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Roteiro para projeto de um radiador automotivo

Este roteiro visa apresentar uma sistematização de projeto de um radiador


automotivo. Este tipo de trocador de calor se insere na categoria de trocadores calor
compactos com troca de calor gás-líquido (água - ar) e, portanto, do lado do ar para
melhorar a coeficiente de troca de calor, a superfície deve ser aletada. Também, por razões
de economia de espaço, no caso de radiadores automotivos, os tubos por onde escoa a
água de refrigeração do motor, geralmente, são na tubos achatados (parte retangulares
com extremidades em semicírculo.
Na literatura existem algumas matrizes clássicas do núcleo do radiador; entre elas,
a mais comuns são as superfícies: 9.68-0.87 (9,68 aletas por polegada seção transversal
com 0,87 polegadas de comprimento externo na direção do escoamento); 9.61-0.737-S (S
significa que os tubos são desalinhados (staggered)); 9.68-0.87-R (aletas enrugadas
(ruffled)); 9.29-0.737-SR e 11.32-0.737-SR.
Normalmente, se encontra em gráficos ou tabelas informações do fator de Colburn
e fator de atrito em função do número de Reynolds. Estes parâmetros importantes no
projeto são definidos como
j  StPr 2/3  1  Re  e f  2  Re 

na qual Pr é o número de Prandtl e St é o número de Stanton definido como St  h /  Gc p 

.
Neste casos, o número de Reynolds e definido como
4rhG
Re 

na qual G é velocidade de massa definida como o produto da massa específica pela
velocidade média. Pode-se verificar também que G representa a vazão mássica pela área
da seção de escoamento.
No projeto de um radiador, geralmente, são especificadas a carga térmica a ser
retirada pela fluido refrigerante que pode ser estimada como 25% do triplo da potência
máxima do motor (assumindo um rendimento do motor de 33%, ou seja um terço da
energia do combustível). Pode-se especificar também as temperaturas de entrada e saída
da água, assim como, as temperaturas do ar, baseando-se me dados práticos. Deve-se
escolher um matriz para o núcleo do radiador e isto fixa vários parâmetros como dados
de aletas; passo longitudinal e transversal; tipos de tubos, etc. A perda de pressão limite
também deve ser especificada. Um outro parâmetro que pode ser especificado a priori é
a espessura do radiador, LR , ou, seja o comprimento, na direção de escoamento do ar.
A escolha de uma matriz de troca de calor, além de definir o arranjo dos tubos;
número de aletas por unidade de comprimento; também especifica os seguintes
parâmetros: razão de compactação (área total de troca de calor pelo volume do trocador
de calor),   At / V ; razão da área livre de escoamento pela área frontal,   Ac / Afr ;

razão da área superficial das aletas pela área total de troca de calor, A fin / At  c1 . Pode-se

demonstrar também que a razão da área total de troca de calor pela área frontal é igual a
 LR .
De posse dos dados iniciais, geralmente pode-se escolher algum caminho ou
metodologia a seguir. Uma maneira seria arbitrar um número de Reynolds e ao final
verificar se a diferença de temperatura especificada para o ar, por exemplo, foi satisfeita.
Se não deve-se repetir o cálculo até a convergência. Apresenta-se a seguir, um possível
roteiro:
1. arbitrar um número de Reynolds;
2. com as temperaturas especificadas determina-se as propriedades dos fluidos;
3. calcula-se a velocidade de massa do lado do ar pela definição do número de
 Re
Reynolds, G  ; uma vez que se escolheu a matriz do núcleo do radiador;
4rh
4. com Reynolds e usando um gráfico ou tabela ou correlações determina-se o fator
de Colburn, j  StPr 2/3  (h / Gc p ) Pr 2/3 ;

5. calcula-se o coeficiente de convecção do lado do ar por h  jGc p / Pr 2/3 ;

6. calcula-se a eficiência global da superfície aletada por   1   Afin / At 1   f  ,

na qual o a razão da área total da aletas pela área total de troca de calor do lado do
ar é um parâmetro definido pela superfície escolhida como matriz do núcleo do
radiador e a eficiência para aletas pode ser encontrada em gráficos, ou, no caso de

aletas retangulares, é calculada como  f  tgh  


2h / k f  L f / 2h / k f  L f ;

7. estime o coeficiente de troca de calor do lado da água;


8. calcule a resistência térmica da parede, Rw;
1
 1 A 
9. calcule o coeficiente global de troca de calor como U o    Rw  t  .
o ho hi Ai 

Numa primeira aproximação, como do lado da água a resistência térmica será bem
menor do lado do ar e para radiador com materiais de alta condutividade térmica,
pode-se desconsiderar aquelas resistências térmicas no cálculo do U global;
10. assuma um comprimento de passagem do ar, LR , caso não tenha ainda sido feito;
11. Estime a razão da área de troca de calor pela área frontal, At / Afr   LR ;

12. calcule a diferença média logarítmica de temperatura, Tlm ;

13. calcule o fluxo de calor baseando-se na área frontal, q  U o At Tlm ; daí

q  q / Afr  U o LR Tlm ;

14. calcule a diferença de temperatura do ar a partir da variação de entalpia,


 T  q /  Gc p  ;

15. se a diferença de temperatura do item 14 for igual a especificada originalmente


para o processo, ao contrário, repita o procedimento até a convergência;
16. calcule a área frontal por Afr  q / q ;

4 fLG 2
17. calcule a perda de pressão do lado do ar, p  .
2  Dh

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