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O problema da teoria
A ação ganha novos contornos, não mais compreendida como resíduo das
coletividades como pressupõe as correntes objetivistas, e sim como elemento central na
significação do mundo, portanto, a sociedade é apreendida tal qual uma malha de
intersubjetividade, resultante das ações orientadas de um agente para outro, e constroem
significado ao passo que outros agentes comungam do mesmo mundo social no qual as
ações se desenvolvem.
Herança Filosófica
Possuindo uma forte vinculação com a filosofia da ciência o autor constrói uma
ancoragem na filosofia de Bachelard, no diálogo contínuo com a filosofia Kantiana, por
meio das razões práticas, do habitus e da ação racional e inventiva dos sujeitos
promovendo a “ruptura com o dualismo kantiano, expresso na contraposição de
tendências irredutíveis entre si, como as de fenômeno e númeno, necessidade e
liberdade (BOURDIEU, 2001, p. 24-25), e no pensamento de Cassirer, sendo este
tributários no que concerne em sua obra à filosofia das formas simbólicas, quanto a
concepção relacional do conhecimento, à filosofia de Husserl e Merleau-Ponty;
trinômio ao qual alia ao modelo estruturalista de Lévi-Strauss. Suas conexões se
estendem ao marxismo e o diálogo intelectual com seus contemporâneos, como
Althusser, Habermas e Foucault, além dos clássicos já citados como: Kant, Cassirer e
Bachelard, no estabelecimento destes links, buscou construir um diálogo com estes e
diversos outros filósofos, se apropriando dos seus conceitos, seja como fundamentação
para suas teorizações, seja como núcleo para uma crítica reflexiva.
Sintetizando, por meio de uma exercício reflexivo grande parte de seus conceitos
e teoria, acerca da essência social do comportamento humano. De acordo com Bourdieu
(1996, p.9), tal exercício só foi exequível em sua prática por meio da busca por
“demonstrar perante plateias estrangeiras a validade universal de modelos construídos a
partir do caso específico da França”, para tal é fundamental na sua concepção, a
reflexão acerca de uma filosofia da ciência, uma filosofia relacional, que, no caso da
sociologia, não é praticada em decorrência da primazia destinada às realidades
substanciais (grupos e indivíduos), que as relações objetivas estabelecidas entre estas
realidades.
Referências Bibliográficas
Bourdieu, Pierre, Razões Práticas Sobre a Teoria da Ação, Trad. Mariza Corrêa.
Campinas - São Paulo, Papirus Editora, 1996.
Kant, Immanuel, Crítica da Razão Prática. São Paulo: Icone, 2005. (Coleção
Fundamentos do Direito).