Proposta: Esta aula propões evidenciar o motivo da criação das gramáticas.
Justificativa: É necessário que o aluno saiba para que serve a gramática e como ela foi disseminada.
AS LUZES DA IGREJA DE CRISTO NA IDADE MÉDIA
Se a igreja não tivesse disseminado seus valores, o mundo ainda estaria tolerante as trevas do paganismo e alienada ao amor de Deus. Por isso foi necessário que a igreja aprovasse os atos de bons homens na forma de investidas contra os males da humanidade. A Idade Média é compreendida entre os anos de 401 e 1401, período em que a igreja de Cristo cultivou os valores ideais e essências que viriam a ser base de toda sociedade futura. Este foi o período das ordens militares, das cruzadas, das universidades, dos hospitais, de cultivar o que é belo e do conhecimento. É um período que por tantas qualidades poderia ser chamado de Idade das Luzes, pois a igreja foi como um raio de luz em meio a escuridão para o aflito, o cativo e o ignorante. A igreja dominante extinguiu as atrocidades praticadas por grupos religiosos, resgatou uma parte dos homens do esoterismo e trouxe as bases científicas da humanidade. Foi ela quem criou as universidades, hospitais e mosteiros no mesmo período das belíssimas catedrais por volta de ~1100. A Igreja Católica além de construtora da sociedade foi a grande inspiradora da boa cultura. Neste período se cultivou o verdadeiro amor e a devoção a Deus. O serviço a Maria foi tomado como base para o respeito com as mulheres o que culminou em toda uma ritualística de respeito ao próximo e principalmente dos homens para as mulheres. Surge então em ambiente palaciano entre os aristocratas franceses o Fin’amor, o verdadeiro amor que viria a inspirar os amantes e a literatura de todas as gerações futuras. Se hoje estudamos alguma obra romântica nela está presente algum valor cultivado na Idade das Luzes. Como a grande construtora da sociedade a Igreja Católica propiciou a base para a formação intelectual do mundo. Cultivou todas as bases científicas e valores morais, difundiu seu ensino, sua ordem, moral e sua justiça baseada nos preceitos divinos. Propiciou o avanço nos estudos de direitos, economia, gramática, retórica, lógica, aritmética, desenho, arte, música. Na Europa rapazes e principalmente as moças iam para as faculdades após estudarem o Trivium e o Quadrivium. Primeiro se estudava retórica, gramática e lógica e posteriormente aritmética, geometria, música e astronomia para poder entrar em alguma universidade católica. Curiosamente as mulheres eram as mais privilegiadas, pois tinham mais tempo para estudar e consequentemente eram em maior número nas universidades. A Igreja de Cristo liderou este momento necessário para tirar o homem da selvageria e da condição animal. Por meio de inspiração divina, buscou bases firmes para todos os valores importantes nesta vida. Todo bom trabalho em toda a história da humanidade é mandamento de Deus, pois foi ele quem nos ordenou que fizéssemos para nosso sustento. E se trabalhamos semelhantemente a Deus toda boa obra humana é inspirada nele, seja ela de um pagão, leigo ou de um sacerdote. Isto porque, não se pode trabalhar fora da determinação divina e ao mesmo tempo produzir boa coisa, pois toda a verdade e o bom trabalho estão em conformidade com a vontade de Deus. A igreja de Cristo sempre assimilou os bons exemplos, fórmulas que funcionaram. Este fato evidencia o seu caráter conservador de tudo o que é fruto divino de bondade, conhecimento e poder. Criou e assimilou os frutos de sabedoria dados por Deus a humanidade. Todo nosso modelo de estudo e de educação é baseado em parte na Grécia antiga, isto porque, a igreja assimilou o melhor exemplo existente e disseminou pelo mundo inteiro. Nestes centros de cultivo de conhecimento criados pela igreja havia o ensino e os trabalhos nos moldes gregos clássicos do período helênico compreendido entre 323 a.C. e 146 a.C. Tudo inspirado em fórmulas que funcionaram melhoradas pela igreja. Usavam o método de ensino que consistia em trazer um questionamento, muitas respostas erradas e a correta, de uma forma natural como nas discursões e disputas formais embasadas. Dotando os alunos com a capacidade de averiguar verdades e mentiras. Chamar esse tipo de centro de ensino de universidade se deve ao uso do modelo de ensino clássico, por ser o mais próximo do natural, de um formato universal que serve e é para todos assim como a Igreja de Cristo é para o necessitado, propiciando uma boa assimilação de conteúdo, da melhor forma possível. A Igreja sem idealismos seguiu os métodos que funcionavam ao longo da história da humanidade e sabia que ter uma boa base gramatical era essencial para um bom aprendizado. A base gramatical além de facilitar o aprendizado preserva a língua escrita com seus modelos fixos e suas formas artísticas. Tudo na vida parte de uma base fixa, por isso a Igreja resgata e conserva tudo o que é bom. A primeira gramática surgiu no oriente, na índia em um período que historiadores estimam que possa ter sido confeccionada entre 600 ou 300 a.C. (não se sabe com exatidão), ela supria a mesma necessidade das atuais, servindo como base para a preservação da língua. Caso a língua não fosse preservada haveria uma desaceleração do avanço científico após o homem ir desenvolvendo a ciência. No ocidente tem-se o registro de uso de uma base gramátical na Grécia Antiga 170 a 90 a.C., esta visava preservar a beleza dos textos artísticos e servia como base de estudo do funcionamento da língua. Dionisio da Trácita , autor da primeira gramática no ocidente ainda faz parte e sempre fará de um currículo de artes da linguagem, figuras de linguagem, uso da alusão, etimologias e análise literária. Aristóteles também com a teoria da arbitrariedade do signo usada hoje em dia nas universidades resgatadas por Saussure, e suas teorias sobre função da linguagem. A gramática nasce desse aspecto conservador objetivando de preservar a beleza artística produzida. A igreja por resgatar estes aspectos da verdadeira educação atestou seu aspecto conservador do bem que não poderia oferecer senão o melhor assim como Deus por sua bondade e amor infinito não poderia nos oferecer senão o melhor. Vejamos o que diz Santo Agostinho a respeito do ambiente universitário: Ouso prometer uma grande didática, uma arte universal que permita ensinar a todos com resultado infalível, ensinar rapidamente, sem preguiça ou aborrecimento para alunos e professores, ao contrário, com o mais vivo prazer. [...] estabeleci uma técnica universal que permite fundar escolas universais. A educação universal se adequa a nossa natureza e isso foi copiado dos moldes gregos, e adaptado pela Igreja Católica afim de propiciar um melhor avanço cientifico para a humanidade o que lustra ainda mais a idade da luz, este período maravilhoso onde se cultivou as bases do conhecimento e da sociedade como a conhecemos. A igreja inspirada por cristo só poderia conservar, criar e cultivar o melhor, o bom trabalho, a verdadeira educação, tão rara de se encontrar em nosso tempo. Assim, toda nossa educação é inspirada nos moldes gregos, contudo temos perdido gradualmente a educação trazida pela Igreja Católica a construtora da civilização.
(Texto do livro: Hic Est Verus Deus – Uma Introdução ao Cristianismo)
A IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS GRAMATICAIS ASSOCIADOS A RETÓRICA E A LÓGICA
É fato que o raciocínio acompanha a capacidade cognitiva de certa forma e em
algum ponto do raciocínio lógico pode convergir em um conceito errado caso as ideias não se arranjem corretamente. Sabemos gramática. Todos nós estruturamos a língua e criamos nossas próprias estruturas sem a necessidade de estudar análise sintática, contudo o conhecimento acompanha o raso nível do saber sobre nós mesmos. Entender como se estrutura a língua é subir a um nível de autoconhecimento muito superior. Este nível de conhecimento elevado permite o aumento do nível intelectual geral. Aprender gramática, retórica e lógica, precede qualquer conhecimento. Isto é um fato que se comprova na prática. O conhecimento gramatical permitiu criar e preservar o belo em toda a história da humanidade direta ou indiretamente como bem essencial em todas as áreas do conhecimento. Com relação a assimilação de conhecimento, não é possível ensinar alguém a interpretar. A interpretação se dá com o acumulo de vários conhecimentos somados a forma como organizamos suas convergências, contudo em um estudo interpretativo pode-se adquirir algum conhecimento, além disso é necessário ser sincero e não faltar com a verdade da vida. É fazendo uso da lógica que percebemos as possibilidades, conceitos falsos e verdadeiros que podemos chegar a alguma conclusão e todos nós temos a capacidade de adquirir um conhecimento firme sobre nossa língua que gerará outros.