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IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS EM COMPONENTES

ESPADA

Introdução Objetivos

Durante muitos séculos, a espada foi a arma de eleição para as • Descobrir a composição química do aço da espada em estudo;
grandes guerras. • Procurar o aço normalizado com mais semelhanças ao aço em
Desde a descoberta do aço que se percebeu que este era o material estudo.

Espada em Estudo Estado Fornecido

A espada apresentava elevado nível de corrosão na sua lâmina. No estado fornecido foi observada a microestrutura onde se
Após alguma pesquisa sobre a sua origem descobriu-se que se observou o que aparenta ser cementite, apesar do grão muito
tratava de uma “British Pattern Sword” do inicio do Séc. XIX. degradado e com bastantes inclusões pondo, portanto, a hipótese
Foram então cortadas várias amostras para a realização de de ser um aço hipereutectóide.
ensaios e tratamentos com vista a descobrir mais acerca do aço da Para além disso foi realizado um ensaio de dureza que registou
espada em estudo. uma dureza do aço de 521 HV, o que, tendo em conta os métodos
É de referir que, tradicionais de fabrico de espadas, leva a crer que este aço tenha
devido à idade da sofrido uma têmpera seguida de um revenido.
espada, o aço em estudo
não deverá ser regido por
nenhuma norma.

Figura 1: Espada em estudo Figura 2: Ensaio dilatométrico do aço em estudo Figura 3: Microestrutura no
estado fornecido

Recozido de Normalização Têmpera martênsitica

Perante a degradada estrutura do aço surgiu a necessidade de Para tentar saber a percentagem de carbono do aço em estudo,
fazer um recozido de normalização tendo em vista a regeneração realizou-se uma têmpera de modo a criar uma estrutura 100%
do grão e assim poder tirar certezas acerca de se o aço seria martensitica (ou muito próximo) e assim, calcular a percentagem
realmente hipereutectóide. de carbono.
Ao analisar a microestrutura foi possível distinguir claramente Ao analisar a microestrutura observou-se o que parece ser uma
uma matriz perlítica e cementite globular, confirmando que se estrutura martensitica com alguns carbonetos( pontos pretos).
trata de um aço hipereutectóide. Relativamente à dureza, o valor registado foi de 935 HV o que
Para além disso, ao medir a através do gráfico da dureza
d a

Figura 4: Recozido de normalização Figura 5: Microestrutura no Figura 6: Têmpera Martensítica Figura 7: Microestrutura após a têmpera
estado normalizado

Conclusões

Tendo em conta a idade avançada da espada, pôs-se a hipótese de o aço da espada ter uma percentagem de elementos de liga desprezável
visto que, aquando do fabrico da espada, o conhecimento sobre os efeitos da adição de elementos de liga aos aços era nulo.
Juntando a esta informação, os resultados das durezas após os 2 tratamentos térmicos realizados, conclui-se que o aço normalizado mais
semelhante ao aço da espada é o SAE-AISI 1095, um aço muito pouco ligado com percentagens de carbono que podem variar entre os 0,90% e os
1,03%.
De modo a confirmar ou rejeitar a nossa hipótese foi posteriormente realizado um ensaio de espetrometria de emissão ótica (cujos resultados
estão apresentados na tabela 1), que revelou que a percentagem de carbono do aço em estudo é de 1,01% e também que a existência de
elementos de liga é quase nula, indo assim, ao encontro dos resultados experimentais obtidos.

Materiais Metálicos Frederico Castro Lopes Luís Côrte-Real

Grupo: M1894 up201703774 up201705140

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