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Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de Administração e Ciências Contábeis


Departameno de Finanças e Controladoria
FIN 034 – Análise das Demonstrações Contábeis

TRABALHO ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA


Parte 2 – Análise Horizontal e Análise Vertical

BRASKEM

Felipe T. S. Oliveira, Isaias C. Honorato, João Pedro A. B. Schoralick, Misael


Nóbrega e Pedro Nitzsche

ATIVO

Ao analisarmos o ativo total da empresa é possível perceber uma flutuação. Um aumento de


3,5% no segundo ano e uma queda no terceiro ano (em relação com o segundo), voltando a um
valor parecido com o do ano base. Percebe-se no ativo referente ao ano de 2021 um crescimento
de 7,5% em relação à 2020 e uma redução de 5,2% em relação à 2021. Essa variação segue a
mesma tendência do ativo circulante que aumentou primeiro ano depois do ano base e diminuiu
logo no ano seguinte. A variação se explica principalmente nas contas mais relevantes do ativo
circulante que são as contas a receber e o estoque.

O subgrupo Contas a receber aumentou 56,1% no ano de 2021 e diminuiu 21,3% em 2022
(relacionados ao ano base) e diminuiu 1,4% da sua participação no ativo total. Junto com o
crescimento da participação do estoque em relação à 2020, isso pode evidenciar uma diminuição
nas saídas e um acúmulo de estoques na empresa (já que as contas a receber de longo prazo
cessaram em 2021 e 2022. Todas as contas devedoras foram zeradas no RLP.
Os valores de Imposto de renda e contribuição social caíram drasticamente em 2022 (tanto de
forma horizontal quanto de forma vertical), o que é explicado quando vemos a decadência do
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período de 2022 se comparado aos outros anos.

No ativo circulante, podemos perceber um aumento mais significativo no segundo ano, 14,9%.
Esse aumento é relacionado com um aumento na conta estoques nesse ano, de 94,8%. Já no
terceiro ano o ativo circulante volta a um nível parecido ao ano base (0,8 % de variação).
No subgrupo contas a receber a curto prazo é perceptível um aumento grande no segundo ano
(56%) e uma redução no terceiro ano, porém mesmo com essa redução ainda se percebe um
aumento em relação ao ano base (21,3%).

Quando observamos o ativo não circulante, é possível notar uma pequena variação, um aumento
de 2,7 % em 2022 e 3,3% no terceiro ano, em relação ao ano base.
Em relação ao imobilizado, trata-se de uma das maiores contas no ativo, apresentando mais de
45% de participação na AV. Percebemos um incremento interessante, principalmente o aumento
de 7,4 % no terceiro ano. Deve-se enxergar a conta imobilizado em operação, que compõe a
maior parte do imobilizado.

PASSIVO

Após analisar os valores do passivo circulante em relação ao total do passivo, podemos concluir
que o PC apresentou os valores de R$28.387.174, que equivale cerca de 32,98% do passivo total
em 2020, e quando comparamos com os próximos exercícios (2021 e 2022), notamos que há
uma queda na participação, atingindo cerca de 27% nos dois últimos exercícios. Isso significa que
a empresa está aumentando sua participação em contas de longo prazo. E grande parte está
alocada em empréstimos.

A participação dos Fornecedores em 2020, em relação ao total do passivo foi de R$9.946.315,


representando cerca de 11,55% do passivo total. Vemos que em 2021 e 2022, a conta
Fornecedores aumentou em cerca de 1,5%, ou seja, isso indica que a empresa tem aumentado
suas obrigações com seus fornecedores, mesmo que não seja tão significante. Um ponto
interessante, é que no PNC, a conta fornecedores, apresenta saldo apenas em 2020, e ainda
assim, com baixos valores.

A conta Outras obrigações apresenta um valor de R$9.961.170 de saldo em 2020, representando


cerca de 11,57% do passivo total. Notamos que essa conta nos próximos exercícios passa por
uma redução bem significativa, partindo para R$2.744.950, representando 2,97% em 2021. E
R$3.813.012 representando 4,33% em 2022. Indicando que a empresa buscou diminuir suas
despesas e conseguiu reduzir proporcionalmente quase três vezes seu valor em um ano.
Com base nos dados a seguir, podemos observar que a Braskem possui no Passivo Não
Circulante, uma participação bem significativa relacionada ao valor do passivo total. Em 2020, o
saldo foi de R$61.563.263, representando 71,52%, ou seja, quase 3/4 do passivo aplicado em
obrigações de longo prazo. Em 2021, a conta apresentou um saldo de R$61.167.017, uma queda
de 5,44% em relação ao ano anterior. E no ano seguinte, apresenta outra redução. Porém, dessa
vez, podemos notar algo interessante: em 2022, o valor em questão diminuiu para
R$57.755.394, uma redução de pouco mais de 3 milhões em relação ao ano de 2021, porém
representando uma queda percentual de cerca 0,49% quando comparado ao saldo de 2021. Isso
indica que apesar da diminuição dos valores do PNC, houve, no mesmo período, um aumento
significativo no PC, que compensou a queda percentual, apesar da baixa no valor do saldo.

DRE

A receita de vendas da Braskem praticamente dobrou de 2020 (ano-base) para 2021, indo de R$
58.543.494 para R$ 105.625.201, fato justificado pela empresa pelo maior preço de PE, resinas
e principais químicos no mercado internacional. Em reais, a receita em 2021 foi superior à 2020
(+80,42%) em função dos motivos explicados acima, além da depreciação do real frente ao dólar
entre os períodos. Ao passo que em 2022 sua receita de vendas caiu um pouco, indo para R$
96.519.284, com variação de 64,87% em relação à 2020.

O custo dos produtos vendidos em 2020 apresentou um índice de 80,85% pela AV, em relação à
receita líquida. Em 2021 os números foram melhores, com índice de 69,65%, embora em 2022 o
resultado da AV apresentado foi ainda maior que em 2020 (88,23%). Tal aumento foi explicado,
principalmente, pelo maior preço considerando a média móvel das principais matérias-primas
petroquímicas no mercado internacional, influenciado principalmente pelo aumento nos preços
do petróleo e gás natural no mercado internacional. No ano de 2022, o CPV foi impactado no
montante líquido de R$ 352 milhões, referente ao efeito contábil de realização dos estoques
devido aos maiores custos de produção, principalmente, de nafta adquirida em períodos
anteriores. A diminuição do CPV em relação à receita de venda em 2021 ajudou a elevar o índice
de participação do resultado bruto neste ano, saltando de 19,15% em 2020 para 30,35%. O que
significa que a empresa conseguiu aumentar sua lucratividade. em todos os anos estudados os
Custos de bens e serviços foram os que mais influenciaram seus resultados. Nota-se que no ano
de 2020, do valor total da receita bruta, mais 80% são referentes a tais custos. No ano de 2021
aproximadamente 69,65% se referem custos dos bens e serviços da empresa, e em 2022 tivemos
por alcançar 90%. Fazendo uma comparação horizontal em relação ao ano de 2020, vemos que
o resultado bruto teve um grande aumento, pois quase triplicou o seu valor. Do ano de 2020
para o ano de 2021 o aumento foi de mais de 185%. Porém, no ano de 2022 esse indicador não
se manteve, resultando um percentual de pouco mais de 1%, o que faz com que esse valor não
tenha tanta relevância, analisando no contexto geral da empresa. Esse aumento pouco
considerado pode estar ligado ao aumento dos custos com bens e serviços no ano de 2022, pois,
embora a receita também tenha aumentado, podemos perceber que esses custos tiveram um
aumento de quase 80% em relação ao ano base, o que fez com que o resultado se mantivesse
no patamar que o primeiro ano. O que pode comprovar essa realidade é o percentual de quanto
os custos dos produtos representam o total da receita bruta.
Fazendo uma análise da DRE da empresa Braskem, percebemos que em todos os anos estudados
os Custos de bens e serviços foram os que mais influenciaram seus resultados. Nota-se que no
ano de 2020, do valor total da receita bruta, mais 80% são referentes a tais custos. No ano de
2021 aproximadamente 69,65% se referem custos dos bens e serviços da empresa, e em 2022
tivemos por alcançar 90%. Fazendo uma comparação horizontal em relação ao ano de 2020,
vemos que o resultado bruto teve um grande aumento, pois quase triplicou o seu valor. Do ano
de 2020 para o ano de 2021 o aumento foi de mais de 185%. Porém, no ano de 2022 esse
indicador não se manteve, resultando um percentual de pouco mais de 1%, o que faz com que
esse valor não tenha tanta relevância, analisando no contexto geral da empresa. Esse aumento
pouco considerado pode estar ligado ao aumento dos custos com bens e serviços no ano de
2022, pois, embora a receita também tenha aumentado, podemos perceber que esses custos
tiveram um aumento de quase 80% em relação ao ano base, o que fez com que o resultado se
mantivesse no patamar que o primeiro ano. O que pode comprovar essa realidade é o percentual
de quanto os custos dos produtos representam o total da receita bruta.

Desse resultado bruto, o ano com maior número de despesas foi o ano de 2020, pois antes
mesmo de subtrair as despesas e o resultado financeiro, a empresa já se encontrava com
prejuízos. O gasto com as despesas foi tão expressivo que, em comparação com o ano de 2022,
a empresa obteve praticamente o mesmo resultado bruto. Porém, em 2020 ela teve um
resultado negativo antes do resultado financeiro e dos tributos. Em 2022, estava com valores
positivos, embora representasse um percentual de 4,43% da receita total bruta. Buscando a
origem de tamanha diferença entre os anos de 2020 e 2022, notou-se que a conta Outras
Despesas Operacionais teve uma redução de mais de 70%. Nota-se que essa redução teve uma
influência considerada para o resultado positivo, pois ao analisar o quanto esse valor representa
do total da receita, pudemos ver que equivale a 2,43% do total da receita bruta, sendo que o
resultado corresponde a 4,43%. Se não tivesse ocorrido essa redução, no ano de 2022 o
resultado antes do resultado financeiro e dos tributos também seria negativo. Em relação ao ano
de 2021, o resultado foi positivo e seu valor representou 24,66% do valor da receita bruta, sendo
favorável, pois em comparação com o ano de 2020 o aumento foi de mais de 300%.

Em 2022 (R$5.662.693), houve uma variação de 4% em relação a 2021 (5.907.155) explicado,


principalmente, pela menor amortização dos custos de transação associados aos pré-
pagamentos, que foram maiores no ano anterior; e pelas menores despesas com derivativos em
função da liquidação de derivativos em 2021. A participação dessa conta em relação à receita foi
de -18,02% em 2020 para -5,92% em 2022.

Desse modo, a conta nomeada por Outras Despesas Operacionais seguiu a mesma tendência de
diminuição de valores, passando a representar no índice AV 2,43% em 2022, contra 13,56% em
2020, indicando que a empresa está atenta e providenciando melhoras nessa condição.

A variação cambial passiva teve sua representatividade em relação à receita líquida bastante
modificada ao longo dos anos. Se em 2020 apresentava um índice AV de 9,63%, em 2021 esse
índice foi de 4,01%. Já em 2022, os valores foram pouco significantes, com índice de 0,05%. Foi
percebido uma diminuição drástica de valor, pois a AH indica índices de 75,12% em 2021 para
0,89% em 2022. Por outro lado, as variações cambiais ativas não apresentaram alternâncias
consideráveis.
Ao observar a conta Tributos sobre o lucro, foi visto que seus valores não representam grande
parcela da receita bruta nos anos em questão. Porém, ao compararmos os valores, nota-se
algumas mudanças que fizeram com que os resultados fossem diferentes. No ano de 2020,
percebemos que o valor do Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido teve uma representação de
4%. Em relação à conta Lucro/prejuízo consolidado do período analisado, percebemos que no
ano de 2020 houve um prejuízo para a empresa que correspondia a 11,98% da receita bruta. Em
2021 essa realidade mudou, fazendo com que a empresa tivesse lucro, um aumento de
aproximadamente 300%. Com isso, o lucro representou 13,22% do total da receita bruta.

Em 2020, a Companhia registrou prejuízo líquido de R$ 6.692 milhões em função,


principalmente, das provisões referentes ao evento geológico de Alagoas no montante de R$
6.902 milhões e do impacto da variação cambial no resultado financeiro dada a depreciação do
real frente ao dólar sobre a exposição líquida no montante de US$ 3.400 milhões. Em 2021 a
Braskem obteve uma recuperação surpreendente do seu resultado financeiro, com um índice de
+199,02%. Já em 2022, voltou a ter prejuízo, com um índice de 11,69% em relação a 2020.

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