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ISA  200  (Clarificada)  ‐  Objectivos  Gerais  do  Auditor  Independente  e  a  Condução 

de uma Auditoria de Acordo com as Normas Internacionais de Auditoria 
(Eficaz para auditorias de demonstrações financeiras para os períodos que comecem em ou após 15 de Dezembro 
de 2009) 

ÍNDICE 

                      Parágrafo   
Introdução       
Âmbito desta ISA                   1‐2   
Uma Auditoria de Demonstrações Financeiras            3‐9   
Data de Eficácia                    10   
Objectivos Gerais do Auditor                11‐12   
Definições                    13   
Requisitos       
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras      14   
Cepticismo Profissional                  15   
Julgamento Profissional                  16   
Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria        17   
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs            6‐9   
Âmbito de uma Auditoria de Demonstrações Financeiras          18‐24   
Aplicação e Outro Material Explicativo              A1‐A13   
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras      A14‐A17    
Cepticismo Profissional                  A18‐A22  
Julgamento Profissional                  A23‐A27  
Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria        A28‐A52  
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs            A52‐A76  
 

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Introdução 

Âmbito desta ISA 

1.  Esta Norma Internacional de Auditoria (ISA) trata das responsabilidades gerais do auditor independente 
quando  está  a  conduzir  uma  auditoria  de  demonstrações  financeiras  de  acordo  com  as  ISAs.  Especificamente, 
estabelece  os  objectivos  gerais  do  auditor  independente,  e  explica  a  natureza  e  âmbito  de  uma  auditoria 
concebida  para  habilitar  o  auditor  independente  a  satisfazer  esses  objectivos.  Também  explica  o  âmbito, 
autoridade  e  estrutura  das  ISAs,  e  inclui  requisitos  a  estabelecer  as  responsabilidades  gerais  do  auditor 
independente aplicáveis em todas as auditorias, incluindo a obrigação de cumprir as ISAs. O auditor independente 
é referido a partir daqui como “o auditor”.   

2.   As  ISAs  são  escritas  no  contexto  de  uma  auditoria  de  demonstrações  financeiras  por  um  auditor.  São 
adaptadas  como  necessário  nas  circunstâncias  quando  aplicadas  a  auditorias  de  outra  informação  financeira 
histórica.  As  ISAs  não  tratam  as  responsabilidades  do  auditor  que  possam  existir  na  legislação,  regulação  ou  de 
outra forma em conexão com, por exemplo, a oferta de títulos ao público. Tais responsabilidades podem diferir 
das estabelecidas nas ISAs. Consequentemente, embora o auditor possa considerar aspectos das ISAs úteis em tais 
circunstâncias,  é  da  responsabilidade  do  auditor  assegurar  o  cumprimento  de  todas  as  obrigações  relevantes 
legais, regulamentares ou profissionais. 

Uma auditoria de Demonstrações Financeiras 

3.  A  finalidade  de  uma  auditoria  é  aumentar  o  grau  de  confiança  dos  utentes  destinatários  das 
demonstrações  financeiras.  Tal  é  conseguido  por  meio  da  expressão  de  uma  opinião  do  auditor  sobre  se  as 
demonstrações  financeiras  estão  preparadas,  em  todos  os  aspectos  materiais,  de  acordo  com  uma  estrutura 
conceptual de relato financeiro aplicável. No caso da maior parte das estruturas conceptuais com finalidade geral, 
essa  opinião  é  sobre  as  demonstrações  financeiras  estão  apropriadamente  apresentadas,  em  todos  os  aspectos 
materiais,  ou  dão  uma  imagem  verdadeira  e  apropriada  de  acordo  com  a  estrutura  conceptual.  Uma  auditoria 
conduzida de acordo com as ISAs e requisitos éticos relevantes habilita o auditor a formar essa opinião. (Ref: Pará. 
A1) 

4.  As  demonstrações  financeiras  sujeitas  a  auditoria  são  as  da  entidade,  preparadas  pela  gerência  da 
entidade com a supervisão dos encarregados da governação. As ISAs não impõem responsabilidade à gerência ou 
aos  encarregados  da  governação  e  não  derrogam  leis  e  regulamentos  que  regem  as  suas  responsabilidades. 
Porém, uma auditoria de acordo com as ISAs é conduzida na premissa de que a gerência e, quando apropriado, os 
encarregados  da  governação  têm  responsabilidades  que  são  fundamentais  para  a  condução  da  auditoria.  A 
auditoria  de  demonstrações  financeiras  não  liberta  a  gerência  ou  os  encarregados  da  governação  dessas 
responsabilidades. (Ref: Pará. A2‐A11) 

5.  Como sendo a base para a opinião do auditor, as ISAs exigem que o auditor obtenha segurança razoável 
sobre se as demonstrações financeiras como um todo estão isentas de distorções materiais, quer devido a fraude 
ou  a  erro.  A  segurança  razoável  é  um  nível  alto  de  segurança.  É  obtida  quando  o  auditor  tiver  obtido  prova  de 
auditoria apropriada suficiente para reduzir o risco de auditoria (i e., o risco de o auditor expressar uma opinião 
não apropriada quando as demonstrações financeiras estão materialmente distorcidas) a um nível aceitavelmente 
baixo. Porém, a segurança razoável não é um nível absoluto de segurança, porque existem limitações inerentes de 
uma  auditoria  que  resultam  na  maior  parte  da  prova  de  auditoria  sobre  a  qual  o  auditor  extrai  as  conclusões  e 
bases da opinião do auditor ser persuasiva e não conclusiva. (Ref: Pará. A28‐A52) 

6.  O  conceito  de  materialidade  éaplicado  pelo  auditor  não  só  no  planeamento  como  na  execução  da 
auditoria,  e  ao  avaliar  o  efeito  de  distorções  identificadas  na  auditoria  e  o  de  distorções  não  corrigidas,  se 

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existirem,  nas  demonstrações  financeiras.¨  Em  geral,  as  distorções,  incluindo  omissões,  são  consideradas  serem 
materiais,  se,  individualmente  ou  em  agregado,  se  possa  razoavelmente  esperar  que  influenciem  as  decisões 
económicas de utentes tomadas na base das demonstrações financeiras. Os julgamentos acerca da materialidade 
são feitos á luz das circunstâncias circundantes, e são afectados pela percepção do auditor das necessidades de 
informação financeira dos utentes das demonstrações financeiras, e pela dimensão ou natureza de uma distorção, 
ou por uma combinação de ambas. A opinião do auditor trata as demonstrações financeiras como um todo e por 
isso  o  auditor  não  é  responsável  pela  detecção  de  distorções  que  não  sejam  materiais  para  as  demonstrações 
financeiras como um todo. 

7.  As  ISAs  contêm  objectivos, requisitos,  e  aplicação  e  outro  material  explicativo  que  são  concebidos  para 
suportar  o  auditor  na  obtenção  de  segurança  razoável.  As  ISAs  exigem  que  o  auditor  exerça  julgamento 
profissional  e  mantenha  cepticismo  profissional  em  todo  o  planeamento  e  em  toda  a  execução  da  auditoria  e, 
entre outras coisas: 

•  Identifique  e  avalie  os  riscos  de  distorção  material,  quer  devido  a  fraude  ou  a  erro,  com  base  no 
conhecimento da entidade e do seu ambiente, incluindo  o controlo interno da entidade. 

•  Obtenha  prova  de  auditoria  apropriada  suficiente  sobre  se  existem  distorções  materiais,  por  meio  da 
concepção e implementação de respostas apropriadas aos riscos avaliados.   

•  Forme  uma  opinião  sobre  as  demonstrações  financeiras  baseada  nas  conclusões  extraídas  da  prova  de 
auditoria obtida. 

8.  A  forma  de  opinião  expressa  pelo  auditor  dependerá  da  estrutura  conceptual  de  relato  financeiro 
aplicável e de qualquer lei ou regulamento aplicável. (Ref: Pará. A12‐A!3) 

9.  O  auditor  pode  também  ter  outras  determinadas  responsabilidades  de  comunicação  e  relato  para  com 
utentes, gerência, encarregados da governação, ou partes fora da entidade, em relação a matérias decorrentes da 
auditoria. Estas podem ser estabelecidas pelas ISAs ou por lei ou regulamento aplicável.¨ 

Data de Eficácia 

10.  Esta ISA é eficaz para as auditorias de demonstrações financeiras de períodos que comecem em ou após 
15 de Dezembro de 2009. 

Objectivos Gerais do Auditor 

11.  Ao conduzir uma auditoria de demonstrações financeiras, os objectivos gerais do auditor são:  

(a)  Obter  segurança  razoável  sobre  se  as  demonstrações  financeiras  como  um  todo  estão  isentas  de 
distorção material, quer devido a fraude ou a erro, habilitando por conseguinte o auditor a expressar uma opinião 
sobre  se  as  demonstrações  financeiras  estão  preparadas,  em  todos  os  aspectos  materiais,  de  acordo  com  uma 
estrutura conceptual de relato financeiro aplicável; e 

(b)  Relatar  sobre  as  demonstrações  financeiras,  e  comunicar  como  exigido  pelas  ISAs,  de  acordo  com  as 
conclusões do auditor. 

12.  Em  todos  os  casos  quando  não  possa  ser  obtida  segurança  razoável  e  uma  opinião  com  reservas  seja 
insuficiente nas circunstâncias para fins de relato aos utentes destinatários, as ISAs exigem que o auditor escuse 
uma opinião ou se retire¨ (ou se demita) do trabalho., quando a retirada (ou demissão) seja possível segundo lei 
ou regulamento aplicável. 

Definições 

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13.  Para as finalidades das ISAs, os termos que se seguem têm os significados atribuídos adiante: 

(a)  Estrutura conceptual de relato financeiro aplicável – A estrutura conceptual de relato financeiro adoptada 
pela  gerência  e,  quando  apropriado,  pelos  encarregados  da  governação  na  preparação  das  demonstrações 
financeiras que seja aceitável tendo em vista a natureza da entidade e o objectivo das demonstrações financeiras, 
ou que seja exigido por lei ou regulamento. 

O  termo  “estrutura  conceptual  de  apresentação  apropriada”  usa‐se  para  referir  uma  estrutura  conceptual  de 
relato financeiro que exige o cumprimento dos requisitos da estrutura conceptual e: 

(i)  Reconhece explícita ou implicitamente que, para conseguir a apresentação apropriada das demonstrações 
financeiras, pode ser necessário que a gerência proporcione divulgações para além das especificamente exigidas 
pela estrutura conceptual; ou 

(ii)  Reconhece explicitamente que pode ser necessário que a gerência se afaste de um requisito da estrutura 
conceptual  para  conseguir  a  apresentação  apropriada  das  demonstrações  financeiras.  Espera‐se  que  tais 
afastamentos só possam ser necessários em circunstâncias extremamente raras. 

O termo “estrutura conceptual de cumprimento” usa‐se para referir uma estrutura conceptual de relato financeiro 
que exige o cumprimento dos requisitos da estrutura conceptual, mas não contém os reconhecimentos de (i) ou 
(ii) atrás. 

(b)  Prova  de  auditoria  –  Informação  usada  pelo  auditor  para  chegar  às  conclusões  sobre  que  é  baseada  a 
opinião do auditor. A prova de auditoria inclui não só informação contida nos registos contabilísticos subjacentes 
às demonstrações financeiras como outras informações. Para as finalidades das ISAs: 

(i)  Suficiência de prova de auditoria é a medida da quantidade de prova de auditoria. A quantidade da prova 
de  auditoria  necessária  é  afectada  pela  avaliação  do  auditor  dos  riscos  de  distorção  material  e  também  pela 
qualidade de tal prova de auditoria. 

(ii)  Apropriação da prova de auditoria é a medida da qualidade da prova de auditoria; isto é, a sua relevância 
e a sua fiabilidade em dar suporte às conclusões em que se baseia a opinião do auditor. 

(c)  Risco de auditoria – O risco de o auditor expressar uma opinião de auditoria não apropriada quando as 
demonstrações  financeiras  estão  materialmente  distorcidas.  O  risco  de  auditoria  é  uma  função  dos  riscos  de 
distorção material e de risco de detecção. 
 

(d)  Auditor  –  “Auditor”  usa‐se  para  referir  a  pessoa  ou  pessoas  que  conduzem  a  auditoria,  usualmente  o 
sócio responsável pelo trabalho ou outros membros da equipa de trabalho, ou, como aplicável, a firma. Sempre 
que uma ISA expressamente pretende que um requisito ou responsabilidade seja satisfeito pelo sócio responsável 
pelo  trabalho,  é  usado  o  termo  “sócio  responsável  pelo  trabalho”  em  vez  de  “auditor”.  “Sócio  responsável  pelo 
trabalho” e “firma” devem ser lidos como se referindo aos seus equivalentes do sector público quando relevante. 

(e)  Risco  de  detecção  –  O  risco  de  que  os  procedimentos  executados  pelo  auditor  para  reduzir  o  risco  de 
auditoria  a  um  nível  aceitavelmente  baixo  não  detectem  uma  distorção  material  que  existe  e  que  pode  ser 
material, quer individualmente quer quando agregada com outras distorções. 

(f)  Demonstrações financeiras ‐ Uma representação estruturada de informação financeira histórica, incluindo 
as respectivas notas, destinada a comunicar os recursos económicos ou as obrigações de uma entidade num ponto 
do tempo ou as respectivas alterações durante um período de tempo de acordo com uma estrutura conceptual de 
relato  financeiro.  As  notas  respectivas  compreendem  um  resumo  das  políticas  contabilísticas  significativas  e  de 
outras  informações  explicativas.  O  termo  “demonstrações  financeiras”  refere‐se  geralmente  a  um  conjunto 

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completo  de  demonstrações  financeiras  como  determinado  pelos  requisitos  da  estrutura  conceptual  de  relato 
financeiro aplicável, mas também se pode referir a uma única demonstração financeira. 

(g)  Informação financeira histórica – Informação expressa em termos financeiros em relação a uma particular 
entidade,  extraída  principalmente  do  sistema  contabilístico  da  entidade,  acerca  de  acontecimentos  económicos 
que ocorram em períodos de tempo passados ou acerca de condições económicas ou circunstâncias em pontos de 
tempo no passado. 

(h)  Gerência – A(s) pessoa(s) com responsabilidade executiva pela condução das operações da entidade. Para 
algumas entidades em algumas jurisdições, a gerência inclui alguns ou todos os encarregados da governação, por 
exemplo, membros executivos de um conselho de governação, ou um gerente proprietário. 

(i)  Distorção  –  Uma  diferença  entre  a  quantia,  classificação,  apresentação,  ou  divulgação  de  um  item  de 
demonstração financeira relatado e a quantia, classificação, apresentação, ou divulgação que é exigida para o item 
para estar de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável. As distorções podem decorrer de 
fraude ou erro. 

Quando  o  auditor  expressa  uma  opinião  sobre  se  as  demonstrações  financeiras  estão  apropriadamente 
apresentadas,  em  todos  os  aspectos  materiais,  ou  dão  uma  imagem  verdadeira  e  apropriada,  as  distorções 
também incluem os ajustamentos de quantias, classificações, apresentação ou divulgações que, no julgamento do 
auditor, sejam necessários para as demonstrações financeiras serem apropriadamente apresentadas, em todos os 
aspectos materiais, ou para darem uma imagem verdadeira e apropriada.  

(j)  Premissa,  relativa  às  responsabilidades  da  gerência  e,  quando  apropriado,  às  dos  encarregados  da 
governação,  em  que  uma  auditoria  é  conduzida  –  A  gerência  e,  quando  apropriado,  os  encarregados  da 
governação que tenham as seguintes responsabilidades que são fundamentais para a condução de uma auditoria 
de acordo com as ISAs. Isto é, responsabilidade: 

(i)  Pela  preparação  das  demonstrações  financeiras  de  acordo  com  a  estrutura  conceptual  de  relato 
financeiro aplicável, incluindo quando relevante a apresentação apropriada; e 

(ii)  Por proporcionar ao auditor: 

a.  Acesso  a  toda  a  informação  de  que  a  gerências  e,  quando  apropriado,  os  encarregados  da  governação 
tenham  conhecimento  que  érelevante  para  a  preparação  das  demonstrações  financeiras,  tais  como  registos, 
documentação ou outras matérias; 

b.  Informação  adicional  que  o  auditor  possa  pedir  à  gerência  e,  quando  apropriado,  aos  encarregados  da 
governação para a finalidade da auditoria; e 

c.  Acesso  sem  restrições  às  pessoas  dentro  da  entidade  de  quem  o  auditor  determine  que  é  necessário 
obter prova de auditoria. 

No caso de uma estrutura conceptual de apresentação apropriada, a  alínea (i) acima pode ser reexpressa como 
“para  a  preparação  e  apresentação  apropriada  das  demonstrações  financeiras  de  acordo  com  a  estrutura 
conceptual  de  relato  financeiro;  ou  “para  a  preparação  de  demonstrações  financeiras  que  dêem  uma  imagem 
verdadeira e apropriada de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro.  

A “premissa relativa às responsabilidades da gerência e, quando apropriado, dos encarregados da governação, em 
que uma auditoria é conduzida” pode também ser referida como a “premissa”. 

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(k)   Julgamento  profissional  –  A  aplicação  de  estágio,  conhecimentos  e  experiência  relevantes,  dentro  do 
contexto proporcionado por normas de auditoria, de contabilidade e de ética, ao tomar decisões fundamentadas 
acerca de cursos de acção que sejam apropriados nas circunstâncias do trabalho de auditoria. 

(l)  Cepticismo  profissional  –  Uma  atitude  que  inclui  uma  mente  inquisitiva,  que  fica  alerta  para  condições 
que possam indicar distorção possível devido quer a erro ou a fraude, e avaliação crítica da prova de auditoria. 

(m)  Segurança razoável – No contexto de uma auditoria de demonstrações financeiras, um elevado, mas não 
absoluto, nível de segurança.  

(n)  Risco de distorção material – O risco de as demonstrações financeiras estarem materialmente distorcidas 
antes da auditoria. Este consiste de dois componentes, descritos como segue ao nível de asserção: 

(i)  Risco inerente – A susceptibilidade de uma asserção acerca de uma classe de transacções, saldo de conta 
ou  divulgação  a  uma  distorção  que  possa  ser  material,  quer  individualmente  ou  quando  agregada  com  outras 
distorções, antes da consideração de quaisquer controlos relacionados. 

(ii)  Risco de controlo – O risco de que possa ocorrer uma distorção numa asserção acerca de uma classe de 
transacções,  saldo  de  conta  ou  divulgação  a  uma  distorção  que  possa  ser  material,  quer  individualmente  ou 
quando agregada com outras distorções, não seja evitada, ou detectada e corrigida, numa base tempestiva pelo 
controlo interno da entidade.  

(o)  Os  encarregados  da  governação  –  A(s)  pessoa(s)    ou  organização(ões)  (nomeadamente,  um  trustee 
empresarial)  com  a  responsabilidade  de  supervisionar  a  direcção  estratégica  da  entidade  e  as  obrigações 
relacionadas com a prestação de contas da entidade. Tal inclui supervisionar o processo de relato financeiro. Para 
algumas entidades em algumas jurisdições, os encarregados da governação podem incluir pessoal de gerência, por 
exemplo, membros executivos de um conselho de governação de uma entidade do sector privado ou público, ou 
um gerente proprietário. 

Requisitos 

Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras 

14.  O auditor deve cumprir os requisitos éticos relevantes, incluindo os que digam respeito à independência, 
com relação a trabalhos de auditoria de demonstração financeira. (Ref: Pará. A14‐A!7) 

Cepticismo Profissional 

15.  O auditor deve planear e executar uma auditoria com cepticismo profissional reconhecendo que podem 
existir  circunstâncias  que  dêem  origem  às  demonstrações  financeiras  estarem  materialmente  distorcidas.  (Ref: 
Pará. A18‐A22) 

Julgamento Profissional 

16.  O  auditor  deve  exercer  julgamento  profissional  ao  planear  e  executar  uma  auditoria  de  demonstrações 
financeiras, (Ref: Pará. A23‐A27) 

Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria 

17.  Para obter segurança razoável, o auditor deve obter prova de auditoria apropriada suficiente para reduzir 
o  risco  de  auditoria  a  um  nível  aceitavelmente  baixo  e  por  este  meio  habilitar  o  auditor  a  extrair  conclusões 
razoáveis sobre as quais basear a opinião do auditor. (Ref: Pará. A28‐A52) 

Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs 

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Cumprir as ISAs Relevantes para a Auditoria 

18.   O auditor deve cumprir todas as ISAs relevantes para a auditoria. Uma ISA é relevante para a auditoria 
quando a ISA está em vigor e existem as circunstâncias tratadas pela ISA. (Ref: Pará. A 53‐A57) 

19.  O  auditor  deve  ter  uma  compreensão  de  todo  o  texto  de  uma  ISA,  incluindo  a  sua  aplicação  e  outro 
material explicativo, para entender os seus objectivos e aplicar devidamente os seus requisitos. (Ref: Pará. A58‐
A66) 

20.  O  auditor  não  deve  confirmar  o  cumprimento  das  ISAs  no  relatório  do  auditor  salvo  se  o  auditor  tiver 
cumprido os requisitos desta ISA e de todas as outras ISAs relevantes para a auditoria. 

Objectivos Expostos em ISAs Individuais 

21.  Para  atingir  os  objectivos  globais  do  auditor,  o  auditor  deve  usar  os  objectivos  expostos  nas  ISAs 
relevantes ao planear e executar a auditoria, tendo em atenção os inter‐relacionamentos entre as ISAs: (Ref: Pará. 
A67‐A69) 

(a)  Determinar  se  quaisquer  procedimentos de  auditoria  além  dos  exigidos  pelas  ISAs  são  necessários para 
prosseguir os objectivos expostos nas ISAs; e (Ref: Pará. A70) 

(b)  Avaliar se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente. (Ref: Pará. A71) 

Cumprir os Requisitos Relevantes 

22.  Sujeito ao parágrafo 23, o auditor deve cumprir cada requisito de uma ISA, salvo se, nas circunstâncias da 
auditoria: 

(a)  Toda a ISA não for relevante; ou 

(b)  O requisito não for relevante porque é condicional e a condição não existe. (Ref: Pará. A72‐A73) 

23.   Em  circunstâncias  excepcionais,  o  auditor  pode  julgar  necessário  afastar‐se  de  um  requisito  relevante 
numa ISA. Em tais circunstâncias, o auditor deve executar procedimentos de auditoria alternativos para alcançar o 
objectivo  desse  requisito.  Espera‐se  que  a  necessidade  de  um  auditor  se  afastar  de  um  requisito  relevante  só 
ocorra  quando  o  requisito  seja  relativo  a  um  procedimento  específico  a  ser  executado  e,  nas  circunstâncias 
específicas da auditoria, esse procedimento seria ineficaz para atingir o objectivo do requisito. (Ref: Pará. A74) 

Fracasso em Atingir um Objectivo 

24.  Se não puder ser atingido um objectivo numa ISA relevante, o auditor deve avaliar se tal faz com que o 
auditor não atinja os objectivos gerais do auditor e por conseguinte exija que o auditor, de acordo com as ISAs, 
modifique a opinião do auditor ou se retire do trabalho (quando a retirada for possível segundo lei ou regulamento 
aplicável).  O  fracasso  em  atingir  um  objectivo  representa  uma  matéria  significativa  que  exige  documentação  de 
acordo com a ISA 230.¨ (Ref: Pará. A75‐A76) 

*** 

Aplicação e Outro Material Explicativo  

Uma Auditoria de Demonstrações Financeiras 

Âmbito da Auditoria (Ref: Pará. 3) 

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A1.  A opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras trata a questão de as demonstrações financeiras 
estarem  ou  não  preparadas,  em  todos  os  aspectos  materiais,  de  acordo  com  a  estrutura  conceptual  de  relato 
financeiro aplicável. Tal opinião é comum a todas as auditorias de demonstrações financeiras. A opinião do auditor 
não  assegura  por  isso,  por  exemplo,  a  futura  viabilidade  da  entidade  nem  a  eficiência  ou  eficácia  com  que  a 
gerência  conduziu  os  negócios  da  entidade.  Em  algumas  jurisdições,  porém,  as  leis  ou  regulamentos  aplicáveis 
podem exigir que os auditores dêem opiniões sobre outras matérias específicas, tal como a eficácia do controlo 
interno,  ou  a  consistência  de  um  relatório  da  gerência  separado  com  as  demonstrações  financeiras.  Embora  as 
ISAs incluam requisitos e orientação em relação a tais matérias na medida em que sejam relevantes para formar 
uma opinião sobre as demonstrações financeiras, seria exigido ao auditor que empreendesse mais trabalho se o 
auditor tivesse responsabilidades adicionais para dar tais opiniões. 

Preparação das Demonstrações Financeiras (Ref: Pará..4) 

A2.  A  lei  ou  regulamentos  podem  estabelecer  as  responsabilidades  da  gerência  e,  quando  apropriado,  dos 
encarregados da  governação  em  relação  ao  relato  financeiro.  Porém,  a  extensão  destas  responsabilidades,  ou  a 
maneira por que são descritas, pode diferir de uma jurisdição para outra. Apesar desta diferenças, uma auditoria 
de  acordo  com  as  ISAs  é  conduzida  na  premissa  de  que  a  gerência  e,  quando  apropriado,  os  encarregados  da 
governação têm a responsabilidade: 

(a)  Pela  preparação  das  demonstrações  financeiras  de  acordo  com  a  estrutura  conceptual  de  relato 
financeiro aplicável, incluindo quando relevante a sua apresentação apropriada;  

(b)  Pelo controlo interno que a gerência e, quando apropriado, os encarregados da governação, determine 
ser  necessário  para  possibilitar  a  preparação  de  demonstrações  financeiras  que  estejam  isentas  de  distorção 
material, quer devido a fraude ou a erro; e  

(c)  Proporcionar ao auditor: 

(i)  Acesso  a  toda  informação  de  que  a  gerência  e,  quando  apropriado,  os  encarregados  da  governação 
tenham  conhecimento  que  seja  relevante  para  a  preparação  das  demonstrações  financeiras,  tais como  registos, 
documentação e outras matérias; 

(ii)  Informação  adicional  que  o  auditor  possa  pedir  à  gerência  e,  quando  apropriado,  aos  encarregados  da 
governação para a finalidade da auditoria; e 

(iii)  Acesso  sem  restrições  às  pessoas  dentro  da  entidade  de  quem  o  auditor  determine  que  é  necessário 
obter prova de auditoria. 

A3.  A preparação das demonstrações financeiras pela gerência e, quando apropriado, pelos encarregados da 
governação exige: 

•  A  identificação  da  estrutura  conceptual  de  relato  financeiro  aplicável,  no  contexto  de  quaisquer  leis  ou 
regulamentos relevantes. 

•  A preparação das demonstrações financeiras de acordo com essa estrutura conceptual. 

•  A inclusão de uma descrição adequada dessa estrutura conceptual nas demonstrações financeiras. 

A  preparação  das  demonstrações  financeiras  exige  que  a  gerência  exerça  julgamentos  ao  fazer  estimativas 
contabilísticas  que  sejam  razoáveis  nas  circunstâncias,  bem  como  seleccione  e  aplique  políticas  contabilísticas 
apropriadas. Estes julgamentos são feitos no contexto da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável.  

A4.  As demonstrações financeiras podem ser preparadas de acordo com uma estrutura conceptual de relato 
financeiro concebida para satisfazer: 

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•  As  necessidades  comuns  de  informação  de  uma  vasta  variedade  de  utentes  (i.e.,  “demonstrações 
financeiras com finalidade geral”); ou 

•  As  necessidades  de  informação  financeira  de  utentes  específicos  (i.e.,  “demonstrações  financeiras  com 
finalidade especial”). 

A5.   A estrutura conceptual de relato financeiro aplicável abrange muitas vezes normas de relato financeiro 
estabelecidas  por  uma  organização  normalizadora  autorizada  ou  reconhecida,  ou  requisitos  legislativos  ou 
regulamentares.  Em  alguns  casos,  a  estrutura  conceptual  de  relato  financeiro  pode  abranger  não  só  normas  de 
relato  financeiro  estabelecidas  por  uma  organização  normalizadora  autorizada  ou  reconhecida  mas  também 
requisitos  legislativos  ou  regulamentares.  Outras  fontes  podem  proporcionar  direcção  na  aplicação  da  estrutura 
conceptual  de  relato  financeiro  aplicável.  Em  alguns  casos,  a  estrutura  conceptual  de  relato  financeiro  aplicável 
pode abranger outras fontes, ou pode mesmo consistir apenas de tais fontes. Tais outras fontes podem incluir: 

•  O  ambiente  legal  e  ético,  incluindo  estatutos,  regulamentos,  decisões  judiciais,  e  obrigações  éticas 
profissionais em relação a matérias contabilísticas; 

•  Interpretações  contabilísticas  publicadas  de  autoridades  variadas  emitidas  por  organizações 


normalizadoras, profissionais ou reguladoras; 

•  Pontos  de  vista  publicados  de  variadas  autoridades  sobre  aspectos  contabilísticos  emergentes  emitidos 
por organizações normalizadoras, profissionais ou reguladoras; 

•  Práticas gerais e sectoriais largamente reconhecidas e predominantes; e 

•  Literatura contabilística. 

Quando existirem conflitos de interesse entre a estrutura conceptual de relato financeiro e as fontes de onde pode 
ser obtida direcção na sua aplicação, ou entre as fontes que abranjam a estrutura conceptual de relato financeiro, 
prevalece a fonte com a mais alta autoridade. 

A6.  Os requisitos da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável determinam a forma e conteúdo das 
demonstrações financeiras. Se bem que a estrutura conceptual possa não especificar como contabilizar ou divulgar 
todas  as  transacções  ou  acontecimentos,  incorpora  geralmente  princípios  suficientemente  vastos  que  podem 
servir  de  base  para  o  desenvolvimento  e  aplicação  de  políticas  contabilísticas  que  sejam  consistentes  com  os 
conceitos subjacentes da estrutura conceptual. 

A7.  Algumas  estruturas  conceptuais  de  relato  financeiro  são  estruturas  conceptuais  de  apresentação 
apropriada,  enquanto  outras  são  estruturas  conceptuais  de  conformidade.  As  estruturas  conceptuais  de  relato 
financeiro que abrangem principalmente as normas de relato financeiro estabelecidas por uma organização que 
está  autorizada  ou  reconhecida  para  promulgar  normas  a  serem  usadas  por  entidades  na  preparação  de 
demonstrações  financeiras  com  finalidade  geral  são  muitas  vezes  designadas  para  conseguir  apresentação 
apropriada,  por  exemplo,  as  Normas  Internacionais  de  Relato  Financeiro  (IFRSs)  emitidas  pelo  International 
Ãccounting Standards Board (IASB). 

A8.  Os requisitos da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável também determinam o que constitui 
um  conjunto  completo  de  demonstrações  financeiras.  No  caso  de  muitas  estruturas  conceptuais,  as 
demonstrações  financeiras  destinam‐se  a  proporcionar  informação  acerca  da  posição  financeira,  desempenho 
financeiro, e fluxos de caixa de uma entidade. Para tais estruturas conceptuais, um conjunto completo incluiria um 
balanço;  uma  demonstração  dos  resultados;  uma  demonstração  de  alterações  no  capital  próprio;  uma 
demonstração  dos  fluxos  de  caixa;  e  as  respectivas  notas.  Para  algumas  outras  estruturas  conceptuais  de  relato 
financeiro, uma única demonstração financeira e as respectivas notas podem constituir um conjunto completo de 

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demonstrações financeiras: 
 

•  Por  exemplo,  a  Norma  Internacional  de  Contabilidade  do  Sector  Público  (IPSAS),  “Relato  Financeiro 
Segundo  o  Regime  de  Contabilidade  de  Caixa”  emitida  pelo  International  Accounting  Public  Sector  Standards 
Board  dispõe  que  a  principal  demonstração  financeira  é  uma  demonstração  de  recebimentos  e  pagamentos  de 
caixa  quando  uma  entidade  do  sector  público  prepara  as  suas  demonstrações  financeiras  de  acordo  com  essa 
IPSAS. 

•  Outros  exemplos  de  uma  única  demonstração  financeira,  cada  uma  das  quais  incluiria  as  respectivas 
notas, são: 

o  Balanço. 

o  Demonstração dos resultados ou demonstração de actividades. 

o  Demonstração de resultados retidos. 

o  Demonstração de fluxos de caixa. 

o  Demonstração de activos e passivos que não inclui o capital próprio dos proprietários. 

o  Demonstração de alterações no capital próprio dos proprietários. 

o  Demonstração de réditos e de gastos. 

o  Demonstração de operações por linhas de produtos. 

A9.  A  ISA  210  estabelece  requisitos  e  dá  orientação  sobre  a  determinação  da  aceitabilidade  da  estrutura 
conceptual de relato financeiro aplicável.¨ A ISA 800 trata de considerações especiais quando as demonstrações 
financeiras são preparadas de acordo com uma estrutura conceptual com finalidade especial.¨ 

A10.  Devido  à  importância  da  premissa  para  a  condução  de  uma  auditoria,  exige‐se  que  o  auditor  obtenha 
acordo da gerência e, quando apropriado, dos encarregados da governação de que reconhecem e entendem que 
têm  as  responsabilidades  estabelecidas  no  parágrafo  A2  como  uma  pré  condição  para  aceitar  o  trabalho  de 
auditoria.¨ 

Considerações Específicas a Auditorias no Sector Público   

A11.   Os mandatos para auditorias das demonstrações financeiras das entidades do sector público podem ser 
mais vastos que os das outras entidades. Em consequência, a premissa, relativa às responsabilidades da gerência, 
sobre a qual é conduzida uma auditoria das demonstrações financeiras de uma entidade do sector público pode 
incluir  responsabilidades  adicionais,  tal  como  a  responsabilidade  relativas  à  execução  de  transacções  e 
acontecimentos de acordo com a lei, regulamento ou outra autoridade.¨ 

Forma da Opinião do Auditor (Ref: Pará..8) 

A12.  A opinião expressa pelo auditor é sobre se as demonstrações financeiras estão preparadas, em todos os 
aspectos  materiais,  de  acordo  com  a  estrutura  conceptual  de  relato  financeiro  aplicável.  A  forma  da  opinião  do 
auditor dependerá, porém, da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável e de qualquer lei ou regulamento 
aplicável. A maior parte das estruturas conceptuais de relato financeiro inclui requisitos relativos à apresentação 
das demonstrações financeiras; para tais estruturas conceptuais, a preparação das demonstrações financeiras de 
acordo com estrutura conceptual de relato financeiro aplicável inclui a apresentação. 

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A13.  Quando  a  estrutura  conceptual  de  relato  financeiro  aplicável  for  uma  estrutura  conceptual  de 
apresentação  apropriada,  como  é  geralmente  o  caso  das  demonstrações  financeiras  com  finalidade  geral,  a 
opinião  exigida  pelas  ISAs  é  sobre  se  as  demonstrações  estão  apropriadamente  apresentadas,  em  todos  os 
aspectos  materiais,  ou  dão  uma  imagem  verdadeira  e  apropriada.  Quando  a  estrutura  conceptual  de  relato 
financeiro aplicável for uma estrutura de conformidade, a opinião exigida é sobre se as demonstrações financeiras 
estão preparadas, em todos os aspectos materiais, de acordo com a estrutura conceptual. Salvo especificamente 
declarado de forma diferente, as referências nas ISAs à opinião do auditor cobrem ambas as formas de opinião. 

Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras  (Ref: Pará.14) 

A14.  O  auditor  está  sujeito  a  requisitos  éticos  relevantes,  incluindo  os  que  digam  respeito  a  independência, 
com relação aos trabalhos de auditoria de demonstração financeira. Os requisitos éticos relevantes compreendem 
geralmente as Partes A e B do Código de Ética para s Contabilistas Profissionais (o Código da IFAC) da International 
Federation of Accountants relativos a uma auditoria de demonstrações financeiras juntamente com os requisitos 
nacionais que sejam mais restritivos. 

A15.  A Parte A do Código da IFAC estabelece os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o 
auditor  quando  conduzir  uma  auditoria  de  demonstrações  financeiras  e  proporcionar  uma  estrutura  conceptual 
para aplicar esses princípios. Os princípios fundamentais que se exige ao auditor para dar cumprimento ao Código 
da IFAC são: 

(a)  Integridade; 

(b)  Objectividade; 

(c)  Competência profissional e zelo devido; 

(d)  Confidencialidade; e 

(e)  Comportamento Profissional. 

A Parte B do Código da IFAC ilustra como a estrutura conceptual deve ser aplicada em situações específicas. 

A16.  No  caso  de  um  trabalho  de  auditoria  é  no  interesse  público  e,  por  conseguinte,  exigido  pelo  Código  da 
IFAC, que o auditor seja independente da entidade sujeita a auditoria. O Código da IFAC descreve a independência 
como  compreendendo  não  só  independência  mental  como  independência  na  aparência.  A  independência  do 
auditor da entidade salvaguarda a capacidade do auditor formar uma opinião sem ser afectado por influências que 
possam comprometer a opinião. A independência aumenta  a capacidade do auditor de agir com integridade, ser 
objectivo e manter uma atitude de cepticismo profissional.   

A17.  A  Norma  Internacional  sobre  Controlo  de  Qualidade  (ISQC)  1¨,  ou  requisitos  nacionais  que  sejam  pelo 
menos tão exigentes¨ tratam das responsabilidades da firma por estabelecer e manter o seu sistema de controlo 
de  qualidade  para  trabalhos  de  auditoria.  A  ISQC  1  estabelece  as  responsabilidades  da  firma  por  estabelecer 
políticas e procedimentos concebidos para lhe proporcionarem segurança razoável de que a firma e o seu pessoal 
cumprem os requisitos éticos relevantes, incluindo os que digam respeito a independência.¨ A ISA 220 estabelece 
as  responsabilidades  do  sócio  responsável  pelo  trabalho  com  respeito  aos  requisitos  éticos  relevantes.  Estas 
incluem ficar alerta, através da observação e de fazer indagações como necessário, para prova de incumprimento 
de relevantes requisitos éticos por membros da equipa do trabalho determinando a acção apropriada se chegou 
ao conhecimento do sócio responsável pelo trabalho matérias que indiquem que membros da equipa de trabalho 
não  cumpriram  requisitos  éticos  relevantes,  e  formar  uma  conclusão  sobre  o  cumprimento  de  requisitos  de 
independência que se apliquem ao trabalho de auditoria.¨ A ISA 220 reconhece que a equipa de trabalho tem o 
direito  de  confiar  no  sistema  de  controlo  de  qualidade  da  firma  para  satisfazer  as  suas  responsabilidades  com 

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respeito  a  procedimentos  de  controlo  de  qualidade  aplicáveis  ao  trabalho  individual,  salvo  se  informação 
proporcionada pela firma ou outras partes sugerir o contrário. 

Cepticismo Profissional (Ref: Pará. 15) 

A18.  O cepticismo profissional inclui estar alerta para, por exemplo: 

•  Prova de auditoria que contradiga outra prova de auditoria obtida. 

•  Informação  que  ponha  em  questão  a  fiabilidade  de  documentos  e  as  respostas  a  indagações  a  serem 
usados como prova de auditoria. 

•  Condições que indiquem possível fraude. 

•  Circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de auditoria além dos exigidos pelas ISAs. 

A19.  É necessário manter cepticismo profissional em toda a auditoria se o auditor quiser, por exemplo, reduzir 
os riscos de:  

•  Deixar passar circunstâncias não usuais. 

•  Generalizar ao extrair conclusões de observações de auditoria. 

•  Usar  pressupostos  não  apropriados  ao  determinar  a  natureza,  tempestividade  e  extensão  dos 
procedimentos de auditoria e ao avaliar os respectivos resultados. 

A20.  O  cepticismo  profissional  é  necessário  para  a  avaliação  crítica  da  prova  de  auditoria.  Tal  inclui  pôr  em 
dúvida  prova  de  auditoria  contraditória  e  a  fiabilidade  de  documentos  e  de  respostas  a  indagações  e  de  outras 
informações obtidas da gerência e dos encarregados da governação. Também inclui a consideração da suficiência e 
apropriação da prova de auditoria obtida à luz das circunstâncias, por exemplo no caso em que existam factores de 
fraude e um único documento, de uma natureza que seja susceptível de fraude, seja a única prova de suporte para 
uma quantia material de demonstração financeira.  

A21.  O auditor pode aceitar registos e documentos como genuínos salvo se o auditor tiver razoes para crer o 
contrário. Apesar de tudo, exige‐se que o auditor considere a fiabilidade da informação a ser usada como prova de 
auditoria.¨  Nos  casos  de  dúvida  acerca  da  fiabilidade  da  informação  ou  de  indicações  de  possível  fraude  (por 
exemplo, se condições identificadas durante a auditoria fazem com que o auditor creia que um documento possa 
não  ser  autêntico  ou  que  os  termos  de  um  documento  possam  ter  sido  falsificados),  a  ISA  exige  que  o  auditor 
investigue  mais  e  determine  que  modificações  ou  adições  aos  procedimentos  de  auditoria  são  necessárias  para 
resolver o assunto.¨ 

A22.  Não se espera que o auditor não tenha em atenção a experiência passada da honestidade e integridade 
da  gerência  da  entidade  e  dos  encarregados  da  governação.  Apesar  de  tudo,  a  crença  de  que  a  gerência  e  os 
encarregados  da  governação  são  honestos  e  têm  integridade  não  liberta  o  auditor  da  necessidade  de  manter 
cepticismo profissional nem permite que o auditor fique satisfeito com prova de auditoria menos que persuasiva 
quando obtiver segurança razoável. 

Julgamento Profissional (Ref: Pará. 16) 

A23.  O  julgamento  profissional  é  essencial  para  a  devida  conduta  de  uma  auditoria.  Isto  é  porque  a 
interpretação de requisitos éticos relevantes e as ISAs e as decisões fundamentadas exigidas durante a auditoria 
não podem ser feitas sem a aplicação de conhecimentos e experiência relevantes para os factos e circunstâncias. O 
julgamento profissional é necessário em particular no que respeita a decisões acerca de: 

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•  Materialidade e risco de auditoria. 

•  A natureza, tempestividade, e extensão de procedimentos de auditoria para satisfazer os requisitos das 
ISAs e recolher prova de auditoria. 

•  Avaliar  se  foi  obtida  prova  de  auditoria  apropriada  suficiente,  e  se  mais  necessidades  a  satisfazer  para 
atingir os objectivos das ISAs e por esse meio, os objectivos gerais do auditor. 

•  A  avaliação  dos  julgamentos  do  auditor  na  aplicação  de  estrutura  conceptual  de  relato  financeiro 
aplicável. 

•  A retirada de conclusões baseadas na prova de auditoria obtida, por exemplo, avaliar a razoabilidade das 
estimativas feitas pela gerência na preparação das demonstrações financeiras. 

A24.  A característica distinta do julgamento profissional que se espera de um auditor é que este é exercido por 
um  auditor,  cujo  estágio,  conhecimentos  e  experiência  contribuíram  para  desenvolver  as  competências 
necessárias para chegar a julgamentos razoáveis. 

A25.  O exercício de julgamento profissional em qualquer caso particular baseia‐se nos factos e circunstâncias 
que  sejam  conhecidos  do auditor.  As consultas  sobre  matérias  difíceis  ou contenciosas  no decurso  da  auditoria, 
não só dentro da equipa de trabalho mas também entre a equipa de trabalho e outros ao nível apropriado dentro 
ou  fora  da  firma,  tal  como  o  exigido  pela  ISA  220¨,  ajudam  o  auditor  a  fazer  julgamentos  fundamentados  e 
razoáveis. 

A26.  O  julgamento  profissional  pode  ser  avaliado  com  base  sobre  se  o  julgamento  atingido  reflecte  uma 
aplicação competente de princípios de auditoria e de contabilidade e é apropriado à luz dos factos e circunstâncias 
que eram conhecidos do auditor à data do relatório do auditor, e consistente com os mesmos.  

A27.  O  julgamento  profissional  necessita  ser  exercido  ao  longo  da  auditoria.  Também  necessita  ser 
apropriadamente  documentado.  A  este  respeito,  exige‐se  que  o  auditor  prepare  documentação  de  auditoria 
suficiente  para  habilitar  um  auditor  experiente,  que  não  tenha  prévia  ligação  com  a  auditoria,  compreenda  os 
julgamentos  profissionais  significativos  feitos  para  atingir  as  conclusões  sobre  matérias  significativas  que 
decorreram durante a auditoria.¨ O julgamento profissional não deve ser usado como justificação para as decisões 
que  não  sejam  suportadas  de  forma  diferente  pelos  factos  e  circunstâncias  do  trabalho  ou  prova  de  auditoria 
apropriada suficiente. 

Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria (Ref: Pará. 5 e 17) 

Suficiência e Apropriação da Prova de Auditoria 

A28.  A  prova  de  auditoria  é  necessária  para  suportar  a  opinião  e  relatório  do  auditor.  É  por  natureza 
acumulativa e é principalmente obtida a partir de procedimentos de auditoria executados no decurso da auditoria. 
Pode, contudo, incluir também informação obtida de outras fontes tais como auditorias anteriores (contanto que 
o  auditor  tenha  determinado  se  ocorreram  alterações  desde  a  anterior  auditoria  que  possam  afectar  a  sua 
relevância  para  a  auditoria  corrente)¨  ou  os  procedimentos  de  controlo  de  qualidade  de  uma  firma  para  a 
aceitação e continuação de clientes. Além de outras fontes dentro e fora da entidade, os registos contabilísticos da 
entidade são uma fonte importante de prova de auditoria. Também, a informação que pode se usada como prova 
de auditoria pode ter sido preparada por um perito empregado ou contratado pela entidade. a prova de auditoria 
compreende  não  só  informação  que  suporta  e  corrobora  as  asserções  da  gerência,  mas  também  qualquer 
informação  que  contradiga  tais  asserções.  Além  disso,  em  alguns  casos,  a  falta  de  informação  (por  exemplo,  a 
recusa  da  gerência  de  proporcionar  uma  declaração  pedida)  é  usada  pelo  auditor,  e  por  isso,  também  constitui 
prova de auditoria. A maior parte do trabalho do auditor na formação da opinião do auditor consiste em obter e 
avaliar prova de auditoria. 

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A29.  A  suficiência  e  apropriação  da  prova  de  auditoria  estão  inter‐relacionadas.  Suficiência  é  a  medida  da 
quantidade  de  prova  de  auditoria.  A  quantidade  de  prova  de  auditoria  necessária  é  afectada  pela  avaliação  do 
auditor  dos  riscos  de  distorção  (quanto  mais  altos  os  riscos  avaliados, mais  prova  de  auditoria  é  provavelmente 
exigida) e também a qualidade de tal prova de auditoria (quanto mais alta qualidade, menos pode ser necessária). 
A obtenção de mais prova de auditoria pode, contudo, não compensar a sua pobre qualidade.   

A30.   A apropriação é a medida da qualidade da prova de auditoria; isto é, a sua relevância e a sua fiabilidade 
em  proporcionar  suporte  para  as  conclusões  em  que  se  baseia  a  opinião  do  auditor.  A  fiabilidade  da  prova  é 
influenciada pela sua fonte e pela sua natureza, e é dependente das circunstâncias individuais segundo as quais é 
obtida. 

A31.  Se  foi  obtida  prova  de  auditoria  apropriada  suficiente  para  reduzir  o  risco  de  auditoria  a  um  nível 
aceitavelmente baixo, e por isso habilitar o auditor a tirar conclusões sobre as quais baseia a opinião do auditor, é 
uma  matéria  de  julgamento  profissional.  A  ISA  500  e  outras  ISAs  relevantes  estabelecem  requisitos  adicionais  e 
proporcionam  mais  orientação  aplicável  em  toda  a  auditoria  com  respeito  às  considerações  do  auditor  na 
obtenção de prova de auditoria apropriada suficiente.  

Risco de Auditoria 

A32.  O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção material e do risco de detecção. A avaliação dos 
riscos  é  baseada  em  procedimentos  de  auditoria  para  obter  a  informação  necessária  para  essa  finalidade  e  de 
prova obtida ao longo da auditoria. A avaliação dos riscos é uma matéria de julgamento profissional, e não uma 
matéria capaz de mensuração precisa.  

A33.  Para  as  finalidades  das  ISAs,  o  risco  de  auditoria  não  inclui  o  risco  de  o  auditor  poder  expressar  uma 
opinião  de  que  as  demonstrações  financeiras  estão  materialmente  distorcidas  quando  não  estão.  O  risco  é 
geralmente insignificante. Ainda, o risco de auditoria é um termo técnico relativo ao processo de auditoria; não se 
refere  aos  riscos  de  negócio  do  auditor  tais  como  perda  proveniente  de  litígio,  publicidade  adversa,  ou  outros 
acontecimentos que surjam em ligação com a auditoria de demonstrações financeiras. 

Riscos de Distorção Material 

A34.  Os riscos de distorção material podem existir a dois níveis: 

•  O nível de demonstração financeira global; e 

•  O nível de asserção para classes de transacções, saldos de conta, e divulgações. 

A35.  Os  riscos  de  distorção  material  ao  nível  de  demonstração  financeira  global  referem‐se  aos  riscos  de 
distorção material que se relacionam profundamente com as demonstrações financeiras como um todo e afectam 
potencialmente muitas asserções. 

A36.  Os  riscos  de  distorção  material  ao  nível  de  asserção  são  avaliados  a  fim  de  determinar  a  natureza, 
oportunidade  e  extensão  dos  procedimentos  de  auditoria  adicionais  necessários  para  obter  prova  de  auditoria 
apropriada suficiente. Esta prova habilita o auditor a expressar uma opinião sobre as demonstrações financeiras a 
um  nível  de  risco  de  auditoria  aceitavelmente  baixo.  Os  auditores  usam  variadas  abordagens  para  dar 
cumprimento ao objectivo de avaliar os riscos de distorção material. Por exemplo, o auditor pode fazer uso de um 
modelo  que  expresse  o  relacionamento  geral  dos  componentes  do  riscos  de  auditoria  em  termos  matemáticos 
para chegar a um nível aceitável de risco de detecção. Alguns auditores acham tal modelo útil quando planeiam 
procedimentos de auditoria. 

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A37.  Os riscos de distorção material ao nível de asserção consistem de dois componentes: risco inerente e risco 
de controlo. O risco inerente e o risco de controlo são os riscos da entidade; eles existem independentemente do 
risco de auditoria das demonstrações financeiras. 

A38.  O  risco  inerente  é  mais  elevado para  algumas  asserções  e  respectivas classes  de transacções,  saldos  de 
conta,  e  divulgações  do  que  para  outras.  Por  exemplo,  pode  ser  mais  elevado  para  cálculos  complexos  ou  para 
contas  que  consistam  de  quantias  derivadas  de  estimativas  contabilísticas  que  estejam  sujeitas  a  incerteza  de 
estimação significativa. As circunstâncias externas que dão origem a riscos de negócio podem também influenciar 
o risco inerente. Por exemplo, desenvolvimentos tecnológicos podem tornar um dado produto obsoleto, causando 
por  isso  que  os  inventários  fiquem  mais  susceptíveis  de  sobrevalorização.  Os  factores  da  entidade  e  do  seu 
ambiente  que  se  relacionam  com  várias  ou  todas  as  classes  de  transacções,  saldos  de  contas  ou  divulgações 
podem  também  influenciar  o  risco  inerente  relativo  a  uma  asserção  específica.  Tais  factores  podem  incluir,  por 
exemplo,  uma  falta  de  fundo  de  maneio  suficiente  para  continuar  as  operações  ou  um  sector  em  declínio 
caracterizado por um grande número de falências de negócios. 

A39.  O  risco  de  controlo  é  uma  função da  eficácia  da  concepção,  implementação  e  manutenção do  controlo 
interno  pela  gerência  para  tratar  riscos  identificados  que  ameacem  a  consecução  dos  objectivos  da  entidade 
relevantes para a preparação das demonstrações financeiras da entidade. Porém, o controlo interno, não importa 
se bem ou mal concebido e operado, só pode reduzir, mas não eliminar, os riscos de distorção material, devido às 
limitações inerentes do controlo interno. Estas incluem, por exemplo, a possibilidade de erros ou falhas humanas, 
ou  de  os  controlos  serem  ultrapassados  por  conluio  ou  derrogação  não  apropriada  da  gerência. 
Consequentemente,  existirá  sempre  algum  risco  de  controlo.  As  ISAs  proporcionam  as  condições  pelas  quais  se 
exige  que  o  auditor  teste,  ou  possa  escolher  testar,  a  eficácia  operacional  dos  controlos  na  determinação  da 
natureza, tempestividade e extensão dos procedimentos substantivos a serem executados.¨ 

A40.  As ISAs não referem geralmente o risco inerente e o risco de controlo separadamente, mas em vez disso 
uma avaliação combinada dos “riscos de distorção material”. Porém, o auditor pode fazer avaliações separadas ou 
combinadas do risco inerente e de controlo dependendo das técnicas ou metodologias de auditoria preferidas e de 
considerações práticas. A avaliação dos riscos de distorção material pode ser expressa em termos quantitativos, tal 
como  em  percentagens,  ou  em  termos  não  quantitativos.  Em  qualquer  caso,  a  necessidade  de  o  auditor  fazer 
avaliações apropriadas do risco é mais importante do que as diferentes abordagens pelas quais podem ser feitas. 

A41.  A  ISA  315  estabelece  os  requisitos  e  proporciona  orientação  na  identificação  e  avaliação  dos  riscos  de 
distorção material aos níveis de demonstração financeira e de asserção. 

Risco de Detecção 

A42.  Para um dado nível de risco de auditoria, o nível aceitável de risco de detecção tem um relacionamento 
inverso com os riscos avaliados de distorção material ao nível de asserção. Por exemplo, quanto maiores os riscos 
de  distorção  material  que  o  auditor  crê  que  existam,  tanto  menos  se  pode  esperar  do  risco  de  detecção  e, 
consequentemente, tanto mais persuasiva a prova de auditoria exigida pelo auditor. 

A43.  O  risco  de  detecção  relaciona‐se  com  a  natureza,  tempestividade  e  extensão  dos  procedimentos  do 
auditor que sejam determinados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo. É 
portanto função da eficácia de um procedimento de auditoria e da sua aplicação pelo auditor. Matérias tais como: 

•  planeamento adequado; 

•  correcta atribuição de pessoal à equipa de trabalho; 

•  a aplicação de cepticismo profissional; e 

•  supervisão e revisão do trabalho de auditoria executado, 

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ajudam a aumentar a eficácia de um procedimento de auditoria e a reduzir a possibilidade de um auditor poder 
seleccionar um procedimento de auditoria não apropriado, aplicar mal um procedimento de auditoria apropriado, 
ou interpretar mal só resultados da auditoria. 

A44.  A  ISA  300¨  e  a  ISA  330  estabelecem  requisitos  e  proporcionam  orientação  no  planeamento  de  uma 
auditoria  de  demonstrações  financeiras  e  as  respostas  do  auditor  aos  riscos  avaliados.  O  risco  de  detecção, 
contudo,  só  pode  ser  reduzido,  não  eliminado,  por  causa  das  limitações  inerentes  de  uma  auditoria. 
Consequentemente, existirá sempre algum risco de detecção. 

Limitações Inerentes de uma Auditoria 

A45.  Não se espera que o auditor reduza, e não possa, o risco de detecção a zero e não possa por isso obter 
segurança absoluta de que as demonstrações financeiras estão isentas de distorção material devido a fraude ou a 
erro.  Tal  é  porque  existem  limitações  inerentes  de  uma  auditoria,  que  resultam  que  a  maior  parte  da  prova  de 
auditoria sobre a qual o auditor tira conclusões e baseia a opinião do auditor é mais persuasiva que conclusiva. As 
limitações inerentes de uma auditoria provêm de: 

•  A natureza do relato financeiro; 

•  A natureza dos procedimentos de auditoria; e 

•  A  necessidade  de  a  auditoria  ser  conduzida  dentro  de  um  período  razoável  de  tempo  e  a  um  custo 
razoável. 

A Natureza do Relato Financeiro 

A46.  A preparação de demonstrações financeiras envolve julgamento da gerência na aplicação dos requisitos 
da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável pela entidade aos factos e circunstâncias da entidade. Além 
disso,  muitos  itens  de  demonstração  financeira  envolvem  decisões  ou  avaliações  subjectivas  ou  um  grau  de 
incerteza,  e  existe  uma  variedade  de  interpretações  ou  julgamentos  aceitáveis  que  podem  ser  feitos. 
Consequentemente, alguns itens de demonstração financeira estão sujeitos a um nível inerente de variabilidade 
que não pode ser eliminado pela aplicação de procedimentos de auditoria adicionais. Por exemplo, tal é muitas 
vezes  o  caso  no  que  respeita  a  determinadas  estimativas  contabilísticas.  Apesar  de  tudo,  as  ISAs  exigem  que  o 
auditor  dê  consideração  específica  quanto  a  se  as  estimativas  contabilísticas  são  razoáveis  no  contexto  da 
estrutura  conceptual  de  relato  financeiro  aplicável  e  respectivas  divulgações,  e  aos  aspectos  qualitativos  das 
práticas contabilísticas da entidade, incluindo indicadores de possíveis preconceitos nos julgamentos da gerência.¨ 

A Natureza dos Procedimentos de Auditoria  

A47.  Existem limitações práticas e legais na capacidade do auditor obter prova de auditoria. Por exemplo: 

•  Existe  a  possibilidade  de  a  gerência  ou  outros  não  proporcionarem,  intencionalmente  ou  não,  a 
informação  completa  que  seja  relevante  para  a  preparação  das  demonstrações  financeiras  ou  que  tenha  sido 
pedida pelo auditor. Consequentemente, o auditor não pode estar certo da plenitude da informação, mesmo que 
o auditor tenha executado procedimentos de auditoria para obter segurança de que foi obtida toda a informação 
relevante. 

•  A  fraude  pode  envolver  esquemas  sofisticados  e  cuidadosamente  organizados  concebidos  para  a 


esconder. Por isso, os procedimentos de auditoria usados para recolher prova de auditoria podem ser ineficazes 
para detectar uma distorção intencional que envolva, por exemplo, conluio para falsificar documentação que faça 
com que o auditor creia que a prova de auditoria é válida quando não é. O auditor não está treinado para ser um 
perito, nem se espera que o seja, na autenticação de documentos.  

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•  Uma auditoria não é uma investigação oficial sobre alegadas malfeitorias. Consequentemente, não se dá 
ao auditor específicos poderes legais, tal como o poder de busca, que pode ser necessário para tal investigação.  

Oportunidade do Relato Financeiro e o Equilíbrio entre Beneficio e Custo 

A48.  A matéria de dificuldade, tempo ou custo envolvidos não é por si mesmo uma base válida para o auditor 
omitir um procedimento de auditoria relativamente ao qual não existe alternativa ou que seja satisfeito com prova 
de  auditoria  que  seja  menos  que  persuasiva.  O  planeamento  apropriado  ajuda  a  tornar  suficientes  tempos  e 
recursos disponíveis para a condução da auditoria. Não obstante tal, a relevância da informação, e por esta via o 
seu  valor,  tende  a  diminuir  ao  longo  do  tempo,  e  existe  um  equilíbrio  a  ser  procurado  entre  a  fiabilidade  da 
informação e o seu custo. Tal é reconhecido em determinadas estruturas conceptuais de relato financeiro (ver, por 
exemplo, a “Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação de Demonstrações Financeiras” do IASB). Por 
isso, existe uma expectativa dos utentes das demonstrações financeiras que o auditor formará uma opinião sobre 
as demonstrações financeiras dentro de um período razoável de tempo e a um custo razoável, reconhecendo que 
é  impraticável  tratar  toda  a  informação  que  possa  existir  ou  atacar  todas  as  matérias  exaustivamente  no 
pressuposto de que informação está errada ou é fraudulenta até prova em contrário.   

A49.  Consequentemente, é necessário que o auditor: 

•  Planeie a auditoria de forma que ela seja executada de uma maneira eficaz; 

•  Dirija  o  seu  esforço  para  áreas  que  contenham  os  mais  esperados  riscos  de  distorção  material,  quer 
devido quer a erro ou a fraude, com correspondentemente menos esforço dirigido para outras áreas; e 

•  Use testes e outros meios de examinar populações quanto a distorções. 

A50.  À  luz  das  abordagens  descritas  no  parágrafo  A49,  as  ISAs  contêm  requisitos  para  o  planeamento  e 
desempenho da auditoria e esigem que o auditor, entre outras coisas: 

•  Tenha  uma  base  para  a  identificação  e  avaliação  dos  riscos  de  distorção  material  aos  níveis  de 
demonstração  financeira  e  de  asserção  executando  procedimentos  de  avaliação  do  risco  e  respectivas 
actividades;¨ e 

•  Use testes e outros meios de examinar a população de uma maneira que proporcione uma base razoável 
para o auditor extrair conclusões acerca da população.¨ 

Outras Matérias que Afectam as Limitações Inerentes de uma Auditoria 

A51.  No  caso  de  determinadas  asserções  ou  de  assuntos  em  causa,  os  potenciais  efeitos  das  limitações 
inerentes na capacidade do auditor detectar distorções materiais são particularmente significativas. Tais asserções 
ou assuntos incluem: 

•  Fraude,  particularmente  a  fraude  que  envolva  a  gerência  sénior  ou  conluio.  Ver  ISAS  240  para  debate 
adicional. 

•  A existência e plenitude de relacionamentos e de transacções com partes relacionadas. Ver ISA 550¨ para 
debate adicional. 

•  A ocorrência de incumprimentos de leis e regulamentos. Ver ISA 250 (Refeita)¨ para debate adicional. 

•  Acontecimentos ou condições futuras que façam com que uma entidade deixe de ser uma continuidade. 
Ver ISA 570¨ para debate adicional. 

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As  ISAs  relevantes  identificam  procedimentos  de  auditoria  específicos  para  ajudar  ou  mitigar  o  efeito  das 
limitações inerentes. 

A52.  Devido  às  limitações  inerentes  de  uma  auditoria,  existe  um  risco  inevitável  de  que  algumas  distorções 
materiais  das  demonstrações  possam  não  ser  detectadas,  mesmo  que  a  auditoria  seja  devidamente  planeada  e 
executada de açodo com as ISAs. Consequentemente, a descoberta subsequente de uma distorção material das 
demonstrações financeiras que resulte de fraude ou de erro não indicia por si um fracasso na condução de uma 
auditoria de açodo com as ISAs. Porém, as limitações inerentes de uma auditoria não são uma justificação para o 
auditor ficar satisfeito com prova de auditoria menos que persuasiva. Se um auditor executou uma auditoria de 
acordo com as ISAs é determinado pelos procedimentos de auditoria executados nas circunstâncias, a suficiência e 
apropriação  da  prova  de  auditoria  obtida  em  consequência  dos  mesmos  e  a  adequação  do  relatório  do  auditor 
baseado numa avaliação dessa prova à luz dos objectivos gerais do auditor.  

Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs 

Natureza das ISAs (Ref: Pará.18) 

A53.  As ISAs, tomadas em conjunto, proporcionam as normas para o trabalho do auditor ao preencherem os 
objectivos gerais do auditor. As ISAs tratam das responsabilidades gerais do auditor, bem como as considerações 
adicionais do auditor relevantes para a aplicação dessas responsabilidades a tópicos específicos.  

A54.  O âmbito, data de eficácia e qualquer limitação específica da aplicabilidade de uma ISA específica estão 
bem claros na ISA. Salvo disposto em contrário na ISA, permite‐se que o auditor aplique uma ISA antes da data 
nela especificada.  

A55.  Ao executar uma auditoria, pode ser exigido ao auditor que cumpra requisitos legais ou regulamentares 
além  dos  da  ISA.  As  ISAs  não  derrogam  leis  e  regulamentos  que  regem  uma  auditoria  de  demonstrações 
financeiras. No caso de essas leis e regulamentos diferirem das ISAs, uma auditoria conduzida apenas de acordo 
com leis ou regulamentos não cumprirá automaticamente as ISAs. 

A56.  O  auditor  pode  também  conduzir  a  auditoria  de  acordo  não  só  com  as  ISAs  como  com  as  normas  de 
auditoria de uma jurisdição ou país específicos. Em tais casos, além de cumprir com cada uma das ISAs relevantes 
para  a  auditoria,  pode  ser  necessário  que  o  auditor  execute  procedimentos  de  auditoria  adicionais  a  fim  de 
cumprir com as normas relevantes dessa jurisdição ou desse país.  

Considerações Específicas a Auditorias no Sector Público 

A57.  As ISAs são relevantes para trabalhos do sector público. As responsabilidades do auditor do sector público 
podem,  porém,  ser  afectadas  pelo  mandato  de  auditoria,  ou  por  obrigações  das  entidades  do  sector  público 
decorrentes  de  lei,  regulamento,  ou  de  outra  autoridade  (tal  como  directivas  ministeriais,  requisitos  da  política 
governamental, ou resoluções da legislatura), que podem abranger um âmbito mais basto que uma auditoria de 
demonstrações  financeiras  de  acordo coma  s  ISAs.  Estas  responsabilidades  adicionais  não  são  tratadas  nas  ISAs. 
Elas podem ser tratadas nas tomadas de posição da International Organization of Supreme Audit Institutions ou de 
normalizadores nacionais, ou em orientação desenvolvida por agências governamentais de auditoria. 

Conteúdo das ISAs (Ref: Pará. 19) 

A58.   Além dos objectivos e requisitos (os requisitos são expressos nas ISAs usando “deve”), uma ISA contém 
orientação  relacionada  na  forma  de  aplicação  e  de  outro  material  explicativo.  Pode  também  conter  material 
introdutório que proporciona contexto relevante para a devida compreensão da ISA, e definições. Todo o texto da 
ISA  é,  por  isso,  relevante  para  a  compreensão  dos  objectivos  expostos  numa  ISA  e  a  devida  aplicação  dos 
requisitos de uma ISA. 

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A59.  Quando  necessário,  a  aplicação  e  outro  material  explicativo  proporciona  explicação  adicional  dos 
requisitos de uma ISA e orientação para os levar a efeito. Em particular, podem: 

•  Explicar mais precisamente o que um requisito significa ou se destina a cobrir. 

•  Incluir exemplos de procedimentos que podem ser apropriados nas circunstâncias. 

Embora tal orientação não imponha em si um requisito, é relevante para a devida aplicação dos requisitos de uma 
ISA.  A  aplicação  e  outro  material  explicativo  pode  também  proporcionar  informação  de  suporte  em  matérias 
tratadas numa ISA, 

A60.  Os apêndices fazem parte da aplicação e de outro material explicativo. A finalidade e o uso pretendido de 
um apêndice são explicados no corpo da respectiva ISA ou dentro do título e introdução do próprio apêndice.  

A61.  O material introdutório pode incluir, conforme necessário, matérias tais como explicações sobre: 

•  A finalidade e âmbito da ISA, incluindo como a ISA se relaciona com outras ISAs. 

•  O assunto em causa da ISA. 

•  As respectivas responsabilidades do auditor e de outros em relação ao assunto em causa da ISA. 

•  O contexto em que a ISA é criada. 

A62.   Uma  ISA  pode  incluir,  numa  secção  separada  sob  o  título  “Definições”,  uma  descrição  dos  significados 
atribuídos  a  determinados  termos  para  fins  das  ISAs.  Estas  são  dadas  para  ajudar  na  aplicação  e  interpretação 
consistente das ISAs e não se destinam a derrogar definições que possam ser estabelecidas para outras finalidade, 
que na lei, na regulamentação ou de forma diferente. Salvo indicado em contrário,  esses termos transmitem os 
mesmos  significados  em  todas  as  ISAs.  O  Glossário  de  Termos  relativos  às  Normas  Internacionais  emitidas  pelo 
International Auditing and Assurance Standards Board no Manual de Tomadas de Posição de Auditoria, Garantia 
de Fiabilidade e Ética publicado pela IFAC contém uma lista completa de termos definidos nas ISAs. Também inclui 
descrições de outros termos encontrados nas ISAs para ajudar na interpretação e tradução comuns e consistentes. 

A63.  Sempre  que  apropriado,  são  incluídas  considerações  adicionais  específicas  de  auditorias  de  pequenas 
entidades  dentro  da  aplicação  e  material  explicativo  de  uma  ISA.  Estas  considerações  adicionais  ajudam  na 
aplicação dos requisitos da ISA na auditoria de tais entidades. Não limitam ou reduzem, porém, a responsabilidade 
do auditor em aplicar e cumprir os requisitos das ISAs. 

Considerações Específicas a Entidades Mais Pequenas 

A64.   Para fins de especificar considerações adicionais a auditorias de entidades mais pequenas, uma “pequena 
entidade” refere‐se a uma enidade que tipicamente possui características qualitativas tais como: 

(a)  Concentração da propriedade e gerência num pequeno número de indivíduos (muitas vezes um indivíduo 
único – seja uma pessoa natural seja uma outra empresa que possui a entidade contanto que o proprietário exiba 
as características qualitativas relevantes); e 

(b)  Uma ou mais das seguintes: 

(i)  Transacções lineares ou não complicadas; 

(ii)  Escrituração simples; 

(iii)  Poucas linhas de negócios e poucos produtos dentro das linhas de negócios; 

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(iv)  Poucos controlos internos; 

(v)  Poucos níveis de gerência com responsabilidade por uma vasta gama de controlos; ou 

(vi)  Pouco pessoal, muitos tendo uma vasta variedade de deveres.  

Estas  características  qualitativas  não  são  exaustivas,  elas  não  são  exclusivas  das  pequenas  entidades,  e  as 
pequenas entidades não apresentam necessariamente todas estas características. 

A65.  As considerações específicas a pequenas entidades incluídas nas ISAs foram principalmente desenvolvidas 
tendo em mente as entidades não cotadas. Porém, algumas das considerações podem ser úteis nas auditorias de 
entidades cotadas mais pequenas.  

A66.  As ISAs referem‐se ao proprietário de uma entidade mais pequena que esteja envolvido na gerência da 
entidade numa base diária como o “proprietário‐gerente”. 

Objectivos Expostos nas ISAs Individuais (Ref: Pará. 21) 

A67.  Cada ISA contém um ou mais objectivos que proporcionam uma ligação entre os requisitos e os objectivos 
gerais do auditor. Os objectivos de uma ISA individual servem para focar o auditor no desfecho desejado da ISA, 
embora sendo suficientemente específica para ajudar o auditor a: 

•  Compreender o que necessita de ser cumprido e, quando necessário, oa meios apropriados de o fazer; e 

•  Decidir  sobre  devem  ser  postas  mais  necessidades  para  as  atingir  nas  circunstâncias  particulares  da 
auditoria. 

A68.  Os objectivos devem ser entendidos no contexto dos objectivos gerais do auditor expostos no parágrafo 
11  desta  ISA.  Como  com  os  objectivos  gerais  do  auditor,  a  capacidade  de  atingir  um  objectivo  individual  está 
igualmente sujeita às limitações inerentes de uma auditoria.  

A69.  Ao usar os objectivos, exige‐se que o auditor tenha em atenção os inter‐relacionamentos entre as ISAs. 
Isto éassim porque como indicado no parágrafo A53, a ISA trata em alguns casos responsabilidades gerais e em 
outros  a  aplicação  dessas  responsabilidades  a  tópicos  específicos.  Por  exemplo,  esta  ISA  exige  que  o  auditor 
adopte  uma  atitude  de  cepticismo  profissional;  tal  énecessário  em  todos  os  aspectos  de  planeamento  e  de 
execução de uma auditoria mas não é repetido como um requisito de cada ISA. A um nível mais pormenorizado, a 
ISA  315    e  a  ISA  330    contêm,  entre  outras  coisas,  objectivos  e  requisitos  que  tratam  das  responsabilidades  do 
auditor em identificar e avaliar os riscos de distorção material e conceber e executar procedimentos de auditoria 
adicionais para responder a esses riscos avaliados, respectivamente; estes objectivos e requisitos aplicam‐se em 
toda a auditoria. Uma ISA que trate de aspectos específicos da auditoria (por exemplo, ISA 540 pode expandir na 
forma como os objectivos e requisitos de ISAs tais como a ISA 351 e ISA 330 devem ser aplicados em relação ao 
assunto da ISA mas não os repete. Assim, ao atingir o objectivo exposto na ISA 540, o auditor tem em atenção os 
objectivos e requisitos de outras ISAs relevantes. 

Uso de Objectivos para Determinar a Necessidade de Procedimentos Adicionais de Auditoria (Ref: Pará. 21(a)) 

A70.  Os  requisitos  das  ISAs  são  concebidos  para  habilitar  o  auditor  a  atingir  os  objectivos  especificados  nas 
ISAs, e por conseguinte os objectivos gerais do auditor. Espera‐se por isso que a devida aplicação dos requisitos 
das ISAs pelo auditor proporcione uma base suficiente para a consecução dos objectivos do auditor. Porém, devido 
às  circunstâncias  dos  trabalhos  de  auditoria  variarem  largamente  e  todas  as  circunstâncias  não  poderem  ser 
antecipadas  nas  ISAs,  o  auditor  é  responsável  por  determinar  os  procedimentos  de  auditoria  necessários  para 
preencher os requisitos das ISAs e atingir os objectivos. Nas circunstâncias de um trabalho, podem existir matérias 

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particulares  que  exijam  que  o  auditor  execute  procedimentos  de  auditoria  além  dos  exigidos  pelas  ISAs  para 
satisfazer os objectivos especificados nas ISAs.  

Uso de Objectivos para Avaliar Se Foi Obtida Prova de Auditoria Apropriada Suficiente (Ref: Pará. 21(b)) 

A71.  Exige‐se que o auditor use os objectivos para avaliar se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente 
no contexto dos objectivos gerais do auditor. Se em consequência o auditor concluir que a prova de auditoria não 
é  suficiente  e  apropriada,  então  o  auditor  pode  seguir  uma  ou  mais  das  seguintes  abordagens  para  cumprir  o 
requisito do parágrafo 21(b): 

•  Avaliar  se  foi  obtida,  ou  se  será,  prova  de  auditoria  relevante  adicional  em  consequência  de  cumprir 
outras ISAs; 

•  Aumentar o trabalho executado na aplicação de um ou mais requisitos; 

•  Executar outros procedimentos que o auditor julgue necessários nas circunstâncias. 

Quando se espere que nada do atrás referido seja prático ou possível nas circunstâncias, o auditor não será capaz 
de  obter  prova  de  auditoria  apropriada  suficiente  e  é  exigido  pelas  IASs  que  determine  o  efeito  no  relatório  do 
auditor ou na capacidade do auditor concluir o trabalho. 

Cumprimento dos Requisitos Relevantes 

Requisitos Relevantes (Ref: Pará.22) 

A72.   Em alguns casos, uma ISA (e portanto todos os seus requisitos) pode não ser relevante nas circunstâncias. 
Por exemplo, se uma entidade não tem uma função de auditoria interna, nada na ISA 610¨ é relevante. 

A73.  Dentro de uma ISA relevante, podem existir requisitos condicionais. Tal requisito é relevante quando as 
circunstâncias visionadas no requisito se aplicam e a condição existe. Em geral, o condicionalismo de um requisito 
será explícito ou implícito, por exemplo:  

•  O  requisito  para  modificar  a  opinião  do  auditor  se  existir  uma  limitação  de  âmbito¨  representa  um 
requisito condicional explícito. 

•  O requisito de comunicar deficiências significativas no controlo interno identificadas durante a auditoria 
aos encarregados da governação,¨ que depende da existência de tais deficiências significativas identificadas; e o 
requisito de obter prova de auditoria apropriada suficiente respeitante à apresentação e divulgação de informação 
por segmentos de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável¨, que depende dessa estrutura 
conceptual de relato exigir ou permitir tal divulgação, representam requisitos condicionais implícitos. 

Em  alguns  casos,  um  requisito  pode  ser  expresso  como  sendo  condicional  em  lei  ou  regulamento  aplicável.  Por 
exemplo, pode ser pedido ao auditor que se retire do trabalho de auditoria, quando a retirada é possível segundo 
lei ou regulamento aplicável, ou pode ser pedidos ao auditor que faça algo, salvo proibido por lei ou regulamento. 
Dependendo  das  circunstâncias,,  a  permissão  ou  proibição  legal  ou  regulamentar  podem  ser  explicitas  ou 
implícitas.  

Afastamento de um Requisito (Ref: Pará. 23) 

A74.  A ISA 230) estabelece os requisitos de documentação nas circunstâncias excepcionais em que o auditor se 
afasta de um requisito relevante.¨ As ISAs não pedem o cumprimento de um requisito que não seja relevante nas 
circunstâncias da auditoria. 

Fracasso em Atingir um Objectivo (Ref: Pará 24) 

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A75.   Se  um  objectivo  foi  atingido  ou  não  é  uma  matéria  para  o  julgamento  profissional  do  auditor.  Esse 
julgamento  toma  em  conta  os  resultados  dos  procedimentos  de  auditoria  executados  no  cumprimento  dos 
requisitos das ISAs, e a avaliação do auditor sobre se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente e sobre 
mais  necessidades  a  serem  satisfeitas  nas  circunstâncias  particulares  da  auditoria  para  atingir  os  objectivos 
expostos  nas  ISAs.  Consequentemente,  as  circunstâncias  que  podem  dar  origem  a  um  fracasso  para  atingir  um 
objectivo incluem aquelas que: 

•  Fazem com que o auditor deixe de cumprir os requisitos relevantes de uma ISA. 

•  Resultam em não ser praticável ou possível para o auditor levar a efeito os procedimentos de auditoria 
adicionais  ou obter  mais  prova  de  auditoria  como  determinado  a  partir  do  uso  dos  objectivos  de acordo  com  o 
parágrafo 21, por exemplo devido a uma limitação na prova de auditoria disponível. 

A76.  A  documentação  de  auditoria  que  satisfaça  os  requisitos  da  ISA  230  e  os  requisitos  específicos  de 
documentação de outras ISAs relevantes proporciona prova da base de um auditor para uma conclusão acerca da 
consecução  dos  objectivos  gerais  do  auditor.  Embora  não  seja  necessário  que  um  auditor  documente 
separadamente  (como  numa  lista  de  verificações,  por  exemplo)  que  os  objectivos  individuais  foram  atingidos,  a 
documentação de um fracasso em atingir um objectivo ajuda a avaliação pelo auditor sobre se tal fracasso fez com 
que o auditor não atingisse os objectivos gerais do auditor. 

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