C.3) As pessoas com doenças que comprometem a vida devem
tornar-se membros só depois de curadas (2) Interlocutor: Uma mulher de 34 anos de idade tornou-se membro em fevereiro de 1951 e está dedicando na Obra Divina. Desde o dia 2 do mês passado, começou a purificar e fica a maior parte do tempo acamada. Está vomitando algo parecido com gosma. Há caroços duros na parte superior do seio, no plexo solar e debaixo do braço; os maiores são do tamanho da ponta do dedo, e os menores, do tamanho de um grão de areia. Meishu Sama: Se apertar, dói? Interlocutor: Não dói muito. Meishu Sama: Tem febre? Interlocutor: Não tem. De vez em quando a temperatura chega a 38 ou 39 graus. Quanto à comida, tem se alimentado apenas da metade de uma tigela de arroz e seu físico está enfraquecido. Tenho ministrado Johrei de duas a três vezes por dia, mas não há nenhuma mudança. Logo após ter se tornado membro, manifestou-se o deus dragão. Seu irmão de 32 anos é o primogênito e membro, mas os pais ainda não. Eles não são fortemente contra, mas também não querem se converter. A pedido da doente, conversei com seus pais, mas estes ainda não entenderam. Será que há alguma relação entre o deus dragão e a purificação atual? Como devo proceder daqui para frente? Meishu Sama: Que quantidade de remédios ingeriu? Interlocutor: Bastante. Ela não tem usado remédios novos, como a estreptomicina, mas injetou 75 ampolas de "salvarsan" e, no mais, tem usado glicose e vitaminas. Meishu Sama: Você disse "no mais", mas isso é que faz mal. Talvez você ache que não seja nada, mas, por exemplo, a glicose é prejudicial. Este já é um caso perdido. Ela teve alguma melhora? Interlocutor: Parece que teve certa melhora. Meishu Sama: É difícil. Parece que está esperando a minha orientação, portanto, a resposta é a seguinte: Os pais devem tornarse membros só depois que a filha sarar. Antes disso, não devem fazê-lo. O fato de fazer ingressar na Fé para depois obter a cura não está de acordo com o princípio. O correto é entrar para a Igreja só depois de ter sarado. Você conhece essa lógica, não é? Está escrito nos meus livros antigos. Também tenho ensinado que as pessoas que têm doenças que comprometem a vida, devem ingressar na Fé só depois de sarar. Quem tem doenças como a nevralgia, que não compromete a vida, pode tornar-se membro antes de sarar. Quem tem moléstia que põe a vida em risco, deve entrar para a Fé depois de curar-se completamente, a ponto de não correr mais perigo de vida. Essa é a norma. Por isso, como essa senhora ainda está indecisa e tem medo de morrer, o fato de desejar que o pai dela ingresse na Fé numa situação assim, está errado. Portanto, é melhor que não o faça. Caso contrário, pode tornar-se alvo de difamação como: "Disseram que, se eu me tornasse membro, a doença sararia, por isso ingressei na Fé, mas ela acabou morrendo. A Igreja Messiânica Mundial é irresponsável." De modo, só dará trabalho e o resultado será ruim. Por isso, devem fazer como eu disse agora. Curar através da fé não é correto. A fé não se assemelha a um aparelho terapêutico. "Sinto-me grata por ter sarado, por ter ficado tão forte assim. Por isso, quero também ajudar as pessoas que estão em dificuldades, e por esse motivo, gostaria de entrar para a Fé a fim de receber forças" - essa é a ordem correta. Portanto, se a ordem for alterada, mesmo que entre para a Fé, não será o procedimento correto. E isso está de acordo com a lógica. Portanto, o fato de fazer entrar para a Fé mesmo sem sarar, não está de acordo com a lógica. E também o fato de dizer: "Ingressei na Fé, por isso, cure-me" é algo estranho. Desse modo, está menosprezando Deus. Gossuiji-roku N0 21 (01/06/1953) (R1/8) A RELAÇÃO ENTRE DEUS E EU Desde a Antigüidade, aconteciam freqüentemente de os fundadores de seitas, que se auto-denominavam de deuses encarnados, entrarem em estado de transe a fim de consultarem a Deus ou tomarem conhecimento da Vontade Divina, e ficavam a soliloquiar, ou usavam o método de escrita automática, ou surgiam em suas mentes, etc., que é um método indireto. E é do conhecimento de todos que esse sempre foi o único método de comunicação com Deus. Entretanto, como eu sou uma pessoa completamente diversa, sendo uma existência inédita no mundo, acho que há necessidade de escrever sobre isso, de maneira geral. Também eu tive épocas em que recebia graças através do método de transe com Deus, mas fora somente em casos muito importantes. Houve várias ocorrências interessantes; por exemplo, as vezes que tinha preocupações, ao consultá-Lo, Ele não dizia nada, ficando somente a gargalhar, e então eu interpretava: "Ah, sim, não é para me preocupar". E com o passar dos dias, constatava que era exatamente isso, e então eu também dava gargalhada. Coisas assim aconteciam freqüentemente. E, na época em que eu era membro da seita Oomoto, manifestava-Se, de vez em quando, um deus chamado Kunitokotati-no-Mikoto. Lembro-me que Ele possuía elevada dignidade e inspiração severa. No entanto, quem mais Se manifestava era o Deus Kannon e era quase que ininterrupto. E o que eu sentia nessas ocasiões, é óbvio, era uma harmonia indescritível, e o Seu sentimento transbordante de grande misericórdia. Uma coisa interessante que aconteceu, talvez já tenha escrito antes, mas, certa vez, manifestou-Se um deus chamado Izunome Kinryu. Esse deus-dragão havia habitado durante vários milênios no lago Biwa, à espera do tempo, e finalmente, com a Sua chegada, encostou-Se em mim, pelo innen. Esse deus é dragão de nove cabeças, chefe dos oito grandes reis dragões, que está sendo cultuado popularmente com o nome de ...... Como, pois, ficara durante longo tempo em forma de deusdragão, na primeira vez que ele se manifestou, os seus olhos brilhavam intensamente, a boca, rasgada até os olhos, chifres enormes sobressaídos nos dois lados da testa, e na parte de cima das costas, mais ou menos no meio, entre os ombros, havia uma elevação em forma quadrada; ele soltava rugidos terríveis. Eu fiquei abismado. Nessa época, eu ainda não tinha muito conhecimento espiritual; portanto, não entendia nada do que se passava, mas em breve compreendi que se tratava de deus-dragão, passando ele também a falar. Dissera nessa ocasião: "Como eu fiquei transformado em deus-dragão por muito tempo, não conseguia usar palavras humanas, mas, pela graça, finalmente estou podendo usá-las", alegrando-se muito, e, posteriormente contara muita coisa. Dentre elas, houve várias vezes em que eu ficara surpreso, ao mesmo tempo cheio de alegria, ao ser-me inteirado de muita coisa misteriosa e importante. Como ainda tem muitas coisas, escreverei um dia. O que eu quero contar aqui é sobre a minha pessoa atual. Já tenho contado que aconteceu uma Obra Divina imensamente misteriosa no presídio, na ocasião do incidente em Shizuoka. Deus, que entrou no meu corpo naquela ocasião, é o Supremo e Nobilíssimo Deus ......, e pelo Plano Divino dessa ocasião é que, logo ao sair da prisão, escrevi mil folhas da escrita "Sanka-Ketsujitsu" (despetalar e frutificar) e doei aos principais membros. Desse momento em diante, entretanto, passei a não mais necessitar da consulta a Deus como antes. Isto porque, como o Espírito de Deus encontra-Se dentro do meu corpo, fora eliminada a separação entre Deus e homem que havia anteriormente, entrando em estado de comunhão entre Deus e homem. Isto é Deus e homem ao mesmo tempo, sendo que o que eu faço é feito diretamente por Deus, bastando-se, assim, que eu fizesse a minha vontade. O que eu entendi depois do ocorrido é que o método de consulta a Deus, como escrevi no início, é a maneira tradicional, indireta. Entretanto, eu, que entrei nesse estado, não tenho antecedentes no mundo; desconheço sobre os três grandes Santos, Shaka, Cristo e Maomé, mas acredito que não foram relações tão diretas com Deus, tanto quanto eu, pois isso é inteligível pela observação de inúmeros legados até hoje. Revista Tijyo Tengoku nº 57, 25 de fevereiro de 1954 (R1/11) KANZEON BOSSATSU E EU Todos estão querendo saber sobre a afinidade existente entre Kanzeon Bossatsu e eu, portanto vou expor aqui. Nunca me esqueço, foi no ano 8 da Era Taisho quando iniciei minha fé na religião Oomoto e, devido à certa circunstância, passei 4 a 5 anos afastardo. Depois de 13 anos, após ter retornado à fé, quando se passou mais ou menos meio ano, apareceu uma pessoa dizendo que queria ouvir sobre a religião Oomoto, que na época estava em moda. Em meio à discussão de vários assuntos, essa pessoa (fabricante de mapas) olhando atentamente o meu rosto, perguntou: "Existe alguma relação entre a religião Oomoto e Kannon?" Ao lhe responder “Não, a religião Oomoto é do Xintoísmo e Kannon é do Budismo, por isso não tem nenhuma relação", essa pessoa disse: "Mas, sentado ao seu lado direito, vejo um Kannon de grande porte". Essa pessoa teve uma visão espiritual nesse momento. Vou explicar rapidamente aqui sobre a visão espiritual: Certas pessoas têm percepção espiritual, poder espiritual além dos cinco sentidos. Esse tipo de pessoa consegue ver o espírito do Mundo Espiritual. Subentende-se que essa pessoa também tinha o poder de ver espíritos e por isso viu Kannon. E essa pessoa continuou a falar: "Quando o sr. se levantou para ir ao banheiro, o Deus Kannon o seguiu e, quando o sr. se sentou, o Deus Kannon também Se sentou ao mesmo tempo". E, perguntando detalhes, ele disse: "O Deus Kannon estava com os olhos fechados e o Seu rosto e o Seu corpo eram iguais aos de pinturas e esculturas". Depois disso, ouvi dizer que, quando essa pessoa pensava em ir à minha casa, via, repentinamente diante de seus olhos, o Deus Kannon, e eu também achei muito estranho. Até então eu nunca tinha pensado em seguir a fé Kannon. Mas, como houve esse incidente, eu pensei: “Não há dúvida de que devo ter alguma afinidade com Kannon". Depois disso, aconteceram, seguidamente, diversas coisas estranhas. Certa vez, uma pessoa, membro da religião Oomoto, me disse: “Em cima de sua cabeça vejo um redemoinho; nesse centro está o Deus Kannon e nas costas o sinal da cruz". Não entendi muito bem o significado disso, mas depois recebi uma grande pressão religiosa e caí no mais profundo sofrimento; então, pela primeira vez, entendi que, exatamente igual àquela visão espiritual, eu havia sido colocado no centro do redemoinho e cheguei ao destino de carregar o crucifixo. Depois de passado algum tempo, incorporei divindades por um período de 3 meses. Durante esse período, incorporei diversos deuses e budas, e dentre eles incorporei o Deus Izunomê, que é a forma verdadeira de Kannon e que me ensinou a minha missão. Essa missão é que Kannon, utilizando o meu corpo, fará realizar a grandiosa Obra de Salvação da humanidade e que, há dois mil e seiscentos anos atrás, na época do nascimento de Sakyamuni, eu morei na montanha Hodaraka, Índia, como Kan-Jizai Bossatsu, e preguei o Caminho da Salvação. Revelou-me, assim, diversos tipos de afinidades, as quais são profundamente interessantes e, quando chegar a hora certa, pretendo contar. Agora vou escrever apenas um fato interessante sobre o deus dragão dourado, que é o Espírito Guardião de Kanzeon Bossatsu. Nunca me esqueço, foi em abril de 1929, quando eu devotava uma fé fervorosa na religião Oomoto. Creio que foi no dia 19 de abril, quando se realizou o Culto da Primavera, uma das atividades anuais da religião Oomoto, em Ayabe, Kameoka. No local de nascimento do Líder Espiritual da mesma relígião, Onisaburo Deguti, em Arata Ari, província de Sokabe, realizou-se um Culto no Templo Obata, onde o príncipe real do Imperador Shobu era a celebração divina. Pensando em participar dessa liturgia, aluguei um carro, pois são mais ou menos 8 km de Kameoka, e no instante em que ia sair com uma pessoa chamada Nobutomo Kamimamori, um nome parecido com o de um talismã, chegou a Sra. Watari Shiga, nessa época membro do congresso de Seiyu-Kai, que acabara de chegar do Estado de Saitama e, como pediu que a levasse junto, disse-lhe que chegou bem na hora; assim, entramos no carro e partimos. Nesse momento, me pareceu que o sobrenome Shiga tinha um certo mistério. “Ah, outra denominação do Lago Biwa é Lago Shiga; a denominação Estado de Shiga também tem essa origem”; pensei: “Com o sobrenome acontece o mesmo. Sendo assim, creio que deve haver alguma relação entre o Lago Biwa e o Culto de hoje.” O Mestre Deguti, assim que terminou a liturgia, rapidamente se dirigiu ao Lago Biwa. Nessa época, próximo ao lago, havia um restaurante famoso, o qual esqueci o nome. Ele havia se dirigido a esse restaurante. Sem dúvida que era porque o dono era fiel da religião Oomoto, e mais tarde ouvi dizer que, no dia seguinte, dia 20, o Mestre Deguti, devendo pegar o caminho da volta, escreveu a seguinte palavra, no momento de sua partida: "Uma onda brava e gigantesca subirá ao céu". E como num mistério, no dia 21, em cima do Lago Biwa, aconteceu uma tempestade onde 47 navios pesqueiros afundaram, e por ser um fato raro foi publicado em cada jornal da época. Falando sobre o porquê disso, segundo a Revelação Divina, o Espírito Guardião de Kanzeon Bossatsu, o Deus Dragão Dourado, se encontrava no fundo do mesmo lago durante mais ou menos milhares de anos e, chegando a hora de subir ao céu, o Dragão Vermelho, que estava olhando (consta na Bíblia que Satanás era um Dragão Vermelho) temia a aparição do Dragão Dourado. Ao tomar conhecimento disso, tratou de voar apressadamente para impedir o Dragão Dourado, e no céu acima do lago travaram uma grande luta, mas finalmente o Dragão Vermelhor foi vencido e fugiu para o norte; essa luta se transformou na tempestade. Depois disso, passado um mês, (naquela época a minha residência era em Ota, Tóquio, na época Hakkeien, Omori), mais ou menos ao meio-dia, no céu acima de minha casa ecoou-se uma forte trovoada e, a partir desse momento, o Deus Dragão Dourado passou a ser o meu Espírito Guardião. Depois, passados três anos, na primavera de 1932, o dia e o mês me esqueci, mas, repentinamente, veio à minha procura um jovem desconhecido, membro da religião Oomoto, que disse: "Hoje, dentro da religião Oomoto, por sua causa, está ocorrendo um grande problema. O motivo disso é que você está fabricando os talismãs, de máxima importância dentro da Oomoto, e os está distribuindo aos fiéis, e isso constitui um grande desrespeito a Deus. Um simples membro fazer isso é uma insolência. Não se pode deixar vivo um herético desses, por isso, para o bem da Entidade Oomoto, darei a pena de morte para o rebelde. Se não parar, vou sacrificar um corpo e vou ganhar a sua vida", dizendo isso, tirou do bolso uma pequena faca e a enfincou na esteira. Olhando bem, o seu rosto, até o pescoço, estava tingido de vermelho, o que não se vê numa pessoa comum; nos olhos o sangue corria ofuscantemente. Tive uma intuição. “Ah, o Dragão Vermelho encostou nesse jovem e veio para me derrubar", pensei. Finalmente o Dragão Vermelho, usando o homem, veio decidir a vitória ou derrota em relação ao Dragão Dourado. "Muito bem, será terrível se perder para Satanás”, firmei meu pensamento e recusei terminantemente a proposta dele. Então, a cor de seu rosto mudou num piscar de olhos e, no momento em que pensava partir para a ação, debruçou-se repentinamente e a gemer de dor ao mesmo tempo. Ao lhe perguntar, ele disse: “Não agüento de dor na barriga". "Então deite que eu vou curálo”; falando assim, comecei a ministrar Johrei e ele logo melhorou. Depois disso, sua atitude mudou, ficou mais calmo e, ao mesmo tempo, me pediu para que o acompanhasse à Sede da Religião Oomoto que fica em Kameoka, Quioto, para uma entrevista com o Mestre Deguti e eu também aceitei de bom grado, e na manhã seguinte partimos para Kameoka. Como eu havia dito que os talismãs eram com a autorização do Mestre Deguti, ele ia para se certificar disso. Imediatamente se encontrou com o Mestre Deguti. Ele disse: "Até mesmo eu não tenho permissão de fabricar os talismãs. Isso só a Terceira Líder (essa senhora é a filha mais velha do Mestre Deguti e os membros a tratam como Terceira Líder) é que tem a permissão de Deus, por isso os membros não podem fabricar, mas o Sr. Okada é uma pessoa especial, por isso disse-lhe para fabricar sem chamar muito a atenção", diante dessas palavras, ele não teve outro jeito a não ser se calar naturalmente, e com isso esse problema ficou solucionado. Coletânea Série Jikan volume 4, 05 de outubro de 1949 (R2/06) OBEDIÊNCIA AO CAMINHO PERFEITO Alicerce do Paraíso, pág.278 A essência da fé, em última análise, é a obediência ao "Dori" (Caminho Perfeito). O termo "Dori" é constituído de "do" e "ri": "Do" é o mesmo que "miti", ou seja, caminho; "ri" significa lógica. Não existe palavra tão significativa quanto "miti". Pela ciência do espírito das palavras "mi" é água, matéria, e "ti" é sangue, espírito; "mi" também significa negativo, e "ti", positivo. Na representação gráfica da palavra "miti" entra a letra que, isoladamente, representa a palavra "kubi" (pescoço), e o sinal chamado "shinnyu", que indica ligação. O pescoço é a parte mais importante do corpo; podemos viver mesmo que nos cortem os braços ou as pernas, mas, se nos cortarem o pescoço, morreremos. É muito expressivo aquilo que se costuma dizer quando uma pessoa é despedida do emprego: "Cortaram-lhe o pescoço". O acréscimo do referido sinal a uma letra tão importante torna extremamente significativa a palavra "miti". Caminho é também o meio pelo qual todas as coisas se ligam. Os meios de transporte, as ondas elétricas, os raios luminosos, o deslocamento das pessoas de um lugar para outro, tudo depende do caminho. Até o Sol, a Lua e as estrelas possuem uma órbita definida, isto é, um caminho. Sendo assim, o caminho é a base de todas as coisas e, conseqüentemente, podemos concluir como é errado desviar-nos dele. A seguir explicarei o sentido espiritual da palavra "ri". Ela faz parte da seqüência de "ra" (a seqüência é ra-ri-ru-re-ro), que significa espiral e cuja expressão concreta toma a forma de redemoinho. Este possui um centro, dependendo do qual se produzem movimentos de expansão ou de contração. Se o movimento for da esquerda para a direita, torna-se centrípeto; se for da direita para a esquerda, torna-se centrífugo. Exemplifiquemos: O centro de nossa Igreja é Gora, na cidade de Hakone. "Go" significa cinco, e também fogo; "ra" é redemoinho. Isso quer dizer que o espírito do fogo se expande em movimentos centrífugos. O desenho chamado "tomoê" (###Esse desenho existe desde a época antiga e aparece em alguns brasões, sendo muito utilizado entre os budistas. Figuras de 1 (***tomoe1.tif***) 2 (***tomoe2.tif***) e 3 (***tomoe3.tif***) "tomoê" mais usadas. De acordo com a direção, tornam-se centrípetas ou centrífugas###) encerra um significado que é realmente um profundo mistério: todo movimento para a esquerda transforma-se em movimento para a direita. O sentido espiritual das sílabas da seqüência ra-ri-ru-re-ro caracteriza a atividade do dragão ("ryu-jin"). O termo "ryujin" é constituído de "ryu" e "jin"; "ryu", por sua vez, é constituído de "ri" e "u". Quando o dragão está imóvel, toma a forma de redemoinho. O engraçado é que a maioria das pessoas cujo nome tem uma das sílabas ra-ri-ru-re-ro apresenta características de dragão. Observando-as, poderemos constatar isso. Se eu continuar explicando essas coisas, não acabarei nunca, por isso vou me deter na palavra "ri". Ela é formada pela junção de duas letras que, sozinhas, representam palavras cujo sentido é, respectivamente, rei (***ou.tif***) e povoado (***sato.tif***). A primeira compõe-se de três linhas horizontais paralelas, sendo que da linha superior, a qual representa o Céu e o Fogo, parte uma linha vertical; esta atravessa a linha mediana, que representa o Interregno e a Água, e termina na linha inferior, que representa a Terra e o Solo. A letra com que representamos a palavra que significa povoado (***sato.tif***) é constituída, por sua vez, de duas outras que, isoladas, representam palavras que significam, respectivamente, arrozal em campo alagado (***ta.tif***) e solo (***tsuti.tif***). A primeira, originariamente, era uma cruz dentro de um círculo; a segunda é expressa da mesma forma que o número 11 em algarismos japoneses, ou seja, uma cruz sobre uma linha. O número 11 também tem o sentido de unificação; portanto, "ri" é a ação básica de todas as coisas e tem o sentido de PERFEIÇÃO. O nome da Igreja Tenrikyo, onde também entra essa palavra, é um nome muito bom. "Riho" (lei) é uma palavra bastante usada e, a propósito, vou explicar o sentido espiritual de "ho". "Ho" é fogo, e "o" é água. De acordo, porém, com a ciência do espírito das palavras, "o" está incluído em "ho"; isto quer dizer que o fogo arde continuamente pela ação da água. Graficamente, "ho" compõese de duas palavras cujo sentido é: anular a ação da água. Como esta corre horizontalmente, há o perigo de gerar desordem; portanto, anulada sua ação, fica apenas o vertical, o que significa a imobilidade absoluta. Daí se conclui que não podemos infringir o "ho", que é a Lei. Se juntarmos tudo isso, entenderemos o profundo significado do "Dori". Em resumo, podemos dizer que "Dori" (Caminho Perfeito) é Deus. Obedecer a ele é obedecer a Deus. O homem, em quaisquer circunstâncias, deve sempre respeitá-lo, obedecer-lhe e jamais desviar-se dele. Noções sobre a IMM, 20 de novembro de 1950 (R2/143) PARAÍSO E INFERNO Como falei anteriormente, o Paraíso possui 3 níveis superiores que são o Primeiro Paraíso, o Segundo Paraíso e o Terceiro Paraíso. No Primeiro Paraíso estão os Deuses Supremos, que para a administração do mundo estão, ininterruptamente, ditando ordens. O Segundo Paraíso recebe as funções que são repartidas para cada um, trabalhando como assessores dos Deuses do Primeiro Paraíso, e no Terceiro Paraíso os inúmeros Deuses devem dar continuidade às atividades executando as responsabilidades recebidas. Naturalmente que são atividades que abrangem as regiões do mundo todo e por isso os procedimentos são de variedade infinitas. Os Deuses do Terceiro Paraíso se elevaram do Mundo Intermediário e obtiveram a qualificação divina, por isso são bem parecidos com o ser humano, sendo também chamados de anjos. Isso é um resumo da constituição do Mundo Divino, o qual, até hoje, durante 3.000 anos mais ou menos, durante o período da existência do budismo, ainda era uma existência insignificante. Isso porque a maioria dos deuses tinha se transformado em budas e os que não o eram se transformaram em deuses dragão e ficaram à espera do tempo. E também, os deuses trabalharam na Obra de Salvação tendo como pano de fundo o mundo budista, sendo que esse período é o da Era da Noite; ao mesmo tempo em que se mudar para a Era do Dia, o Mundo Divino renascerá. Gokuraku Jyodo (Paraíso) é uma expressão budista que está formada dentro do Mundo Budista, e o nível mais alto do Paraíso corresponde ao Segundo Paraíso do Mundo Divino, que consta na explicação budista como Tossotsu-ten (o Mundo dos Céus). Nesse Mundo dos Céus existe a Morada de Deus, o Templo com sete pavilhões, a torre de dois andares, várias espécies de flores que desabrocham, um perfume doce que paira no ar, e o pássaro Kalavinka voa pelo céu. Tem também uma lagoa grande onde flutuam folhas de lótus, uma tartaruga que dá para duas pessoas montarem e brincar alegremente, e conforme a vontade daquele que monta, pode ir, automaticamente, a qualquer lugar, e dizem que é uma alegria indescritível. E também, tem um templo grande onde estão inúmeros fiéis budistas que, naturalmente, estão com a cabeça raspada, e sempre estão absortos com poesia, instrumentos musicais, dança, pintura, escultura, caligrafia, jogos, etc., passatempos iguais aos do Mundo Material, e de vez em quando tem sermões, que é o maior dos divertimentos. O sermão é dado pelos fundadores de cada religião, por exemplo: Honen, Shinran, Ren-Nyô, Denkyô, Kukai, Doguen, Tatsumaro, Nichiren, etc. De vez em quando os bonzos superiores sobem até a Morada de Deus e se encontram com Sakyamuni e recebem profundos ensinamentos búdicos e diversas instruções. O local da Morada de Deus é de uma luz ofuscante, e mesmo os espíritos que entraram para o Paraíso Búdico não suportam olhar para cima. Abaixo do Paraíso existe a Terra da Purificação, onde se assenta Amida Nyorai, que sempre mantém uma relação amigável com Shaka-Nyorai, e conversam sobre o plano do Mundo Budista. E também Kanzeon Bossatsu Se torna Dai Komyo Nyorai e senta no trono principal da Morada de Deus, e para a construção do Paraíso Terrestre está, atualmente, realizando grandes atividades com a assessoria de Shaka e Amida Nyorai. Entretanto, devido à necessidade de salvar o mundo, havia descido para Bossatsu nesses últimos tempos, deixando o trono principal para Amida Nyorai. Num futuro próximo, para realizar a preparação do Mundo Divino, que será novamente formado junto com a destruição do Mundo Budista, cada Nyorai, Bossatsu, Shoten, Sonsha, Taishi, Jyonin, Ryushin, Shiro Kitsune, Tengu e outros, irão, aos poucos, realizando atividades para elevar a qualificação divina, e a atual situacão é de intensificar ainda mais as tarefas. Falarei a seguir sobre o Mundo Infernal. Ele é totalmente o contrário do Paraíso, não tem luz nem calor, e quanto mais para baixo, mais aumenta o grau de escuridão. O Inferno, como dizem desde antigamente, é o mundo de diversos, variados e muitos sofrimentos. Tentarei explicar o resumo desse mundo. Primeiramente, enumerando os principais tipos de sofrimentos, temos o monte de agulhas, a lagoa de sangue, fome, carnificina, desejo carnal animalesco, castigo de fogo, poço de serpentes, sala de formigas, sala de abelhas e outros. O monte de agulhas, como diz a própria expressão, é preciso atravessar um monte onde existem inúmeras agulhas em pé, e a dor é algo indescritível. Isso era aplicado aos que em vida se apossaram de grandes terras e montanhas, não deixando que os outros utilizassem. O inferno da lagoa de sangue é para onde vão os espíritos de pessoas cuja morte foi motivada por gravidez ou parto. Salvei muitos espíritos desse tipo, o que é muito fácil; rezar 3 vezes a oração e pedir ao Deus Oculto que, na mesma hora, é retirado e salvo da lagoa de sangue, o que é muito contentador. Ao ouvir de um espírito a situação dessa lagoa, é o seguinte: como diz o nome, o espírito fica submerso até o pescoço nessa imensa lagoa de sangue, onde fica por muitos anos. Nessa lagoa, onde a superfície é de sangue e não de água, flutuam inúmeros vermes e esses vermes sobem incessantemente até o rosto. Por mais que se tente tirá-los, mais eles sobem provocando um sofrimento insuportável. A causa disso é que em vida não possuíam fé e tinham maus sentimentos e atos em maior proporção. O castigo da fome é uma situação de fome onde os espíritos ficam irritados tentando sempre satisfazer o apetite. Além disso, tentam comer o espírito do alimento que fica exposto nas barracas de ruas ou na frente do mercado e isso constitui um furto, cometendo uma espécie de crime; por isso, sem alternativa, encostam-se no homem, em cachorros, gatos e outros para satisfazer a fome. Acontece muito com doentes que têm um apetite fora do comum, chegando mesmo a impressionar, mas isso se deve ao encosto de um espírito faminto como foi dito acima. E os espíritos que encostaram em cães e gatos, aos poucos, vão caindo no poço das bestas. Nesse caso, é o espírito do homem que vai cada vez mais se fundindo. Do mesmo modo que o mau dinheiro expulsa o bom dinheiro, assim acontece com o espírito; no final, se iguala à besta. Nesse sentido, desde tempos antigos, fazem cultos em memória dos famintos do rio que serve para confortar os espíritos que morreram afogados, pois como esses espíritos não possuem afinidades, não têm quem os conforte, e vão para o castigo da fome. É oferecida comida aos espíritos que estão no castigo da fome e também sutras gratificantes, o que se torna um grande culto em memória deles. A causa para caírem no castigo da fome é o pecado de ter feito estravagâncias sozinho, sem levar em consideração a fome dos outros e a de ter desperdiçado alimento, e outros, por isso, o homem nunca deve desperdiçar nem um grão sequer de arroz. A palavra arroz é escrita (88), que significa dar trabalho 88 vezes, e pensando nisso nunca será possível desperdiçar. Eu também, quando vou tomar chá após a refeição, me esforço para não deixar sobrar nem um grão no fundo da tigela. No momento da refeição, os fiéis do cristianismo unem as mãos em silêncio, e isso é realmente um bom costume. Sem dúvida que é no sentido de agradecer o alimento, e o homem não deve esquecer a graça por receber o alimento. O poço das bestas são espíritos humanos que se tornam bestas e a causa disso é que, em vida, os pensamentos e atos se distanciaram do ser humano e passam a praticar atos iguais aos da besta. Por exemplo, profissões que enganam os outros, como a prostituição, se tornam raposa; ser indolente como uma prostitua querendo se vestir e comer bem, é adulada pelo homem e, como leva uma vida fácil, torna-se gato; aqueles que cheiram o segredos dos outros e o utilizam como material para o mal feito, como um extorquista; praticam atos de espionagem relacionados à guerra; essas pessoas que bisbilhotam o segredo dos outros e utilizam para o seu próprio ganho viram cachorro. Entretanto, a profissão de investigador, que trabalha para combater o mal do mundo, é um caso a parte. E no mundo existem pessoas sovinas que se devotam unicamente em guardar dinheiro e se tornam ratos. Aqueles que não gostam de atividades e estão sempre brincando, sem fazer nada, levando uma vida sem sofrimento, se tornam vacas ou porcos; antigamente os pais diziam que, se a criança dormisse logo depois de comer, se tornava vaca, mas isso tem uma parcela de razão. E também os yakuza, que possuem um temperamento rude e violento e são temidos pelas pessoas, como são pessoas brutas, se tornam tigres e lobos. Os que são tranqüilos, e não são úteis, se tornam coelhos; as pessoas de forte apego se tornam cobras e aquele que trabalha, suando apenas para o próprio bem, se torna cavalo; o jovem que não tem vitalidade, parecendo um velho e não faz nenhuma atividade produtiva, se torna carneiro; aquele que tem bastante esperteza e astúcia se torna macaco; o que gosta de casos de amor e quer pôr a mão indiscriminadamente ao se tratar de mulheres, se torna galinha. Aquele que não olha de lado e tem o princípio da ousadia e que não faz reflexão, se torna porco do mato; aquele que é desonesto e inocente, e parece que comeu alguém, se torna raposa. Porém, apesar de cair no poço das bestas como foi escrito acima, a pessoa reencarna depois do resultado obtido no aprimoramento. No budismo dá-se nome de ciclo de vida ao homem que cai no poço das bestas e reencarna novamente como homem, caindo outra vez no poço das bestas; tende a fazer essa repetição, mas sobre isso existe uma coisa que é preciso tomar cuidado. Por exemplo, do ponto de vista do homem, as vacas e cavalos tendem a trabalhar recebendo um mal tratamento, mas através desse sofrimento os pecados são erradicados e conquistam a alegria de reencarnar. Um ponto interessante é que as vacas e os cavalos sentem uma espécie de prazer em serem maltratados, e gostam principalmente de serem açoitados com o chicote. Dessa forma, olhar o mundo das bestas com os mesmos olhos de um ser humano, na maioria das vezes, erra-se o alvo. E outros, como o cão de guarda que evita ladrões, o gato que pega rato, a carne, leite e ovos que é fornecida pelas vacas, carneiros, porcos, galinhas etc., estão desempenhando uma função importante para os homens; portanto, através disso, seus crimes e pecados são eliminados. E também, o que é interessante é o amor entre o homem e a mulher, que tem uma grande relação com o espírito de pássaros. Normalmente existe muito espírito de pássaro no amor puro, e estão incluídos desde os tipos como uguissu, olhos brancos, até pássaros, garças, patos, pardais, etc., todos os tipos de aves. No caso de amor, é esses pássaros entre si que caem no amor, por isso o homem não passa de um instrumento utilizado no amor deles, o que, nesse caso, faz decair um pouco a dignidade do ser humano. E existe muito também o amor entre os espíritos de raposa, sendo que a maioria deles é imoral. Existe também o texugo, mas esse, ao invés de amor, o principal é o desejo sexual e a chamada libertinagem do mundo é esse tipo. A mulher dragão, que é reencarnação do deus dragão, gosta do amor espiritualista, mas é indiferente ao sexo, aliás tem até aversão, sendo que essa é a causa da maioria da frigidez. Portanto, detesta o casamento, não dá ouvidos ao assunto de casamento e, quando uma proposta de casamento está para se concretizar, uma das partes fica doente ou chega até mesmo a falecer, e isso acontece por ser a reencarnação da mulher dragão ou encosto do deus dragão. Na sociedade, existem muitas mulheres intelectuais que tendem a ficar solteiras, ganhando uma reputação de fama socialmente, sendo que a de tipo heroína são quase todas mulheres dragão, raramente tendo a de espíritos de tengu. Assim, acredito que falei quase tudo sobre a constituição do Mundo Espiritual e a vida no Mundo Espiritual, e sobre cada tipo de espírito, e a seguir escreverei sobre a minha experiência. Coletânea Série Jikan volume 3, 25 de agosto de 1949 (R2/147) MUNDO DE DRAGÃO O Evangelho do Paraíso, pág. 185 Ouvindo falar em dragão, as pessoas da atualidade pensam em algo absurdo, produto da imaginação das pessoas antigas. Trata-se, no entanto, de uma existência real. Sobre o assunto, vou expor em primeiro lugar a experiência que eu tive no início das minhas pesquisas sobre Religião e espírito. Certa vez em que eu estava fazendo concentração mental, repentinamente senti uma sensação estranha. Tinha impressão de que minha boca se abria até as orelhas, que meus olhos brilhavam e que nos dois lados da minha testa se formavam chifres. Comecei a emitir, espontaneamente, um som horrível, como se fossem rugidos de um animal selvagem. Fiquei assustado, mas, como já tinha ouvido falar sobre encosto de espíritos, achei que devia ser isso. Pensei em espírito de tigre, leopardo ou mesmo leão, mas vi que não poderia ser, pois esses animais não possuem chifres. Consultei, então, meu superior hierárquico, que na época era um orientador. Ele disse que sem dúvida alguma era espírito de dragão. Naquele tempo, eu também não tinha certeza se dragão existia realmente, mas através do fato em questão concluí que sim. Além disso, na ocasião eu tive a impressão de que os ossos da parte superior da minha coluna ficaram salientes, o que é outra característica do dragão. O fato repetiu-se várias vezes. Numa delas, senti, dentro de mim, o som de uma voz que não era a minha. Quem estava falando era o espírito daquele dragão, o qual se mostrava muito agradecido, dizendo que, por ter encostado em mim, podia utilizar a linguagem humana. Ele contou-me várias coisas, entre elas, que era o espírito guardião de Konohana-Sakuyahime- noMikoto, assentado no Monte Fuji-san, e também o Dragão de Nove Cabeças, assentado no Santuário Kussushi-jinja. Passados vários anos, subi o Monte Fuji-san pela primeira vez. Até ali eu pensava que o Santuário Kussushi-no-miya, mencionado pelo dragão, localizava-se no sopé do monte. Procurando-o, não o achei. Subindo ao topo, deparei com um santuário grande logo na entrada, do lado direito. Era o Santuário Kussushi-no-miya. Assim, entendi que as palavras daquele dragão misterioso não eram mentiras. Em outra oportunidade voltarei a falar sobre ele, mas foi através dos fatos mencionados que eu tive certeza da existência do dragão. Analisando a questão sob vários aspectos, concluí que foram os dragões que solidificaram a Terra, a qual, na época de sua formação, apresentavam-se sem consistência, parecendo um pântano. Entretanto, depois que o dragão perdeu o corpo material, seu espírito continuou a atuar nos Céus e em quase todos os setores da sociedade humana. Após a solidificação da Terra é que veio a Era dos Mamutes, como é denominada pelos cientistas. Foram esses elefantes gigantes que, percorrendo a superfície terrestre, endureceram-na. Eu acredito que as ossadas de dinossauros encontradas no interior da Manchúria sejam restos dos últimos dragões. Existem inúmeras espécies de dragão: dragão do céu, dragão dourado, dragão prateado, dragão sem chifres, dragão branco, dragão da terra, dragão da montanha, dragão do mar, dragão da água, dragão do fogo, dragão vermelho, dragão amarelo, dragão azul, dragão preto, dragão da árvore e outros, para citar apenas os principais. Segundo Fuetsu, o espírito guardião de Kanzeon Bossatsu é o dragão dourado. Por isso é que devem ter dado o nome de Kinryusan Assakussa-ji (Montanha do Dragão Dourado de Assakussa) ao templo de Kannon situado no distrito de Assakussa. O dragão branco é também chamado deus da fortuna; o dragão vermelho é aquele referido na Bíblia: "Satã é um dragão vermelho". O dragão amarelo e o azul são da China, e o dragão preto é o rei do mar. O dragão da árvore é o dragão encostado nas árvores. Dizem que acontece uma desgraça quando se derruba uma árvore grande, mas a causa disso é a ira do dragão encostado nela. Por conseguinte, antes de se cortar uma árvore, deve-se plantar outra perto, da mesma espécie ou parecida, mesmo que seja pequena, oferecer comida e bebida ao espírito e pedir-lhe, com todo respeito, sua transferência para a árvore nova. Tomando-se essas providências, não ocorrerá nenhuma desgraça. Qual a razão da existência dos dragões? Todos eles, sob as ordens de divindades supervisoras, estão empenhados em atividades constantes para o cumprimento de suas respectivas missões. Os fenômenos celestes, como o vento, a chuva, o relâmpago e outros, são trabalhos dos dragões, que os realizam sob as ordens do deus Haraido-Yon-Hashira; naturalmente, o objetivo é a purificação do espaço entre o Céu e a Terra. Além disso, os dragões grandes, médios e pequenos residem e protegem oceanos, mares, lagos, pântanos, rios e acho que até mesmo os lagos artificiais e os poços. Como é do conhecimento de todos, quando se aterram lagoas, pântanos, poços, etc., sempre acontecem acidentes estranhos, um após outro. O dragão tem a característica de irar-se facilmente. Vendo sua morada completamente destruída, ele fica enfurecido e provoca esses acidentes não só para advertir o homem mas também para obter outra morada. Deve-se, portanto, dar-lhe nem que seja uma morada pequena e, tal como no caso da árvore, fazer os preparativos para a transferência; conforme as circunstâncias, pode-se até usar um pote com água, ou algo semelhante. Por natureza, o dragão tem facilidade de ficar quente; mesmo tendo se tornado um ser espiritual, sente grande necessidade de água. Dizem que o homem se transforma em dragão, depois que morre, devido ao apego, como já foi dito anteriormente; entretanto, com o aprimoramento realizado no Mundo Espiritual, ele poderá reencarnar novamente como ser humano. O famoso Sugawara Mitizane, após a morte, tornou-se dragão do fogo, devido ao seu apego à vingança. Para vingar-se dos caluniadores que o fizeram sofrer em vida, como Fujihara Tokihira, fulminou-os um após outro através de raios, que atingiram até mesmo o Santuário Shishin-den. Nessa tragédia, quase foi atingido o imperador, de modo que, impressionadas, as pessoas apressaram-se a cultuar Sugawara como divindade, no atual Santuário Tenman-miya. Depois disso, nada mais aconteceu. Essa é uma passagem famosa que faz parte da história japonesa; certamente a Ciência moderna terá dificuldade em compreendê-la. O caso que se segue aconteceu entre a Era Meiji (1868 1912) e a Era Taisho (1912-1926). No jardim Kassumi-Ga-Seki, do atual Ministério da Fazenda, havia uma sepultura, onde estava enterrado Taira-no-Massakado 1 , fato de que ninguém tinha conhecimento. Como aconteciam desgraças, uma depois da outra, com as pessoas relacionadas ao Ministério, concluiuse, após muita averiguação, que aqueles acontecimentos deviam estar sendo provocados pelo espírito de Massakado. A partir do pomposo ofício religioso realizado em sua homenagem, nada mais aconteceu. Acredito que esse espírito também se transformara em dragão. Mas não são apenas os espíritos de dragão que têm necessidade de cultos e sufrágios; todos os espíritos têm, porque, através disso, sua posição no Mundo Espiritual se eleva. A forma física do dragão é como vemos em pinturas; há os que têm chifres e os que não têm. Os dragões de nível alto são gigantescos; chegam a ter dezenas de quilômetros de comprimento. Hatidai-ryu-ô, o famoso dragão-rei mencionado no "Kojiki"2, é um dragão composto de oito pessoas, sendo cinco 1 General dos meados da Era Heian (794-1192). 1 Livro de história legendária do antigo Japão. homens e três mulheres. A tradicional festa de Guion-sai, realizada na cidade de Quioto, é o culto em homenagem a esse dragão. Segundo Fuetsu, Sakyamuni prendeu-o no fundo do oceano e ordenou-lhe que esperasse até determinada época. Através de estudos, cheguei à conclusão de que essa época é o início da Transição da Era da Noite para a Era do Dia. As palavras de Sakyamuni, que constituem a doutrina budista, são conhecidas como "Ensinamentos da Luz da Lua"; portanto, dizem respeito inteiramente à Era da Noite. A propósito, o dragão-rei Hatidai-ryu-ô, reencarnado como ser humano, está, atualmente, começando a trabalhar na construção da Era do Dia. Desde os tempos antigos, está determinado que os dragões devem fazer um aprimoramento de mil anos no mar, mil anos na montanha e mil anos no campo. Parece haver um profundo motivo para isso. Entretanto, esse tempo pode ser abreviado através de sufrágios, boas ações, etc., feitos pelas pessoas a eles relacionadas. Terminado o aprimoramento, o dragão condensa as nuvens, provoca uma tempestade e com um ciclone levanta a água do mar bem alto e sobe ao Céu. Inúmeras pessoas já presenciaram cenas como essa. A propósito do assunto, um dos meus discípulos contou que certa vez viu uma cobra enroscada num pinheiro. Observando-a, percebeu que aos poucos ela ia subindo para o topo da árvore. Dali, saltou para o espaço e, em instantes, desapareceu. Achei curioso porque não se tratava de espírito de cobra e sim da própria cobra; é um fato que parece impossível de acontecer, mas que aconteceu. Vejo, freqüentemente, pessoas que são reencarnações de dragão e todas elas possuem um sinal característico, com forma de escama, geralmente na coxa, na barriga, nos quadris, ou em outros locais. Estes sinais podem ser grandes, médios ou pequenos, nítidos ou meio apagados, vermelhos, pretos, enfim, uma variedade infinita Podemos, também, reconhecer as pessoas que são reencarnações de dragão pelo formato do rosto. Elas têm maçãs do rosto salientes, testa e queixo quadrados e veias protuberantes nas têmporas; a maioria tem os olhos fundos. Caracterizam-se por beber muita água. São orgulhosas, detestam rebaixar-se; como têm muita vontade de vencer, geralmente conseguem sucesso. Observando atentamente, verificamos que tais pessoas apresentam nítidas características de dragão, por isso é fácil identificá-las. No caso da mulher-dragão, isto é, mulher que é reencarnação de dragão, a maioria não quer casar, sentindo-se satisfeita na condição de solteira. Quando o casamento está prestes a acontecer, ou o parceiro morre, ou ela própria fica doente; é comum aparecerem impedimentos desse tipo. Se forçarem a pessoa a se casar, ocorre, muitas vezes, a separação por morte ou por outros motivos. A mulher-dragão é especialmente ciumenta e desconfiada, sendo difícil ter uma vida conjugal feliz. Essas mulheres devem, por exemplo, acumular virtudes trabalhando em prol do mundo e do próximo, ou então, ingressar numa fé correta. Quando forem purificadas até certo grau, poderão se realizar no casamento. A purificação da mulherdragão consiste em tornar humano o espírito do dragão. Normalmente, ela tem que deixar este mundo uma vez, ser sufragada como ser humano e encarnar de novo. Só então se tornará um ser humano na acepção da palavra. As mulheresdragão têm olhos brilhantes, são delicadas e, na sua maioria, bonitas. Coletânea Série Jikan volume 3, 25 de agosto de 1949 DEUS KUNITOKOTATI-NO-MIKOTO governava a Terra, mas, como a Sua providência era extremamente rigorosoa, os deuses em geral Lhe fizeram oposição e Ele Se retirou, passando a ser chamado de Deus Ushitora-no-Kinshin. DEUS SUSSANAO-NO-MIKOTO também governou a Terra, mas, como o mundo fícou conturbado e ele não conseguiu governar bem, tomou a decisão de ir até a Deusa-Mãe, que vivia num local chamado Ne-no-Kenshu Koku, para pedir-lhe perdão. Primeiramente, subiu ao Céu, para encontrar-se com a Deusa Amaterassu Ookami, sua irmã mais velha, que habitava o Céu. Tendo subido com muito impulso, as montanhas e os rios tremeram. Vendo isso, a Deusa Arnaterassu Ookami pensou que o DEUS SUSSANAO-NO MIKOTO havia se rebelado e vinha para dominá-la. Esperou-o, então, preparada para a guerra. O DEUS SUSSANAO-NO-MIKOTO explicou que não tinha tal intenção e empenhou sua palavra. Como resultado, a Deusa Amaterassu Ookami tirou um colar de ágatas do pescoço e, ao atirá-lo no poço Ame-no-Manai, nasceram cinco Deuses homens: Amenooshihomimi-no-Mikoto, Amenohohi-no-Mikoto, Amatsuhikone-no-Mikoto, Ikutsuhikone-no-Mikoto e Kumanokussubi-no-Mikoto. O DEUS SUSSANAO-NO-MIKOTO tirou a espada da cintura e, ao atirá-la no poço Ame-no-Manai, nasceram três Deusas: a Deusa Takagirihime-no-Mikoto, Deusa Tagitsuhimeno- Mikoto, Deusa Itikishihime-no-Mikoto. Englobando, denominam-se esses Deuses Cinco Homens e Três Mulheres. (5 e 3 = Izunome). O poço Ame-no-Manai, situado no céu, tem o seu correspondente na Terra, que é o lago Biwa-ko, no estado de Shiga-ken. O Monte Fuji-San e o lago Biwa-ko correspondem ao umbigo do Japão. O Monte Fuji-san é a frente, e o lago Biwa-ko, o verso. Se eles forem ocupados por Satanás, o Japão seria manejado livremente por ele. Por isso o DEUS KANNON assentou-Se no Monte Fuji-san como Deus Konohanahime-no- Mikoto, e o DEUS IZUNOME-NO-OOKAMI transformou-Se no DEUS DRAGÃO DOURADO e mergulhou no lago Biwa-ko. O compromisso foi feito num local do Ame-no-Manai chamado Ame-no-Yassuguigahara. O REINO DO DRAGÃO ACIMA DAS NUVENS TENRYUU – Dragão do Céu que nasceu como Imperador Mundo do Dragão Mundo Espiritual O Reino do Dragão existe no Mundo Espiritual. Os dragões comandam principalmente os fenômenos naturais. As baixas pressões atmosféricas de cento e tantos milímetros registradas pelo Instituo de Meteorologia ou as linhas intermitentes são funções dos dragões. No Reino do Dragão, as atividades são espirituais. Sol: Dragão Dourado = KUNITOKOTATI-NO-MIKOTO; (Dragão macho gera dragão macho). Imperador: Dragão do Céu = Dragão que nasce como Imperador, o mais elevado dragão. Lua: Dragão Prateado = TOYOKUMO-NO-MIKOTO; (dragão fêmea gera dragão fêmea). Esses são os dragões mais elevados. Quando o Dragão Dourado mergulha no solo, esconde a Luz e se transforma em dragão amarelo. O Dragão Dourado e o Dragão Prateado protegem o Dragão do Céu. Na época da solidificação do globo terrestre, DEUS KUNITOKOTATI-NO-KAMI e a DEUSA TOYOKUMO-NOMIKOTO geraram grande número de dragões, para que pisoteassem e solidificassem o solo. Os vales e os rios dos vales foram formados pelos rastros dos dragões. Através desses rastros, podemos saber que todos os dragões eram enormes. Esses dragões morreram e, como espíritos, estão realizando diversas atividades. Eles relizam a ação de purificação do Céu e da Terra. DRAGÃO BRANCO: Faz chover e também purifica a água. DRAGÃO AZUL: Os seres humanos geralmente viram dragão azul. DRAGÃO DA MONTANHA: Ocasiona o vento e a nuvem. Nas montanhas altas há muitas nuvens porque o Dragão da Montanha as fabrica. O vento, também, na maioria das vezes, se origina de uma montanha alta. DRAGÃO DA ÁRVORE: São dragões que habitam árvores, em sua maioria, pinheiros e chorões. Ficam parecidos com escamas. DRAGÃO DO FOGO: Provoca trovões e purifica através de grandes incêndios. Em caso de grandes incêndios ou faíscas, o dragão do fogo é quem os espalha. DRAGÃO DA TERRA: É esse dragão que causa terremotos. DRAGÃO VERMELHO: É Satanás. DRAGÃO PRETO: É o dragão malévolo de extrema maldade. DRAGÃO DO MAR: Trata-se de OTO-HlME (Princesa Dragão do Palácio do Dragão). DRAGÃO DE NOVE CABEÇAS: Esse dragão encostou muito em mim e, gradativamente, transformou-se em ser humano e começou a conversar comigo; disse que é do Templo Kussushi, Monte Fuji. E esse existe de fato. O Dragão de Nove Cabeças é o chefe dos "Hati-Dai-Ryuu-Oo" (Oito Grandes Reis Dragões). Na verdade, o certo é dizer "Kyuu-Dai-Ryuu-Oo" (Nove Grandes Reis Dragões), mas se omitiu "IZUNOME-KINRYUU": Acrescentando-se a letra (kanji) no (kanji) de (kanji) (Otohime) , fica (kanji) = nove, e por isso sabe-se também que é um dragão mais elevado que Otohime. Aliás, é o mais elevado de todos os dragões. O dragão fêmea fez o trabalho da água. Quem distribuiu água foi o dragão fêmea. Atualmente, a água sai do subsolo, dos caminhos por onde esse dragão andou, e por esse motivo, eles também são sinuosos. Existem, ainda, caminhos largos e caminhos estreitos, e isso se deve ao tamanho dos dragões. O DIA 15 DE JUNHO DE 1950- SEGUNDO NASCIMENTO - DESPETALAR DA FLOR E FORMAÇÃO DO FRUTO Como o momento se aproxima, Deus realiza coisas imprevisíveis. Por isso, os membros da Igreja Messiânica Mundial compreendem de um modo geral, mas os que não o são, não podem mesmo compreender nada. Assim, ultimamente têm aparecido diversos fatos espirituais. Na vez passada, falei sobre os encostos de Jesus e outros eminentes fundadores de religiões. Esses aconteceram com a moça de Quioto, mas desta vez foi uma moça de Atami que também manifestou encostos de espíritos que lhe disseram diversas coisas sobre isso, as quais coincidem com as da moça de Quioto. Como existem pontos novos, vou pedir para que seja feita a leitura. (Relatório) Através disso vemos que Jesus diz coisas características dele, como a forma com que a Bíblia foi escrita e, por isso, acho interessante. É muito parecido com os pontos impertinentes da Bíblia. Por isso, até agora não havia surgido um ser humano que possuía a Luz. São João sofreu sob o solo durante 2750 anos porque não existia a Luz. E, sem receber Luz, as pessoas não são salvas. As divindades e os budas também estão querendo receber Luz e, por isso, a coisa está impressionante no Mundo Espiritual. E, sobre a minha próxima ida à Nara, os deuses dragão de cada mar, lagos e lagoas estão encostando seguidamente nas pessoas e vieram relatórios disso. Assim, eles estão desejando Luz. No que foi lido agora, falava-se em Deus que não é Deus e eu acho isso muito interessante. Na realidade, o Deus que era adorado até agora como tal não era Deus de verdade. Por isso, a expressão Deus que não é Deus é muito bem colocada. Assim, a música Noite Feliz, um salmo de Jesus, elogia tanto Jesus que ele chega até a sofrer. Então ensinei a letra, mas o que acho interessante é que, como eu sempre vinha fazendo, quando o Templo Messiânico ficar pronto, pretendo cantar, nos Cultos e em outras ocasiões, o “Messias” da autoria de Hendel e também colocar uma orquestra, e até preparei um box de orquestra abaixo do palco, mas, como seria inconveniente cantá-la num idioma estrangeiro como o de Hendel, precisaria colocá-la em japonês. Eu pretendia compô-la, mas seria errado eu fazê-lo. Pois não sou eu quem canto, mas que sou cantado. Por isso, no ato de louvar, eu estaria louvando a mim mesmo e, assim, queria uma letra apropriada, mas não há uma pessoa que pudesse fazê-la adequadamente. Entretanto, Jesus a fez para mim e realmente está ótima. Então, estou tranqüilo. A letra dessa música é muito boa. É simples e expressa muito bem o sentimento de louvor. Por isso pretendo adotá-la. Dessa forma, daqui por diante, aqueles deuses que não são deuses começarão a trabalhar bastante e, por isso, não se sabe que coisas poderão acontecer. Finalmente, entramos na cena principal. Essa foi uma manifestação de que a partir deste ano será a frente (em relação ao verso). Existe mais uma coisa interessante. Outro dia, no Havaí, quando estava sendo realizada uma aula de Iniciação em inglês, havia cerca de 40 pessoas, dentre as quais pouco mais de 10 eram estrangeiros. Entre eles, havia um americano que se tornou fiel recentemente, o qual disse algo muito interessante que peço para lerem. É um trecho do relatório do Sra. Higuti. (Correspondência do Havaí) (Obs.: Eiko Nº257) "O Santo que vai salvar o mundo será o oitavo” que foi dito agora, consta numa lenda. No budismo, considera-se que Sakyamuni é o oitavo mas isso foi elaborado de forma conveniente para o budismo. Sakyamuni não é oito. Ele é sete, é sétimo. Isto porque, sendo 5 6 7 Miroku, ele é Miroku 7. Ele é uma pessoa sempre e somente regida pelo 7. Por isso, como a Terra é 7, ele é o Miroku da Terra. Eu sou Izunome e, dessa forma, sou 8. O Izunome, em termos numéricos, é 5 e 3 e, por isso, fica 8. E o número 8 corresponde ao Monte Fuji. Dessa forma, ao escrever o número 8, temos o formato do Monte Fuji. E eu sou o fundador do povo Yamato e a origem do povo Yamato é nas proximidades da atual região de Suruga. (na verdade é em cima do Monte Fuji, mas...) é no sopé do Monte Fuji. Por isso, antigamente, o Monte Fuji era considerado como o verdadeiro monte de Deus e, no seu topo ,ainda hoje é cultuada a deusa Konohana Hime e, nesse sentido, eu tenho grande afinidade com o Monte Fuji. E, como já falei daquela vez, num sonho, eu estava olhando a paisagem de cima do Monte Fuji, e foi naquele momento que eu tive o meu Segundo Nascimento. Depois que saí, eu falei sobre o Cair da Flor e a formação do Fruto, o que significa que a “semente se alojou”. A partir daí, o meu Poder e diversas outras coisas ficaram diferentes. E foi depois disso que abriu de fato. Por isso, naquela hora, a Igreja Messiânica havia desmoronado por completo. Parecia que já não havia mais jeito, mas esse era o aspecto do cair da flor. Falei muito sobre isso na época e, assim, a oitava pessoa, mencionada agora, também é uma coisa certa. Cerca de uma semana atrás, o casal X dos Estados Unidos trouxe uma pessoa principal, que desenhou o Stars and Stripes, e conversamos diversas coisas. Eu pretendia ter um encontro de 5 ou 10 minutos mas, ao começar a conversa, estava tão interessante que conversei por mais de uma hora (...) Ela estava muito admirada, dizendo: "Até hoje eu vi e ouvi diversas pessoas no mundo, mas todas eram da relação de um para um ou só tinham Ensinamentos. Nunca tinha ouvido a conversa de alguém que superasse Sakyamuni ou Jesus Cristo. Mas, formar muitos discípulos que realizam milagres como os de Cristo, é algo que nunca vi nem ouvi. Fiquei surpresa nesse ponto”. E, de fato, disse coisas dignas de um americano. “Eu não posso fazer comentários ou criticas sobre Meishu Sama. Para se comentar sobre alguém, é pré... “ E, quando Amaterassu Oomikami abre uma fresta do portal e olha para fora, repentinamente ... a pega e puxa pela mão. Aí, sob o nome de 5 deuses acompanhantes, ela aparece no mundo, protegida por 5 deuses masculinos. Obviamente, isso é uma fábula, mas surgiu um modelo igual. Naquela hora, creio que algumas pessoas já sabem, a senhora de entregas, uma viúva já perto dos 50 anos, aprendia dança por gostar muito. E ouvi dizer que, na noite anterior, ela chamou grande número de pessoas e dançou bastante, e então pensei que finalmente ia acontecer a abertura do portal. E foram 5 os diretores da Igreja que foram puxados para lá. Inicialmente eram 4 e eu achei estranho, mas, no final, o Sr. Shibui foi puxado, e assim ficou 5. Então os 5 deuses acompanhantes ficam as cinco pétalas da ameixeira. No ensinamento da Oomoto está escrito "A flor da ameixeira que se abre ao mesmo tempo nos três mil mundos, o dragão dourado do nordeste...Chegou o Mundo Divino que abre com a ameixa e governa o Pinheiro". A ameixa tem um importante significado. A "flor princesa do irmão mais velho", na verdade, dever-seia escrever "flor do irmão mais velho". É diferente... Ela é a cerejeira e, portanto, a ação do mundo Búdico. A flor do irmão mais velho é a ameixa, porque floresce antes de todas. As outras são irmãos mais novos. A cerejeira é irmã mais nova, é do lado feminino. Então a flor da ameixa desabrocha, cai e dá frutos, e o fruto da flor da ameixa é chamado de “semente do senhor” e é o... E, na poesia desta vez, saiu um pouco sobre a semente do senhor. A flor da semente do senhor desabrocha e exala seu perfume para os quatro cantos. Essa poesia estava no meio dos salmos do Culto de ontem e é por isso. E, naquela época, eu escrevi "Cair das Flores e Formação dos Frutos" e dei a todos. Foi nesse sentido. Isto é, ela canta o sentido de que a flor da ameixa cai e, então, se forma o fruto. Isso é um assunto muito misterioso. Quem fez o papel de .... naquela hora, foi o advogado chamado Motizuki. Foi ele quem me puxou. Nessa hora, pela primeira vez, o espírito de Amaterassu Oomikami se alojou no meu ventre. E ele agora tende a crescer cada vez mais. Já está bem grande. E, com isso, a Luz vai ficando mais forte, e também maior. E a purificação também fica forte. Entretanto, não sou eu quem faço assim. É Deus que o faz. Assim, a letra poder (= tikara) é constituída de ti que é espírito e kara que é corpo (karada), que significa também vazio. Como nele entra o ti - espírito, então trata-se de um ser humano vivo. Então, só com a combinação do espírito e do corpo é que surge o poder. E su é o mundo. Até agora, o mundo era vazio; nele ainda não havia entrado a alma. Não possuía o conteúdo, que é a parte mais importante. Sakyamuni disse algo muito inteligente. Que "este mundo é provisório". E realmente é um mundo provisório. Não é verdadeiro. É algo aproveitável para o momento. No livro "Criação da Civilização", já lido em outra ocasião, explico isso dizendo que "até agora tudo era provisório. Não era verdadeiro". Sakyamuni disse: "O budismo é a Verdade aparente". Verdade aparente é como a verdade, não a verdadeira, é a provisória e não a autentica. No budismo, usa-se a expressão Jisso Shin´nyo (aspecto real da verdade aparente), mas isso é sem nexo. O certo é "Shin'nyo Jisso". Jisso se refere àquilo que contém de fato a alma. Então, primeiro surge o Shin'nyo (verdade aparente) e depois que ela termina torna-se o Jisso (aspecto real). Depois que o mundo de Buda terminar, o mundo vira o mundo do aspecto real, o Mundo de Deus. No Ensinamento da Oomoto está escrito: "Até agora era o Mundo de Buda, mas saibam que o Poder Búdico é diferente de Poder Divino". Assim, até agora, era o Poder Búdico, o Poder da Lua. Agora é o Poder Divino, o Poder de Deus. E Deus (Kami) é constituído de ka e mi que, respectivamente, são Fogo e Água. Por isso, significa Vertical e Horizontal e, conseqüentemente, o Poder Verdadeiro. Portanto, o Poder Búdico não era um poder verdadeiro. A letra Buda (?) é constituída pelo (? (ninben = família dos homens), porque o seu poder é humano. Essa letra é muito difícil de ser entendida, mas a outra parte, a letra (?) é a letra (?) (arco). Foram colocados dois traços na letra arco. E arco diz respeito à Lua. Falase muito na lua com formato de arco e o formato do arco é o formato da Lua. Por isso, dissecando o arco, ele toma o mesmo aspecto da Lua. Quanto à letra Deus (? = Kami) é constituída de (?) (shimesu hen = família do "mostrar") e o (?), o qual não é falar. É (?) com + (dez) e atravessa a parte superior e inferior. Por isso, ligando-se vertical e horizontalmente, vai mostrar isso para o mundo. Deus é sempre e somente + (dez). O + do emblema também tem esse significado. Uma alma invisível aos olhos se torna pessoa recebendo a bênção da natureza A semente do senhor, da flor do irmão mais velho, com a chegada da primavera, dá flores e perfuma os quatro cantos. Mioshie-shu Nº 23 (16/06/53) A SALVAÇÃO DO DEUS DRAGÃO (I) O fato de ter ido essa vez para Nara é porque Nara é onde mais existe os espíritos de deuses e Budas. No Japão, pode-se dizer que Nara é o local onde estão concentrados. E todos estão como deuses dragões. E esses deuses dragões, que originariamente eram deuses e Budas, nasceram uma vez como ser humano e, ao receber a minha Luz, os pecados e máculas são retirados, por isso os deuses dragões são promovidos. Então, os deuses dragões querem muito que eu vá para isso. E por isso fui. E, por isso, até mesmo o tempo, misteriosamente, foi bom. De manhã, no momento da partida, era uma chuva terrível, mas 30 minutos antes de chegar em Nara, o tempo abriu e até o Sol apareceu. Terminado o meu trabalho, e enquanto descansava no Hotel Nara, começou a chover novamente. Os deuses dragões estavam mostrando que, dessa maneira, trabalharam fervorosamente na minha recepção. Dessa forma, na palestra que fiz no auditório público de Nara, reuniram-se 3.000 pessoas. O auditório comportou 2000 pessoas e o restante, mais de 1.000 pessoas, encheram o jardim. Portanto, se chovesse, seria desastroso, mas um pouco antes de começar, fez Sol e o jardim secou, correndo tudo muito bem. Por esse motivo, o objetivo principal de Nara é no meio das montanhas, o Templo Murôdi, que fica a mais ou menos 147 milhas da cidade. Logo no inicio, apareceu o deus dragão desse local, dizendo que, como eu vinha essa vez, fez a limpeza da região para deixar purificado. Teve um grande incêndio na montanha e vários alqueires foram queimados, tendo um prejuízo de 6 milhões, o que se pode ver que foi bem grande. E foi em vários lugares. Para as pessoas que sofreram as conseqüências do incêndio, foi lamentável, mas esse é também um meio de purificação. E também, quando fui ao Templo Murôdi, o superior desse templo, que também supervisiona o Templo Nagatani de Yamato, é um dos mais célebres do grupo Hôzan da religião Shingon. E ele também, querendo encontrar-se comigo a qualquer custo, apesar de estar viajando, voltou exclusivamente para isso, contou o deus dragão. Então, perguntando sobre o local onde é cultuado o deus dragão, disseram que é numa montanha bem ao lado do Templo Murôdi. Chama-se Deus Dragão Zenjyo. É o deus dragão mais superior desse local. Realmente, para proteger um templo grande e famoso, é porque, mesmo entre os deuses dragões, possui qualificação para tanto. Por causa do ritual para chamar a chuva, o fundador do Templo Murôdi brigou com o outro e ganhou, quer dizer, ganhou porque esse deus dragão trabalhou. O deus dragão é muito rigoroso. Por causa disso, se não for alguém de nível superior a ele que lhe pede alguma coisa, ele não obedece. Com o ritual para chamar a chuva, teve muito lucro, e tem vezes que apesar, de um grande número de pessoas rezarem, não se obtém lucro porque, se entre eles não tiver um de personalidade divina, ele não obedece. Se tiver uma pessoa que seja de nível superior a ele, não tem como deixar de obedecer, e essas coisas, conforme o nível, está bem determinado. Principalmente no mundo do deus dragão isso é bem rigoroso. Mioshie-shu Nº 33 (15/04/1954) A SALVAÇÃO DO DEUS DRAGÃO (II) E os deuses dragões também são transformações de seres humanos. Por isso conseguem utilizar a linguagem do homem e possuem sentimentos e inteligência como o homem. E a salvação dele consiste em fazer reencarnar na forma humana os que caíram no Inferno. Foram para o Inferno porque acumularam pecados a essa altura, e encontrando-se com a Luz, esse pecado desaparece e, desaparecendo, o seu nível sobe espiritualmente. Isso significa que alcançou o nível de homem. A salvação da Igreja Messiânica não se limita apenas ao homem; o Mundo Espiritual também é salvo. Sem dúvida que, sendo o Mundo Espiritual a base, o mundo dos seres humanos não será salvo se o mundo espiritual não for salvo. Porém, as diversas religiões existentes até hoje não conseguiram isso. Não conseguiram sequer salvar o homem. Isso porque o Espírito precede a Matéria, então, se o espírito não for salvo, a matéria não se salva. Se só a matéria é salva e continua sofrendo bastante, é uma salvação aparente, e não serve porque não é básica. (...) A regeneração do Kinmô-Kyubi é muito importante. Ou seja, ele faz as pessoas se degradarem. É o chefe número um. Creio que esse problema de corrupção que houve agora teve a participação ativa do Kinmô-Kyubi. Apesar de falar assim, todos são da família e existem mais de um milhão. Eles visam o ponto vital e fazem da pessoa um prisioneiro. E, utilizando dinheiro, fazem subornos. A prostituta está bem abaixo dele. Por isso, a regeneração do Kinmô- Kyubi, isto é, esse aspecto, ficará muito melhor. Isso se deve ao fato de estar próximo o Mundo de Miroku e porque o Mundo Espiritual tornou-se claro. Eles temem, em primeiro lugar, a Luz. E o mundo até hoje não tinha a chamada Luz, era o mundo da noite, por isso praticaram o que queriam em grande escala, mas finalmente, a Luz chegou, e o pior dos bandidos não tem outra alternativa a não ser renovar o sentimento. Não dá mais para fazer como antes. Ainda não li sobre isso, e parece que há 2 ou 3 dias atrás, Stálin começou a renovar bastante o seu sentimento. O local em que ele se encontra tornou-se um pouco mais claro. Ele está no nível mais baixo do Inferno e disse o seguinte: “Até hoje fiz muitas coisas erradas e queria ser perdoado. Me sinto um pouco aliviado, mas ainda sofro, por isso quero ser perdoado o quanto antes". Falta mais um passo para renovar seu sentimento. Acho isso muito bom. Sendo assim, o ideal comunista, em futuro próximo, ficará em pedaços. Sobre isso eu havia falado que, após a morte de Stálin, infalivelmente, o comunismo acabaria secando, e realmente, como eu predisse, está sendo cada vez mais rápido. Mioshie-shu Nº 33 (16/04/1954) C - O TEMPLO HORYU Nas duas viagens missionárias feitas a Quioto em 1951, o Fundador visitou os principais monumentos da região. Na viagem a Nara, realizada na primavera de 1952, visitou o Templo Kofukuji e o Santuário Kassuga Taisha, que prosperaram bastante sob a proteção dos Fujiwara, com os quais tinham profunda afinidade. Nessa ocasião, ele esteve também no Templo Todai-ji, a maior construção em madeira do mundo, edificada a pedido do Imperador Shomu; no Templo Toshodai-ji, cujo fundador foi Ganjin Wajo, bonzo chinês da Era Tang que, indo para o Japão, transmitiu os ensinamentos de Buda aos bonzos japoneses; no Templo Hokke-ji, construído como sede dos templos de freiras do país, por ordem da Imperatriz Komyo, esposa do Imperador Shomu, e no Templo Horyu-ji, situado na Vila Ikaruga, onde ainda se conserva a Cultura Assuka3. O fato que se segue aconteceu um pouco antes da viagem a Nara, quando Kawai Teruaki, Moriyama Jitsutaro e Iwamatsu Sakae, dirigentes de Igrejas situadas na Região Kansai, foram inspecionar os locais que seriam visitados pelo Fundador. Os três rezaram no Santuário Kassuga Taisha e, na volta, depois de terem combinado tudo que era necessário, sentiram-se atraídos para o Santuário Kinryu (Dragão Dourado). Chegando lá, perceberam que estava tudo muito limpo e viram uma jovem fazendo a limpeza sozinha. Dirigiram-lhe um leve cumprimento e, diante do santuário, entoaram uma oração. Nisso, subitamente, ela sentou-se no chão, em visível estado de transe. Terminada a oração, eles bateram-lhe de leve nas costas, perguntando-lhe o que acontecera. A jovem disse, então, que morava perto de Nara e que todos os seus familiares eram adeptos fervorosos de certa religião. Naquela manhã, rezando diante do altar, ela recebera a seguinte ordem do Alto: "Um homem Divino, que tem o grande 3 Culturabudista que floresceu principalmente na Região de Assuka, em Nara, do final do séc. VI à primeira metade do séc. XVII. objetivo de salvar a humanidade, virá a Nara. Antes, discípulos seus virão inspecionar a cidade. Ao entardecer eles irão ao Santuário Kassuga Taisha, devendo passar, também, pelo Santuário Kinryu. Este lugar é pouco freqüentado e está muito sujo; por isso vá até lá e faça uma limpeza." Assim, algumas horas atrás ela havia começado a limpar o local. Aquela viagem missionária não passava, então, de simples projeto, e só um número bem limitado de pessoas tinha conhecimento dela. No entanto, um adepto de outra religião fora avisado, antecipadamente, sobre a qualificação espiritual do Fundador, o itinerário de sua viagem e até os preparativos que estavam sendo feitos; e tudo sem o mínimo erro. Diante dessa ocorrência, Kawai, Moriyama e Iwamatsu sentiram-se invadidos por um grande respeito e compreenderam ainda mais profundamente o Plano Divino e o poder do Mestre. Moriyama Jitsutaro era um dos discípulos que sempre cuidava dos preparativos para as viagens missionárias da época, servindo, também, de cicerone. Em 1943, um de seus tornozelos, que ele fraturara durante a infância, inflamou, causando-lhe uma dor violenta. Sentindo-a diminuir com o Johrei ministrado por sua mãe, tornou-se fiel em setembro do mesmo ano, quando Nakajima Issai foi à cidade de Kobe, em Mikague, para ministrar aulas e outorgar protetores. Cerca de três anos depois, Moriyama deixou seu cargo de diretor de empresa e abraçou a carreira missionária. Mais tarde, passou por sérias dificuldades financeiras e também por sofrimentos físicos, em conseqüência de uma grave enfermidade; entretanto, através das entrevistas com o Fundador, recebeu força e coragem para vencer esses problemas, tornando-se construtor dos alicerces da futura Igreja Jisho, inaugurada em 1948. Em 1950, passou a ser um dos diretores da Igreja, trabalhando, desde então, como encarregado das publicações. Utilizando sua experiência dentro da sociedade e sua ampla cultura, Moriyama formou a base das atividades escritas e editoriais da Igreja. Faleceu no dia 13 de abril de 1981, com quase setenta e oito anos. Entre as sete viagens missionárias do Fundador à Região Kansai, merece destaque a visita ao Pavilhão Yume, um salão octogonal situado no lado leste do Templo Horyu-ji. Este templo foi construído no início do séc. VII pelo príncipe regente Shotoku Taishi. Segundo dizem, ele o construiu na intenção da cura de seu pai, Yomei (585 - 587 d.C), o 31º imperador, o qual estava doente. No Pavilhão Yume, onde ficava absorvido no estudo das leis búdicas ou lendo interpretações das escrituras budistas trazidas da China, às vezes o príncipe Shotoku recebia avisos de Deus. O Fundador visitou o Templo Horyu-ji no dia 29 de abril de 1952. Sabendo que o Kusse Kannon, imagem principal do templo, seria exposto aos visitantes, postou-se diante do Pavilhão Yume com grande respeito. Abertas as duas bandas da porta central e também o zushi 4 que havia no recinto, apareceu a imagem, esculpida no Período Assuka. Dizem que ela era da altura de Shotoku Taishi e nunca fora mostrada a ninguém, estando sempre embrulhada num pano, como buda secreto. Justamente por isso, passados milhares de anos, não havia perdido seu brilho dourado; os olhos semi-abertos e perspicazes olhavam silenciosamente para longe. Diante dessa imagem, o Fundador sentiu que pouco a pouco foi diminuindo a distância entre os dois, os quais foram se tornando um único ser. A respeito dessa experiência, ele escreveu: "Quando me coloquei diante da Imagem de Kannon, a energia espiritual que ela emanava começou a penetrar em mim. Era uma sensação inexprimível e eu tive vontade de chorar. Isso significa que há muito tempo Kannon estava esperando por aquele momento. De fato, para os deuses também existe o tempo certo. Até que este chegue, eles 4 Móvel budista onde se guardam imagens, sutras, etc. nada podem fazer. Kannon esperara pelo tempo certo até então, no Pavilhão Yume do Templo Horyu-ji." c) Sucessivos mistérios No dia 14 de abril de 1929, mais de dois anos após a Revelação de 1926, o Fundador foi a Kameoka (Ayabe, Quioto), para participar do Culto da Primavera da Oomoto, o qual seria realizado nos dias 14 e 15. O fato que se segue aconteceu no dia 16. Tendo idéia de assistir ao ofício religioso do Santuário Obata, localizado em Anao (circunscrição de Sokabe, Quioto), terra natal de Onissaburo Deguti, ele chamou um carro. Quando estava de saída, encontrou-se com a esposa de Watari Shiga, membro do partido político mais representativo do Japão antes da Segunda Guerra Mundial, partido esse criado em 1900, sob a direção de Hirobumi Ito. A senhora em questão lhe disse que acabara de chegar do Estado de Saitama e pediu-lhe que a levasse com ele. “Chegou na hora!”, respondeu o Fundador, que lhe deu carona gentilmente. No momento em que o carro começou a andar, ele estremeceu, sentindo algo de misterioso no sobrenome Shiga, daquela senhora. Pensou então: “O Lago Biwa, de Omi, também é chamado Lago Shiga. Será que o culto de hoje tem algo a ver com o Lago Biwa?”. Terminado o ofício religioso em Anao, o Fundador voltou para Tóquio. Por sua vez, Onissaburo Deguti, após o culto, pegou um carro e foi até o Lago Biwa, tendo passado a noite num famoso restaurante situado à beira desse lago. No dia seguinte, antes de partir, escreveu num papel as palavras Doto Tyuten (“Gigantescas ondas sobem ao Céu”) e entregou-o ao dono do restaurante, que também era fiel da Oomoto. Dias depois, misteriosamente, houve uma tempestade que atingiu um vasto território, assolando regiões como Kinki, Hokuriku e Kanto. Na região onde está situado o Lago Biwa, a tempestade foi violenta, e um navio de turismo e muitos barcos pesqueiros afundaram. Nesse momento, o Fundador recebeu uma Revelação extremamente importante, sobre a qual escreveu em prosa e em verso: “O Dragão Dourado, Deus Guardião de Kannon, esteve submerso, durante milhares de anos, no fundo desse lago. Chegado o momento propício, quando ele ia emergir das águas, o Dragão Vermelho (82), que observava de longe, ciente de que surgiria o deus mais temido por ele, veio correndo, e, para derrotá-lo, travou uma enorme batalha sobre o lago. Vencido, fugiu para o norte. Essa luta é que se transformou naquela tempestade.“ “Surgiu O deus Dragão Dourado, Oculto nas profundezas Do Lago de Shiga.” “Finalmente surgiu O deus Dragão Dourado Que se escondia No Manai (83) de Yassugahara-ame.” No dia 23 de maio, um mês após a ocorrência desse mistério, Tóquio foi assolada por um temporal. O Fundador não foi à loja, tendo ficado a desenhar num shikishi (84). De repente, por volta do meio dia, reboou uma forte trovoada nos arredores da mansão Shofu, em Omori. Intuindo nesse acontecimento a chegada do Dragão Dourado, o Fundador, anos mais tarde, escreveu: “Desabara uma tempestade e, aproximadamente ao meio-dia, ecoou uma forte trovoada sobre a minha residência. A partir desse momento, o Dragão Dourado tornou-se meu Espírito Guardião”. No dia 11 de abril, pouco antes desse acontecimento, por volta das cinco horas da manhã, Yoshi, que estava grávida, começou a sentir as dores do parto. Na família Okada, desde a época de Taka, primeira esposa do Fundador, costumava-se chamar a parteira Hissa Mizutome. Desta vez, também, estava combinado chamá-la, quando chegasse a hora. Entretanto, como ainda era muito cedo, Mizutome não havia chegado, e tudo indicava que o bebê estava prestes a nascer. Assim, o próprio Fundador começou a fazer os preparativos, apanhando água, preparando a bacia etc. Mizutome acabou não chegando a tempo, e ele teve de exercer a função de parteiro. Sem nenhum problema, nasceu um menino, que recebeu o nome de Shigueyoshi. Era o seu terceiro filho homem. Desde o período inicial da Era Showa, o Fundador escrevia um diário. Nele, registrava as suas impressões sobre os principais acontecimentos do dia em forma de poemas. Atualmente, resta um total de quinze cadernos, escritos até 1943. No início da Era Showa, o Fundador desenvolvia simultaneamente a Obra Divina e as atividades comerciais. Aproveitando qualquer oportunidade, dedicava-se à pesquisa do Mistério. Tudo isso está descrito vivamente no diário dessa época. A respeito do nascimento de Shigueyoshi, ele escreveu os seguintes poemas: “Mizutome Não havia chegado, E vejam só! Chorando bem forte, Nasceu um menino.” “Parteiro virei, Sem outra alternativa. Eu precisava Ajudá-la no parto, Aparando o bebê.”. “Não sei se é Algum Plano Divino, Mas, em minha vida, É a primeira vez Que assisto a um parto.” Através do nascimento de seu próprio filho, o Fundador conscientizou-se ainda mais profundamente do seu próprio destino e da missão que lhe fora determinada. Agora, havia no mundo mais tristeza do que alegria, mas ele sabia que um mundo assim não duraria para sempre. Com o poder e o amor absoluto de Deus, haveria de nascer um novo mundo aqui na Terra. Como representante de Deus, ele é quem iria construí-lo. Tudo isso lhe fora esclarecido na Revelação de 1926, e mais uma vez Deus lhe mostrou claramente esse mistério, fazendo com que ele servisse de parteiro. Naquela época, a Oomoto mantinha intercâmbio com a Associação Sekai Komanji, criada em 1930, na China, quando Gofukurin e Ryushoki, naturais de Santo-Sho, naquele país, instalaram uma igreja em Sainan, capital de Santo-Sho. Era uma entidade religiosa que cultuava Shissei-Senten-Rosso como Deus Supremo e realizava intensa atividade beneficente. A seu respeito, o Fundador escreveu: “Na Igreja Messiânica Mundial, conhecemos a existência de Deus através de graças e milagres. A Associação Sekai Komanji, no entanto, faz com que as pessoas O conheçam através de um método completamente diferente. Instalam um assento para Deus bem no centro do local onde vai ser aplicado o método, queimam incenso e, depois de lerem sutras, realizam uma cerimônia chamada futi. Em cima de uma mesa, coloca-se uma bandeja rasa, quadrada, forrada de areia prateada. Nas laterais, ficam duas pessoas segurando uma vara com formato de T. A ponta da vara vai se movendo automaticamente, traçando letras. É a mensagem de Shissei-Senten-Rosso. Grandes religiosos como Sakyamuni, Confúcio, Jesus Cristo e outros praticaram o futi. Eles escreveram sob a ordem de Rosso. Sai escrito assim: “Kannon, por ordem de Rosso, transmite X Ensinamento”. As palavras fluem com muita rapidez, e por isso é impossível que as duas pessoas se consultem”. O fato que se segue aconteceu no dia 26 de março de 1930. Na Sede Aishin-Kai da Oomoto (atual Kakushin-Kai), situada no bairro de Koji, em Tóquio, ia se realizar um Futi com a presença de dez diretores da Associação Sekai Komanji. O Fundador participou da cerimônia em companhia de Yoshi. Nessa oportunidade, ele ganhou uma folha de papel no meio da qual estava escrita, em letra bem grande, a palavra PURIFICAÇÃO; ao lado, em letra pequena, “Mokiti Okada”. Junto, entregaram-lhe um folheto explicativo: “Foi escrito no futi realizado na Sede Geral da Oomoto, em Ayabe, pouco antes da comitiva da Associação Sekai Komanji ir para Tóquio”. A propósito desse futi, o Fundador escreveu: “Saí com Yoshi Para ir a Aishin-Kai A fim de assistir À cerimônia de escrituras.” “Ganhei uma folha Com a palavra PURIFICAÇÃO Em letra bem grande, Escrita por Rosso. Segundo disseram, foi feita em Ayabe.” Mais tarde, ele comentou: “O meu trabalho mais importante é purificar o espírito através da ministração do Johrei (purificação do espírito). Naquele momento, isso já estava determinado por Deus”. O papel recebido pelo Fundador foi um presente misterioso que indicava o seu destino. B - A atenção da sociedade No dia 17 de outubro de 1935, uma semana depois da cerimônia de inauguração da nova sede, o Fundador registrou em seu diário: "Um indivíduo chamado Tizaki Veio à minha procura Com o desejo de entronizar A Imagem da Luz Divina Em Jossankei, Hokaido." Tizaki, cujo primeiro nome era Ussaburo, exercia, na época, o cargo de diretor e gerente da Jossankei Otaru Estradas de Rodagem S/A, firma situada na cidade de Otaru, em Hokaido. Administrava, também, uma empresa construtora chamada Grupo Tizaki, sua ocupação original, e lidava com os mais diversos tipos de empreendimentos. Após a Segunda Guerra Mundial, foi eleito deputado federal, vindo a falecer com cinqüenta e quatro anos, em 1951. Tizaki era um ardoroso fiel de Kannon, do qual entronizou um total de trinta e três imagens: trinta e uma em Jossankei, estação de águas termais localizada nos arredores de Saporo, e duas na praia de Assari, próxima daquele local. A décima oitava imagem entronizada por ele, de Iwato Kannon, foi pintada pelo Fundador. No número cinco da revista "Mundo de Luz", órgão informativo da Dai Nipon Kannon Kai, saiu um artigo relatando essa entronização, realizada em Jossankei no dia 26 de outubro de 1935. A imagem de Iwato Kannon continuou sendo cultuada naquele local e ainda hoje é visitada por muitos peregrinos. figura Artigo sobre a entronização da imagem de Iwato Kannon, publicado na revista "Mundo da Luz" Na nova sede, foram realizados, em seguida, os Cultos Mensais de novembro e dezembro e, no dia 11 de novembro, o Culto de Outono, passando-se a desenvolver entusiásticas atividades religiosas. figura Culto de Outono. O Fundador aparece no centro, de frente. Compareceu a esse Culto uma caravana da Filial Omiya "O primeiro Culto de Outono Foi grandioso. Participaram cerca De trezentos fiéis. " Por esse poema, registrado no diário do Fundador, podemos constatar a grande atividade que então se desenvolvia. Justamente nessa época, foi publicado no Jornal Hibi, de Tóquio, datado de 17 de dezembro, o artigo de Soiti Oya5 sobre a Dai Nipon Kannon Kai. figura O artigo sobre a Dai Nipon Kannon Kai publicado no Jornal Hibi. Esse artigo é o primeiro que aparece sobre a Igreja nos meios de comunicação (Propriedade da Biblioteca do Congresso Nacional) 5 Nasceu em 1900, na cidade de Ossaka, e faleceu em 1970. Desde pequeno demonstrou habilidade para as letras e, ainda jovem, depois de abandonar a Universidade de Tóquio, entrou para o mundo do jornalismo. Através do "Jinbutsu Hyoron", revista fundada por ele em 1933, ficou conhecido pelas suas críticas mordazes Com estas manchetes: "O surto de religiões parecidas"; "O astro de sucesso atualmente"; "O Mestre possuidor do Poder Kannon"; "Misteriosas graças materiais", foi publicada a foto do Fundador e a foto espiritual do Dragão Dourado. O texto era o que se segue: "Hanzo-Mon, situado no bairro de Koji, em Tóquio, fica bem próximo do novo prédio do Congresso Nacional e da Polícia Metropolitana. Indo um pouco mais adiante do ponto de ônibus Hanzo-Mon, encontra-se um pilar quadrado onde está escrito ‘Dai Nipon Kannon Kai’. Como me disseram que aquele era o local onde atuava o novo ‘deus’ de tanto sucesso ultimamente, experimentei ir até lá há uns dois ou três dias." A seguir, Soiti Oya nos diz que, no andar térreo, ouviu de um senhor de aproximadamente trinta anos o relato de vários casos milagrosos. E prossegue: "Se ele é um ‘deus’ tão milagroso assim, quero vê-lo mesmo que seja apenas uns instantes", disse eu. “Conduziramme, então, à sala do ‘Grande Mestre’, no andar superior. No centro, estava um homem parecido com o escritor Tosson Shimazaki, mas um pouco mais jovem, de cabelos bem brancos, e, ao seu lado, alguns homens e mulheres.” O jornalista diz que perguntou ao Fundador o motivo pelo qual fundara uma nova religião, a relação entre ele e Kanzeon Bossatsu, entre a religião e a cura das doenças etc. E acrescenta: "No alto, entre o teto e a porta, está afixado o preço do tratamento: na primeira vez, 2 ienes, e na segunda, 1 iene. Também está afixado o preço do tratamento a domicílio: 5 ienes na primeira vez, e 2 ienes na segunda. Parece que o ‘deus’ também dá consultas domiciliares e é bem mais careiro que os médicos da cidade. Apesar de ter iniciado esse trabalho no dia 1o. de janeiro do corrente ano, ele recebe de quarenta a cinqüenta doentes por dia, contando com mais de dez filiais, dentro e fora da cidade. (...) " É interessante, porém, que esse artigo de Soiti Oya chegou ao conhecimento de Keijiro Takeuti, médico que sofria de apoplexia e estava em tratamento. Takeuti foi procurar o Fundador no dia 6 de janeiro de 1936, menos de um mês após a leitura do artigo, e, através do Johrei, seu estado de saúde melhorou muito. Ele imediatamente se tornou membro e, utilizando-se da sua posição de médico, passou a colaborar com as atividades religiosas do Fundador. Além de ocupar o cargo de conselheiro da Dai Nipon Kenko Kyokai (Associação Japonesa de Saúde), instituída em maio daquele ano, Takeuti começou a difundir o Johrei em Morioka, cidade onde morava, situada no Estado de Iwate, e, logo depois, chegou a pedir a ajuda dos terapeutas de Tóquio. Recebendo esse apelo, o Fundador imediatamente enviou para lá Araya Otomatsu. Nessa ocasião, para desviar a atenção da polícia, que continuava sempre alerta, Araya empenhou-se na ministração de Johrei passando por aprendiz de Takeuti e salvou muitas pessoas. Takeuti enviou, ainda, para uma revista popular chamada Iwate Koron, um artigo intitulado "Os resultados do tratamento de doenças pelo Estilo Okada vistos por um médico", no qual dizia o seguinte: "Em 1907, formei-me pela Universidade de Medicina de Tóquio. Defendi tese de doutorado, especializando-me em medicina química. Por meio de bolsas de estudo, fiz cursos em outros países, entre os quais a Alemanha, e depois passei a dirigir um hospital na cidade de Morioka. Entretanto, em 1928, repentinamente, sofri um derrame cerebral, sendo acometido de apoplexia. Fui examinado por vários médicos categorizados e todos diagnosticaram: ‘Paralisia total - impossibilidade de recuperação’. Mais tarde, entrei para o mundo da Fé e fui para Tóquio. Durante cerca de dois anos recebi um tratamento ministrado através da palma da mão, mas não senti grandes melhoras. Exatamente no dia 17 de dezembro, li o artigo publicado pelo Jornal Hibi, de Tóquio, sobre a Dai Nipon Kannon Kai. Senti-me muito bem após a leitura e dirigi-me imediatamente à sede dessa associação, naquela cidade. Logo no início do tratamento ministrado pelo Mestre Jinsai Okada, fui surpreendido por um bem-estar que nunca havia sentido antes e a cada dia ia me libertando da paralisia. Adquiri autoconfiança e em breve me recuperei por completo. O Mestre Jinsai não só curava todas as doenças sem o uso de remédios, como também estava formando um grande número de terapeutas. Eu também, ao lado dele diariamente, como seu aprendiz, acompanhava de perto todos os tipos de tratamentos e ficava admirado com os excelentes resultados obtidos: doenças realmente incuráveis pela medicina iam sendo curadas umas após as outras. Posso, pois, afirmar, por esses resultados, que o método de tratamento de doenças no Estilo Okada possui de fato absoluto poder de salvar os sofrimentos da humanidade causados pela doença." figura As revistas Iwate Koron e Naigai Koron, para os quais o Fundador enviou artigos Por sugestão de Takeuti, o Fundador enviou, para o número de julho de 1936 da revista Iwate Koron, o artigo intitulado "O que é o Poder Kannon" e, para o número de setembro da mesma revista, o artigo "O grande erro da medicina ocidental". Colaborou, também, quase que todos os meses, em 1935 e 1936, na revista Naigai Koron, publicada mensalmente pela editora do mesmo nome, sediada no Distrito de Shiba, em Tóquio. Ainda nos restam os seguintes números: Outubro de 1935: "A respeito da criação da terapia japonesa" Novembro de 1935: "O método de tratamento que supera a Ciência" Dezembro de 1935 a fevereiro de 1936: "Conheça a verdade a respeito das campanhas Kannon"(1), (2), (3) Junho e julho de 1935: "A construção de um Japão saudável e o grande erro da medicina ocidental" (1), (2) Mais tarde, na época em que o Fundador estava proibido de exercer suas atividades, Takeuti teve importantes incumbências, entre as quais criar oportunidades para ele receber permissão de reiniciá-las. Entretanto, esse médico acabou deixando suas tarefas religiosas ao encargo de Otomatsu Araya e voltou a dedicar-se exclusivamente à Medicina. Com o acirramento da guerra, mudou-se para Vila Shiba, no Estado de Iwate, vindo a falecer em 1948, com a idade de sessenta e sete anos. Assim, menos de um ano e meio após a instituição da Dai Nipon Kannon Kai, o conceito do Fundador se elevara bastante, e a difusão crescia rapidamente. Motokiti Inoue registrou esse crescimento dizendo: "A Dai Nipon Kannon Kai teve um desenvolvimento espantoso e em pouco tempo tornou-se a maior de todas as religiões novas." Todavia, à medida que crescia a difusão e se propagava, através de milagres, a "Terapia Japonesa", surgiam algumas pessoas dos meios religioso e médico que, sofrendo as conseqüências desse êxito, agiam ocultamente, junto à Polícia Especial, planejando pressionar a Dai Nipon Kannon Kai. O SER DIVINO E SUA GRANDE MISSÃO Esse episódio ocorreu no outono de 1952, antes da viagem de Meishu Sama à cidade de Nara. Os chefes de Igreja da Região Kansai formaram um grupo, liderado pelo responsável da Igreja Kasugano, para inspecionarem os locais a serem visitados pelo Mestre. Como o Santuário Kasuga estava no roteiro, no final da tarde, dirigimo-nos para lá. Na volta, o ministro que estava servindo de guia sugeriu que visitássemos o Santuário Kinryu (Dragão Dourado), não muito distante dali. Como já tínhamos ouvido falar sobre a ocorrência de vários fatos relacionados a Meishu Sama e o dragão dourado, aceitamos a sugestão. Por ser outono, o estreito caminho estava coberto de folhas secas. Andamos um pouco e logo chegamos. Ficamos surpresos ao constatarmos que o pátio havia sido limpo com capricho. Olhando em volta, vimos uma jovem de aproximadamente vinte anos, sorrimos e a cumprimentamos com uma leve reverência. Em seguida, dirigimo-nos ao santuário e entoamos a oração Amatsu Norito. Enquanto rezávamos, notamos que a jovem, parecendo estar em transe, prostrou-se ao chão. Após a oração, aproximei-me dela, toquei-lhe o ombro e perguntei-lhe o que houvera. Segundo contou-me, ela e sua família eram membros fervorosos de uma certa religião. Naquela manhã, em casa, enquanto fazia suas orações, ela recebeu a seguinte mensagem: “Um homem Divino que tem o grande propósito de salvar a humanidade virá a Nara. Antes, discípulos seus virão inspecionar a cidade. Ao entardecer, eles irão ao Santuário Kasuga Taisha, devendo passar, também, pelo Santuário Kinryu. Este lugar é pouco freqüentado e está muito sujo; por isso, vá até lá e faça uma limpeza.” E a jovem acrescentou: “Foi por isso que fiz limpeza e estava aguardando a chegada dos senhores.” Essa viagem missionária de Meishu Sama estava ainda em fase de preparação e somente os organizadores é que sabiam a respeito. No entanto, aquela jovem, fiel de outra religião, que se referiu a Meishu Sama como “o homem divino que tem o grande propósito de salvar toda humanidade”, tinha conhecimento não só dos planos sobre a viagem, como também da visita repentina que faríamos ao Santuário Kinryu, o que nos convenceu de que tudo já fora preparado no Mundo Espiritual. Um chefe de Igreja AS LÁGRIMAS DE ALEGRIA DOS DRAGÕES Em 12 de abril de 1954, durante uma viagem missionária pela Região Kansai, Meishu Sama proferiu uma palestra no auditório Nara Public Hall e visitou vários lugares. Misteriosamente, em todos os locais visitados, chovia antes da sua chegada e, em seguida, o tempo se abria completamente. Nesse mesmo dia, Meishu Sama jantou no Hotel Nara, e nós tivemos a permissão de acompanhá-lo nessa refeição. Estávamos muito felizes pela honra de ser banhados por sua Luz. Na ocasião, Meishu Sama nos orientou: “Eu estive muito contente o dia todo e talvez ninguém consiga entender toda essa minha alegria. A chuva que hoje caiu, na verdade, foi mandada pelos dragões. Estes, de fato, são deuses, mas, em conseqüência dos pecados que cometeram, tornaram-se dragões. Eles querem ajudar o Supremo Deus na construção do Mundo de Miroku; entretanto, na condição de dragão, não o conseguem. Para tanto, precisam voltar à sua qualificação divina original, o que só conseguirão banhando-se em Luz. Assim, hoje, aproveitando minha vinda a este lugar, milhares de dragões receberam luz e expressaram sua gratidão mandando a chuva que ia caindo apenas à frente do meu carro. Essa gratidão é transmitida a mim e, por isso, eu me sinto tão feliz que mal consigo conter as lágrimas. Essa é a explicação para a chuva de hoje.” Sinto profunda gratidão e felicidade pela permissão de ter conhecido uma pessoa de espiritualidade tão divina como Meishu Sama. Um chefe de Igreja MEISHU SAMA ATRASOU A CHUVA PARA QUE TERMINASSEM O TELHADO DO KANZAN-TEI Este episódio se deu em 1946. O alicerce e as colunas de sustentação do Kanzan-Tei ficaram prontos e a próxima etapa era o assentamento das telhas. No terceiro dia de trabalho, faltava pouco mais de quarenta centímetros para o telhado ser concluído quando, repentinamente, o céu escureceu. Por mera casualidade, eu estava ali e um dos profissionais que estava fazendo a cobertura me disse, preocupado: “Se começar a chover antes de terminarmos a cobertura, as colunas internas ficarão manchadas. Por favor, peça a Meishu Sama que faça alguma coisa.” Respondi-lhe: “Está bem. Espere um pouco que já vou comunicar a Meishu Sama o que está acontecendo. Primeiro, diga-me de quanto tempo vocês necessitam para terminarem o telhado.” A resposta foi: “Provavelmente, trinta ou quarenta minutos. Mas seria melhor se tivéssemos mais uma hora.” Dirigi-me rapidamente à residência de Meishu Sama e o problema lhe foi comunicado por intermédio de um servidor. O Mestre foi imediatamente ao local e perguntou: — O que está acontecendo? — É que pode começar a chover a qualquer momento... — Tudo bem. De quanto tempo vocês precisam? — Se tivermos mais uma hora, o telhado poderá ser concluído. — Sim, mas qual o tempo mínimo necessário? — Cerca de quarenta minutos. — Está bem. Meishu Sama começou a fitar certo ponto do céu e ficou assim durante mais ou menos três minutos. Depois, disse: “Pronto! Terminem o trabalho o mais depressa possível.” Eles trabalharam rapidamente e, mal terminaram o serviço, uma espessa chuva desabou sobre eles. Na época, eu havia ingressado recentemente na Igreja e, quando vi Meishu Sama olhar fixamente um determinado ponto do céu para parar a chuva, sinceramente, fiquei em dúvida se ele conseguiria ou não. Ao constatar que chovia copiosamente em toda região menos sobre o Kanzan-Tei, fiquei profundamente admirado. Um artesão Encosto de dragões de árvores Entre os surdos, há pessoas que não têm nenhuma anormalidade nos tímpanos, e nesse caso a surdez tem causa espiritual. Trata-se de encosto de espíritos chamados de dragões de árvores, e pode ser espírito de cobra ou de ave. A palavra surdo em japonês, tsumbo, é constituída de mimi (ouvido) e ryu (dragão). Considera-se que o dragão ouve apenas alguns sons. As cobras escutam bem o som de flauta e outros similares. Existem muitos tipos de dragões. O que encosta nas árvores é chamado de dragão de árvore. Na maioria das vezes, encosta em árvores grandes, geralmente em pinheiro, chorão, guintyo, etc. Essas árvores são propícias ao encosto. Freqüentemente ouvimos dizer que dá azar cortar uma árvore grande. Tempos atrás, havia um pinheiro enorme no local onde deveria passar a Rodovia Federal Keihin. Para construir a rodovia, era preciso derrubar o pinheiro. O homem que cortou os primeiros galhos morreu na mesma noite, e o que cortou os outros galhos, também. O mestrede- obras, que achou o fato muito estranho, também acabou ficando doente. Certamente essa árvore tinha um encosto de dragão de árvore. A surdez, na maioria das vezes, é encosto de dragão de árvore. Nesses casos, os tímpanos estão perfeitos e os ouvidos não apresentam nenhuma anormalidade, mas a pessoa não ouve. A surdez causada pelo encosto de dragão de árvore é muito difícil de ser curada. Não há outro método senão somar méritos e virtudes por meio de uma fé correta; a cura se processa de acordo com esses méritos. É muito freqüente uma pessoa surda que apresenta os ombros e o pescoço enrijecidos passar a ouvir enquanto está recebendo o nosso tratamento. Isso acontece porque o pus-líquido que lhe entrou nos ouvidos através dos gânglios cervicais e nele se solidificou é dissolvido. Assim, no caso da surdez, só dá para fazer prognósticos com o decorrer do tratamento, não sendo possível afirmar logo de início o tempo necessário para a cura. 11 - Indo da Era Showa, Templo Nihon do Monte Kenkon, Monte Nokoguiri, Baía de Tokyo até o Monte Fuji A Era Showa também é muito interessante. Eu fui ao Templo Nihon que fica nas Montanhas Awa-Kenkon, no dia 15 de junho de 1931. Kenkon também significa Céu e Terra, Universo. O Templo Nihon representa o Mundo Búdico Japonês e fica no Monte Nokoguiri (significado = Monte onde repousa o Deus Dourado). E da Baía de Tokyo até o Monte Fuji existem muitos outros significados misteriosos. Céu e Terra, Kenkon, Mundo Búdico Japonês, Monte Nokoguiri... Foi a partir daí que veio o alvorecer. Havia começado o alvorecer do Japão. Depois de 3 meses e 3 dias, a partir daquele dia 15 de junho, no dia 18 de setembro de 1931, aconteceu o Incidente da Manchúria; logo depois vieram as Guerras Asiáticas e, em seguida, a 2a Guerra Mundial. Foi dessa maneira que ocorreu a grande Revolução do Japão, graças ao grandioso Plano de Deus que anda em plena ordem. 15 de setembro de 1952 31 - O dragão que tem a missão da destruição Dentro dos inúmeros dragões, existem aqueles que dizem: "A minha missão é a destruição, por isso que estou me empenhando ao máximo para cumpri-la". Eles dizem destruição, mas não é no sentido do mal. Podemos dizer que é uma limpeza. Ou seja, destruir no sentido de limpar. Destruir as coisas malignas e depois colocar as coisas tudo em ordem novamente. A missão desses dragões é, depois de fazer a grande limpeza, pegar todas as coisas com defeito ou sem nenhuma utilidade, quebrá-las (destruí-las) e jogá-las fora. É por isso que, para cumprir a sua missão, os dragões se esforçam bastante nesta parte. Sempre quando acontece uma "grande limpeza", podem ter certeza que eles estão por lá. Agora, como eles fazem essa destruição, isso é mais um mistério Divino. Atualmente, um dos problemas que está tomando grande vulto é a bomba de hidrogênio. Mas eu acho que isto também tem uma grande utilidade. Imaginem, se não houver uma coisa parecida com aquela, talvez não conseguíssemos limpar todo o nosso planeta, não acham? E, para ser salvo dessa grande limpeza, só existe um caminho: receber bastante Luz (Johrei) e eliminar as máculas, ou seja, para as pessoas que se tornaram membros da Igreja Messiânica Mundial, não existe maior motivo de felicidade do que isto. 06 de abril de 1954 MONOGATARI VOLUME 1 DE ONISSABURO DEGUCHI ATENÇÃO Segundo Onissaburo, o Monogatari é um livro de Kototama, ressaltando a importância de lê-lo na língua original. O Monogatari foi ditado de forma a permitir muitas interpretações, sendo que existem muitos pontos ambíguos nas escrituras, pois a tradução completa não seria possível. Por causa disso, são feitos resumos de cada volume e traduzidos para outras línguas. Portanto esse não é o livro original, mas um resumo dos capítulos. VOLUME 1 (Ditado entre os dias 18-26 de Outubro do ano 10 da era Taisho [1921] inclui partes datadas de janeiro e fevereiro do mesmo ano) (dictated Oct. 18-26, Taisho 10 [1921] plus part of his works dated January and Feb. 8 of the same year) O Reikai Monogatari narra como a divindade salvadora Kamususanowo-no-Mikoto (a manifestação completa da Grande Divindade Original do Universo) derrota a grande serpente Yamatano- Oroshi (Satã), apresenta a espada divina Murakumo para a Grande Divindade Original, manifesta absoluta sinceridade na Terra e no Céu, realiza a Era de Maitreya e reintegra a aprisionada divindade Kunitokotati-no-Mikoto do Mundo Divino da Terra como o supremo líder sobre o Reino Espiritual do planeta. O sutra do aparecimento de Maitryeia «o nome desse sutra não está correto» discursa sobre as quatro nobres verdades de sofrimento, causa, extinção e caminho, e revela o caminho, lei, cortesia e prosperidade do homem. Demonstrando a veracidade que os mundos material e espiritual são como espelhos um em frente ao outro, o que acontece no primeiro acontecerá também no posterior – embora ocorra em diferente níveis de detalhes – não importando o tempo e espaço. Então, o que está escrito no Monogatari irá acontecer de forma muito parecida no mundo material. Em 9 de fevereiro (calendário Lunar), do ano 31 da Era Meiji (1898), Onisaburo teve um treinamento espiritual por cerca de uma semana no monte Takakuma, de onde ele explorou o grande Mundo Espiritual e testemunhou a criação do Universo e da Terra, e também o desmoronamento do governo do mundo da divindade Kunitokotati, onde é hoje chamado de Jerusalém, Turquia (não Israel) na idade dos deuses, há 350 mil anos atrás. Essa experiência iniciatória deu a ele clarividência e poderes sobrenaturais. Existem duas linhas distintas de kami na Oomoto: uma é da linha divina de henjo-nanshi (“aquele que tem alma masculina em corpo feminino”; melhor ilustrado pela fundadora Nao), e a outra é a linha divina de henjo-nyoshi (“aquele que tem alma feminina em corpo masculino”; melhor ilustrado por Onissaburo). O primeiro seria como João Batista e Jesus. «isso não faz sentido já que os dois são homens» O treinamento místico de Onissaburo no Monte Takakuma progrediu na velocidade da luz, como se ele tivesse passado do jardim da infância e obtido o título de doutor em um piscar de olhos. Conseqüentemente, ele vê o passado, o presente e o futuro, aprende os segredos do mundo das divindades e sabe o que acontecerá no mundo em milhares de anos. A divindade que conduziu Onissaburo para o Mundo Espiritual foi Matsuoka (“Montanha do Pinheiro”), o mensageiro da divindade do monte Fuji, Ko-no-hana-saku-ya-hime (“Princesa que floresce maravilhosamente como as flores das árvores”). Matsuoka sempre se referiu ao Onissaburo como Sr. Mitsuba. Mitsuba é uma abreviação de Mitsubatsutsuji, que literalmente significa “rododentro” (um tipo de arbusto), mas no contexto se refere ao espírito de Mizu ou Go-santai-no-oh-kami (“Três mais nobres divindades do universo”) = Ame-no-mi-naka-nushi-no-kami ("Divindade suprema do augusto centro do paraíso") + suas duas manifestações Taka-mi-musu-bi-no-kami ("Elevada Augusta geradora fantástica Divindade"; o progenitor do espírito) e Kamu- mimusu- bi-no-kami ("Divina geradora fantástica Divindade"; o progenitor do material). Mitsubatsusuji mora no Monte Takakuma, que é o modelo de Sião. É interessante notar que Mitsuba parece associado com Mizpeh, como exemplo “E Samuel disse, reúna toda Israel em Mizpeh, e eu orarei por vocês para Deus” (1 Sam 7:5) «buscar a passagem correta» O colapso do grande Mundo Espiritual, como é mencionado no Rekai Monogatari, foi como se segue: Reikai (Mundo Espiritual) Componentes Sub-Componentes Outro Nome Tenkai (Mundo Divino) Três camadas do Ten-no-shinkai (Mundo das Divindades no Céu) Três camadas do Chi-no-shinkai (Mundo das Divindades na Terra) Shinkai (Reino das Divindades) Chu-u-kai (Mundo Intermediário) Johzaikai (Mundo da Purificação) Seireikai (Purgatório) Jigokukai (Mundo Infernal) Três camadas do Neno- kuni ("Raiz" Mundo das almas perdidas) Três camadas do Soko-no-kuni ("Fundo" Mundo das almas perdidas) Yukai (Reino de espíritos corrompidos) Onissaburo se encontrou com o Rei de Yukai (= Senhor de Hades, o Inferno) cujo reinado de 3.000 anos está para acabar em cerca de 1 ano. Isso se materializará posteriormente com a restituição da suprema Divindade Kunitokotati-no-Mikoto do Mundo Divino da Terra. (Na Oomoto, Kunitokotati é o mesmo que Jeovah, e isso lembra a revelação “Eu sou aquele que viveu, e depois morreu e, contemplem, Eu estou vivo para sempre, Amém, e tenho as chaves do inferno e da morte”(1:18) No Mundo Divino de 350 mil anos atrás, o governo do mundo era onde hoje é conhecido como Ásia menor, Turquia. O reino na cidade sagrada de Jerusalém (diferente da de Israel), a qual fora estritamente guardada por Kunitokotati, começou a esfarelar-se pelas tentativas de subversão das divindades negativas. A sua ajuda final foi também seduzida para o engrandecimento próprio. Uma das divindades que atacou a suprema divindade Kunitokotati foi Shionaga-hiko (“Príncipe de Grande Sagacidade”, também conhecido como Banko-daijin) ou Shionawa-hiku (“Príncipe Borbulhante do Mar”), uma divindade que descendia onde hoje é chamado de Norte da China do Reino do Sol. Ele era originalmente bondoso e fiel, mas ele mudou desde que foi possuído por Yamatano- Orochi (Serpente de oito cabeças e oito rabos = antropomorfismo do mal). Impedido de governar o mundo durante a turbulência das forças do mal, Banko Daijin devolveu o poder para Kunitokotati. Então, com a ruidosa declaração de sua promessa de remontar o Mundo Espiritual inteiro através da boca de Nao Deguchi, Kunitokotati foi reintegrado como chefe da Terra desde o ano 25 da Era Meiji Existem três grandes demônios na Terra, os quais mergulharam o mundo no caos desde que foram criados: Yamatano- Orochi (Serpente de oito cabeças e oito rabos), Kimmoh-kyubi Hakumen-no-Akko (Raposa de cara branca com nove rabos de sangue) e Rokumen-happi-no-Jaki (ogro de 6 faces e oito braços). Eles são formados como os pensamentos negativos solidificados. Yamata-no-Orochi apareceu no lugar conhecido hoje como Rússia, Kimmoh-kyubi Hakumen-no-Akko, onde é a Índia, e Rokumen- happi-no-Jaki na terra dos Judeus. Yamata-no-Orochi controla as mentes das 12 regiões do mundo e as usa para mergulhar o mundo das divindades no caos. Kimmoh-kyubi Hakumen-no-Akko possui as esposas dos líderes regionais. Rokumen-happi-no-Jaki conspira vandalizar todo sistema do Mundo Divino e do Mundo Físico tendo em vista assumir o posto de grande chefe da Terra e transformar o mundo em um pandemônio de espíritos perdidos. O espírito de Onissaburo escalou o Monte Sumeru (ou Mt Misen, Mt Myokoh; na cosmologia búdica, o Monte Sumeru flutua para o céu no centro do Universo), de onde ele testemunhou a criação da Terra. No caos do cosmos, o pilar de ouro girou em sentido anti-horário, e depois se transformou num dragão dourado. Nasceu do dragão dourado uma miríade de pequenos dragões. De forma similar, o pilar de prata girou em sentido horário e depois se transformou num dragão prateado. Nasceu do dragão prateado uma miríade de pequenos dragões. Esses dragões criaram a Terra. O dragão dourado tomou a forma humana (espiritualmente) como Kunitokotati e o dragão prateado tornou-se Toyo-kumo-nu, a esposa de Kunitokotachi. A forma de dragão do arquipélago japonês é uma cópia carbono de Kunitokotati no tempo da criação da Terra como dragão dourado. A suprema divindade do Mundo Divino da Terra Kunitokotati formou um reino admirável por alguns séculos através da observação rígida das leis do Céu e da Terra. Como, contudo, o tempo passou, elementos mal intencionados se multiplicaram nos três mundos espirituais, reclamando do rigor da lei de Kunitokotati. Visando tranqüilizá-los, o Anjo Chefe e o Primeiro Ministro Ohyashima- hiko (“Grande Príncipe das Oito Ilhas”) foi obrigado a abrandar as leis, mesmo sabendo que isso ia contra a vontade de Kunitokotati. O grande Mundo Espiritual começou, então, a se aproximar do colapso quando Shionaga-hiko (“Príncipe de Grande Sagacidade”, também conhecido como Banko-daijin) e Oh-kuni-hiko (“Príncipe da Grande Terra”, também conhecido como Daijizaitenjin) juntaram forças buscando derrubar o governo de Kunitokotati e ocupar o Taka-ama-hara da Terra (“Ponto mais alto do Céu”) Kunitokotati buscou ajuda do Go-santai-no-oh-kami (Três mais augustas divindades do céu = Criador do Universo). Entretanto, as forças de Banko-daijin e Daijizai-tenjin eram tão bárbaras que encurralaram Kunitokotati até a resignação. A Grande Divindade Original do Universo teve que tomar a decisão extremamente dolorosa de retirar Kunitokotati para as ilhas japonesas ao nordeste de Jerusalém, ganhando ele o apelido Ushitora (“Nordeste”)-no (“do”) Konjin (“Deus de ouro, de metal e da retribuição”); simultaneamente, o Criador do Universo transmitiu uma mensagem intuitiva de que Ele ajudaria a restabelecer a divindade desapontada quando a Terra estivesse à beira do colapso no futuro. Após a expulsão de Kunitokotati, as facções de Banko-daijin e a de Daijizai-tenjin lutaram pela supremacia. Isso resultou na vitória de Banko-daijin e, desde então, ele assumiu o poder total no Reino do Mundo Divino da Terra. (Banko-daijin Shionaga-hiko é uma divindade de linhagem direta do deus do Sol Izanagi, que desceu à região norte da atual China, vindo do Reino Solar. Daijizaitenjin Oh-kuni-hiko é um deus herculano que desceu atualmente na América do Norte de Urano. Alguns pesquisadores o conflito hegemônico das duas divindades como um modelo da luta final entre os Estados Unidos e a China). As almas de João Batista e Jesus Cristo devem reaparecer no Japão de acordo com o plano de Kunitokotati-no-Mikoto e Kamususa- no-wo-no-oh-Kami. No Monogatari, João é dito shinsei kaiki (“fundador da era dos deuses”) em kanji, e Cristo, shinsoku tohgoh (“consolidador do sopro divino”). Conspirando usurpar o santuário sagrado de Jerusalém, o qual também é chamado de Taka-ama-hara (“Ponto mais alto”) da Terra, divindades malignas entraram em guerra contra as divindades benignas no Palácio do Dragão, no Monte Tenkyo (= Monte Fuji), no jardim do Éden, no Monte Sinai, etc. (Esclarecendo o conceito da Oomoto sobre kata (modelo), um modelo é inicialmente criado na Oomoto, a qual cria um modelo do Japão, o qual cria um modelo do mundo. Verdadeiramente a organização embrionária da Oomoto foi atormentada por um poder interno de luta entre membros influentes, e muitas das boas e más divindades mencionadas no Monogatari devem corresponder aos seguidores atuais da Oomoto. Esse membros ambiciosos que desafiaram Onissaburo deixaram a organização após o primeiro ataque governamental da Oomoto no ano 10 da Era Taisho [1921]) O objeto de devoção representado pelo espírito de Kamususa- no-wo, a bola roxa com vermelho, as gemas brancas e azuis construídas no centro, é guardada no palácio dourado das três histórias em Jerusalém. A água pura e cristalina no Ame-no-ma-na-wi (Verdadeira Fonte Lagoa do Céu) torna-se ouro, e sua essência se transforma em 12 lindas jóias quando descem à Terra. Cada uma das 12 jóias tem um poder divino distinto, de forma que operam maravilhas apenas quando são reunidas. Take-kuma (“Urso Bambo”, seu modelo na Oomoto é Take [Bamboo] zoh Nakamura). Oni-kuma (Urso Ogro, seu modelo na Oomoto é Shikazoh Ohtsuki) e outro taishu-reiju (“corpo de mestre, espírito de serviçal) – acho que é no sentido de materia precede o espirito) perverteram as divindades numa conspiração para apanhar essas jóias, mas sem sucesso. Take-kuma morre, e seu sangue forma um lago chamado o Mar Morto. Desde então, ele se tornou um espírito vingativo habitando no lago. As dez jóias genuínas e as duas jóias falsas que Take-kuma possui afundam no Mar Morto temporariamente antes de se dispersarem em várias partes do mundo; os gases venenosos que elas exalam infligem sofrimento a toda criatura lá. Onisaburo começou a ditar o Reikai Monogatari para ajudar as pessoas a conquistar espiritualidade suficiente para ir pro céu.