Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Isa 200 PDF
Isa 200 PDF
de uma Auditoria de Acordo com as Normas Internacionais de Auditoria
(Eficaz para auditorias de demonstrações financeiras para os períodos que comecem em ou após 15 de Dezembro
de 2009)
ÍNDICE
Parágrafo
Introdução
Âmbito desta ISA 1‐2
Uma Auditoria de Demonstrações Financeiras 3‐9
Data de Eficácia 10
Objectivos Gerais do Auditor 11‐12
Definições 13
Requisitos
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras 14
Cepticismo Profissional 15
Julgamento Profissional 16
Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria 17
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs 6‐9
Âmbito de uma Auditoria de Demonstrações Financeiras 18‐24
Aplicação e Outro Material Explicativo A1‐A13
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras A14‐A17
Cepticismo Profissional A18‐A22
Julgamento Profissional A23‐A27
Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria A28‐A52
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs A52‐A76
1/22
Introdução
Âmbito desta ISA
1. Esta Norma Internacional de Auditoria (ISA) trata das responsabilidades gerais do auditor independente
quando está a conduzir uma auditoria de demonstrações financeiras de acordo com as ISAs. Especificamente,
estabelece os objectivos gerais do auditor independente, e explica a natureza e âmbito de uma auditoria
concebida para habilitar o auditor independente a satisfazer esses objectivos. Também explica o âmbito,
autoridade e estrutura das ISAs, e inclui requisitos a estabelecer as responsabilidades gerais do auditor
independente aplicáveis em todas as auditorias, incluindo a obrigação de cumprir as ISAs. O auditor independente
é referido a partir daqui como “o auditor”.
2. As ISAs são escritas no contexto de uma auditoria de demonstrações financeiras por um auditor. São
adaptadas como necessário nas circunstâncias quando aplicadas a auditorias de outra informação financeira
histórica. As ISAs não tratam as responsabilidades do auditor que possam existir na legislação, regulação ou de
outra forma em conexão com, por exemplo, a oferta de títulos ao público. Tais responsabilidades podem diferir
das estabelecidas nas ISAs. Consequentemente, embora o auditor possa considerar aspectos das ISAs úteis em tais
circunstâncias, é da responsabilidade do auditor assegurar o cumprimento de todas as obrigações relevantes
legais, regulamentares ou profissionais.
Uma auditoria de Demonstrações Financeiras
3. A finalidade de uma auditoria é aumentar o grau de confiança dos utentes destinatários das
demonstrações financeiras. Tal é conseguido por meio da expressão de uma opinião do auditor sobre se as
demonstrações financeiras estão preparadas, em todos os aspectos materiais, de acordo com uma estrutura
conceptual de relato financeiro aplicável. No caso da maior parte das estruturas conceptuais com finalidade geral,
essa opinião é sobre as demonstrações financeiras estão apropriadamente apresentadas, em todos os aspectos
materiais, ou dão uma imagem verdadeira e apropriada de acordo com a estrutura conceptual. Uma auditoria
conduzida de acordo com as ISAs e requisitos éticos relevantes habilita o auditor a formar essa opinião. (Ref: Pará.
A1)
4. As demonstrações financeiras sujeitas a auditoria são as da entidade, preparadas pela gerência da
entidade com a supervisão dos encarregados da governação. As ISAs não impõem responsabilidade à gerência ou
aos encarregados da governação e não derrogam leis e regulamentos que regem as suas responsabilidades.
Porém, uma auditoria de acordo com as ISAs é conduzida na premissa de que a gerência e, quando apropriado, os
encarregados da governação têm responsabilidades que são fundamentais para a condução da auditoria. A
auditoria de demonstrações financeiras não liberta a gerência ou os encarregados da governação dessas
responsabilidades. (Ref: Pará. A2‐A11)
5. Como sendo a base para a opinião do auditor, as ISAs exigem que o auditor obtenha segurança razoável
sobre se as demonstrações financeiras como um todo estão isentas de distorções materiais, quer devido a fraude
ou a erro. A segurança razoável é um nível alto de segurança. É obtida quando o auditor tiver obtido prova de
auditoria apropriada suficiente para reduzir o risco de auditoria (i e., o risco de o auditor expressar uma opinião
não apropriada quando as demonstrações financeiras estão materialmente distorcidas) a um nível aceitavelmente
baixo. Porém, a segurança razoável não é um nível absoluto de segurança, porque existem limitações inerentes de
uma auditoria que resultam na maior parte da prova de auditoria sobre a qual o auditor extrai as conclusões e
bases da opinião do auditor ser persuasiva e não conclusiva. (Ref: Pará. A28‐A52)
6. O conceito de materialidade éaplicado pelo auditor não só no planeamento como na execução da
auditoria, e ao avaliar o efeito de distorções identificadas na auditoria e o de distorções não corrigidas, se
2/22
existirem, nas demonstrações financeiras.¨ Em geral, as distorções, incluindo omissões, são consideradas serem
materiais, se, individualmente ou em agregado, se possa razoavelmente esperar que influenciem as decisões
económicas de utentes tomadas na base das demonstrações financeiras. Os julgamentos acerca da materialidade
são feitos á luz das circunstâncias circundantes, e são afectados pela percepção do auditor das necessidades de
informação financeira dos utentes das demonstrações financeiras, e pela dimensão ou natureza de uma distorção,
ou por uma combinação de ambas. A opinião do auditor trata as demonstrações financeiras como um todo e por
isso o auditor não é responsável pela detecção de distorções que não sejam materiais para as demonstrações
financeiras como um todo.
7. As ISAs contêm objectivos, requisitos, e aplicação e outro material explicativo que são concebidos para
suportar o auditor na obtenção de segurança razoável. As ISAs exigem que o auditor exerça julgamento
profissional e mantenha cepticismo profissional em todo o planeamento e em toda a execução da auditoria e,
entre outras coisas:
• Identifique e avalie os riscos de distorção material, quer devido a fraude ou a erro, com base no
conhecimento da entidade e do seu ambiente, incluindo o controlo interno da entidade.
• Obtenha prova de auditoria apropriada suficiente sobre se existem distorções materiais, por meio da
concepção e implementação de respostas apropriadas aos riscos avaliados.
• Forme uma opinião sobre as demonstrações financeiras baseada nas conclusões extraídas da prova de
auditoria obtida.
8. A forma de opinião expressa pelo auditor dependerá da estrutura conceptual de relato financeiro
aplicável e de qualquer lei ou regulamento aplicável. (Ref: Pará. A12‐A!3)
9. O auditor pode também ter outras determinadas responsabilidades de comunicação e relato para com
utentes, gerência, encarregados da governação, ou partes fora da entidade, em relação a matérias decorrentes da
auditoria. Estas podem ser estabelecidas pelas ISAs ou por lei ou regulamento aplicável.¨
Data de Eficácia
10. Esta ISA é eficaz para as auditorias de demonstrações financeiras de períodos que comecem em ou após
15 de Dezembro de 2009.
Objectivos Gerais do Auditor
11. Ao conduzir uma auditoria de demonstrações financeiras, os objectivos gerais do auditor são:
(a) Obter segurança razoável sobre se as demonstrações financeiras como um todo estão isentas de
distorção material, quer devido a fraude ou a erro, habilitando por conseguinte o auditor a expressar uma opinião
sobre se as demonstrações financeiras estão preparadas, em todos os aspectos materiais, de acordo com uma
estrutura conceptual de relato financeiro aplicável; e
(b) Relatar sobre as demonstrações financeiras, e comunicar como exigido pelas ISAs, de acordo com as
conclusões do auditor.
12. Em todos os casos quando não possa ser obtida segurança razoável e uma opinião com reservas seja
insuficiente nas circunstâncias para fins de relato aos utentes destinatários, as ISAs exigem que o auditor escuse
uma opinião ou se retire¨ (ou se demita) do trabalho., quando a retirada (ou demissão) seja possível segundo lei
ou regulamento aplicável.
Definições
3/22
13. Para as finalidades das ISAs, os termos que se seguem têm os significados atribuídos adiante:
(a) Estrutura conceptual de relato financeiro aplicável – A estrutura conceptual de relato financeiro adoptada
pela gerência e, quando apropriado, pelos encarregados da governação na preparação das demonstrações
financeiras que seja aceitável tendo em vista a natureza da entidade e o objectivo das demonstrações financeiras,
ou que seja exigido por lei ou regulamento.
O termo “estrutura conceptual de apresentação apropriada” usa‐se para referir uma estrutura conceptual de
relato financeiro que exige o cumprimento dos requisitos da estrutura conceptual e:
(i) Reconhece explícita ou implicitamente que, para conseguir a apresentação apropriada das demonstrações
financeiras, pode ser necessário que a gerência proporcione divulgações para além das especificamente exigidas
pela estrutura conceptual; ou
(ii) Reconhece explicitamente que pode ser necessário que a gerência se afaste de um requisito da estrutura
conceptual para conseguir a apresentação apropriada das demonstrações financeiras. Espera‐se que tais
afastamentos só possam ser necessários em circunstâncias extremamente raras.
O termo “estrutura conceptual de cumprimento” usa‐se para referir uma estrutura conceptual de relato financeiro
que exige o cumprimento dos requisitos da estrutura conceptual, mas não contém os reconhecimentos de (i) ou
(ii) atrás.
(b) Prova de auditoria – Informação usada pelo auditor para chegar às conclusões sobre que é baseada a
opinião do auditor. A prova de auditoria inclui não só informação contida nos registos contabilísticos subjacentes
às demonstrações financeiras como outras informações. Para as finalidades das ISAs:
(i) Suficiência de prova de auditoria é a medida da quantidade de prova de auditoria. A quantidade da prova
de auditoria necessária é afectada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção material e também pela
qualidade de tal prova de auditoria.
(ii) Apropriação da prova de auditoria é a medida da qualidade da prova de auditoria; isto é, a sua relevância
e a sua fiabilidade em dar suporte às conclusões em que se baseia a opinião do auditor.
(c) Risco de auditoria – O risco de o auditor expressar uma opinião de auditoria não apropriada quando as
demonstrações financeiras estão materialmente distorcidas. O risco de auditoria é uma função dos riscos de
distorção material e de risco de detecção.
(d) Auditor – “Auditor” usa‐se para referir a pessoa ou pessoas que conduzem a auditoria, usualmente o
sócio responsável pelo trabalho ou outros membros da equipa de trabalho, ou, como aplicável, a firma. Sempre
que uma ISA expressamente pretende que um requisito ou responsabilidade seja satisfeito pelo sócio responsável
pelo trabalho, é usado o termo “sócio responsável pelo trabalho” em vez de “auditor”. “Sócio responsável pelo
trabalho” e “firma” devem ser lidos como se referindo aos seus equivalentes do sector público quando relevante.
(e) Risco de detecção – O risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de
auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção material que existe e que pode ser
material, quer individualmente quer quando agregada com outras distorções.
(f) Demonstrações financeiras ‐ Uma representação estruturada de informação financeira histórica, incluindo
as respectivas notas, destinada a comunicar os recursos económicos ou as obrigações de uma entidade num ponto
do tempo ou as respectivas alterações durante um período de tempo de acordo com uma estrutura conceptual de
relato financeiro. As notas respectivas compreendem um resumo das políticas contabilísticas significativas e de
outras informações explicativas. O termo “demonstrações financeiras” refere‐se geralmente a um conjunto
4/22
completo de demonstrações financeiras como determinado pelos requisitos da estrutura conceptual de relato
financeiro aplicável, mas também se pode referir a uma única demonstração financeira.
(g) Informação financeira histórica – Informação expressa em termos financeiros em relação a uma particular
entidade, extraída principalmente do sistema contabilístico da entidade, acerca de acontecimentos económicos
que ocorram em períodos de tempo passados ou acerca de condições económicas ou circunstâncias em pontos de
tempo no passado.
(h) Gerência – A(s) pessoa(s) com responsabilidade executiva pela condução das operações da entidade. Para
algumas entidades em algumas jurisdições, a gerência inclui alguns ou todos os encarregados da governação, por
exemplo, membros executivos de um conselho de governação, ou um gerente proprietário.
(i) Distorção – Uma diferença entre a quantia, classificação, apresentação, ou divulgação de um item de
demonstração financeira relatado e a quantia, classificação, apresentação, ou divulgação que é exigida para o item
para estar de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável. As distorções podem decorrer de
fraude ou erro.
Quando o auditor expressa uma opinião sobre se as demonstrações financeiras estão apropriadamente
apresentadas, em todos os aspectos materiais, ou dão uma imagem verdadeira e apropriada, as distorções
também incluem os ajustamentos de quantias, classificações, apresentação ou divulgações que, no julgamento do
auditor, sejam necessários para as demonstrações financeiras serem apropriadamente apresentadas, em todos os
aspectos materiais, ou para darem uma imagem verdadeira e apropriada.
(j) Premissa, relativa às responsabilidades da gerência e, quando apropriado, às dos encarregados da
governação, em que uma auditoria é conduzida – A gerência e, quando apropriado, os encarregados da
governação que tenham as seguintes responsabilidades que são fundamentais para a condução de uma auditoria
de acordo com as ISAs. Isto é, responsabilidade:
(i) Pela preparação das demonstrações financeiras de acordo com a estrutura conceptual de relato
financeiro aplicável, incluindo quando relevante a apresentação apropriada; e
(ii) Por proporcionar ao auditor:
a. Acesso a toda a informação de que a gerências e, quando apropriado, os encarregados da governação
tenham conhecimento que érelevante para a preparação das demonstrações financeiras, tais como registos,
documentação ou outras matérias;
b. Informação adicional que o auditor possa pedir à gerência e, quando apropriado, aos encarregados da
governação para a finalidade da auditoria; e
c. Acesso sem restrições às pessoas dentro da entidade de quem o auditor determine que é necessário
obter prova de auditoria.
No caso de uma estrutura conceptual de apresentação apropriada, a alínea (i) acima pode ser reexpressa como
“para a preparação e apresentação apropriada das demonstrações financeiras de acordo com a estrutura
conceptual de relato financeiro; ou “para a preparação de demonstrações financeiras que dêem uma imagem
verdadeira e apropriada de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro.
A “premissa relativa às responsabilidades da gerência e, quando apropriado, dos encarregados da governação, em
que uma auditoria é conduzida” pode também ser referida como a “premissa”.
5/22
(k) Julgamento profissional – A aplicação de estágio, conhecimentos e experiência relevantes, dentro do
contexto proporcionado por normas de auditoria, de contabilidade e de ética, ao tomar decisões fundamentadas
acerca de cursos de acção que sejam apropriados nas circunstâncias do trabalho de auditoria.
(l) Cepticismo profissional – Uma atitude que inclui uma mente inquisitiva, que fica alerta para condições
que possam indicar distorção possível devido quer a erro ou a fraude, e avaliação crítica da prova de auditoria.
(m) Segurança razoável – No contexto de uma auditoria de demonstrações financeiras, um elevado, mas não
absoluto, nível de segurança.
(n) Risco de distorção material – O risco de as demonstrações financeiras estarem materialmente distorcidas
antes da auditoria. Este consiste de dois componentes, descritos como segue ao nível de asserção:
(i) Risco inerente – A susceptibilidade de uma asserção acerca de uma classe de transacções, saldo de conta
ou divulgação a uma distorção que possa ser material, quer individualmente ou quando agregada com outras
distorções, antes da consideração de quaisquer controlos relacionados.
(ii) Risco de controlo – O risco de que possa ocorrer uma distorção numa asserção acerca de uma classe de
transacções, saldo de conta ou divulgação a uma distorção que possa ser material, quer individualmente ou
quando agregada com outras distorções, não seja evitada, ou detectada e corrigida, numa base tempestiva pelo
controlo interno da entidade.
(o) Os encarregados da governação – A(s) pessoa(s) ou organização(ões) (nomeadamente, um trustee
empresarial) com a responsabilidade de supervisionar a direcção estratégica da entidade e as obrigações
relacionadas com a prestação de contas da entidade. Tal inclui supervisionar o processo de relato financeiro. Para
algumas entidades em algumas jurisdições, os encarregados da governação podem incluir pessoal de gerência, por
exemplo, membros executivos de um conselho de governação de uma entidade do sector privado ou público, ou
um gerente proprietário.
Requisitos
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras
14. O auditor deve cumprir os requisitos éticos relevantes, incluindo os que digam respeito à independência,
com relação a trabalhos de auditoria de demonstração financeira. (Ref: Pará. A14‐A!7)
Cepticismo Profissional
15. O auditor deve planear e executar uma auditoria com cepticismo profissional reconhecendo que podem
existir circunstâncias que dêem origem às demonstrações financeiras estarem materialmente distorcidas. (Ref:
Pará. A18‐A22)
Julgamento Profissional
16. O auditor deve exercer julgamento profissional ao planear e executar uma auditoria de demonstrações
financeiras, (Ref: Pará. A23‐A27)
Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria
17. Para obter segurança razoável, o auditor deve obter prova de auditoria apropriada suficiente para reduzir
o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo e por este meio habilitar o auditor a extrair conclusões
razoáveis sobre as quais basear a opinião do auditor. (Ref: Pará. A28‐A52)
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs
6/22
Cumprir as ISAs Relevantes para a Auditoria
18. O auditor deve cumprir todas as ISAs relevantes para a auditoria. Uma ISA é relevante para a auditoria
quando a ISA está em vigor e existem as circunstâncias tratadas pela ISA. (Ref: Pará. A 53‐A57)
19. O auditor deve ter uma compreensão de todo o texto de uma ISA, incluindo a sua aplicação e outro
material explicativo, para entender os seus objectivos e aplicar devidamente os seus requisitos. (Ref: Pará. A58‐
A66)
20. O auditor não deve confirmar o cumprimento das ISAs no relatório do auditor salvo se o auditor tiver
cumprido os requisitos desta ISA e de todas as outras ISAs relevantes para a auditoria.
Objectivos Expostos em ISAs Individuais
21. Para atingir os objectivos globais do auditor, o auditor deve usar os objectivos expostos nas ISAs
relevantes ao planear e executar a auditoria, tendo em atenção os inter‐relacionamentos entre as ISAs: (Ref: Pará.
A67‐A69)
(a) Determinar se quaisquer procedimentos de auditoria além dos exigidos pelas ISAs são necessários para
prosseguir os objectivos expostos nas ISAs; e (Ref: Pará. A70)
(b) Avaliar se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente. (Ref: Pará. A71)
Cumprir os Requisitos Relevantes
22. Sujeito ao parágrafo 23, o auditor deve cumprir cada requisito de uma ISA, salvo se, nas circunstâncias da
auditoria:
(a) Toda a ISA não for relevante; ou
(b) O requisito não for relevante porque é condicional e a condição não existe. (Ref: Pará. A72‐A73)
23. Em circunstâncias excepcionais, o auditor pode julgar necessário afastar‐se de um requisito relevante
numa ISA. Em tais circunstâncias, o auditor deve executar procedimentos de auditoria alternativos para alcançar o
objectivo desse requisito. Espera‐se que a necessidade de um auditor se afastar de um requisito relevante só
ocorra quando o requisito seja relativo a um procedimento específico a ser executado e, nas circunstâncias
específicas da auditoria, esse procedimento seria ineficaz para atingir o objectivo do requisito. (Ref: Pará. A74)
Fracasso em Atingir um Objectivo
24. Se não puder ser atingido um objectivo numa ISA relevante, o auditor deve avaliar se tal faz com que o
auditor não atinja os objectivos gerais do auditor e por conseguinte exija que o auditor, de acordo com as ISAs,
modifique a opinião do auditor ou se retire do trabalho (quando a retirada for possível segundo lei ou regulamento
aplicável). O fracasso em atingir um objectivo representa uma matéria significativa que exige documentação de
acordo com a ISA 230.¨ (Ref: Pará. A75‐A76)
***
Aplicação e Outro Material Explicativo
Uma Auditoria de Demonstrações Financeiras
Âmbito da Auditoria (Ref: Pará. 3)
7/22
A1. A opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras trata a questão de as demonstrações financeiras
estarem ou não preparadas, em todos os aspectos materiais, de acordo com a estrutura conceptual de relato
financeiro aplicável. Tal opinião é comum a todas as auditorias de demonstrações financeiras. A opinião do auditor
não assegura por isso, por exemplo, a futura viabilidade da entidade nem a eficiência ou eficácia com que a
gerência conduziu os negócios da entidade. Em algumas jurisdições, porém, as leis ou regulamentos aplicáveis
podem exigir que os auditores dêem opiniões sobre outras matérias específicas, tal como a eficácia do controlo
interno, ou a consistência de um relatório da gerência separado com as demonstrações financeiras. Embora as
ISAs incluam requisitos e orientação em relação a tais matérias na medida em que sejam relevantes para formar
uma opinião sobre as demonstrações financeiras, seria exigido ao auditor que empreendesse mais trabalho se o
auditor tivesse responsabilidades adicionais para dar tais opiniões.
Preparação das Demonstrações Financeiras (Ref: Pará..4)
A2. A lei ou regulamentos podem estabelecer as responsabilidades da gerência e, quando apropriado, dos
encarregados da governação em relação ao relato financeiro. Porém, a extensão destas responsabilidades, ou a
maneira por que são descritas, pode diferir de uma jurisdição para outra. Apesar desta diferenças, uma auditoria
de acordo com as ISAs é conduzida na premissa de que a gerência e, quando apropriado, os encarregados da
governação têm a responsabilidade:
(a) Pela preparação das demonstrações financeiras de acordo com a estrutura conceptual de relato
financeiro aplicável, incluindo quando relevante a sua apresentação apropriada;
(b) Pelo controlo interno que a gerência e, quando apropriado, os encarregados da governação, determine
ser necessário para possibilitar a preparação de demonstrações financeiras que estejam isentas de distorção
material, quer devido a fraude ou a erro; e
(c) Proporcionar ao auditor:
(i) Acesso a toda informação de que a gerência e, quando apropriado, os encarregados da governação
tenham conhecimento que seja relevante para a preparação das demonstrações financeiras, tais como registos,
documentação e outras matérias;
(ii) Informação adicional que o auditor possa pedir à gerência e, quando apropriado, aos encarregados da
governação para a finalidade da auditoria; e
(iii) Acesso sem restrições às pessoas dentro da entidade de quem o auditor determine que é necessário
obter prova de auditoria.
A3. A preparação das demonstrações financeiras pela gerência e, quando apropriado, pelos encarregados da
governação exige:
• A identificação da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável, no contexto de quaisquer leis ou
regulamentos relevantes.
• A preparação das demonstrações financeiras de acordo com essa estrutura conceptual.
• A inclusão de uma descrição adequada dessa estrutura conceptual nas demonstrações financeiras.
A preparação das demonstrações financeiras exige que a gerência exerça julgamentos ao fazer estimativas
contabilísticas que sejam razoáveis nas circunstâncias, bem como seleccione e aplique políticas contabilísticas
apropriadas. Estes julgamentos são feitos no contexto da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável.
A4. As demonstrações financeiras podem ser preparadas de acordo com uma estrutura conceptual de relato
financeiro concebida para satisfazer:
8/22
• As necessidades comuns de informação de uma vasta variedade de utentes (i.e., “demonstrações
financeiras com finalidade geral”); ou
• As necessidades de informação financeira de utentes específicos (i.e., “demonstrações financeiras com
finalidade especial”).
A5. A estrutura conceptual de relato financeiro aplicável abrange muitas vezes normas de relato financeiro
estabelecidas por uma organização normalizadora autorizada ou reconhecida, ou requisitos legislativos ou
regulamentares. Em alguns casos, a estrutura conceptual de relato financeiro pode abranger não só normas de
relato financeiro estabelecidas por uma organização normalizadora autorizada ou reconhecida mas também
requisitos legislativos ou regulamentares. Outras fontes podem proporcionar direcção na aplicação da estrutura
conceptual de relato financeiro aplicável. Em alguns casos, a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável
pode abranger outras fontes, ou pode mesmo consistir apenas de tais fontes. Tais outras fontes podem incluir:
• O ambiente legal e ético, incluindo estatutos, regulamentos, decisões judiciais, e obrigações éticas
profissionais em relação a matérias contabilísticas;
• Pontos de vista publicados de variadas autoridades sobre aspectos contabilísticos emergentes emitidos
por organizações normalizadoras, profissionais ou reguladoras;
• Práticas gerais e sectoriais largamente reconhecidas e predominantes; e
• Literatura contabilística.
Quando existirem conflitos de interesse entre a estrutura conceptual de relato financeiro e as fontes de onde pode
ser obtida direcção na sua aplicação, ou entre as fontes que abranjam a estrutura conceptual de relato financeiro,
prevalece a fonte com a mais alta autoridade.
A6. Os requisitos da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável determinam a forma e conteúdo das
demonstrações financeiras. Se bem que a estrutura conceptual possa não especificar como contabilizar ou divulgar
todas as transacções ou acontecimentos, incorpora geralmente princípios suficientemente vastos que podem
servir de base para o desenvolvimento e aplicação de políticas contabilísticas que sejam consistentes com os
conceitos subjacentes da estrutura conceptual.
A7. Algumas estruturas conceptuais de relato financeiro são estruturas conceptuais de apresentação
apropriada, enquanto outras são estruturas conceptuais de conformidade. As estruturas conceptuais de relato
financeiro que abrangem principalmente as normas de relato financeiro estabelecidas por uma organização que
está autorizada ou reconhecida para promulgar normas a serem usadas por entidades na preparação de
demonstrações financeiras com finalidade geral são muitas vezes designadas para conseguir apresentação
apropriada, por exemplo, as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRSs) emitidas pelo International
Ãccounting Standards Board (IASB).
A8. Os requisitos da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável também determinam o que constitui
um conjunto completo de demonstrações financeiras. No caso de muitas estruturas conceptuais, as
demonstrações financeiras destinam‐se a proporcionar informação acerca da posição financeira, desempenho
financeiro, e fluxos de caixa de uma entidade. Para tais estruturas conceptuais, um conjunto completo incluiria um
balanço; uma demonstração dos resultados; uma demonstração de alterações no capital próprio; uma
demonstração dos fluxos de caixa; e as respectivas notas. Para algumas outras estruturas conceptuais de relato
financeiro, uma única demonstração financeira e as respectivas notas podem constituir um conjunto completo de
9/22
demonstrações financeiras:
• Por exemplo, a Norma Internacional de Contabilidade do Sector Público (IPSAS), “Relato Financeiro
Segundo o Regime de Contabilidade de Caixa” emitida pelo International Accounting Public Sector Standards
Board dispõe que a principal demonstração financeira é uma demonstração de recebimentos e pagamentos de
caixa quando uma entidade do sector público prepara as suas demonstrações financeiras de acordo com essa
IPSAS.
• Outros exemplos de uma única demonstração financeira, cada uma das quais incluiria as respectivas
notas, são:
o Balanço.
o Demonstração dos resultados ou demonstração de actividades.
o Demonstração de resultados retidos.
o Demonstração de fluxos de caixa.
o Demonstração de activos e passivos que não inclui o capital próprio dos proprietários.
o Demonstração de alterações no capital próprio dos proprietários.
o Demonstração de réditos e de gastos.
o Demonstração de operações por linhas de produtos.
A9. A ISA 210 estabelece requisitos e dá orientação sobre a determinação da aceitabilidade da estrutura
conceptual de relato financeiro aplicável.¨ A ISA 800 trata de considerações especiais quando as demonstrações
financeiras são preparadas de acordo com uma estrutura conceptual com finalidade especial.¨
A10. Devido à importância da premissa para a condução de uma auditoria, exige‐se que o auditor obtenha
acordo da gerência e, quando apropriado, dos encarregados da governação de que reconhecem e entendem que
têm as responsabilidades estabelecidas no parágrafo A2 como uma pré condição para aceitar o trabalho de
auditoria.¨
Considerações Específicas a Auditorias no Sector Público
A11. Os mandatos para auditorias das demonstrações financeiras das entidades do sector público podem ser
mais vastos que os das outras entidades. Em consequência, a premissa, relativa às responsabilidades da gerência,
sobre a qual é conduzida uma auditoria das demonstrações financeiras de uma entidade do sector público pode
incluir responsabilidades adicionais, tal como a responsabilidade relativas à execução de transacções e
acontecimentos de acordo com a lei, regulamento ou outra autoridade.¨
Forma da Opinião do Auditor (Ref: Pará..8)
A12. A opinião expressa pelo auditor é sobre se as demonstrações financeiras estão preparadas, em todos os
aspectos materiais, de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável. A forma da opinião do
auditor dependerá, porém, da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável e de qualquer lei ou regulamento
aplicável. A maior parte das estruturas conceptuais de relato financeiro inclui requisitos relativos à apresentação
das demonstrações financeiras; para tais estruturas conceptuais, a preparação das demonstrações financeiras de
acordo com estrutura conceptual de relato financeiro aplicável inclui a apresentação.
10/22
A13. Quando a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável for uma estrutura conceptual de
apresentação apropriada, como é geralmente o caso das demonstrações financeiras com finalidade geral, a
opinião exigida pelas ISAs é sobre se as demonstrações estão apropriadamente apresentadas, em todos os
aspectos materiais, ou dão uma imagem verdadeira e apropriada. Quando a estrutura conceptual de relato
financeiro aplicável for uma estrutura de conformidade, a opinião exigida é sobre se as demonstrações financeiras
estão preparadas, em todos os aspectos materiais, de acordo com a estrutura conceptual. Salvo especificamente
declarado de forma diferente, as referências nas ISAs à opinião do auditor cobrem ambas as formas de opinião.
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras (Ref: Pará.14)
A14. O auditor está sujeito a requisitos éticos relevantes, incluindo os que digam respeito a independência,
com relação aos trabalhos de auditoria de demonstração financeira. Os requisitos éticos relevantes compreendem
geralmente as Partes A e B do Código de Ética para s Contabilistas Profissionais (o Código da IFAC) da International
Federation of Accountants relativos a uma auditoria de demonstrações financeiras juntamente com os requisitos
nacionais que sejam mais restritivos.
A15. A Parte A do Código da IFAC estabelece os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o
auditor quando conduzir uma auditoria de demonstrações financeiras e proporcionar uma estrutura conceptual
para aplicar esses princípios. Os princípios fundamentais que se exige ao auditor para dar cumprimento ao Código
da IFAC são:
(a) Integridade;
(b) Objectividade;
(c) Competência profissional e zelo devido;
(d) Confidencialidade; e
(e) Comportamento Profissional.
A Parte B do Código da IFAC ilustra como a estrutura conceptual deve ser aplicada em situações específicas.
A16. No caso de um trabalho de auditoria é no interesse público e, por conseguinte, exigido pelo Código da
IFAC, que o auditor seja independente da entidade sujeita a auditoria. O Código da IFAC descreve a independência
como compreendendo não só independência mental como independência na aparência. A independência do
auditor da entidade salvaguarda a capacidade do auditor formar uma opinião sem ser afectado por influências que
possam comprometer a opinião. A independência aumenta a capacidade do auditor de agir com integridade, ser
objectivo e manter uma atitude de cepticismo profissional.
A17. A Norma Internacional sobre Controlo de Qualidade (ISQC) 1¨, ou requisitos nacionais que sejam pelo
menos tão exigentes¨ tratam das responsabilidades da firma por estabelecer e manter o seu sistema de controlo
de qualidade para trabalhos de auditoria. A ISQC 1 estabelece as responsabilidades da firma por estabelecer
políticas e procedimentos concebidos para lhe proporcionarem segurança razoável de que a firma e o seu pessoal
cumprem os requisitos éticos relevantes, incluindo os que digam respeito a independência.¨ A ISA 220 estabelece
as responsabilidades do sócio responsável pelo trabalho com respeito aos requisitos éticos relevantes. Estas
incluem ficar alerta, através da observação e de fazer indagações como necessário, para prova de incumprimento
de relevantes requisitos éticos por membros da equipa do trabalho determinando a acção apropriada se chegou
ao conhecimento do sócio responsável pelo trabalho matérias que indiquem que membros da equipa de trabalho
não cumpriram requisitos éticos relevantes, e formar uma conclusão sobre o cumprimento de requisitos de
independência que se apliquem ao trabalho de auditoria.¨ A ISA 220 reconhece que a equipa de trabalho tem o
direito de confiar no sistema de controlo de qualidade da firma para satisfazer as suas responsabilidades com
11/22
respeito a procedimentos de controlo de qualidade aplicáveis ao trabalho individual, salvo se informação
proporcionada pela firma ou outras partes sugerir o contrário.
Cepticismo Profissional (Ref: Pará. 15)
A18. O cepticismo profissional inclui estar alerta para, por exemplo:
• Prova de auditoria que contradiga outra prova de auditoria obtida.
• Informação que ponha em questão a fiabilidade de documentos e as respostas a indagações a serem
usados como prova de auditoria.
• Condições que indiquem possível fraude.
• Circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de auditoria além dos exigidos pelas ISAs.
A19. É necessário manter cepticismo profissional em toda a auditoria se o auditor quiser, por exemplo, reduzir
os riscos de:
• Deixar passar circunstâncias não usuais.
• Generalizar ao extrair conclusões de observações de auditoria.
• Usar pressupostos não apropriados ao determinar a natureza, tempestividade e extensão dos
procedimentos de auditoria e ao avaliar os respectivos resultados.
A20. O cepticismo profissional é necessário para a avaliação crítica da prova de auditoria. Tal inclui pôr em
dúvida prova de auditoria contraditória e a fiabilidade de documentos e de respostas a indagações e de outras
informações obtidas da gerência e dos encarregados da governação. Também inclui a consideração da suficiência e
apropriação da prova de auditoria obtida à luz das circunstâncias, por exemplo no caso em que existam factores de
fraude e um único documento, de uma natureza que seja susceptível de fraude, seja a única prova de suporte para
uma quantia material de demonstração financeira.
A21. O auditor pode aceitar registos e documentos como genuínos salvo se o auditor tiver razoes para crer o
contrário. Apesar de tudo, exige‐se que o auditor considere a fiabilidade da informação a ser usada como prova de
auditoria.¨ Nos casos de dúvida acerca da fiabilidade da informação ou de indicações de possível fraude (por
exemplo, se condições identificadas durante a auditoria fazem com que o auditor creia que um documento possa
não ser autêntico ou que os termos de um documento possam ter sido falsificados), a ISA exige que o auditor
investigue mais e determine que modificações ou adições aos procedimentos de auditoria são necessárias para
resolver o assunto.¨
A22. Não se espera que o auditor não tenha em atenção a experiência passada da honestidade e integridade
da gerência da entidade e dos encarregados da governação. Apesar de tudo, a crença de que a gerência e os
encarregados da governação são honestos e têm integridade não liberta o auditor da necessidade de manter
cepticismo profissional nem permite que o auditor fique satisfeito com prova de auditoria menos que persuasiva
quando obtiver segurança razoável.
Julgamento Profissional (Ref: Pará. 16)
A23. O julgamento profissional é essencial para a devida conduta de uma auditoria. Isto é porque a
interpretação de requisitos éticos relevantes e as ISAs e as decisões fundamentadas exigidas durante a auditoria
não podem ser feitas sem a aplicação de conhecimentos e experiência relevantes para os factos e circunstâncias. O
julgamento profissional é necessário em particular no que respeita a decisões acerca de:
12/22
• Materialidade e risco de auditoria.
• A natureza, tempestividade, e extensão de procedimentos de auditoria para satisfazer os requisitos das
ISAs e recolher prova de auditoria.
• Avaliar se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente, e se mais necessidades a satisfazer para
atingir os objectivos das ISAs e por esse meio, os objectivos gerais do auditor.
• A avaliação dos julgamentos do auditor na aplicação de estrutura conceptual de relato financeiro
aplicável.
• A retirada de conclusões baseadas na prova de auditoria obtida, por exemplo, avaliar a razoabilidade das
estimativas feitas pela gerência na preparação das demonstrações financeiras.
A24. A característica distinta do julgamento profissional que se espera de um auditor é que este é exercido por
um auditor, cujo estágio, conhecimentos e experiência contribuíram para desenvolver as competências
necessárias para chegar a julgamentos razoáveis.
A25. O exercício de julgamento profissional em qualquer caso particular baseia‐se nos factos e circunstâncias
que sejam conhecidos do auditor. As consultas sobre matérias difíceis ou contenciosas no decurso da auditoria,
não só dentro da equipa de trabalho mas também entre a equipa de trabalho e outros ao nível apropriado dentro
ou fora da firma, tal como o exigido pela ISA 220¨, ajudam o auditor a fazer julgamentos fundamentados e
razoáveis.
A26. O julgamento profissional pode ser avaliado com base sobre se o julgamento atingido reflecte uma
aplicação competente de princípios de auditoria e de contabilidade e é apropriado à luz dos factos e circunstâncias
que eram conhecidos do auditor à data do relatório do auditor, e consistente com os mesmos.
A27. O julgamento profissional necessita ser exercido ao longo da auditoria. Também necessita ser
apropriadamente documentado. A este respeito, exige‐se que o auditor prepare documentação de auditoria
suficiente para habilitar um auditor experiente, que não tenha prévia ligação com a auditoria, compreenda os
julgamentos profissionais significativos feitos para atingir as conclusões sobre matérias significativas que
decorreram durante a auditoria.¨ O julgamento profissional não deve ser usado como justificação para as decisões
que não sejam suportadas de forma diferente pelos factos e circunstâncias do trabalho ou prova de auditoria
apropriada suficiente.
Prova de Auditoria Apropriada Suficiente e Risco de Auditoria (Ref: Pará. 5 e 17)
Suficiência e Apropriação da Prova de Auditoria
A28. A prova de auditoria é necessária para suportar a opinião e relatório do auditor. É por natureza
acumulativa e é principalmente obtida a partir de procedimentos de auditoria executados no decurso da auditoria.
Pode, contudo, incluir também informação obtida de outras fontes tais como auditorias anteriores (contanto que
o auditor tenha determinado se ocorreram alterações desde a anterior auditoria que possam afectar a sua
relevância para a auditoria corrente)¨ ou os procedimentos de controlo de qualidade de uma firma para a
aceitação e continuação de clientes. Além de outras fontes dentro e fora da entidade, os registos contabilísticos da
entidade são uma fonte importante de prova de auditoria. Também, a informação que pode se usada como prova
de auditoria pode ter sido preparada por um perito empregado ou contratado pela entidade. a prova de auditoria
compreende não só informação que suporta e corrobora as asserções da gerência, mas também qualquer
informação que contradiga tais asserções. Além disso, em alguns casos, a falta de informação (por exemplo, a
recusa da gerência de proporcionar uma declaração pedida) é usada pelo auditor, e por isso, também constitui
prova de auditoria. A maior parte do trabalho do auditor na formação da opinião do auditor consiste em obter e
avaliar prova de auditoria.
13/22
A29. A suficiência e apropriação da prova de auditoria estão inter‐relacionadas. Suficiência é a medida da
quantidade de prova de auditoria. A quantidade de prova de auditoria necessária é afectada pela avaliação do
auditor dos riscos de distorção (quanto mais altos os riscos avaliados, mais prova de auditoria é provavelmente
exigida) e também a qualidade de tal prova de auditoria (quanto mais alta qualidade, menos pode ser necessária).
A obtenção de mais prova de auditoria pode, contudo, não compensar a sua pobre qualidade.
A30. A apropriação é a medida da qualidade da prova de auditoria; isto é, a sua relevância e a sua fiabilidade
em proporcionar suporte para as conclusões em que se baseia a opinião do auditor. A fiabilidade da prova é
influenciada pela sua fonte e pela sua natureza, e é dependente das circunstâncias individuais segundo as quais é
obtida.
A31. Se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente para reduzir o risco de auditoria a um nível
aceitavelmente baixo, e por isso habilitar o auditor a tirar conclusões sobre as quais baseia a opinião do auditor, é
uma matéria de julgamento profissional. A ISA 500 e outras ISAs relevantes estabelecem requisitos adicionais e
proporcionam mais orientação aplicável em toda a auditoria com respeito às considerações do auditor na
obtenção de prova de auditoria apropriada suficiente.
Risco de Auditoria
A32. O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção material e do risco de detecção. A avaliação dos
riscos é baseada em procedimentos de auditoria para obter a informação necessária para essa finalidade e de
prova obtida ao longo da auditoria. A avaliação dos riscos é uma matéria de julgamento profissional, e não uma
matéria capaz de mensuração precisa.
A33. Para as finalidades das ISAs, o risco de auditoria não inclui o risco de o auditor poder expressar uma
opinião de que as demonstrações financeiras estão materialmente distorcidas quando não estão. O risco é
geralmente insignificante. Ainda, o risco de auditoria é um termo técnico relativo ao processo de auditoria; não se
refere aos riscos de negócio do auditor tais como perda proveniente de litígio, publicidade adversa, ou outros
acontecimentos que surjam em ligação com a auditoria de demonstrações financeiras.
Riscos de Distorção Material
A34. Os riscos de distorção material podem existir a dois níveis:
• O nível de demonstração financeira global; e
• O nível de asserção para classes de transacções, saldos de conta, e divulgações.
A35. Os riscos de distorção material ao nível de demonstração financeira global referem‐se aos riscos de
distorção material que se relacionam profundamente com as demonstrações financeiras como um todo e afectam
potencialmente muitas asserções.
A36. Os riscos de distorção material ao nível de asserção são avaliados a fim de determinar a natureza,
oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria adicionais necessários para obter prova de auditoria
apropriada suficiente. Esta prova habilita o auditor a expressar uma opinião sobre as demonstrações financeiras a
um nível de risco de auditoria aceitavelmente baixo. Os auditores usam variadas abordagens para dar
cumprimento ao objectivo de avaliar os riscos de distorção material. Por exemplo, o auditor pode fazer uso de um
modelo que expresse o relacionamento geral dos componentes do riscos de auditoria em termos matemáticos
para chegar a um nível aceitável de risco de detecção. Alguns auditores acham tal modelo útil quando planeiam
procedimentos de auditoria.
14/22
A37. Os riscos de distorção material ao nível de asserção consistem de dois componentes: risco inerente e risco
de controlo. O risco inerente e o risco de controlo são os riscos da entidade; eles existem independentemente do
risco de auditoria das demonstrações financeiras.
A38. O risco inerente é mais elevado para algumas asserções e respectivas classes de transacções, saldos de
conta, e divulgações do que para outras. Por exemplo, pode ser mais elevado para cálculos complexos ou para
contas que consistam de quantias derivadas de estimativas contabilísticas que estejam sujeitas a incerteza de
estimação significativa. As circunstâncias externas que dão origem a riscos de negócio podem também influenciar
o risco inerente. Por exemplo, desenvolvimentos tecnológicos podem tornar um dado produto obsoleto, causando
por isso que os inventários fiquem mais susceptíveis de sobrevalorização. Os factores da entidade e do seu
ambiente que se relacionam com várias ou todas as classes de transacções, saldos de contas ou divulgações
podem também influenciar o risco inerente relativo a uma asserção específica. Tais factores podem incluir, por
exemplo, uma falta de fundo de maneio suficiente para continuar as operações ou um sector em declínio
caracterizado por um grande número de falências de negócios.
A39. O risco de controlo é uma função da eficácia da concepção, implementação e manutenção do controlo
interno pela gerência para tratar riscos identificados que ameacem a consecução dos objectivos da entidade
relevantes para a preparação das demonstrações financeiras da entidade. Porém, o controlo interno, não importa
se bem ou mal concebido e operado, só pode reduzir, mas não eliminar, os riscos de distorção material, devido às
limitações inerentes do controlo interno. Estas incluem, por exemplo, a possibilidade de erros ou falhas humanas,
ou de os controlos serem ultrapassados por conluio ou derrogação não apropriada da gerência.
Consequentemente, existirá sempre algum risco de controlo. As ISAs proporcionam as condições pelas quais se
exige que o auditor teste, ou possa escolher testar, a eficácia operacional dos controlos na determinação da
natureza, tempestividade e extensão dos procedimentos substantivos a serem executados.¨
A40. As ISAs não referem geralmente o risco inerente e o risco de controlo separadamente, mas em vez disso
uma avaliação combinada dos “riscos de distorção material”. Porém, o auditor pode fazer avaliações separadas ou
combinadas do risco inerente e de controlo dependendo das técnicas ou metodologias de auditoria preferidas e de
considerações práticas. A avaliação dos riscos de distorção material pode ser expressa em termos quantitativos, tal
como em percentagens, ou em termos não quantitativos. Em qualquer caso, a necessidade de o auditor fazer
avaliações apropriadas do risco é mais importante do que as diferentes abordagens pelas quais podem ser feitas.
A41. A ISA 315 estabelece os requisitos e proporciona orientação na identificação e avaliação dos riscos de
distorção material aos níveis de demonstração financeira e de asserção.
Risco de Detecção
A42. Para um dado nível de risco de auditoria, o nível aceitável de risco de detecção tem um relacionamento
inverso com os riscos avaliados de distorção material ao nível de asserção. Por exemplo, quanto maiores os riscos
de distorção material que o auditor crê que existam, tanto menos se pode esperar do risco de detecção e,
consequentemente, tanto mais persuasiva a prova de auditoria exigida pelo auditor.
A43. O risco de detecção relaciona‐se com a natureza, tempestividade e extensão dos procedimentos do
auditor que sejam determinados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo. É
portanto função da eficácia de um procedimento de auditoria e da sua aplicação pelo auditor. Matérias tais como:
• planeamento adequado;
• correcta atribuição de pessoal à equipa de trabalho;
• a aplicação de cepticismo profissional; e
• supervisão e revisão do trabalho de auditoria executado,
15/22
ajudam a aumentar a eficácia de um procedimento de auditoria e a reduzir a possibilidade de um auditor poder
seleccionar um procedimento de auditoria não apropriado, aplicar mal um procedimento de auditoria apropriado,
ou interpretar mal só resultados da auditoria.
A44. A ISA 300¨ e a ISA 330 estabelecem requisitos e proporcionam orientação no planeamento de uma
auditoria de demonstrações financeiras e as respostas do auditor aos riscos avaliados. O risco de detecção,
contudo, só pode ser reduzido, não eliminado, por causa das limitações inerentes de uma auditoria.
Consequentemente, existirá sempre algum risco de detecção.
Limitações Inerentes de uma Auditoria
A45. Não se espera que o auditor reduza, e não possa, o risco de detecção a zero e não possa por isso obter
segurança absoluta de que as demonstrações financeiras estão isentas de distorção material devido a fraude ou a
erro. Tal é porque existem limitações inerentes de uma auditoria, que resultam que a maior parte da prova de
auditoria sobre a qual o auditor tira conclusões e baseia a opinião do auditor é mais persuasiva que conclusiva. As
limitações inerentes de uma auditoria provêm de:
• A natureza do relato financeiro;
• A natureza dos procedimentos de auditoria; e
• A necessidade de a auditoria ser conduzida dentro de um período razoável de tempo e a um custo
razoável.
A Natureza do Relato Financeiro
A46. A preparação de demonstrações financeiras envolve julgamento da gerência na aplicação dos requisitos
da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável pela entidade aos factos e circunstâncias da entidade. Além
disso, muitos itens de demonstração financeira envolvem decisões ou avaliações subjectivas ou um grau de
incerteza, e existe uma variedade de interpretações ou julgamentos aceitáveis que podem ser feitos.
Consequentemente, alguns itens de demonstração financeira estão sujeitos a um nível inerente de variabilidade
que não pode ser eliminado pela aplicação de procedimentos de auditoria adicionais. Por exemplo, tal é muitas
vezes o caso no que respeita a determinadas estimativas contabilísticas. Apesar de tudo, as ISAs exigem que o
auditor dê consideração específica quanto a se as estimativas contabilísticas são razoáveis no contexto da
estrutura conceptual de relato financeiro aplicável e respectivas divulgações, e aos aspectos qualitativos das
práticas contabilísticas da entidade, incluindo indicadores de possíveis preconceitos nos julgamentos da gerência.¨
A Natureza dos Procedimentos de Auditoria
A47. Existem limitações práticas e legais na capacidade do auditor obter prova de auditoria. Por exemplo:
• Existe a possibilidade de a gerência ou outros não proporcionarem, intencionalmente ou não, a
informação completa que seja relevante para a preparação das demonstrações financeiras ou que tenha sido
pedida pelo auditor. Consequentemente, o auditor não pode estar certo da plenitude da informação, mesmo que
o auditor tenha executado procedimentos de auditoria para obter segurança de que foi obtida toda a informação
relevante.
16/22
• Uma auditoria não é uma investigação oficial sobre alegadas malfeitorias. Consequentemente, não se dá
ao auditor específicos poderes legais, tal como o poder de busca, que pode ser necessário para tal investigação.
Oportunidade do Relato Financeiro e o Equilíbrio entre Beneficio e Custo
A48. A matéria de dificuldade, tempo ou custo envolvidos não é por si mesmo uma base válida para o auditor
omitir um procedimento de auditoria relativamente ao qual não existe alternativa ou que seja satisfeito com prova
de auditoria que seja menos que persuasiva. O planeamento apropriado ajuda a tornar suficientes tempos e
recursos disponíveis para a condução da auditoria. Não obstante tal, a relevância da informação, e por esta via o
seu valor, tende a diminuir ao longo do tempo, e existe um equilíbrio a ser procurado entre a fiabilidade da
informação e o seu custo. Tal é reconhecido em determinadas estruturas conceptuais de relato financeiro (ver, por
exemplo, a “Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação de Demonstrações Financeiras” do IASB). Por
isso, existe uma expectativa dos utentes das demonstrações financeiras que o auditor formará uma opinião sobre
as demonstrações financeiras dentro de um período razoável de tempo e a um custo razoável, reconhecendo que
é impraticável tratar toda a informação que possa existir ou atacar todas as matérias exaustivamente no
pressuposto de que informação está errada ou é fraudulenta até prova em contrário.
A49. Consequentemente, é necessário que o auditor:
• Planeie a auditoria de forma que ela seja executada de uma maneira eficaz;
• Dirija o seu esforço para áreas que contenham os mais esperados riscos de distorção material, quer
devido quer a erro ou a fraude, com correspondentemente menos esforço dirigido para outras áreas; e
• Use testes e outros meios de examinar populações quanto a distorções.
A50. À luz das abordagens descritas no parágrafo A49, as ISAs contêm requisitos para o planeamento e
desempenho da auditoria e esigem que o auditor, entre outras coisas:
• Tenha uma base para a identificação e avaliação dos riscos de distorção material aos níveis de
demonstração financeira e de asserção executando procedimentos de avaliação do risco e respectivas
actividades;¨ e
• Use testes e outros meios de examinar a população de uma maneira que proporcione uma base razoável
para o auditor extrair conclusões acerca da população.¨
Outras Matérias que Afectam as Limitações Inerentes de uma Auditoria
A51. No caso de determinadas asserções ou de assuntos em causa, os potenciais efeitos das limitações
inerentes na capacidade do auditor detectar distorções materiais são particularmente significativas. Tais asserções
ou assuntos incluem:
• Fraude, particularmente a fraude que envolva a gerência sénior ou conluio. Ver ISAS 240 para debate
adicional.
• A existência e plenitude de relacionamentos e de transacções com partes relacionadas. Ver ISA 550¨ para
debate adicional.
• A ocorrência de incumprimentos de leis e regulamentos. Ver ISA 250 (Refeita)¨ para debate adicional.
• Acontecimentos ou condições futuras que façam com que uma entidade deixe de ser uma continuidade.
Ver ISA 570¨ para debate adicional.
17/22
As ISAs relevantes identificam procedimentos de auditoria específicos para ajudar ou mitigar o efeito das
limitações inerentes.
A52. Devido às limitações inerentes de uma auditoria, existe um risco inevitável de que algumas distorções
materiais das demonstrações possam não ser detectadas, mesmo que a auditoria seja devidamente planeada e
executada de açodo com as ISAs. Consequentemente, a descoberta subsequente de uma distorção material das
demonstrações financeiras que resulte de fraude ou de erro não indicia por si um fracasso na condução de uma
auditoria de açodo com as ISAs. Porém, as limitações inerentes de uma auditoria não são uma justificação para o
auditor ficar satisfeito com prova de auditoria menos que persuasiva. Se um auditor executou uma auditoria de
acordo com as ISAs é determinado pelos procedimentos de auditoria executados nas circunstâncias, a suficiência e
apropriação da prova de auditoria obtida em consequência dos mesmos e a adequação do relatório do auditor
baseado numa avaliação dessa prova à luz dos objectivos gerais do auditor.
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISAs
Natureza das ISAs (Ref: Pará.18)
A53. As ISAs, tomadas em conjunto, proporcionam as normas para o trabalho do auditor ao preencherem os
objectivos gerais do auditor. As ISAs tratam das responsabilidades gerais do auditor, bem como as considerações
adicionais do auditor relevantes para a aplicação dessas responsabilidades a tópicos específicos.
A54. O âmbito, data de eficácia e qualquer limitação específica da aplicabilidade de uma ISA específica estão
bem claros na ISA. Salvo disposto em contrário na ISA, permite‐se que o auditor aplique uma ISA antes da data
nela especificada.
A55. Ao executar uma auditoria, pode ser exigido ao auditor que cumpra requisitos legais ou regulamentares
além dos da ISA. As ISAs não derrogam leis e regulamentos que regem uma auditoria de demonstrações
financeiras. No caso de essas leis e regulamentos diferirem das ISAs, uma auditoria conduzida apenas de acordo
com leis ou regulamentos não cumprirá automaticamente as ISAs.
A56. O auditor pode também conduzir a auditoria de acordo não só com as ISAs como com as normas de
auditoria de uma jurisdição ou país específicos. Em tais casos, além de cumprir com cada uma das ISAs relevantes
para a auditoria, pode ser necessário que o auditor execute procedimentos de auditoria adicionais a fim de
cumprir com as normas relevantes dessa jurisdição ou desse país.
Considerações Específicas a Auditorias no Sector Público
A57. As ISAs são relevantes para trabalhos do sector público. As responsabilidades do auditor do sector público
podem, porém, ser afectadas pelo mandato de auditoria, ou por obrigações das entidades do sector público
decorrentes de lei, regulamento, ou de outra autoridade (tal como directivas ministeriais, requisitos da política
governamental, ou resoluções da legislatura), que podem abranger um âmbito mais basto que uma auditoria de
demonstrações financeiras de acordo coma s ISAs. Estas responsabilidades adicionais não são tratadas nas ISAs.
Elas podem ser tratadas nas tomadas de posição da International Organization of Supreme Audit Institutions ou de
normalizadores nacionais, ou em orientação desenvolvida por agências governamentais de auditoria.
Conteúdo das ISAs (Ref: Pará. 19)
A58. Além dos objectivos e requisitos (os requisitos são expressos nas ISAs usando “deve”), uma ISA contém
orientação relacionada na forma de aplicação e de outro material explicativo. Pode também conter material
introdutório que proporciona contexto relevante para a devida compreensão da ISA, e definições. Todo o texto da
ISA é, por isso, relevante para a compreensão dos objectivos expostos numa ISA e a devida aplicação dos
requisitos de uma ISA.
18/22
A59. Quando necessário, a aplicação e outro material explicativo proporciona explicação adicional dos
requisitos de uma ISA e orientação para os levar a efeito. Em particular, podem:
• Explicar mais precisamente o que um requisito significa ou se destina a cobrir.
• Incluir exemplos de procedimentos que podem ser apropriados nas circunstâncias.
Embora tal orientação não imponha em si um requisito, é relevante para a devida aplicação dos requisitos de uma
ISA. A aplicação e outro material explicativo pode também proporcionar informação de suporte em matérias
tratadas numa ISA,
A60. Os apêndices fazem parte da aplicação e de outro material explicativo. A finalidade e o uso pretendido de
um apêndice são explicados no corpo da respectiva ISA ou dentro do título e introdução do próprio apêndice.
A61. O material introdutório pode incluir, conforme necessário, matérias tais como explicações sobre:
• A finalidade e âmbito da ISA, incluindo como a ISA se relaciona com outras ISAs.
• O assunto em causa da ISA.
• As respectivas responsabilidades do auditor e de outros em relação ao assunto em causa da ISA.
• O contexto em que a ISA é criada.
A62. Uma ISA pode incluir, numa secção separada sob o título “Definições”, uma descrição dos significados
atribuídos a determinados termos para fins das ISAs. Estas são dadas para ajudar na aplicação e interpretação
consistente das ISAs e não se destinam a derrogar definições que possam ser estabelecidas para outras finalidade,
que na lei, na regulamentação ou de forma diferente. Salvo indicado em contrário, esses termos transmitem os
mesmos significados em todas as ISAs. O Glossário de Termos relativos às Normas Internacionais emitidas pelo
International Auditing and Assurance Standards Board no Manual de Tomadas de Posição de Auditoria, Garantia
de Fiabilidade e Ética publicado pela IFAC contém uma lista completa de termos definidos nas ISAs. Também inclui
descrições de outros termos encontrados nas ISAs para ajudar na interpretação e tradução comuns e consistentes.
A63. Sempre que apropriado, são incluídas considerações adicionais específicas de auditorias de pequenas
entidades dentro da aplicação e material explicativo de uma ISA. Estas considerações adicionais ajudam na
aplicação dos requisitos da ISA na auditoria de tais entidades. Não limitam ou reduzem, porém, a responsabilidade
do auditor em aplicar e cumprir os requisitos das ISAs.
Considerações Específicas a Entidades Mais Pequenas
A64. Para fins de especificar considerações adicionais a auditorias de entidades mais pequenas, uma “pequena
entidade” refere‐se a uma enidade que tipicamente possui características qualitativas tais como:
(a) Concentração da propriedade e gerência num pequeno número de indivíduos (muitas vezes um indivíduo
único – seja uma pessoa natural seja uma outra empresa que possui a entidade contanto que o proprietário exiba
as características qualitativas relevantes); e
(b) Uma ou mais das seguintes:
(i) Transacções lineares ou não complicadas;
(ii) Escrituração simples;
(iii) Poucas linhas de negócios e poucos produtos dentro das linhas de negócios;
19/22
(iv) Poucos controlos internos;
(v) Poucos níveis de gerência com responsabilidade por uma vasta gama de controlos; ou
(vi) Pouco pessoal, muitos tendo uma vasta variedade de deveres.
Estas características qualitativas não são exaustivas, elas não são exclusivas das pequenas entidades, e as
pequenas entidades não apresentam necessariamente todas estas características.
A65. As considerações específicas a pequenas entidades incluídas nas ISAs foram principalmente desenvolvidas
tendo em mente as entidades não cotadas. Porém, algumas das considerações podem ser úteis nas auditorias de
entidades cotadas mais pequenas.
A66. As ISAs referem‐se ao proprietário de uma entidade mais pequena que esteja envolvido na gerência da
entidade numa base diária como o “proprietário‐gerente”.
Objectivos Expostos nas ISAs Individuais (Ref: Pará. 21)
A67. Cada ISA contém um ou mais objectivos que proporcionam uma ligação entre os requisitos e os objectivos
gerais do auditor. Os objectivos de uma ISA individual servem para focar o auditor no desfecho desejado da ISA,
embora sendo suficientemente específica para ajudar o auditor a:
• Compreender o que necessita de ser cumprido e, quando necessário, oa meios apropriados de o fazer; e
• Decidir sobre devem ser postas mais necessidades para as atingir nas circunstâncias particulares da
auditoria.
A68. Os objectivos devem ser entendidos no contexto dos objectivos gerais do auditor expostos no parágrafo
11 desta ISA. Como com os objectivos gerais do auditor, a capacidade de atingir um objectivo individual está
igualmente sujeita às limitações inerentes de uma auditoria.
A69. Ao usar os objectivos, exige‐se que o auditor tenha em atenção os inter‐relacionamentos entre as ISAs.
Isto éassim porque como indicado no parágrafo A53, a ISA trata em alguns casos responsabilidades gerais e em
outros a aplicação dessas responsabilidades a tópicos específicos. Por exemplo, esta ISA exige que o auditor
adopte uma atitude de cepticismo profissional; tal énecessário em todos os aspectos de planeamento e de
execução de uma auditoria mas não é repetido como um requisito de cada ISA. A um nível mais pormenorizado, a
ISA 315 e a ISA 330 contêm, entre outras coisas, objectivos e requisitos que tratam das responsabilidades do
auditor em identificar e avaliar os riscos de distorção material e conceber e executar procedimentos de auditoria
adicionais para responder a esses riscos avaliados, respectivamente; estes objectivos e requisitos aplicam‐se em
toda a auditoria. Uma ISA que trate de aspectos específicos da auditoria (por exemplo, ISA 540 pode expandir na
forma como os objectivos e requisitos de ISAs tais como a ISA 351 e ISA 330 devem ser aplicados em relação ao
assunto da ISA mas não os repete. Assim, ao atingir o objectivo exposto na ISA 540, o auditor tem em atenção os
objectivos e requisitos de outras ISAs relevantes.
Uso de Objectivos para Determinar a Necessidade de Procedimentos Adicionais de Auditoria (Ref: Pará. 21(a))
A70. Os requisitos das ISAs são concebidos para habilitar o auditor a atingir os objectivos especificados nas
ISAs, e por conseguinte os objectivos gerais do auditor. Espera‐se por isso que a devida aplicação dos requisitos
das ISAs pelo auditor proporcione uma base suficiente para a consecução dos objectivos do auditor. Porém, devido
às circunstâncias dos trabalhos de auditoria variarem largamente e todas as circunstâncias não poderem ser
antecipadas nas ISAs, o auditor é responsável por determinar os procedimentos de auditoria necessários para
preencher os requisitos das ISAs e atingir os objectivos. Nas circunstâncias de um trabalho, podem existir matérias
20/22
particulares que exijam que o auditor execute procedimentos de auditoria além dos exigidos pelas ISAs para
satisfazer os objectivos especificados nas ISAs.
Uso de Objectivos para Avaliar Se Foi Obtida Prova de Auditoria Apropriada Suficiente (Ref: Pará. 21(b))
A71. Exige‐se que o auditor use os objectivos para avaliar se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente
no contexto dos objectivos gerais do auditor. Se em consequência o auditor concluir que a prova de auditoria não
é suficiente e apropriada, então o auditor pode seguir uma ou mais das seguintes abordagens para cumprir o
requisito do parágrafo 21(b):
• Avaliar se foi obtida, ou se será, prova de auditoria relevante adicional em consequência de cumprir
outras ISAs;
• Aumentar o trabalho executado na aplicação de um ou mais requisitos;
• Executar outros procedimentos que o auditor julgue necessários nas circunstâncias.
Quando se espere que nada do atrás referido seja prático ou possível nas circunstâncias, o auditor não será capaz
de obter prova de auditoria apropriada suficiente e é exigido pelas IASs que determine o efeito no relatório do
auditor ou na capacidade do auditor concluir o trabalho.
Cumprimento dos Requisitos Relevantes
Requisitos Relevantes (Ref: Pará.22)
A72. Em alguns casos, uma ISA (e portanto todos os seus requisitos) pode não ser relevante nas circunstâncias.
Por exemplo, se uma entidade não tem uma função de auditoria interna, nada na ISA 610¨ é relevante.
A73. Dentro de uma ISA relevante, podem existir requisitos condicionais. Tal requisito é relevante quando as
circunstâncias visionadas no requisito se aplicam e a condição existe. Em geral, o condicionalismo de um requisito
será explícito ou implícito, por exemplo:
• O requisito para modificar a opinião do auditor se existir uma limitação de âmbito¨ representa um
requisito condicional explícito.
• O requisito de comunicar deficiências significativas no controlo interno identificadas durante a auditoria
aos encarregados da governação,¨ que depende da existência de tais deficiências significativas identificadas; e o
requisito de obter prova de auditoria apropriada suficiente respeitante à apresentação e divulgação de informação
por segmentos de acordo com a estrutura conceptual de relato financeiro aplicável¨, que depende dessa estrutura
conceptual de relato exigir ou permitir tal divulgação, representam requisitos condicionais implícitos.
Em alguns casos, um requisito pode ser expresso como sendo condicional em lei ou regulamento aplicável. Por
exemplo, pode ser pedido ao auditor que se retire do trabalho de auditoria, quando a retirada é possível segundo
lei ou regulamento aplicável, ou pode ser pedidos ao auditor que faça algo, salvo proibido por lei ou regulamento.
Dependendo das circunstâncias,, a permissão ou proibição legal ou regulamentar podem ser explicitas ou
implícitas.
Afastamento de um Requisito (Ref: Pará. 23)
A74. A ISA 230) estabelece os requisitos de documentação nas circunstâncias excepcionais em que o auditor se
afasta de um requisito relevante.¨ As ISAs não pedem o cumprimento de um requisito que não seja relevante nas
circunstâncias da auditoria.
Fracasso em Atingir um Objectivo (Ref: Pará 24)
21/22
A75. Se um objectivo foi atingido ou não é uma matéria para o julgamento profissional do auditor. Esse
julgamento toma em conta os resultados dos procedimentos de auditoria executados no cumprimento dos
requisitos das ISAs, e a avaliação do auditor sobre se foi obtida prova de auditoria apropriada suficiente e sobre
mais necessidades a serem satisfeitas nas circunstâncias particulares da auditoria para atingir os objectivos
expostos nas ISAs. Consequentemente, as circunstâncias que podem dar origem a um fracasso para atingir um
objectivo incluem aquelas que:
• Fazem com que o auditor deixe de cumprir os requisitos relevantes de uma ISA.
• Resultam em não ser praticável ou possível para o auditor levar a efeito os procedimentos de auditoria
adicionais ou obter mais prova de auditoria como determinado a partir do uso dos objectivos de acordo com o
parágrafo 21, por exemplo devido a uma limitação na prova de auditoria disponível.
A76. A documentação de auditoria que satisfaça os requisitos da ISA 230 e os requisitos específicos de
documentação de outras ISAs relevantes proporciona prova da base de um auditor para uma conclusão acerca da
consecução dos objectivos gerais do auditor. Embora não seja necessário que um auditor documente
separadamente (como numa lista de verificações, por exemplo) que os objectivos individuais foram atingidos, a
documentação de um fracasso em atingir um objectivo ajuda a avaliação pelo auditor sobre se tal fracasso fez com
que o auditor não atingisse os objectivos gerais do auditor.
22/22