Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ASSINE AGORA
Gestão da Assistência Social: planejando mais um ano
de trabalho
NELJANIRA OLIVEIRA 3 DE JANEIRO DE 2018
Todo trabalho para ser executado com excelência e de forma contínua, deve ter um planejamento anual. Com o Sistema Único de Assistência Social não é
diferente. A gestão da Política de Assistência Social requer organização das ações que devem ser executadas, uma vez que existem demandas a serem
atendidas e um orçamento a ser cumprido.
O planejamento na área da assistência social ainda precisa ser mais adotado por gestores e gestoras, responsáveis diretos pela coordenação geral dessa
política. Com uma linha de trabalho onde este planejamento esteja atrelado a monitoramento e avaliações constantes, visto que a assistência social deve
atender a um público específico, com situações variadas que não admitem mais improvisos.
Mesmo tendo conhecimento que o trabalho no Sistema Único de Assistência Social (serviços, programas, projetos e ações) é feito de forma ininterrupta, faz-
se necessário o planejamento das atividades a serem executadas ao início de cada ano, visto que a cada ano são postos novos desafios para trabalhadores e
trabalhadoras do SUAS.
Para isso, gestores e gestoras, equipe técnica e todo o pessoal que trabalha na política de assistência social dos municípios e do Distrito Federal precisam ter
conhecimento e compromisso com a atividade de planejamento anual. Lembrando que esse momento deve incluir, também, os conselhos ligados à esta
política.
O planejamento é um instrumento indispensável para a ação governamental eficiente; através dele pode-se definir, antecipadamente, várias ações a serem
implementadas pela política de assistência social, devendo essas serem baseadas em diagnósticos e no Pacto de Aprimoramento da Gestão do SUAS. É
possível, também, determinar objetivos e metas das atividades, além de coordenar meios e recursos para atingir tais objetivos:
Na política de assistência social, a operacionalização do planejamento é materializada através da elaboração e implementação do Plano de Ação Anual,
sendo todo processo orientado pelo Plano Municipal de Assistência Social que é elaborado para quatro anos da gestão e deve fazer parte do Plano
Plurianual Municipal ou do Distrito Federal (PPA).
A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS/ Nº 8.742), em seu artigo 30, prevê que “É condição para os repasses, aos Municípios, aos Estados e ao Distrito
Federal, dos recursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de:
Além de ser uma exigência em lei, o Plano de Assistência Social orienta o planejamento anual, permitindo a tomada de decisões e organização das ações,
com vistas a promover as transformações desejadas na realidade de vida da população alvo.
Mas é bom relembrar: conhecer a realidade territorial e o cotidiano das famílias é um passo fundamental para iniciar ou dar continuidade a um trabalho na
assistência social; saber onde agir e o que se vai enfrentar facilita qualquer atividade. Desta forma, o diagnóstico socioterritorial também vai embasar e
mostrar a direção do planejamento.
O Gesuas é uma ferramenta que permite o diagnóstico socioterritorial de forma rápida e segura. Saiba como implantá-lo em sua cidade.
Além disso ainda podem acontecer situações externas, provenientes das outras esferas de governo, que não há como prever e serem controladas pelo órgão
gestor da assistência social do município ou Distrito Federal. Pode ser citado, como exemplo, diminuição de recursos repassados a nível de
cofinanciamento, que poderá comprometer o andamento do planejamento.
Com isso, este instrumento dever estar atrelado ao processo de monitoramento, a fim de se prever a necessidade de mudanças de rumo durante o
andamento do que foi projetado. A mudança é possível porque o planejamento não é algo imutável, mas sim passível de alterações.
O monitoramento é o acompanhamento sistemático e contínuo da execução do Plano de Ação, a fim de verificar o cumprimento de seus objetivos e metas e
a necessidade de ajustes, visando sempre o aprimoramento da sua operacionalização.
Alguns municípios já possuem um sistema organizado com planos de monitoramento e avaliação. Os que ainda não possuem é aconselhável a definição de
uma metodologia com pessoal, fluxos e cronograma para estas atividades.
Não adianta projetar ações todos os anos sem fazer uma avaliação do que foi realizado. É preciso saber o que deu certo, quais foram os resultados obtidos,
o que não foi feito e o porquê de não ter sido feito. Com isso, evita-se repetir as falhas cometidas.
Realize encontros preparatórios com as equipes de trabalho, ao início de cada ano; é necessário a atualização contínua dos recursos humanos, visto que a
política de assistência social tem passado por constantes mudanças. Além disso, alguma equipe de trabalho pode ter novos integrantes que precisam ser
qualificados e informados. Ainda, cada setor pode realizar seu planejamento em separado, desde que ele esteja incorporado ao Plano de Assistência Social.
É por meio do diagnóstico socioterritorial que se efetua a construção do Plano de Assistência Social, a cada quatro anos. Como as demandas sociais estão
sempre em modificação, o diagnóstico não pode permanecer estático, pois ele fornece a leitura dos territórios. Dessa forma, mostrando não só suas
demandas, como também as potencialidades existentes, o que favorece a atuação da política de assistência social.
Uma das várias funções da Vigilância Socioassistencial é dar apoio às atividades de planejamento, monitoramento, avaliação, gestão e execução dos
serviços socioassistenciais. Portanto, vai direcionar a tomada de decisões e contribuir para a definição de iniciativas que tenham, realmente, caráter
protetivo e preventivo.
Requeira do setor responsável pelo Financiamento da Assistência Social (ou Setor de Contabilidade) informações relativas a recursos previstos no
orçamento municipal ou do Distrito Federal para a assistência social bem como sobre saldos que serão reprogramados. Projete as ações, também,
conforme os Planos de Ação Físicos/Financeiros de Cofinanciamento do Estado e do Governo Federal. A execução das atividades deve estar em
consonância com os recursos financeiros disponíveis, seja municipal ou do Distrito Federal, dos Estados e da União.
A participação do conselho no planejamento é imprescindível, todas as ações devem ser informadas e discutidas com ele, visto este conselho ter como
atribuições: normatizar, acompanhar, avaliar e fiscalizar a gestão e a execução dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social. É o CMAS
que aprova o Plano de Assistência Social.
Ainda é pouco frequente a participação das pessoas que são usuárias da assistência social na atividade de planejar; isso pode ser um empecilho no alcance
dos objetivos propostos. Estimular a participação das famílias em todas as atividades, como planejamento, execução e avaliação, é uma forma de evitar
técnicas de atuação verticalizadas.
Esse é o produto do planejamento, portanto os diversos departamentos devem ter conhecimento de todo seu conteúdo; desta forma toda a equipe possuirá
informação do que foi levantado em termos de ações, prazos responsáveis. Isso favorecerá a execução das atividades e a comunicação entre as equipes de
trabalho.
Alguns municípios, principalmente os de grande porte, possuem equipe formada exclusivamente para as atividades de monitoramento e avaliação do
planejamento. Outros municípios não possuem tal estrutura. Portanto, é importante a formação de uma comissão para monitoramento e avaliação do
planejamento, a fim de que as ações estabelecidas possam ser realmente implementadas. Esta comissão deverá ser composta por representantes de cada
departamento da assistência social e precisará estabelecer um cronograma para as reuniões e as estratégias para desenvolver esta atividade.
Com estas e outras atitudes, será possível otimizar a gestão da política de assistência social, com ações autênticas e realizáveis, destinadas a atender de fato
o seu público alvo. Veja também mais 3 dicas para garantir um planejamento de sucesso!
Veja também
O papel do conselho Municipal de Assistência Social
Entenda o que é ofertado na proteção social básica e na proteção social especial
Plano de Assistência Social: garantindo a gestão com qualidade do SUAS
Referências
Comentários
Adicione um comentário...
Vinicius Malcher
Muito boa essa informação.
Curtir · Responder · 47 sem
Fernanda Morena
Oi! Gostei o artigo. Tenho uma ideia como pode se fazer o planejamento para sua área :
Utilize kanbantool.com - utilizamos Kanban na minha empresa para elaborar o planejemnto
diario e anual - ajuda nos organizar todas tarefas a atividades sem faltas.
Curtir · Responder · 1 · 30 sem
Gesuas
Excelente sugestão, Fernanda! Obrigado pela contribuição.
Curtir · Responder · 30 sem
Neljanira Neljanira é graduada em Serviço Social, pela Universidade Católica de Salvador (2003), possui pós graduação em Gestão de Estratégias em
Oliveira Recursos Humanos e em Docência da Educação Ambiental para a Cidadania e Sustentabilidade. Tem experiência na área de Gestão da Política
de Assistência Social, assessoria a Conselhos de Políticas Públicas, capacitação de equipes de trabalho e elaboração de projetos sociais; além
disso, já atuou como coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e em Programas Habitacionais/Minha Casa, Minha Vida. Atualmente
atua na Prefeitura Municipal de Serrolândia, como técnica responsável pela gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e coordenadora do Projeto
Social do Programa Minha Casa, Minha Vida.
BUSCAR
Categorias
contato@gesuas.com.br
(31) 3891-5364