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Análise das Demonstrações Contábeis e Índices de Atividade, de Rentabilidade e Taxa de

Retorno de Investiementos da Empresa LOJAS RENNER S.A

Foi realizada uma análise vertical e horizontal no Balanço Patrimonial e DRE –


Demonstração do Resultado do Exercício, além da análise dos índices de Liquidez e
Endividamento nos anos de 2016,2017 e 2018.
Verificou-se que o grupo de Ativo Não Circulante representa 51,48% em 2016,
passando para 50,62% em 2017 e para 46,45% em 2018 do total do ativo da empresa, sendo o
Ativo Circulante responsável por 48,52% em 2016, 49,38% em 2017 e 28,3% em X3 do total do
Ativo.
O Ativo Circulante teve um aumento em 2016 de 19,17% e 46,11% em 2018 em
relação ao ano de 2016. Em 2017 a conta instrumentos financeiros derivativos teve uma
variação de 1521,73%, sendo que esta conta representava apenas 0,09% do ativo circulante
em 2017, a conta caixa e equivalente de caixa teve um aumento de 37,94%, representando
15,89% do ativo circulante e também a conta outras contas a receber com uma variação de
23,98% em 2017. Destaco ainda a redução das despesas antecipadas em 13,92 em 2017. Já em
2018 as contas Instrumentos Financeiros Derivativos teve uma aumento de 2744,01% em
relação a 2016 e FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios) que influenciou em
uma variação de 100% no ativo circulante, visto que em 2016 e 2017 este valor estava no Ativo
Não Circulante e outras que influenciaram no aumento do Ativo Circulante como as Outras
Contas a Receber em 61,89%, Contas a receber de Clientes que aumentou 49,51% em relação
a 2016, o aumento no valor dos Estoques 44%, que representava 13,52% do Ativo Circulante,
que indica que a empresa tem mantido a política do estoque em alta.
No grupo do Ativo Não Circulante a conta que mais destaca a representatividade é o
Imobilizado, sendo 28,51% em 2016, 25,97% em 2017 e 24,61% em 2018, que teve um
aumento em 2018 de 14,24% em relação a 2016, já a que teve mais aumento a longo dos três
anos foi a conta de Investimentos, que em 2016 era de 9,56%, passou para 13,35% em 2017,
culminando com sua representatividade que teve aumento em 2017 de 63,39% e 89,67 em
2018 em relação a 2016. Ainda no Não Circulante a Outras Contas a Receber de longo prazo
teve um aumento 161,34% em 2018 em relação a 2016, a conta Imposto de Renda e
Contribuição Social reduziu 10,69% em 2017 e reduziu significativo em 2018 em 43,52%.
Destaco ainda a transferência do sado da conta FIDC Lojas Renner do Não Circulante para o
Ativo Circulante em 2018, a eliminação dos sados das contas Depósitos Judiciais e Despesas
Antecipadas, sendo a quitação de alguns direitos da empresa.
O Ativo Realizado a Longo Prazo teve uma redução de 2,76% em 2017 e de 59,63% em
2018, comparados com 2016, o que se entende que houve aplicação de recursos.
No Passivo o período analisado mostra que a Origens de Recursos na empresa
representa 49,97% em 2016, 47,80% em 2017 e 43,35% em 2018 de recursos de terceiros,
demonstrando que a empresa tende a diminuir a dependência dos recursos de terceiros. A
conta Fornecedores teve aumento significado 20,99% em 2017, 41,77% em 2018,
demonstrando assim a causa do aumento do estoque em semelhante proporção. Em seguida
temos a conta Salários e encargos Sociais com 30,52% em 2017 em relação a 2016,
aumentando em 5,27% em 2018. Os financiamentos a curto prazo aumentou em 96,16% em
2018 em relação a 2016 implicando num vencimento mais rápido para a empresa.
No Passivo Não Circulante destacamos o decréscimo das contas Arrendamento
Mercantil Financeiro a Pagar com redução de 15,25% em 2017 e 51,84% em 2018 em relação a
2016, bem como as Outras Obrigações que em 2017 reduziram 30,77% e em 2018 uma
redução significativa de 61,54% em relação a 2016. Destaco ainda a Provisão de Riscos
Tributários, com redução de 32,20% em 2017 e 23,86% em 2018.
A conta com maior representatividade no não circulante fica em destaque a
Empréstimos que era em 11,73% do total do não circulante em 2017 e 4,68% em 2018,
mantendo a representatividade.
Com isso podemos dizer que as obrigações de curto prazo aumentaram, contudo, as
de longo prazo reduziram em 22% em 2018 em relação a 2016. Essa inversão das obrigações a
longo prazo por obrigações a curto prazo implica em um vencimento mais rápido do
endividamento da empresa.
No Patrimônio Líquido, conta com maior representatividade em destaque é o Capital
Próprio que teve sucessivos aumentos no decorrer dos anos analisados, sendo 2016 com
116,99% de aumento e 123,82% em 2018 em relação a 2016.Em seguida temos a conta
Reserva de Lucros, que teve uma redução de 51,02% em 2017 e um aumento de 1,51% em
2018.
O aumento da conta Capital Social 123%, fez que com as origens de recursos
dependesse em 2018 do Capital Próprio.
Na Demonstração do Resultado do Exercício a Receita Líquida teve um aumento de
12,57% em 2017 e 23,95% em 2018, comparados a 2016, assim como os Custos dos Produtos
Vendidos que aumentou 13,44% em 2017 e 24,49% em 2017 comparados a 2016, assim, em
2017 e 2018 a empresa teve um aumento de Custos de Produtos Vendidos maior que o
aumento da Receita Liquida, mesmo com essa inversão, o Resultado Bruto aumentou em 2017
11,94% e 23,56% em 2018, portanto, a empresa produziu mais com aumento de custo, mas
ainda assim obteve aumento no Resultado Bruto no decorrer dos exercícios financeiros da
empresa.
Das despesas Operacionais, as Despesas de Vendas tem a maior representatividade do
grupo de contas, onde 24,10% em 2016, de 24,30% em 2017 e 33,71% em 2018, todas em
relação à Receita Líquida. As Despesas Administrativas que representam 8,24% em 2016,
8,58% em 2017 e 12,75% em 2018 do total da Receita Líquida teve uma variação positiva em
2017 de 17,25% e de 54,85% em 2018 em relação a 2016, com isso o Resultado operacional
teve um aumento em 2018 de 38,30% em relação a 2016.
No Resultado Financeiro observamos que as Receitas Financeiras foram reduzindo ao
longo dos anos, sendo uma redução de 32,33% em 2017 e 51,20% em 2018 se comparados a
2016, e as Despesas Financeiras também teve reduções ao longo dos anos analisados, onde
reduziu em 26,54% em 2017 e 49,39% em 2018 indicando que foram apropriados cada vez
menos receitas financeiras e juros.
O crescente aumento nas vendas em 2017 e 2018 e consequentemente aumento nos
custos do produto vendidos foram proporcionais para que a empresa tivesse Resultado Liquido
Positivo, sendo 17,22% em 2017 e 63,21% em 2018, comparados a 2016.
Analisando os Índices de Liquidez pra avaliar a capacidade de pagamento da empresa,
verifica-se que:
O índice de liquidez corrente (LC), indica que a empresa tem para cada R$ 1,00 de
dívidas a curto prazo, há R$ 1,20 em 2016, R$1,43 em 2017 e R$1,42 em 2018 de dinheiro ou
valores que se transformarão em dinheiro a curto prazo. Esse índice te uma variação positiva
em 2017 e manteve-se constante em 2018, uma vez que houve uma diminuição do Passivo e
aumento do ativo em 2018.
O índice de liquidez seca (LS) representa a capacidade de liquidar suas dívidas sem
considerar a venda dos estoques. A empresa tem para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo,
tem-se em 2016 o valor de 0,89, em 2017 R$ 1,06 e em 2018 o valor de R$ 1,06 de valores a
curto prazo sem contar com estoques para cobrir as dívidas a curto prazo. Isso indica que a
empresa tem boa capacidade de pagamento, uma vez que de 2016 para 2017 houve um
aumento no índice e manteve-se constante em 2018, resultado das reduções nas contas do
passivo não circulante.
Considerando o índice de Liquidez Geral (LG), temos que a empresa para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo e longo prazo, há em 2016 R$ 1,12, em 2017 R$ 1,16 e em 2018 R$
1,29 de valores a receber a curto e longo prazo. Esse índice indica uma boa situação com
aumento da capacidade de pagamento de 2016 para 2018, tendo com um dos motivadores a
redução da conta Outras Obrigações, que sofreu sucessivas reduções ao longo dos anos
analisados.
O Índice de Liquidez Imediata (LI) demonstra que a empresa possui para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, há R$ 0,33 em 2016, R$ 0,46 em 2017 e R$ 0,33 em 2018 de
disponível para quitar essa dívida. Temos uma situação satisfatória, pois não são aconselháveis
altos valores de dinheiro parado em caixa e aplicações de resgate imediato.
Em análise aos índices de Endividamento da empresa verifica-se que:
A relação capital próprio x capital de terceiros, demonstra que a empresa em 2016,
86% dos recursos totais origina-se de capitais de terceiros ou 14% do ativo é financiado por
Capital Próprio. Em 2017, 48% dos recursos totais originam-se de Capitais de Terceiros ou 52%
do ativo é financiado por Capital Próprio. E em 2018, 43% dos recursos totais originam-se de
Capitais de Terceiros ou 57% do ativo é financiado por Capital Próprio. Esse decorrente
aumento se deve ao aumento do Capital Social da empresa e das Reserva de Lucro em 2018.
Analisando a qualidade da dívida, verifica-se que a empresa possui 81% de sua
obrigações vencendo a curto prazo, diminuindo para 71% em 2017 e aumentando para 87%
em 2018. Esse aumento nas obrigações a curto prazo se deve ao aumento na conta
Fornecedores e Instrumentos Financeiros Derivativos.
Com base nos dados apresentados, conclui-se que a empresa encontra-se em boa
situação econômico-financeira, demonstra a capacidade de pagamento curto prazo e
indicadores de endividamento que demonstram capacidade de garantia para as dívidas da
empresa.

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