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C–C–C–C
Os átomos de C têm enorme capacidade de ligar-se a outros átomos de C ou de diferentes elementos, formando
seqüências estáveis.
Cadeia é o nome dado à seqüência de átomos ligados entre si.
Em todas as cadeias carbônicas, observamos que o número de ligações covalentes de um átomo de C é igual a quatro.
Entretanto, dois átomos de C podem ligar-se entre si por ligações simples, dupla ou tripla.
Observando modelos de várias cadeias carbônicas, os cientistas notaram que determinado átomo de
carbono podia estar unido a um, dois, três ou quatro átomos de carbono. Em função dessas
observações, os carbonos foram classificados da seguinte maneira:
Classificação Conceito Exemplo
C primário Ligado a apenas outro átomo C–C
de carbono
C secundário Ligado a dois átomos de C–C–C
carbono
C terciário Ligado a três átomos de C–C–C
carbono
C
Ligado a quatro átomos de C
C quaternário carbono (o número máximo
de ligações que o carbono C–C–C
admite).
C
C1 – C2 – C3 – C4 – C1 2 carbono secundário
C1 C1 3 carbono terciário
4 carbono quaternário
Um átomo de carbono é nulário (n) quando não se liga a nenhum outro átomo de carbono. O número de compostos que
exibem apenas carbonos nulários é muito pequeno; não chamaremos a atenção para os átomos nulários.
As cadeias carbônicas:
Atualmente são conhecidos aproximadamente 7 milhões de compostos orgânicos e apenas cerca de 200 mil substâncias
inorgânicas. Esse enorme número de compostos orgânicos, formado na maioria por 4 elementos químicos ( C, H, O e
N ), é explicável por uma propriedade muito especial do elemento carbono: a formação de cadeias.
O quadro abaixo mostra as diversas apresentações de duas estruturas típicas, uma cadeia aberta outra fechada.
C
Fórmula estrutural plana C–C–C–C
C –– C
Exemplos:
H3C – CH = CH – CH3
CH3
Classificação das cadeias carbônicas:
Uma cadeia carbônica pode ser classificada de acordo com vários critérios:
b) Quanto à disposição
Normal ou linear: quando contém apenas átomos de carbono primários e/ou secundários.
Ramificada ou arborescente: quando contém átomos de carbono terciários e/ou quaternários.
c) Quanto à saturação
Saturada: quando entre átomos de carbono existem apenas ligações simples.
Insaturada: quando entre átomos de carbono existem ligações duplas e/ou triplas.
d) Quanto à natureza
Homogênea: quando entre átomos de carbono existem apenas átomos de carbono.
Heterogênea: quando entre átomos de carbono existe átomo diferente de carbono (heteroátomo).
É hábito denominar as cadeias cíclicas ramificadas de mistas. Portanto, uma cadeia mista é uma cadeia carbônica que
tem uma parte cíclica e outra acíclica.
Halogênios nunca podem ser heteroátomos. Eles pertencem à família 7A e por esse motivo, fazem apenas uma ligação
covalente e nunca poderão estar intercalados entre dois carbonos.
Veja a cadeia da molécula do cloro-etano, por ex., que é um gás usado como anestésico:
Não é heteroátomo
Átomos como oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S), que formam várias ligações covalentes, podem
ser heteroátomos ou não, dependendo da maneira como se colocam na estrutura da molécula. Veja os ex. abaixo:
Heteroátomo Não é heteroátomo O heteroátomo
precisa estar ligado
H3C – O – CH3 H3C – CH2 – O – H a pelo menos dois
átomos de carbono.
OBS: Núcleo benzênico é uma cadeia homogênea e cíclica constituída de seis átomos de carbono no anel, ligados
alternadamente por ligações simples e duplas. Ele pode ser representado de várias maneiras.
Cadeia aromática é uma cadeia homocíclica (homogênea e cíclica) que apresenta núcleo benzênico.
Cadeia alicíclica é uma cadeia homocíclica que não apresenta núcleo benzênico.
As ligações dupla e tripla denominam-se ligações insaturadas ou insaturações.
O grupo mais característico das cadeias aromáticas denomina-se núcleo (ou anel) benzênico, ou apenas grupo
aromático. O composto aromático mais simples é o benzeno.
Heterocíclicos: apresentam cadeia carbônica heterocíclica (heterogênea e cíclica), com ou sem ramificação.
Aromáticos: apresentam cadeia carbônica aromática, com ou sem ramificação.
Alifáticos (são os demais): apresentam cadeia carbônica acíclica ou alicíclica, com ou sem ramificação.
Classificação geral das cadeias carbônicas:
Normal
Ramificada
Aberta Saturada
(acíclica
ou
alifática)
Insaturada
Homogênea
Cadeias
carbônicas
Heterogênea
Homogênea (homocíclica)
Fechada
Heterogênea (heterocíclica)
(cíclica)
Não-aromática (alicíclica)
Saturada
. Insaturada
Aromática Normal
Ramificada
Mononuclear
Núcleos Isolados
Polinuclear
Núcleos Condensados
Função orgânica:
Função química é uma série de compostos que tem propriedades químicas em comum. Esses compostos apresentam
um radical (ou grupo) funcional, grupamento atômico comum a todos os constituintes da função, responsável pelas
suas propriedades químicas.
Nomenclatura oficial:
O nome oficial das substâncias orgânicas é constituído de acordo com normas estabelecidas pela União Internacional
de Química Pura e Aplicada (Iupac). As normas da Iupac permitem que seja estabelecido um nome característico para
cada composto, não importando a maneira como a cadeia carbônica é escrita. Esse sistema de regras foi criado em
1892, mas tem sido constantemente aprimorado por meio de várias revisões. A nomenclatura oficial visa uniformizar
os critérios para se nomear um composto orgânico. Desse modo geral, podemos dizer que o nome oficial de uma
substância orgânica apresenta 3 partes principais:
Prefixo: Indica a quantidade de átomos de carbono na cadeia. Os quatro primeiros receberam nomes consagrados pelo
uso (met, et, prop e but) ; de 5 átomos em diante são usados os prefixos gregos (pent, hex, ...).
Álcool
Fenol
Aldeído
Cetona
Ácido carboxílico
Éster
Éter
Derivado halogenado
Haleto de ácido
Amina
Amida
Nitrocomposto
Composto de Grignard
Tioálcool
OBS: Há muitos compostos de função mista, ou seja, que apresentam diferentes grupos funcionais em suas estruturas.
Exemplo 1: H3C – CH2 – CH2 – CH3
HC = CH
Quando a cadeia carbônica é cíclica, antes do prefixo numérico se coloca a palavra ciclo.
Cadeia carbônica cíclica: ciclo
Prefixo:
Infixo:
Sufixo:
Nome:
Exemplo 4: H – C – CH2 – C – H
|| ||
O O
Quando na cadeia carbônica existem repetições de radicais funcionais ou de insaturações, usam-se os prefixos di,
tri, ..., que indicam o número de repetições. Os prefixos são escritos antes das palavras que identificam os radicais
funcionais ou as insaturações.
Prefixo:
Infixo:
Sufixo:
Repetição: dois radicais funcionais:
Nome:
Prefixo:
Infixo:
Sufixo:
Posição das insaturações:
Nome:
Prefixo:
Infixo:
Sufixo:
Nome:
Observe que é desnecessário especificar, mas não errado, escrever butan-2-ona ou 2-butanona ou butanona-2, uma vez
que para ser cetona o radical funcional não pode estar em C primário, ou seja, na extremidade da cadeia, mas apenas
em C secundário. Não existe 1-butanona: na verdade, o composto seria o butanal.
Também é desnecessário especificar a numeração nos exemplos 2 – etanol só pode ser 1-etanol - , 3 – ciclobuteno só
pode ser 1-ciclobuteno – e 4 – propanodial só pode ser 1,3-propanodial.
Prefixo:
Infixo:
Posição da dupla ligação:
Sufixo:
Posição do radical funcional:
Nome:
Obeserve que, na numeração da cadeia carbônica, o radical funcional tem preferência sobre a insaturação.
Para dar o nome o nome oficial de uma substância que apresenta cadeia carbônica ramificada, devemos inicialmente
escolher e numerar a cadeia principal e posteriormente identificar as ramificações ligadas a ela.
1. quando a cadeia carbônica é cíclica, os átomos de carbono do ciclo constituem a cadeia principal.
2. quando a cadeia carbônica é acíclica, a cadeia principal deve ser a maior seqüência que contenha o radical funcional
ou, no caso de hidrocarbonetos, os carbonos da insaturação, se essa existir.
3. existindo duas ou mais possibilidades de cadeia principal deve-se optar pela mais ramificada.
Ramificações
As principais ramificações são radicais derivados de hidrocarboneto pela retirada de um átomo de hidrogênio. Se o
hidrocarboneto for alifático, o radical é chamado de alcoíla ou alquila, sendo representado por R – . Se o
hidrocarboneto for aromático e a valência livre se apresentar em carbono de núcleo aromático, o radical denomina-se
arila, sendo representado por Ar – ; se estiver fora do núcleo aromático, é denominado alcoíla. Na nomenclatura desses
radicais o sufixo é il ou ila.
Veja alguns exemplos de radicais alquila.
trietil--------------------- dimetil
Ordem alfabética: etil--------------------metil
Antes da adoção da nomenclatura oficial, utilizava-se na Química Orgânica a nomenclatura comercial. Veja alguns
nomes oficiais e usuais que os antigos estudantes necessitavam saber:
Etino = acetileno metanol = espírito da madeira
Etanol = espírito do vinho pentanol = álcool amílico
1,2,3-propanotriol = glicerina ácido etanodióico = ácido oxálico
2-butenal = aldeído crotônico propenal = acroleína
ácido metanóico = ácido fórmico propanona = acetona
ácido hexanóico = ácido capróico ácido etanóico = ácido acético
ácido octanóico – ácido caprílico ácido heptanóico = ácido enântico
ácido decanóico = ácido cáprico ácido nanóico + ácido pelargônico
ácido hexanodióico = ácido adípico ácido decanodióico = ácido sebássico
ácido propenóico = ácido acrílico ácido 2-metilbut-2-enóico = ácido angélico
Para numerar a cadeia principal existem algumas regras que devem ser usadas na ordem em que estão apresentadas.
Regra geral:
Número do carbono Nome da Nome do hidrocarboneto que
- -
ramificado ramificação possui a cadeia principal
OBS: se houver várias seqüências com o mesmo número de átomos de carbono, a cadeia principal será a seqüência
mais ramificada.
Capítulo 2. Função Hidrocarboneto
1. Hidrocarbonetos:
São compostos binários formados exclusivamente por C e H, sendo a classe de compostos orgânicos mais simples. Na
nomenclatura oficial apresentam terminação o. São numerosos, e por isso é conveniente organiza-los em famílias que
exibem similaridades estruturais. O aspecto chave estrutural dos hidrocarbonetos (e de muitas outras substâncias
orgânicas) é a presença de ligações carbono-carbono estáveis. O carbono é o único elemento capaz de formar cadeias
estendidas e estáveis de átomos unidos por ligações simples, duplas e triplas.
Os hidrocarbonetos podem ser divididos em 4 tipos gerais, dependendo dos tipos de ligações carbono-carbono em suas
moléculas:
Alcanos
Alcenos
Alcinos
Hidrocarbonetos aromáticos
Nesses hidrocarbonetos, bem como em outros compostos orgânicos, cada átomo de carbono invariavelmente tem 4
ligações (4 ligações simples, 2simples e 1 dupla, ou 1 ligação simples e outra tripla ).
2. Alcanos:
São hidrocarbonetos alifático, acíclicos e saturados, sendo também chamados hidrocarbonetos parafínicos (apresentam
baixa reatividade química) ou metânicos (derivam teoricamente do metano ).
Os alcanos são hidrocarbonetos que contém apenas ligações simples, como no etano (C 2H6). Uma vez que os alcanos
contém um maior numero possível de átomos de hidrogênio por átomo de carbono, são chamados hidrocarbonetos
saturados. A tabela abaixo relaciona vários dos mais simples alcanos. O metano é o principal componente do gás
natural, utilizado em fogões a gás. O propano é o principal componente do gás engarrafado (GLP) usado para
aquecimento domestico e na cozinha o butano é usado em isqueiros descartáveis. Os alcanos de 5 a 12 átomos de
carbono por molécula são encontrados na gasolina.
H–C–C–C–C–H ou
H H H H CH3CH2CH2CH3
Por ex., a estrutura de Lewis e as fórmulas estruturais para o butano (C4H10) são apresentadas acima.
Usaremos freqüentemente as estruturas de Lewis ou as fórmulas estruturais condensadas para representar os compostos
orgânicos. Observe que cada átomo de C em um alcano tem 4 ligações simples, enquanto cada átomo de H forma uma
ligação simples. Observe, também, que cada composto seguinte na série relacionada na tabela acima tem unidade CH 2
adicional.
Os alcanos relacionados na tabela são chamados hidrocabonetos de cadeia linear porque todos os átomos de C estão
unidos em uma cadeia contínua. Os alcanos consistindo em 4 ou mais átomos de C podem também formar
hidrocarbonetos de cadeias ramificadas. Os compostos com a mesma fórmula molecular, mas com diferentes arranjos
de ligação (e, conseqüentemente, diferentes estruturas) são chamados isômeros estruturais. Os isômeros estruturais de
determinado alcano diferem ligeiramente um do outro nas propriedades físicas. Observe os pontos de fusão e ebulição
dos isômeros do butano e pentano abaixo.
H H H H H H H
H–C–C–C–C–H H–C–C–C–H
H H H H H H
Butano: p.f. = -135ºC H C H
p.e. = -0,5ºC
H
Isobutano (2-metilpropano):
p.f. = -145ºC
p.e. = -10ºC
H H H H H H H H H
H–C–C–C–C–C–H H–C–C–C–C–H
H H H H H H H H
Pentano: p.f. = -130ºC H C H
p.e. = +36ºC
H
Isopentano (2-metilbutano):
p.f. = -160ºC
p.e. = +28ºC
O número possível de isômeros estruturais aumenta rapidamente com o número de átomos de C no alcano. Existem 18
isômeros possíveis tendo a mesma fórmula molecular C 8H18, por ex., e 75 isômeros possíveis com a fórmula molecular
C10H22.
Quantos carbonos?
Quais substituintes? Qual família?
As seguintes etapas resumem os procedimentos usados para chegar aos nomes dos alcanos, todos com nomes
finalizados com o sufixo –ano.
1. Encontre a cadeia mais longa de átomos de C e use o nome dessa cadeia com o nome base do composto. A
cadeia mais longa nem sempre está escrita em uma linha reta, como visto no seguinte exemplo:
CH3 – CHCH3
Uma vez que esse composto tem cadeia de seis átomos de C, recebe o nome como um hexano substituído. Os grupos
ligados à cadeia principal são chamados substituintes porque substituem um H ligado a um carbono da cadeia
principal.
2. Numere os átomos de cada C na cadeia mais longa, começando com o lado da cadeia mais próximo de um
substituinte. A cadeia é numerada a partir do lado que fornece o menor número para a posição do substituinte.
3. Dê o nome e forneça a localização de cada grupo substituinte. Um grupo substituinte formado pela remoção de
um átomo de H do alcano é chamado grupo alquil ou alquila. Os grupos alquila são nomeados pela substituição da
terminação –ano do nome do alcano por –il. O grupo metil (CH3), pó ex., é derivado do metano (CH4). Analogamente,
o grupo etil (C2H5) é derivado do etano (C2H6).
4. Quando dois substituintes estão presentes, relacione-os em ordem alfabética. Quando existem dois ou mais do
mesmo substituinte, o número de substituintes daquele tipo é indicado por um prefixo: di (2), tri (3), tetra (4), penta
(5), e assim por diante. Observe o seguinte ex.:
CH3
CH3 – CH – CH2
CH – CH – CH2 – CH3
CH3 CH – CH3
CH3
3-etil-2,4,5-trimetileptano
Cicloalcanos:
Os alcanos podem formar não apenas cadeias ramificadas, mas também anéis ou ciclos. Os alcanos com essa forma de
estrutura são chamados cicloalcanos. As estruturas dos cicloalcanos algumas vezes são desenhadas como polígonos
simples nos quais cada vértice do polígono representa um grupo CH 2. Esse método de representação é similar ao usado
para os anéis de benzeno. No caso das estruturas aromáticas, cada vértice representa um grupo CH. Os anéis de
carbono contendo menos de 5 átomos de C são tensionados porque o ângulo de ligação C – C nos anéis menores deve
ser menor que o ângulo tetraédrico de 109,5º. A tensão é aumentada à medida que os anéis ficam menores. No
ciclopropano, o ângulo é de apenas é de apenas 60º; essa molécula é, conseqüentemente, muito mais reativa que o
propano, seu semelhante na cadeia linear. Os cicloalcanos, particularmente os compostos de anéis pequeno, algumas
vezes comportam-se quimicamente como os hidrocarbonetos insaturados.
São hidrocarbonetos alifáticos, acíclicos e insaturados com uma dupla ligação, sendo também chamados alquenos ,
hidrocarbonetos olefínicos (originam líquidos oleosos em presença de halogêneos) ou etilênicos (derivam teoricamente
do eteno, também conhecido como etileno). Os alcenos são hidrocarbonetos insaturados que contém uma ligação C =
C . O alceno mais simples é o CH2 = CH2, chamado eteno (Iupac) ou etileno. O etileno é um hormônio vegetal. Ele tem
papel importante na germinação das sementes e no amadurecimento das frutas. O próximo membro da série é CH 3 –
CH = CH2, chamado propeno ou propileno. Para os alcanos com 4 ou mais átomos de C existem vários isômeros para
cada fórmula molecular. O nome dos alcenos são baseados na cadeia contínua mais longa de átomos de C que conte a
ligação dupla. O nome dado a cadeia é obtido a partir do nome do alcano correspondente trocando a terminação de –
ano para –eno. A localização da ligação dupla ao longo da cadeia do alceno é indicada por um prefixo numérico que
designa o número do átomo de C que é parte da ligação dupla e que está mais próximo de um lado da cadeia. A cadeia
é sempre numerada do lado que leva a ligação dupla mais rapidamente e, portanto, fornece o menor prefixo numérico.
No propeno a única posição possível para a ligação dupla é entre o primeiro e o segundo C; assim um prefixo que
indique sua localização torna-se desnecessário. Para o buteno existem duas posições possíveis para a ligação dupla:
depois do primeiro carbono (1-buteno) ou depois do segundo carbono (2-buteno).
H2C = C – H H2C = C –
H
eteno H
grupo vinil (vinila)
H2C = CH – CH2 –
grupo alil (alila)
H2C = C – CH3
adição
–C=C– + A–B –C – C–
A B
Pelo fato de existirem muitas possibilidades de reações de adição, os alcenos são fontes para a produção de várias
substâncias, constituindo-se assim, em matérias-primas muito importantes para as indústrias. O eteno por ex., está em
quarto lugar na lista das substâncias mais produzidas no mundo, enquanto o propeno ocupa um considerável nono
lugar.
polietileno Plásticos
Eteno
polipropileno Plásticos
Propeno
4. Alcinos:
São hidrocarbonetos alifáticos, acíclicos e insaturados com uma tripla ligação, sendo também chamados alquinos e
hidrocarbonetos acetilênicos (derivam teoricamente do etino, conhecido como acetileno). Os alcinos são
hidrocarbonetos insaturados que contém uma ou mais ligações C C . Os alcinos que apresentam tripla ligação na
extremidade da cadeia são denominados verdadeiros; os que apresentam insaturação entre os demais átomos de C são
chamados falsos. Os alcinos, em geral, são moléculas altamente reativas. Por causa de sua alta reatividade, não estão
bastante distribuídos na natureza como os alcenos; entretanto, os alcinos são intermediários importantes em muitos
processos industriais. Os alcinos, em geral, são poucos solúveis em água, mas dissolvem-se em solventes orgânicos,
como o benzeno e o clorofórmio. Ao contrário dos alcanos, os alcinos possuem odor característico, mas também têm
ação asfixiante. Eles são nomeados com a identificação da cadeia contínua mais longa na molécula contendo a ligação
tripla e com a modificação da terminação do nome, de –ano para –ino.
Br Br
O par de elétrons que forma a ligação no etileno não está acoplado e é usado para formar duas novas ligações com
átomos de bromo. A ligação entre os átomos de C é mantida. A adição de H2 ao alceno o converte a um alcano:
Ni, 500ºC
CH3CH = CHCH3 + H2 CH3CH2CH2CH3
A reação entre um alceno e H2, chamada hidrogenação, não ocorre rapidamente sob condições ordinárias de
temperatura e pressão. Para promover a reação, é necessário usar um catalisador que auxilie na ruptura da ligação H –
H . Os catalisadores mais usados são metais finamente divididos nos quais H2 é adsorvido.
Os haletos de hidrogênio e a água podem, também, ser adicionados à ligação dupla dos alcenos, como ilustrados nas
seguintes reações do etileno:
H2SO4
CH2 = CH2 + H2O CH3CH2OH
A adição de água é catalisada por um ácido forte, como o H 2SO4. As reações de adição dos alcinos lembram as dos
alcenos, como mostrado nos seguintes exemplos:
Cl CH3
Cl Cl
5. Alcadienos:
São hidrocarbonetos alifáticos, acíclicos e insaturados com duas duplas ligações. Observe que um alcadieno é isômero
de um Alcino de mesmo conteúdo carbônico: com fórmula molecular C 4H6, podemos ter quatro estruturas planas
acíclicas.
Os alcadienos são classificados em função da posição das duas duplas ligações em:
H2C = C = CH2
Propadieno
Alcadienos de duplas conjugadas, quando elas estão separadas por uma ligação simples:
H2C = CH – CH = CH2
1,3-butadieno
Alcadienos de duplas isoladas, quando elas estão separadas por mais de uma ligação simples:
5. Hidrocarbonetos aromáticos:
São hidrocarbonetos que apresentam um ou mais núcleos benzênicos. O membro mais simples dessa série é o benzeno
(C6H6). A estrutura plana a altamente simétrica do benzeno, com seus ângulos de 120º, sugere alto grau de insaturação.
O comportamento químico do benzeno é diferente do dos alcenos e alcinos. O benzeno e outros hidrocarbonetos
aromáticos são muito mais estáveis que os alcenos e alcinos porque os elétrons estão deslocalizados nos orbitais . A
cada sistema de anel aromático é dado um nome comum.
CH3
(I) (II)
Hoje se diz que o benzeno não corresponde a nehuma das formas, e sim a um “híbrido de ressonância” entre as formas
I e II, representada por:
Isso implica um gasto de energia, que acaba por estabilizar o anel, dando a ele o caráter “saturado”.
Posições de dois radicais no núcleo aromático:
Posição 1,2 = orto (o) Posição 1,3 = meta (m) Posição 1,4 = para (p)
Polinucleares:
Existem diversos tipos em função da posição dos núcleos: conjugados, isolados e condensados.
CH2
Difenil metano Difenilo Naftaleno
OBS:
À temperatura ambiente – em torno de 20ºC – são líquidos os hidrocarbonetos alifáticos com conteúdo carbônico
variando nos intervalos indicados.
Alcanos Alcenos Alcinos Alcadienos Ciclanos
de 5 a 17 de 5 a 15 de 5 a 15 de 5 a 15 de 5 a 12
Os hidrocarbonetos aromáticos mononucleares com atpe 4 átomos de C nas ramificações são, em geral, líquidos.
Os hidrocarbonetos são insolúveis em solventes polares, como a água, e solúveis em apolares. Os que se apresentam no
estado líquido têm densidade menor que a da água e considerando o mesmo conteúdo carbônico as densidades, em
geral, crescem na ordem:alcano, alceno, Alcino, alcadieno, ciclano e aromático.
O benzeno é conhecido no comércio por benzina. É utilizado como solvente e na obtenção de inseticidas. É também, o
ponto de partida na síntese de diversas substâncias, como fenol, anilina, tolueno, ácido benzóico, estireno.
Tolueno é um dos ingredientes de certas colas que, ao serem “cheiradas”, produzem excitação tipo alcoólica, falta de
coordenação, fala desarticulada; é extremamente tóxico e pode resultar em coma e morte.
A partir do metilbenzeno ou tolueno, produz-se um explosivo extremamente utilizado, para fins pacíficos ou militares,
o TNT ou trinitrotolueno.
O naftaleno sublima facilmente e é o principal componente da naftalina. Já o antraceno é uma importante matéria-
prima para a fabricação de corantes, e a estrutura do fenantreno, por sua vez, é o esqueleto de uma importante classe de
compostos naturais: os esteróides. O principal exemplo dessas substâncias causadoras de câncer é o benzopireno,
substância formada a partir da queima do fumo. Substâncias cancerígenas dessa classe também foram na fumaça do
cigarro, em gases de escapamentos de carros e na queima de carvão de churrasco.
A reatividade dos compostos orgânicos pode ser atribuída aos átomos em particular ou grupos de átomos nas
moléculas. Um sítio de reatividade em uma molécula orgânica é chamado grupo funcional porque controla como a
molécula se comporta ou funciona. Assim, a química de uma molécula orgânica é largamente dominada pelos grupos
funcionais que ela contém. Podemos pensar nas moléculas orgânicas como sendo compostas de grupos funcionais
ligados a um ou mais grupos alquil. Os alcanos, Por exemplo, que não contem grupos funcionais, são representados
como R – H.Os álcoois, contem O – H , ou grupo funcional álcool, são representados como R – OH.
Funções oxigenadas
A substituição de um átomo de H de um hidrocarboneto por um radical hidroxila pode gerar três funções distintas:
álcool, enol e fenol.
OH
– C – OH –C=C
álcool OH fenol
enol
Álcoois ( R – OH)
Os álcoois são derivados de hidrocarbonetos dos quais um ou mais H de um hidrocarboneto – pai foram substituídos
por um grupo funcional hidroxila ou álcool, OH. Se na molécula existe apenas um hidroxila o álcool é monoálcool ou
monol e se existem várias hidroxilas é polialcool (os diois são denominados glicois). Se no monol a hidroxila se liga a
um C primário, secundário, ou terciário, o álcool é, respectivamente, primário, secundário, ou terciário. Na
nomenclatura oficial, a terminação é –ol . os álcoois mais simples são nomeados adicionando-se um –l ao nome do
alcano correspondente – por exemplo, etano torna-se etanol. Quando necessário, a localização do grupo OH é
designada por um prefixo numérico apropriado que indica o numero do átomo de C que carrega o grupo OH; a cadeia
deve ser numerada a partir da extremidade mais próxima do grupo hidroxila, como mostrado nos exemplos abaixo.
CH3
OH OH OH OH OH OH OH 2-propanol
1,2-etanodiol 1,2,3-propanotriol metil-2-propanol
A ligação O – H é polar, logo os álcoois são muitos mais solúveis que os hidrocarbonetos em solventes polares como a
água. O grupo funcional OH pode participar também na ligação de hidrogênio. Como resultado, os pontos de ebulição
dos álcoois são muito mais que dos seus alcanos-pai. Os monoálcoois com até 12 átomos de C são líquidos, solúveis
em água e tem menor densidade que a dela.
O álcool mais simples, o metanol (álcool metilico), apresenta usos industriais importantes e é produzido em larga
escala.
O etanol (álcool etílico) é um produto da fermentação de carboidratos como o açúcar e o amido. Na ausência de ar as
células de levedo convertem os carboidratos em uma mistura de etanol e CO2 , como mostrado na equação abaixo.
Essa reação é realizada sob condições cuidadosamente controladas para produzir cerveja, vinho e outras bebidas nas
quais o etanol é o ingrediente ativo.
Muitos álcoois polidroxílicos (aqueles que contem mais de um grupo OH) são conhecidos. O mais simples destes é o
1,2-etanodiol (etilenoglicol, HOCH2CH2OH). Essa substancia é o principal ingrediente dos anticongelantes dos
automotivos. Outro álcool polidroxílico comum é o 1,2,3-propanotriol (o glicerol, HOCH 2CH(OH)CH2OH). Ele é um
liquido viscoso que se dissolve rapidamente em água e é muito usado como amaciante de pele em preparações
cosméticas. É usado também em alimentos doces, para mantê-los úmidos.
O fenol é o composto mais simples com um grupo OH ligado a um anel aromático. Um dos muitos efeitos notáveis do
grupo aromático é a acidez enorme do grupo OH. O fenol é 1 milhão de vezes mais ácido em água que um álcool não
aromático típico como o etanol. O fenol é usado industrialmente para fazer vários tipos de plásticos e corantes.
Também é usado como anestésico tópico em muitos borrifadores para garganta inflamada.
De acordo com as normas da Iupac, a nomenclatura dos álcoois deve ser construída da seguinte maneira:
sufixo
Enóis
São compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de átomo de H , de carbono de dupla ligação,
excetuando-se as do núcleo aromático, por igual número de hidroxilas (- OH). Os enóis são compostos instáveis que só
existem em solução, em equilíbrio dinâmico com aldeído ou cetona. Na nomenclatura oficial, a terminação é ol.
OH OH OH
etenol prop-1-en-2-ol é alcool, e não enol
prop-2-en-1-ol
Fenóis
São compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de um ou mais átomos de H, de carbono de núcleo
aromático, por igual número de hidroxilas (-OH). Se na molécula só existe uma hidroxila, eles são monofenóis e se
existem várias hidroxilas, são polifenóis. Na nomenclatura oficial, usa-se o prefixo hidroxi.
OH
OH OH HO CH3
Os fenóis são sólidos, em geral, com maior densidade que a água e pouco solúveis nela.
Éteres (C – O – C)
São compostos que apresentam o radical C – O – C. Os éteres podem ser obtidos pela condensação de álcoois e/ou
fenóis.
Usado como anestésico desde 1842, o éter comum foi obtido pela primeira vez no século XVI, pela reação de álcool
etílico com ácido sulfúrico. Por esse motivo, ficou conhecido inicialmente como éter sulfúrico e, tempos depois como
éter etílico.
H3C – CH2 – OH + HO – CH2 – CH3 H3C – CH2 – O – CH2 – CH3 + H2O
álcool etílico éter etílico
Se os dois radicais ligados ao átomo de O são iguais, o éter é simétrico; se diferentes, é assimétrico. Os éteres podem
ser considerados como derivados da água, por substituição dos hidrogênios por grupos de C.
R – O – H álcool
R – O – R´ éter
+
Prefixo que indica o número +
oxi Nome do hidrocarboneto
de C do menor grupo correspondente ao maior grupo
Ex:
A nomenclatura usual, os grupos R são escritos em ordem alfabética e devem terminar com a palavra éter.
OBS: Os principais usos do etoxietano (éter comum) são como anestésico, como solvente e na extração de óleos,
gorduras e essências. É um anestésico fácil de administrar, mas que exige cuidados. É líquido, muito volátil e seus
vapores são muito inflamáveis. Esses vapores são mais densos que o ar e tendem a se acumular perto do solo. Por esse
motivo, não se utilizam roupas de nylon em salas cirúrgicas em que o éter comum é usado como anestésico; caso
contrário, o atrito do tecido durante os movimentos produziria a eletricidade estática, podendo liberar faíscas que
inflamariam os vapores.
Aldeídos ( – C = O )
H
São compostos que apresentam o radical funcional ( – CHO), denominado aldoxila. Nos aldeídos o grupo carbonílico
tem no mínimo um átomo de H ligado.
Ex:
H H O O
metanal etanal etanodial
monoaldeídos dialdeído
Cetonas ( – C = O)
São compostos que apresentam o radical funcional (– C = O), denominado carbonila. Nas cetonas o grupo carbonílico
ocorre no interior de uma cadeia de carbonos e está, em conseqüência, ladeado por átomos de C:
O O O O
propanona 2-butanona 2,4-pentanodiona
monocetona monocetona dicetona
São compostos que apresentam o radical funcional (– COOH), denominado carboxila. São também chamados de
carboxilácidos. Classificam-se em monoácidos ou poliácidos, dependendo do número e radicais carboxila presentes na
molécula. Na nomenclatura oficial, a terminação é óico.
Ex:H – C – OH H3C – C – OH HO – C – C – OH
O O O O
Ácido metanóico ácido etanóico ácido etanodióico
monoácido monoácido diácido
Os dois primeiros ácidos têm densidades maiores que a da água e os restantes, menores. Os monoácidos alifáticos
saturados contendo ate 9 átomos de C são líquidos e solúveis em água. Com 10 ou mais átomos de C são sólidos,
insolúveis em água e semelhantes a ceras e graxas (daí o nome de ácidos graxos).
Esses ácidos fracos são encontrados na natureza e são comumente usados em produtos de consumo. São também
importantes na fabricação de polímeros utilizados para fazer fibras, filmes e tintas. Os nomes comuns de muitos ácidos
carboxílicos são baseados em suas origens históricas ou ao seu odor exalado por quem os produz.
Nome oficial Nome comercial Origem do nome
Ácido metanóico Ácido fórmico Existe nas formigas
Ácido etanóico Ácido acético Formado no azedamento do
vinho
Ácido propanóico Ácido própiônico gordura
Ácido butanóico Ácido butírico Encontrado na manteiga
Ácido pentanóico Ácido valérico Encontrado na planta
valeriana
Ácido hexanóico Ácido capróico Produzidos por cabras e
bodes
Ácido octanóico Ácido caprílico Produzidos por cabras e
bodes
Ácido decanóico Ácido cáprico Produzidos por cabras e
bodes
OBS: O ácido metanóico (ácido fórmico) é usado como desinfetante e no tingimento de tecidos; o ácido etanóico
(ácido acético) é o principal constituinte do vinagre, sendo utilizado na preparação de corantes , perfumes. O ácido
benzóico é usado como anti-séptico; por aumentar o fluxo urinário, é também usado como diurético. O ácido salicílico
(ácido 2-hidroxibenzóico) é usado como antipirético – reduz a febre – e como analgésico – alivia a dor.
Essas substâncias, chamadas de ácidos carboxílicos, obedecem à seguinte nomenclatura proposta:
OH O-
ácido acético ânion acetato
Ésteres
São compostos derivados dos carboxilácidos pela substituição do átomo de hidrogênio da carboxila por radical alcoíla
ou arila.
R – C – O – H R – C – O – R´
O O
Os ésteres são compostos de forma que o átomo de H de um grupo carboxílico seja substituído por um grupo
hidrocarboneto. Podem ser obtidos, quando for o caso, pela reação entre ácido carboxílico e álcool por um processo
chamado esterificação.
Os ésteres são nomeados usando-se inicialmente o grupo do qual o ácido é derivado e depois o grupo do qual o álcool é
derivado precedido da palavra “de”. Os ésteres de menor conteúdo carbônico são líquidos e pouco solúveis em água,
enquanto os de maiores massas molares são sólidos e insolúveis. Ao contrário dos ácidos, dos quais são derivados, os
ésteres geralmente possuem odor muito agradável; eles são os principais responsáveis pelo aroma das frutas e das
flores. O acetato de pentila (CH3COOCH2CH2CH2CH2CH3), por exemplo, é o responsável pelo cheiro de banana.
Quando os ésteres são tratados com ácido ou base em solução aquosa, são hidrolisados, isto é, a molécula é dividida
em seus componentes de álcool e ácido:
Nesse exemplo a hidrólise é realizada em meio básico. Os produtos da reação são sal de sódio do ácido carboxílico e
álcool.
A hidrólise de um éster na presença de uma base é chamada saponificação, termo que vê, da palavra latina para sabão
(sapon). Os ésteres naturais incluem gorduras e óleos. No processo da fabricação de sabão, gordura animal ou óleo
vegetal estável é fervido com base forte, geralmente NaOH. O sabão resultante consiste em uma mistura de sais de
sódio de ácidos carboxílicos de cadeia longa (chamados ácidos gordurosos), que se formam durante a reação de
saponificação.
OBS: as essências de flores e frutos são ésteres formados por um ácido e por um álcool, ambos de baixo conteúdo
carbônico: o metanoato e o etanoato de isobutila são os ésteres determinantes do aroma da framboesa. Veja outros ex.:
metanoato e heptanoato de etila = uva; etanoato de pentila = banana; etanoato de isopentila = pêra; etanoato de octila =
laranja; etanoato de benzila = jasmim; propanato e butanoato de etila = maçã; butanoato de metila = pinha; butanoato
de etila = morango; butanoato de butila = damasco; hexanoato de etila = abacaxi. Esses ésteres são usados para darem
sabor e aroma artificiais em bebidas, guloseimas em geral, produtos da indústria farmacêutica e de cosméticos.
Compostos halogenados
São compostos orgânicos que apresentam halogênios (F, Cl, Br e I). Esses compostos têm sido usados como
propelentes em aerossóis em sistemas de refrigeração, e são genericamente chamados de CFCs (cloro-fluor-cabonos).
Entre os compostos halogenados mais importantes destacamos os haletos orgânicos e os haletos de acila.
Haletos orgânicos
São compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de um ou mais átomos de H por igual número de
átomos de halogênio. Se na molécula houver apenas um halogênio, o composto é classificado como monohaleto; se
existirem vários, polihaleto. Na nomenclatura oficial, cita-se o nome e a posição do halogênio na molécula do
hidrocarboneto; no caso de monohaletos, a nomenclatura usual utiliza-se da palavra haleto mais o nome do radical
alçoíla ou arila.
Br Cl
clorometano 2-bromopropano cloroeteno
Haletos de acila
São compostos derivados dos carboxilácidos pela substituição do grupo OH da carboxila por átomo de halogênio. Os
mais importantes haletos de acila são os derivados do cloro. Na nomenclatura oficial utilizam-se a palavra haleto e o
nome do radical acila ligado ao halogênio.
H3C – C – Cl H3C – CH2 – CH2 – C – Cl C – Cl
O O O
cloreto de etanoíla cloreto de butanoíla cloreto de benzoíla
Cl Cl
cloreto de etila cloreto de etanoíla
Funções nitrogenadas
Aminas
São compostos derivados da amônia, NH3, pela substituição de um ou mais átomos de H por igual número de radicais
alcoíla ou arila. As aminas são bases orgânicas. Elas tem a fórmula geral R 3N, onde R pode ser H ou um grupo
hidrocarboneto, como nos seguintes exemplos:
CH3CH2NH2 (CH3)3N
etilamina trimetilamina NH2
fenilamina (anilina)
Uma amina é primária, secundária ou terciária conforme o número de radicais ligados ao atomo de N. Na nomenclatura
oficial, citam-se os nomes dos radicais e acrescenta-se a palavra amina. No caso de amina primária, pode-se considerar
o grupo amino ( – NH2) como radical da cadeia do hidrocarboneto.
NH2 CH3
Isopropilamina metiletilamina trimetilamina
As aminas mais simples são gasosas; com até 12 átomos de C, são líquidas e as demais, sólidas. As aminas de menor
conteúdo carbônico são solúveis em água. As aminas apresentam cheiro que varia entre o da amônia e o de peixe
podre. A fenilamina (anilina) é um líquido incolor, usado na síntese de corantes e de medicamentos (sulfas).
A substância responsável pelo cheiro de peixe podre é a trimetilamina. Após mexer com peixe, recomenda-se lavar as
mãos com limão ou vinagre, que por conter ácidos, reagem com a amina, que tem caráter básico.
Amidas
São compostos derivados da amônia, NH 3, pela substituição de um ou mais átomos e H por igual número de radicais
acila. Podemos considerar o grupo funcional amida derivado de um ácido carboxílico com um grupo NR2 substituindo
OH do ácido, como nesses exemplos:
O
H3C – C – OH
C – NH2
O
etanamida fenilmetanamida
Uma amida é primária, secundária ou terciária conforme o número de radicais ligados ao átomo de N. Na nomenclatura
oficial, substitui-se a terminação óico do ácido por amida.
Apenas a metanamida é liquida, as demais são sólidas. As de menor conteúdo carbonico são solúveis em água.
Nitrilas
São compostos resultantes da substituição do átomo de H do cianeto de hidrogênio, H – C N, por radical alcoíla ou
arila.
CN
H3C – CN H3C – CH2 H2C = CH
CN CN
etanonitrila propanonitrila propenonitrila benzonitrila
cianeto de metila cianeto de etila cianeto de vinila cianeto de fenila
H2C – CH – CH – CH – CH – C – H Glicose
Funções: álcool e aldeído
OH OH OH OH O Encontra-se na uva e em outras frutas.
O
Ácido acetilsalicílico
O – C – CH3 Funções: ácido e éster
Usado como antitérmico
C=O
OH
Adrenalina
HO CH – CH2 – NH – CH3 Funções: álcool, amina e fenol
Produzida pelo organismo sob tensão
OH
OH
OH
Capítulo 4. Isomeria
Isomeria
É o fenômeno em que se verifica a existência de diferentes substâncias com a mesma fórmula molecular, que se
distinguem entre si por uma ou mais propriedades físicas, químicas ou fisiológicas e que apresentam fórmulas
estruturais, planas ou espacial diferentes. É muito freqüente em compostos orgânicos apresentarem a mesma fórmula
molecular. Assim dois compostos são isômeros ou isoméricos quando possuem a mesma fórmula molecular e
diferentes fórmulas estruturais.
Para iniciar o estudo de isomeria, é necessário saber diferenciar a isomeria plana da isomeria espacial:
isomeria
Temos de usar fórmulas espaciais
espacial para diferenciar os isômeros.
1. Exemplos de isomeria plana
Ex: C4H10
H3C – CH – CH3 2-metil-propano (cadeia ramificada)
CH3
3º caso: isomeria de posição
Pertencem à mesma função, apresentam a mesma cadeia carbônica principal e diferem na posição do radical ou de
insaturações.
C3H6
H3C – CH = CH – CH3 2-buteno
C4H10O
5º caso: tautomeria
É o caso em que dois isômeros estão em equilíbrio.
Ocorre principalmente entre um aldeído (ou cetona) e o enol correspondente.
H O–H
R–C–C=O R–C=C–H
H H H
aldeído enol
H O–H
R–C–C=O R – C = C – R`
H R` H
cetona enol
No primeiro ex., temos um equilíbrio Aldo-enólico; no segundo, um equilíbrio ceto-enólico. O enol é uma estrutura
com grupo OH ligado a carbono insaturado. Esses compostos são muito instáveis. No equilíbrio predominam as formas
carbonílicas (aldeído ou cetona).
2. A isomeria espacial
Os químicos ficaram surpresos quando encontraram dois compostos diferentes com a mesma fórmula estrutural plana.
Veja o caso do 1,2-dibromo-eteno.
Isso mostrava claramente que a diferença entre as estruturas só poderia ser vista em fórmulas espaciais.
Se você observar com atenção as fórmulas espaciais a seguir, poderá notar que há duas possibilidades para a colocação
dos átomos de bromo. Veja:
O isômero cis é mais polar que o trans, por isso possui também maior ponto de ebulição.
Br Br Br H
H H H Br
cis trans
A condição necessária para que um alceno ou um ciclano apresente isomeria cis-trans é a seguinte:
Nos alcenos, cada carbono da ligação dupla deve apresentar grupos diferentes entre si.
R1 R3 R1 R2 R3 R4
C=C
R2 R4
Nos ciclanos, deve haver no mínimo dois carbonos com dois ligantes diferentes entre si.
R1
R1 R2 R3 R4
R2
R3
R4
Observe que neste caso, os carbonos não precisam ser vizinhos.
3. Isomeria óptica
Esse tipo de isomeria é de fundamental importância biológica e também de grande complexidade conceitual.
A luz comum é uma onda eletromagnética que vibra em vários planos ao longo de seu eixo. Existem aparelhos,
chamados polarizadores, que são capazes de filtrar todos os planos de vibração da luz, com exceção de um deles. A
luz quando atravessa o polarizador, vibra em um único plano e passa denominar-se luz polarizada.
Em um polarímetro, a luz emitida pela fonte atravessa um prisma polarizador, que pode ser visto por um observador
quando a luz atravessar o prisma analisador.
Determinadas substâncias apresentam a propriedade de desviar o plano da luz polarizada.
As substâncias capazes de desviar o plano da luz polarizada são denominadas opticamente ativas. Se o desvio for para
a direita do observador, a substância será chamada de dextrógira (do latim dextro = direita). Caso contrário, a
substância será levógira (do latim laevu = esquerda).
Para uma molécula possuir atividade óptica, ou seja, para que ela seja capaz de desviar o plano de vibração da luz
polarizada, é necessário que essa estrutura seja asssimétrica.
Faça a seguinte experiência: ponha sua mão direita diante de um espelho. Você verá que a imagem corresponde à sua
mão esquerda. Portanto, segundo os matemáticos e os físicos, elas não possuem um plano de simetria.
Com as moléculas acontece algo semelhante. Algumas são assimétricas (como nossas mãos) e denominam-se
moléculas quirais.
A expressão quiral foi registrada pela primeira vez quando o físico e matemático escocês William Thomson, o célebre
lorde Kelvin escreveu:
“ Chamo quiral qualquer figura geométrica cuja respectiva imagem em um espelho plano não coincida com a própria
figura. Digo também que tal figura geométrica, ou conjunto de pontos, apresenta uma propriedade chamada
quiralidade”.
Uma molécula assimétrica, ou quiral, pode der reconhecida facilmente na maioria dos casos, porque apresenta quatro
grupos diferentes entre si, ligados a um mesmo carbono, que é chamado de carbono quiral ou centro de quiralidade.
Vamos considerar uma molécula quiral à frente de um espelho. Tudo se passa como se o objeto fosse um isômero
opticamente ativo (por exemplo: dextrógiro) e a imagem correspondesse a outro isômero também opticamente ativo
(levógiro).
R1 R1
R1
C C R 2 – C – R4 Uma
R2 R4 R4 R2 molécula
R3 quiral
R3 R3
Dextrógiro (d) Levógiro (l) R 1 R2 R3 R4
Há algum tempo, um carbono com quatro ligantes diferentes era chamado de carbono assimétrico. Atualmente, o
nome mais apropriado é carbono quiral.