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Fernando Ludwig
Introdução
1 CHION, Michel. 1997. Músicas, Media e Tecnologias, Lisboa: Instituto Piaget, p.11.
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em 18-11-2005, www1.folha.uol.com.br/folha/almanaque/musicapopulardobrasil.htm
3 RISÉRIO, António. 2004. Uma História da Cidade da Bahia. Rio de Janeiro: Versal Edito-
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p.3.
9 CRESPI, Franco. 1997. Manual de Sociologia da Cultura. Lisboa: Editorial Estampa, p. 14.
10 Não podemos nos esquecer de que qualquer Estado soberano possui como forma – ou
característica própria – de sua identidade o Hino Nacional, que nada mais é do que a
representação, em forma musical, do povo.
11 CONNELL, John. 2003. Sound Tracks, popular music, identity and place. London: Routledge,
p.118.
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p.129.
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20 Ibidem.
21 O grupo brasileiro “Angra” mistura música “erudita” com o rock, formando assim uma
singular – e difícil – forma de expressão musical.
22 Para um aprofundamento sobre o assunto ver: MELO, Alexandre. 2002. op.cit. pp. 45 e 46.
23 Ibidem.
24 Ibidem.
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25 Ibidem.
26 BARROS, Sóstenes P., Histórias da Bossa Nova em http://www.almacarioca.com.br/mpb.htm
27 Autor desconhecido, História da Bossa Nova em http://www.cifrantiga.hpg.ig.com.br/Crono
2/historia_da_bossa.htm
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Entretanto, a partir da década de 60, a bossa nova vai ser alvo de várias críti-
cas. Principalmente devido a uma certa alienação dos seus conteúdos relativos à
realidade social deste período, não sendo classificada como “música engajada”,
i.e., música de protesto. A partir de 1964 outras tendências marcaram a musica
popular brasileira, como a “jovem guarda” e o “tropicalismo”.
A “jovem guarda”, grandemente influenciada pelo rock americano, é marcada
por um género musical descontraído e romântico. Seus precursores foram
Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
O “tropicalismo” é um claro exemplo de contestação – através da música – à
autoridade estatal (como se havia referido acima). O contexto político interno do
país ajudou muito para a formação ideológica deste movimento. Com o golpe
militar de 1964 – marcando assim o (re)início da ditadura no Brasil, que iria
durar até 1985 – o então presidente João Goulart apresentou uma série de
reformas políticas no país. Mas foi o general-presidente Castelo Branco, em 1968,
que aprovou o Ato Institucional n.º 5 que decretou o fim das liberdades civis e de
expressão.28 O país, culturalmente, fervia. Foi neste contexto que o movimento
tropicalista surgiu em protesto à ditadura militar. Liderados por Gilberto Gil e
Caetano Veloso – que chegaram a ser exilados – e também Nara Leão, este
movimento é marcado por uma grande quantidade de mensagens subliminares
em suas composições. Canções como Alegria, Alegria (Caetano Veloso) e Prá
não dizer que eu falei das flores (Geraldo Vandré) (anexo) marcaram uma gera-
ção inteira (são considerados “hinos” dos movimentos estudantis da época, onde
muitos contribuíram com suas vidas em prol da liberdade de expressão). Em
busca de um internacionalismo a Tropicália vai conquistar o público mundial,
tanto que a repercussão de Caetano e Gil no exterior é de relevância. Finalmente,
os tropicalistas influenciaram as gerações posteriores da música popular brasilei-
ra. Cantores como Carlinhos Brown, Chico Science, Chico César, Arnaldo Antu-
nes, dentre vários outros, tiveram alguma influência dos tropicalistas.
O rock, o punk e a new wave marcaram a década de 80, por se afastar de
qualquer tipo de estruturação musical – é o “faça você mesmo”. É neste período
também que encontramos uma grande comercialização do rock nacional brasilei-
ro. Vimos a formação de vários ídolos: Raul Seixas, Legião Urbana, Engenheiros
do Hawaii, Barão Vermelho, Rita Lee, dentre outros. Estes continuam sua
influência na década seguinte.
Nos anos 90, nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Paulinho da Viola,
vão representar a chamada música regional brasileira, principalmente do Norte e
do Nordeste. É neste momento também que o mercado da música brasileira teve
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Conclusão
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Nos seus diversos momentos desde então vimos que cada um representou
certa realidade social (bossa nova do Rio de Janeiro; tropicalismo – forma de
protesto; jovem guarda – nova forma do rock; outros). O que, por sua vez,
resultou em uma cultura própria dos brasileiros. Portanto, uma clara fonte de
nacionalismo.
Nos dias de hoje estamos perante um estágio muito mais avançado do que há
cinquenta anos. Para além das músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes,
vimos que o global passou a “englobar” músicas como o axé, o pagode, o rap bra-
sileiro. Não podemos negar o sucesso que Daniela Mercuri, Ivete Sangalo, Zeca
Pagodinho e Gabriel o Pensador fazem em Portugal actualmente.
Por fim, a MPB – em grande parte devido à globalização – representou e con-
tinua a representar um povo (ou povos) que luta para ser ouvido.
Bibliografia
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Anexo
Caetano Veloso
Alegria, Alegria
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase Dezembro
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e brigitte bardot
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Geraldo Vandré
Composição: Geraldo Vandré
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