Máquinas de Fluxo

GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS DE UMA MÁQUINA DE FLUXO

Máquinas de Fluxo Semelhantes
Ao projetar-se grandes máquinas de fluxo, sejam elas motoras ou geradoras, ensaios precisam
ser elaborados, e esses ensaios são realizados através de protótipos. Protótipos estes que
devem apresentar resultados fieis as máquinas reais, porém sem ter as dimensões destas.
Enquanto a construção de modelos reduzidos de máquinas de fluxo diminui o risco de uma
execução errônea de máquinas de grande porte, a construção de modelos aumentados muitas
vezes se faz necessária para facilitar as medições durante os ensaios. Uma condição torna-se
indispensável para a completa validade da teoria dos modelos. Os modelos, tanto aumentados
como reduzidos devem ser geométrica, cinemática e dinamicamente semelhantes às máquinas
projetadas.
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 Semelhança Mecânica
Teoria dos Modelos → mesmo havendo aumento ou diminuição dos modelos das máquinas de
Fluxo, estas devem ser semelhantes:
• Geometricamente;
• Cinematicamente;
• Dinamicamente.
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 Semelhança Geométrica
Implica na proporcionalidade das dimensões lineares, igualdade de ângulos e nenhuma omissão
ou adição de partes. Ou seja, supondo duas máquinas de fluxo, tem-se:

𝐷5 𝑏5 𝐷4
= = = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐷5′ 𝑏5′ 𝐷4′
Os ângulos das pás são iguais.
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 Semelhança Cinemática
Implica que as velocidades e acelerações, para pontos correspondentes, sejam vetores paralelos
e possuam relação constante entre seus módulos, ou seja:

𝑐𝑚4 𝑐𝑢5 𝑢5
′ = ′ = ′ = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑐𝑚4 𝑐𝑢5 𝑢5
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 Semelhança Dinâmica
Implica que tipos idênticos de forças sejam vetores paralelos e que a relação entre seus módulos
seja constante para pontos correspondentes. Ou seja:

𝐹𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝐹𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜
′ = ′ = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐹𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝐹𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜

Para as máquinas de fluxo em geral, a igualdade do número de Reynolds é a condição mais

importante para a semelhança dinâmica.
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 Coeficientes Adimensionais
A ideia de se avaliar as semelhanças entre as máquinas é resolvida através da aplicação de uma
análise adimensional às variáveis envolvidas no estudo de máquinas de fluxo, formando grupos
adimensionais. Os grupos adimensionais fornecem as leis de similaridade que governam as
relações entre as máquinas semelhantes.
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Como 𝐻 é a energia por unidade de peso do fluido, é preferível utilizar como variável o termo
(𝑔𝐻), que representa a energia por unidade de massa, ou também chamada energia específica
(𝑌 = 𝑔𝐻), que é mais fundamental, já não depende da aceleração da gravidade.
Consideramos a energia específica como a variável dependente. A relação entre as variáveis
envolvidas é expressa como:

𝑔𝐻 = 𝜙(𝑄, 𝑛, 𝐷, 𝜌, 𝜇, 𝐾, 𝜀)

Utilizando o método de Frobenius (indicial),

𝑔𝐻 = C𝑄𝑎 𝑛𝑏 𝐷 𝑐 𝜌𝑑 𝜇 𝑒 𝐾𝑓 𝜀 ℎ
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Pela análise das dimensões chega-se em:

𝑎 𝑒 𝑓 ℎ
𝑄 𝜇 𝐾 𝜀
𝑔𝐻 = 𝐶𝑛2 𝐷²
𝑛𝐷3 𝑛𝐷²𝜌 𝑛2 𝐷²𝜌 𝐷

𝑔𝐻 𝑄 𝜇 𝐾 𝜀
=𝜙 , , 2 ,
𝑛2 𝐷² 𝑛𝐷3 𝑛𝐷²𝜌 𝑛 𝐷²𝜌 𝐷

2
𝑔𝐻 𝑄 1 1 𝜀
=𝜙 , , ,
𝑛2 𝐷² 𝑛𝐷3 𝑅𝑒 𝑀𝑎𝑐ℎ 𝐷

*Dedução em sala
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2
𝑔𝐻 𝑄 1 1 𝜀
=𝜙 , , ,
𝑛2 𝐷² 𝑛𝐷3 𝑅𝑒 𝑀𝑎𝑐ℎ 𝐷

Coeficiente de Pressão ou Altura Específica Coeficiente de Vazão ou Capacidade Específica

𝑔𝐻 𝑄
2
= 𝐶𝐻 = 𝐶𝑄
𝑛 𝐷² 𝑛𝐷3

Coeficiente de Potência

𝑊ሶ
𝐶𝑊ሶ =
𝜌𝑛³𝐷5
*Dedução em sala
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O rendimento global (total) pode ser expresso em relação aos coeficientes adimensionais
encontrados anteriormente:

𝐶𝑄 𝐶𝐻
𝜂=
𝐶𝑊ሶ
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• Leis de similaridade
Todas as máquinas de uma mesma família operam sob condições dinamicamente semelhantes.
Desta forma os coeficientes adimensionais são os mesmos em pontos correspondentes de suas
características. Isto implica que as leis de similaridade, que governam as relações entre tais
pontos correspondentes, podem ser relacionadas como:

Coeficiente de Vazão Coeficiente de Altura Coeficiente de Potência

𝑄 𝑔𝐻 𝑊ሶ
𝐶𝑄 = = 𝑐𝑡𝑒 → 𝑄 ∝ 𝑛𝐷³ 𝐶𝐻 = = 𝑐𝑡𝑒 → 𝑔𝐻 ∝ 𝑛²𝐷² 𝐶𝑊ሶ = 5
= 𝑐𝑡𝑒 → 𝑊ሶ ∝ 𝑛³𝐷5
𝑛𝐷³ 𝑛²𝐷² 𝑛³𝐷 𝜌

Devendo também satisfazer que 𝑅𝑒, 𝑀𝑎 e 𝜀 Τ𝐷 sejam os mesmos. Tais máquinas apresentam um
rendimento constante, 𝜂 = 𝑐𝑡𝑒
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• Leis de Similaridade para duas Máquinas Semelhantes

3 2 2 3 5
𝑄2 𝑛2 𝐷2 𝐻2 𝑛2 𝐷2 𝑊ሶ 2 𝑛2 𝐷2 𝜌2
= = =
𝑄1 𝑛1 𝐷1 𝐻1 𝑛1 𝐷1 𝑊1ሶ 𝑛1 𝐷1 𝜌1

𝜂2 = 𝜂1
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Relação entre as Grandezas Características (diâmetro constante):

2 3
𝑄2 𝑛2 𝐻2 𝑛2 𝑊ሶ 2 𝑛2
= = =
𝑄1 𝑛1 𝐻1 𝑛1 𝑊1ሶ 𝑛1

Relação entre as Grandezas Características (rotação constante):

3 2 5
𝑄2 𝐷2 𝐻2 𝐷2 𝑊ሶ 2 𝐷2
= = =
𝑄1 𝐷1 𝐻1 𝐷1 𝑊ሶ 1 𝐷1

Mesmo fluido, 𝜌 = 𝑐𝑡𝑒

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 Determinação da Rotação Específica
Utilizando as leis de similaridade para duas bombas semelhantes, Lei de similaridade
colocando a rotação em função da vazão e da altura: 3
𝑄2 𝑛2 𝐷2
=
𝑄1 𝑛1 𝐷1
𝑛1 𝑄1 𝑛2 𝑄2
3/4
=
𝐻1 𝐻2 3/4 𝐻2 𝑛2
2
𝐷2
2
=
𝐻1 𝑛1 𝐷1
Admitindo que uma dessas bombas seja uma bomba padrão, com altura
unitária 𝐻 = 1𝑚 e vazão também unitária, 𝑄 = 1𝑚3 /𝑠, tal bomba terá
uma rotação denominada rotação específica característica.
𝑛 𝑄
𝑛𝑞 = 3/4
𝐻
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 Rotação Específica Característica - 𝒏𝒒
Cada família de bombas apresenta uma faixa de 𝑛𝑞 . Observa-se que 𝑛𝑞 tem como unidades rpm
já que tanto a vazão como a altura manométrica foram adimensionalisadas.
Rotação específica é a rotação na qual deverá operar uma bomba geometricamente semelhante
à bomba considerada, capaz de elevar 1𝑚 de altura a uma vazão de 1𝑚3 /𝑠 com o máximo
rendimento.

𝑛 – número de rpm da bomba

𝑛 𝑄
𝑛𝑞 = [𝑅𝑃𝑀] 𝑄 – Vazão ou descarga da bomba 𝑚3 /𝑠
3/4
𝐻𝑢 𝐻𝑢 - Altura útil ou manométrica (m)

Obs: Os valores de (𝑄,𝐻𝑢 ) considerados correspondem ao ponto de máximo rendimento.

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 Rotação Específica Característica - 𝒏𝒒
• Cada família ou classe de bombas apresenta uma faixa particular de rotação específica.
• O conceito é muito útil para engenheiros e projetistas, já que é possível selecionar o tipo de
bomba mais eficiente para uma determinada aplicação.
• As bombas centrífugas, por exemplo, trabalham com vazões baixas e grandes elevações, por
isto apresentam baixas rotações específicas.

Faixa de valores da rotação especifica (𝑛𝑞 ) para diferentes tipos de bombas hidráulicas.
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 Número Específico de Rotações por Minuto - 𝒏𝒔
Representa o número de rpm de uma bomba geometricamente semelhante à bomba considerada que
eleva 75litros de água a uma altura de 1 metro em 1 segundo, e demanda uma potência de 1CV.
Obs: Desta forma se trabalha com uma vazão de Q=0,0075m3/s.

𝑛 – número de rpm da bomba

𝑛 𝑄
𝑛𝑠 = 3,65 [𝑅𝑃𝑀] 𝑄 – Vazão ou descarga da bomba 𝑚3 /𝑠
3/4
𝐻𝑢 𝐻𝑢 - Altura útil ou manométrica (m)
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 Número Específico de Rotações por Minuto - 𝒏𝒔
• Com 𝑛𝑠 pode-se determinar o tipo de bomba mais apropriado a ser utilizado.
• A caracterização do tipo de rotor depende não apenas de 𝑄 e 𝐻, mas também da sua rotação (𝑛).
• Maiores valores de 𝑛𝑠 representa menores dimensões das bombas.
• A equação de 𝑛𝑠 mostra que quanto maior 𝑄 e menor 𝐻, maior será a velocidade específica 𝑛𝑠 .

• A bomba ideal, geometricamente semelhante à bomba considerada, a qual tem uma rotação de 𝑛𝑠 ,
denomina-se bomba unidade da bomba dada.
• Todas as bombas geometricamente semelhantes entre si terão uma única bomba unidade o que implica
que todas elas terão uma única velocidade específica.
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• Bomba Unidade:
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 Classificação das bombas com relação ao número específico de rotações
a) Lentas - 𝑛𝑠 < 90 – Bombas centrífugas puras, com pás cilíndricas, radiais, para pequenas e
médias descargas, possuindo 𝑑2 > 2 𝑑1 , chegando a 𝑑2 = 2,5 𝑑1 .
b) Normais - 90 < 𝑛𝑠 < 130 – Bombas semelhantes às anteriores, com 𝑑2 ≅ 1,5 a 2𝑑1
c) Rápidas - 130 < 𝑛𝑠 < 220 – Possuem pás de dupla curvatura; descargas médias. 𝑑2
≅ 1,3 a 1,8 𝑑1
d) Extra Rápidas ou Hélico-centrífugas - 220 < 𝑛𝑠 < 440. Pás de dupla-curvatura; descargas
médias e grandes. 𝑑2 ≅ 1,3 a 1,5 𝑑1
e) Helicoidais 440 < 𝑛𝑠 < 500 – Para descargas Grandes. 𝑑2 ≅ 1,2𝑑1
f) Axiais - 𝑛𝑠 > 500 – Assemelham-se a hélices de propulsão. Destinam-se a grandes descargas
e peq. alturas de elevação. 𝑑2 = 𝑑1 ou 𝑑2 = 0,8𝑑1
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 Classificação das bombas com relação ao número específico de rotações

Extra Rápidas ou Hélico-centrífugas

Helicoidais
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 Velocidade Específica em Bombas de Múltiplos Estágios
Para determinar a rotação específica em bombas de múltiplos estágios, divide-se a altura útil
pelo número de estágios (i) da bomba:

𝑛 𝑄 𝑛 – número de rpm da bomba

𝑛𝑠 = 3,65 3/4
[𝑅𝑃𝑀] 𝑄 – Vazão ou descarga da bomba 𝑚3 /𝑠
𝐻𝑢 𝐻𝑢 - Altura útil ou manométrica (m)
𝑖 𝑖 – Número de estágios

Uma bomba centrífuga que contenha mais de um rotor é uma bomba centrífuga multiestágios. Cada estágio fornece
ao fluido uma determinada energia, sendo que estas se adicionam. Havendo necessidade de maior energia - mais
pressão - aumenta-se o número de rotores dispostos em série. Os rotores podem estar montados no mesmo eixo ou,
mais raramente, em eixos distintos.
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 Velocidade Específica em Bombas com entradas bilaterais (Rotor Geminado)
Trata-se de 2 rotores de costas um ao outro, fundidos numa única peça. Neste caso a vazão se
divide metade em cada lado do rotor para se obter a rotação específica:

𝑄
𝑛
2
𝑛𝑠 = 3,65 3/4
[𝑅𝑃𝑀]
𝐻𝑢

𝑄
𝑛
Caso tenha vários 2
estágios 𝑛𝑠 = 3,65 3/4
[𝑅𝑃𝑀]
𝐻𝑢
𝑖
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 Número de Rotações Específicas no Sistema Americano

𝑛 𝑄 𝑛 – número de rpm da bomba

𝑛𝑠,𝑎𝑚𝑒𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜 = [𝑅𝑃𝑀] 𝑄 – Vazão ou descarga da bomba em Galões/𝑚𝑖𝑛
3/4
𝐻𝑢 𝐻𝑢 - Altura útil ou manométrica (𝑝é𝑠)

𝑛𝑠,𝑎𝑚𝑒𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜
𝑛𝑠,𝑆𝐼 =
14,15
Exemplo
Petrobras (2018)
Um engenheiro precisa calcular a velocidade específica de uma bomba bilateral de 2 estágios
3
que deve bombear 0,0032 𝑚3 /𝑠 para uma elevação de 2 625 𝑚. Sabe-se que que essa bomba
irá operar a 3.000 rpm. Qual é o valor da velocidade específica nominal, em rpm?

𝑄 3000 0,0016 3000 16 × 10−4

𝑛 = 3,65 = 3,65
2 3 3/4 625 1/4
𝑛𝑠 = 3,65 2 625
𝐻𝑢 3/4 2
𝑖
3000 × 4 × 10−2
= 3,65 = 3,65 × 6 × 4 = 87,6 𝑅𝑃𝑀
5
FIM