valor Atual = R$ 68.000,00 – (25% de R$ 68.000,00) = R$ 51.000,00

100 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 5

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] Nos processos de sinistros de bens, geralmente, a seguradora segue as
seguintes etapas:

(a) Vistoria e liquidação.


(b) Apuração de danos e vistoria.
(c) Apuração de danos, regulação e pagamento.
(d) Regulação e liquidação.
(e) Apuração dos danos, regulação e liquidação.

[2] Nos processos de sinistros de bens, a etapa destinada ao levantamento da


causa do sinistro, natureza e extensão das avarias é denominada:

(a) Apuração de danos.


(b) Regulação.
(c) Liquidação.
(d) Ressarcimento.
(e) Sub-rogação.

[3] A vistoria é uma das formas de apuração de danos nos sinistros de bens,
não sendo, todavia, possível em sinistros de:

(a) Perda total.


(b) Naufrágio.
(c) Incêndio em armazém.
(d) Roubo total da carga e do veículo simultaneamente.
(e) Explosão.

FIXANDO CONCEITOS 5 101


Fixando Conceitos 5

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA

[4] Em relação à etapa da regulação do processo de sinistro, podemos afirmar


que:

I) A análise da coerência entre as informações prestadas e os documentos


do sinistro e do seguro, visando à existência ou não de cobertura técnica
do seguro, ocorre na etapa da regulação.
II) Pode-se dizer que na regulação é feita a análise dos documentos relativos
ao risco, ao seguro e ao sinistro, para fins de levantamento dos prejuízos
indenizáveis.
III) O objetivo da regulação é analisar se o sinistro está ou não coberto.
IV) O ressarcimento e a venda de salvados são processados na etapa da
regulação.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[5] Em Seguros de Bens, geralmente, são considerados prejuízos indenizáveis


e, portanto, passíveis de indenização:

(a) Despesas de desentulho do local sinistrado.


(b) Perda de ponto.
(c) Vício próprio.
(d) Lucros cessantes.
(e) Multas contratuais.

102 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 5

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA Anotações:

[6] Em um sinistro de incêndio de um guindaste, a seguradora indenizará:

I) Em espécie ou pela substituição do bem, ou pela restauração do


guindaste.
II) O valor real dos prejuízos, independentemente do valor segurado.
III) O legítimo proprietário do bem sinistrado, independentemente de quem
tenha pago o prêmio do seguro.
IV) Mesmo que não tenha havido o pagamento de uma parcela, em seguros
com o prêmio fracionado, caso o sinistro tenha ocorrido no período
proporcional de cobertura, conforme Tabela de Prazo Curto.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[7] O Valor Atual de um bem pode ser definido como:

(a) Valor determinado.


(b) Valor de mercado.
(c) Valor de reembolso.
(d) Valor de reposição mais atualização.
(e) Valor de novo menos depreciação.

[8] Após o sinistro, consideram-se como salvados somente:

(a) Os bens de interesse do segurado.


(b) Os bens segurados que não foram danificados.
(c) Tudo o que restar e tiver valor econômico para o segurado.
(d) Os bens segurados que estiverem em perfeito estado e tenham valor
econômico para a seguradora.
(e) O que restar dos bens segurados e que tenha valor econômico para
qualquer das partes contratantes.

[9] Sabendo que a regulação de sinistro tem como objetivo verificar se o sinistro
está ou não coberto, um sinistro pode ser encerrado sem indenização se:

(a) Os prejuízos ultrapassarem a importância segurada.


(b) O vistoriador constatar ato ilícito de terceiros.
(c) Não houver possibilidade de a seguradora se ressarcir dos prejuízos
contra o terceiro causador do dano.
(d) O segurado se recusar a participar dos prejuízos.
(e) Os prejuízos estiverem abaixo da franquia.

FIXANDO CONCEITOS 5 103


Fixando Conceitos 5

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)


Anotações:
[10] O reembolso a que a seguradora tem direito quando a indenização paga
ao _________________ é decorrente de prejuízo causado culposamente por
um ___________________ é denominado _________________.

(a) terceiro / segurado / prêmio


(b) segurado / terceiro / ressarcimento
(c) beneficiário / segurado / reintegração
(d) segurado / terceiro / valor determinado
(e) terceiro / segurado / resgate

[11] Franquia dedutível é aquela cujo valor é deduzido __________________,


enquanto a franquia simples é deduzida ______________________. A mais
utilizada é a franquia _________________.

(a) em todos os prejuízos / apenas dos prejuízos que a superam / simples


(b) apenas dos prejuízos inferiores a ela / em todos os prejuízos / dedutível
(c) apenas dos prejuízos que a superem / apenas dos prejuízos inferiores
a ela / simples
(d) em todos os prejuízos / somente dos prejuízos iguais ou inferiores a
ela / dedutível
(e) apenas no caso de danos materiais / somente dos prejuízos que não
a superem / dedutível

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[12] A taxa de depreciação para um bem que tem Valor de Novo equivalente
a R$ 2.000.000,00 e Valor Atual equivalente a R$ 1.260.000,00 será de:

(a) 0,37%
(b) 0,63%
(c) 3,70%
(d) 37%
(e) 63%

[13] O Valor Atual de uma máquina cujo Valor de Novo é de R$ 460.000,00,


que sofreu 15% de depreciação, é de:

(a) R$ 39.600,00
(b) R$ 69.000,00
(c) R$ 160.000,00
(d) R$ 369.000,00
(e) R$ 391.000,00

104 TEORIA GERAL DO SEGURO


6
SEGUROS PROPORCIONAIS
E SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Entender a diferença entre seguros proporcionais e seguros não proporcionais.

UNIDADE 6 105
106 TEORIA GERAL DO SEGURO
Preliminarmente, é importante relembrarmos os seguintes conceitos:

• importância segurada – valor atribuído pelo segurado ao bem ou conjunto


de bens segurados, representando o Limite Máximo de Garantia para a
cobertura contratada.

• valor em risco – valor do bem ou conjunto de bens expostos ao risco.


Assim, quando o segurado contrata um seguro proporcional, ele declara
o valor em risco do bem (denominado Valor em Risco Declarado – VRD),
e, em caso de ocorrência de sinistro, a seguradora apura o Valor em Risco
(denominado Valor em Risco Apurado – VRA).

A Circular SUSEP 256, de 16/06/2004, define para os Seguradores que os


Planos de Seguros devem caracterizar a sua Forma de Contratação, podendo
ser a Risco Total, Risco Relativo e Risco Absoluto. Os dois primeiros são também
denominados Proporcionais, e o último, Não Proporcional.

A seguir, veremos mais detalhadamente os conceitos e as formas de contratação


dos Seguros Proporcionais e Seguros Não Proporcionais.

SEGUROS PROPORCIONAIS
Os Seguros Proporcionais recebem esta denominação porque estabelecem
que em determinados casos de sinistros, nos quais haja a insuficiência de
importância segurada, segurado e segurador participam, proporcionalmente,
dos prejuízos.

São também chamados a Risco Total. Existe, entretanto, uma forma muito
especial de Seguros Proporcionais, denominada Seguros a Primeiro Risco
Relativo.

O art. 783 do Código Civil Brasileiro estabelece que:

“Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por menos


do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no caso
de sinistro parcial.”

Assim, o que caracteriza um seguro proporcional é a existência da cláusula


de rateio dos prejuízos entre o segurador e o segurado, quando o seguro
é contratado de forma insuficiente, conforme estabelece o art. 783.

Seguro a Risco Total


É a forma mais comum de Seguro Proporcional. É aquele em que, ao ser
constatada insuficiência do seguro, ou seja, quando a importância segurada
é menor do que o valor do bem no dia do sinistro (Valor em Risco Apurado),
o segurado participa dos prejuízos, na mesma proporção dessa insuficiência,
conforme estabelecido em dispositivo contratual denominado cláusula
de rateio.

UNIDADE 6 107
A razão de ser da aplicação da cláusula de rateio pode ser entendida através
do exemplo prático apresentado a seguir:

Exemplo

Suponhamos que um segurado tenha efetuado um seguro contra


incêndio para cobrir seu estoque de feijão, depositado em um
armazém, com a importância segurada de R$ 30.000,00, e que tal
armazém tenha sido parcialmente incendiado.

O vistoriador da seguradora esteve no local e verificou que:

• havia 100 sacas de feijão no depósito sinistrado;


• o valor total das 100 sacas de feijão era R$ 60.000,00; e
• foram salvas do incêndio 50 sacas de feijão no valor de
R$ 30.000,00.

Se o segurado efetuou um seguro de R$ 30.000,00, logicamente, seu


seguro só abrangia 50 sacas.

Pergunta-se: das 100 sacas de feijão expostas ao risco incêndio, quais


as 50 sacas que estavam seguradas? As que foram salvas ou as que
foram perdidas pelo incêndio?

Nos Seguros Proporcionais a Risco Total, as duas partes envolvidas no


seguro (segurado e seguradora) participam proporcionalmente dos
prejuízos. Ou seja, no caso das sacas de feijão, há um rateio ou divisão
proporcional do prejuízo, ficando metade ou 50% para cada um.

O segurado receberá R$ 15.000,00, que correspondem a 50% dos


prejuízos, já que ele só segurou 50% do total estocado que era de
R$ 60.000,00.

O seguro é considerado insuficiente quando a importância segurada é menor


do que o Valor em Risco Apurado (IS < VRA) e, portanto, haverá a aplicação
do rateio.

Por outro lado, se a IS ≥ VRA, não haverá a aplicação do rateio.

No momento da contratação do Seguro de Danos ou Coisas, é possível


conhecer o valor do bem exposto ao risco, estabelecendo-se esse valor como
importância segurada. Essa importância é fixada pelo segurado e será
verificada pela seguradora, em caso de sinistro, na data de sua ocorrência.

Para a seguradora, serve como base de cálculo do limite máximo da


indenização exigível.

A seguradora não reconhece a fixação da importância segurada pelo segurado


como previamente determinando o valor do bem. Como dissemos, esse
valor será apurado na data de ocorrência do sinistro pela seguradora e
confrontado com o Valor em Risco Declarado pelo segurado na apólice.

108 TEORIA GERAL DO SEGURO


Quando a importância segurada é compatível com o valor apurado na
ocorrência do sinistro, a seguradora arca sozinha com o prejuízo. Mas se,
na data do sinistro, for constatado que o valor do objeto é superior ao
valor segurado, a seguradora não é juridicamente responsável por essa
insuficiência. O ônus recai sobre o segurado, que participa do prejuízo, por
meio de rateio.

Suponhamos, por exemplo, que um segurado realize o seu seguro cobrindo


apenas 50% do seu bem.

Em caso de sinistro parcial, sua indenização será equivalente a 50% dos seus
prejuízos.

Para o cálculo da indenização, nos Seguros Proporcionais a Risco Total,


utiliza-se, portanto, a cláusula de rateio, procedendo-se da seguinte forma:
em primeiro lugar, verifica-se se há rateio, comparando-se a importância
segurada com o Valor em Risco apurado na data do sinistro (VR ou VRA).

Demonstração de cálculo

• Se a relação entre IS e VRA for maior ou igual a 1, não há


rateio.
IS
≥ 1 ou IS ≥ VRA → não há rateio. A indenização é o
VRA valor do prejuízo.

• Se a relação entre IS e VR for menor que 1, há rateio.


IS
< 1 ou IS < VRA → há rateio
VRA

Nesse caso, obtém-se o valor da indenização aplicando-se a fórmula


de rateio:
IS
I= ×P
VRA
Onde:
I = Indenização;
P = Prejuízo;
IS = Importância Segurada; e
VRA = Valor em Risco Apurado na data do sinistro.

Exemplo

Considerando-se um prejuízo de R$ 500.000,00, importância segurada de


R$ 3.200.000,00 e Valor em Risco Apurado de R$ 6.400.000,00, o
valor da indenização do seguro, sendo ele proporcional, será:
R$ 3.200.000,00
I= × R$ 500.000,00 → I = R$ 250.000,00
R$ 6.400.000,00

UNIDADE 6 109
Nesse caso, o segurado arcará com 50% dos prejuízos, e a seguradora com
o restante. Verifica-se que o seguro foi realizado para garantir apenas 50%
do valor do bem.

Havendo perda total, a indenização será igual à importância segurada.


Importante Nesse caso, portanto, o segurado também arca com parte do prejuízo,
Nos sinistros em que haja franquia e/ou correspondente à parte não segurada do bem sinistrado.
POS e rateio, simultaneamente, calculam-se
os prejuízos indenizáveis aplicando-se as
regras da franquia e da POS, e depois
as regras de rateio.
Aplicação Prática

Considere um Seguro Proporcional contratado a Risco Total, com as


seguintes condições:

• Valor em Risco Declarado (VRD): R$ 6.200.000,00


• Importância Segurada (IS): R$ 6.200.000,00
• Franquia Dedutível: R$ 6.200,00

A seguradora foi comunicada da ocorrência de um sinistro, coberto


pela apólice, e apurou que os prejuízos totalizaram R$ 382.560,00
e que o Valor em Risco Apurado, na data do sinistro, era de
R$ 6.960.000,00 (VRA).

A indenização cabível ao segurado será de:

1o passo: fixação dos prejuízos líquidos indenizáveis, mediante a


dedução da franquia:

Prejuízos Líquidos Indenizáveis = Prejuízos Apurados – Franquia

Prejuízos Líquidos Indenizáveis = R$ 382.560,00 – R$ 6.200,00 =


R$ 376.360,00

2o passo: como se trata de um Seguro Proporcional contratado a Risco


Total, significa que, para evitar o rateio, o segurado deveria ter a IS
igual ou maior que o VRA na data do sinistro. Nesse exemplo, como
IS < VRA (R$ 6.200.000,00 < R$ 6.969.000,00), haverá rateio. Assim,
o segundo passo é calcular o valor da indenização:
IS
I= × Prejuízos
VRA

R$ 6.200.000,00
I= × R$ 376.360,00
R$ 6.960.000,00

I = R$ 335.263,22

A indenização ao segurado será de R$ 335.263,22.

110 TEORIA GERAL DO SEGURO


Seguro a Primeiro Risco Relativo
É um tipo muito especial de Seguro Proporcional.

Sempre que houver a probabilidade de qualquer bem do segurado, num


determinado local, ser atingido por um mesmo evento sem que o dano seja Comentário
total, é possível a cobertura do Seguro a Primeiro Risco Relativo, desde que O Seguro a 1o Risco Relativo tem se
tornado comum na área dos Seguros de
respeitadas certas premissas. Bens, em especial nos chamados Seguros
Compreensivos, Riscos Nomeados e
No Seguro a Primeiro Risco Relativo, o segurado declara o Valor em Risco Riscos Operacionais.
(VRD) e estima um Dano Máximo Provável (DMP), que orientará a fixação
da importância segurada, que, normalmente, é estabelecida por valor
não inferior ao DMP.

A estrutura do Seguro a Primeiro Risco Relativo baseia-se, portanto, nas


seguintes premissas:

• cada bem segurado é passível de ser atingido pelo mesmo evento;

• o evento não deverá atingir a totalidade dos bens;

• a importância segurada corresponde, no mínimo, ao dano máximo


provável, estabelecido pelo segurado no momento da contratação;

• o segurado deve declarar, no momento do contrato, o valor em risco dos


bens segurados (Valor em Risco Declarado – VRD); e

• o rateio decorre do confronto entre o Valor em Risco Declarado (VRD) e


o Valor em Risco Apurado (VRA) na data do sinistro. Sempre que VRD
< VRA, aplica-se a fórmula específica de rateio, apresentada no quadro
abaixo:

VRD
I= ×P
VRA

Onde: I = Indenização;
VRD = Valor em Risco Declarado pelo segurado;
VRA = Valor em Risco Apurado pela seguradora; e
P = Prejuízo.

O prêmio pago é resultante de uma taxa básica, multiplicada por um


coeficiente de agravação, determinado em função da razão (ou quociente)
entre a importância segurada e o Valor em Risco Declarado (IS/VRD).

Essa agravação é necessária para compensar a insuficiência de cobertura


e possibilitar a aplicação do tipo específico de rateio. O coeficiente de
agravação aumenta sempre que a relação IS/VR diminui, mas não em
bases proporcionais, como ilustram os índices que estão apresentados na
tabela a seguir.

UNIDADE 6 111
Relação IS/VRD/Coeficiente de Agravação

IS/VRD Coeficiente de
% Agravação

100 1,00

90 1,08

80 1,16

70 1,26

60 1,37

50 1,50

40 1,68

Exemplo

Cálculo do prêmio tarifário e de indenização a Primeiro Risco


Relativo:

1. Supondo-se que, numa apólice, constem:


– Valor em Risco Declarado (VRD) = R$ 40.000.000,00
– Importância Segurada (IS) = R$ 20.000.000,00
– Taxa = 1% a.a.
– IS/VRD = 50%
– Coeficiente para cálculo do prêmio a Primeiro Risco Relativo = 1,50

Procedimento para cálculo do prêmio:

Prêmio = IS × Tx. × Coeficiente


Prêmio = R$ 20.000.000,00 × 1% × 1,50
Prêmio = R$ 300.000,00

2. Suponha agora que, durante a vigência dessa apólice, ocorra um


sinistro e que são apurados:
– Prejuízo (P): R$ 2.000.000,00
– Valor em Risco Apurado (VRA): R$ 50.000.000,00

Procedimento para cálculo da indenização:

Observa-se que o VRD < VRA. Logo, aplica-se o rateio:


VRD
I= ×P
VRA

R$ 40.000.000,00
I= × R$ 2.000.000,00
R$ 50.000.000,00

I = R$ 1.600.000,00

Logo, do prejuízo de R$ 2.000.000,00, a seguradora indenizará


ao segurado R$ 1.600.000,00, cabendo a este a responsabilidade
pelos R$ 400.000,00 restantes.

112 TEORIA GERAL DO SEGURO


Importante

O Seguro Proporcional – a Risco Total – é indicado para garantir


riscos que poderão ocasionar a perda total do bem a ser segurado
(exemplo: perda total de um edifício de três andares em decorrência
de um incêndio).

Já o Seguro Proporcional – a Primeiro Risco Relativo – é indicado para


garantir riscos cuja perda máxima possível seja inferior à perda
total (exemplo: alagamento de um edifício de 12 pavimentos em
decorrência de chuva).

Seguros com Cláusula de Rateio Parcial


Em algumas situações acordadas entre o segurado e a seguradora, o rateio nos
Seguros Proporcionais pode ser parcial, sendo, nesses casos, aplicada uma
cláusula específica, denominada cláusula de Rateio Parcial.

A aplicação da cláusula de Rateio Parcial é característica dos Seguros


Proporcionais. Pode, portanto, ser adotada tanto para os Seguros a Risco
Total quanto para os Seguros a Primeiro Risco Relativo.

Rateio Parcial é a cláusula constante das condições da apólice, que objetiva


diminuir a participação do segurado nos prejuízos parciais, quando ocorre
rateio por insuficiência de seguro.

Para que isso seja possível, a seguradora disponibiliza ao segurado, no ato


da contratação do seguro, três opções de percentuais, denominados “K”,
que são utilizados, na fórmula de cálculo de indenização com rateio,
como redutores do cálculo do Valor em Risco Apurado, ou seja, tais
percentuais servirão para diminuir o valor do denominador da fração
(IS/VRA), com intuito de aproximar o resultado para 1 (um). Logo, devido a
essa aproximação, a indenização tenderá a ter um valor maior.

Para a concessão dessa cláusula, a seguradora cobra um prêmio adicional


e estabelece a taxa a ser aplicada sobre o prêmio da cobertura básica,
em função do “K” (percentual de redução) escolhido pelo segurado.
Tal concessão só é admitida em alguns ramos de seguro.

UNIDADE 6 113
Exemplo

Cálculo de indenização sem e com cláusula do Rateio Parcial:

Considere um seguro proporcional em que houve um sinistro e


foram apurados:

IS = R$ 100.000,00
VRA = R$ 200.000,00
P = R$ 50.000,00

1a hipótese: sem a contratação da cláusula de Rateio Parcial, a


indenização seria de:
IS
I= × Prejuízos
VRA

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00 = R$ 25.000,00
R$ 200.000,00

2 a hipótese: com a contratação da cláusula de Rateio Parcial e


percentual “K”, por exemplo, de 70%, a indenização seria de:
IS
I= × Prejuízos
VRA × K

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00
R$ 200.000,00 × 70%

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00 = R$ 35.714,28
R$ 140.000,00

A diferença entre as indenizações mostrará o benefício auferido, pelo


segurado, pela inserção da cláusula de Rateio Parcial na apólice:

R$ 35.714,28 – R$ 25.000,00 = R$ 10.714,28

Na prática, a cobertura de Rateio Parcial funciona do seguinte modo: o


Lembre-se segurado escolhe um percentual “K”, dentre as três opções oferecidas
Não haverá rateio quando a relação pela seguradora, que podem ser de 70%, 80% ou 90%.
entre IS e VRA for maior ou igual a 1 (um)
(IS ≥ 1). Esse percentual, em caso de sinistro, diminui as discrepâncias existentes
entre importância segurada e Valor em Risco Apurado. Para conceder essa
cobertura, a seguradora cobra um prêmio adicional, conforme tabela a
seguir:

Tabela de Redutores IS/VRA (K)

Taxa de Prêmio
IS/VRA (K)
Adicional

90% 5%

80% 10%

70% 15%

114 TEORIA GERAL DO SEGURO


Veja, no exemplo abaixo, como se calcula esse prêmio adicional relativo à
cobertura de Rateio Parcial:

Exemplo

Dados:
Importância Segurada: R$ 20.000.000,00
K = 80%
Taxa do seguro = 0,2% ao ano

• Prêmio da cobertura básica do seguro:

0,2% de R$ 20.000.000,00 = R$ 40.000,00

• Prêmio adicional da cobertura de Rateio Parcial:

K = 80% → prêmio adicional de 10% do prêmio da cobertura


básica

10% de R$ 40.000,00 = 4.000,00

• Prêmio líquido total = prêmio da cobertura básica do seguro +


prêmio adicional da cobertura de Rateio Parcial:

R$ 40.000,00 + R$ 4.000,00 = R$ 44.000,00

Seguro pelo Valor de Novo (VN)


O Seguro pelo Valor de Novo é o tipo de Seguro Proporcional no qual é
permitido estabelecer uma importância segurada superior ao Valor Atual
do bem, no estado em que se encontra.

Esse seguro objetiva a possibilidade de reposição do mesmo bem em estado de


novo. As seguradoras estabelecem que a indenização no seguro contratado
pelo Valor de Novo (VN) fique limitada a duas vezes o Valor Atual (VA).

Se, por exemplo, um bem cujo Valor Atual é de R$ 100.000,00 sofrer uma
perda total e estiver segurado por R$ 210.000,00, a indenização máxima
admitida será de R$ 200.000,00 (limitada a duas vezes o Valor Atual).

Para que se processe a verificação da parcela de indenização cabível a título


de Valor Atual e Valor de Novo, o vistoriador deverá apurar os valores em
Risco Atual e de Novo (VRA e VRN), bem como os prejuízos relativos ao Valor
Atual e de Novo (PA e PN).

Considera-se Prejuízo de Novo (PN) o valor necessário à reposição do bem


sinistrado em estado de novo, sem qualquer depreciação.

Entende-se por Prejuízo Atual (PA) o valor do Prejuízo de Novo (PN) depreciado
pelo uso, idade e estado de conservação.

UNIDADE 6 115
Nos seguros pelo Valor de Novo (VN), o rateio é aplicado da seguinte
Lembre-se forma:
Para que haja indenização pelo Valor de
Novo (VN), é necessário que a Importância
Segurada (IS) seja maior que o Valor em • se a Importância Segurada (IS) for superior ao Valor Atual (VA) e inferior
Risco Atual (VRA). ao Valor de Novo (VN), o Seguro de Valor Atual é considerado suficiente,
e o rateio é aplicado sobre a diferença entre o VN e o VA.

Aplicação Prática

Em um seguro com cláusula de Valor de Novo em que a IS é de


R$ 5.000.000,00, ocorreu um sinistro, e, por ocasião da vistoria, a
seguradora apurou o seguinte:

Valor em Risco Apurado:


Valor de Novo ...................... R$ 6.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 4.200.000,00

Prejuízos:
Valor de Novo ...................... R$ 1.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 700.000,00

Indenização pelo Valor Atual: será igual ao prejuízo de VA, ou


seja, R$ 700.000,00, pois não cabe a aplicação de rateio, já que
IS > Valor em Risco (VA).

Indenização pelo Valor de Novo: como a IS é superior ao Valor em


Risco (VA), a parcela de indenização correspondente ao VN será assim
calculada:
IS
Indenização Total = × Prejuízos (VN):
VR (VN)

R$ 5.000.000,00
Indenização Total = × R$ 1.000.000,00; logo:
R$ 6.000.000,00

Indenização Total = R$ 833.333,33

Assim, temos:

Parcela da indenização pelo VA = R$ 700.000,00


Parcela da indenização pelo VN = indenização total – parcela da
indenização pelo VA; logo:

Parcela da indenização pelo VN = R$ 833.333,33 – R$ 700.000,00 =


R$ 133.333,33

116 TEORIA GERAL DO SEGURO


• se a Importância Segurada (IS) for inferior ao Valor Atual (VA) e
inferior ao Valor de Novo (VN), o Seguro de Valor Atual é considerado
insuficiente, e o rateio é aplicado normalmente.

Aplicação Prática

Em um seguro com cláusula de Valor de Novo em que a IS é de


R$ 5.000.000,00, ocorreu um sinistro, e, por ocasião da vistoria, a
seguradora apurou o seguinte:

Valor em Risco:
Valor de Novo ...................... R$ 8.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 5.600.000,00

Prejuízos:
Valor de Novo ...................... R$ 1.000.000,00
Valor Atual ........................... R$ 700.000,00

Indenização pelo Valor Atual: como a IS é inferior ao Valor em Risco


(VA), a parcela de indenização correspondente ao VA será assim
calculada:
IS
Indenização pelo VA = × Prejuízos (VA):
VR (VA)
R$ 5.000.000,00
Indenização pelo VA = × R$ 700.000,00; logo:
R$ 5.600.000,00

Indenização = R$ 625.000,00

Não haverá indenização pelo Valor de Novo, porque IS < VR (VA).

UNIDADE 6 117
A seguir, há alguns exemplos, a fim de fixar os procedimentos para o
cálculo de indenização em seguros proporcionais:

Exemplos

a) Seguro Proporcional com Rateio Parcial

Dados:
IS = R$ 750.000,00
VRA = R$ 1.000.000,00
P = R$ 100.000,00
K = 80% do VR

Calculando:
IS
I= × Prejuízos
VRA × K

R$ 750.000,00
I= × R$ 100.000,00
R$ 1.000.000,00 × 80%

R$ 750.000,00
I= × R$ 100.000,00 = R$ 93.750,00
R$ 800.000,00

b) Seguro Proporcional com Rateio Parcial e Cláusula de Valor de


Novo:

Dados:
IS = R$ 5.000.000,00
VRA de Novo = R$ 6.000.000,00
VRA Atual = R$ 4.200.000,00
Prejuízo VA = R$ 700.000,00
Prejuízo VN = R$ 1.000.000,00
K = 80% do VRA

Como a IS (R$ 5.000.000,00) é maior que 80% do VRN (80%


de R$ 6.000.000,00 = R$ 4.800.000,00), não haverá rateio, e,
portanto, o valor da indenização será igual ao prejuízo de novo
(R$ 1.000.000,00), assim distribuído:

Indenização:
Valor Atual .......... R$ 700.000,00
Valor de Novo...... R$ 300.000,00

c) Seguro Proporcional com Rateio Parcial e Cláusula de Valor de


Novo:

Dados:
IS = R$ 5.000.000,00
VRA de Novo = R$ 8.000.000,00
VRA Atual = R$ 5.600.000,00
Prejuízo VA = R$ 700.000,00
Prejuízo VN = R$ 1.000.000,00
K = 80% do VRA

118 TEORIA GERAL DO SEGURO


Como a IS (R$ 5.000.000,00) é maior que 80% do VRA Atual
(80% de R$ 5.600.000,00 = R$ 4.480.000,00), não haverá rateio
sobre o prejuízo VA.

Porém, como a IS (R$ 5.000.000,00) é menor que o VRA Atual


(R$ 5.600.000,00), não haverá indenização pelo Valor de Novo,
ficando a indenização assim distribuída:

Indenização:
Valor Atual .......... R$ 700.000,00
Valor de Novo...... zero

d) Seguro Proporcional a Primeiro Risco Relativo com Rateio


Parcial:

Dados:
IS = R$ 6.000.000,00
VRD = R$ 10.000.000,00
VRA = R$ 12.000.000,00
Prejuízo = R$ 400.000,00
K = 80% do VRA

Como o VRD (R$ 10.000.000,00) é maior que 80% do VRA (80% de


R$ 12.000.000,00 = R$ 9.600.000,00), não haverá rateio sobre o
prejuízo; logo, a indenização será igual ao prejuízo: R$ 400.000,00.

e) Seguro Proporcional a Primeiro Risco Relativo e com Rateio


Parcial:

Dados:
IS = R$ 6.000.000,00
VRD = R$ 10.000.000,00
VRA = R$ 15.000.000,00
Prejuízo = R$ 400.000,00
K = 80% do VRA
VRD
I= × Prejuízo
VRA × K

R$ 10.000.000,00
I= × R$ 400.000,00
R$ 15.000.000,00 × 80%

R$ 10.000.000,00
I= × R$ 400.000,00 = R$ 333.333,33
R$ 12.000.000,00

UNIDADE 6 119
Resumo

Nos seguros contratados com cláusula de Valor de Novo (VN):

• quando a IS for menor que o VA, a indenização sofrerá rateio, e


a indenização será menor que o Prejuízo Atual (PA), não havendo
indenização a título de Valor de Novo (VN).

• quando a IS estiver entre o VA e o VN, o segurado receberá uma


parcela relativa ao Prejuízo Atual (PA) e mais uma parcela referente
ao Prejuízo de Novo (PN).

• quando a IS for igual ao VN, o segurado receberá uma indenização


igual ao Prejuízo de Novo (PN), respeitando-se o limite de duas
vezes o Valor Atual.

SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS


Os Seguros Não Proporcionais, também denominados Seguros a Risco
Absoluto são aqueles em que o segurador responde pelos prejuízos,
integralmente, até o montante da importância segurada ou do limite de
indenização fixado na apólice, conforme o caso. Aí não se aplica o rateio
dos prejuízos indenizáveis entre segurado e seguradora.

Os Seguros Não Proporcionais podem ser contratados tanto a Primeiro Risco


Absoluto quanto a Segundo, Terceiro ... enésimo Risco Absoluto.

Exemplo

Cálculo de sinistro em Seguro Não Proporcional – Seguro a Primeiro


Risco Absoluto – com franquia dedutível:

Considere um Seguro Não Proporcional contratado a Primeiro Risco


Absoluto, com as seguintes condições:

• Importância Segurada (IS): R$ 6.200.000,00


• Franquia Dedutível: R$ 6.200,00

A seguradora foi informada da ocorrência de um sinistro coberto pela


apólice e apurou que os prejuízos totalizaram R$ 382.560,00, além de
o Valor em Risco na data do sinistro ser de R$ 6.960.000,00.

Como se trata de Seguro Não Proporcional, a indenização cabível ao


segurado não sofrerá rateio e será de R$ 376.360,00, ou seja:

I = Prejuízos – Franquia

I = R$ 382.560,00 – R$ 6.200,00 = R$ 376.360,00

120 TEORIA GERAL DO SEGURO


Seguro a Segundo, Terceiro ... Enésimo
Risco Absoluto
Os Seguros a Segundo, Terceiro Risco Absoluto são seguros complementares
ao Seguro a Primeiro Risco Absoluto. Importante
Nos Seguros de Responsabilidades, a
Por exemplo, supondo-se uma apólice de Seguro de Responsabilidade Civil exposição do risco de um seguro, a
Segundo Risco, é menor do que aquela a
Geral – Produtos com as seguintes especificações: Primeiro Risco Absoluto. Portanto, a taxa,
no caso de Seguro a Segundo Risco, deve
ser menor do que a do Seguro a Primeiro
Risco, o que não ocorre no Seguro de
Localização dos
Importância Segurada Forma de Contratação Pessoas, em que o risco permanece
Bens Segurados
inalterado.
Território nacional R$ 10.000.000,00 a Primeiro Risco Absoluto

em excesso aos 10 milhões


Âmbito das três Américas R$ 70.000.000,00 anteriores, a Segundo Risco
Absoluto

em excesso às IS anteriores, a
Âmbito universal R$ 100.000.000,00
Terceiro Risco Absoluto

Total R$ 180.000.000,00

Na hipótese de ocorrência de um sinistro no território nacional, a verba


correspondente ao Seguro a Segundo Risco somente será acionada no caso
de indenizações superiores a 10 milhões. O Seguro a Terceiro Risco somente
será, acionado para indenizações superiores a 80 milhões (10 milhões +
70 milhões).

Conclusão

Assim, o Seguro a Primeiro Risco Absoluto funciona como franquia


para o Seguro a Segundo Risco e assim sucessivamente. Daí, justifica-se
a taxa do Terceiro risco ser menor que a do Segundo risco, e esta ser
menor que a do Primeiro Risco Absoluto.

UNIDADE 6 121
REINTEGRAÇÃO DA IMPORTÂNCIA
SEGURADA OU LIMITE MÁXIMO
DE GARANTIA
Reintegrar o limite máximo de garantia de um seguro é fazer com que seu
valor, após a liquidação de um sinistro parcial, volte ao valor original.

Para que o seguro não se torne insuficiente, é necessário que o limite máximo
de garantia seja reintegrado. A falta de reintegração apresenta aspectos mais
Lembre-se
A reintegração pode ser facultativa,
graves nos Seguros Proporcionais. Nestes, a insuficiência do valor segurado fará
automática ou obrigatória. com que o beneficiário participe, proporcionalmente, nos prejuízos decorrentes
do sinistro, por força da aplicação da cláusula de rateio.

A reintegração da importância segurada, ou limite máximo de garantia, é


justificada somente nos Seguros de Bens, considerando-se que esses seguros
possibilitam a determinação do valor em risco do bem garantido na época
da contratação do seguro.

A reintegração facultativa depende, em princípio, da vontade do segurado e


implica pagamento de um acréscimo de prêmio que corresponde à aplicação
da taxa sobre o valor reintegrado, proporcionalmente, ao tempo a decorrer.
Fica a critério do segurado pagar tal prêmio para que a importância segurada,
ou limite máximo de garantia, seja reintegrada. Em geral, o segurado tem 72
horas, a partir da data do sinistro, para exercer seu direito à reintegração.
Após este prazo, dependerá da anuência expressa da seguradora.
Exemplo: algumas modalidades de Riscos Diversos.

Na reintegração automática, a manutenção do valor da importância segurada


é garantida, antecipadamente, pelo contrato. Caso o segurado se pronuncie,
negativamente, logo após ocorrido o sinistro (Ramo Automóvel), não haverá
reintegração da importância segurada ou limite máximo de garantia.

Em alguns planos de resseguro, notadamente nos resseguradores estrangeiros,


há casos em que se exige que a reintegração seja obrigatória.

Para o cálculo do prêmio de reintegração, consideram-se:

• a aplicação da taxa do seguro ao valor indenizado;


• o prazo, a partir da data do sinistro, até o vencimento do contrato; e
• a base pro rata temporis.

122 TEORIA GERAL DO SEGURO


CONCORRÊNCIA DE APÓLICES
A cláusula de concorrência de apólices tem por objetivo, na ocorrência de
sinistro em que os bens segurados estiverem garantidos, simultaneamente,
por mais de uma apólice cobrindo o mesmo risco, resolver como cada apólice
contribuirá para a indenização dos prejuízos. Ressalte-se que a concorrência
de apólices não é aplicada aos seguros de pessoas.

É importante lembrar que o segurado que quiser fazer um novo contrato sobre os
bens garantidos por outra apólice deverá comunicar sua intenção, previamente,
a todas as seguradoras envolvidas, sob pena de perda de direito.

Os artigos 782, 778 e 766 do Código Civil Brasileiro estabelecem a adoção


da contribuição proporcional para a concorrência de apólices ou duplo
seguro, a qual não se aplica aos seguros com as coberturas de morte
e/ou invalidez.

Art. 782.
“O segurado que, na vigência do contrato, pretende obter novo
seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco com outro
segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito
ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim
de se comprovar a obediência ao disposto no artigo 778.”

Art. 778.
“Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o
valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato,
sob pena do disposto no artigo 766, e sem prejuízo de ação penal que
no caso couber.”

Art. 766.
“Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações
inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação
da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia,
além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único – Se a inexatidão ou omissão nas declarações não


resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver
o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do
prêmio.”

UNIDADE 6 123
A Circular SUSEP 270, de 13/10/2004, unificou a Cláusula de
Concorrência de Apólices, excluindo-se obviamente as coberturas
que garantem morte e/ou invalidez. Essa circular estabeleceu que o
segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo seguro
sobre os mesmos bens e contra os mesmos riscos deverá comunicar
sua intenção, previamente, por escrito, a todas as seguradoras
envolvidas, sob pena de perda de direito.

Na ocorrência de sinistro, a distribuição das responsabilidades entre as


apólices existentes obedecerá aos seguintes critérios:

Primeiramente, deve-se determinar o valor do prejuízo total a


indenizar, calculado como segue:

• se a cobertura do seguro for de Responsabilidade Civil – o


prejuízo total a indenizar será constituído pela soma:

– das despesas comprovadas, efetuadas pelo segurado com o


objetivo de reduzir sua responsabilidade; e
– com os valores das reparações estabelecidas em sentença
transitada em julgado ou resultante de acordo aprovado pelas
seguradoras envolvidas.

• se a cobertura for de outro tipo de seguro – o prejuízo total a


indenizar será constituído pela soma:

– das despesas comprovadas de salvamento;


– com o valor dos danos materiais causados pelo segurado ou por
terceiros para minorar o dano ou salvar a coisa, devidamente
comprovados; e
– com os danos sofridos pelos bens segurados.

Em seguida, deve-se determinar o valor da indenização cabível a


cada seguradora, distribuindo-se o valor total a indenizar, conforme
estabelecido pela SUSEP.

124 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 6

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] Considere um Seguro a Primeiro Risco Relativo, com a importância segurada
de R$ 600.000,00 e Valor em Risco Declarado de R$ 1.800.000,00. Ocorrendo
um sinistro com prejuízos de R$ 400.000,00 e sendo apurado o Valor em Risco,
na data do sinistro, de R$ 2.000.000,00, a indenização cabível será de:

(a) R$ 150.000,00
(b) R$ 240.000,00
(c) R$ 250.000,00
(d) R$ 360.000,00
(e) R$ 400.000,00

[2] O Seguro a Primeiro Risco Relativo permite a contratação de apólice com


importância segurada menor, porém se deve respeitar a seguinte premissa:

(a) Aplica-se rateio sempre que VRD < VRA.


(b) O prêmio será tão menor quanto menor for a relação IS/VRA.
(c) A importância segurada deverá corresponder ao Valor em Risco
Declarado (IS = VRD).
(d) O evento garantido deverá atingir sempre a totalidade dos bens
(Prejuízos = PT).
(e) Somente no momento do sinistro, o Valor em Risco dos bens segurados
deve ser declarado pelo segurado.

[3] O objetivo da cláusula de Rateio Parcial, constante das apólices de Seguros


Proporcionais, é:

(a) Restaurar a importância segurada ao seu valor no momento anterior


ao sinistro.
(b) Adicionar um percentual “K” ao prêmio do seguro.
(c) Reduzir a franquia da apólice.
(d) Diminuir a participação do segurado nos prejuízos parciais.
(e) Proporcionar o rateio por insuficiência do seguro.

[4] Considere um seguro contratado com a cláusula de Rateio Parcial, com


percentual “K” de 80%, importância segurada de R$ 400.000,00, prêmio
líquido de R$ 1.800,00 e franquia simples de R$ 1.000,00. Ocorrendo um
sinistro com prejuízos de R$ 3.250,00 e sendo apurado, na data do sinistro,
Valor em Risco de R$ 520.000,00, a indenização devida será de:

(a) R$ 2.125,00
(b) R$ 2.250,00
(c) R$ 2.600,00
(d) R$ 3.125,00
(e) R$ 4.281,25

FIXANDO CONCEITOS 6 125


Fixando Conceitos 6

[5] Considere um seguro com cláusula de Rateio Parcial, com percentual “K”
Anotações: de 80% e importância segurada de R$ 8.000,00. Ocorrendo sinistro com
prejuízos de R$ 500,00 e sendo apurado, na data do sinistro, Valor em Risco
de R$ 10.000,00, a indenização devida será de:

(a) R$ 300,00
(b) R$ 320,00
(c) R$ 360,00
(d) R$ 400,00
(e) R$ 500,00

[6] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S)


LACUNA(S)

Em um seguro contratado com cláusula de Rateio Parcial, se o(a)


___________________ for ______________________ ao resultado da aplicação
do percentual de rateio parcial (K) ao(à) _______________________, o rateio
será aplicado.

(a) valor em risco apurado / superior / importância segurada


(b) importância segurada / inferior / valor em risco apurado
(c ) valor em risco apurado / inferior / importância segurada
(d) importância segurada / superior / valor dos prejuízos
(e) valor dos prejuízos / superior / valor em risco apurado

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[7] Em um Seguro Proporcional com importância segurada de R$ 100.000,00,


com cláusula de Rateio Parcial de 80%, ocorrendo um sinistro com prejuízos
na ordem de R$ 50.000,00 e sendo apurado Valor em Risco de R$ 200.000,00
na data do sinistro, a indenização devida será de:

(a) R$ 25.150,00
(b) R$ 30.000,00
(c) R$ 31.250,00
(d) R$ 50.000,00
(e) R$ 51.350,00

[8] Calcule a indenização de um sinistro ocorrido com Seguro de Incêndio, cujos


dados estão abaixo relacionados, sabendo-se que esse seguro foi contratado
a Primeiro Risco Relativo:

Valor em Risco Apurado = R$ 20.000.000,00


Valor em Risco Declarado = R$ 16.000.000,00
Prejuízo = R$ 10.000.000,00
IS = R$ 12.000.000,00

(a) R$ 8.000.000,00
(b) R$ 8.400.000,00
(c) R$ 10.000.000,00
(d) R$ 16.000.000,00
(e) R$ 20.000.000,00

126 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 6

[9] Nos Seguros Proporcionais a Risco Total, o rateio é aplicável sempre que
o(a): Anotações:

(a) Importância segurada for superior ao valor em risco.


(b) Valor em risco for superior ao valor dos prejuízos.
(c) Valor dos prejuízos for igual ao valor em risco.
(d) Valor em risco for superior à importância segurada.
(e) Importância segurada for igual ao valor dos prejuízos.

[10] Em um seguro com cláusula de rateio, com importância segurada de


R$ 300.000,00, ocorrendo sinistro com prejuízos de R$ 200.000,00 e apurado
o Valor em Risco, na data do sinistro, de R$ 600.000,00, a indenização devida
será de:

(a) R$ 100.000,00
(b) R$ 150.000,00
(c) R$ 200.000,00
(d) R$ 300.000,00
(e) R$ 600.000,00

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)

[11] Nos Seguros a Primeiro Risco Relativo, o segurado declara o ________________


e fixa a importância segurada, tomando por referência o _______________, sendo
a importância segurada normalmente ________________________.

(a) valor em risco / dano máximo provável / não inferior ao dano máximo
provável
(b) dano máximo provável / valor em risco / igual ao valor em risco
(c) valor em risco / dano máximo provável / inferior ao dano máximo
provável
(d) valor de reposição / valor em risco / igual ao valor em risco
(e) dano máximo provável / valor em risco / superior ao dano máximo
provável

FIXANDO CONCEITOS 6 127


Fixando Conceitos 6

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[12] Em um seguro contratado com cláusula de Rateio Parcial, com coeficiente
IS/VRA de 80%, importância segurada de R$ 600.000,00, prêmio líquido de
R$ 2.620,00 e franquia simples de R$ 5.000,00, foi verificada a ocorrência
de um sinistro com prejuízos de R$ 94.680,00.

Ao ser avisada da ocorrência do sinistro, a seguradora apurou, na data do


sinistro, um Valor em Risco de R$ 730.000,00.

A indenização devida pelo sinistro será de:

(a) R$ 87.155,19
(b) R$ 89.680,00
(c) R$ 92.273,00
(d) R$ 94.680,00
(e) R$ 97.273,00

[13] Em um seguro com importância segurada de R$ 300.000,00 e franquia


dedutível de 1% da IS, foi registrada a ocorrência de um sinistro com
R$12.600,00 de prejuízos e R$ 480.000,00 de Valor em Risco Apurado.
Consta da apólice uma cláusula de Rateio Parcial, com um “K” de 70%. Logo,
a indenização devida é de:

(a) R$ 4.875,00
(b) R$ 5.512,50
(c) R$ 6.450,00
(d) R$ 8.571,42
(e) R$ 9.250,00

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

[14] Nos seguros com cláusula de Rateio Parcial, pode-se afirmar que:

I) Haverá rateio sempre que a IS/VR ≥ K, escolhido pelo segurado.


II) A participação do segurado nos prejuízos parciais, decorrente de
rateio por insuficiência da importância segurada, é menor que a citada
participação caso o seguro não possuísse essa cláusula.
III) O percentual de K pode ser 70%, 80% ou 90%.
IV) Cobra-se prêmio adicional relativo à cobertura de rateio parcial.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II e III são proposições verdadeiras.


(b) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

128 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 6

[15] Em determinados casos, é possível contratar a cobertura do Seguro a


Primeiro Risco Relativo, desde que respeitadas certas premissas, as quais Anotações:
podemos destacar:

I) O evento deve atingir a totalidade dos bens.


II) Não deve haver relação de equivalência entre a importância segurada e
o possível valor dos prejuízos.
III) Cada bem segurado deve ser passível de ser atingido pelo mesmo
evento.
IV) O segurado deve declarar, no momento do contrato, o Valor em Risco
dos bens.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I e II são proposições verdadeiras.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II ,III e IV são proposições verdadeiras.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[16] Considerando os valores abaixo, contratados em um Seguro Proporcional,


o valor da indenização seria de:

Importância Segurada contratada R$ 66.000,00


Prejuízo R$ 10.000,00
Valor em Risco Apurado na data do sinistro R$ 120.000,00

(a) R$ 5.385,15
(b) R$ 5.500,00
(c) R$ 10.000,00
(d) R$ 80.000,00
(e) Não haveria indenização.

FIXANDO CONCEITOS 6 129


Fixando Conceitos 6

[17] ANALISE SE AS PROPOSIÇÕES SÃO VERDADEIRAS OU FALSAS E DEPOIS


Anotações: MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Quanto aos Seguros Proporcionais ou Não Proporcionais, podemos afirmar que:

( ) Nos Seguros Proporcionais, se a relação entre IS e VR for maior que 1


(um), haverá rateio.
( ) No Seguro a Risco Relativo, a importância segurada normalmente é
estabelecida por valor não inferior ao Dano Máximo Provável (DMP).
( ) Nos Seguros Proporcionais, a importância segurada é fixada de forma
arbitrária.
( ) Nos Seguros a Primeiro Risco Absoluto, não há, necessariamente, relação
de equivalência entre a importância segurada e o possível valor dos
prejuízos.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) F,V,F,F
(b) V,F,V,V
(c) V,V,F,F
(d) F,V,F,V
(e) V,F,F,V

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)

[18] Nos Seguros a Primeiro Risco Relativo, à medida que a relação percentual
entre o(a) ________________ e o(a) ________________ diminui, o coeficiente
adotado para o cálculo do prêmio _________________ e não haverá rateio
quando _______________.

(a) IS / VRA / aumenta / VRD < VRA


(b) VRD / IS / diminui / VRD = VRA
(c) VRA / IS / aumenta / VRA > VRD
(d) IS / VRD / aumenta / VRD ≥ VRA
(e) IS / VRD / diminui / VRD ≤ VRA

[19] Considere um Seguro Multirrisco Empresarial, contratado com a


cobertura básica de Incêndio, Raio e Explosão, a Primeiro Risco Absoluto, com
importância segurada de R$ 320.000,00 e uma franquia de R$ 2.000,00.

Se houver a ocorrência de um incêndio parcial, ocasionando ao segurado


um prejuízo de R$ 42.385,20, a indenização será de __________, caso a
franquia seja ____________, para um Valor em Risco na data do sinistro de
R$ 360.000,00.

(a) R$ 40.385,20 / dedutível


(b) R$ 35.675,73 / simples
(c) R$ 37.675,73 / dedutível
(d) R$ 40.385,20 / simples
(e) R$ 37.675,73 / simples

130 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 6

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[20] Considere um seguro com importância segurada de R$ 10.000,00, a
Primeiro Risco Absoluto, e um outro seguro com importância segurada de
R$ 20.000,00, a Segundo Risco Absoluto. Ocorrendo um sinistro com prejuízo
de R$ 15.000,00, em que o Valor em Risco apurado pela seguradora foi de
R$ 60.000,00, a indenização devida pelo Seguro a Segundo Risco será de:

(a) R$ 5.000,00
(b) R$ 7.500,00
(c) R$ 15.000,00
(d) R$ 20.000,00
(e) zero

[21] Uma indústria de alimentos contratou quatro seguros distintos, cobrindo


seus edifícios localizados no mesmo parque industrial contra os danos causados
por incêndio, queda de raio e explosão, distribuídos entre as seguradoras
“A”, “B”, “C” e “D”, com as importâncias seguradas de R$ 2.600.000,00,
R$ 6.000.000,00, R$ 2.400.000,00 e R$ 5.000.000,00, respectivamente.
Ocorrendo um sinistro de Incêndio, coberto pelas apólices citadas, com
prejuízo total de R$ 3.800.000,00, a indenização devida pela seguradora
“C” será de:

(a) R$ 570.000,00
(b) R$ 617.500,00
(c) R$ 1.181.500,00
(d) R$ 1.425.000,00
(e) R$ 3.800.000,00

[22] Considere um Seguro Proporcional contratado com cláusula de Rateio


Parcial e com cláusula de Valor de Novo, como segue:

IS = R$ 6.000.000,00
VRA de Novo = R$ 10.000.000,00
VRA Atual = R$ 6.500.000,00
Prejuízo VA = R$ 800.000,00
Prejuízo VN = R$ 900.000,00
K = 80% do VRA

A parcela da indenização cabível pelo Valor Atual e pelo Valor de Novo


será, respectivamente, de:

(a) zero e zero


(b) R$ 640.000,00 e R$ 75.000,00
(c) R$ 800.000,00 e zero
(d) R$ 800.000,00 e R$ 75.000,00
(e) R$ 800.000,00 e R$ 900.000,00

FIXANDO CONCEITOS 6 131


Fixando Conceitos 6

[23] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S)


Anotações: LACUNA(S)

Considere um Seguro a Primeiro Risco Absoluto com importância segurada


de R$ 350,00, Valor em Risco apurado de R$ 500,00 e franquia de R$ 100,00.
Ocorrendo sinistro com prejuízos de R$ 200,00, a indenização será (de)
______________________, caso a franquia seja _______________.

(a) zero / dedutível


(b) R$ 40,00 / simples
(c) R$ 100,00 / dedutível
(d) R$ 120,00 / dedutível
(e) R$ 150,00 / simples

[24] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA:

I) Entende-se por Valor Atual o valor do bem no estado em que se encontra


no dia e local do sinistro, levando-se em conta uma depreciação pelo
uso, idade e estado de conservação.
II) A indenização a título de Valor de Novo corresponde a, no máximo, duas
vezes o Valor Atual.
III) Valor de Novo corresponde ao custo de reposição dos bens de uso, em
estado de novo, a preços correntes.
IV) A depreciação de um bem é obtida pela expressão: “Depreciação = Valor
Atual / Valor de Novo”.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente II é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

132 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 6

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[25] Uma seguradora foi informada da ocorrência de um sinistro com um
de seus segurados e apurou no dia e local do evento um Valor em Risco de
R$ 1.800.000,00 e um Prejuízo Total de R$ 22.680,00. Ao verificar a apólice
emitida, a seguradora verificou que a IS era de R$ 160.000,00, indicados como
representando 10% do VRD, que a franquia era dedutível de R$ 1.500,00 e que
o seguro fora contratado a Primeiro Risco Relativo. A indenização devida ao
segurado por este sinistro será de:

(a) R$ 18.660,00
(b) R$ 18.826,67
(c) R$ 21.180,00
(d) R$ 22.680,00
(e) R$ 23.827,50

[26] Calcule a indenização devida ao segurado considerando-se um seguro


proporcional contratado a Risco Total com as informações a seguir:

• Valor em Risco Declarado (VRD) – R$ 5.000.000,00


• Importância Segurada (IS) – R$ 5.000.000,00
• Franquia dedutível – R$ 5.500,00
• Valor em risco apurado na data do sinistro (VRA) – R$ 6.000.000,00
• Prejuízos apurados – R$ 300.000,00

(a) R$ 196.333,33
(b) R$ 199.994,50
(c) R$ 245.416,67
(d) R$ 300.000,00
(e) R$ 444.500,00

FIXANDO CONCEITOS 6 133


134 TEORIA GERAL DO SEGURO
7
MECANISMOS DE
PULVERIZAÇÃO DO RISCO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Identificar os mecanismos de pulverização de risco: cosseguro, resseguro e retrocessão.
• Compreender cada mecanismo de pulverização de risco.

UNIDADE 7 135
136 TEORIA GERAL DO SEGURO
A
técnica das operações de seguros baseia-se em vários princípios,
entre os quais se destaca o princípio da distribuição das
responsabilidades decorrentes dos negócios segurados, chamado
princípio da pulverização das responsabilidades. Nesse princípio, são
adotados três instrumentos, denominados cosseguro, resseguro e
retrocessão.

A Lei Complementar 126, de 15/01/2007 – que dispõe sobre a política de


resseguro, retrocessão e sua intermediação, as operações de cosseguro, as
contratações de seguro no exterior e as operações em moeda estrangeira do
setor securitário –, estabeleceu as seguintes definições:

• cedente – a sociedade seguradora que contrata operação de resseguro


ou o ressegurador que contrata operação de retrocessão;

• cosseguro – operação de seguro em que duas ou mais sociedades seguradoras,


com anuência do segurado, distribuem, entre si, percentualmente, os riscos
de determinada apólice, sem solidariedade entre elas;

• resseguro – operação de transferência de riscos de uma cedente para um


ressegurador, ressalvado o trecho sobre retrocessão; e

• retrocessão – operação de transferência de riscos de resseguro de


resseguradores para resseguradores ou de resseguradores para sociedades
seguradoras locais.

COSSEGURO
Como vimos, cosseguro é a participação direta de duas ou mais seguradoras
em um mesmo risco, conforme definido pela Lei Complementar 126.

Exemplo

Em cosseguro, três seguradores assumiram uma responsabilidade de R$ 10.000.000,00, da seguinte


forma:

• segurador 1 – 20% (líder)


• segurador 2 – 30%
• segurador 3 – 50%

Supondo-se que a taxa do seguro é de 1%, o cálculo da responsabilidade assumida, do prêmio recebido
e da indenização a ser paga, para o prejuízo de R$ 1.500.000,00, a cada cossegurador será de:

Responsabilidade Prêmio
Indenização
(1% de R$ 10.000.000,00 =
Segurador % Valor (R$) (R$)
R$ 100.000,00)

1 20 2.000.000,00 20.000,00 300.000,00

2 30 3.000.000,00 30.000,00 450.000,00

3 50 5.000.000,00 50.000,00 750.000,00

UNIDADE 7 137
As resoluções do CNSP instituíram no nosso mercado segurador dois tipos
Importante de cosseguro: um facultativo e o outro obrigatório.
A operação de cosseguro no Brasil foi
instituída pelo inciso VIII do art. 32
do Decreto-Lei 73, de 21/11/66, e
regulamentada pelas Resoluções CNSP Cosseguro Facultativo
68 e 71, ambas de 03/12/2001, e consta
do art. 761 do Código Civil Brasileiro, É a operação de seguro em que duas ou mais seguradoras não vinculadas,
com o seguinte texto:
com anuência do segurado, distribuem, percentualmente, os riscos de
Art. 761. determinada apólice, ficando cada seguradora responsável por seu percentual
“Quando o risco for assumido em
de participação no seguro.
cosseguro, a apólice indicará
o segurador que administrará
o contrato e representará os No cosseguro, o segurador é responsável pela cota ou percentagem declarada e
demais, para todos os seus
efeitos.”
aceita, conforme estabelece o Decreto-Lei 73/66, o respectivo Regulamento
e a Resolução CNSP 68/2001.

As premissas básicas das operações de cosseguro, são:

Saiba mais • inclusão de cláusula indicando a seguradora que administrará o contrato


O art. 761 do Código Civil Brasileiro, e representará as demais, para todos os seus efeitos, denominada
ao citar o cosseguro, consagra a prática
adotada pelo mercado ao prescrever que a seguradora líder;
seguradora líder administrará o contrato e
representará as demais seguradoras para
• indicação de que a seguradora líder é a empresa que compartilha o mesmo
todos os seus efeitos.
risco com uma ou mais congêneres, ficando incumbida da administração
Tratando-se de uma representação de e da operação da apólice;
natureza administrativa, o cosseguro
facultativo não envolve a solidariedade
da líder, que não se presume, visto que • existência de comissão de cosseguro, que é a comissão que pode ser
esta resulta da lei ou da vontade das paga à seguradora líder, pelas demais cosseguradoras, pela administração
partes, conforme prescreve o art. 265 do
Código Civil Brasileiro.
e operação da apólice;

Assim, no cosseguro facultativo, cada • inexistência da responsabilidade solidária entre as seguradoras nas
seguradora pagará a parcela de sua
responsabilidade prevista no contrato.
operações de cosseguro, devendo constar da apólice cláusula específica
Por isso, em caso de eventual ação nesse sentido;
proposta, todos deverão ser citados pelo
proponente da ação.
• não é permitida a operação de cosseguro para os seguros do Sistema
Financeiro da Habitação e de DPVAT; e

• em todos os documentos do seguro (proposta, apólice, certificado


Atenção de seguro), devem constar o nome das cosseguradoras e os limites de
A dis tr ibuiç ão dos prêmios e dos responsabilidade de cada uma.
sinistros em cosseguro é proporcional às
responsabilidades assumidas por cada
cosseguradora.

138 TEORIA GERAL DO SEGURO


Cosseguro Obrigatório
O cosseguro obrigatório foi instituído para obrigar as seguradoras que
constituem grupo a adotar, nos resseguros, retenção de responsabilidade
que corresponda à soma das retenções de todas as seguradoras participantes
do grupo que operem em determinado ramo. No atual mercado de seguros,
existem muitas seguradoras vinculadas sob a forma de grupo.

As premissas do cosseguro obrigatório são:

• cosseguro obrigatório é uma operação realizada entre seguradoras


vinculadas;

• risco isolado é o objeto, ou conjunto de objetos segurados, que possam


ser atingidos por um mesmo evento em caso de eventual sinistro; e

• seguradora vinculada é a seguradora que controla ou é controlada


direta ou indiretamente por outra. A seguradora vinculada faz parte de
um mesmo grupo econômico, constituído por duas ou mais empresas
seguradoras.

Embora a Resolução CNSP 71, de 2001, tenha instituído a obrigatoriedade


desse tipo de cosseguro, também facultou às seguradoras vinculadas operar
em cada ramo ou modalidade de seguro, por intermédio de uma ou mais
seguradoras do grupo, desde que obedecidos os seguintes critérios:

• a retenção do grupo, para cada ramo ou modalidade de seguro,


corresponderá ao somatório das retenções de todas as seguradoras
componentes do grupo e vigorará pelo mesmo período estabelecido pela
SUSEP para os Limites de Retenção correspondentes; e

• a opção pela adoção do Limite Técnico – LT – ou Limite de Retenção –


LR – de grupo deverá constar da apólice.

UNIDADE 7 139
Estudo de Caso

As seguradoras abaixo constituem um grupo de seguradoras vinculadas


e possuem, no Ramo Incêndio, os limites de retenção ou limites técnicos
citados:

Seguradora Limite de Retenção (R$)


Alfa Gama 600.000,00
Delta Sigma 300.000,00
Ômega 150.000,00
Beta 80.000,00
Limite de Retenção do Grupo 1.130.000,00

De acordo com a Resolução CNSP 71/2001, a seguradora terá duas


opções, a saber:

1a – distribuição da importância segurada entre as diversas seguradoras


do grupo, cabendo a cada uma, pelo menos, o valor de seu limite de
retenção:

Supondo que a Seguradora “Delta Sigma” tenha aceito um risco no Ramo


Incêndio, cuja importância segurada seja de R$ 2.500.000,00:

– a primeira opção seria a distribuição da importância segurada


em cosseguro obrigatório para as demais companhias do grupo,
cada uma tendo a responsabilidade igual a, no mínimo, o seu limite
de retenção, passando o seguro a ter a seguinte distribuição de
cosseguro na apólice:

Seguradora % de Participação Responsabilidade


(R$)
Alfa Gama 24,00 600.000,00
Delta Sigma 66,80 1.670.000,00
Ômega 6,00 150.000,00
Beta 3,20 80.000,00

Nesse caso, as cosseguradoras vinculadas não cederão resseguro,


já que as responsabilidades assumidas correspondem ao valor de
seus limites de retenção, exceto a Delta Sigma, que ressegurará
o excedente de sua responsabilidade, ou seja, R$ 1.670.000,00 –
R$ 300.000,00 (IS – LR).

2a – a líder assume toda a importância segurada, e, ao ceder, o


resseguro assume a soma dos limites de retenção das seguradoras
do grupo (retenção de grupo).

140 TEORIA GERAL DO SEGURO


RESSEGURO Aceitação
Responsabilidade a ser
É a operação pela qual o segurador, denominado cedente, com o fim de dividida entre segurador e
diminuir sua responsabilidade na aceitação de um risco considerado excessivo ressegurador. Normalmente,
ou perigoso, cede a um ressegurador uma parte da responsabilidade e do é a importância segurada da
prêmio recebido. O resseguro é um tipo de pulverização em que o segurador operação de seguro (aceitação
transfere para um ressegurador parte do risco assumido, sendo, em resumo, = retenção + cessão).
um seguro do seguro.
Retenção
Parte da responsabilidade que
As principais funções do resseguro são: ampliar a capacidade de aceitação
fica com o segurador.
da seguradora, estabilizar os resultados e proteger a seguradora contra
catástrofes e prejuízos financeiros elevados. Cessão
Parte da responsabilidade que
A diferença básica do resseguro para o cosseguro é que as partes fica com o ressegurador.
contratantes do resseguro são o segurador e o ressegurador, sem
conhecimento ou qualquer interferência do segurado. O ressegurador pode Prêmio Retido
efetuar um repasse de parte das responsabilidades recebidas, procedendo, Parte do prêmio do seguro
assim, a uma cessão que recebe o nome de retrocessão. que fica com o segurador.
Para calculá-lo, aplica-se a taxa
do seguro sobre a retenção.

Exemplo Prêmio do Resseguro


Parte do prêmio do seguro
Uma importância segurada (responsabilidade) de R$ 5.000.000,00 foi cedida ao ressegurador.
Para calculá-lo, aplica-se
dividida da seguinte forma em resseguro:
a taxa do seguro sobre
a cessão.
• Segurador = R$ 1.000.000,00 ⇒ 20%
• Ressegurador = R$ 4.000.000,00 ⇒ 80% Comissão de Resseguro
Pagamento que o ressegurador
Se houver pagamento de uma indenização de R$ 500.000,00, será faz ao segurador como
dividida assim: remuneração pela operação
de resseguro. A comissão de
• Segurador = R$ 100.000,00 resseguro é um percentual do
• Ressegurador = R$ 400.000,00 prêmio de resseguro.

Se o prêmio do seguro foi de R$ 50.000,00, teremos que: Recuperação


Parte da indenização que fica a
• Segurador = R$ 10.000,00 cargo do ressegurador, isto é, a
• Ressegurador = R$ 40.000,00 que o segurador “recupera” do
ressegurador.

Perda Líquida
Funções do Resseguro Parte da indenização que
efetivamente será paga pelo
segurador.
O resseguro é a ferramenta mais importante, para a proteção às seguradoras,
de sua carteira de riscos aceitos.

O resseguro assume várias funções, entre as quais destacamos:

• aumentar a capacidade da seguradora de aceitação de riscos, já que o


que ultrapassar a sua capacidade econômica de indenizar é transferido
ao ressegurador (função mercadológica);

• possibilitar a especialização da seguradora em um segmento de mercado,


ficando a cargo do ressegurador atuar de forma diversificada;

UNIDADE 7 141
• fornecer uma proteção de resultados, em função da oscilação entre
períodos bons e ruins (função gerencial);

• permitir à seguradora a concentração geográfica de seus esforços de


negócios; e

• melhorar a compreensão de novos mercados, já que o ressegurador, que


tem uma visão ampla de mercado, troca experiências com os seguradores
e auxilia na criação de inovações técnicas, a partir de banco de dados e
experiências do ressegurador (função educacional).

Planos de Resseguro
Uma operação de resseguro pode ser contratada de várias maneiras.
Os principais planos utilizados pelas seguradoras brasileiras são os planos
proporcionais e não proporcionais.

Planos Proporcionais

• Quota-parte; e
• Excedente de Responsabilidade.

Planos Não Proporcionais

• Excesso de Danos

Para facilitar o estudo dos planos de resseguro, é fundamental que sejam


identificados alguns termos como: aceitação, retenção, cessão, prêmio retido,
prêmio de resseguro, comissão de resseguro, recuperação e perda líquida.

Planos Proporcionais
Nos planos proporcionais, há uma divisão de responsabilidade proporcional
entre segurador e ressegurador. Na ocorrência de sinistro ou na divisão de
prêmio, é mantida a proporção em que foi dividida a responsabilidade.

142 TEORIA GERAL DO SEGURO


Estudo de Caso

Supondo-se que a taxa de um seguro é 5% e a importância segurada


é R$ 20.000.000,00, e, considerando-se que foi realizado resseguro
proporcional, com a retenção de 30% e comissão de resseguro de 15%,
para fazer a distribuição do resseguro e calcular prêmio retido, prêmio
de resseguro, comissão de resseguro e recuperação do segurador para
indenização de R$ 4.000.000,00, procede-se da seguinte forma:

Distribuição do resseguro

Aceitação: R$ 20.000.000,00
Retenção: 30% de R$ 20.000.000,00 = R$ 6.000.000,00
Cessão: R$ 20.000.000,00 – R$ 6.000.000,00 = R$ 14.000.000,00

Prêmio retido

Taxa do seguro sobre retenção


5% de R$ 6.000.000,00 = R$ 300.000,00

Prêmio de resseguro

Taxa de seguro sobre cessão


5% de R$ 14.000.000,00 = R$ 700.000,00

Comissão de resseguro (15%)

Percentual do prêmio de resseguro


15% de R$ 700.000,00 = R$ 105.000,00

Recuperação
Cessão
Recuperação = × Indenização
IS
R$ 14.000.000,00
Recuperação = × R$ 4.000.000,00 =
R$ 20.000.000,00

= R$ 2.800.000,00

UNIDADE 7 143
Resseguro de Excedente de Responsabilidade (ER)
Comentário
Esta retenção fixa é o Limite Técnico
É aquele resseguro proporcional, por meio do qual o segurador direto
(LT) ou Limite de Retenção (LR) da
seguradora em cada ramo de seguro. repassa ao ressegurador o excesso de responsabilidade aceita (importância
segurada), que ultrapassa o seu limite de retenção ou limite técnico, em
O valor máximo do Limite Técnico ou
Limite de Retenção, que poderá ser
cada risco isolado.
adotado pela seguradora, corresponde a
3% do seu Ativo Líquido, equivalendo Nele é estabelecida uma retenção fixa para a carteira do segurador.
tal Ativo Líquido ao seu Patrimônio
Líquido após ajustamentos previstos na
Os excessos dessa retenção são cedidos ao ressegurador.
Resolução CNSP 40, de 08/12/2000.
Resseguro de Quota-parte (Q)

No Plano Proporcional de Resseguro de Quota-parte é estabelecido um


Conceitos percentual de cessão (Q), que incide sobre cada uma das responsabilidades
Para melhor entender a operação deste assumidas pelo segurador.
tipo de resseguro, vale destacar que:

• segurador direto – é aquele que aceita O Plano Quota-parte deve ser utilizado em modalidades novas de seguro
o risco diretamente do proponente, para seguradores de pequeno porte e para os ramos que já possuem
perante o qual é responsável pela
responsabilidade assumida; e homogeneização quantitativa.

• Limite Técnico (LT) ou Limite de Homogeneização quantitativa da carteira – manutenção dos riscos retidos
Retenção (LR) – é a importância fixada
pela seguradora como o máximo que pelas seguradoras, dentro de um limite de retenção, em geral, chamado de
desejará reter num risco isolado, por ramo Limite Técnico (LT).
de seguro, variando entre 0,3% e 3% do
seu Ativo Líquido ajustado. O limite de
0,3% pode ser reduzido a 0,075% em Exemplo: se a retenção de uma seguradora no Ramo Incêndio for de
casos especiais, como quando se está R$ 1.000.000,00, isso significa que todos os riscos por ela aceitos, cuja
iniciando uma seguradora ou um novo
ramo de seguro.
importância segurada seja superior a tal LT, serão ressegurados, ficando a
retenção da seguradora homogeneizada em até R$ 1.000.000,00.

• Considera-se que o percentual de cessão, independentemente do seu


valor, incide sobre toda a responsabilidade. Logo, a homogeneização
quantitativa da carteira fica prejudicada nesse plano.

• Além de ampliar a capacidade de aceitação do segurador, como permite


qualquer plano de resseguro, o Resseguro Quota-parte tem como
função básica a proteção do segurador contra flutuações na frequência
de sinistros. É comum sua utilização combinada com outros tipos de
planos de resseguro, que possibilitem a homogeneização quantitativa
não atendida pelo Quota-parte.

Ao contrário do que ocorre no Plano de Resseguro de Quota-parte, no Resseguro


Excedente de Responsabilidade observa-se a perfeita homogeneização
quantitativa da carteira, além das retenções integrais, quando a responsabilidade
assumida é inferior ao plano do segurado.

144 TEORIA GERAL DO SEGURO


Exemplo

Resseguro de Quota-parte

Suponha que tenha sido lançada uma modalidade nova de seguro


para o mercado e que o ressegurador tenha fixado um Resseguro
de Quota-parte (Q) de 20% para que ele possa acompanhar o resultado
e adequar o seguro às necessidades do mercado.

Nesse caso, qualquer que seja a IS, as seguradoras deverão ceder ao


ressegurador 20% da responsabilidade assumida (20% da IS), do prêmio
e dos valores indenizados em caso de sinistro.

Em um seguro com IS igual a R$ 100.000,00 e prêmio de R$ 1.000,00, a


seguradora deverá ceder a Quota-parte estabelecida pelo ressegurador
(por exemplo, cessão: 20% × R$ 100.000,00 = R$ 20.000,00 e prêmio
de resseguro: 20% de R$ 1.000,00 = R$ 200,00) e recuperar, em caso
de sinistro, a proporção que cedeu (por exemplo, em um sinistro de
R$ 50.000,00, recuperará 20%, ou seja, R$ 10.000,00).

Plano Não Proporcional de Resseguro


Resseguro de Excesso de Danos (ED)

No Plano de Resseguro de Excesso de Danos ou Catástrofe – não proporcional


–, não há divisão da responsabilidade entre segurador e ressegurador.

O segurador paga ao ressegurador determinada porcentagem do total de sua


produção aceita e, em cada sinistro, recupera dele a parte do prejuízo que
ultrapassar o seu limite de perda, limite esse previamente definido, por ocasião
da assinatura do contrato, e denominado Limite de Sinistro (LS).

O Plano de Excesso de Danos atua diretamente sobre cada prejuízo ocorrido,


ficando o segurador responsável pelos prejuízos iguais ou inferiores ao
Limite do Sinistro.

UNIDADE 7 145
Exemplos

Resseguro Excesso de Danos (ED)

1. Suponha que uma seguradora tenha contratado um Resseguro de


Excesso de Danos para garantir que, em caso de sinistro catastrófico
num determinado ramo, não perca mais do que um limite por ela
solicitado, denominado “Limite de Sinistro”. Vamos supor que esse
ramo seja “Automóvel” e que houve uma inundação causando a perda
total, para a seguradora, de 80 veículos cujas indenizações totalizaram
R$ 1.600.000,00 e que não tenha havido resseguro de ER
nem de Quota-parte. Se essa seguradora tiver fixado o LS em
R$ 300.000,00, haverá uma recuperação de resseguro de ED de
R$ 1.300.000,00 (R$ 1.600.000,00 – R$ 300.000,00).

2. Para um Limite de Sinistro (LS) de R$ 3.000.000,00, teremos que:

• Se o prejuízo total for de R$ 2.000.000,00


P < LS; logo, não há recuperação e a responsabilidade é do
segurador.

• Se o prejuízo total for de R$ 3.000.000,00


P = LS; logo, não há recuperação.

• Se o prejuízo total for de R$ 5.000.000,00


P > LS; logo, há recuperação.

A recuperação será = Prejuízo – LS


Recuperação = R$ 5.000.000,00 – R$ 3.000.000,00 =
R$ 2.000.000,00

RETROCESSÃO
É o resseguro do resseguro. Operação feita pelo ressegurador, que consiste
na cessão de parte das responsabilidades por ele aceitas a outro ou outros
resseguradores ou seguradores. Em suma, é um resseguro de segundo grau,
que absorve apenas riscos determinados, que, após saturar a capacidade do
ressegurador, vão para a retrocessão.

Os contratos de retrocessão podem utilizar todas as formas de resseguro


existentes.

Para limitar e equilibrar o seu risco, o ressegurador cede parte da cobertura


de resseguro por ele assumida a um retrocessionário, que poderá ser um
segurador ou um ressegurador.

A retrocessão funciona de forma semelhante aos resseguros, em que as


retrocessionárias assumem riscos excedentes dos retrocedentes e pagam uma
comissão de retrocessão sobre o prêmio recebido.

146 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 7

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[1] Os mecanismos de pulverização dos riscos utilizados pelo mercado
segurador brasileiro para sua autoproteção, quando assumem riscos de
terceiros, são conhecidos como:

(a) Cosseguro e retrocessão.


(b) Retrocessão e resseguro.
(c) Cosseguro e resseguro.
(d) Excesso de danos e retrocessão.
(e) Cosseguro, resseguro e retrocessão.

[2] A operação de seguro em que duas ou mais seguradoras não vinculadas


distribuem percentualmente os riscos, com anuência do segurado e sem
solidariedade entre elas, é denominada:

(a) Cosseguro facultativo.


(b) Resseguro obrigatório.
(c) Cosseguro obrigatório.
(d) Risco comum.
(e) Risco vultoso.

[3] ANALISE SE AS PROPOSIÇÕES SÃO VERDADEIRAS OU FALSAS E DEPOIS


MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Quanto aos cosseguros facultativos, podemos afirmar que:

( ) A seguradora líder fica incumbida da administração da apólice.


( ) É possível a sua contratação em qualquer ramo de seguro.
( ) Existe a responsabilidade solidária entre as cosseguradoras.
( ) É permitido o pagamento de uma comissão de cosseguro à líder pela
administração da apólice.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) F,V,F,F
(b) V,F,V,V
(c) V,V,F,F
(d) F,V,F,V
(e) V,F,F,V

FIXANDO CONCEITOS 7 147


Fixando Conceitos 7

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA

[4] São premissas do cosseguro obrigatório:

I) É uma operação realizada entre seguradoras vinculadas.


II) Risco isolado é o objeto ou conjunto de objetos que podem ser atingidos
por um mesmo evento em caso de eventual sinistro.
III) A opção pela adoção do Limite Técnico – LT – ou Limite de Retenção –
LR – de grupo deverá constar da apólice.
IV) Para efeito de resseguro, será adotado somente o Limite de Retenção
(LR) da líder.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I e II são proposições verdadeiras.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[5] Um Seguro Proporcional a Risco Total foi contratado com cláusula de


cosseguro, constando da apólice as seguintes informações:

Importância Segurada: R$ 6.500.000,00


Taxa Anual de 0,32%
Franquia Dedutível de 5% da Importância Segurada
Distribuição das Responsabilidades entre as cosseguradoras

Seguradora Responsabilidade (%)

“A” (Líder) 45

“B” 32

“C” 23

Tendo ocorrido um sinistro com prejuízos totais de R$ 2.320.000,00 e


sendo apurado o Valor em Risco na data do sinistro de R$ 8.000.000,00, a
indenização cabível à cosseguradora “C” será de:

(a) R$ 372.815,82
(b) R$ 433.350,00
(c) R$ 499.200,00
(d) R$ 533.600,00
(e) R$ 702.000,00

148 TEORIA GERAL DO SEGURO


Fixando Conceitos 7

[6] Foi contratado um Seguro a Risco Total, com a cláusula de cosseguro


facultativo, constando da apólice o seguinte quadro de responsabilidades: Anotações:

Importância
Seguradora % de Participação Prêmio (R$)
Segurada (R$)

“A” (Líder) 32 4.000.000,00 8.000,00

“B” 30 3.750.000,00 7.500,00

“C” 28 3.500.000,00 7.000,00

“D” 10 1.250.000,00 2.500,00

Total 100 12.500.000,00 25.000,00

Houve um sinistro durante a vigência da apólice com as seguintes características:

• Valor em Risco Apurado pela líder na data do sinistro: R$ 15.000.000,00


• Cláusula de Rateio Parcial com “K” de 90%
• Prejuízos totais levantados: R$ 4.750.000,00
• Franquia dedutível de R$ 125.000,00

A indenização cabível à cosseguradora “B” será de:

(a) R$ 427.314,81
(b) R$ 1.196.481,48
(c) R$ 1.284.722,23
(d) R$ 1.367.407,40
(e) R$ 4.273.148,14

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S):

[7] Podemos afirmar que os planos de Resseguro ______________ e de


_________________são proporcionais, enquanto o de _____________ é um
Plano de Resseguro Não Proporcional.

(a) Catástrofe / Excesso de Danos / Excedente de Responsabilidade


(b) Stop Loss / Excedente de Responsabilidade / Excesso de Danos
(c) Excedente de Responsabilidade / Stop Loss / Quota-parte
(d) Excedente de Responsabilidade / Quota-parte / Excesso de Danos
(e) Quota-parte / Stop Loss / Excesso de Danos

FIXANDO CONCEITOS 7 149


Fixando Conceitos 7

[8] Considere um seguro contratado com cosseguro obrigatório, entre


Anotações: seguradoras vinculadas, com a importância segurada total de R$ 8.000.000,00,
totalmente assumida pela líder, sendo os Limites de Retenção de cada uma
os seguintes:

Seguradora ”A” – R$ 120.000,00


Seguradora ”B” – R$ 360.000,00
Seguradora ”C” – R$ 420.000,00
Seguradora ”D” (Líder) – R$ 660.000,00

Através do Plano de Resseguro de Excedente de Responsabilidade, a líder


fará uma cessão ao ressegurador de:

(a) R$ 1.560.000,00
(b) R$ 6.440.000,00
(c) R$ 7.340.000,00
(d) R$ 7.580.000,00
(e) R$ 7.640.000,00

[9] O Limite de Retenção de uma seguradora, nos planos de Resseguro de


Excedente de Responsabilidade, é também chamado de:

(a) Limite Técnico.


(b) Limite Agregado.
(c) Stop Loss.
(d) Limite de Sinistro.
(e) Limite de Catástrofe.

150 TEORIA GERAL DO SEGURO


Estudos de Caso
Caso 1
SUSEP Vai Mudar Sistema de Punição ao Corretor

01/11/2011 – Fonte: CQCS

O superintendente da SUSEP, Luciano Portal Santanna, admite que é preciso


mudar as normas aplicadas em eventuais punições administrativas aplicadas
a corretores de seguros. “É preciso haver punições mais flexíveis. Temos hoje
um sistema punitivo que muitas vezes é injusto com o corretor”, comentou
em evento organizado em conjunto pelo Clube de Seguros de Pessoas de
Minas Gerais (CSP-MG), Sincor-MG e Sindicato das Seguradoras (Sindseg
MG/GO/MT/DF).

Segundo Luciano Portal Santanna, o problema principal é que a maioria das


sanções acaba resultando no cancelamento do registro profissional do corretor.

Ele adiantou ainda que a intenção é aplicar penas mais brandas para aqueles
que não agem de má-fé. “Estamos prevendo a aplicação do instrumento de
recomendação antes do processo sancionador”, assinalou.

Na conversa com profissionais do mercado mineiro, Luciano Portal Santanna


acentuou também que uma das inovações que serão implantadas na
estrutura da autarquia será a implantação da Diretoria de Desenvolvimento
de Produtos voltada para o fomento do mercado. “A SUSEP não possuía
nenhum departamento encarregado de planejar a expansão do setor, porque
as competências estavam direcionadas para o poder de polícia, de fiscalização,
autorização e aplicação de sanções”, comentou.

A nova diretoria irá promover ações de educação financeira, principalmente


em escolas de ensino médio. “Precisamos fomentar a cultura de seguros nas
camadas da população que estão ascendendo economicamente”, frisou.

Com base no exposto até aqui, relacione o último parágrafo do texto com as
atribuições da SUSEP, ressaltando a importância do órgão para o mercado
segurador.

Caso 2
Jovanilfo é proprietário da Frutas Ltda., compra bananas a R$ 1,00 o lote e as
revende por R$ 2,00. Com receio do risco de não ganhar, de a demanda ser
baixa e de as bananas terem que ser vendidas a preço de custo ou encalharem,
Jovanilfo deseja segurar sua operação.

Você é o corretor a quem Jovanilfo recorreu. Qual seria seu posicionamento e


embasamento? Podemos atender à demanda de Jovanilfo? Por quê?

ESTUDOS DE CASO 151


Caso 3
Ocupação do Complexo do Alemão diminui roubo de carros e deixa
seguro mais barato.
Motoristas cariocas podem chegar a economizar 20% em 2011

André Paino, do R7 | 30/12/2010, às 10h48

O sucesso da operação da polícia e do Exército no Complexo do Alemão, na


Zona Norte do Rio de Janeiro, no final de novembro, não inibiu somente o
tráfico de drogas naquela região. O local, que também funcionava como base
para todos os tipos de crime, hoje atravessa momentos de transformação,
com projetos de cidadania e qualidade de vida. As consequências da expulsão
dos criminosos do Complexo poderão ser sentidas, inclusive, no bolso.
Com a redução de 60% do índice de roubo de veículos em toda a cidade do
Rio de Janeiro, segundo dados da Polícia Civil, as seguradoras anunciam, já
para o ano que vem, uma queda no valor dos seguros de carros.

Com base na reportagem acima, um cliente solicita a opinião do corretor,


no caso você, para atestar a veracidade e a exatidão do que foi publicado.
Qual seria seu embasamento?

Caso 4
A Empresa Imaginária, ao contratar seus seguros, foi orientada pelo seu
corretor a efetuar uma avaliação dos bens para a fixação da importância
segurada para a cobertura de danos, além de estabelecer os capitais segurados
para os Seguros de Vida dos seus empregados.

Ao ser informada da existência de critérios diferenciados para a fixação das


importâncias seguradas nos Seguros de Vida e de Danos, conforme os artigos
778 e 789 do Código Civil, a seguir transcritos, a empresa solicitou que seu
corretor explicasse por que nos Seguros de Danos não poderia adotar o mesmo
critério dos Seguros de Pessoas.

“Art. 778.
Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o
valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato,
sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que
no caso couber.”

“Art. 789.
Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo
proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo
interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.”

Coloque-se no lugar do citado corretor de seguros e explique à Empresa


Imaginária a razão da adoção de critérios diferenciados para a fixação de
valores segurados nos Seguros de Pessoas e nos Seguros de Danos.

152 TEORIA GERAL DO SEGURO


Glossário
ACEITAÇÃO: ato pelo qual o segurador aceita o seguro que lhe foi
proposto.

ACIDENTE: todo caso fortuito, especialmente aquele do qual deriva um


dano.

ADESÃO: termo utilizado para definir características do contrato de seguro;


contrato de adesão; ato ou efeito de aderir.

ADITIVO: termo utilizado para definir instrumento do contrato de seguro,


utilizado para alterar a apólice, sem contudo alterar a cobertura básica contida
nela; o mesmo que endosso.

AGRAVAÇÃO: termo utilizado para definir ato do segurado em tornar o risco


mais grave do que originalmente se apresenta no momento de contratação
do seguro, podendo, por isso, perder o direito a este.

APÓLICE: instrumento do contrato de seguro pelo qual o segurado repassa


à seguradora a responsabilidade sobre os riscos estabelecidos na apólice.
A apólice contém as cláusulas e Condições Gerais, Especiais e/ou Particulares
do contrato. Constitui-se, assim, no contrato de seguro propriamente dito.

AVISO DE SINISTRO: comunicação da ocorrência de um evento (sinistro) que o


segurado é obrigado a fazer à seguradora, assim que dele tenha conhecimento.
Pode-se dizer que é a comunicação oficial à seguradora sobre a ocorrência
do sinistro, sua natureza e gravidade.

BENEFICIÁRIO: pessoa física ou jurídica à qual é devida a indenização em caso


de sinistro. O beneficiário pode ser certo (determinado), quando constituído
nominalmente na apólice, ou incerto (indeterminado), quando desconhecido
na formação do contrato.
É a pessoa que recebe a indenização prevista em caso de ocorrência de sinistro
com risco coberto. O segurado pode escolher quantas e quais pessoas desejar
como beneficiárias, bastando indicá-las no ato da contratação do seguro,
desde que o segurado preveja a figura do beneficiário.

BILATERAL: é assim também chamado o contrato de seguro em que duas


partes tomam, sobre si, obrigações recíprocas.

BOA-FÉ: convicção ou persuasão de ter agido dentro da lei ou de estar por


ela amparado. O contrato de seguro é de estrita boa-fé.

BÔNUS: termo que define o desconto a ser concedido ao segurado, na


renovação de certos e determinados seguros, por não ter reclamado
indenização ao segurador, durante o período de vigência do seguro; direito
intransferível; desconto progressivo; redução no prêmio.

GLOSSÁRIO 153
CADUCIDADE: perecimento de um direito pelo seu não exercício, em um certo
intervalo de tempo, marcado pela lei ou pela vontade das partes.

CANCELAMENTO: baixa do seguro, no registro geral de apólice, por falta


de pagamento do prêmio, anulação do contrato ou pelo pagamento de
indenização pela perda total do bem segurado.

CAPITAL SEGURADO: importância segurada fixada, na apólice, correspondente


ao valor máximo estabelecido para o objeto do seguro. Pode ser fixo, quando
a indenização é paga integralmente (Seguros de Vida, por exemplo), ou
proporcional, quando a indenização é apurada segundo os prejuízos sofridos
pelo objeto segurado (Ramos Elementares, em geral). É, portanto, o valor
escolhido pelo segurado para as coberturas dos seguros.

CERTIFICADO DE SEGURO: nos seguros em grupo, é o documento expedido


pela sociedade seguradora. Ele prova a existência do seguro para cada
indivíduo componente do grupo segurado.

CLASSE DO RISCO: expressão empregada para designar a situação do risco,


quando encarada sob determinado aspecto.

CLÁUSULA: disposição particular. Parte de um todo que é o contrato.

CLÁUSULA ADICIONAL: cláusula suplementar, adicionada ao contrato,


estabelecendo condições suplementares.

COMISSÃO: modo de pagamento empregado pelas sociedades seguradoras


para remunerar o trabalho dos corretores de seguros.

COMISSÃO DE RESSEGURO: percentagem que o ressegurador paga ao


segurador pela cessão, total ou parcial, do seguro.

CONDIÇÕES (GERAIS, ESPECIAIS OU ADICIONAIS) DO SEGURO: cláusulas


que definem os riscos cobertos, riscos não cobertos e demais direitos e
obrigações das partes contratantes do seguro.

CORRETOR DE SEGUROS: intermediário, pessoa física ou jurídica, legalmente


autorizada a angariar e promover contratos de seguro entre as seguradoras
e as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, podendo ser brasileiro ou
estrangeiro e, se pessoa física, com residência permanente no país.

COSSEGURO: operação que consiste na repartição de um mesmo risco, de


um mesmo segurado, entre duas ou mais seguradoras.

DANO: todo prejuízo material ou pessoal sofrido por um segurado, passível


de indenização, de acordo com as condições de cobertura de uma apólice
de seguro.

DENÚNCIA: base de processo administrativo para verificação de infrações


cometidas pelas sociedades de seguros.

DEPRECIAÇÃO: diz-se que há depreciação quando um bem, móvel ou imóvel,


sofre redução em seu valor.

154 TEORIA GERAL DO SEGURO


DOLO: falta intencional para ilidir uma obrigação.

DURAÇÃO DO SEGURO: expressão usada para indicar o prazo de vigência


do seguro.

ENDOSSO OU ADITIVO: documento expedido pelo segurador, durante


a vigência do contrato, pelo qual aquele e o segurado acordam quanto
à alteração de dados, modificam condições ou objetos da apólice ou os
transferem a outrem.

ESTIPULANTE: pessoa física (natural) ou jurídica que contrata apólice coletiva


de seguros, ficando investida dos poderes de representação dos segurados
perante a sociedade seguradora.

EVENTO: acontecimento futuro, possível, incerto, desvinculado de ilícito das


partes, que causa prejuízos econômicos para o segurado e que acontece
independentemente de sua vontade.

EXTINÇÃO DO CONTRATO: o contrato de seguro extingue-se, normalmente,


na data do vencimento, fixada na apólice ou quando é paga indenização pelo
seu todo pelo segurador.

FRANQUIA: valor, previsto na apólice, pelo qual o segurado fica responsável


em cada sinistro. Pode ser dedutível ou simples.

GARANTIA: designação genérica utilizada para indicar as responsabilidades


pelos riscos assumidos por um segurador ou ressegurador. É também
empregada como sinônimo de cobertura.

IMPORTÂNCIA SEGURADA: valor atribuído ao patrimônio ou às consequências


econômicas do risco sob expectativa de prejuízos, para o qual o segurado
deseja a cobertura do seguro, ou seja, é o limite de responsabilidade da
seguradora, que, nos Seguros de Coisas, não deverá ser superior ao valor do
bem. Também designada por Capital segurado, soma segurada, limite máximo
de indenização, limite máximo de probabilidade ou limite máximo de garantia.
Este valor é escolhido pelo segurado para as coberturas dos Seguros de Bens
Materiais e de Responsabilidade.

INDENIZAÇÃO: contraprestação do segurador ao segurado que, com a


efetivação do risco (ocorrência de evento previsto no contrato), venha a fazer
jus a um recebimento pactuado.

INTERESSE SEGURÁVEL: legítimo interesse econômico ou pecuniário que


as pessoas físicas ou jurídicas podem ter com relação a si próprias, outras
pessoas ou bens seguráveis.

JURISPRUDÊNCIA: modo uniforme pelo qual os tribunais interpretam e aplicam


determinadas leis.

LEI DOS GRANDES NÚMEROS: princípio geral das ciências de observação,


segundo o qual a frequência de determinados acontecimentos, verificada em
um grande número de casos análogos, tende a se estabilizar cada vez mais,
à medida que aumenta o número de casos observados, aproximando-se dos
valores previstos pela Teoria das Probabilidades.

GLOSSÁRIO 155
LIMITE TÉCNICO: valor básico da retenção, que a companhia de seguros
deve adotar em cada ramo ou modalidade que operar, fixado pela ciência
atuarial.

MÁ-FÉ: agir de modo contrário à lei ou ao direito, propositadamente de


má-fé, considerada e consubstanciada na legislação de quase todos os países.
Assume, nos contratos de seguros, excepcional relevância.

NOTA DE SEGURO: documento de cobrança que acompanha as apólices e


endossos remetidos ao banco cobrador.

PERDA TOTAL: dá-se a perda total do objeto segurado, quando este perece
completamente ou quando se torna, de forma definitiva, impróprio ao fim a
que era destinado.

PRÊMIO: importância paga pelo segurado, ou estipulante, à seguradora


em troca da transferência do risco a que ele está exposto. Em princípio,
o prêmio resulta da aplicação de um percentual (taxa) à importância
segurada. O prêmio deve corresponder ao preço do risco transferido
à seguradora. O preço do seguro também pode ser denominado custo
do seguro.

PRÊMIO ADICIONAL: prêmio suplementar cobrado em certos e determinados


casos.

PRÊMIO FRACIONADO: prêmio anual, dividido em parcelas, para efeito de


pagamento.

PRÊMIO GANHO: parcela do prêmio referente ao período de tempo de risco


decorrido.

PRESCRIÇÃO: meio pelo qual, de acordo com o transcurso do tempo,


adquirem-se direitos e se extinguem obrigações.

PROBABILIDADE: diz-se da possibilidade de realização de um determinado


evento. A probabilidade pode ser matemática ou estatística.

PROPOSTA: formulário impresso, contendo um questionário detalhado que


deve ser preenchido pelo segurado, ou seu representante de direito, ao
candidatar-se à cobertura do seguro. A proposta é a base do contrato de
seguro, geralmente fazendo parte dele.

PULVERIZAÇÃO DO RISCO: distribuição do seguro, por um grande número


de seguradores, de modo a que o risco, assim disseminado, não venha a
constituir, por maior que seja a sua importância, perigo iminente para a
estabilidade da carteira.

REINTEGRAÇÃO: restabelecimento da importância segurada após o sinistro


parcial e o pagamento de uma indenização. A reintegração visa restabelecer
o valor da importância segurada para as coberturas dos Seguros de Bens
Materiais e de Responsabilidades. É prevista em alguns ramos de seguro.

156 TEORIA GERAL DO SEGURO


RESERVA TÉCNICA: termo utilizado para definir valores matematicamente
calculados pelo segurador, com base nos prêmios recebidos dos segurados,
para garantia dos pagamentos eventuais dos riscos assumidos e não expirados.
Ex.: Reserva de Sinistros a Liquidar.

RISCO: evento incerto ou de data incerta, que independe da vontade das


partes contratantes e contra o qual é feito o seguro. O risco é a expectativa
de sinistro. Sem risco, não pode haver contrato de seguro.

SEGURADO: pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, contrata


o seguro, em seu benefício pessoal ou de terceiros. Pode também ser definido
como “a pessoa ou empresa protegida pela cobertura de uma apólice de seguro,
para os casos de perdas materiais ou eventos relacionados com a vida”.

SEGURADORA: pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos


contratados e paga indenização ao segurado, ou ao(s) seu(s) beneficiário(s), no
caso de ocorrência de sinistro coberto. São empresas legalmente constituídas
para assumir e gerir coletividades de riscos, obedecidos os critérios técnicos
e administrativos específicos.

SEGURO: contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança
de prêmio, a indenizar a outra pela ocorrência de determinados eventos ou
por prejuízos eventuais.

SINISTRO: ocorrência de acontecimento previsto no contrato de seguro e que,


legalmente, obriga a seguradora a indenizar.

SINISTRALIDADE: relação entre os valores indenizados, ou a indenizar, e os


prêmios pagos pelo segurado. Mede a expectativa de perda, que é imprescindível
para estabelecer o prêmio estatístico ou o custo puro de proteção.

SUB-ROGAÇÃO: ocorre no seguro quando, após o sinistro e paga a indenização


pelo segurador, este substitui o segurado nos direitos e ações que tem de
demandar o terceiro responsável pelo sinistro.

TARIFA: relação das taxas correspondentes a cada classe de risco. É de acordo


com a taxa constante da tarifa que o segurador calcula o prêmio relativo ao
seguro que lhe é proposto.

TARIFAÇÃO: avaliação do risco de pessoa física ou jurídica.

TAXA: elemento necessário à fixação das tarifas de prêmios, cálculos de juros,


reservas matemáticas. A taxa é um percentual fixo que se aplica a cada caso
determinado, estabelecendo a importância necessária ao fim visado.

TERCEIRO: pessoa que, envolvida num sinistro, não represente nenhuma


das duas partes do contrato de seguro (segurado e seguradora). Não se
incluem no conceito de terceiros parentes, cônjuge, funcionários, sócios ou
representantes do segurado, bem como objetos ou bens de sua propriedade
ou posse.

VIGÊNCIA: período de tempo fixado para validade do seguro (ou cobertura).


É o prazo que determina o início e o fim da duração das coberturas ou garantias
contratadas.

GLOSSÁRIO 157
VISTORIA DE SINISTRO: inspeção feita por profissionais habilitados, após o
sinistro, para verificar e estabelecer os danos ou prejuízos sofridos pelo objeto
segurado.

VISTORIA DO RISCO: inspeção feita por profissionais habilitados para avaliar


as condições do risco a ser segurado, com a finalidade de estabelecer o valor
em risco.

158 TEORIA GERAL DO SEGURO


Anexos

1 Modelo de Proposta de Seguro de Vida Individual

2 Modelo de Apólice de Seguro de Acidentes Pessoais

3 Modelos de Bilhetes de Seguros Obrigatórios (DPEM e DPVAT)

4 Modelo de Endosso de Acidentes Pessoais


Modelo de Endosso sem Movimento
Modelo de Endosso de Substituição de Veículo

5 Modelo de Averbação

6 Modelo de Certificado de Seguro

7 Codificação dos Ramos de Seguros

8 Circular SUSEP 458, de 19 de dezembro de 2012

9 Modelo de Apólice de Seguro de Automóvel

10 Circular SUSEP 394, de 30 de outubro de 2009

ANEXOS 159
160 TEORIA GERAL DO SEGURO
Anexo 1
MODELO DE PROPOSTA DE SEGURO
DE VIDA INDIVIDUAL

CNPJ 99.999.999/0001-99

ANEXO 1 161
162 TEORIA GERAL DO SEGURO
Anexo 2
MODELO DE APÓLICE DE
SEGURO DE ACIDENTES PESSOAIS

CNPJ 99.999.999/0001-99

Apólice no: Renovação no: Vigência:

Nome do Segurado: CPF/CNPJ:

Limite Máximo de Indenização: Taxa:

Prêmio Tarifário: Prêmio Líquido: Custo de Apólice:

Adicional de Fracionamento: IOF: Prêmio Total:

Natureza do Seguro: (individual ou coletivo)

A) Características do Seguro

Item Relação de Segurados CPF Data Nasc. Ocupação Beneficiário

ANEXO 2 163
B) Capitais Segurados

Item Morte Acidental Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente

R$ R$

C) Capitais Segurados/Prêmios

1. Morte Acidental R$

2. Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente R$

Prêmio Líquido a Cobrar:

Processo SUSEP: CNPJ:

Código do Corretor: Nome do Corretor:

Data:

____________________

Assinatura Seguradora

164 TEORIA GERAL DO SEGURO


Anexo 3
MODELOS DE BILHETES DE SEGUROS
OBRIGATÓRIOS (DPEM E DPVAT)

ANEXO 3 165
Ano Exercício Sucursal Código Bilhete Seguro 1a Via
Sociedade Org. Emissor

Primeiro Seguro Obrigatório Sim Não

Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Renova o Bilhete N :


o
Emitido pela Sociedade
Veículos Automotores de Vias Terrestres – DPVAT Seguradora: Vencido em: ___/___/___
Emitido nos termos da Lei no 6.194 de 19.12.74 e da Resolução do CNSP no 56/2001

Segurado:
CPF/CNPJ:
Endereço: CEP:
Corretor: Reg. SUSEP:
Fone:
Bairro: Cidade: UF:
Características do veículo
Marca Modelo Capacidade Ano de Fabricação Renavan Placa No do Chassi

Limite Máximo de Indenização por Pessoa Vitimada Período de Vigência


R$ 13.500,00 Até R$ 13.500,00 Até R$ 2.700,00
No Caso de Morte No Caso de Por Despesas de Assistência Este seguro é válido por um ano a partir das 24:00
Invalidez Permanente Médica e Suplementar horas
Atualizáveis Conforme Normas Aprovadas pela Resolução No 56/2001 a) Em caso de Bilhete Novo – do dia de seu paga-
mento na rede bancária
Conta do Prêmio b) Em caso de Renovação – do dia do vencimento
do bilhete anterior, desde que o primeiro tenha
Cat. Tarif. Prêmio Líquido Custo Bilhete I.O.F. Prêmio Total
sido pago até aquela data.

Data da Emissão
(Dia por extenso) Data Limite de Pagamento ____________ de __________________ de _________
Assinatura do Segurado

Autenticação Mecânica

166 TEORIA GERAL DO SEGURO


Anexo 4
MODELO DE ENDOSSO DE
ACIDENTES PESSOAIS

CNPJ 99.999.999/0001-99

Apólice no: Endosso no: Vigência:

Tipo de Endosso: Tipo de Cobrança:

Nome do Segurado: CPF/CNPJ:

Declara-se para os devidos fins e efeitos que, a partir desta data, procede-se às seguintes correções na presente apólice:

A) Características do Seguro

Item Correção

B) Exclusão de Segurados
Item Segurado Excluído Prêmio a Restituir R$

Total a restituir: R$

ANEXO 4 167
C) Inclusão de Segurados

Item Segurado CPF Data Nasc. Ocupação Beneficiário

D) Capitais Segurados para Cada Item

Item Morte Acidental R$ Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente R$

Prêmio Líquido a Cobrar:

E) Resumo do Endosso

A Restituir R$

A Cobrar R$

R$

Permanecem inalterados os demais termos da presente apólice.

Processo SUSEP: CNPJ:

Código do Corretor: Nome do Corretor:

Data:

____________________
Assinatura Seguradora

168 TEORIA GERAL DO SEGURO


MODELO DE ENDOSSO
SEM MOVIMENTO

maginária
Seguradora
CNPJ 99.999.999/0001-99

CNPJ 99.999.999/0001-99

Apólice no: Endosso: Proposta:

Nome: __________________________________________________________________________________________

CPF/CNPJ: _______________________ RG: __________________ Org. Emissor: _______ Emissão RG: __________

Endereço: _________________________________________________________________________________________

CEP: ____________________________ Cidade: ___________________________________ UF: __________________

Corretor: _____________________________________________ Inspetor: _________________________________

Tendo em vista a solicitação do segurado através do seu corretor, declara-se para os devidos fins e efeitos que
procede-se na apólice supra às alterações descritas.

Moeda da Apólice: R$ Cotação Base: Juros: ____% a.m. Vigência:

Limite Máximo de Indenização – (LMI) (conforme especificação do seguro anexa):

Conta Prêmio: R$

Prêmio Líquido ..........:

Adicional/Juros ..........:

Custo Apólice ..........:

I.O.F. ..........:

Prêmio Total ..........:

Fracionamento do prêmio

Parcela Vencimento Valor Moeda

Para a validade do presente contrato, a “Seguradora”, representada por seu bastante procurador, assina esta Apólice,
na cidade de ___________________, estado ______________ em _____ de ______________ de _______ .

ANEXO 4 169
MODELO DE ENDOSSO
DE SUBSTITUIÇÃO DE VEÍCULO

maginária
Seguradora

No Apólice Atual: CI:

DADOS DO SEGURADO

Nome: __________________________________________________________ Vigência:


Endereço: _______________________________________________________ CPF/CNPJ:
Cliente desde:

DADOS DE VEÍCULO Ano de Fabricação/Modelo: ______________


Chassi: _______________________________
Identificação: ____________________________________________ Local de Risco: _________________________
CEP:__________________________________
Placa: ___________________________ Combustível: __________ Classificação: __________________________
Procedência:___________________ Zero Km: Sim Não Classe de Bônus: _______________________

GARANTIAS CONTRATADAS

Garantias Limite Máximo de Indenização Franquia Preços

OUTRAS INFORMAÇÕES

Serviços:

Cláusula do Seguro:
Condições Particulares:
Na inexistência da tabela de referência FIPE (www.fipe.com.br), será utilizada como substituta a tabela.

DADOS DE PAGAMENTO Extrato das Parcelas da Apólice

Forma de Pagamento Vencimento: Valor:

Preço:
Custo da Apólice:
Adicional de Fracionamento:
Imposto:
Preço Total do Seguro:

O seguro será pago por:


Banco Cobrador:

DADOS DO CORRETOR

Nome Principal: Código Seguradora: Unidade: Telefone:

Código SUSEP:

Local Data Seguradora

170 TEORIA GERAL DO SEGURO


Anexo 5
MODELO DE AVERBAÇÃO

CNPJ 99.999.999/0001-99

Segurado: Apólice no: Averbação no:

Tipo de Averbação: No da averbação provisória:


Provisória Definitiva Última

Guia de Importação no: Válida até:

Avisa-se o embarque abaixo para ser segurado de acordo com o termos da apólice.

Meio de Transporte
Tipo de Transporte: Identificação do veículo transportador:
Marítimo Lacustre Fluvial
Rodoviário Ferroviário Aéreo

Conhecimento de embarque com valor declarado?


Sim Não sem adicional Não com adicional

Viagem Segurada
Início Porto/cidade/estado/país: Data de saída:
Destino Porto/cidade/estado/país: Data de chegada:

Objeto do Seguro
Marca: Quantidade: Embalagem:
Mercadoria:

ANEXO 5 171
Garantias
Garantia: Franquia (%):
Condições obrigatórias:

Moeda do Seguro
Moeda do seguro: Câmbio da moeda do seguro: Câmbio dólar norte-americano:

Valores segurados/Prêmio
Item Verbas na Prêmio na
moeda do moeda do
seguro Taxa Básica % Adicional GTM/GMCC Total seguro

Custo

Frete

Subtotal

Despesas

Subtotal
Lucros

Esperados

Subtotal

Impostos

Total
Classificação Adicional de classificação de navio
de navios
Total na moeda
do seguro Taxa média Prêmio total

Código do Corretor: Nome do Corretor:

Data: Carimbo de recebimento na Seguradora

____________________________________
Assinatura do Segurado

172 TEORIA GERAL DO SEGURO


Anexo 6
MODELO DE CERTIFICADO DE SEGURO

ANEXO 6 173
174 TEORIA GERAL DO SEGURO
Anexo 7
CODIFICAÇÃO DOS
RAMOS DE SEGUROS

Circular SUSEP 455, de 6 de dezembro de 2012.

Altera a Circular Susep 395, de 3 de dezembro de 2009, e


dispõe sobre a classificação de coberturas contidas em planos
de microsseguro para fins de contabilização.

Tabela de Ramos e Grupos


Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
01 Patrimonial 12 Assistência – Ramo novo. Operações anteriormente
Bens em Geral informadas no Ramo Riscos Diversos
(0171). Engloba as operações de
seguro de garantia estendida/
complementação de garantia e de
seguros similares aos Serviços de
Assistência.
01 Patrimonial 14 Compreensivo Inalterado.
Residencial
01 Patrimonial 15 Roubo Inalterado.
01 Patrimonial 16 Compreensivo Inalterado.
Condomínio
01 Patrimonial 18 Compreensivo Inalterado.
Empresarial
01 Patrimonial 41 Lucros Cessantes Inalterado.
01 Patrimonial 67 Riscos de Engenharia Inalterado.
01 Patrimonial 71 Riscos Diversos Inclui os antigos Ramos Tumultos,
Fidelidade e Vidros.
01 Patrimonial 73 Global de Bancos Inalterado.
01 Patrimonial 95 Garantia Estendida/ Inalterado.
Extensão de Garantia –
Bens em Geral
01 Patrimonial 96 Riscos Nomeados Inalterado.
e Operacionais

02 Riscos Especiais 34 Riscos de Petróleo Inalterado.


02 Riscos Especiais 72 Riscos Nucleares Inalterado.
02 Riscos Especiais 74 Satélites Inalterado.

ANEXO 7 175
Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
03 Responsabilidades 10 R.C. de Administradores Inalterado.
e Diretores – D&O
03 Responsabilidades 13 R.C. Riscos Ambientais Ramo Novo. Operações
anteriormente informadas no Ramo
R.C. Geral (0351).
03 Responsabilidades 51 R.C. Geral Inalterado.
03 Responsabilidades 78 R.C. Profissional Inalterado.

05 Automóvel 20 Acidentes Pessoais Inalterado.


de Passageiros – APP
05 Automóvel 24 Garantia Estendida/ Inalterado.
Extensão de Garantia –
Auto
05 Automóvel 25 Carta Verde Inalterado.
05 Automóvel 26 Seguro Popular de Inalterado.
Automóvel Usado
05 Automóvel 31 Automóvel – Casco Inalterado.
05 Automóvel 42 Assistência e Outras Ramo novo. Operações anteriormente
Coberturas – Auto informadas no Ramo Riscos Diversos
(0171). Engloba as operações de
seguro de garantia estendida/
complementação de garantia, os
seguros similares aos Serviços de
Assistência e outras coberturas que
estejam diretamente relacionadas ao
veículo segurado.
05 Automóvel 53 Responsabilidade Civil Não deve ser incluído neste Ramo o
Facultativa Veículos – RCF – ônibus (0628), embarcações
RCFV (1428) e aeronaves (1528).
05 Automóvel 88 DPVAT Inalterado. Inclui todas as categorias
– Cats. 3 e 4, incluídas somente a
partir de janeiro de 2005.

06 Transportes 21 Transporte Nacional Inalterado.


06 Transportes 22 Transporte Internacional Inalterado.
06 Transportes 23 Resp. C.T. Rodoviário Ramo novo. Operações anteriormente
Interestadual e informadas no Ramo Resp. C.
Internacional – T. Rodoviário Interestadual e
RC Ônibus Internacional – RC ônibus, do
Grupo Automóvel (0523).
06 Transportes 28 Responsabilidade Civil Ramo Novo. Anteriormente era
Facultativa Veículos – informada no Ramo Responsabilidade
RCFV Ônibus Civil Facultativa Veículos – RCFV
(0553).
06 Transportes 32 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador de Carga
em Viagem Internacional –
RCTR-VI-C
06 Transportes 38 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Ferroviário
Carga – RCTF-C
06 Transportes 44 R.C.Transp. em Viagem Ramo novo. Operações anteriormente
Internacional pessoas informadas no respectivo ramo do
transportadas ou não – Grupo Auto (0544).
Carta Azul

176 TEORIA GERAL DO SEGURO


Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
06 Transportes 52 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Aéreo Carga
– RCTA-C
06 Transportes 54 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Rodoviário
Carga – RCTR-C
06 Transportes 55 Resp. Civil do Inalterado.
Transportador Desvio de
Carga – RCF-DC
06 Transportes 56 Resp. Civil do Nova nomenclatura. Operações
Transportador Aquaviário anteriormente informadas no Ramo
Carga – RCA-C Resp. Civil Armador.
06 Transportes 58 Resp. Civil do Operador do Passou a englobar as operações
Transporte Multimodal – informadas no Ramo Resp. Civil do
RCOTM-C Transportador Intermodal (0627).

07 Riscos Financeiros 43 Stop Loss Ramo novo. Operações anteriormente


informadas no Ramo Riscos Diversos
(0171).
07 Riscos Financeiros 46 Fiança Locatícia Inalterado.
07 Riscos Financeiros 48 Crédito Interno Ramo novo. Operações anteriormente
informadas nos Ramos Crédito
Doméstico Risco Comercial (0860) e
Crédito Doméstico Risco Pessoa
Física (0870).
07 Riscos Financeiros 49 Crédito à Exportação Ramo novo. Operações anteriormente
informadas nos Ramos Crédito à
Exportação Risco Comercial (0819) e
Crédito à Exportação Risco
Político (0859).
07 Riscos Financeiros 75 Garantia Segurado – Ramo novo. Operações anteriormente
Setor Público informadas nos Ramos Garantia
Financeira (0739), Garantia de
Obrigações Públicas (0745), Garantia
de Concessões Públicas (0747) e
Garantia Judicial (0750).
07 Riscos Financeiros 76 Garantia Segurado – Ramo novo. Operações
Setor Privado anteriormente informadas nos Ramos
Garantia Financeira (0739), Garantia
de Obrigações Privadas (0740) e
Garantia Judicial (0750).

09 Pessoas Coletivo 29 Auxílio Funeral Ramo novo.


09 Pessoas Coletivo 36 Perda do Certificado de Inalterado.
Habilitação de Voo – PCHV
09 Pessoas Coletivo 69 Viagem Alteração de nomenclatura –
anteriormente era Turístico.
09 Pessoas Coletivo 77 Prestamista Não deverá conter informações
(exceto Habitacional e referentes aos Ramos Seguro
Rural) Habitacional em Apólice de Mercado
– Prestamista (1061) e Seguro de Vida
do Produtor Rural (1198).
09 Pessoas Coletivo 80 Educacional Inalterado.
09 Pessoas Coletivo 82 Acidentes Pessoais Incluir a cobertura de APP quando
não for comercializada como
cobertura agregada de outro Grupo.
09 Pessoas Coletivo 83 Dotal Misto Ramo novo.

ANEXO 7 177
Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
09 Pessoas Coletivo 84 Doenças Graves ou Ramo novo.
Doença Terminal
09 Pessoas Coletivo 86 Dotal Puro Ramo novo.
09 Pessoas Coletivo 87 Desemprego/Perda Ramo novo.
de Renda
09 Pessoas Coletivo 90 Eventos Aleatórios Inalterado.
09 Pessoas Coletivo 93 Vida Alteração de nomenclatura –
anteriormente, era Vida em Grupo.
09 Pessoas Coletivo 94 VGBL/VAGP/VRGP/ Inclui informações VRSA e VRI.
VRSA/VRI

10 Habitacional 61 Seguro Habitacional em Ramo novo. Operações anteriormente


Apólices de Mercado – informadas nos Ramos Seguro
Prestamista Habitacional Fora do S.F.H. (1068) e
Prestamista (0977).
10 Habitacional 65 Seguro Habitacional em Ramo novo. Operações anteriormente
Apólices de Mercado – informadas no Ramo Seguro
Demais Coberturas Habitacional Fora do S.F.H. (1068).
10 Habitacional 66 Seguro Habitacional do Inalterado.
Sistema Financeiro
da Habitação

11 Rural 01 Seguro Agrícola sem Inalterado.


cobertura do FESR
11 Rural 02 Seguro Agrícola com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 03 Seguro Pecuário sem Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 04 Seguro Pecuário com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 05 Seguro Aquícola sem Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 06 Seguro Aquícola com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 07 Seguro Florestas sem Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 08 Seguro Florestas com Inalterado.
cobertura do FESR
11 Rural 09 Seguro da Cédula Inalterado.
do Produto Rural
11 Rural 30 Seguro Benfeitorias e Inalterado.
Produtos Agropecuários
11 Rural 62 Penhor Rural Alteração de nomenclatura – excluída
a expressão “Instituições Financeiras
Privadas”. Passou a englobar as
operações do Ramo Penhor Rural
Instituições Financeiras Públicas
(1163).
11 Rural 64 Seguros Animais Inalterado.
11 Rural 98 Seguro de Vida do Engloba as operações anteriormente
Produtor Rural informadas no Ramo Prestamista
(0977).

178 TEORIA GERAL DO SEGURO


Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
12 Outros 79 Seguros no Exterior Inalterado.
12 Outros 85 Saúde – Ressegurador Local Ramo novo.
12 Outros 99 Sucursais no Exterior Inalterado.

13 Pessoas Individual 29 Auxílio Funeral Ramo novo.


13 Pessoas Individual 36 Perda do Certificado de Novo Grupo.
Habilitação de Voo – PCHV
13 Pessoas Individual 69 Viagem Alteração Novo Grupo.
de nomenclatura –
anteriormente, era
Turístico.
13 Pessoas Individual 77 Prestamista (exceto Novo Grupo. Não deverá conter
Habitacional e Rural) informações referentes aos Ramos
Seguro Habitacional em Apólice
de Mercado – Prestamista (1061)
e Seguro de Vida do Produtor Rural
(1198).
13 Pessoas Individual 80 Educacional Novo Grupo.
13 Pessoas Individual 81 Acidentes Pessoais Novo Grupo. Incluir cobertura de APP
quando não for comercializada como
cobertura agregada de outro Grupo.
13 Pessoas Individual 83 Dotal Misto Ramo novo.
13 Pessoas Individual 84 Doenças Graves ou Novo Ramo e novo Grupo.
Doença Terminal
13 Pessoas Individual 86 Dotal Puro Ramo novo.
13 Pessoas Individual 87 Desemprego/Perda de Ramo novo.
Renda
13 Pessoas Individual 90 Eventos Aleatórios Novo Grupo.
13 Pessoas Individual 91 Vida Alteração de Nomenclatura –
anteriormente era Vida Individual.
13 Pessoas Individual 92 VGBL/VAGP/VRGP/ VRSA/ Inclui VRSA e VRI.
VRI

14 Marítimos 17 Seguro Compreensivo para Ramo novo. Operações anteriormente


Operadores Portuários informadas no Ramo Marítimos
(0433).
14 Marítimos 28 Responsabilidade Civil Ramo novo.
Facultativa para
Embarcações – RCF
14 Marítimos 33 Marítimos (Casco) Ramo novo. Grupo alterado de
cascos para embarcações.
14 Marítimos 57 DPEM Grupo alterado de cascos para
embarcações.

15 Aeronáuticos 28 Responsabilidade Civil Ramo novo.


Facultativa para
Aeronaves – RCF
15 Aeronáuticos 35 Aeronáuticos (Casco) Ramo novo. Grupo alterado de
cascos para embarcações.
15 Aeronáuticos 37 Responsabilidade Civil Grupo alterado de cascos para
Hangar embarcações.
15 Aeronáuticos 97 Responsabilidade Ramo novo. Operação anteriormente
do Explorador ou informadas no Ramo.
Transportador Aéreo – RETA

ANEXO 7 179
Tabela de Ramos e Grupos
Identificador
Grupo Nome do Grupo Nome do Ramo Observação
do Ramo
16 Microsseguros 01 Pessoas Grupo/Ramo novo. Inclui as
coberturas de pessoas relativas
aos planos de microsseguro.
16 Microsseguros 02 Danos Grupo/Ramo novo. Inclui as
coberturas de danos relativas aos
planos de microsseguro.
16 Microsseguros 03 Previdência Grupo/Ramo novo. Inclui as
coberturas de Morte e Invalidez
Permanente e Total relativas aos
planos de previdência equiparados
a planos de microsseguro.

180 TEORIA GERAL DO SEGURO


A seguir, apresentaremos noções básicas de alguns dos ramos de seguro mais utilizados no mercado
e codificados pela SUSEP (Circular SUSEP 455, de 6 de dezembro de 2012), conforme consta da tabela
anterior.

GRUPO 01 – SEGUROS PATRIMONIAIS


Ramo 15 – Roubo
O objetivo do Seguro de Roubo é indenizar o segurado de prejuízos que venha a sofrer em consequência
de roubos de bens discriminados na apólice.

Esse seguro possui tarifação própria, sendo considerados o local e o tipo de atividade do
segurado.

A indenização paga ao segurado, para os prejuízos causados por roubo, deverá ser sempre precedida
de queixa às autoridades policiais.

Importante

O Seguro de Roubo cobre:

• roubo
– cometido mediante uso ou ameaça de uso de violência contra a pessoa;
– cometido depois de haver reduzido a pessoa à impossibilidade de resistência, seja pela
ação física ou pela aplicação de narcóticos;

• furto qualificado
– quando praticado mediante destruição ou rompimento do obstáculo;
– quando cometido pela utilização de outras vias, diferentes das destinadas a servir de
entrada ao local onde estão os bens cobertos;
– quando praticado com emprego de chave falsa, gazua ou instrumentos semelhantes,
desde que a utilização desses meios deixe vestígios materiais inequívocos;

• danos materiais, diretamente, causados aos bens segurados pelo autor dos atos; e

• em alguns casos, o furto simples (Riscos Residenciais e All Risks).

Comentário

O Seguro de Roubo apresenta, ainda, a Cobertura All Risks, que garante a indenização por
simples desaparecimento e/ou perda de alguns dos bens segurados de uso exclusivamente pessoal.
Observa-se que sua concessão é restrita, no caso, somente a segurados – pessoas físicas – de
ilibada idoneidade moral.

ANEXO 7 181
Ramo 41 – Lucros Cessantes
O Seguro de Lucros Cessantes é aquele que tem por finalidade garantir a situação financeira da empresa
segurada após um sinistro de Danos Materiais que tenha perturbado, ou paralisado, o movimento normal
de seus negócios. Esse seguro tem por objeto a manutenção da operacionalidade e lucratividade da
empresa, sendo as perdas ocorridas identificadas através da análise dos relatórios financeiros elaborados
pela contabilidade. Logo, é fundamental e obrigatório que a contabilidade esteja perfeitamente
organizada para comprovar as perdas oriundas do sinistro.

As perdas cobertas por esse seguro decorrem da não efetivação do lucro líquido operacional que o
segurado não obteve em virtude da paralisação causada pelo sinistro, bem como as despesas fixas
(aquelas que ele terá que realizar mesmo sem ter receita para financiá-las).

Portanto, o risco coberto pelo Seguro de Lucros Cessantes é a perda de lucro bruto (lucro líquido
operacional + despesas fixas) gerada pela paralisação total ou parcial nos negócios do segurado, em
virtude de danos materiais causados por eventos cobertos, e qualquer dos bens móveis ou imóveis
existentes no local que venham a ser danificados ou destruídos em consequência desses eventos.

Danos Materiais é o que chamamos de fato gerador do risco no Seguro de Lucros Cessantes.

Os eventos cobertos pelo Seguro de Lucros Cessantes são os acidentes a que estão sujeitos os bens da
empresa segurada (podem sofrer danos materiais), devidamente especificados na apólice, que podem
causar paralisações ou perturbações no seu movimento de negócios, como, por exemplo: incêndio,
explosão, vendaval.

É exigida do segurado a contratação do Seguro de Danos Materiais que garanta a indenização de perdas
em caso de ocorrência dos eventos que esse segurado deseja garantir em lucros cessantes.

O Seguro de Lucros Cessantes cobre, também, os gastos adicionais que o segurado realizar para evitar
ou reduzir a perda de lucro bruto que ocorreria em face do sinistro, ou seja, as despesas extraordinárias,
provenientes de medidas tomadas pelo segurado para apressar a retomada dos seus negócios ao ritmo
normal. Essa cobertura será indenizada até o limite da perda evitada; portanto, somente se houver
resultado útil e até o valor da redução da perda coberta proporcionada pela medida adotada.

O segurado deverá escolher o número de meses que deseja garantir em lucros cessantes, chamado
de período indenitário contratado, que deverá ser fixado na apólice. Período indenitário, então, é
o tempo necessário para a empresa recuperar o ritmo normal de suas atividades após a ocorrência
de um sinistro de Danos Materiais que provoque a paralisação ou redução de seu movimento de
negócios.

O início do período indenitário coincide com a data da ocorrência do sinistro de Danos Materiais, e seu
término ocorre ou com a normalização das atividades da empresa ou quando se esgota o número de
meses estabelecido na apólice para o evento ocorrido, prevalecendo o fato que ocorrer primeiro.

Ramo 67 – Riscos de Engenharia


No ramo de Seguros Riscos de Engenharia são, também, agrupadas diversas modalidades de seguros,
apresentando, cada uma delas, seus riscos cobertos, suas condições especiais e seus critérios de
taxação.

A concessão de um seguro pertencente a esse ramo está sujeita à aplicação de taxas e franquias
diferenciadas, que têm por base critérios técnicos.

182 TEORIA GERAL DO SEGURO


Nas modalidades de seguros agregados ao Ramo de Riscos de Engenharia, são estipuladas medidas
especiais para a contratação do seguro: inspeção de riscos realizada por engenheiros habilitados, análise
dos cronogramas das construções, montagens.

Destacam-se as seguintes modalidades, regulamentadas no Ramo Riscos de Engenharia:

• Obras Civis em Construção;


• Instalação e Montagem;
• Obras Civis em Construção/Instalação e Montagem;
• Quebra de Máquinas; e
• Equipamentos Eletrônicos.

Ramo 71 – Riscos Diversos


Existem várias modalidades de seguros agrupadas no Ramo de Riscos Diversos.

Cada uma delas possui condições especiais, critérios específicos de taxação e determinado número
de riscos cobertos.

A indenização, por parte da seguradora, é garantida em função da ocorrência de um dos riscos previstos
nas respectivas apólices.

Atualmente, estão regulamentadas as seguintes modalidades do ramo Riscos Diversos:

• terremoto ou tremores de terra e maremotos;


• derrame de água ou outra substância líquida de instalações de chuveiros automáticos
(sprinklers);
• valores em trânsito em mãos de portador ou dentro de estabelecimentos ou transportados em
carros-fortes;
• equipamentos: móveis (incluído o risco de translado e viagens de entrega); cinematográficos;
fotográficos e de televisão (exclusivamente em estúdio e laboratórios ou em reportagens externas);
anúncios luminosos; em exposição (podendo incluir ou excluir o risco de transporte); estacionários
(cobertura limitada no local indicado na apólice); em operações sobre água; instrumentos musicais
e equipamentos de som; arrendados ou cedidos a terceiros;
• inundação;
• alagamento;
• desmoronamento;
• deterioração de mercadorias em ambientes frigorificados;
• registros e documentos (despesas de recomposição);
• material rodante (locomotivas, vagões, gôndolas);
• responsabilidades por leis trabalhistas;
• seguro de joalheria; e
• cobertura compreensiva para objetos de arte.

Além das modalidades acima, são atualmente considerados como Riscos Diversos:

Seguro de Vidros
A finalidade do Seguro de Vidros é indenizar o segurado dos prejuízos sofridos em decorrência da
quebra de vidros de sua propriedade de forma acidental por ato involuntário do segurado, membros
de sua família, empregados e prepostos, por imprudência ou culpa de terceiros, pela ação de calor
artificial e pela queda de granizo.

ANEXO 7 183
Atenção

O calor artificial não inclui incêndio, raio ou explosão, que são riscos excluídos. Arranhaduras
ou lascas não são riscos cobertos.

As coberturas adicionais são para reparos e instalação provisória de vidros e quebra espontânea.

As taxas para esse tipo de seguro estão registradas em tarifa própria.

Seguros de Tumultos, Motins e Riscos Congêneres


A finalidade do Seguro de Greves, Tumultos, Motins e Riscos Congêneres é indenizar o segurado de
prejuízos sofridos, em decorrência de riscos derivados de distúrbios de ordem pública.

As Condições Gerais desse seguro apresentam discriminados os distúrbios de ordem pública, que
podem ser cobertos, e os excluídos da cobertura.

Riscos Cobertos pela Cobertura Básica:

• tumultos – ação de pessoas, com características de aglomeração, que perturbe a ordem


pública através da prática de atos predatórios, para cuja repressão não haja necessidade de
intervenção das Forças Armadas;

• greve – ajuntamento de mais de três pessoas, da mesma categoria ocupacional, que se


recusam a trabalhar ou comparecer onde os chama o dever; e

• lockout – cessação da atividade por ato ou fato do empregador.

São também indenizáveis os seguintes prejuízos:

• danos materiais sofridos pelo segurado em consequência de riscos cobertos;


• danos materiais e despesas decorrentes de medidas tomadas para reprimir, ou tentar reprimir,
qualquer perturbação de ordem pública ou para reduzir-lhe as consequências, quando resultarem
dos riscos acima definidos.
• perdas e danos materiais causados pelas seguintes consequências, dos riscos cobertos por esta
apólice:
– desmoronamento;
– impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados por motivo de força maior; e
– desentulho do local.

No Ramo Tumultos, podem ser contratadas as seguintes coberturas adicionais, mediante pagamento
de prêmio adicional:

• atos dolosos;
• quebra de vidros;
• veículos fora do recinto do estabelecimento segurado;
• deterioração de mercadorias;
• perda ou pagamento de aluguel;
• perda de prêmio; e
• rateio parcial.

Essas coberturas não estão previstas na cobertura básica.

184 TEORIA GERAL DO SEGURO


Ramo 73 – Global de Bancos
O Seguro Global de Bancos tem por objetivo garantir prejuízos materiais que o segurado venha a
sofrer em seus valores e bens, decorrentes dos riscos previstos, observando-se, porém, os limites da
importância segurada.

Importante

No Ramo de Seguro Global de Bancos, destacam-se os seguintes riscos:

• roubo;
• furto qualificado; e
• destruição ou perecimento de valores e bens por qualquer causa.

Só poderão contratar esse seguro os bancos e as instituições financeiras.

Ramo 14 – Compreensivo Residencial


Ramo 16 – Compreensivo de Condomínio
Ramo 18 – Compreensivo Empresarial
O objetivo principal dos Ramos de Seguros Compreensivos é simplificar todas as etapas da contratação,
procurando atender – de forma ágil – à realidade do segurado que, orientado por seu corretor, escolhe
as coberturas convenientes e necessárias à proteção de seu patrimônio.

Como exemplo significativo de agilização, podemos citar a eliminação da vistoria na maior parte dos
seguros. Para contratar, por exemplo, uma apólice de incêndio, era preciso que a seguradora fizesse
uma vistoria no local, analisasse o tipo e o material da construção, o sistema de proteção, a área exata
da empresa, enfim, fizesse uma avaliação detalhada do risco.

Hoje, através dos Ramos Compreensivos, também denominados de Planos Conjugados ou Planos
Multirriscos, algumas seguradoras aceitam riscos com isenção da vistoria prévia.

Os Seguros Compreensivos podem ser contratados sob a forma padronizada prevista na Circular
SUSEP 321/2006 ou por produtos desenvolvidos pelas seguradoras a partir dos textos das cláusulas de
cobertura elaboradas pela SUSEP.

Através da Resolução do CNSP 218, de 06/12/2010, foram tornadas obrigatórias, exclusivamente para
os Seguros Compreensivos de Condomínio, duas coberturas básicas, denominadas Cobertura Básica
Ampla e Cobertura Básica Simples.

No que se refere aos produtos não padronizados, ou seja, os produtos desenvolvidos pelas seguradoras,
observamos as seguintes características importantes na maioria dos Planos de Seguros Compreensivos
disponíveis no mercado:

• cobertura a Primeiro Risco Absoluto (sem Cláusula de Rateio) para todas as Coberturas (Básicas ou
Adicionais) nos Seguros Compreensivos Condominiais e Residenciais, e a Primeiro Risco Absoluto
até um determinado limite para os Seguros Compreensivos Empresariais;
• simplificação operacional desde a contratação até a emissão da apólice;
• isenção de vistoria prévia para a maioria das coberturas, excetuando-se os casos de alagamento,
inundação e desmoronamento; e
• verba única para prédio e conteúdo.

ANEXO 7 185
Os Seguros Compreensivos Residenciais e Empresariais garantem, em geral, na sua Cobertura Básica,
três riscos. São eles:

• incêndio decorrente de caso fortuito, imprevisível ou inevitável e independente da vontade


do segurado;
• queda de raio ocorrida dentro da área do terreno ou edifício onde se localizam os bens segurados; e
• explosão de gás normalmente empregado em aparelhos de uso doméstico, ocorrida dentro da área
do terreno ou edifício onde se encontram os bens segurados.

Nos Seguros Compreensivos Condominiais, as Coberturas Básicas são:

a) Cobertura Básica Simples – cobre os riscos de incêndio, queda de raio dentro do terreno onde
esteja localizado o imóvel segurado e explosão de qualquer natureza.
Permite a contratação de coberturas adicionais, de acordo com os riscos a que estiver sujeito o
condomínio segurado.

b) Cobertura Básica Ampla – cobre os prejuízos causados por quaisquer eventos que possam causar
danos materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos.

Além disso, ambas as Coberturas Básicas cobrem as despesas com: providências tomadas para o combate
ao fogo, o salvamento, a proteção dos bens segurados e o desentulho do local.

Garantias

Como Coberturas Acessórias mais comumente contratadas, mediante o pagamento do prêmio


a dicional respectivo, o segurado pode, a critério da seguradora escolhida, contratar as seguintes
garantias que devem vir especificadas na apólice:

• vendaval, furacão, ciclone, tornado, granizo e fumaça;


• queda de aeronave ou quaisquer outros engenhos aéreos ou espaciais, impacto de veículo
terrestre;
• perda ou pagamento de aluguel, em virtude de danos causados por qualquer evento
coberto;
• quebra de vidros causada por imprudência ou culpa de terceiros ou por ato involuntário
do segurado, de membros de sua família ou de seus empregados e prepostos, bem como
resultantes da ação de calor artificial ou chuva de granizo;
• tumultos, greves e lockout quando caracterizados de acordo com as definições do ramo;
• danos elétricos, que cobrem as perdas e danos ocorridos em fios, lâmpadas, válvulas,
chaves, circuitos e aparelhos elétricos, causados, acidentalmente, pelo calor gerado por
eletricidade;
• alagamento causado por água proveniente de chuva torrencial ou tromba-d’água, consequente
ou não da obstrução ou insuficiência de esgotos, galerias pluviais, desaguadouros e similares;
enchente; ruptura de encanamentos, canalizações, adutoras e reservatórios, desde que não
pertençam ao imóvel segurado, nem ao edifício do qual façam parte integrante;
• desmoronamento total ou parcial do imóvel;
• inundação resultante, exclusivamente, do aumento de volume de água de rios navegáveis
(conforme definido pela Divisão de Águas do Ministério da Agricultura) e de canais alimentados
naturalmente por esses rios;
• derrame de água ou outra substância líquida de instalação de chuveiros automáticos sprinklers,
cobrindo, inclusive, os danos que venham a sofrer as instalações de chuveiros automáticos
em consequência dos riscos cobertos;

186 TEORIA GERAL DO SEGURO


• roubo, desde que praticado no recinto do imóvel indicado na apólice, compreendendo os
riscos de:
– roubo cometido mediante ameaça ou emprego de violência contra a pessoa;
– furto qualificado, exclusivamente aquele cometido com destruição ou rompimento de
obstáculo ou mediante escalada ou utilização de entrada ao local onde estão os bens
cobertos, conforme demais especificações da apólice; e
– danos materiais diretamente causados aos bens cobertos durante a prática do roubo ou
furto qualificado.
• valores no interior do estabelecimento, dentro e/ou fora de cofres-fortes ou caixas-fortes, que
garantam as perdas e danos causados por roubo, furto qualificado e destruição, perecimento
dos valores decorrentes dos riscos mencionados ou de quaisquer outros eventos provenientes
de causa externa;
• explosão de aparelhos e substâncias ou produtos inerentes ou não à indústria ou ao negócio
do segurado, onde quer que a explosão tenha se originado;
• infidelidade de empregados, que garante indenização dos prejuízos ocorridos em consequência
de quaisquer crimes contra o patrimônio do segurado, conforme definidos no Código Penal
Brasileiro, praticados pelos empregados, relacionados nominalmente na apólice, e que estejam
em pleno exercício de suas funções;
• despesas fixas, que garantam indenização dos prejuízos decorrentes de interrupção ou
perturbação do giro de negócios do segurado, causada por incêndio, queda de raio e explosão
de gás, ocorridos nos locais mencionados na apólice, com danificação ou destruição dos
bens móveis ou imóveis neles localizados;
• despesas com instalação em novo local, diferente do sinistrado, a fim de que as atividades
do segurado voltem, o mais depressa possível, ao seu ritmo normal após a ocorrência de
evento coberto que impossibilite sua continuidade no local primitivo;
• responsabilidade civil, cobertura que se define, de conformidade com as Condições Gerais e
Especiais estabelecidas para cada modalidade de seguro nele incluída;
• equipamentos, garantia que segue as Condições Gerais e Especiais de Ramos Diversos da
modalidade determinada.

Ramo 96 – Riscos Nomeados e Operacionais


São seguros feitos sob medida. São semelhantes aos Ramos Compreensivos, tendo, inclusive, a mesma
cobertura básica e podendo ter as mesmas coberturas acessórias.

Importante

Há algumas diferenças entre eles. As mais significativas são os valores envolvidos e a forma de
contratação das coberturas acessórias; nos Seguros de Riscos Nomeados, os riscos cobertos por
coberturas acessórias são relacionados e, nos Seguros de Riscos Operacionais, os riscos cobertos
por coberturas acessórias são todos aqueles que não estiverem expressamente excluídos, ou
seja, é uma apólice do tipo “All Risks”.

ANEXO 7 187
GRUPO 03 – SEGUROS DE RESPONSABILIDADES
Ramo 51 – Responsabilidade Civil Geral
É aquele que garante ao segurado o reembolso das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmente,
relativas à reparação por danos involuntários, corporais e/ou materiais causados a terceiros, e que
decorram de riscos cobertos pela apólice.

O Seguro de Responsabilidade Civil apresenta várias modalidades. As principais são: Guarda de Veículos
de Terceiros; Condomínios, Proprietários e/ou Locatários de Imóveis; Obras Civis e/ou Serviços de
Montagem e Instalação de Máquinas e/ou Equipamentos; Estabelecimentos Comerciais e/ou Industriais;
Produtos (no Território Nacional e/ou no Exterior); Empregador; Familiar.

O Seguro de Responsabilidade Civil apresenta taxação diferenciada em função das várias modalidades
existentes, cada qual com suas condições próprias.

GRUPO 05 – SEGUROS DE AUTOMÓVEL


Ramo 31 – Automóvel – Casco
O Seguro de Automóvel – Casco tem, como objeto, os veículos terrestres de propulsão a motor e seus
reboques, destinados a transporte de pessoas, animais ou coisas, dentro do território brasileiro.

No Seguro de Automóvel – Casco, são passíveis de cobertura os riscos de colisão, incêndio, roubo ou
furto (total ou parcial) e convulsões da natureza.

As coberturas em Automóveis estão assim classificadas:

• básicas – relacionadas diretamente ao veículo; e


• adicionais – utilizadas como complemento de qualquer uma das coberturas básicas, mediante
citação expressa na apólice.

A franquia é o valor definido no contrato de Seguro de Automóveis, que representa o limite de


participação do segurado nos prejuízos consequentes de cada sinistro. Pode ser básica (ou obrigatória)
e facultativa; e ambas são do tipo dedutível.

No Ramo de Seguro Automóvel – Casco, existe uma taxa para cada marca, tipo e nacionalidade de veículo,
além de descontos ou agravações em função do perfil do segurado e/ou condutor do veículo.

Ramo 53 – Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos


– RCFV
É comum no mercado acoplar-se às apólices de Seguro de Automóveis esse ramo de seguro, cuja
finalidade é reembolsar ao segurado a indenização paga, consequente de acidentes causados pelo
veículo discriminado na apólice ou pela carga transportada do veículo e referente a danos materiais
ou danos corporais.

Nas apólices de Seguro de Automóveis – Casco, contratadas com esta cobertura, devem-se discriminar
uma verba para a Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – Danos Materiais – e outra verba
para a Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – Danos Corporais.

188 TEORIA GERAL DO SEGURO


Ramo 20 – Acidentes Pessoais de Passageiros
O Ramo de Acidentes Pessoais de Passageiros, também, é comumente comercializado junto com o
Seguro de Automóvel; sua contratação destina-se a garantir isoladamente, ou em conjunto, a cobertura
de Invalidez Permanente, Morte e Despesas Médico-Hospitalares para os passageiros no interior do
veículo segurado, em caso de acidente no trânsito.

GRUPO 06 – SEGUROS DE TRANSPORTES


Ramo 21 – Transporte Nacional e Ramo 22 – Transporte
Internacional
A carteira de transportes abrange o conjunto de seguros relativos a bens e mercadorias transportadas.
Compreende, assim, todos os seguros que visam cobrir os riscos relacionados às viagens nacionais,
internacionais, realizadas por quaisquer meios de transporte regular, e, também, os Seguros de
Responsabilidade Civil dos Transportadores de Carga.

Nesses ramos de seguro, existem diversas coberturas básicas, adicionais e cláusulas específicas, entre
as quais destacamos:

Exemplos de Coberturas Básicas dos Seguros de Transportes:

• Coberturas Básicas A/B/C;


• Cobertura para Seguro de Animais Vivos;
• Cobertura para Seguros de Operações Isoladas;
• Coberturas para Seguros de Bagagem;
• Cobertura para Seguros de Mercadorias Conduzidas por Portadores;
• Cobertura para Seguros de Mostruários sob a Responsabilidade de Viajantes Comerciais; e
• Cobertura para Seguros de Transportes de Títulos em Malotes.

Exemplos de Coberturas Adicionais dos Seguros de Transportes:

• Cobertura Adicional de Despesas;


• Coberturas Adicionais de Tributos;
• Cobertura Adicional de Lucros Esperados;
• Cobertura Adicional para Embarques Aéreos sem Valor Declarado;
• Cobertura Adicional para Classificação de Navios;
• Coberturas Adicionais de Riscos de Greves;
• Coberturas Adicionais de Riscos de Guerra; e
• Cobertura Adicional de Benefícios Internos.

Exemplos de Cláusulas Específicas ou Especiais dos Seguros de Transportes:

• Cláusula Específica para Bens Usados;


• Cláusula Específica para Embarques Aéreos sem Valor Declarado;
• Cláusula Específica para Embarques Efetuados no Convés dos Navios;
• Cláusulas Específicas de Averbações;
• Cláusula Específica para Faltas em Mercadorias a Granel; e
• Cláusulas Específicas para Mercadorias Transportadas em Contêineres.

Para que haja cobertura, os riscos adicionais e especiais estão sujeitos a taxas adicionais, excetuando-se
aqueles ocorridos em consequência de acidentes marítimos, fluviais, lacustres, rodoviários, ferroviários
ou aéreos.

ANEXO 7 189
Os tipos de apólices utilizadas no Seguro de Transportes são:

• avulsas;
• de averbações ou aberta; e
• apólice com prêmio ajustável.

• apólices avulsas – visam à cobertura de um único embarque, contemplando toda a especificação


da mercadoria segurada (marca, número de série, espécie, quantidade, embalagem, valor, meio
de transporte, locais de início e destino, cobertura, taxas, prêmio e importância segurada).
A contratação dessa apólice é recomendada a empresas que não efetuam embarques com frequência.
Constam, dessa apólice, as condições gerais, especiais e particulares aplicáveis ao embarque efetuado
pelo segurado;

• apólices de averbações ou aberta – recomendadas para segurados que efetuem embarques com
frequência. Também constam, dessa apólice, as condições gerais, especiais e particulares que regem
todos os embarques efetuados pelo segurado.
A especificação das mercadorias seguradas constará das averbações, que poderão ser emitidas,
pelo segurado, em formulário impresso ou por meio eletrônico, mediante acordo prévio com a
seguradora.

• apólice com prêmio ajustável – é concedida a segurados com grande movimento de embarques.
A importância segurada e o prêmio inicial serão calculados com base em estimativa anual de embarques,
fornecida pelo segurado. O prêmio, normalmente, é cobrado em até 11 parcelas, a critério do segurador.
O reajuste das parcelas, em geral, é efetuado trimestralmente. É baseado nos embarques efetivamente
realizados pelo segurado, que se compromete a informá-los mensalmente.

A taxação no Seguro de Transportes está condicionada, entre outros, aos seguintes critérios:

• características do veículo transportador;


• características próprias dos bens ou mercadorias transportadas;
• características de embalagem dos bens ou mercadorias;
• locais de origem e destino do transporte; e
• meio de transporte a ser utilizado.

Ramo 54 – Responsabilidade Civil do Transportador


Rodoviário – Carga (RCTR-C)
O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário-Carga (RCTR-C) é obrigatório e tem
por finalidade cobrir a responsabilidade do transportador rodoviário, por eventuais perdas ou danos
sofridos pelos bens ou mercadorias de propriedade de terceiros, que lhe tenham sido entregues para
transportar.

Tais perdas ou danos estarão cobertos, desde que ocorram durante o transporte e sejam causados
diretamente por:

• acidentes – colisão e/ou capotagem e/ou abalroamento e/ou tombamento do veículo transportador; e

• explosão ou incêndio – nos armazéns, depósitos ou pátios usados pelo transportador, durante a
viagem, mesmo que os bens segurados encontrem-se fora dos veículos transportadores.

190 TEORIA GERAL DO SEGURO


Atenção

Em ambas as situações, não caberá indenização, quando verificado ato doloso do


transportador/segurado.

• Em relação ao prêmio – geralmente, com base numa relação mensal, em que os embarques
realizados são informados pelo segurado/transportador, a seguradora procede ao cálculo da
fatura ou conta mensal, cobrando o prêmio devido. Também são utilizados meios eletrônicos
para informação dos embarques, antes do início dos riscos.

• Em relação às taxas – as taxas variam em função do percurso da viagem, sendo aplicadas


sobre o valor da mercadoria.

Ramo 55 – Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo


do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de
Carga (RCF-DC)
O Seguro de RCF-DC garante ao segurado, até o valor declarado na averbação e respeitado o limite de
responsabilidade previsto na apólice, o reembolso das reparações pecuniárias pelas quais, por disposições
legais, for ele responsável pelas perdas ou danos causados a bens de terceiros que lhe tenham sido
entregues para transporte, decorrente dos riscos cobertos previstos nas condições gerais.

Esse seguro é facultativo, porém só poderá ser contratado em conjunto com o RCTR-C.

Desde que devidamente averbados no Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário –


Carga (RCTR-C), o Seguro de RCF-DC cobre o desaparecimento da carga em consequência de:

• apropriação indébita e estelionato, furto simples ou qualificado, extorsão simples ou mediante


sequestro quando o desaparecimento da carga for concomitante ao do veículo transportador;

• roubo durante o trânsito, entendendo-se como tal o desaparecimento total ou parcial da carga,
desde que o autor do delito tenha assumido o controle do veículo transportador, mediante grave
ameaça ou emprego de violência;

• roubos praticados durante viagem fluvial na Região Amazônica, complementar à viagem rodoviária,
desde que haja inquérito conclusivo e que ocorra o desaparecimento total ou parcial de carga,
concomitantemente ou não ao do veículo embarcado; e

• roubo de mercadorias no depósito do transportador, nos pátios e no interior de edifícios, estando


o veículo transportador carregado ou não com carga ainda não entregue ao destinatário e que não
tenha permanecido no depósito por mais de 15 dias corridos.

ANEXO 7 191
GRUPO 09 – SEGUROS DE PESSOAS COLETIVO
Ramo 93 – Seguro de Vida
O Seguro de Vida tem por objetivo garantir o pagamento de uma indenização aos beneficiários por
morte do segurado, além de prover outros tipos de indenizações, através de outras garantias previstas
na apólice.

Na contratação do Seguro de Vida, estão envolvidas várias partes:

• segurado – a pessoa física que adere ao seguro;


• seguradora – a pessoa jurídica que assume a responsabilidade de cobertura dos riscos especificados
na apólice, mediante o recebimento do prêmio correspondente;
• estipulante – a pessoa física ou jurídica que propõe a contratação de plano coletivo de Seguros de
Pessoas, ficando investido de poderes de representação dos segurados, nos termos da legislação e
regulação em vigor;
• corretor – a pessoa física ou jurídica que faz a intermediação da contratação do plano do Seguros
de Pessoas; e
• beneficiário – a pessoa física ou jurídica designada, pelo segurado, para receber os valores dos
capitais segurados, na hipótese da ocorrência do sinistro.

Principais Coberturas
Morte
Garantia de pagamento do capital segurado ao beneficiário em caso de morte do segurado principal,
tanto por causas naturais quanto acidentais.

A morte por suicídio está excluída da indenização, podendo somente ser admitida sua cobertura quando
o segurado já participa do grupo há mais de dois anos. Pressupõe-se, neste caso, que o segurado não
ingressou no seguro com o intuito de se suicidar.

O seguro deve abranger pelo menos uma das coberturas básicas quando adotada a estruturação de
coberturas básicas e adicionais, sendo que a cobertura de morte deve ser obrigatoriamente oferecida.

Morte Acidental
Garantia do pagamento, em caso de morte por acidente, de uma indenização especial, paga
adicionalmente à indenização relativa à cobertura de morte.

Quando a garantia de morte acidental é estabelecida em valor igual ao da garantia de morte,


tem-se, em caso de morte acidental do segurado, a situação conhecida como dupla indenização.

192 TEORIA GERAL DO SEGURO


Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente
Garantia do pagamento de uma indenização relativa à perda, redução ou impotência funcional
definitiva, total ou parcial, de membros ou órgãos, em virtude de lesão física causada por acidente
pessoal coberto.

Após a conclusão do tratamento, ou esgotados os recursos terapêuticos disponíveis para a recuperação


do segurado, além de constatada e avaliada sua invalidez permanente quando da alta médica definitiva,
a sociedade seguradora deve pagar uma indenização, de acordo com os percentuais estabelecidos nas
condições gerais e/ou especiais do seguro. Se, depois de paga a indenização por invalidez permanente
por acidente, verificar-se a morte do segurado em consequência do mesmo acidente, a importância já
paga pela invalidez permanente deve ser deduzida do valor do capital segurado por morte.

Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença


Garantia de pagamento de indenização em caso de invalidez laborativa permanente total, consequente
de doença.

É considerada invalidez laborativa permanente total por doença aquela da qual não se pode esperar
recuperação ou reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação,
para a atividade laborativa principal do segurado.

Atividade laborativa principal é aquela pela qual o segurado obteve maior renda dentro de determinado
exercício anual definido nas condições contratuais.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para efeitos dessa cobertura, os segurados
portadores de doença em fase terminal atestada por profissional legalmente habilitado.

Não podem figurar como segurados sob essa cobertura pessoas que não exerçam qualquer atividade
laborativa, sendo vedados o oferecimento e a cobrança de prêmio, para o seu custeio, por parte da
sociedade seguradora.

Reconhecida a invalidez laborativa pela sociedade seguradora, a indenização deve ser paga de uma só
vez ou sob a forma de renda certa, temporária ou vitalícia, em prestações mensais, iguais e sucessivas,
conforme acordado entre as partes.

Invalidez Funcional Permanente Total por Doença


Garantia de pagamento de indenização em caso de invalidez funcional permanente total, consequente
de doença que cause a perda da existência independente do segurado.

É considerada perda da existência independente do segurado a ocorrência de quadro clínico incapacitante


que inviabilize, de forma irreversível, o pleno exercício das relações autonômicas do segurado, comprovado
na forma definida nas condições gerais e/ou especiais do seguro.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para os efeitos desta cobertura, os


segurados portadores de doença em fase terminal por profissional legalmente habilitado.

Doenças Graves
A cobertura de doenças graves garante o pagamento de indenização em decorrência de diagnóstico
de doenças devidamente especificadas e caracterizadas nas condições gerais e/ou especiais do seguro,
sendo vedada a estipulação de critérios de cálculo do capital segurado com base nas despesas médicas
e/ou hospitalares incorridas pelo segurado para o tratamento da doença.

ANEXO 7 193
Diárias por Incapacidade (DI)
Consistem no pagamento de diárias, a partir da caracterização da impossibilidade contínua e ininterrupta
do segurado de exercer a sua profissão ou ocupação.

O pagamento das diárias se dá durante o período em que o segurado se encontrar sob tratamento
médico em consequência de acidente coberto, sendo devido a partir do primeiro dia após o período
de franquia de, no máximo, 15 dias.

Geralmente, é oferecido o limite máximo de 360 diárias por período contratual. Esse limite também é
o máximo pagável por um mesmo acidente.

GRUPO 14 – SEGUROS MARÍTIMOS


Ramo 33 – Marítimos (Cascos)
A finalidade dos Seguros Marítimos (Cascos) é indenizar perdas e/ou danos materiais, sofridos pela
embarcação segurada, incluindo-se maquinaria e instalações necessárias à sua navegação.

Para o Seguro Marítimo (Cascos), apresentam-se três tipos de coberturas:

• coberturas básicas (há três opções de Cobertura Básica, à escolha do segurado), que garantem perdas
e/ou danos consequentes de acidentes aquaviários como: naufrágio, abalroação, encalhe, incêndio,
colisão, explosão, tempestades, alijamento, além de Avaria Grossa e Assistência e Salvamento,
podendo incluir a Responsabilidade Civil por Abalroação.

• coberturas complementares de Desembolsos (para as despesas de armação, manutenção,


conservação e correlatas, decorrentes de perda total) e Responsabilidades Excedentes (que visam
diminuir o rateio em caso de assistência e salvamento, Avaria Grossa e RC por Abalroação) e Valor
Aumentado (indenização complementar para os casos previstos nas duas coberturas complementares
anteriores).

• coberturas especiais que garantem os riscos de guerra, greves, motins e comoções civis, seguros
de Construtores Navais e Responsabilidade Civil Complementar (P&I), dentre outros.

194 TEORIA GERAL DO SEGURO


Importante

em relação à cobertura:

• o Seguro de Cascos cobre acidentes fortuitos ocorridos em portos, ancoradouros, diques,


canais, estaleiros.
• na cobertura de Responsabilidade Civil por Abalroação são indenizadas, exclusivamente,
perdas ou danos causados por abalroamento à outra embarcação ou aos seus bens existentes
a bordo, e, na cobertura de RC Complementar, “proteção e indenização” (P&I), garantem-se
as perdas de vida e danos pessoais, danos a objetos fixos e flutuantes e poluição. Pode, ainda,
ser incluída uma cobertura para reembolso de despesas com remoção de destroços.

em relação às taxas:

• são aplicadas para cada embarcação, individualmente, ou para a frota de embarcações a ser
segurada.
• são com base em vistoria prévia, tanto nos cascos de seguros novos como nas renovações.

GRUPO 15 – SEGUROS AERONÁUTICOS


Ramo 35 – Aeronáuticos (Casco)
O Seguro Aeronáutico (Casco) compreende a cobertura para os danos que a aeronave venha a
sofrer em consequência de acidentes aeronáuticos (também denominado “Aditivo A – Garantia
Cascos”).

Ramo 37 – Responsabilidade Civil de Hangar


Compreende a cobertura para danos pessoais e/ou materiais, involuntariamente causados a terceiros,
que decorram da existência, da manutenção, do uso e/ou das operações relativas às atividades do(s)
hangar(es) de propriedade do segurado.

Ramo 97 – Responsabilidade do Explorador e Transportador


Aéreo – RETA
O Seguro de Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo – RETA – tem por objetivo dar
cobertura para o segurado, relativa à sua responsabilidade para com terceiros (passageiros, tripulantes,
pessoas e bens no solo), no caso de acidentes aeronáuticos (também denominado “Aditivo B – Garantia
RETA”).

Além destes ramos, podem ser contratadas, no âmbito do Seguro Aeronáutico, as seguintes
coberturas:

• Responsabilidade Civil a Segundo Risco do Seguro RETA;


• Seguro de Guerra; e
• Seguro de Peças, Motores e Acessórios Sobressalentes.

ANEXO 7 195
196 TEORIA GERAL DO SEGURO
Anexo 8
CIRCULAR SUSEP 458,
DE 19 DE DEZEMBRO DE 2012

Revoga a modalidade de Seguros Singulares.

O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, na forma prevista nas


alíneas “b”, “c” e “h”, do art. 36 do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, tendo em vista o
disposto no art. 8o do Decreto 60.459, de 13 de março de 1967, com a redação que lhe foi dada pelo
art. 1o do Decreto 3.633, de 18 de outubro de 2000, e considerando o que consta do processo Susep
15414.002955/2012-59,

RESOLVE:

Art. 1o Extinguir a modalidade de seguros singulares.

Art. 2o As sociedades seguradoras deverão, obrigatoriamente, disponibilizar produtos nãopadronizados


para atender necessidades específicas de seus segurados, mediante disposições previstas em coberturas
adicionais e/ou condições particulares, de contratação facultativa, nos termos da legislação vigente.

Art. 3o As apólices vigentes de seguros singulares, atualmente em vigor, não poderão ser renovadas.
Parágrafo único. Caso haja interesse na continuidade da comercialização do seguro originalmente
emitido como seguro singular, a sociedade seguradora deverá emitir nova apólice observando o disposto
no artigo 2o desta Circular.

Art. 4o Esta Circular entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação, revogando-se
o inciso IV do artigo 2o da Circular Susep 265, de 16 de agosto de 2004, e as Circulares Susep 381, de
8 de janeiro de 2009, e 391, de 16 de outubro de 2009.

LUCIANO PORTAL SANTANNA


Superintendente

ANEXO 8 197
198 TEORIA GERAL DO SEGURO
Anexo 9
MODELO DE APÓLICE DE
SEGURO DE AUTOMÓVEL

maginária
Seguradora
CNPJ 99.999.999/0001-99
CNPJ 99.999.999/0001-99

_______________________, daqui em diante designada Seguradora, baseando-se nas informações constantes da proposta que lhe foi apresentada pelo
proponente, daqui em diante designado Segurado, proposta essa que, serviu de base para emissão da presente apólice, obriga-se a indenizar, nos termos e
sob as Condições Gerais, Coberturas Básicas, Coberturas Especiais, Coberturas Adicionais, Cláusulas Especiais e/ou Particulares ratificadas nesta apólice.

DADOS DO SEGURO
Sucursal: Ramo: Vigência:

Apólice/Endosso: Código de Identificação: Proposta N :


o
Renovação Apólice No: Contrato No:

DADOS DO SEGURADO
Nome: CNPJ/CPF: Código do Segurado Telefone: Fax:
No:

Endereço: Bairro: Cidade: CEP:

ENDEREÇO DE COBRANÇA
Endereço: Bairro: Cidade: CEP:

CORRETOR
Código: Nome: Telefone: Fax:

DADOS DO VEÍCULO
Marca/Tipo: Ano/Modelo: Placa: Chassi: Categoria Tarifária:

Lotação: Cobertura Básica: Região Habitual de Tráfego: Bônus Auto (Classe): Bônus RCF (Classe):

FRANQUIA Limite Máximo de Indenização em Reais


Auto – Tipo: Auto – Valor R$: RCF – R$: Cód. Veíc. Tabela Casco V.M. Referenciado
Auto

Equipamentos – R$: Blindagem – R$: Tabela Fator de Ajuste Divulgação

Carroceria – R$: Vidros – R$: Danos Materiais R$


RCF Danos Pessoais R$
Uso do Veículo Danos Morais R$

Acessórios Rádio/Toca-fita/Demais R$
Demais Acessórios R$

Equipamentos Carroceria de Caminhão R$


Demais Equipamentos R$
Blindagem R$

Morte R$
OPCIONAIS PRINCIPAIS APP – Limite por Número de
Passageiro Passageiros
Invalidez R$
Dias Parados Dias Diária R$ R$

CLÁUSULAS Adicional de Despesas


DMH do Segurado
Pós-vida

ANEXO 9 199
DADOS COMPLEMENTARES
“Declara-se para os devidos fins e efeitos que os dados abaixo, referentes ao motorista principal, informados pela proponente quando da contratação do seguro, fazem parte
integrante da presente apólice.”

Motorista principal: Reside com pessoa entre 18 e 25 anos que dirija o veículo?
Data de nascimento do motorista principal: Mantém o veículo guardado em garagem fechada quando não em trânsito durante o dia?
CPF: Telefone: Mantém o veículo guardando em garagem fechada quando não em trânsito durante a noite?
Sexo: Qual a quantidade de veículos existentes na residência do segurado?
Data de habilitação do motorista principal?
CEP da residência do motorista principal?

“A Seguradora reserva-se o direito de verificar os dados referentes ao motorista principal, que serviram de base para a determinação do prêmio tarifário, a qualquer tempo.
Caso o Segurado se recuse a confirmar as informações ou sejam encontradas irregularidades, a Seguradora excluirá, através de endosso, o desconto concedido, cobrando o
prêmio correspondente, ficando sem cobertura do seguro qualquer sinistro ocorrido antes do pagamento do referido endosso.

CUSTO DO SEGURO – Expresso em Reais


Auto Subtotal Vidros IOF
RCF Emergência 24 h Valor Líquido Adicional Fracionamento
APP Carro Reserva Custo de Apólice Valor Total

Forma de Pagamento:

Para validade do presente contrato, o representante da Seguradora assina esta apólice.


Seguradora

200 TEORIA GERAL DO SEGURO


Anexo 10
CIRCULAR SUSEP 394,
DE 30 DE OUTUBRO DE 2009

Inclui parágrafo 7o ao artigo 2o da Circular SUSEP


251, de 15 de abril de 2004, que dispõe sobre a
aceitação da proposta e sobre o início de vigência
da cobertura, nos contratos de seguros.

O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, na forma do disposto


no art. 36, alíneas “b” e “c”, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e considerando o
disposto na Circular SUSEP 251, de 15 de abril de 2004, bem como o que consta do Processo SUSEP
15414.001560/2003-48,

RESOLVE:

Art. 1o Incluir o parágrafo 7o ao artigo 2o da Circular SUSEP 251, de 15 de abril de 2004, com a seguinte
redação:

“Art. 2o
..............................................
.............................................................

§ 7o
Para os seguros rurais com subvenção econômica dos prêmios nos termos da Lei 10.823, de
19 de dezembro de 2003, o prazo de que trata o caput deste artigo será de 45 (quarenta e
cinco) dias.”

Art. 2o Esta Circular entra em vigor na data da sua publicação.

ARMANDO VERGILIO DOS SANTOS JÚNIOR


Superintendente

ANEXO 10 201
202 TEORIA GERAL DO SEGURO
Gabarito
Fixando Conceitos

Unidade 1 Unidade 2
1–D 4–B 1–C 9–C
2–E 5–E 2–E 10 – D
3–C 3 – D* 11 – C
4–B 12 – A
5 – A* 13 – B
6–A 14 – E
7–E 15 – E
8–C

Unidade 3 Unidade 4
1 – C* 5–C 1– C 11 – E* 21 – E
2–B 6–A 2–B 12 – C* 22 – D
3–A 7–A 3–D 13 – A 23 – D
4–C 8–E 4–C 14 – D 24 – C
5–E 15 – B 25 – D
6–E 16 – C* 26 – D
7 – D* 17 – B* 27 – C*
8 – E* 18 – B 28 – D*
9–C 19 – B 29 – D
10 – E* 20 – D 30 – A*

Unidade 5
1–E 8–E
2–A 9–E
3–D 10 – B
4–D 11 – D
5–A 12 – D*
6–E 13 – E*
7–E

* Questões com Comentários e Memória de Cálculo.

GABARITO 203
Unidade 6
1 – D* 8 – A* 15 – D 22 – C*
2–A 9–D 16 – B* 23 – C
3–D 10 – A* 17 – D 24 – C
4 – D* 11 – A 18 – D 25 – B*
5 – E* 12 – D* 19 – A* 26 – C*
6–B 13 – D* 20 – A*
7 – C* 14 – D 21 – A*

Unidade 7
1–E 6 – C*
2–A 7–D
3–E 8 – B*
4–E 9–A
5 – A*

Comentários e Memórias de Cálculo


Unidade 2
Questão 3)
A proposição I está incorreta, porque a apólice não é elemento essencial do
seguro, mas, sim, um dos instrumentos do contrato de seguro.

Questão 5)
As proposições II e III estão incorretas, porque, na classificação dos riscos,
não existe a classe “Pessoal”.

Unidade 3
Questão 1)
A alínea “c” é falsa, porque a principal obrigação da seguradora é indenizar,
e a do segurado é pagar o prêmio do seguro.

Unidade 4
Questão 1)
• a proposição I está incorreta, porque nem nos Seguros de Pessoas a
indenização pode ser superior à importância segurada.
• a proposição II está incorreta, porque nem todos os seguros geram indenização
quando ocorre sinistro. Há muitos casos em que o sinistro não tem cobertura
por se tratar de risco excluído ou por ter sido fraudulento.
• a proposição III está incorreta, porque é permitida à seguradora a reposição
do bem ou a sua reparação, se isso houver sido acordado no contrato de
seguro.

* Questões com Comentários e Memória de Cálculo.

204 TEORIA GERAL DO SEGURO


Questão 3)
As proposições I, II e IV estão incorretas, porque somente fazem parte da
etapa da mensuração do risco os dados relativos à análise estatística para a
fixação do Prêmio Estatístico ou Prêmio Puro.

Questão 5)
A proposição III está incorreta, porque a Taxa Estatística não tem equivalência
direta com a Taxa Comercial, que, por sua vez, não inclui o custo de apólice em
seu cálculo. Para se determinar a Taxa Estatística a partir da Taxa Comercial,
deve-se excluir desta última a parcela relativa ao carregamento comercial.

Questão 8)
PE = VM × CM = 0,03 × R$ 200.000,00 = R$ 6.000,00

Questão 9)
PE = VM × CM = 0,02 × R$ 40.000,00 = R$ 800,00

Questão 11)
PE
PC = ⇒ c = 10% + 20% + 10% = 40% ou 0,40
1–c

PE R$ 600,00
PC = ⇒ PC = ⇒ PC = R$ 1.000,00
1 – 0,40 0,60

Questão 12)
PE
PC = ⇒ c = 0,04 + 0,20 + 0,12 = 0,36
1–c

R$ 360,00 R$ 360,00
PC = ⇒ PC = ⇒ PC = R$ 562,50
1 – 0,36 0,64

Questão 13)
PE
PC = ⇒ c = 0,4
1–c

R$ 1.200,00 R$ 1.200,00
PC = ⇒ PC = ⇒ PC = R$ 2.000,00
1 – 0,4 0,6

Questão 18)
PB = (PC + Encargos) × (1 + IOF) = (R$ 400,00 + 0) × (1 + 0,0738) =
R$ 429,52

Questão 19)

PE
TE = ( × 100)%
IS

R$ 280,00
TE = ( × 100) ⇒ TE = 0,0112 × 100 ⇒ TE = 1,12%
R$ 25.000,00

Questão 20)
As proposições I e II estão incorretas, porque a taxa do seguro é uma resultante
da divisão do prêmio pela importância segurada; logo, não é um parâmetro
básico para o cálculo do prêmio do seguro.

GABARITO 205
Questão 27)

R$ 5.000.000,00 × 0,12% × 174 dias


P= = R$ 2.860,27
365

Questão 29)

PB = (PC + encargos) × (1 + IOF). Como não se tem o PC e o PE, deve-se


calculá-los primeiramente para depois chegar-se ao PB.
PT 4.357.936,00
PE = , ou seja: PE = ; logo: PE = 360,16.
NR 12.100

PE 360,16 360,16
PC = e PC = ; logo: PC = = 750,33
1–c 1 – 0,52 0,48

PB = 750,33 × 1,0738 = 805,70

Questão 30)

a) Primeiro calcula-se o Prêmio Puro, acrescentando-se os carregamentos do


VM e do CM:

PP = (VM inicial × 110%) × (CM inicial × 85%) → (0,025 × 110%) ×


(12.000,00 × 85%)

PP = 0,0275 × 10.200,00 → 280,50.

b) Em seguida calcula-se a Taxa Pura:


PP 280,50 × 100
TP = ( × 100)% = ( ) % = 1,12%
IS 25.000,00

Unidade 5
Questão 12)
(VN – VA)
D=[ × 100]% →
VN

(2.000.000,00 – 1.260.000,00)
[ × 100 ]% → 37%
2.000.000,00

Questão 13)

VA = VN – D → VA = VN – (15% VN) → VA = 460.000,00 – (15% 460.000,00)


→ VA = 460.000,00 – 69.000,00 = 391.000,00.

206 TEORIA GERAL DO SEGURO


Unidade 6
Questão 1)
IS = R$ 600.000,00
VRD = R$ 1.800.000,00
VRA = R$ 2.000.000,00
Prejuízos = R$ 400.000,00
VRD
I= × prejuízos
VRA

R$ 1.800.000,00
I= × R$ 400.000,00 = R$ 360.000,00
R$ 2.000.000,00

Questão 4)
K = 80%
IS = R$ 400.000,00
Franquia Simples = R$ 1.000,00
Prejuízos = R$ 3.250,00
VRA = R$ 520.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 400.000,00
I= × R$ 3.250,00 = R$ 3.125,00
R$ 520.000,00 × 80%

Obs.: como se trata de franquia simples, ela não é aplicada, pois os prejuízos
indenizáveis a superam.

Questão 5)
K = 80%
IS = R$ 8.000,00
Prejuízos = R$ 500,00
VRA = R$ 10.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 8.000,00
I= × R$ 500,00 = R$ 500,00
R$ 10.000,00 × 80%

Questão 7)
K = 80%
IS = R$ 100.000,00
Prejuízos = R$ 50.000,00
VRA = R$ 200.000,00
IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 100.000,00
I= × R$ 50.000,00 = R$ 31.250,00
R$ 200.000,00 × 80%

GABARITO 207
Questão 8)
Primeiro Risco Relativo
IS = R$ 12.000.000,00
Prejuízos = R$ 10.000.000,00
VRD = R$ 16.000.000,00
VRA = R$ 20.000.000,00
VRD
I= × prejuízos
VRA
R$ 16.000.000,00
I= × R$ 10.000.000,00 = R$ 8.000.000,00
R$ 20.000.000,00

Questão 10)
IS = R$ 300.000,00
Prejuízos = R$ 200.000,00
VRA = R$ 600.000,00
IS
I= × prejuízos
VRA

R$ 300.000,00
I= × R$ 200.000,00 = R$ 100.000,00
R$ 600.000,00

Questão 12)
K (IS/VR) = 80%
IS = R$ 600.000,00
Franquia Simples = R$ 5.000,00
Prejuízos = R$ 94.680,00
VRA = R$ 730.000,00
IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 600.000,00
I= × prejuízos
R$ 730.000,00 × 80%

R$ 600.000,00
I=
R$ 584.000,00

Obs.: não haverá rateio, porque IS > VRA × K e não será utilizada a franquia
por ser do tipo simples e menor que o valor dos prejuízos indenizáveis;
logo, I = R$ 94.680,00.

Questão 13)
K = 70%
IS = R$ 300.000,00
Prejuízos = R$ 12.600,00
VRA = R$ 480.000,00
Franquia Dedutível de 1% da IS = 1% de R$ 300.000,00 = R$ 3.000,00
Prejuízos Líquidos Indenizáveis: R$ 12.600,00 – R$ 3.000,00 = R$ 9.600,00
IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 300.000,00
I= × R$ 9.600,00 = R$ 8.571,42
R$ 480.000,00 × 70%

208 TEORIA GERAL DO SEGURO


Questão 16)
IS = R$ 66.000,00
Prejuízos = R$ 10.000,00
VRA = R$ 120.000,00

IS
I= × prejuízos
VRA

R$ 66.000,00
I= × R$ 10.000,00 = R$ 5.500,00.
R$ 120.000,00

Questão 19)
I = Prejuízos – Franquia
I = R$ 42.385,20 – R$ 2.000,00 = R$ 40.385,20

Obs.: não se aplica rateio por se tratar de Seguro a Risco Absoluto.

Questão 20)
Ind. Primeiro Risco = R$ 10.000,00
Ind. Segundo Risco = R$ 15.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 5.000,00

Questão 21)
1o passo
Calcula-se a responsabilidade de cada seguradora dividindo-se a IS de cada
seguradora pela IS total e multiplicando-se por 100 para representação em
porcentagem:
IS Seguradora
Responsabilidade = × 100
IS Total

Seguradora IS (em R$) Responsabilidade

“A” 2.600.000,00 16,25%

“B” 6.000.000,00 37,50%

“C” 2.400.000,00 15,00%

“D” 5.000.000,00 31,25%

Total 16.000.000,00 100,00%

2o passo
Calcula-se a parcela da indenização cabível a cada seguradora multiplicando-se
o percentual de responsabilidade de cada seguradora pelo prejuízo total a
ser indenizado:

Seguradora Responsabilidade Indenização (em R$)

“A” 16,25% 617.500,00

“B” 37,50% 1.425.000,00

“C” 15,00% 570.000,00

“D” 31,25% 1.187.500,00

Total 100,00% 3.800.000,00

GABARITO 209
Questão 22)
Como a IS (R$ 6.000.000,00) é maior que 80% do VRA Atual (80% de
R$ 6.500.000,00 = R$ 5.200.000,00), não haverá rateio sobre o prejuízo VA.

Entretanto, como a IS (R$ 6.000.000,00) é menor que o VRA Atual


(R$ 6.500.000,00), não haverá indenização pelo Valor de Novo, ficando a
indenização assim distribuída:

Indenização:

Valor Atual .......... R$ 800.000,00


Valor de Novo...... zero

Questão 25)
Como existe franquia, primeiro se calcula o valor dos Prejuízos Indenizáveis
aplicando-se a franquia e, depois, aplica-se o RATEIO, se houver. Lembre-se de que,
quando não for especificado o tipo de franquia, adota-se a franquia dedutível,
que é a tradicional.

PI = Prejuízo Apurado – Franquia (dedutível) = 22.680,00 – 1.500,00 =


21.180,00.

Como consta da apólice que a IS corresponde a 10% do VRD, o VRD é de


R$ 1.600.000,00, assim calculado:

10% VRD = R$ 160.000,00;

logo, VRD = R$ 160.000,00 / 10% = R$ 1.600.000,00.


VRD
I= × Prej. Inden. →
VRA
R$ 1.600.000,00
I= × R$ 21.180,00 = R$ 18.826,67.
R$ 1.800.000,00

Questão 26)
Como há uma franquia, temos que primeiro encontrar o prejuízo líquido
indenizável.

1o) Prejuízo líquido indenizável = Prejuízo Apurado – Franquia.


R$ 300.000,00 – R$ 5.500,00 = R$ 294.500,00.

2o) Cálculo da Indenização:


IS R$ 5.000.000,00
I= ×P= × R$ 294.500,00 = R$ 245.416,67
VRA R$ 6.000.000,00

Indenização = R$ 245.416,67

210 TEORIA GERAL DO SEGURO


Unidade 7
Questão 5)
IS = R$ 6.500.000,00
VRA = R$ 8.000.000,00
Franquia Dedutível = 5 % da IS, ou seja, 5% de R$ 6.500.000,00 =
R$ 325.000,00
Prejuízos = R$ 2.320.000,00
Prejuízos Líquidos Indenizáveis = R$ 2.320.000,00 – R$ 325.000,00 =
R$ 1.995.000,00
IS
I= × prejuízos
VRA

R$ 6.500.000,00
I= × R$ 1.995.000,00 = R$ 1.620.937,50
R$ 8.000.000,00

Seguradora Responsabilidade (%) Indenização (R$)

“A” (Líder) 45 729.421,88

“B” 32 518.700,00

“C” 23 372.815,62

Questão 6)
IS = R$ 12.500.000,00
VRA = R$ 15.000.000,00
K = 90%
Franquia Dedutível = R$ 125.000,00
Prejuízos Apurados = R$ 4.750.000,00
Prejuízos Líquidos Indenizáveis = R$ 4.750.000,00 – R$ 125.000,00 = R$
4.625.000,00
IS
I= × prejuízos
VRA × K

R$ 12.500.000,00
I= × R$ 4.625.000,00 = R$ 4.282.407,41
R$ 15.000.000,00 × 90%

A indenização total será de R$ 4.282.407,41, assim distribuída entre as


cosseguradoras:

Importância
Seguradora % de Participação Indenização (R$)
Segurada (R$)

“A” (líder) 32 4.000.000,00 1.370.370,37

“B” 30 3.750.000,00 1.284.722,23

”C” 28 3.500.000,00 1.199.074,07

”D” 10 1.250.000,00 428.240,74

Total 100 12.500.000,00 4.282.407,41

Sendo assim, o valor de indenização da seguradora B, conforme quadro acima


é de: R$ 1.284.722,23.

GABARITO 211
Questão 8)
Cálculo do Limite de Retenção de Grupo = R$ 120.000,00 + R$ 360.000,00 +
R$ 420.000,00 + R$ 660.000,00 = R$ 1.560.000,00
Cessão = IS – Retenção
Cessão = R$ 8.000.000,00 – R$ 1.560.000,00 = R$ 6.440.000,00

Estudos de Caso
Caso 1
O aluno deve pontuar e desenvolver os seguintes tópicos:

1. A SUSEP exerce a regulação; supervisão; controle; fiscalização sobre o


mercado segurador, além de ser a instituição incentivadora às atividades de
seguros, familiarizando a sociedade com o negócio seguro e fomentando
o consumo ao serviço.
2. A SUSEP desempenha papel fundamental para o incremento do mercado.

Caso 2

O aluno deve pontuar e desenvolver sobre os seguintes tópicos:

1. Classificar o risco = risco especulativo. Existe a possibilidade de perder,


não perder e ganhar.
2. Não podemos. Este tipo de risco não é segurável no mercado de seguros,
uma vez que envolve a possibilidade de ganho, vedado por lei nas
operações de seguro.

Caso 3
O aluno deve pontuar e desenvolver os seguintes tópicos:

1. Fatores de composição do prêmio.


2. Externar o entendimento e a aplicação prática sobre: valor matemático
do risco (VM) e custo médio dos sinistros (CM).

Caso 4
O objetivo deste estudo de caso é permitir ao aluno demonstrar que entendeu
conceitos básicos de fixação de valor segurado e utilizá-lo no seu cotidiano.
Portanto, é importante que, em sua resposta, fique claro que a característica
indenitária do seguro é a de reposição do bem; logo, o valor atribuído ao
interesse segurado nos Seguros de Danos não deve ultrapassar o seu valor, já
que, em caso de sinistro, mesmo que a importância segurada seja superior ao
valor do bem segurado, a indenização estará limitada ao seu valor no dia e local
do sinistro. Já nos Seguros de Pessoas, não existe tal característica indenitária,
uma vez que não há a possibilidade de “reposição” e não há que se falar em
avaliação da “pessoa segurada” para efeito de fixação de capital segurado.

212 TEORIA GERAL DO SEGURO


Referência Bibliográfica
BARROS, Hamilcar S. C. de. Teoria geral do seguro. Rio de Janeiro: MIC/IRB, [s.d.].

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Conceitos básicos de seguros. Assessoria
técnica de Bruno Kelly. 9. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2013. 86 p.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro. Assessoria
técnica de Bruno Kelly. 13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 196 p.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro I. Assessoria
técnica de Bruno Kelly. 13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 116 p.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro I. Assessoria
técnica de Alessandra de Souza Teixeira. 14. ed. 1a reimpressão. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 116 p.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro II. Assessoria
técnica de Bruno Kelly. 14. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 154 p.

RIBEIRO, Paulo Gomes. História do seguro: um resumo. Rio de Janeiro: Funenseg, 1994.

SOUZA, Antonio Lober Ferreira et al. Dicionário de seguros: vocabulário conceituado de seguros.
Rio de Janeiro: IRB-Brasil Re S/A/Funenseg, 2000.

TEIXEIRA, Antonio Carlos. Contrato de seguro, danos, risco e meio ambiente. Rio de Janeiro: Funenseg,
2004 (T264 C).

Sites

www.fazenda.gov.br
www.susep.gov.br
www2.irb-brasilre.com.br

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 213

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