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BLAST AND CRUISE

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O que é blast and cruise
Essa é uma forma de se fazer ciclos se mantendo hormonizado
(on fire). Método muito comum entre usuários avançados de
esteroides e atletas de fisiculturismo que estão mais dispostos
a correr os riscos de se manter em constante uso de
hormônios, já que dessa forma é muito mais fácil evoluir o
físico e manter os ganhos dos ciclos (Blast).
Não vou discutir aqui a maioria dos riscos de se fazer isso, e
nem pretendo que esse texto seja um guia para se fazer Blast
& Cruise. O objetivo é apenas explicar melhor como as coisas
funcionam e a melhor estratégia na minha visão atualizada
sobre o assunto.
Primeiro de tudo, quem pretende se manter on fire precisa
estar muito ciente dos riscos. É muito mais complicado manter
a saúde em dia usando doses suprafisiológicas de esteroides e
não tendo nenhum controle com exames bioquímicos. A genética,
escolha das drogas e dosagens, também influencia muito na
manutenção da saúde durante o Blast & Cruise. Por exemplo,
esteroides 17 alpha-aquelados (dianabol, hemogenin, stanozolol,
oxandrolona, turinabol, halotestin) além de serem
hepatotóxicos, também são os que mais afetam negativamente o
perfil lipídico (reduzem HDL, aumentam LDL). É bom evitar o
uso dessas drogas, principalmente para quem tem o colesterol
naturalmente ruim por fatores genéticos.
Sobre o risco de recuperação do eixo hormonal e da fertilidade
após uso prolongado de esteroides, existem vários estudos
sobre hipogonadismo induzido pelo uso de esteroides
androgênicos por longos meses ou anos, e a maioria deles
parece demonstrar uma boa eficácia na recuperação do eixo

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HPT e da fertilidade com o uso de HCG (gonadotropina coriônica
humana). O uso de SERM’s (tamoxifeno, clomifeno) e inibidores
de aromatase (anastrozol, letrozol, aromasin) e outras drogas,
suplementos e fitoterápicos podem acelerar e tornar a
recuperação menos desagradável, já que o crash hormonal após
o uso pode trazer uma série de problemas (baixa libido e auto-
estima, perda de muito volume muscular, ganho de gordura,
depressão pós-ciclo etc).
O Blast é basicamente um ciclo, enquanto o Cruise é uma ponte
entre ciclos. Cruise ou ponte é a fase em que usuários de
esteroides que ficam hormonizados constantemente usam
basicamente para 3 finalidades principais:

Manutenção dos ganhos do ciclo (BLAST);

Manutenção da saúde, regulação das taxas alteradas durante o


ciclo (TGO, TGP, creatinina, colesterol (total, HDL, LDL),
hemograma, painel hormonal, etc);

Quebrar platô, uma vez que os ganhos tendem a estagnar em


ciclos muito longos (>10-12 semanas), diminuindo
significativamente o custo-benefício de se manter em altas
doses de esteroides androgênicos.

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Manutenção dos ganhos do ciclo
Na terapia de reposição homonal (TRH) convencional as doses
usadas de testosterona costumam ficar na faixa de ~100mg por
semana (ou 200-250mg a cada 2-3 semanas), com o objetivo de
melhora da função sexual, restabelecimento da sensação de
bem-estar geral, manutenção da massa muscular, queima de
gordura, etc. No caso do bodybuilding como a finalidade é a
manutenção dos ganhos do ciclo as doses de testosterona no
Cruise devem ser suprafisiológicas, uma vez que não é possível
manter muita massa muscular com baixo percentual de gordura
com doses de testosterona em níveis fisiológicos. Alguns atletas
podem optar por outra droga como base no Cruise (deca,
boldenona, primobolan, etc), mas em geral a maioria vai
preferir testosterona como base, e eu acredito ser a melhor
escolha pelos seus efeitos e também por uma manutenção mais
equilibrada e controlada dos níveis hormonais. A dose usada no
Cruise vai depender da estrutura corporal e experiência do
usuário, como também das doses total de andrógenos usadas no
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BLAST e da dose de esteroides androgênicos auxiliares que ele
possivelmente pode querer usar com a testosterona no Cruise,
mas acredito que uma boa dose fica na média de ~200-300mg
de testosterona por semana (~900-1400 ng/dl). A fim de
manter níveis de testosterona mais estáveis os esteres
enantato e cipionato são as melhores opções.

Regulação das taxas


A escolha das drogas no Cruise depende fundamentalmente das
drogas que foram usadas durante o BLAST. Taxas como TGO,
TGP, bilirrubinas podem estar alteradas se drogas 17 AA
(hemogenin, dianabol, oxandrolona, turinabol, halotestin,
stanozolol) foram usadas durante ou no final do ciclo, então
essas drogas deveriam ser evitadas durante o Cruise ou usadas
cuidadosamente, e cuidados com a dieta devem ser
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fundamentais para regularizar essas taxas. Taxas hormonais
como hormônios da tireoide (T3, T4, TSH) não costumam sofrer
alterações significativas como o uso de esteroides androgênicos.
A maior preocupação dos usuários em geral é com os níveis de
estradiol (E2), que naturalmente estarão elevados com o uso de
drogas aromatizantes durante o ciclo, e não deve ser uma
preocupação se a relação entre testosterona e estradiol
permanecer aproximadamente constante (T:E2), já que a
redução dos níveis de testosterona durante o Cruise devem
levar a uma redução nos níveis de estradiol. No entanto se
foram usados inibidores de aromatase (IA: anastrozol, letrozol,
exemestano) durante o BLAST, deve-se tomar cuidado para que
a suspensão deles durante o Cruise não leve a um efeito rebote
do estrogênio enquanto níveis de testosterona são menores
nessa fase. Portanto recomendo que as doses de IA devam ser
reduzidas gradativamente e que se use drogas anti-estrogênicas
(SERM’s: tamoxifeno ou clomid; proviron) durante o Cruise para
controlar possíveis colaterais estrogênicos (ginecomastia,
pressão alta, retenção, etc) devido a um desequilíbrio entre
andrógenos e estrógenos. Portanto os níveis de estradiol não
precisam ficar necessariamente no intervalo normal (10-50
pg/mL), uma vez que a relação entre T:E2 permaneça
aproximadamente constante, o mesmo valendo para a relação
T:DHT, já que níveis de DHT serão maiores com doses maiores
de testosterona. Alguns usuários também se preocupam com
níveis de prolactina, mas em geral esse hormônio fica dentro
dos intervalos de referência, e sua alteração em geral não é
uma preocupação, já que os principais colaterais são
ginecomastia (que em geral pode ser resolvida com o uso de
Dostinex ou Parlodel), inibição do eixo HPT (que não é uma
preocupação para quem está on fire). Uma das principais taxas
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alteradas durante o uso constante de esteroides androgênicos é
o colesterol (total, LDL, HDL), principalmente por drogas como
stanozolol, hemogenin, portanto essas drogas devem ser
evitadas durante o cruise, mesmo porque a própria testosterona
já reduz níveis de HDL, assim como deca. Esse é mais um
motivo para adicionar tamoxifeno no seu Cruise, já que além
bloquear efeitos estrogênicos ele mostrou melhorar perfil
lipídico (reduzindo colesterol total e LDL). A alternativa mais
eficiente para aumentar níveis de HDL significativamente é o
uso de Niacina, considerando que o usuário já mantém uma
alimentação saudável durante o ciclo, mas o cuidado com as
drogas escolhidas é fundamental.

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Quebra de platô e escolha das drogas no
Cruise
Como disse anteriormente a melhor escolha para droga base no
Cruise é a testosterona (~200-300mg por semana), mas o
usuário também pode combinar drogas anabólicas auxiliares para
ajudar na manutenção dos ganhos pensando numa possível
sinergia com a testosterona. Se orais 17 AA não foram usados
durante o ciclo podem ser uma boa escolha para o Cruise,
principalmente os que não alteram significativamente o
colesterol (dianabol, oxandrolona, primobolan, turinabol) em
doses de ~10-30mg por dia. Drogas injetáveis em doses baixas
também podem ser uma opção (masteron, primobolan, deca,
boldenona). Para potencializar a quebra de platô para o próximo
BLAST é importante que as doses totais de esteroides
androgênicos usadas no Cruise não sejam muito altas, e acredito
que uma média boa seja que a dose semanal total de
androgênicos usadas no Cruise seja ~1/4 – 1/5 da dose semanal
total usada no BLAST. O tempo de duração do Cruise também
não deve ser muito curto (<4 semanas), e acredito que um
tempo razoavelmente bom para quebrar platô e regular as taxas
seja da ordem de ~6-8 semanas, sendo muito aconselhável que
os exames para verificar suas taxas sejam feitos
aproximadamente no final do Cruise. Alguns usuários também
podem querer usar HCG durante o cruise, principalmente se
tiverem muita atrofia testicular durante o ciclo ou se desejar
aumentar volume ejaculatório (mais por uma questão de bem-
estar por sentir suas bolas vivas, do que uma necessidade). O
uso do proviron também é uma boa opção, já que além do efeito
anti-estrogênico ele também reduz níveis de SHBG
significativamente (aumentando testosterona livre,
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disponibilidade dos andrógenos), e muitos usuários relatam
grande melhora na libido e na sensação de bem estar usando
essa droga.
Para finalizar, acredito que o treinamento no Cruise deve ser
menos volumoso, com cargas boas, a fim de manter um bom
estímulo para segurar os ganhos, mas também dar mais
descanso para o corpo, por se tratar de um período
recuperativo e de manutenção dos ganhos. Dieta de bulk ou
cutting jamais devem ser feitas no Cruise, é totalmente
contraprodutivo para ganhos, já que como disse é uma fase
para tentar manter o máximo possível dos ganhos e regular suas
taxas, a fim de manter sua saúde da melhor forma possível
usando esteroides androgênicos constantemente.

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Penso que a melhor forma de ter uma evolução sólida usando
esse método é evitando um Blast muito agressivo, seguido de um
Cruise muito fraco. De nada adianta usar 2-3g de hormônios no
Blast e fazer um Cruise com 200-300mg de testosterona, por
dois motivos simples, perda dos ganhos e potencialização dos
efeitos colaterais. Isso porque varações muito agressivas nas
doses de hormônios podem potencializar colaterais (seja pelo
aumento ou pela redução das doses, crash hormonal agressivo).
Não só colaterais relacionados à saúde física, mas também em
relação ao bem estar mental (influência sobre os
neurotransmissores, principalmente serotonina e dopamina).
Claro que as doses em qualquer caso precisam ser coerentes
com a estrutura física e genética do usuário, a maioria das
pessoas costuma usar muito mais que o necessário. Manter
doses mais controladas no Blast permite que você não tenha
uma grande regressão do físico na fase do Cruise. Claro, se
você é um atleta avançado é normal que precise usar doses
maiores no Cruise (~500mg de testosterona para alguém que usa
~2g de esteroides no Blast), e isso não necessariamente será
pior para sua saúde do que usar menos, porque a manutenção
das taxas é agravada muito mais por variações hormonais
agressivas e abuso de drogas sem nenhum controle de exames,
drogas e dosagens. Outros esteroides também podem ser
usados no Cruise, de preferência injetáveis que não sejam 17
AA . Principalmente para pessoas mais sensíveis aos efeitos do
estrogênio, masteron, primobolan, boldenona, são boas escolhas
combinadas com doses baixas de testosterona.
Não existe um tempo fixo para Blast ou Cruise, mas para
ganhos durante a fase de Bulk ciclos vão perdendo a eficácia

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com ~8 semanas. Blast durante a fase de cutting/contest
podem durar mais tempo, até porque depende do
condicionamento a ser atingido e das estratégias a serem
usadas, mas uma média para fisiculturistas é ~12 semanas. A
eficácia também diminui significativamente com o tempo de
dieta e ciclo. O Cruise pode variar de ~4-8 semanas, ou por
tempo indeterminado, dependendo do objetivo da pessoa, suas
condições. Em geral os exames são feitos na fase de Cruise,
assim é possível ter mais noção de como está sua saúde e seu
quadro hormonal antes do próximo Blast. Se sua saúde foi muito
comprometida (grandes alterações nas transaminases TGO e
TGP, perfil lipídico, função renal, hemograma etc) pode ser
interessante suspender o uso de esteroides por algumas
semanas e cuidar para colocar as taxas em ordem.

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É muito difícil manter a saúde em dia se mantendo on fire, e os
efeitos deletérios do uso de doses suprafisiológicas de
esteroides sobre o coração não podem ser evitados. OK,
estamos falando aqui de minimizar riscos, é bobagem
argumentar que mesmo fazendo de forma tudo controlada você
está completamente seguro. Se você tem medo, quer segurança
e saúde, não use esteroides androgênicos. A grande verdade é
que a maioria dos atletas e usuários de esteroides não se
preocupam com saúde ou ignoram muitos dos riscos, até porque
muitos deles são resistentes a certos colaterais comuns, e nem
fazem exames bioquímicos para avaliar a saúde. Só suspendem o
uso quando são forçados por algum problema maior que se torna
aparente.
Entretanto, não importa o sexo, jamais faça o uso de quaisquer
substâncias sem o devido aval e a devida recomendação médica.
Lembre-se, não recomendamos qualquer uso de quaisquer
substâncias! Consulte sempre um profissional competente. Este
artigo é apenas para conhecimento da droga

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