Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Talvez possamos chamar a cultura de firmware humano, aquele software que já vem carregado, passível de atualizações, evolução, mas algo a ser
tratado com especial atenção. Se o firmware dos Suecos os colocam em vantagem, assim como Japoneses, cientes disto podemos nos organizar e nos
planejar levando estas variáveis em consideração. Me vem a mente campos mórficos, nosso firmware não é estático, ele é dinâmico e sujeito a ajustes
a partir de nossos direitos e deveres, pressões e paixões, vontades e desejo de ser mais feliz!
Agradeço a participação do Leandro, afinal, meus posts são tão somente reflexo de interações, estudos, experimentos, aprendizados do dia-a-dia.
Creio que este estudo de Hofstede mereça estar aqui registrado, como mais uma fonte de inspiração à Agile Coachs, Scrum Masters, agilistas em
geral. Ao analisar seus estudos, impossível não gerar links diretos com os princípios ágeis e sua história, desde a década de 50 (Lean) e 80 (Agile).
Cultura é um importante vetor quando falamos em mudanças e métodos ágeis, mas a questão não é se a cultura autoriza ou desautoriza mudanças,
mas o quanto estamos atentos a ela para fazer dar certo. No mestrado há um bordão que levo para a vida: “Sobre os Ombros de Gigantes!”. O mais
importante é não dar as costas ao conhecimento acumulado em teorias e experiências organizacionais e sociais, que devemos usar em nossos planos
https://jorgeaudy.com/2016/06/04/teoria-das-dimensoes-culturais-de-geert-hofstede/ 1/5
17/01/2020 Teoria das Dimensões Culturais de Geert Hofstede | Jorge Horácio "Kotick" Audy
e cenários.
Minha dissertação de mestrado foi um estudo sobre a curva de aprendizado em equipes que adotam o método SCRUM, as diferentes teorias que
embasaram meus estudos vieram da psicologia e sociologia, como a Curva de Tuckman, Job Strain Model de Karasek, a Lei de Yerkes Dodson, a
Structuration Theory de Giddens e as contribuições sobre Agência Humana de Orlikowski. Cada uma delas aporta informações e argumentos que
nos ajudam a fazer dar certo.
CULTURA NACIONAL
Não usei a Teoria das Dimensões Culturais de Geert Hofstede, mas me debrucei sobre ela no início de meus estudos. Funcionário da IBM,
protagonizou um estudo antológico sobre a influência das culturas nacionais sobre os métodos e processos utilizados globalmente pelas filiais da
IBM mundo afora. Afinal, porque um mesmo método de gestão gerava situações e resultados diferentes em diferentes unidades como na Suécia,
Estados Unidos, Japão, Brasil, etc.
Segundo o autor, a cultura nacional acaba por diferenciar princípios e modelos de gestão, que adaptam-se a sua história local, social, política,
tradições, hábitos, religião e conhecimento. Há a cultura nacional e organizacional, influenciando-se mutuamente, sobre os quais perceberíamos
quatro dimensões ou valores:
1. Individualismo x coletivismo – Desde a famosa cultura industrial com papéis de alta especialização até os conceitos de super-heróis. O quanto o
individualismo assegura visibilidade e promoções, onde cada um está interessado sobretudo na sua parte, independente da parte dos outros. Uma
negação ou substrato aos conceitos de auto-organização, de estruturas em rede;
2. Masculinidade x feminilidade – Uma pauta atípica para a década de 70, mas cotidiana nos dias de hoje, discutindo características de posse,
dominação ou mais relacionadas a pessoas, interações e sinergia. Hofstede já propunha um maior entendimento quanto ao papel de homens e
mulheres na sociedade e organizações, não só pelo gênero, mas pelas suas características sociais relacionadas a gênero;
3. Evitar a incerteza – O quanto a convivência com incertezas e riscos são assimilados e trabalhados por uma cultura através de seus protagonistas,
se incertezas e adaptações são bem aceitos ou se geram angústias e inquietações que não são bem apreendidas e endereçadas. Tem muito a ver com
preceitos de planejamento perfeito e garantias de antecipação, evitando mudanças e surpresas;
4. Distância do poder – Um vetor que pode ser entendido a partir do conceito de linha de comando, introduzido com a revolução industrial, e
número de níveis hierárquicos versus autonomia para a participação ou protagonismo na tomada de decisões. O que dizer de empresas tradicionais
com rígidos organogramas até a Zappos com sua experiência de Halocracia?
https://jorgeaudy.com/2016/06/04/teoria-das-dimensoes-culturais-de-geert-hofstede/ 2/5
17/01/2020 Teoria das Dimensões Culturais de Geert Hofstede | Jorge Horácio "Kotick" Audy
5. Orientação a longo prazo x curto prazo – Relacionado a continuidade, estabilidade, o quanto uma sociedade possui valores e crenças de mais
longo prazo, suportado por sua história e tradições. Há uma razão em valorizar o entendimento e uso de tradições e aprendizados seculares na
percepção e construção de um futuro acoplado à sua história e características enquanto segurança, empreendedorismo, inovação,
responsabilidades, etc;
6. Indulgência x Restrições – Indulgência significa uma sociedade que permite a gratificação relativamente livre de necessidades básicas humanas
relacionadas com felicidade, em aproveitar a vida e se divertir. Restrição significa uma sociedade que suprime a satisfação destas necessidades e as
contorna ou regula por meio de normas sociais rígidas. Por exemplo, regras inquestionáveis relativo a interação humana, gestão de tempo,
resultados e meios possíveis.
(h ps://jorgekotickaudy.wordpress.com/2016/06/04/teoria-das-
dimensoes-culturais-de-geert-hofstede/hofstede/)
CONCLUSÕES
https://jorgeaudy.com/2016/06/04/teoria-das-dimensoes-culturais-de-geert-hofstede/ 3/5
17/01/2020 Teoria das Dimensões Culturais de Geert Hofstede | Jorge Horácio "Kotick" Audy
Desde a década de 40 já desenvolvíamos a convicção de que inexiste um modelo universal de gestão, por um lado é fundamental estudarmos boas
práticas de sucesso, mas tão importante quanto este estudo e compreensão é entender a cultura em suas diferentes plataformas – cultura nacional,
organizacional, micro-cultura dos grupos envolvidos, familiar, sócio-politico-econômico.
É impossível falar sobre cultura e não falar de Schein, Tofler, Argirys, Druker, … O mais importante é entender cultura como algo a ser apreendido
e trabalhado, um vetor sobre o qual devemos nos debruçar, levar em consideração, trabalhar para que seja uma aliada ao auto-conhecimento,
planejamento e execução.
Um resumo sobre Geert Hofstede é que nos anos 70 iniciou um estudo mundial sobre cultura nacional em 66 subsidiárias da IBM, que o autorizou a
utilizar sua base de dados, multinível e multi-critério, com amplo acesso aos colaboradores. Ao final de seus estudos, aplicou 116 Mil questionários
em 50 países, em 20 línguas diferentes, contendo 150 questões sobre trabalho, padrões e valores.
h p://www.geerthofstede.nl/dimensions-of-organizational-cultures (h p://www.geerthofstede.nl/dimensions-of-organizational-cultures)
. Hofstede, Geert (1978). «The Poverty of Management Control Philosophy». The Academy of Management Review [S.l.: s.n.] 3 (3): 450–461;
. Hofstede, Geert (2001). Culture’s Consequences: comparing values, behaviors, institutions and organizations across nations. (Thousand Oaks, CA:
SAGE Publ);
. Hofstede, Geert; Hofstede, Gert Jan (2005). Cultures and organizations: software of the mind Revised and expanded 2nd ed. (New York: McGraw-
Hill).
BLOG NO WORDPRESS.COM.
https://jorgeaudy.com/2016/06/04/teoria-das-dimensoes-culturais-de-geert-hofstede/ 4/5
17/01/2020 Teoria das Dimensões Culturais de Geert Hofstede | Jorge Horácio "Kotick" Audy
https://jorgeaudy.com/2016/06/04/teoria-das-dimensoes-culturais-de-geert-hofstede/ 5/5