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FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA E PUERICULTURA


Padrões 1

ANAMNESE PEDIÁTRICA
1a Parte: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ENTREVISTA
A entrevista é muito importante em pediatria, tanto ou mais do que comunicação, enquanto outras, transmitindo essencialmente a mesma
no atendimento de adultos, uma vez que a grande relação de mensagem, tendem a facilitar e evocar respostas significativas. É importante
dependência da criança com o microambiente que a envolve cria um que o médico constantemente identifique e avalie seu arsenal próprio de
complexo de dados que precisam ser adequadamente compreendidos. frases padronizadas, tentando usar as que promovem a comunicação. Por
Além dos dados objetivos de anamnese, uma boa entrevista poderá dar exemplo, ao invés de perguntar: “Por que você pensa assim?”, seria mais
ao médico uma noção global do seu paciente, dos familiares, do neutro dizer: “Eu gostaria de entender suas razões para tal idéia
ambiente em que vive e seu relacionamento com pais, irmãos, amigos, (sentimento/comportamento). Você pode explicá-las?”.
É importante ressaltar que, se por um lado o médico precisa ter muito
professores e demais pessoas. Através da entrevista o médico pode
tato e consideração ao transmitir suas mensagens, nada há de errado em
perceber sentimentos e ter sensações acerca do paciente, que
assumir posições firmes em certas recomendações, desde que se evitem
permitirão analisá-lo e entendê-lo melhor sob o ponto de vista expressões pejorativas, humilhantes ou tom de censura.
biopsicossocial. A atenção aos seguintes elementos básicos certamente Por fim, cabe lembrar que a postura de calma pacienciosa do médico
facilitarão o bom entendimento médico-paciente e proporcionarão uma não deve ser perturbada por exigências de soluções rápidas ou conselhos
avaliação mais abrangente da criança: precoces, que geralmente só refletem sua ansiedade. Os pais certamente
1. AMBIENTE perderão a confiança em um médico que salta a conclusões baseadas em
fatos insuficientes, mas respeitam-no ao admitir que ainda não sabe bem o
A sala ou local onde será realizada a entrevista deverá ser tranqüila, que está errado com a criança e que precisa mais investigação.
com privacidade e com iluminação adequada. As cadeiras devem colocar
pais e médico no mesmo nível de altura, permitindo visualização direta dos
rostos dos interlocutores. Alguns brinquedos no consultório podem deixar a 4. ATENÇÃO
criança mais à vontade e permitir ao médico observar como ela brinca, se é O médico precisa saber ouvir o paciente e seus familiares. Mesmo
criativa, se é agressiva e se reproduz situações vividas em casa. quando não se está falando diretamente do motivo da consulta, é importante
O tempo mínimo necessário para uma boa entrevista varia em torno de saber escutar e perceber nas entrelinhas problemas que às vezes são
trinta a quarenta minutos. Quando não se dispõe de tanto tempo, deve-se difíceis de verbalizar, observar posturas, atitudes das mãos, olhares trocados
estabelecer prioridades para o paciente e para o médico, ressaltando que entre a criança e os pais. Há algumas situações que devem ser abordadas e
outros aspectos não menos importantes ficarão para serem abordados numa trabalhadas quando surgem na entrevista. Por exemplo, quando a mãe
entrevista subseqüente. informa já ter levado a criança a vários médicos sem ter tido sucesso com os
Quando se trata de escolares ou adolescentes, certas regras podem ser tratamentos anteriores. É preciso esclarecer a causa de tantas trocas de
quebradas. Por exemplo, a distância entre médico e paciente, que em geral é médicos: será porque a criança apresenta uma doença crônica e os pais na
mantida de forma a tornar a entrevista impessoal, poderá ser diminuída. À tentativa de encontrar a cura buscam sempre a opinião de outro profissional
vezes, uma escrivaninha pode inibir o paciente fazendo-o sentir-se distante ou será porque a criança é sadia e os pais estão convencidos de que ela é
do seu médico. portadora de alguma patologia? Em suma, é preciso identificar claramente o
que os pais estão esperando do médico, por que vieram procurá-lo e quais
2. APRESENTAÇÃO são as suas expectativas em relação ao problema da criança.

Antes de iniciar a anamnese o médico deverá apresentar-se, dizendo o


seu nome. Deverá ficar claro o seu papel: se é médico, estudante, se faz 5. ABORDAGEM DE TODOS OS ASSUNTOS
parte de uma equipe ou não. Para um estudante é sempre melhor que fique Quando um determinado assunto é tabu para uma família, em geral não
esclarecida sua condição, pois isto lhe poupará situações constrangedoras é trazido espontaneamente à consulta. Nestes casos, o médico deverá ser
no futuro. No primeiro contato deve-se perguntar o nome da criança e dos esclarecido e desprovido de preconceitos para poder ajudar a família a
pais. Evitar sempre dirigir-se aos pais com expressões impessoais, tais encarar o problema. Tratar de sexualidade, drogas, alcoolismo, depressão,
como: “mãe/mãezinha” ou “pai/paizinho”. Isto tende a despersonalizá-los e doenças graves (câncer, retardo mental ) e dificuldades financeiras requer
colocá-los em situação de inferioridade. Com crianças maiores, perguntar maior habilidade. As famílias costumam esperar que o médico esteja
como gostam de ser chamadas ou se têm um apelido, tratando-as da forma à tranqüilo o suficiente para abordar tais assuntos e saber lhes dar orientação.
qual estejam habituadas. Dar especial atenção a estes aspectos quando se
tratar de adolescentes poderá facilitar muito a relação médico-paciente.
6. SABER CONDUZIR CORRETAMENTE A ENTREVISTA

3. ATITUDE E COMPORTAMENTO DO MÉDICO A entrevista poderá ser feita com perguntas mais objetivas ou de
maneira mais solta. De qualquer forma, será necessária habilidade para
Durante a consulta o médico estará sendo analisado pela criança e colocar pais e paciente à vontade, deixando-os falar livremente de seus
pelos pais. Seu modo de vestir-se pode influenciar o relacionamento médico- medos e fantasias acerca da doença ou motivo da consulta. Mesmo quando
paciente, sendo recomendável mostrar asseio, certo esmero e usar uma anamnese precisa ser mais objetiva pelo fator tempo, devem ser feitas
indumentária que se aproxime da neutralidade. Às vezes, uma roupa menos perguntas diretas, mas abertas, sem dirigir as respostas. Procurar não fazer
formal (não estar todo de branco) pode ajudar na aproximação com crianças. perguntas que induzam respostas tipo “sim ou não”. Ao perguntar para a mãe
A gentileza no falar, o uso de voz tranqüila e palavras suaves são a respeito da alimentação do bebê, não dizer: “Ele se alimenta bem?”.
percebidos pelo paciente. Até mesmo um recém-nascido nota quando lhe Preferir: “Como ele está se alimentando?”. Do mesmo modo, várias questões
falam num tom de voz tranqüilo ou agressivo. Sorrir, procurar ver se todos juntas tendem a confundir as pessoas. Fazer uma pergunta de cada vez e ter
estão confortáveis, apertar a mão e lembrar o nome das pessoas são tranqüilidade para ouvir a resposta.
condutas que dizem ao paciente o quanto o médico se preocupa com ele. Existem alguns métodos que facilitam o relato dos pais ou do paciente e
Este tipo de atitude influenciará muito no auto-conceito reflexivo do paciente, ajudam a mantê-los na mesma linha de pensamento sem interferir na
ou seja , o que ele pensa que o médico pensa dele. O cuidado com os história. São eles: facilitação, reflexão, esclarecimento, respostas empáticas,
detalhes demonstra ao paciente, numa linguagem não verbal, que o médico confrontação e interpretação.
o considera importante.
A comunicação com a criança e a família pode ser substancialmente a. Facilitação: Quando o paciente relata algo, pode-se facilitar seu
alterada pelo conjunto específico de palavras ou frases usadas pelo médico relato sendo atento, fazendo silêncio para ouvi-lo, inclinando-se para frente
ao transmitir uma mensagem, seja ela interrogativa ou de aconselhamento. ou usando expressões como “hum-hum”ou “continue”.
Há expressões que, de acordo com sua conotação habitual, tendem a inibir a

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* Texto adaptado de: Blank D, Eckert G. Pediatria Ambulatorial: Elementos Básicos e Promoção da Saúde,
2.ed. Porto Alegre: Editora da Universidade - UFRGS, 1995.
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b. Reflexão: Usar a última palavra de cada frase do paciente para 8. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DA ENTREVISTA COM
encorajá-lo a prosseguir de modo que ele faça determinadas associações ADOLESCENTES
que não faria com perguntas diretas. Por exemplo: Mãe: “A tosse do meu Dentro da anamnese em pediatria este é um capítulo à parte que requer
filho era tão forte que eu pensei que ele fosse morrer.” Médico: “Pensou que atenção pela complexidade e variedade de tópicos que envolvem a entrevista
ele fosse morrer...” Mãe: “Sim, minha mãe também teve tosses fortes antes com o adolescente.
de morrer.” Desta maneira descobre-se qual o significado da doença para o Em primeiro lugar, o médico que atende o adolescente precisa ser
paciente e suas fantasias acerca disso. natural, precisa gostar de adolescentes, tentar ser compreensivo e dar apoio
a ele sem reproduzir o papel de pai ou censor. Por outro lado, é erro comum
c. Esclarecimento: Não é errado o médico perguntar ao paciente o tentar aproximar-se fingindo assemelhar-se ao adolescente, usando seu
que significa determinado termo para ele. Pedir-lhe para esclarecer o linguajar e assumindo posturas estereotipadas, o que só serve para
significado de expressões tais como “razoável”, “regular”, “muito” ou “pouco” distanciar mais o paciente do médico, que se coloca em posição ridícula. O
ajudam a entender melhor o seu problema. médico deve procurar ser ele mesmo, assumindo seu papel. Nunca ser
condescendente com algo grave só porque se trata de um adolescente.
d. Respostas empáticas: Nem sempre é necessário ter vivido Há alguns itens que devem ser levados em conta quando da abordagem
determinada situação para entender o que o paciente está sentindo. Dizer do adolescente:
frases simples como “Eu compreendo.” ou “Eu imagino como isto deve ser
difícil para ti.” poderá aproximar muito o médico do paciente. Às vezes, de a. Deixar sempre bem claro para o adolescente que é ele o paciente e
maneira não verbal, pode-se ser empático: fazer silêncio e dar um tempo não os pais. Garantir total apoio a ele, mantendo sigilo de tudo que for dito
para que o paciente se recomponha se por acaso chorar. durante a consulta.
e. Confrontação: Este método requer maior entendimento entre b. Procurar sempre entrevistar o adolescente sozinho. Quando este vem
médico e paciente. Confrontar alguém com seus sentimentos exige tato e acompanhado dos pais, iniciar a entrevista na presença deles, pedindo
delicadeza. Para dizer a um adolescente: “Quando você fala neste assunto depois gentilmente para que aguardem na sala de espera.
suas mãos tremem, vamos falar mais sobre isto.”, o médico precisa despertar
confiança para que o paciente saiba que ele deseja ajudar e não o encare c. Procurar dar a orientação terapêutica diretamente ao paciente. Deve-
como um espião que fica somente observando a posição das mãos durante a se levar em conta que, às vezes, o adolescente não segue as prescrições
entrevista. médicas por fantasiar acerca do medicamento (que é prejudicial para a
saúde) ou sobre seu corpo ter que reagir sozinho às custas de suas próprias
f. Interpretação: Esta forma de abordar um assunto requer ainda defesas.
maior habilidade por parte do médico. Uma interpretação errada poderá por
todo um trabalho a perder. Este método faz inferências a respeito dos d. Nem sempre a queixa principal é o real motivo da consulta. Às vezes,
sentimentos do paciente e não apenas o confronta com eles. Por exemplo: por trás de queixas somáticas tais como cefaléia, tonturas, cansaço ou dores
"Você já fez inúmeras perguntas sobre o resultado dos exames. Está musculares se escondem problemas familiares, problemas com a escola ou
preocupado com o diagnóstico?" dúvidas a respeito do desenvolvimento físico.

7. COMO CONVERSAR COM CRIANÇAS e. O adolescente pode ser inicialmente calado, desconfiado e hostil.
Cabe ao médico quebrar essa barreira. Poderá usar a revisão de sistemas
a. Não ser condescendente. Só porque se está tratando com criança não como uma forma neutra de tentar fazer o paciente falar, ou solicitar que ele
é necessário deixar que ela faça sempre o que lhe aprouver no consultório. É fale sobre si mesmo, sobre seus hábitos, seu dia-a-dia, sua família, escola e
preciso saber impor limites e manter a autoridade de médico durante a amigos, o que mais gosta e o que não gosta de fazer.
consulta.
f. Faz parte da adolescência normal a busca da identidade pessoal. Uma
b. Não dar a impressão de que se considera a criança apenas uma forma encontrada pelo adolescente é primeiro descobrindo o que ele não é,
“criancinha”. Deixar claro que ela é o paciente e que o médico dará para depois descobrir sua identidade. Daí então as costumeiras atitudes
importância às suas queixas. estranhas, excesso de álcool ou até eventual uso de droga na tentativa de
ser diferente dos pais. O médico deverá saber diferenciar esse tipo de atitude
c. Não rir delas, exceto quando ficar claro que é para rir. Às vezes, os do uso sistemático de drogas e álcool, condicionando ou associado a
adultos tendem a achar engraçado o modo como as crianças se expressam, comportamentos que já estariam prejudicando a vida do adolescente.
o que para elas é muito desagradável. Para a criança, o modo como ela se
comunica é o correto e não tem nenhum sentido cômico. g. O tópico sexualidade deve ser abordado mesmo que não venha como
uma queixa. Os adolescentes bem esclarecidos acerca de sexo, ciclo
d. Não tentar ser engraçado. Não confundir tentar tornar a entrevista menstrual, masturbação, anticoncepção, doenças sexualmente
mais informal com fazer palhaçadas para a criança. Isto é inadequado, pois a transmissíveis, aborto e prostituição poderão ser elementos de divulgação de
criança sabe que veio ao médico e não a um local para se divertir. informação correta aos seus pares.
e. Não caçoar, exceto quando já estiver estabelecido um certo clima de h. Ao tratar de adolescentes com problemas de ordem emocional, evitar
intimidade. Nestes casos, o médico poderá fazer alguma brincadeira com a encaminhá-los imediatamente ao especialista. A possibilidade de um futuro
criança, sabendo que estará dando a ela o direito de ter a mesma atitude tratamento psicoterápico deverá ser discutida previamente com o
com ele. adolescente para que este não fique com a impressão de estar sendo
passado adiante.
f. Eventualmente pode-se usar o cochicho para tratar de assuntos que
digam respeito à relação privada do médico com a criança, de modo que esta
se sinta especial, independentemente do resto da família. 9. COMO TERMINAR A ENTREVISTA
Deve-se usar algumas palavras de encerramento de uma maneira que
g. Procurar discutir com a criança sintomas, diagnósticos e tratamentos os pais e o paciente percebam que a entrevista está no fim. Procurar
numa linguagem ao nível do seu entendimento. perguntar se ainda existem dúvidas, o que esperavam da consulta, se os
objetivos deles foram alcançados.
h. Usar o poder da força quando necessário, porém consciente de que Se algum assunto ficou pouco esclarecido, o médico pode solicitar que o
isto trará aspectos negativos à relação médico-paciente. Às vezes, quando é paciente pense melhor sobre ele e traga mais informações na próxima
prioritário obter uma informação que a criança está negando o médico pode consulta. Quando no último momento são levantados outros problemas deve-
impor sua autoridade e a dos pais. se dizer que estes serão discutidos num outro momento.
Em suma, deixar claro que o tempo de cada consulta tem o seu limite e
que o fim da entrevista é realmente o fim da entrevista.

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2a Parte: ROTEIRO DA ANAMNESE

I. IDENTIFICAÇÃO

Registrar: Nome completo, data do nascimento, idade atual, sexo, origem étnica, naturalidade, procedência, nome do informante, relação de
parentesco com a criança, fidedignidade presumida do informante, data da entrevista.

II. MOTIVO DA CONSULTA / MOTIVO DA INTERNAÇÃO

Registrar a(s) queixa(s) que motivaram a consulta ou os objetivos da mesma, usando as palavras do informante e uma numeração que respeite
prioridades. Identificar com a expressão “sic” o uso de diagnósticos ou afirmativas que não tenham sido comprovados objetivamente.
Exemplo:
Motivo da Consulta: l. Falta de apetite
2. Anemia (sic)
3. Ver resultados de exames
4. Encaminhamento ao ortopedista

III. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL

Caracterizar objetivamente cada queixa, observando a numeração usada anteriormente, com ênfase nos seguintes aspectos:
a. Certificar-se de que os sinais e sintomas descritos pelo paciente ou responsável correspondem àqueles utilizados na terminologia médica (por
exemplo: não registrar como "diarréia" o aumento do número de evacuações).
b. Registrar a data de início dos sintomas sempre vinculada ao momento da consulta (p.ex.: registrar “teve uma crise convulsiva há seis dias” em
vez de “teve uma crise convulsiva na quarta-feira passada”).
c. Registrar todas as características relevantes dos sintomas, tais como: duração (em cada episódio), intensidade, freqüência (periodicidade),
fatores de intensificação e alívio (medicação, alimentos, posição, relação com a respiração, esforço, eliminações).
d. Registrar consultas médicas anteriores, diagnóstico(s) dado(s), exames realizados e medicação usada.

IV. REVISÃO DE SINTOMAS

1. GERAIS: Astenia, fraqueza, tonturas; alteração no humor, peso, temperatura, sono.


2. PELE: Alterações nos fâneros, ardência, cianose, coloração anormal, equimoses, lesões, palidez, petéquias, prurido, rubicundez, secura.
3. SUBCUTÂNEO: Edema, nódulos.
4. MÚSCULO-ESQUELÉTICO: Dor, calor, rubor em articulações ou músculos, parestesias ou paralisias de grupos musculares especiais.
5. CABEÇA: Cefaléia, alteração da acuidade visual, dor nos olhos, lacrimejamento, uso de lente corretiva, vermelhidão nos olhos, visão dupla,
audição, otalgia, otorréia, zumbidos, condições dos dentes e gengivas.
6. RESPIRATÓRIO: Dor torácica ventilatório-dependente, dispnéia, epistaxe, espirros, hemoptise, obstrução nasal, prurido nasal, rinorréia,
rouquidão, sibilância, tosse.
7. CARDIOVASCULAR: Alteração do ritmo cardíaco, cianose, dispnéia, palpitações, sopros.
8. DIGESTIVO: Vômitos, regurgitação, disfagia, halitose, pirose, dor abdominal, constipação, diarréia, eliminação de vermes, encoprese,
sangramento digestivo, tenesmo.
9. GENITOURINÁRIO: Alteração da cor da urina, alteração do jato urinário, alterações menstruais, corrimento vaginal ou uretral, dor ou massas
testiculares, disúria, enurese, incontinência, polaciúria, hematúria, hérnias, nictúria, poliúria.
10. NEUROLÓGICO: Alteração da marcha ou do equilíbrio, cefaléia, convulsões, desmaios, dislalias, paralisias, paresias, parestesias, perda de
memória, vertigens.
11. ENDÓCRINO: Bócio, fome ou sede excessivas, instabilidade ao calor ou frio, sudorese excessiva.
12. PSIQUIÁTRICO: Agitação, alteração do humor, ansiedade, depressão, nervosismo, tensão.
13. PERSONALIDADE: Desobediência, hiperatividade, irritabilidade, medo, preguiça, temperamento difícil ou destrutivo, timidez, tristeza.
14. COMPORTAMENTO: Chupar dedo, dificuldade de relacionamento, enurese, encoprese, fobia escolar, gagueira, masturbação, perversão do
apetite, problemas de sono, problemas sexuais, roubo, uso de drogas (álcool, tabaco, outras drogas).

V. SUPERVISÃO DE SAÚDE

Recebe acompanhamento médico regular? Se afirmativo, registrar o local e a data da última consulta.
Testes de triagem: visão, audição, pressão arterial.
Exames laboratoriais realizados: Parasitológico de fezes, hemograma, urocultura, teste tuberculínico, colesterol.
Prática de exercício físico; freqüência; tipo de exercício.
Relato da dieta do dia anterior (ou último dia em que estava com saúde) com descrição detalhada do que ingeriu em cada refeição.
Hábitos de segurança: assento/cinto de segurança no automóvel, grades em piscinas/janelas, uso de bóia/colete salva-vidas, aptidão em natação,
armas de fogo em casa, conhecimento de normas de conduta do pedestre no trânsito, possibilidade de contato com medicamentos, plantas tóxicas
e produtos químicos, xarope de ipeca em casa, esportes perigosos. Se adolescente, sai sozinho à rua, anda de carro com motoristas adolescentes?
Cuidados dentários (visitas ao dentista, aplicação tópica de flúor, escovação, fio dental).
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Se adolescente: recebeu orientação sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, contracepção, drogadição? Está seguindo as
orientações? Faz uso de contraceptivo?
Imunizações: registrar datas de aplicação de BCG, DPT, antipólio, anti-hepatite B, anti-Haemophilus, anti-sarampo, MMR, anti-varicela, anti-hepatite A,
outras (meningococo, influenza, pneumococo).

VI. ANTECEDENTES PERINATAIS:

GESTAÇÃO: Planejamento e aceitação da gravidez, duração, pré-natal (quantas consultas), intercorrências (sangramento, infecção urinária,
hipertensão, diabete, convulsões, obesidade, cirurgia, rubéola, outras doenças, radiografia nos primeiros 3 meses), ferro, vitaminas, medicamentos,
drogas ilícitas, fumo, álcool.
PARTO: Tipo (se cesariana, motivo), local, sofrimento fetal, condições de nascimento, Apgar (primeiro e quinto minutos), manobras de reanimação.
DADOS ANTROPOMÉTRICOS AO NASCER: Peso, comprimento, perímetro cefálico, perímetro torácico.
PERÍODO NEONATAL IMEDIATO: Problemas respiratórios, cianose, icterícia, problemas alimentares, infecção, convulsão, necessidade de
tratamento especial (incubadora, oxigênio, medicação, fototerapia, cateterismo de vasos umbilicais, ventilação mecânica), tempo de hospitalização,
condições de alta, peso na alta.

VII. CRESCIMENTO:

Uso de curvas padronizadas para monitorização do crescimento. Velocidade do crescimento: muito rápida ou muito lenta?
Tendência à obesidade ou emagrecimento.
Desenvolvimento de caracteres sexuais secundários.

VIII. DESENVOLVIMENTO:

Idade de aquisição dos seguintes marcos: firmar a cabeça, sorriso espontâneo, segurar objetos, sentar sem apoio, engatinhar, andar sem apoio,
controlar esfíncteres, primeiras frases, correr sem dificuldade, subir escadas, linguagem de adulto, beber em copo, usar colher, vestir-se.
Rendimento escolar.

IX. ANTECEDENTES MÓRBIDOS:

Doenças relevantes, hospitalizações, cirurgias.


Patologias crônicas e uso de medicamentos por longo prazo.
Uso de hemoderivados. Reação a hemoderivados.
Alergias a alimentos, medicamentos, picada de insetos

X. ANTECEDENTES ALIMENTARES:

Tempo de aleitamento materno; causa do desmame.


Suplementação de ferro e vitaminas.
Alimentação atual.

XI. ANTECEDENTES FAMILIARES:

Desenhar heredograma (o mais completo possível).


Registrar idade e estado de saúde de pais e irmãos.
Doenças familiares: alergia, asma, diabete, cardiopatia, convulsões com ou sem febre, hemofilia, hipertensão arterial, pneumopatia crônica, retardo de
desenvolvimento, tuberculose, outras. História de abortamentos ou mortes prematuras na família.

XII. CONDIÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS:

Tipo e condições da habitação: condições de saneamento (destino dos dejetos, água tratada, conservação dos alimentos), instalação de água, luz,
esgoto, localização da residência (cidade, campo), número de cômodos, eletrodomésticos (geladeira, televisor), número de pessoas no domicílio,
estado de saúde dos ocupantes, local onde dorme o paciente, condições de segurança da habitação.
Quem toma conta da criança e onde?
Pais e irmãos (grau de instrução, tipo de emprego, rendimento familiar médio, uso de drogas).
Adoção na família.
Situação conjugal dos pais (estado civil, separação, relacionamento).
Tipo de relacionamento com os pais, irmãos, empregados.
Uso de automóvel, bicicleta ou outros meios de transporte.
Escola (pública ou privada, tamanho, distância, transporte).
Tipo de relacionamento com os colegas e professores.
Atividades para-escolares (esporte, música, artes). Quantas horas diárias assiste TV?
Acesso a praças e piscina.
Contato com animais, dentro e fora da habitação.
Contato com substâncias tóxicas.
Contato com delinqüentes.
Atividade sexual.

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