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Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Secretaria de Recursos Humanos


Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais
Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas

NOTA INFORMATIVA Nº 315/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP

Assunto: Aposentadoria e abono de permanência.

SUMÁRIO EXECUTIVO

1. A Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério da Fazenda –


COGRH/MF submete o processo em epigrafe a esta Coordenação-Geral, para
pronunciamento quanto ao cômputo do tempo de serviço prestado em atividade vinculada
ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, durante o período que o servidor
XXXXXXXXXXXXXX estava aposentado para fins de percepção de abono permanência.

INFORMAÇÃO

2. Consta nos autos que o servidor foi aposentado pela Portaria nº 681, de 28
de dezembro de 1998, fls 02, permanecendo na condição de inativo até fevereiro de 2009,
quando o ato de concessão da aposentadoria foi considerado ilegal pelo Tribunal de Contas
da União – TCU, nos termos do Acórdão Nº 5246/2008 – Primeira Câmara, fls. 4 e 5, pelo
acréscimo de 1/3 ( um terço) ao tempo de serviço como militar das Forças Armadas, em
localidade não classificada como de categoria especial. Assim, mediante a Portaria
COGRH 118, de 12 de março de 2009, o interessado retornou às atividades no cargo
anteriormente ocupado.

3. Verifica-se ainda que o servidor, no período em que esteve aposentado,


exerceu atividade laboral licitamente e em conseqüência contribuiu para o RGPS,
conforme Certidão de Tempo de Contribuição acostada às fls 13 e 14.
4. É o relatório.

5. Sobre o assunto em tela, é importante elucidar que esta Divisão, por


intermédio da NOTA INFORMATIVA nº202/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP, cópia
anexa, pronunciou-se pela possibilidade de cômputo, para fins de aquisição de
aposentadoria no Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, do tempo de serviço
prestado em atividade vinculada ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, durante o
período que o servidor estava aposentado.

6. A Consultoria Jurídica deste Ministério também manifestou-se, por meio do


PARECER/Nº 1236-3.21/2010/JPA/CONJUR/MP, pela possibilidade de computar-se o
tempo de contribuição do RGPS para fins de concessão de aposentadoria perante o RPPS,
conforme transcrição abaixo:

10. A solução da questão dá-se, pois, em nível constitucional, uma vez que é a
incidência imediata da regra prevista no art. 201, §9º, da CF/88, que garante à
servidora a possibilidade de computar, em seu favor, o tempo de serviço prestado
em atividade vinculada ao RGPS para fins de aquisição de aposentadoria em
qualquer Regime Próprio de Previdência Social.

(...)

14. Destarte, entende-se não há óbice em relação à possibilidade de


computar-se o tempo de contribuição do RGPS para fins de concessão de
aposentadoria perante o RPPS. (g.n.)

7. A Consultoria, contudo, observa que a aposentadoria a ser concedida nesses


casos deve reger-se pelas atuais normas previdenciárias, verbis:

15. De se observar, contudo, que a concessão de nova aposentadoria em favor


da servidora (...) deverá obedecer as normas previdenciárias atualmente vigentes,
notadamente o regramento instituído pelas emendas constitucionais nº 20/98 e nº
41/2003 e pela Lei nº 10.887/2004.
16. De conseguinte, em face do que dispõe art. 40, §1º, inciso III, alínea a, da
CF/88, deverão ser observados o limite mínimo de idade e o respectivo tempo
mínimo de contribuição, ou, em caso de se optar por aposentadoria por idade,
deverão ser obedecidas as balizas prevista na alínea “b” do mesmo dispositivo
constitucional.
17. Por igual, hão de ser observadas duas outras regras de sumo relevo, quais
sejam: a) aquela prevista no §3º do art. 40 da CF/88, que cuidou de extinguir a
aposentadoria integral - cujo valor do provento era igual à última remuneração do
servidor -, estipulando, em medida com nítido propósito de manutenção do
equilíbrio atuarial, que o cálculo da aposentadoria tomaria por parâmetro as
remunerações do servidor que serviram de base para as contribuições vertidas para
o Plano de Seguridade Social – PSS; b) e a prevista no §17 do mesmo artigo da
Carta Magna, que prevê a necessidade de atualização monetária dos valores
considerados para o cálculo do benefício.

8. Observa-se, portanto, que o servidor poderá computar o tempo de serviço


prestado em atividade vinculada ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS para
concessão de aposentadoria perante o Regime Próprio, devendo, porém, a aposentadoria
reger-se pelas regras atuais.

9. Sobre o abono de permanência, ressaltamos que o tema possui entendimento


pacificado no âmbito desta Secretaria, e as manifestações sobre a matéria encontram-se
disponíveis no CONLEGIS – Consulta de Legislação do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, pelo sítio oficial localizado no endereço eletrônico
www.servidor.gov.br, link legislação, porém faremos um breve resumo a título de
informação.

10. A Emenda Constitucional nº 41, de 19/12/2003, publicada no D.O.U. de


31/12/2003, instituiu o abono de permanência, de valor igual ao da contribuição
previdenciária, ao servidor que tenha completado os requisitos para aposentadoria
voluntária e que opte por permanecer em atividade até aposentadoria compulsória.

11. Para aquisição do mencionado abono, o servidor deverá se enquadrar em


uma das 3 situações distintas abaixo transcritas:
ABONO DE PERMANÊNCIA

Art.40, § 1º, III, "a" - CF


10 anos efetivo exercíco no serviço público
Regra Geral Art. 40, §19 - CF
05 anos efetivo exercício cargo efetivo
(com redação dada pela EC nº
Contribuição e idade:
41/2003)
Homem 35 + 60
Mulher 30 + 55

Ingresso até 16/12/98


05 anos efetivo exercício no cargo efetivo
Regras de Transição Contribuição e idade:
Art. 2º, § 5º, EC nº 41/03 Homem 35 + 60
Mulher 30 + 55
+ adicional de 20%

Servidores que cumpriram os requisitos para


aposentadoria voluntária até 31/12/2003 +
Direito Adquirido
Contribuição:
Art. 3º, EC nº 41/03
Homem 30 anos
Mulher 25 anos

12. Ainda sobre o assunto, esta Secretaria de Recursos Humanos editou o


Ofício-Circular nº 25/SRH/MP, de 29/10/2004, orientando que o abono de permanência
se destina aos servidores que preencham as condições impostas pela EC nº 41/2003,
desde que tais servidores expressem a sua opção em permanecer em atividade.

13. A NOTA TÉCNICA CGNOR/DENOP/SRH/MP Nº 59/2011, NOTA


INFORMATIVA COGES/DENOP/SRH/MP Nº 416/2010 e a NOTA TÉCNICA
COGES/DENOP/SRH/MP Nº 12/2010 também concluíram pela possibilidade do
pagamento do abono de permanência, mesmo retroativamente, desde que os pressupostos
para a aposentadoria voluntária tenham se verificado, ainda que a comprovação tenha
ocorrido posteriormente à data de preenchimento dos requisitos.

14. Cabe ressaltar que se o servidor implementar as exigências para a concessão


do abono de permanência em data anterior à edição da EC nº 41/2003, o pagamento do
benefício somente será devido a partir de sua vigência, isto é, 31 de dezembro de 2003,
devendo-se aplicar a prescrição quinquenal, a partir do requerimento formulado pelo
servidor. Caso o servidor preencha os requisitos após vigência da EC nº 41/2003 o inicio
do pagamento será na data em que implementou ou vier a implementar os requisitos.

15. Diante do exposto, o abono de permanência será devido ao servidor desde o


momento em que tenha cumprido os requisitos para a aposentadoria, estabelecidos no
artigo 40 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº
41/2003, bem como os artigos 2º e 3º da mencionada Emenda, e opte por permanecer em
atividade.

16. Isso posto, o entendimento desta Divisão é no sentido de que o servidor


poderá averbar o tempo de contribuição para o RGPS no Regime Próprio de Previdência
Social, por não ter havido concomitância de atividade. Ainda, entende-se que, se o servidor
tiver e caso tenha cumprido os requisitos para aposentadoria e opte em permanecer em
atividade fará jus ao abono de permanência.

Brasília, 1º de Abril de 2011.

ADRIANA DUTRA TEIXEIRA DANIELA DA SILVA PEPLAU


Técnico da DIPVS Chefe da DIPVS

De acordo. À consideração superior.

Brasília, 1º de Abril de 2011.

TEOMAIR CORREIA DE OLIVEIRA


Coordenador-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas- Substituto

Aprovo. Encaminhe-se à Coordenação-Geral de Recursos Humanos do


Ministério da Fazenda – COGRH/MF, na forma proposta.

Brasília, 1º de Abril de 2011.

VALÉRIA PORTO
Diretora do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais

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