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NP

Norma EN ISO 14004


2017
Portuguesa
Sistemas de gestão ambiental
Linhas de orientação gerais sobre implementação
(ISO 14004:2016)

Systèmes de management environnemental


Lignes directrices générales pour la mise en application
(ISO 14004:2016)

Environmental management systems


General guidelines on implementation
(ISO 14004:2016) 50
T1
C

ICS HOMOLOGAÇÃO
13.020.10 Termo de Homologação n.º 58/2017, de 2017-03-30
A presente Norma substitui a NP EN ISO 14004:2012 (Ed. 1)

ELABORAÇÃO
CORRESPONDÊNCIA CT 150 (APA)
Versão portuguesa da EN ISO 14004:2016
2ª EDIÇÃO
2017-04-17

CÓDIGO DE PREÇO
X020

 IPQ reprodução proibida

Rua António Gião, 2


2829-513 CAPARICA PORTUGAL

Tel. + 351-212 948 100 Fax + 351-212 948 101


E-mail: ipq@ipq.pt Internet: www.ipq.pt
Preâmbulo nacional
À Norma Europeia EN ISO 14006:2017, foi dado o estatuto de Norma Portuguesa em 2016-05-04 (Termo de
Adoção n.º 548/2016 de 2016-05-04).
A presente Norma foi preparada pela Comissão Técnica de Normalização CT 150 “Gestão Ambiental”, cujo
secretariado é assegurado pelo Organismo de Normalização Setorial, Agência Portuguesa do Ambiente, IP
(ONS/APA).

Esta Norma contém cor.


A impressão pode não reproduzir as cores apresentadas na versão eletrónica desta Norma.

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NORMA EUROPEIA EN ISO 14004
EUROPÄISCHE NORM
NORME EUROPÉENNE
EUROPEAN STANDARD março 2016

ICS: 13.020.10 Substitui a EN ISO 14004:2010

Versão portuguesa
Sistemas de gestão ambiental
Linhas de orientação gerais sobre implementação
(ISO 14004:2016)

Umweltmanagementsystme Systèmes de management Environmental management


Allgemeiner Leitfaden über environnemental systems
Grundsätze, Systeme und Lignes directrices générales General guidelines on
unterstützende Methoden pour la mise en application Implementation
(ISO 14004:2016) (ISO 14004:2016) (ISO 1400:2016)

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A presente Norma é a versão portuguesa da Norma Europeia EN ISO 14:2016, e tem o mesmo estatuto que
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as versões oficiais. A tradução é da responsabilidade do Instituto Português da Qualidade.
Esta Norma Europeia foi ratificada pelo CEN em 2016-03-01.
Os membros do CEN são obrigados a submeter-se ao Regulamento Interno do CEN/CENELEC que define
as condições de adoção desta Norma Europeia, como norma nacional, sem qualquer modificação.
Podem ser obtidas listas atualizadas e referências bibliográficas relativas às normas nacionais
correspondentes junto do Secretariado Central ou de qualquer dos membros do CEN.
A presente Norma Europeia existe nas três versões oficiais (alemão, francês e inglês). Uma versão noutra
C

língua, obtida pela tradução, sob responsabilidade de um membro do CEN, para a sua língua nacional, e
notificada ao Secretariado Central, tem o mesmo estatuto que as versões oficiais.
Os membros do CEN são os organismos nacionais de normalização dos seguintes países: Alemanha,
Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia,
França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países
Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Republica Checa, República da Macedónia, Roménia, Suécia,
Suíça e Turquia.

CEN
Comité Europeu de Normalização
Europäisches Komitee für Normung
Comité Européen de Normalisation
European Committee for Standardization

Secretariado Central: Avenida Marnix 17, B-1000 Bruxelas

 2016 CEN Direitos de reprodução reservados aos membros do CEN


Ref. nº EN ISO 14004:2016 Pt
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Sumário Página

Preâmbulo nacional .................................................................................................................................. 2


Preâmbulo ................................................................................................................................................. 6
Nota de endosso......................................................................................................................................... 6
Introdução ................................................................................................................................................. 7
1 Objetivo e campo de aplicação ............................................................................................................. 10
2 Referências normativas ......................................................................................................................... 10
3 Termos e definições ............................................................................................................................... 10
3.1 Termos relacionados com organização e liderança .............................................................................. 10
3.2 Termos relacionados com planeamento ............................................................................................... 11
50
3.3 Termos relacionados com suporte e operacionalização .......................................................................
3.4 Termos relacionados com avaliação do desempenho e melhoria .........................................................
4 Contexto da organização .......................................................................................................................
13
13
15
4.1 Compreender a organização e o seu contexto ...................................................................................... 15
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4.2 Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas ............................................. 19
4.3 Determinar o âmbito do sistema de gestão ambiental .......................................................................... 21
4.4 Sistema de gestão ambiental ................................................................................................................. 22
5 Liderança................................................................................................................................................ 23
C

5.1 Liderança e compromisso ..................................................................................................................... 23


5.2 Política ambiental ................................................................................................................................. 25
5.3 Funções, responsabilidades e autoridades organizacionais .................................................................. 27
6 Planeamento ........................................................................................................................................... 28
6.1 Ações para tratar riscos e oportunidades .............................................................................................. 28
6.2 Objetivos ambientais e planeamento para os atingir ............................................................................ 39
7 Suporte.................................................................................................................................................... 41
7.1 Recursos ............................................................................................................................................... 41
7.2 Competência ......................................................................................................................................... 42
7.3 Consciencialização ............................................................................................................................... 44
7.4 Comunicação ........................................................................................................................................ 45
7.5 Informação documentada ..................................................................................................................... 48
8 Operacionalização ................................................................................................................................. 50
8.1 Planeamento e controlo operacional ..................................................................................................... 50
8.2 Preparação e resposta a emergências .................................................................................................... 53
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9 Avaliação do desempenho 
 ................................................................................................................ 54


9.1 Monitorização, medição, análise e avaliação ....................................................................................... 54
9.2 Auditoria interna .................................................................................................................................. 57
9.3 Revisão pela gestão .............................................................................................................................. 58
10 Melhoria ............................................................................................................................................... 59
10.1 Generalidades ..................................................................................................................................... 59
10.2 Não conformidade e ação corretiva.................................................................................................... 59
10.3 Melhoria contínua .............................................................................................................................. 60
Anexo A (informativo) Exemplos de atividades, produtos e serviços, e os seus aspetos e impactes
ambientais associados, riscos e oportunidades, e ações ........................................................................ 62
50
Anexo B (informativo) Abordagem faseada para a implementação de um sistema de gestão
ambiental (baseada na ISO 14005) .........................................................................................................
Bibliografia ...............................................................................................................................................
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Preâmbulo
A presente Norma (EN ISO 14004:2016 foi elaborada pelo Comité Técnico ISO/TC 207 “Envinmental
management”.
A esta Norma Europeia deve ser atribuído o estatuto de Norma Nacional, seja por publicação de um texto
idêntico, seja por adoção, o mais tardar em setembro de 2016, e as normas divergentes devem ser anuladas, o
mais tardar em setembro de 2016.
Pode acontecer que alguns dos elementos do presente documento sejam objeto de direitos de propriedade. O
CEN (e/ou o CENELEC) não deve ser responsabilizado pela identificação de alguns ou de todos esses
direitos.
A presente Norma foi elaborada no âmbito de um mandato atribuído ao CEN pela Comissão Europeia e pela
Associação Europeia de Comércio Livre e vem apoiar os requisitos essenciais da(s) Diretiva(s) da UE.
A presente Norma substitui a EN ISO 14004:2016.

integrante desta Norma

Nota de endosso
50
No que se refere às relações com a(s) Diretiva(s) UE, consultar o Anexo informativo ZA, que constitui parte

O texto da ISO 14004:2016 foi aprovado pelo CEN como EN ISO 14004:2016, sem qualquer modificação.
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Introdução
Atingir um equilíbrio entre o ambiente, a sociedade e a economia é considerado fundamental para satisfazer
as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem as suas
necessidades. O desenvolvimento sustentável como objetivo é atingido através do equilíbrio dos três pilares
da sustentabilidade: ambiente, sociedade e economia.
As organizações, públicas ou privadas, grandes ou pequenas, em economias desenvolvidas ou emergentes,
têm um impacte no ambiente e podem, por sua vez, ser afetadas pelo ambiente. Existe um conhecimento
crescente de que o desenvolvimento humano e o bem-estar estão dependentes da conservação e preservação
dos nossos recursos naturais, dos quais dependem todas as atividades e produção humanas. Atingir um bom
desempenho ambiental requer o compromisso das organizações com uma abordagem sistemática e com a
melhoria contínua do sistema de gestão ambiental.
As expectativas da sociedade estão a desencadear a necessidade de melhorar a gestão dos recursos
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necessários para suportar o desenvolvimento humano, através de uma maior eficiência, transparência e
responsabilização para todas as organizações. Existem pressões crescentes no ambiente, decorrentes das
alterações climáticas, do consumo excessivo de recursos e dos desafios criados pela degradação dos
ecossistemas e perda de biodiversidade.
O objetivo desta Norma é o de fornecer às organizações as orientações para um enquadramento comum, de
forma a estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente um sistema para suportar uma melhor
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gestão ambiental. Este enquadramento de gestão ambiental deverá contribuir para o sucesso a longo-prazo da
organização e para o objetivo global de sustentabilidade. O enquadramento de um sistema de gestão
ambiental robusto, credível e confiável está representado na Figura 1. Inclui:
 compreender o contexto em que a organização opera;
 determinar e compreender as necessidades e expectativas relevantes das partes interessadas que se
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relacionam com o sistema de gestão ambiental da organização;


 estabelecer e implementar uma política ambiental e os objetivos ambientais;
 a gestão de topo assumir um papel de liderança na melhoria do desempenho ambiental;
 identificar aspetos das atividades, produtos e serviços da organização que podem resultar em impactes
ambientais significativos;
 identificar as condições ambientais, incluindo eventos, que podem afetar a organização;
 considerar os riscos e oportunidades da organização que necessitam de ser tratados em relação aos seus:
 aspetos ambientais;
 obrigações de conformidade;
 outras questões (ver 4.1) e requisitos (ver 4.2);
 aumentar a consciencialização para a interação da organização com o ambiente;
 estabelecer controlos operacionais, conforme apropriado, para gerir os aspetos ambientais significativos
da organização e as obrigações de conformidade, e riscos e oportunidades que precisam de ser tratados;
 avaliar o desempenho ambiental e tomar ações, se necessário, para a sua melhoria.
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Figura 1 – Modelo de sistema de gestão ambiental para esta Norma
Os resultados de uma abordagem sistemática à gestão ambiental podem fornecer à gestão de topo dados
quantitativos e qualitativos que permitam decisões de negócio informadas que suportem o sucesso a longo-
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prazo e criem opções para contribuir para o desenvolvimento sustentável. O sucesso do sistema de gestão
ambiental depende do compromisso a todos os níveis e funções da organização, liderado pela gestão de topo.
As oportunidades incluem:
 a proteção do ambiente, incluindo a prevenção ou redução de impactes ambientais adversos;
 o controlo ou influência da forma como os produtos e serviços são concebidos, fabricados, distribuídos,
utilizados e eliminados;
 a adoção de uma perspetiva de ciclo de vida para prevenir a transferência involuntária de impactes
ambientais para outra etapa do ciclo;
 a obtenção de benefícios financeiros e operacionais que podem resultar da implementação de alternativas
ambientalmente sólidas que fortalecem a posição da organização no mercado;
 a comunicação da informação ambiental às partes interessadas relevantes.
Para além de um desempenho ambiental melhorado, os potenciais benefícios associados a um sistema de
gestão ambiental eficaz incluem:
 assegurar aos clientes o compromisso da organização com a gestão ambiental;
 manter boas relações com o público e com as comunidades;
 satisfazer os critérios dos investidores e melhorar o acesso ao capital;
 melhorar a imagem e a quota de mercado;
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 melhorar o controlo de custos;


 prevenir incidentes que resultem em passivos;
 conservar os materiais de entrada e a energia;
 desenvolver produtos mais ambientalmente adequados;
 facilitar a obtenção de licenças e autorizações e cumprir os seus requisitos;
 promover a consciencialização ambiental entre os fornecedores externos e todas as pessoas que
trabalham sob o controlo da organização;
 melhorar as relações entre a indústria e o governo.
É possível a uma organização gerir um sistema de gestão integrado, alinhado com os requisitos dos sistemas
de gestão da qualidade, saúde e segurança do trabalho e ambiental, por exemplo. Esta abordagem fornece
50
oportunidades para reduzir duplicações e melhorar eficiências.
Ao longo desta Norma são apresentados exemplos e abordagens para fins ilustrativos. Estes não têm intenção
de representar as únicas possibilidades, nem são necessariamente adequados para todas as organizações. Na
conceção, na implementação ou na melhoria de um sistema de gestão ambiental, as organizações deverão
selecionar abordagens que sejam apropriadas às suas próprias circunstâncias. As caixas de ajuda prática
destinam-se a fornecer informações adicionais para suportar as orientações contidas nesta Norma.
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1 Objetivo e campo de aplicação


A presente Norma fornece orientações para uma organização estabelecer, implementar, manter e melhorar
um sistema de gestão ambiental robusto, credível e de confiança. As orientações fornecidas destinam-se às
organizações que pretendem gerir as suas responsabilidades ambientais de uma forma sistemática que
contribua para o pilar ambiental da sustentabilidade.
A presente Norma ajuda uma organização a atingir os resultados pretendidos do seu sistema de gestão
ambiental, os quais fornecem valor acrescentado para o ambiente, para a própria organização e para as partes
interessadas. Em consonância com a política ambiental da organização, os resultados pretendidos de um
sistema de gestão ambiental incluem:
 melhorar o desempenho ambiental;
 cumprir as obrigações de conformidade;
 atingir os objetivos ambientais.
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As orientações contidas na presente Norma podem ajudar uma organização a melhorar o seu desempenho
ambiental e permitem que os elementos do sistema de gestão ambiental sejam integrados no seu processo de
negócio.
NOTA: Embora o sistema de gestão ambiental não se destine a gerir as questões de saúde e segurança do trabalho, as mesmas
podem ser incluídas quando uma organização procura implementar um sistema integrado de gestão ambiental e de saúde e
segurança do trabalho.
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A presente Norma é aplicável a qualquer organização, independentemente da dimensão, tipo e natureza, e
aplica-se aos aspetos ambientais das suas atividades, produtos e serviços que a organização determine que
pode controlar ou influenciar, considerando uma perspetiva de ciclo de vida.
As orientações contidas na presente Norma podem ser usadas no todo ou em parte para melhorar
sistematicamente a gestão ambiental. Servem para fornecer explicações adicionais acerca dos conceitos e
requisitos.
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Embora as orientações da presente Norma estejam de acordo com o modelo do sistema de gestão ambiental
da ISO 14001, não se pretende fornecer interpretações sobre os requisitos da ISO 14001.

2 Referências normativas
Não existem referências normativas.

3 Termos e definições
Para os fins do presente Documento Normativo aplicam-se os seguintes termos e definições:

3.1 Termos relacionados com organização e liderança

3.1.1 sistema de gestão


Conjunto de elementos inter-relacionados ou interatuantes de uma organização (3.1.4) para o
estabelecimento de políticas e objetivos (3.2.5) e de processos (3.3.5) para atingir esses objetivos.
NOTA 1 à secção: Um sistema de gestão pode tratar uma única disciplina ou diversas disciplinas (p. ex. qualidade, ambiente,
segurança e saúde no trabalho, energia, gestão financeira).
NOTA 2 à secção: Os elementos do sistema incluem a estrutura organizacional, as funções e responsabilidades, o planeamento e a
operacionalização, a avaliação e a melhoria do desempenho.
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NOTA 3 à secção: O âmbito de um sistema de gestão pode incluir toda a organização, funções específicas e identificadas da
organização, secções específicas e identificadas da organização, ou uma ou mais funções dentro de um grupo de organizações.

3.1.2 sistema de gestão ambiental


Parte do sistema de gestão (3.1.1) utilizada para gerir os aspetos ambientais (3.2.2), cumprir as obrigações
de conformidade (3.2.9) e tratar os riscos e oportunidades (3.2.11).

3.1.3 política ambiental


Intenções e orientação de uma organização (3.1.4) relacionadas com o desempenho ambiental (3.4.11),
conforme formalmente expressas pela sua gestão de topo (3.1.5).

3.1.4 organização
Pessoa ou conjunto de pessoas que tem as suas próprias funções com responsabilidades, autoridades e
relações para atingir os seus objetivos (3.2.5).
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NOTA 1 à secção: O conceito de organização inclui, mas não se limita a, trabalhador independente, companhia, corporação, firma,
empresa, autoridade, parceria, instituição de caridade ou outra, ou parte ou combinação das mesmas, dotadas ou não de
personalidade jurídica, de direito público ou privado.

3.1.5 gestão de topo


Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização (3.1.4) ao mais alto nível.
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NOTA 1 à secção: A gestão de topo tem o poder de delegar autoridade e de fornecer recursos no seio da organização.
NOTA 2 à secção: Se o âmbito do sistema de gestão (3.1.1) abranger apenas parte de uma organização, então a gestão de topo
refere-se aos indivíduos que dirigem e controlam essa parte da organização.

3.1.6 parte interessada


Pessoa ou organização (3.1.4) que pode afetar, ser afetada por, ou considerar-se como sendo afetada por uma
decisão ou atividade.
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EXEMPLO: Clientes, comunidades, fornecedores, reguladores, organizações não-governamentais, investidores e empregados.


NOTA 1 à secção: "Considerar-se como sendo afetada" significa que a perceção foi dada a conhecer à organização.

3.2 Termos relacionados com planeamento

3.2.1 ambiente
Envolvente na qual uma organização (3.1.4) opera, incluindo o ar, a água, o solo, os recursos naturais, a
flora, a fauna, os seres humanos e as suas inter-relações.
NOTA 1 à secção: A envolvente pode estender-se do interior da organização ao sistema local, regional e global.
NOTA 2 à secção: A envolvente pode ser descrita em termos de biodiversidade, ecossistemas, clima ou outras características.

3.2.2 aspeto ambiental


Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização (3.1.4) que interage ou que pode interagir
com o ambiente (3.2.1).
NOTA 1 à secção: Um aspeto ambiental pode causar (um) impacte(s) ambiental(ais) (3.2.4). Um aspeto ambiental significativo é
aquele que tem, ou pode ter, um ou mais impacte(s) ambiental(ais) significativo(s).
NOTA 2 à secção: Os aspetos ambientais significativos são determinados pela organização aplicando um ou mais critérios.

3.2.3 condição ambiental


Estado ou característica do ambiente (3.2.1), tal como determinado num certo ponto no tempo.
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3.2.4 impacte ambiental


Alteração no ambiente (3.2.1), adversa ou benéfica, resultante, total ou parcialmente, dos aspetos ambientais
(3.2.2) de uma organização (3.1.4).

3.2.5 objetivo
Resultado a atingir.
NOTA 1 à secção: Um objetivo pode ser estratégico, tático ou operacional.
NOTA 2 à secção: Os objetivos podem referir-se a diferentes disciplinas (tais como financeira, de saúde e segurança e ambiental) e
podem ser aplicados a diferentes níveis (tais como estratégico, da organização, de projeto, de produto, de serviço e de processo
(3.3.5)).
NOTA 3 à secção: Um objetivo pode ser expresso de outras formas, como p. ex. um resultado pretendido, uma finalidade, um
critério operacional, um objetivo ambiental (3.2.6) ou através da utilização de outras palavras com significado semelhante (p. ex.
intenção ou meta).

3.2.6 objetivo ambiental

3.2.7 prevenção da poluição


50
Objetivo (3.2.5) definido pela organização (3.1.4) consistente com a sua política ambiental (3.1.3).

Utilização de processos (3.3.5), práticas, técnicas, materiais, produtos, serviços ou energia para evitar,
reduzir ou controlar (separadamente ou em combinação) a produção, emissão ou descarga de qualquer tipo
de poluente ou resíduo, com vista à redução dos impactes ambientais (3.2.4) adversos.
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NOTA 1 à secção: A prevenção da poluição pode incluir a redução ou eliminação na origem; alterações de processos, produtos ou
serviços; uso eficiente dos recursos; substituição de materiais e energia; reutilização; recuperação; reciclagem; regeneração ou
tratamento.

3.2.8 requisito
Necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória.
NOTA 1 à secção: ―Geralmente implícita‖ significa que é hábito ou prática comum para a organização (3.1.4) e para as partes
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interessadas (3.1.6) que a necessidade ou expectativa em consideração esteja implícita.


NOTA 2 à secção: Um requisito especificado é um requisito que é expresso, por exemplo em informação documentada (3.3.2).
NOTA 3 à secção: Os requisitos para além dos requisitos legais tornam-se obrigatórios quando a organização decide cumpri-los.

3.2.9 obrigações de conformidade (termo preferencial)


Requisitos legais e outros requisitos (termo admitido)
Requisitos (3.2.8) legais que uma organização (3.1.4) tem que cumprir e outros requisitos que a organização
tem que ou escolhe cumprir.
NOTA 1 à secção: As obrigações de conformidade estão relacionadas com o sistema de gestão ambiental (3.1.2).
NOTA 2 à secção: As obrigações de conformidade podem surgir de requisitos obrigatórios, tais como leis e regulamentos
aplicáveis, ou de compromissos voluntários, tais como normas organizacionais e industriais, relações contratuais, códigos de
práticas e acordos com grupos comunitários ou com organizações não-governamentais.

3.2.10 risco
Efeito da incerteza.
NOTA 1 à secção: Um efeito é um desvio ao esperado – positivo ou negativo.
NOTA 2 à secção: A incerteza é o estado, ainda que parcial, de deficiência de informação, relacionado com a compreensão ou
conhecimento de um evento, sua consequência ou probabilidade.
NOTA 3 à secção: O risco é frequentemente caracterizado por referência a potenciais ―eventos‖ (como definidos no
Guia ISO 73:2009, 3.5.1.3) e ―consequências‖ (como definidas no Guia ISO 73:2009, 3.6.1.3), ou por uma combinação destes.
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NOTA 4 à secção: O risco é frequentemente expresso em termos de uma combinação das consequências de um evento (incluindo
alterações de circunstâncias) com a probabilidade (que corresponde a ―verosimilhança‖ como definida no Guia ISO 73:2009,
3.6.1.1) de ocorrência associada.

3.2.11 riscos e oportunidades


Efeitos adversos potenciais (ameaças) e efeitos benéficos potenciais (oportunidades).

3.3 Termos relacionados com suporte e operacionalização

3.3.1 competência
Aptidão para aplicar conhecimentos e saber-fazer para atingir resultados pretendidos.

3.3.2 informação documentada


Informação que deve ser controlada e mantida por uma organização (3.1.4) e o meio onde a mesma está
contida. 50
NOTA 1 à secção: A informação documentada pode estar em qualquer formato e meio de suporte e ser proveniente de
qualquer fonte.
NOTA 2 à secção: A informação documentada pode referir-se:
– ao sistema de gestão ambiental (3.1.2), incluindo processos (3.3.5) relacionados;
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– à informação criada para a operacionalização da organização (pode ser referida como documentação);
– à evidência de resultados atingidos (pode ser referida como registos).

3.3.3 ciclo de vida


Etapas consecutivas e interligadas de um sistema de produto (ou serviço), desde a obtenção de
matérias-primas, ou sua produção a partir de recursos naturais, até ao destino final.
C

NOTA 1 à secção: As etapas do ciclo de vida incluem a obtenção de matérias-primas, o design, a produção, o transporte/entrega, a
utilização, o tratamento no fim-de-vida e o destino final.

[FONTE: ISO 14044:2006, 3.1, modificado – As palavras “(ou serviço)” foram adicionadas à definição e foi
adicionada a NOTA 1 à secção].

3.3.4 subcontratar (verbo)


Estabelecer um acordo no qual uma organização (3.1.4) externa realiza parte da(s) função(ões) ou
processo(s) (3.3.5) de uma organização.
NOTA 1 à secção: Uma organização externa está fora do âmbito do sistema de gestão (3.1.1), embora a função ou processo
subcontratado se encontre dentro do âmbito.

3.3.5 processo
Conjunto de atividades interrelacionadas ou interatuantes que transforma entradas em saídas.
NOTA 1 à secção: Um processo pode ser documentado ou não.

3.4 Termos relacionados com avaliação do desempenho e melhoria

3.4.1 auditoria
Processo (3.3.5) sistemático, independente e documentado para obter evidências de auditoria e respetiva
avaliação objetiva, com vista a determinar em que medida os critérios da auditoria são cumpridos.
NOTA 1 à secção: Uma auditoria interna é conduzida pela própria organização (3.1.4) ou por uma entidade externa em seu nome.
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NOTA 2 à secção: Uma auditoria pode ser uma auditoria combinada (mediante a combinação de duas ou mais disciplinas).
NOTA 3 à secção: A independência pode ser demonstrada pela ausência de responsabilidade em relação à atividade a ser auditada
ou pela ausência de influências e de conflito de interesses.
NOTA 4 à secção: "Evidência de auditoria" consiste em registos, afirmações factuais ou outra informação relevante para os
critérios de auditoria e que sejam verificáveis; e "critérios de auditoria" são o conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos
(3.2.8) utilizado como referência e em relação ao qual se comparam as evidências de auditoria, conforme definido na
ISO 19011:2011, respetivamente em 3.3. e 3.2.

3.4.2 conformidade
Satisfação de um requisito (3.2.8).

3.4.3 não conformidade


Não satisfação de um requisito (3.2.8).
NOTA 1 à secção: Não conformidade refere-se aos requisitos da presente Norma e a requisitos adicionais do sistema de gestão
ambiental (3.1.2) que uma organização (3.1.4) estabelece para si própria.

3.4.4 ação corretiva


50
Ação para eliminar a causa de uma não conformidade (3.4.3) e para prevenir a sua recorrência.
NOTA 1 à secção: Pode haver mais do que uma causa para uma não conformidade.

3.4.5 melhoria contínua


T1
Atividade recorrente para melhorar o desempenho (3.4.10).
NOTA 1 à secção: Melhorar o desempenho diz respeito à utilização do sistema de gestão ambiental (3.1.2) para melhorar o
desempenho ambiental (3.4.11) consistente com a política ambiental (3.1.3) da organização (3.1.4).
NOTA 2 à secção: Não é necessário que a atividade ocorra simultaneamente em todas as áreas, ou sem interrupção.

3.4.6 eficácia
Medida em que as atividades planeadas são realizadas e atingidos os resultados planeados.
C

3.4.7 indicador
Representação mensurável da condição ou estado das operações, da gestão ou das condições.
[FONTE: ISO 14031:2013, 3.15]

3.4.8 monitorização
Determinação do estado de um sistema, de um processo (3.3.5) ou de uma atividade.
NOTA 1 à secção: Para determinar o estado poderá haver a necessidade de verificar, supervisionar ou observar de forma crítica.

3.4.9 medição
Processo (3.3.5) para determinar um valor.

3.4.10 desempenho
Resultado mensurável.
NOTA 1 à secção: O desempenho pode referir-se a constatações quantitativas ou qualitativas.
NOTA 2 à secção: O desempenho pode referir-se à gestão de atividades, a processos (3.3.5), a produtos (incluindo
serviços), a sistemas ou a organizações (3.1.4).
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3.4.11 desempenho ambiental


Desempenho (3.4.10) relacionado com a gestão dos aspetos ambientais (3.2.2).
NOTA 1 à secção: Para um sistema de gestão ambiental (3.1.2), os resultados podem ser medidos face à política ambiental (3.1.3)
da organização (3.1.4), aos objetivos ambientais (3.2.6) ou a outros critérios, utilizando indicadores (3.4.7).

4 Contexto da organização

4.1 Compreender a organização e o seu contexto


Para que uma organização possa estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de
gestão ambiental, deverá determinar o contexto no qual opera. O contexto inclui as questões externas e
internas, incluindo condições ambientais, relevantes para o seu propósito e que afetam a sua capacidade para
atingir os resultados pretendidos do sistema de gestão ambiental. O propósito da organização reflete-se na
sua visão e missão. 50
O termo “resultado pretendido” significa o que a organização pretende atingir ao implementar o seu sistema
de gestão ambiental. Os resultados pretendidos incluem a melhoria do desempenho ambiental, o
cumprimento das obrigações de conformidade e o atingir dos objetivos ambientais. Estes são os resultados
mínimos principais. No entanto, a organização pode definir resultados pretendidos adicionais, tais como ir
além dos requisitos do sistema de gestão ambiental. Por exemplo, a organização pode beneficiar da adoção
T1
de princípios sociais e ambientais para apoiar uma iniciativa de sustentabilidade mais ampla.
É importante perceber o contexto da organização, uma vez que as organizações não operam isoladamente,
mas são influenciadas por questões externas e internas, tais como a disponibilidade de recursos e o
envolvimento dos seus empregados. O contexto da organização pode incluir a complexidade, estrutura e
atividades e localizações geográficas das suas unidades funcionais, para o todo ou para uma parte da
organização.
C

O contexto da organização inclui o ambiente natural em que opera. O ambiente natural pode criar condições
e eventos que afetam as atividades, produtos e serviços da organização. As condições podem ser condições
existentes ou sujeitas a uma alteração gradual, enquanto um evento pode envolver uma alteração súbita, que
é tipicamente explicada por uma situação extrema. Preparar-se para, e gerir as consequências de tais
condições e eventos, suporta a continuidade do negócio.
As questões internas e externas são matérias importantes para a organização, problemas para debate e
discussão, ou alterações de circunstâncias que afetam a capacidade da organização para atingir os resultados
pretendidos que estabeleceu para o seu sistema de gestão ambiental.
Para compreender que questões são importantes, a organização pode considerar aquelas, que:
 são fatores-chave e tendências, por exemplo, em relação às condições ambientais ou preocupações das
partes interessadas;
 podem apresentar problemas para o ambiente ou para a organização;
 podem ser valorizadas para um efeito benéfico, incluindo inovação que leve a um melhor desempenho
ambiental;
 oferecem uma vantagem competitiva, incluindo redução de custos, valor para os clientes, ou melhoria da
imagem e reputação da organização.
Uma organização que implemente ou melhore o seu sistema de gestão ambiental ou integre o seu sistema de
gestão ambiental dentro dos seus processos de negócio existentes deverá rever o seu contexto, de modo a
adquirir conhecimento sobre as questões relevantes que podem afetar o sistema de gestão ambiental. Esta
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revisão pode beneficiar de uma perspetiva de ciclo de vida e do envolvimento multifuncional, incluindo
compras, finanças, recursos humanos, engenharia, design, vendas e marketing. A revisão pode incluir as
seguintes áreas-chave:
a) identificação das questões externas e internas relevantes, incluindo condições ambientais e eventos que
se relacionam com as atividades, produtos e serviços da organização;
b) consideração de como essas questões podem afetar o propósito da organização e a capacidade para
atingir os resultados pretendidos do seu sistema de gestão ambiental;
c) compreensão de como a) e b) podem ser tratados no planeamento (ver 6.1.1);
d) identificação das oportunidades para melhorar o seu desempenho ambiental (ver 10.3).
Uma perspetiva do ciclo de vida envolve a consideração do controlo e influência que a organização tem
sobre as etapas do ciclo de vida dos seus produtos e serviços. Esta abordagem permite à organização
identificar aquelas áreas onde, considerando o seu âmbito, pode minimizar o seu impacte no ambiente
enquanto adiciona valor à organização. 50
As caixas de apoio prático 1 a 3 fornecem exemplos de considerações para determinar questões externas,
questões internas e condições ambientais, incluindo eventos.
Caixa de apoio prático 1 – Questões externas
As considerações podem ser:
T1
– políticas: tipo de sistema político em vigor, p. ex. democracia, ditadura, nível de interferência política no
desenvolvimento do negócio e vontade dos políticos para exercer o poder eficazmente;
– económicas: disponibilidade de serviços, como combustível, gás e água, infraestruturas e transportes,
incluindo habitação, estradas e instalações ferroviárias, marítimas e aeroportuárias;
– financeiras: sistema financeiro reconhecido, disponibilidade e acesso a recursos financeiros;
C

– competitivas: outras organizações locais com um propósito e conceitos similares que podem ser adotados
para manter uma posição competitiva quando necessário, como sustentabilidade, ecodesign e rotulagem
ecológica.
– gestão da cadeia de fornecimento: disponibilidade, capacidade e aptidão dos fornecedores, nível de
tecnologia e requisitos dos clientes;
– sociais: valores étnicos, questões de género, suborno e corrupção, disponibilidade de recursos humanos,
acesso à educação e a instalações médicas, nível de educação da população ativa e níveis de criminalidade;
– culturais: sepulturas autóctones ou locais sagrados, propriedades/edifícios patrimoniais, disponibilidade de
recursos específicos, tais como plantas medicinais, artesanato, alimentos usados num contexto cultural para
fins rituais ou religiosos e valores estéticos;
– requisitos do mercado e do público: tendências de mercado atuais e futuras para os produtos e serviços,
incluindo aqueles que são eficientes em energia e recursos;
– tecnológicas: disponibilidade e acesso a tecnologia relevante para a organização;
– legislativas: o enquadramento legislativo dentro do qual a organização opera;
NOTA: O enquadramento legislativo inclui requisitos estatutários, regulamentares e outras formas de requisitos legais.

– naturais: condições climáticas presentes e futuras e outras condições, condições físicas, biodiversidade,
espécies raras e ameaçadas, ecossistemas, disponibilidade de recursos, incluindo quantidade, qualidade e
acesso, energia renovável e não renovável, e o perfil ambiental específico do setor/indústria;
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As fontes externas de informação que podem contribuir para o conhecimento da organização sobre questões
externas podem incluir:
– clientes, fornecedores e parceiros;
– conselhos empresariais;
– organizações do setor;
– câmaras de comércio;
– organismos governamentais;
– agências internacionais;
– consultores;
– investigação académica;
– meios de comunicação locais;
– grupos da comunidade local.
50
Caixa de apoio prático 2 – Condições ambientais, incluindo eventos
T1
Uma condição ambiental que pode afetar as atividades, produtos e serviços da organização pode incluir, por
exemplo, uma alteração climática da temperatura que pode impedir a organização de cultivar algum tipo
particular de produtos agrícolas.
Um exemplo de um evento ambiental poderá ser cheias, como resultado de fenómenos meteorológicos
extremos, que podem afetar as atividades da organização, tais como o armazenamento de substâncias
perigosas, de modo a prevenir a poluição.
C

A consideração de algumas das seguintes fontes de informação pode ajudar a organização a identificar as
suas condições ambientais, incluindo eventos:
a) informação meteorológica, geológica, hidrológica e ecológica;
b) informação histórica sobre catástrofes, relacionada com a localização da organização;
c) relatórios de auditorias, avaliações ou revisões anteriores, tais como levantamentos ambientais iniciais ou
avaliações de ciclo de vida, quando disponíveis;
d) dados de monitorização ambiental;
e) pedidos de licenças ou autorizações ambientais;
f) relatórios sobre situações de emergência e incidentes com consequências ambientais.
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Caixa de apoio prático 3 – Questões internas


As considerações podem incluir:
– governança e estrutura organizacional: quadros governativos nacionais e contratuais, incluindo registo e
reporte; tipo de estrutura, incluindo hierárquica, matricial, horizontal, baseada em projeto; joint ventures e
serviços contratados; e relações, funções, responsabilidades e autoridades da empresa-mãe;
– conformidade legal: estado e tendências;
– políticas, objetivos e estratégias: propósito, visão, negócio, outros objetivos, estratégias e recursos
necessários para os atingir;
– capacidade e aptidão: capacidade organizacional, aptidão e conhecimento em termos de recursos e
competências (p. ex. capital, tempo, pessoas, língua, processos, sistemas e tecnologias, e a sua
manutenção);

tempo despendido na sua execução;


50
– sistemas de informação: fluxos de informação e processos de tomada de decisão (formais e informais) e o

– relações com partes interessadas internas, assim como as suas perceções e valores;
– sistemas de gestão e normas: pontos fortes e pontos fracos do(s) sistema(s) de gestão existente(s) na
organização, e as linhas de orientação e modelos adotados pela organização, tais como os de contabilidade
T1
e finanças, qualidade, segurança e saúde;
– estilo e cultura da organização: empresa familiar, empresa pública ou privada, estilo de gestão e liderança,
cultura aberta ou fechada e processos de tomada de decisão;
– contratos: forma, conteúdo e extensão das relações contratuais.
Os métodos que podem ser utilizados para verificar os fatores internos relevantes incluem a recolha de
C

informações relacionadas com o sistema de gestão atual acima mencionado, e incluem entrevistas com
pessoas que trabalharam ou trabalham atualmente sob o controlo da organização, e a revisão das
comunicações internas e externas.
O processo seguido pela organização para desenvolver uma compreensão do seu contexto deverá resultar em
conhecimento que pode ser utilizado pela organização para orientar os seus esforços para planear,
implementar e operacionalizar o seu sistema de gestão ambiental. O processo deverá ser abordado de forma
prática que adicione valor à organização e produza uma compreensão geral e conceptual das questões mais
importantes. Pode ser útil documentar e atualizar periodicamente o processo e os seus resultados, caso
necessário.
Os resultados podem ser utilizados para auxiliar a organização a:
– definir o âmbito do seu sistema de gestão ambiental;
– determinar os seus riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados;
– desenvolver ou melhorar a sua política ambiental;
– estabelecer os seus objetivos ambientais;
– determinar a eficácia da sua abordagem para cumprir as obrigações de conformidade.
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4.2 Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas

4.2.1 Generalidades
As partes interessadas também são parte do contexto no qual uma organização opera e deverão ser
consideradas quando a organização está a rever o seu contexto. Determinar as partes interessadas e
desenvolver uma relação com elas permite a comunicação, o que propicia a criação de um clima de
compreensão, confiança e respeito mútuos. Esta relação não precisa de ser formal.
A organização deverá determinar as suas partes interessadas e as necessidades e expectativas das mesmas,
que são relevantes para o seu sistema de gestão ambiental. A organização pode beneficiar de um processo
que identifique as necessidades e expectativas relevantes das partes interessadas relevantes, de modo a
determinar aquelas que tem de cumprir e aquelas que escolhe cumprir (isto é, as suas obrigações de
conformidade). Os métodos utilizados e os recursos aplicados podem variar dependendo, por exemplo, da
dimensão e natureza da organização, dos recursos financeiros disponíveis, dos riscos e oportunidades que
50
necessitam de ser tratados e da experiência da organização no que diz respeito à gestão ambiental.
É expectável que a organização adquira uma compreensão geral (isto é, de alto nível, não detalhada) das
necessidades e expectativas expressas pelas partes interessadas internas e externas determinadas como
relevantes, para que o conhecimento adquirido possa ser considerado quando determinar as suas obrigações
de conformidade.
T1
4.2.2 Determinar as partes interessadas relevantes
As partes interessadas podem ser internas ou externas à organização. A organização deverá determinar quais
as partes interessadas que são relevantes para o sistema de gestão ambiental da organização. As partes
interessadas podem variar ao longo do tempo e podem depender do setor, da indústria ou da localização
geográfica em que a organização opera. As alterações nas questões internas ou externas que são parte do
contexto da organização podem também resultar numa alteração nas partes interessadas.
C

4.2.3 Determinar necessidades e expectativas relevantes das partes interessadas relevantes


A organização deverá determinar as necessidades e expectativas relevantes das suas partes interessadas
relevantes como uma entrada para a conceção do sistema de gestão ambiental. Na caixa de apoio prático 4
são fornecidos exemplos de partes interessadas e das suas necessidades e expectativas. É importante
identificar não apenas aquelas que são obrigatórias e expressas, mas também aquelas que são geralmente
implícitas (isto é, normalmente esperadas). As partes interessadas relevantes, aquelas que foram identificadas
como tendo um papel no contexto, poderão ter algumas necessidades que não são relevantes para o sistema
de gestão ambiental da organização e assim nem todas as suas necessidades são forçosamente consideradas.
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Caixa de apoio prático 4 – Exemplos de partes interessadas e das suas necessidades e expectativas
Relação Exemplos de partes interessadas Exemplos de necessidades e
expectativas
Por responsabilidade Investidores Esperam que a organização gira os
seus riscos e oportunidades que
podem afetar um investimento.
Por influência Organizações não-governamentais (ONG) Necessitam da cooperação da
organização para atingir as metas
ambientais da ONG.
Por proximidade Vizinhança, a comunidade Esperam um desempenho social
aceitável, honestidade e integridade
Por dependência Empregados Esperam trabalhar num ambiente

Por representação
50
Organização setorial associativa
seguro e saudável.
Necessita de colaboração nas
questões ambientais.

Por autoridade Agências reguladoras ou estatutárias Esperam demonstração de


T1
conformidade legal.

4.2.4 Determinação das obrigações de conformidade


A organização deverá determinar quais as necessidades e expectativas das partes interessadas que têm de ser
cumpridas, e seguidamente quais das restantes necessidades e expectativas escolhe adotar, que se tornam as
C

suas obrigações de conformidade. Este conhecimento alargado pode contribuir para uma compreensão das
suas obrigações de conformidade, como descritas de forma mais detalhada em 6.1.3.
Não existe uma abordagem única para determinar necessidades e expectativas. A organização deverá utilizar
uma abordagem que seja apropriada para o seu âmbito, natureza e escala, e que seja adequada em termos de
detalhe, complexidade, tempo, custo e disponibilidade de dados fiáveis.
A organização pode determinar as necessidades e expectativas das suas partes interessadas relevantes através
de outros processos ou para outros fins.
Quando os requisitos são definidos por um organismo regulador, a organização deverá adquirir
conhecimento dos domínios da legislação que se aplicam, tais como normas da qualidade do ar, limites de
descarga, regulamentos de deposição de resíduos, requisitos de licenciamento para o funcionamento da
instalação, etc.
Em caso de compromissos voluntários, a organização deverá adquirir um conhecimento geral sobre as
necessidades e expectativas relevantes, tais como requisitos do cliente, códigos voluntários e acordos com
grupos comunitários ou autoridades públicas. Este conhecimento permite à organização compreender as
implicações que isso pode ter sobre o atingir dos resultados pretendidos do seu sistema de gestão ambiental.

4.2.5 Utilização e aplicação das necessidades e expectativas das partes interessadas


Os resultados de 4.2.1 a 4.2.4 podem ajudar a definir o âmbito do sistema de gestão ambiental da
organização, a estabelecer a sua política ambiental e a determinar os seus aspetos ambientais, obrigações de
conformidade e riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados pela organização. Estas são as
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considerações a ter quando se estabelecem os seus objetivos de desempenho ambiental. A organização pode
considerar útil documentar esta informação a fim de facilitar a sua utilização para satisfazer outros elementos
da presente Norma.

4.3 Determinar o âmbito do sistema de gestão ambiental


A organização deverá determinar os limites e aplicabilidade do sistema de gestão ambiental de forma a
estabelecer o seu âmbito. O âmbito é específico para cada organização. É da responsabilidade de cada
organização identificar as entradas resultantes da compreensão das questões internas e externas determinadas
em 4.1 e 4.2. A determinação do âmbito também inclui os limites físicos de uma ou mais instalações e a
esfera organizacional de influência e controlo, considerando uma perspetiva de ciclo de vida. Pretende-se que
o âmbito clarifique os limites físicos, funcionais e organizacionais a que se aplica o sistema de gestão
ambiental.
50
A gestão de topo da organização mantém a liberdade e flexibilidade para definir o âmbito do sistema de
gestão ambiental. Este poderá incluir toda a organização ou unidades operacionais específicas da
organização. A organização deverá compreender a extensão do controlo ou influência que pode exercer sobre
as atividades, produtos ou serviços. É crítico para o sucesso do sistema de gestão ambiental e para a
credibilidade da reputação da organização assegurar que o âmbito não é definido de uma forma que exclua
atividades, produtos, serviços ou instalações que tenham ou possam ter aspetos ambientais significativos, ou
de forma a fugir às suas obrigações de conformidade ou que induza em erro as partes interessadas. Um
T1
âmbito inapropriadamente insuficiente ou exclusivo pode minar a credibilidade do sistema de gestão
ambiental junto das partes interessadas e reduzir a capacidade da organização de atingir os resultados
pretendidos do seu sistema de gestão ambiental. O âmbito é uma afirmação factual e representativa das
operações ou processos de negócio da organização incluídos dentro dos limites do seu sistema de gestão
ambiental.
Quando o âmbito está limitado a uma parte de uma organização maior, a gestão de topo refere-se geralmente
C

à gestão de topo dessa parte da organização. Contudo, a gestão de topo ao nível mais alto da organização
pode assumir a responsabilidade para dirigir e apoiar o sistema de gestão ambiental. Se a organização alterar
a sua esfera de controlo ou influência, expandir as suas operações, adquirir mais propriedades, ou se desfizer
de áreas de negócio ou propriedades, o âmbito deverá ser reconsiderado conjuntamente com outras alterações
suscetíveis de afetar o sistema de gestão ambiental.
A organização deverá considerar as atividades, produtos e serviços de fornecedores externos quando
determina o âmbito do sistema de gestão ambiental. As organizações podem ter controlo sobre atividades,
produtos e serviços de fornecedores externos que têm ou podem ter impactes ambientais significativos
através da sua liderança, ou podem influenciá-los através de disposições contratuais ou outros acordos.
A organização deverá manter o âmbito como informação documentada e colocá-lo à disposição das partes
interessadas. Existem vários métodos para o fazer, como p. ex. utilização de uma descrição escrita, inclusão
numa planta da instalação, num diagrama organizacional ou numa página de internet, ou publicação de uma
declaração da sua conformidade. Quando documenta o seu âmbito, a organização pode considerar a
utilização de uma abordagem que identifique as atividades envolvidas, os produtos e serviços que fornece e a
sua aplicação e/ou a localização onde ocorrem. Constituem exemplos da utilização desta abordagem para
documentar o âmbito os seguintes:
 fabrico de máquinas e peças sobressalentes para motores de combustão na instalação A (limite
geográfico); ou
 marketing, design e realização de formação online destinada a pessoas e organizações (limite funcional).
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4.4 Sistema de gestão ambiental

4.4.1 Generalidades
Um sistema de gestão ambiental deverá ser visto como um enquadramento organizacional que deverá ser
continuamente monitorizado e periodicamente revisto para fornecer uma orientação efetiva para a resposta
da organização a mudanças das questões externas e internas.
O modelo de sistema de gestão ambiental e o processo continuado de melhoria contínua estão ilustrados na
Figura 1. Um modelo geralmente utilizado para um sistema de gestão ambiental é referido como abordagem
Planear–Executar–Verificar–Atuar (PDCA)**). Para mais informações sobre o modelo PDCA, ver a caixa de
apoio prático 5.

Caixa de apoio prático 5 – O modelo de sistema de gestão ambiental

50
PDCA é um processo continuado e iterativo que permite a uma organização estabelecer, implementar e manter a sua
política ambiental e melhorar continuamente o seu sistema gestão ambiental de forma a melhorar o desempenho
ambiental. Os passos deste processo continuado são os seguintes:
a) Planear:
1) compreender a organização e o seu contexto, incluindo as necessidades e expectativas das partes interessadas (ver
secção 4);
T1
2) determinar o âmbito (ver 4.3) e implementar o sistema de gestão ambiental (ver 4.4);
3) assegurar a liderança e compromisso da gestão de topo (ver 5.1);
4) estabelecer uma política ambiental (ver 5.2);
5) atribuir responsabilidades e autoridades às funções relevantes (ver 5.3);
6) determinar os aspetos ambientais e os impactes ambientais associados (ver 6.1.2);
C

7) identificar e ter acesso às obrigações de conformidade (ver 6.1.3);


8) determinar os riscos e oportunidades relacionados com os pontos 1), 6) e 7) acima que precisam de ser tratados
(ver 6.1.1);
9) planear as ações para tratar riscos e oportunidades determinados no ponto 8) acima e avaliar a eficácia destas
ações (ver 6.1.4);
10) estabelecer objetivos ambientais (ver 6.2.2) e definir indicadores e um processo para os atingir (ver 6.2.3 e
6.2.4).
b) Executar:
1) determinar os recursos necessários para implementar e manter o sistema de gestão ambiental (ver 7.1);
2) determinar a competência necessária da(s) pessoa(s) e assegurar que esta(s) pessoa(s) têm a competência (ver 7.2)
e a consciencialização (ver 7.3) como determinado;
3) estabelecer, implementar e manter os processos necessários para as comunicações interna e externa (ver 7.4);
4) assegurar um método apropriado para criar e atualizar (ver 7.5.2) e controlar (ver 7.5.3) informação
documentada;

*)
PDCA – Plan-Do-Check-Act (nota nacional).
NP
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5) estabelecer, implementar e controlar os processos de controlo operacional necessários para cumprir os requisitos
do sistema de gestão ambiental (ver 8.1);
6) determinar as potencias situações de emergência e a resposta necessária (ver 6.1.1 e 8.2);
c) Verificar:
1) monitorizar, medir, analisar e avaliar o desempenho ambiental (ver 9.1.1 e 9.1.2);
2) avaliar o cumprimento das obrigações de conformidade (ver 9.1.2);
3) realizar auditorias internas periódicas (ver 9.2);
4) rever o sistema de gestão ambiental da organização para assegurar a sua contínua pertinência, adequação e
eficácia (ver 9.3);
d) Atuar:
50
1) empreender ações para tratar não conformidades (ver 10.2);
2) empreender ações para melhorar continuamente a pertinência, adequação e eficácia do sistema de gestão
ambiental para melhorar o desempenho ambiental (ver 10.3).
T1
4.4.2 Estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente o sistema de gestão ambiental
Para atingir os resultados pretendidos, a organização deverá estabelecer, implementar, manter e melhorar
continuamente o sistema de gestão ambiental. Os benefícios incluem uma melhoria do desempenho
ambiental decorrente do conhecimento adquirido em 4.1 e 4.2 quando se estabelece, implementa e mantém o
sistema de gestão ambiental.
Desenvolver um sistema de gestão ambiental completo de uma única vez pode ser difícil para algumas
C

organizações. Para estas organizações, uma abordagem faseada pode ter várias vantagens. A forma como a
implementação faseada de um sistema de gestão ambiental pode ser feita, é mostrada no Anexo B.
A organização mantém a autoridade e a responsabilização para determinar a forma como satisfaz os
requisitos do sistema de gestão ambiental.

5 Liderança

5.1 Liderança e compromisso


A gestão de topo define a missão, a visão e os valores da organização, considerando o seu contexto, as
necessidades e expectativas das suas partes interessadas e os seus objetivos de negócio. Estes estão refletidos
nos seus planos estratégicos. O compromisso, a responsabilização e a liderança da gestão de topo são vitais
para a implementação bem-sucedida de um sistema de gestão ambiental eficaz, incluindo a capacidade de
atingir os resultados pretendidos. A gestão de topo deverá, portanto, responsabilizar-se pela eficácia do
sistema de gestão ambiental da organização e assegurar que os seus resultados pretendidos são atingidos. O
compromisso da gestão de topo significa fornecer recursos físicos e financeiros, assim como uma orientação.
Inclui um envolvimento ativo para apoiar o sistema de gestão ambiental e comunicar a importância de uma
gestão ambiental eficaz.
O compromisso da gestão de topo deverá assegurar que o sistema de gestão ambiental:
 não é gerido isoladamente ou separadamente da estratégia central da organização;
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 é considerado quando se tomam decisões de negócio estratégicas;


 está alinhado com os objetivos de negócio;
 beneficia do nível apropriado de recursos (ver 7.1), fornecidos de forma atempada e eficiente;
 recebe o envolvimento apropriado a todos os níveis da organização;
 fornece valor real à organização;
 melhora continuamente e mantém-se bem sucedido a longo prazo.
A política ambiental e os objetivos ambientais visam cumprir a componente ambiental dos planos
estratégicos da organização e formam a base do seu sistema de gestão ambiental. Ao planear ou rever a sua
estratégia, a gestão de topo tem o potencial de obter maior valor ao considerar o desempenho ambiental das
suas atividades, produtos ou serviços desde o início do ciclo de vida. Por exemplo, a oportunidade de
melhorar o desempenho ambiental de um edifício ou produto é maior se se considerarem critérios ambientais
na etapa de design, em vez de aguardar pela etapa de construção ou fabricação.
50
O sistema de gestão ambiental será mais eficaz e duradouro se for intrínseco à orientação estratégica da
organização e estiver integrado noutros processos de negócio (ver caixa de apoio prático 6).

Caixa de apoio prático 6 – Integração do sistema de gestão ambiental nos processos de negócio
T1
A liderança e o compromisso da gestão de topo são críticos para a integração do sistema de gestão ambiental nos
processos de negócio. Compete à organização decidir o nível de detalhe e a extensão da integração dos requisitos do
sistema de gestão ambiental nas várias funções da organização. A integração é um processo continuado e os benefícios
podem aumentar ao longo do tempo, segundo o princípio da melhoria contínua.
A integração do sistema de gestão ambiental nos processos de negócio da organização pode melhorar a sua capacidade
de:

C

operar de forma mais eficaz e eficiente, através da partilha de processos e de recursos;


 fornecer maior valor, ao estar mais estreitamente associado aos processos de que a organização depende para
operar.
A organização pode considerar oportunidades de integrar atividades do sistema de gestão ambiental nos seus processos
de negócio, incluindo a incorporação de:
 resultados pretendidos ou objetivos ambientais do sistema de gestão ambiental na visão ou estratégia da
organização (explícita ou implicitamente), p. ex. em relação à inovação ou competitividade;
 compromissos da política ambiental na governança da organização;
 responsabilidades do sistema de gestão ambiental na descrição de funções;
 indicadores de desempenho ambiental nos sistemas de desempenho do negócio da organização, o que pode incluir
avaliações dos departamentos ou dos empregados, p. ex. indicadores-chave de desempenho (KPI)*);
 desempenho ambiental nas comunicações externas, p. ex. relatórios financeiros ou de sustentabilidade;
 processos para determinar aspetos ambientais significativos, outros riscos e oportunidades que afetam o sistema de
gestão ambiental no(s) processo(s) normalizados de gestão de risco de negócio;

*)
KPI: key performance indicators (nota nacional).
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 critérios ambientais no planeamento dos processos de negócio, no design de produtos ou serviços e em processos de
compras;
 comunicação ambiental nos processos, canais de comunicação e envolvimento organizacionais, p. ex. relações
públicas.

A gestão de topo deverá comunicar a importância de uma gestão ambiental eficaz e da conformidade com os
requisitos do sistema de gestão ambiental através do envolvimento direto ou da delegação da autoridade,
conforme apropriado. A comunicação pode ser formal ou informal e pode assumir diferentes formas,
incluindo visual e verbal.
A gestão de topo deverá apoiar outros em funções de gestão relevantes na organização para que, por sua vez,
exerçam liderança nas suas áreas de responsabilidade, em relação ao sistema de gestão ambiental. Isto pode
permitir que o valor da liderança e compromisso da gestão de topo se dissemine por toda a organização. Ao
demonstrar liderança e compromisso, a gestão de topo é capaz de orientar e apoiar os empregados da

para o seu sistema de gestão ambiental.


50
organização e outros que trabalham sob o controlo da organização para atingirem os resultados pretendidos

A organização está numa boa posição para atingir os seus objetivos ambientais e identificar oportunidades de
melhoria quando a gestão de topo cria uma cultura que encoraja as pessoas, a todos os níveis, a participarem
ativamente no sistema de gestão ambiental.
T1
5.2 Política ambiental
Uma política ambiental define a orientação estratégica da organização relativamente ao ambiente, dentro do
âmbito definido do sistema de gestão ambiental. A política ambiental deverá fornecer um enquadramento
para o estabelecimento de objetivos ambientais e define o nível de responsabilidade e desempenho ambiental
requerido pela organização, em relação ao qual as ações subsequentes podem ser julgadas. A política
ambiental estabelece os princípios de atuação da organização.
C

A política ambiental deverá ser específica da organização e apropriada ao propósito da organização e ao


contexto em que esta opera, incluindo a natureza e escala dos impactes ambientais da organização que
resultam das suas atividades, produtos e serviços. A política ambiental deverá incluir o compromisso da
organização de cumprir as suas obrigações de conformidade e os seus compromissos relacionados com a
proteção do ambiente, a prevenção da poluição e a melhoria contínua. As caixas de apoio prático 7 e 8
fornecem informações adicionais relativas aos compromissos da política ambiental.
Ao desenvolver a sua política ambiental a organização deverá considerar:
a) a sua visão, missão, valores e convicções;
b) os princípios orientadores;
c) as necessidades e expectativas das partes interessadas e a comunicação com elas;
d) as questões internas e externas que são relevantes para o sistema de gestão ambiental, incluindo condições
locais ou regionais específicas;
e) a coordenação com outras políticas da organização (p. ex. qualidade, saúde e segurança no trabalho);
f) os efeitos reais ou potenciais das condições ambientais externas, incluindo eventos imprevistos, nas
atividades da organização.
A responsabilidade de estabelecer a política ambiental cabe à gestão de topo da organização. A política
ambiental deverá ser mantida como informação documentada e ser consistente com outros documentos de
política da organização, tais como os associados à qualidade, saúde e segurança no trabalho e
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responsabilidade social, e pode ser incluída nestes documentos ou estar associada aos mesmos. A gestão de
topo é responsável pela implementação da política ambiental e por fornecer dados para a formulação e
modificação da política ambiental. A política ambiental deverá ser comunicada a todas as pessoas que
trabalham sob o controlo da organização e deverá ser disponibilizada às partes interessadas. A organização
pode decidir disponibilizar a política ambiental de forma não restrita, p. ex. colocando-a num website, ou
pode disponibilizá-la, conforme apropriado, após terem sido fornecidas informações sobre a identidade,
necessidades e expectativas das partes interessadas, ou ainda a pedido.

Caixa de apoio prático 7 – Proteção do ambiente e prevenção da poluição


As organizações estão cada vez mais conscientes do ambiente em que operam, por exemplo a disponibilidade de
recursos, a qualidade do ar e da água, e os efeitos e os impactes associados às alterações climáticas em relação à sua
organização. Por conseguinte, ao comprometer-se com a proteção do ambiente, incluindo a prevenção da poluição, a
organização está a contribuir para a sustentabilidade do seu negócio e da sociedade.
Proteção do ambiente 50
O compromisso da organização com a proteção do ambiente está relacionado com as suas atividades, produtos e
serviços e a(s) sua(s) localização(ões). Pode ser atingido dentro da organização ou através da gestão da cadeia de
fornecimento, da utilização de produtos ou do destino final. Algumas organizações deverão, conforme apropriado,
assumir compromissos específicos de proteção do ambiente devido à natureza, escala e impactes ambientais das suas
atividades. Por exemplo, se as suas atividades estão associadas com a desflorestação, deverá ser considerado o
compromisso de proteger a biodiversidade ou os serviços dos ecossistemas.
T1
Medidas práticas de proteção do ambiente podem incluir:
– uma eficiência melhorada na utilização de recursos naturais, tais como água e combustíveis fósseis, p. ex. através da
redução da sua utilização, ou envolvendo-se na reutilização ou reciclagem de recursos naturais relacionados com a
produção;
– proteção da biodiversidade, dos habitats e dos ecossistemas, através da conservação direta no local, ou indiretamente,
através de decisões de compra, tais como a compra de materiais de origens sustentáveis verificadas.
C

– mitigação das alterações climáticas, evitando ou reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa, ou adotando
políticas de neutralidade de carbono, para reduzir a sua contribuição líquida para as alterações climáticas.
– a melhoria da qualidade do ar e da água, através de eliminação, substituição ou redução.
Prevenção da poluição
A prevenção da poluição pode ser aplicada ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos ou serviços, incluindo o
design e desenvolvimento, a fabricação, a distribuição, a utilização e o fim de vida. Tais estratégias podem ajudar a
organização não só a conservar recursos e a reduzir as emissões e resíduos, mas também a reduzir custos e a produzir
produtos e serviços mais competitivos. A ISO/TR 14062 e a ISO 14006 fornecem linhas de orientação sobre a
integração de aspetos ambientais no design e desenvolvimento.
A redução na fonte pode frequentemente ser a prática mais eficaz, porque evita a produção de resíduos e emissões e,
simultaneamente, poupa recursos. No entanto, a prevenção da poluição através da redução na fonte não é praticável
nalgumas circunstâncias. A organização pode considerar usar uma hierarquia de abordagens para a prevenção da
poluição, dando preferência à prevenção da poluição na fonte, da seguinte forma:
a) redução ou eliminação na fonte (incluindo o design e desenvolvimento ambientalmente adequados, a substituição de
materiais, alterações de processos, produtos ou tecnologias, e a conservação da energia e dos recursos materiais);
b) reutilização ou reciclagem dos materiais no processo ou nas instalações;
c) reutilização ou reciclagem de materiais fora das instalações;
d) valorização e tratamento (valorização de fluxos de resíduos no local ou no exterior, tratamento de emissões e de
resíduos no local ou no exterior, a fim de reduzir os seus impactes ambientais);
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e) mecanismos de controlo, como a incineração ou a deposição final controlada, se permitido; porém, a organização
apenas deverá usar estes métodos após terem sido consideradas outras opções.

Caixa de apoio prático 8 – Política ambiental e sustentabilidade


Um número crescente de organizações internacionais, bem como governos, associações profissionais e grupos de
cidadãos, desenvolveram princípios orientadores destinados a apoiar a sustentabilidade ambiental. Estes princípios
orientadores ajudam as organizações a definir o âmbito global do seu compromisso com o ambiente como um dos três
pilares da sustentabilidade e fornecem um conjunto comum de valores. Os princípios orientadores podem auxiliar a
organização no desenvolvimento da sua política ambiental, que deverá ser apropriada à organização para a qual é
estabelecida.
A política ambiental pode incluir outros compromissos, tais como:
a) desenvolvimento sustentável e princípios orientadores associados (p. ex. Agenda 21 da Organização das Nações
50
Unidas/Global Compact, Princípios do Equador);
b) minimização dos impactes ambientais adversos significativos de novos desenvolvimentos, através da utilização de
processos integrados de gestão ambiental e planeamento;
c) design de produtos tendo em conta aspetos ambientais e princípios de desenvolvimento sustentável.
T1
5.3 Funções, responsabilidades e autoridades organizacionais
O sucesso do estabelecimento, da implementação e da manutenção de um sistema de gestão ambiental e da
melhoria do desempenho ambiental depende de como a gestão de topo define e atribui responsabilidades e
autoridades dentro da organização (ver caixa de apoio prático 9).
A gestão de topo deverá designar um ou mais representantes ou funções com autoridade, consciencialização,
competência e recursos suficientes para:
C

a) assegurar o estabelecimento, a implementação e a manutenção do sistema de gestão ambiental em todos


os níveis aplicáveis da organização;
b) reportar à gestão de topo o desempenho do sistema de gestão ambiental, incluindo o desempenho
ambiental, e as suas oportunidades de melhoria.
Estas responsabilidades e autoridades podem ser combinadas com outras funções ou responsabilidades.
A gestão de topo deverá assegurar que as responsabilidades e autoridades das pessoas que trabalham sob o
controlo da organização, cujo trabalho afeta o sistema de gestão ambiental, são definidas e comunicadas
dentro da organização, conforme apropriado, para assegurar a implementação eficaz do sistema de gestão
ambiental. As responsabilidades do sistema de gestão ambiental não deverão ser vistas como confinadas à
função ambiental e podem incluir outras funções na organização, tais como design, compras, engenharia ou
qualidade. Os recursos fornecidos pela gestão de topo deverão permitir o cumprimento das responsabilidades
atribuídas. As responsabilidades e autoridades deverão ser revistas quando ocorre uma mudança na estrutura
da organização.
A caixa de apoio prático 9 dá exemplos de funções e responsabilidades no sistema de gestão ambiental.
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Caixa de apoio prático 9 – Exemplos de funções e responsabilidades


Responsabilidades no sistema de gestão ambiental Pessoa(s) tipicamente responsável(eis)
Estabelecer a orientação geral (resultados pretendidos) Presidente, diretor geral, conselho de
administração
Estabelecer a política ambiental Presidente, diretor geral e outros diretores,
conforme apropriado
Estabelecer os objetivos ambientais e os processos Gestores relevantes e outros, conforme apropriado
Considerar os aspetos ambientais durante o processo de design Designers de produtos e serviços, arquitetos e
engenheiros
Monitorizar o desempenho global do sistema de gestão Responsável ambiental
ambiental

Promover a melhoria contínua


50
Assegurar o cumprimento das obrigações de conformidade Todos os gestores

Todos os gestores
Identificar as expectativas dos clientes Equipas de marketing e vendas
T1
Identificar requisitos para os fornecedores e critérios de Compradores
compra
Desenvolver e manter processos de contabilidade Responsáveis pela contabilidade e financeiros
Cumprir os requisitos do sistema de gestão ambiental Todas as pessoas que trabalham sob o controlo da
organização
Revisão do funcionamento do sistema de gestão Gestão de topo
C

ambiental
NOTA: Empresas e instituições têm estruturas organizacionais diferentes e precisam de definir responsabilidades de gestão
ambiental com base nos seus próprios processos de trabalho. No caso das pequenas e médias empresas, p. ex. o dono pode ser
a pessoa responsável por todas estas atividades.

6 Planeamento

6.1 Ações para tratar riscos e oportunidades

6.1.1 Generalidades
O planeamento é crítico para determinar e tomar as ações necessárias para garantir que o sistema de gestão
ambiental pode atingir os resultados pretendidos. É um processo contínuo, usado tanto para estabelecer e
implementar os elementos do sistema de gestão ambiental como para os manter e melhorar, baseado na
alteração de circunstâncias e entradas e saídas do próprio sistema de gestão ambiental. O processo de
planeamento pode ajudar a organização a identificar e focar os seus recursos naquelas áreas que são mais
importantes para proteger o ambiente. Também pode apoiar a organização no cumprimento das suas
obrigações de conformidade e outros compromissos ambientais da política, e estabelecer e atingir os seus
objetivos ambientais.
A organização deverá ter (um) processo(s) para determinar os riscos e as oportunidades que necessitam de
ser tratados. O processo começa com a compreensão do contexto no qual a organização opera, incluindo as
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questões que podem afetar os resultados pretendidos do seu sistema de gestão ambiental (ver 4.1) e as
necessidades e expectativas relevantes das partes interessadas relevantes, incluindo aquelas que a
organização adota como obrigações de conformidade (ver 4.2). Simultaneamente com o âmbito do sistema
de gestão ambiental, estas tornam-se entradas que devem ser consideradas na determinação dos riscos e
oportunidades que necessitam de ser tratados. A informação gerada no processo de planeamento é uma
entrada importante para determinar as operações que têm de ser controladas. Esta informação também pode
ser usada no estabelecimento e melhoria de outras partes do sistema de gestão ambiental, tais como a
identificação de necessidades de formação, de competência, de monitorização e de medição.
O sistema de gestão ambiental gera valor para a organização, para as suas partes interessadas e para o
ambiente, através do tratamento dos riscos e oportunidades. Um sistema de gestão ambiental robusto,
credível e confiável, pode suportar a viabilidade a longo prazo da organização. Sem gerir os riscos e
oportunidades que necessitam de ser tratados, a organização poderá não atingir os resultados pretendidos
nem ser capaz de responder a condições ambientais, incluindo eventos. Na caixa de apoio prático 10 são
50
apresentados exemplos de riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados. Deverão ser tidos em conta
obrigações de conformidade, pontos de vista de partes interessadas e outras fontes de riscos e oportunidades
que necessitam de ser tratados, tais como condições ambientais, incluindo eventos.

Caixa de apoio prático 10 – Exemplos de riscos e oportunidades que afetam a organização e que necessitam de
ser tratados
T1
Os riscos e oportunidade podem afetar a organização e a sua capacidade de atingir os resultados pretendidos do seu
sistema de gestão ambiental. Podem ser causados efeitos adversos na organização, por exemplo, por:
a) aspetos ambientais, p. ex. um derrame muito pequeno que dificilmente contamine o solo ou águas subterrâneas, e
que, portanto, não seja determinado como significativo numa perspetiva ambiental, pode, contudo, prejudicar a
imagem de uma organização enquanto entidade ambientalmente responsável;
C

b) aspetos ambientais significativos, na medida em que um incidente de poluição levanta dúvidas sobre a capacidade de
a organização gerir os seus aspetos ambientais significativos e enfraquecendo assim a sua credibilidade;
c) não cumprimento das obrigações de conformidade, que pode resultar em contraordenações, custos de ações
corretivas e, potencialmente, na perda de licenças de operação;
d) condições ambientais, incluindo eventos com impacte ambiental, na medida em que alterações climáticas causam
uma diminuição da disponibilidade de água, o que pode afetar a operação da estação de tratamento de águas
residuais da organização;
e) uma necessidade de um cliente que requeira uma rápida expansão da capacidade da organização sem um aumento
proporcional de trabalhadores qualificados, o que pode gerar um potencial de erros que podem resultar em danos
ambientais;
f) pontos de vista de partes interessadas no desempenho ambiental da organização, que podem mobilizar uma forte
oposição;
g) uma ação desenvolvida para tratar riscos e oportunidades sem considerar consequências imprevistas, p. ex. uma
oportunidade para usar águas residuais para regar as áreas recreativas da organização pode gerar problemas de saúde
humana para as pessoas que usem estas áreas.
NOTA: É disponibilizada orientação sobre potenciais situações de emergência em 8.2.
Potenciais efeitos benéficos para a organização podem incluir:
a) identificar novas tecnologias, tais como equipamento de controlo que pode reduzir descargas poluentes;
b) otimizar a preservação de recursos, tais como reciclagem de água; ou
c) trabalhar com partes interessadas para neutralizar a oposição a um método proposto de eliminação de resíduos.
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Existem três origens possíveis de riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados, de forma a assegurar
que um sistema de gestão ambiental pode atingir os resultados pretendidos, prevenir ou reduzir efeitos
indesejados e atingir a melhoria contínua:
a) aspetos ambientais (ver 6.1.2);
b) obrigações de conformidade (ver 6.1.3);
c) outras questões e requisitos identificados em 4.1 e 4.2.
A organização tem a liberdade de escolher a sua abordagem quando determina os riscos e oportunidades que
necessitam de ser tratados. Por exemplo, uma organização pode:
 determinar aspetos ambientais, obrigações de conformidade e outras questões e requisitos, e depois
determinar os riscos e oportunidades associados que precisa de tratar para cada um destes; ou
 integrar a determinação dos riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados na determinação da
significância dos aspetos ambientais, e aplicar uma abordagem similar às outras origens de riscos e
50
oportunidades que necessitam de ser tratados; ou
 seguir uma abordagem alternativa em que são consideradas, em combinação, duas ou mais das origens de
riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados.
A organização pode usar processos de negócio existentes para determinar riscos e oportunidades que
necessitam de ser tratados. A abordagem escolhida pode envolver um simples processo qualitativo ou uma
T1
avaliação quantitativa completa (p. ex. aplicando critérios numa matriz de decisão) dependendo do contexto
em que a organização opera. Para exemplos de abordagens, ver caixa de apoio prático 11.
Os riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados são entradas para o planeamento de ações (ver
6.1.4), para o estabelecimento de objetivos ambientais (ver 6.2) e para controlar algumas operações
relevantes, de forma a prevenir impactes ambientais adversos e outros efeitos indesejados (ver 8.1). O Anexo
A dá exemplos de atividades, produtos e serviços e dos aspetos e impactes ambientais associados, bem como
C

de ações a desenvolver para os tratar.


Os resultados podem também ter implicações para outras áreas do sistema de gestão ambiental como, por
exemplo, na determinação de necessidades de competências e comunicações relacionadas com o sistema de
gestão ambiental, na determinação de necessidades de monitorização e medição, no estabelecimento do
programa de auditorias internas, e no desenvolvimento de processos de preparação e resposta a emergências.
Situações de emergência são eventos não planeados ou não esperados que geram uma necessidade imediata
de resposta, de forma a mitigar as suas consequências reais ou potenciais. As situações de emergência
poderão criar efeitos adversos na organização, por exemplo através de incêndios, explosões, derrames ou
libertação de substâncias perigosas, ou através de eventos naturais, tais como cheias repentinas, tempestades,
tufões, tsunamis, etc. Também poderão gerar impactes secundários no ambiente ou efeitos na organização,
tais como a libertação, para fora da instalação, de águas contaminadas durante o processo de combate ao
incêndio e a necessidade de eliminação de material danificado pelo fogo que poderá ficar contaminado em
resultado do incêndio. A organização deverá, dentro do âmbito do sistema de gestão ambiental, determinar as
potenciais situações de emergência, incluindo aquelas que podem ter consequências ambientais.
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Caixa de apoio prático 11 – Exemplos de abordagens para determinar riscos e oportunidades que necessitam
de ser tratados
Exemplos de entradas Exemplos de processos Exemplos de saídas
Aspetos ambientais (ver 6.1.2)
 Aspetos ambientais e impactes Avaliação de significância  Riscos e oportunidades que
ambientais usando critérios (ver 6.1.2.5) necessitam de ser tratados
relacionados com os
 Critérios para determinar aspetos aspetos ambientais
ambientais significativos significativos (ver nota
abaixo)
Obrigações de conformidade (ver 6.1.3)
 Determinar as necessidades e
expectativas relevantes de partes
interessadas relevantes que se tornem
obrigações de conformidade (ver 4.2)
50 Avaliação de resultados para Riscos e oportunidades que
determinar se existem riscos e necessitam de ser tratados
 Comunicação com partes interessadas, oportunidades que necessitam relacionados com obrigações de
incluindo reclamações, prémios e
T1
de ser tratados conformidade
reconhecimento
 Auditorias internas e externas de
obrigações de conformidade
 Revisão de tendências regulamentares
emergentes
C

Questões internas e externas (ver 4.1)


 Resultado da revisão de contexto,
incluindo questões internas e externas
Avaliação dos resultados para Riscos e oportunidades para a
(ver caixas de apoio prático 1 e 3)
determinar se existem riscos e organização que necessitam de
 Resultados da revisão pela gestão oportunidades para a ser tratados, relacionados com
organização que necessitam de outras questões em 4.1
 Entradas da gestão de topo e de outras ser tratados
funções multidisciplinares de gestão
Condições ambientais que afetam a Riscos e oportunidades para a
organização (ver caixa de apoio prático organização que necessitam de
2) ser tratados, relacionados com
as condições ambientais
Aspetos ambientais determinados (que não Riscos e oportunidades que
os aspetos ambientais significativos) necessitam de ser tratados,
relacionados com os aspetos
ambientais.
Outros requisitos (ver 4.2) Requisitos que não os requisitos legais e aqueles que a organização decidiu adotar
 Resultados da revisão pela gestão
 Circunstâncias novas ou alteradas Avaliação dos resultados para Riscos e oportunidades para a
determinar, se existem riscos e organização que necessitam de
 Nova informação oportunidades para a ser tratados, relacionados com
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 Comunicação com partes interessadas organização que necessitam de outros requisitos


ser tratados
NOTA: É possível que não existam riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados pela organização, resultantes dos
seus aspetos ambientais significativos ou de outras questões e requisitos identificados em 4.1 ou 4.2.

6.1.2. Aspetos ambientais

6.1.2.1 Visão geral


Com vista ao estabelecimento de um sistema de gestão ambiental efetivo, a organização deverá desenvolver
o seu entendimento da forma como pode interagir com o ambiente, incluindo os elementos das suas
atividades, produtos e serviços que podem ter um impacte ambiental (ver 6.1.2.2). Os elementos das
atividades, produtos e serviços da organização que podem interagir com o ambiente são denominados
aspetos ambientais. Exemplos incluem uma descarga, uma emissão, utilização ou reutilização de um
50
material, ou produção de ruído. Ao implementar um sistema de gestão ambiental, a organização deverá
determinar os aspetos ambientais que pode controlar e os que pode influenciar. (ver 6.1.2.3), considerando
uma perspetiva de ciclo de vida. A caixa de apoio prático 12 fornece informação adicional acerca deste
conceito.
As alterações no ambiente, quer sejam adversas ou benéficas, que resultem total ou parcialmente dos aspetos
ambientais são designadas por impactes ambientais. Exemplos de impactes adversos incluem a poluição do
T1
ar e a depleção de recursos naturais. Exemplos de impactes benéficos incluem a melhoria da qualidade da
água ou do solo. A relação entre os aspetos ambientais e os impactes ambientais associados é uma relação de
causa-efeito. A organização deverá ter uma boa compreensão dos aspetos que têm, ou podem ter, impactes
significativos no ambiente, isto é, aspetos ambientais significativos (ver 6.1.2.4) que poderá considerar
necessário tratar para proteger o ambiente.
A determinação dos aspetos ambientais significativos e dos impactes ambientais associados é necessária para
C

determinar as necessidades de controlos ou melhorias e para estabelecer prioridades para ações de gestão
(ver 6.1.2.5), baseados essencialmente nos fatores ambientais. A política ambiental da organização, os
objetivos ambientais, a formação, a comunicação, o controlo operacional e os processos de monitorização
deverão ser desenvolvidos, em primeiro lugar, com base no conhecimento dos seus aspetos ambientais
significativos. A determinação dos aspetos ambientais significativos é um processo contínuo. Melhora o
conhecimento que a organização tem da sua relação com o ambiente e contribui para uma melhoria contínua
do desempenho ambiental da organização, através da melhoria do seu sistema de gestão ambiental.
Como não existe uma abordagem única para determinar os aspetos ambientais e os impactes ambientais, nem
para avaliar a sua significância, que sirva todas as organizações, as linhas de orientação em 6.1.2.5 servem
para explicar conceitos-chave para as organizações que procuram implementar ou melhorar um sistema de
gestão ambiental. Cada organização deverá escolher uma abordagem que seja apropriada ao seu âmbito, à
natureza e escala dos seus impactes ambientais e que satisfaça as suas necessidades em termos de detalhe,
complexidade, tempo, custo e disponibilidade de dados fiáveis. A implementação do(s) processo(s) para
aplicar a abordagem selecionada pode ajudar a atingir resultados consistentes.

Caixa de apoio prático 12 – Perspetiva de ciclo de vida


Uma perspetiva de ciclo de vida inclui a consideração dos aspetos ambientais das atividades, produtos e serviços da
organização que esta pode controlar ou influenciar. As etapas do ciclo de vida incluem a obtenção de matérias-primas, o
design, a produção, o transporte/entrega, a utilização, o tratamento de fim de vida e o destino final.
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Ao aplicar uma perspetiva de ciclo de vida aos seus produtos e serviços, a organização deverá considerar o seguinte:
 A etapa do produto ou serviço no ciclo de vida;
 O grau de controlo que tem sobre as etapas do ciclo de vida, p. ex. o designer de um produto poderá ser responsável
pela seleção das matérias-primas, enquanto o fabricante poderá ser responsável apenas por reduzir a utilização das
matérias-primas e minimizar os resíduos do processo e o utilizador poderá ser apenas responsável pela utilização e
o destino final do produto;
 O grau de influência que tem sobre o ciclo de vida, p. ex. o designer poderá apenas influenciar os métodos de
produção do fabricante, enquanto o fabricante poderá também influenciar o design e a forma como o produto é
utilizado ou o método de eliminação;
 A vida útil do produto;
 A influência da organização na cadeia de fornecimento;
 A extensão da cadeia de fornecimento; 50
 A complexidade tecnológica do produto.
A organização pode considerar as etapas do ciclo de vida sobre as quais tem maior controlo ou influência, já que estas
poderão oferecer a maior oportunidade para reduzir a utilização de recursos e minimizar a poluição ou os resíduos.

6.1.2.2 Compreender as atividades, produtos e serviços


T1
Todas as atividades, produtos e serviços têm algum impacte no ambiente, que pode ocorrer numa ou em
todas as etapas do ciclo de vida, ou seja, da obtenção e transporte das matérias-primas, à utilização e destino
final. A organização deverá compreender as suas atividades, produtos e serviços que se enquadram no
âmbito do seu sistema de gestão ambiental, para ser capaz de identificar os aspetos e impactes ambientais
associados. Pode ser útil agrupar as atividades, produtos e serviços para auxiliar na identificação e avaliação
dos aspetos e impactes ambientais associados. O agrupamento ou categorização pode basear-se em
C

características comuns, tais como unidades organizacionais, localizações geográficas e fluxo de operações.

6.1.2.3 Determinação dos aspetos ambientais


Ao determinar os seus aspetos ambientais, no âmbito do seu sistema de gestão ambiental, a organização
deverá considerar uma perspetiva de ciclo de vida e os aspetos associados às suas atividades, produtos e
serviços passados, presentes e futuros. Em todo o caso, a organização deverá considerar as condições de
operação normais e anómalas, incluindo o arranque e paragem, a manutenção e situações de emergência
razoavelmente previsíveis.
Adicionalmente aos aspetos ambientais que pode controlar diretamente, a organização deverá também
considerar aspetos que pode influenciar, p. ex. relacionados com produtos e serviços utilizados pela
organização e com produtos e serviços que fornece. Ao avaliar a sua capacidade de influenciar os aspetos
ambientais, a organização deverá ter em consideração as suas obrigações de conformidade, as suas políticas e
as questões locais ou regionais. A organização deverá também considerar as implicações no seu próprio
desempenho ambiental, por exemplo pela compra de produtos que contenham materiais perigosos, atividades
desenvolvidas por fornecedores externos, incluindo contratados e subcontratados, design de produtos e
serviços, materiais, bens ou serviços fornecidos e utilizados e o transporte, utilização, reutilização, ou
reciclagem dos produtos colocados no mercado.
Para determinar os seus aspetos ambientais e ter uma boa compreensão dos mesmos, a organização pode
recolher dados quantitativos e/ou qualitativos das características das suas atividades, produtos e serviços, tais
como entradas e saídas de materiais ou energia, tecnologia e processos utilizados, instalações e localizações e
métodos de transporte. Adicionalmente, pode ser útil recolher informação sobre:
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a) relações causa-efeito entre elementos das suas atividades, produtos e serviços e alterações possíveis ou
reais no ambiente;
b) preocupações ambientais das partes interessadas;
c) possíveis aspetos ambientais identificados em regulamentos governamentais e licenças, noutras normas,
ou por associações industriais, instituições académicas, etc.
O processo de determinação de aspetos ambientais beneficia com a participação de indivíduos que estejam
familiarizados com as atividades, produtos e serviços da organização. Embora não haja uma abordagem
única para a determinação dos aspetos ambientais, a abordagem selecionada pode considerar:
 as emissões para a atmosfera;
 as descargas no meio hídrico;
 as descargas no solo;
 a utilização de matérias-primas e recursos naturais;
50
 a utilização de energia;
 a energia emitida (por exemplo, calor, radiação, vibração (ruído), luz);
 a produção de resíduos e/ou subprodutos;
 a utilização do espaço.
T1
Deverão ser considerados os aspetos ambientais relacionados com as atividades, produtos e serviços da
organização, tais como:
 o design e desenvolvimento das suas instalações, processos, produtos e serviços;
 a obtenção de matérias-primas, incluindo a extração;
C

 os processos operacionais ou produtivos, incluindo a armazenagem;


 a operação e manutenção de instalações, ativos organizacionais e infraestruturas;
 o desempenho ambiental e as práticas dos fornecedores externos;
 o transporte de produtos e a prestação de serviços de entrega, incluindo o embalamento;
 a armazenagem, a utilização e o tratamento no fim de vida dos produtos;
 a gestão de resíduos, incluindo a reutilização, a valorização, a reciclagem e o destino final.
NOTA: Na ISO/TR 14062 são fornecidas linhas de orientação sobre aspetos ambientais do design de produtos e na ISO 14006 são
fornecidas orientações sobre ecodesign.

6.1.2.4 Compreender os impactes ambientais


Para determinar a significância é necessária uma boa compreensão dos impactes ambientais da organização
relacionados com certos aspetos ambientais, especialmente os aspetos que podem conduzir a situações de
emergência. Existem várias abordagens. A organização deverá escolher uma que se adeque às suas
necessidades.
As informações diretamente disponíveis dos tipos de impactes ambientais associados aos aspetos ambientais
da organização podem ser suficientes para algumas organizações. Outras organizações podem escolher a
utilização de diagramas de causa-efeito ou fluxogramas que ilustrem as entradas, as saídas, ou os balanços de
massa/energia, ou outras abordagens, tais como avaliações de impacte ambiental ou avaliações de ciclo de
vida.
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NOTA 1: Na ISO 14040 e na ISO 14044 são fornecidas linhas de orientação sobre avaliações de ciclo de vida.

A abordagem escolhida deverá ser capaz de reconhecer:


 impactes ambientais positivos (benéficos), bem como impactes ambientais negativos (adversos);
NOTA 2: Aspetos ambientais com potenciais impactes ambientais benéficos podem apresentar oportunidades para a organização
melhorar as suas condições ambientais. Aspetos ambientais com impactes ambientais adversos podem apresentar uma ameaça para
a organização, podendo comprometer a sua capacidade de atingir os compromissos da sua política ambiental.

 impactes ambientais reais e potenciais;


 o(s) domínio(s) do ambiente que pode(m) ser afetado(s), tais como ar, água, solo, flora, fauna ou
património cultural;
 as características do local que podem ser afetadas pela magnitude do impacte ambiental, tais como as
condições climatéricas locais, a altura do lençol freático, o tipo de solo, etc.;
50
 a natureza das alterações no ambiente (tais como questões globais versus questões locais, o período de
tempo em que o impacte ambiental ocorre ou o potencial de acumulação do impacte ao longo do tempo).
A caixa de apoio prático 13 fornece possíveis fontes de informação que podem ajudar a organização a
determinar os seus aspetos e impactes ambientais.
T1
Caixa de apoio prático 13 – Possíveis fontes de informação para a determinação de aspetos ambientais e de
impactes ambientais
Possíveis fontes de informação incluem:
a) documentos com informação genérica, tais como brochuras, catálogos e relatórios anuais;
b) manuais de operação, fluxogramas de processo ou planos de produção ou de qualidade;
C

c) relatórios de auditorias anteriores, avaliações ou análises, tais como levantamentos ambientais iniciais ou avaliações
de ciclo de vida;
d) informações de outros sistemas de gestão, tais como sistema de gestão da qualidade ou da saúde e segurança do
trabalho;
e) dados de relatórios técnicos, análises ou estudos publicados, ou listas de substâncias tóxicas;
f) obrigações de conformidade;
g) códigos de práticas, políticas nacionais e internacionais, guias de orientação e programas;
h) dados de compras;
i) especificações de produtos, dados de desenvolvimento de produtos, fichas de dados de segurança (FDS) ou dados
de balanços de energia e de materiais;
j) inventários de resíduos;
k) dados de monitorização;
l) autorizações ambientais ou licenças de utilização;
m) opiniões, solicitações ou acordos com partes interessadas;
n) relatórios de situações de emergência.
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6.1.2.5 Determinação de aspetos ambientais significativos


A significância é um conceito que está relacionado com uma organização e o seu contexto. O que é
significativo para uma organização não é necessariamente significativo para outra. Avaliar a significância
tanto pode envolver análises técnicas como decisões, conforme determinado pela organização. A utilização
de critérios pode ajudar a organização a estabelecer quais os aspetos ambientais e os seus impactes
ambientais associados que considera significativos. Estabelecer e aplicar tais critérios deverá assegurar
consistência na avaliação da significância.
Uma vez que a organização pode ter muitos aspetos ambientais e impactes ambientais associados, deverá
estabelecer critérios e um método para determinar quais considera significativos. Os critérios podem estar
relacionados com o aspeto ambiental (p. ex. tipo, dimensão, frequência) ou com o impacte ambiental (p. ex.
escala, severidade, duração, exposição). Também poderão ser consideradas outras entradas para o
estabelecimento de critérios de significância, incluindo informação de obrigações de conformidade e as
preocupações de partes interessadas internas e externas. Contudo, a seleção destes critérios não deverá ser
feita de modo a desvalorizar um aspeto ambiental que seja significativo.
50
A organização pode definir níveis (ou valores) de significância para serem associados a cada critério. Por
exemplo, a avaliação de significância pode ser baseada numa combinação de verosimilhança
(probabilidade/frequência) de uma ocorrência e as suas consequências (severidade/intensidade). Alguns tipos
de escalas ou hierarquização podem ser úteis na atribuição da significância, por exemplo, quantitativamente
em termos de valor numérico, ou qualitativamente em termos de níveis, tais como alto, médio, baixo ou
negligenciável.
T1
A organização pode considerar útil avaliar a significância de um aspeto ambiental e o seu impacte ambiental
associado ao combinar resultados dos critérios. Deverá decidir que aspetos ambientais são significativos, p.
ex. ao usar valores limite. Contudo, se esta abordagem for aplicada, a organização deverá conseguir justificar
os valores limite. Aspetos ambientais significativos podem resultar em riscos e oportunidades que necessitam
de ser tratados para assegurar que a organização pode atingir os resultados pretendidos do seu sistema de
gestão ambiental e prevenir ou reduzir efeitos indesejados.
C

Para facilitar o planeamento, a organização deverá manter informação documentada apropriada sobre os
aspetos ambientais e os impactes ambientais associados identificados, os critérios utilizados para determinar
a sua significância e os aspetos ambientais significativos, incluindo os que podem ocorrer em potenciais
situações de emergência. A organização deverá utilizar esta informação para perceber a necessidade de
controlo operacional e determinar os meios correspondentes, incluindo os necessários para mitigar ou
responder a situações de emergência reais. A informação sobre os impactes ambientais identificados deverá
ser incluída, conforme apropriado. Esta informação deverá ser revista e atualizada periodicamente,
assegurando-se que é atualizada, quando as circunstâncias forem alteradas. Pode ser útil manter esta
informação na forma de lista, registo, base de dados ou outra.
NOTA: A determinação dos aspetos ambientais significativos não requer uma avaliação de impacte ambiental.

6.1.3 Obrigações de conformidade

6.1.3.1 Generalidades
As obrigações de conformidade podem resultar em riscos e oportunidades que necessitam ser tratados. A
primeira etapa no sentido de garantir o cumprimento das obrigações de conformidade é identificar e ter
acesso às obrigações de conformidade e compreender como estas se aplicam à organização. Utilizando o
conhecimento adquirido em 4.2.4, a organização deverá estabelecer, implementar e manter um processo para
identificar e ter acesso às obrigações de conformidade que estão relacionadas com os aspetos ambientais das
suas atividades, produtos e serviços. Este processo deverá permitir que a organização considere e se prepare
para as necessidades e expectativas, novas ou alteradas, das partes interessadas, de modo a que possam ser
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empreendidas ações preparatórias para manter a conformidade. A organização deverá também considerar o
modo como desenvolvimentos, novos ou planeados, e atividades, produtos e serviços, novos ou modificados,
podem afetar o seu estado de conformidade.
A organização deverá assegurar que são comunicadas informações apropriadas sobre as obrigações de
conformidade às pessoas que trabalham sob o seu controlo (incluindo fornecedores externos, tais como
subcontratados) cujas responsabilidades estão relacionadas com, ou cujas ações podem afetar, o
cumprimento das obrigações de conformidade.
Para mais informações sobre obrigações de conformidade relacionadas com sistemas de gestão ambiental,
consultar a caixa de apoio prático 14.

Caixa de apoio prático 14 – Obrigações de conformidade

50
A organização deverá estabelecer, implementar e manter os processos necessários e fornecer recursos adequados para os
elementos do sistema de gestão ambiental relacionados com as obrigações de conformidade, que se resumem na lista
seguinte:
a) estabelecer uma política ambiental que inclua o compromisso de cumprir as obrigações de conformidade (ver 5.2);
b) identificar, ter acesso e compreender como essas obrigações de conformidade se aplicam à organização (ver 4.2 e
6.1.3);
T1
c) estabelecer objetivos ambientais considerando as obrigações de conformidade (ver 6.2);
d) atingir objetivos ambientais relacionados com as obrigações de conformidade, através do seguinte:
 as funções, as responsabilidades, os processos, os meios e os horizontes temporais identificados para atingir os
objetivos ambientais relacionados com o cumprimento das obrigações de conformidade (ver 6.1.4);
 controlos operacionais (incluindo procedimentos, se necessário) para assegurar o compromisso de conformidade e
C

os objetivos ambientais relacionados com as obrigações de conformidade (ver 8.1);


e) assegurar que todas as pessoas que trabalham sob o controlo da organização estão conscientes dos processos
relacionados que lhes são aplicáveis e das consequências do não cumprimento das obrigações de conformidade (ver
7.3);
f) assegurar que todas as pessoas que trabalham sob o controlo da organização têm a necessária competência em
relação às suas obrigações de conformidade relacionadas com os processos que lhes são aplicáveis e à importância
do cumprimento das suas obrigações de conformidade, com base em educação, formação ou experiência
apropriadas (ver 7.2);
g) estabelecer processos de comunicação relevantes para o sistema de gestão ambiental, tendo em consideração as
obrigações de conformidade da organização (ver 7.4);
h) avaliar periodicamente o cumprimento das obrigações de conformidade (ver 9.1.2);
i) identificar quaisquer casos de incumprimento ou não conformidade e de previsíveis incumprimentos ou não
conformidades potenciais, e empreender ações de imediato para identificar, implementar e acompanhar as ações
corretivas (ver 10.1);
j) reter informação documentada como evidência dos resultados da sua avaliação de conformidade (ver 9.1.2);
k) tratar temas relacionados com o cumprimento das obrigações de conformidade aquando da realização de auditorias
periódicas ao sistema de gestão ambiental (ver 9.2);
l) considerar alterações nas obrigações de conformidade quando se procede à revisão pela gestão (ver 9.3).
O compromisso com as obrigações de conformidade reflete uma expectativa de que a organização emprega uma
abordagem sistemática para atingir e manter o cumprimento das obrigações de conformidade.
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6.1.3.2 Requisitos legais


A organização pode aceder a uma ou mais fontes de informação como meio para identificar os requisitos
legais relacionados com os seus aspetos ambientais. Tais fontes podem incluir entidades governamentais,
agências reguladoras, associações industriais ou grupos comerciais, bases de dados comerciais e publicações,
e ainda consultores e serviços profissionais. O processo deverá permitir que a organização antecipe e se
prepare para requisitos legais, novos ou alterados, de modo a que possa manter a conformidade.

6.1.3.3 Outros requisitos


A organização deverá também determinar como é que outras obrigações de conformidade que adotou,
resultantes de outras partes interessadas tal como identificado em 4.2, se relacionam com os aspetos
ambientais da organização.

6.1.3.4 Informação documentada

50
A organização deverá manter informação documentada das suas obrigações de conformidade, que pode ser
apresentada em forma de um registo ou de uma lista. Isto pode ajudar a manter a consciencialização e a
transparência, no que diz respeito aos requisitos aplicáveis. Esta informação deverá ser revista
periodicamente para assegurar que esteja atualizada. O registo ou lista pode incluir:
 a origem da obrigação de conformidade, incluindo a parte interessada relevante;
 uma visão geral da obrigação de conformidade;
T1
 o modo como a obrigação de conformidade se relaciona com os aspetos da organização e/ou com os
requisitos relevantes das partes interessadas.

6.1.4 Planeamento de ações


A organização deverá considerar e planear como empreender ações para tratar os aspetos ambientais
significativos, as obrigações de conformidade e os riscos e oportunidades que necessitam ser tratados, tal
C

como determinado em 6.1.1. A organização deverá planear empreender ações de várias maneiras usando os
seus processos do sistema de gestão ambiental ou outros processos de negócio. A organização deverá
também determinar a eficácia das ações empreendidas.
O planeamento para empreender ações pode incluir uma única ação, tal como estabelecer um objetivo
ambiental, operações de controlo operacional, preparação para emergências ou outro processo de negócio,
p. ex. avaliação de fornecedores. Em alternativa, a organização pode utilizar uma combinação de ações que
inclua objetivos ambientais e controlos operacionais envolvendo uma combinação de hierarquias de controlo.
No planeamento de ações, a organização deverá considerar opções e viabilidades tecnológicas e requisitos
financeiros, operacionais e de negócio. Como acontece com qualquer ação planeada, deverá considerar-se a
possibilidade de consequências inesperadas, p. ex. impactes adversos de curta ou longa duração sobre o
ambiente no ciclo de vida do produto ou serviço.
As organizações podem adotar uma variedade de métodos e técnicas para avaliar a eficácia das ações
empreendidas, desde técnicas estatísticas até comparações de resultados de monitorização e medição com os
níveis de desempenho esperados (ver 9.1). Alguns requisitos legais podem especificar a necessidade de
validação ou verificação da capacidade de desempenho e do desempenho real de certos controlos. Em alguns
casos, as organizações escolhem avaliar a eficácia das ações fora do sistema de gestão ambiental. Isto pode
ser feito, por exemplo, através de sistemas de gestão de saúde e segurança do trabalho ou através de
processos de engenharia ou de negócios. Se estas ações forem empreendidas fora do sistema de gestão
ambiental, podem ser referenciadas no mesmo.
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O Quadro A.1 apresenta exemplos de aspetos ambientais, impactes ambientais e riscos e oportunidades que
necessitam ser tratados, e as ações planeadas para os tratar em várias atividades.
O Quadro A.3 apresenta exemplos de riscos e oportunidades que necessitam ser tratados e as ações para os
tratar, relacionadas com as obrigações de conformidade.
O Quadro A.4 apresenta exemplos de riscos e oportunidade que necessitam ser tratados e as ações para os
tratar, relacionadas com outras questões e requisitos.

6.2 Objetivos ambientais e planeamento para os atingir

6.2.1 Generalidades
No processo de planeamento, a organização estabelece objetivos ambientais para cumprir os compromissos
estabelecidos na sua política ambiental e atingir outros objetivos. O processo para estabelecer e rever os
50
objetivos ambientais e o processo de implementação para os atingir fornece uma base sistemática para que a
organização melhore o desempenho ambiental em algumas áreas, mantendo o seu nível de desempenho
ambiental noutras.

6.2.2 Estabelecer objetivos ambientais


Ao estabelecer objetivos ambientais, a organização deverá considerar entradas, incluindo:
T1
 princípios e compromissos na sua política ambiental;
 os seus aspetos ambientais significativos (e informação desenvolvida na sua determinação);
 as suas obrigações de conformidade;
 riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados tal como determinado em 6.1.1, relacionados com
C

outras questões e requisitos que afetam o sistema de gestão ambiental.


A organização pode também considerar:
 os efeitos de atingir objetivos ambientais noutras atividades e processos;
 possíveis efeitos na imagem pública da organização;
 resultados das revisões ambientais;
 outros objetivos organizacionais.
Os objetivos ambientais deverão ser estabelecidos ao nível de topo da organização e a outros níveis e
funções, nos quais sejam levadas a cabo atividades importantes para atingir os compromissos da política
ambiental e os objetivos globais da organização. Os objetivos ambientais deverão ser consistentes com a
política ambiental e com os compromissos de proteção do ambiente, incluindo a prevenção da poluição, o
cumprimento das obrigações de conformidade e a melhoria contínua.
Um objetivo ambiental pode ser expresso diretamente como um nível específico de desempenho, ou pode ser
expresso de um modo genérico e definido posteriormente por uma ou mais metas, isto é, requisitos de
desempenho detalhados que deverão ser cumpridos para atingir um objetivo ambiental. Quando as metas são
definidas, estas deverão ser mensuráveis. As metas poderão ter de incluir um horizonte temporal.
Os objetivos ambientais que a organização estabelece deverão ser considerados como parte dos seus
objetivos globais de gestão. Tal integração pode aumentar o valor, não apenas do sistema de gestão
ambiental, mas também dos processos de negócio aos quais a integração de aplica.
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Os objetivos ambientais podem ser aplicáveis transversalmente na organização, ou mais estritamente num
sítio específico ou em atividades individuais. Por exemplo, uma fábrica poderá ter um objetivo global de
redução de energia que pode ser atingido por atividades de poupança num único departamento. Noutras
situações, no entanto, todas as partes da organização deverão contribuir, de algum modo, para atingir o
objetivo global. É também possível que diferentes partes da organização que visem o mesmo objetivo global,
possam necessitar de implementar diferentes ações para atingir os seus objetivos departamentais.
A organização deverá identificar os contributos de diferentes níveis e funções da organização para atingir os
seus objetivos ambientais e sensibilizar os membros individuais da organização para as suas
responsabilidades.
A documentação e a comunicação dos objetivos ambientais melhoram a capacidade da organização para
atingir os seus objetivos ambientais. A organização deverá manter informação documentada dos seus
objetivos ambientais, e a informação relacionada com os objetivos ambientais deverá ser fornecida aos que
são responsáveis por os atingir e às restantes pessoas que necessitam desta informação para executar funções
relacionadas, como é o caso do controlo operacional.
50
6.2.3 Planeamento de ações para atingir os objetivos ambientais
Parte do processo de planeamento pode incluir programa(s) para atingir os objetivos ambientais da
organização.
O programa deverá abordar funções, responsabilidades, processos, recursos, horizontes temporais,
T1
prioridades e as ações necessárias para atingir os objetivos ambientais. Estas ações podem lidar com
processos individuais, projetos, produtos, serviços, sítios ou instalações num sítio. As organizações podem
integrar programas para atingir os objetivos ambientais noutros programas dentro do seu processo de
planeamento estratégico. Os programas para atingir os objetivos ambientais ajudam a organização a melhorar
o seu desempenho ambiental. Estes deverão ser dinâmicos. Quando ocorrem mudanças nos processos,
atividades, serviços e produtos abrangidos pelo âmbito do sistema de gestão ambiental, os objetivos
ambientais e os programas associados deverão ser revistos conforme necessário.
C

6.2.4 Indicadores de desempenho


Os indicadores de desempenho da organização são uma importante ferramenta para monitorizar o seu
progresso no atingir dos objetivos ambientais e a melhoria contínua. A organização deverá estabelecer
indicadores de desempenho ambiental que podem produzir resultados objetivos, verificáveis e reprodutíveis.
Os indicadores deverão ser apropriados às atividades, produtos e serviços da organização, consistentes com a
política ambiental, práticos, rentáveis e tecnologicamente viáveis. Estes indicadores podem ser utilizados
para acompanhar o progresso da organização no atingir dos seus objetivos ambientais. Podem ainda ser
utilizados para outros fins, como parte do processo global de avaliação e melhoria do desempenho. A
organização pode considerar a utilização de indicadores de estado de ambiente (IEA), indicadores de
desempenho de gestão (IDG) e indicadores de desempenho operacional (IDO) apropriados aos seus aspetos
ambientais significativos. Na caixa de apoio prático 15 é fornecida informação adicional sobre indicadores
de desempenho.
NOTA: A ISO 14031 e a ISO/TS 14033 fornecem orientações para a seleção e utilização de indicadores de desempenho.

O Quadro A.2 dá exemplos de objetivos ambientais, de metas e de indicadores para atividades selecionadas.
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Caixa de apoio prático 15 – Indicadores de desempenho


O progresso de um objetivo ambiental pode ser geralmente medido utilizando indicadores de desempenho
ambiental, tais como:
– quantidade de matéria prima ou energia utilizada;
 quantidade de emissões, tais como CO2;
 resíduos produzidos por quantidade de produto acabado;
 eficiência na utilização de matérias-primas e energia;
 número de incidentes ambientais (p. ex. ultrapassagem de valores limite);
 número de acidentes ambientais (p. ex. descargas não planeadas);



percentagem de resíduos reciclados; 50
percentagem de materiais reciclados usados nas embalagens;
número de quilómetros efetuados por veículos de serviço, por unidade de produção;
 quantidade de poluentes específicos emitidos, p. ex. NOx, SOx, CO, COV, Pb e CFC;

T1
investimentos em proteção ambiental;
 número de autos levantados;
 área disponibilizada para habitat de vida selvagem;
 número de pessoas formadas na identificação de aspetos ambientais;
 percentagem do orçamento gasto em tecnologias pouco poluente.
C

7 Suporte

7.1 Recursos
A organização deverá determinar os recursos necessários para estabelecer, implementar, manter e melhorar o
sistema de gestão ambiental. Ao determinar os recursos necessários, a organização deverá considerar:
 infraestruturas;
 recursos fornecidos externamente;
 sistemas de informação;
 competência;
 tecnologia;
 recursos financeiros, humanos e outros, específicos para as suas atividades, produtos e serviços.
Os recursos deverão ser fornecidos de forma atempada e eficiente.
A atribuição de recursos deverá considerar as necessidades atuais e futuras da organização. Ao atribuir
recursos, a organização pode acompanhar os benefícios, bem como o capital e os custos das atividades
ambientais ou relacionadas. Questões como os custos dos equipamentos de controlo de poluição (despesas de
capital) e o tempo despendido das pessoas que trabalham sob o controlo da organização para que o sistema
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de gestão seja eficaz (despesas operacionais), podem ser incluídos. Os recursos e respetivas atribuições
deverão ser revistos periodicamente, inclusivamente no âmbito da revisão pela gestão, para assegurar a sua
adequabilidade. Ao avaliar a adequabilidade dos recursos, deverão ser consideradas alterações planeadas
e/ou novos projetos ou operações. A caixa de apoio prático 16 fornece informação adicional sobre recursos.

Caixa de apoio prático 16 – Recursos humanos, físicos e financeiros


Os recursos e a estrutura de uma organização mais pequena podem apresentar certas limitações à implementação do
sistema de gestão ambiental. Para ultrapassar estas limitações, a organização pode considerar estratégias de cooperação.
As opções podem incluir cooperação com:
 organizações de clientes e fornecedores de maior dimensão, para partilhar tecnologia e conhecimento;
 outras organizações na mesma cadeia de fornecimento ou no mesmo local, para definir e tratar questões comuns,
partilhar experiências, facilitar o desenvolvimento técnico, utilizar instalações comuns, e coletivamente, envolver
recursos externos;


consciencialização;
50
organizações de normalização, associações ou câmaras de comércio, para programas de formação e

universidades e outros centros de investigação, para apoiar melhorias de desempenho, a aplicação da perspetiva de
ciclo de vida e a inovação.

O conhecimento é um recurso importante para estabelecer e melhorar o sistema de gestão ambiental. Ao


T1
abordar os desafios do futuro, a organização deverá ter em conta a sua base atual de conhecimento e
determinar como adquirir ou aceder aos conhecimentos adicionais necessários.

7.2 Competência
O conhecimento, a compreensão, o saber fazer ou as aptidões permitem a um indivíduo adquirir a
competência necessária em matéria de desempenho ambiental. Todas as pessoas que trabalham sob o
C

controlo da organização que afetam ou podem afetar o seu desempenho ambiental, incluindo a sua
capacidade para cumprir as obrigações de conformidade, deverão ser competentes com base em formação,
ensino, experiência ou na combinação destas, como determinado pela organização. Estas pessoas incluem os
trabalhadores da própria organização, assim como outros que trabalham sob o seu controlo, tais como
fornecedores externos.
Os requisitos de competência não são limitados às pessoas cujo trabalho tem ou pode ter impacte
significativo no ambiente, mas também àquelas que gerem uma função ou assumem um papel crítico para
atingir os resultados pretendidos do sistema de gestão ambiental. A caixa de apoio prático 17 fornece
exemplos de necessidades de competência.
Muitas organizações não têm acesso a todas estas competências e poderão recorrer a prestadores de serviços
competentes para garantir o desempenho ambiental e o atingir dos resultados pretendidos do sistema de
gestão ambiental.
Caixa de apoio prático 17 – Exemplos de necessidades de competência
Potenciais áreas Funções Exemplos de competências/ Exemplos de meios para
de competência organizacionais- capacidades necessárias estabelecer competências
tipo
 Proficiência na  Formação e avaliação
Tecnologias Técnicos amostragem ambiental sobre requisitos e práticas
ambientais ambientais de recolha
 Capacidade de operar
equipamentos de  Certificação ou licença
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Caixa de apoio prático 17 – Exemplos de necessidades de competência


Potenciais áreas Funções Exemplos de competências/ Exemplos de meios para
de competência organizacionais- capacidades necessárias estabelecer competências
tipo
monitorização para utilização de
equipamento
 Diploma na área
Gestores de  Proficiência nos ambiental
programas regulamentos ambientais
ambientais aplicáveis  Formação sobre
regulamentos aplicáveis
 Sensibilização sobre  Formação sobre os
como o seu trabalho afeta impactes ambientais

Operações
ambientais
Pessoas cujas
atividades
profissionais
envolvem aspetos
ambientais
50 o desempenho ambiental
 Conhecimento dos
critérios operacionais que
necessitam de ser
associados ao seu
trabalho
 Formação sobre os
critérios operacionais
significativos satisfeitos para minimizar para assegurar que os
impactes ambientais processos são
T1
adversos controlados
 Capacidade de
estabelecer, implementar
e melhorar um sistema de
gestão ambiental
 Capacidade de
determinar os riscos e
C

oportunidades a  Experiência em
considerar para assegurar implementação de
que o sistema de gestão sistemas de gestão
Gestores ambiental permite atingir ambiental
ambientais os resultados pretendidos
e planear as ações  Formação sobre
apropriadas requisitos do sistema de
gestão ambiental
Sistemas de  Capacidade de analisar e
gestão ambiental atuar sobre os resultados
do desempenho
ambiental e das
obrigações de
conformidade da
organização
 Capacidade de
desenvolver e gerir  Formação na gestão de
Gestores de programas de auditoria programas
programas de para determinar a  Experiência em
auditoria eficácia do sistema de implementação de
gestão ambiental das programas
organizações
Gestão de topo  Conhecimento e  Formação em sistemas
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Caixa de apoio prático 17 – Exemplos de necessidades de competência


Potenciais áreas Funções Exemplos de competências/ Exemplos de meios para
de competência organizacionais- capacidades necessárias estabelecer competências
tipo
compreensão das de gestão ambiental e
implicações do estabelecimento de
estabelecimento e políticas ambientais
implementação de uma
política ambiental  Experiência em gestão
de negócios
 Conhecimento e
compreensão sobre a
disponibilidade de
recursos e sua aplicação a
um sistema de gestão
50
ambiental, incluindo a
atribuição de
responsabilidades e
autoridades

A organização deverá identificar as competências necessárias para atingir os resultados pretendidos do


T1
sistema de gestão ambiental e responder a lacunas, incluindo o empreendimento de ações necessárias para
adquirir as competências requeridas. A informação documentada pode ser útil para assegurar que as
necessidades de competências identificadas são tratadas e o progresso no tratamento de quaisquer lacunas é
acompanhado, e para permitir a comunicação de informação relevante às partes interessadas. No mínimo,
deverá ser retida a informação documentada apropriada como evidência das competências.
NOTA: Em 9.2 são fornecidas linhas de orientação relacionadas com as competências do auditor.
C

Quando a competência é adquirida através da formação, o(s) processo(s) da organização pode(m) incluir:
 a identificação das necessidades de formação;
 o design e desenvolvimento de um plano ou programa de formação que responda às necessidades de
formação identificadas;
 a realização da formação;
 a avaliação do resultado da formação;
 a documentação e monitorização da formação recebida;
Quando aplicável, a organização deverá avaliar a eficácia da formação e de outras ações empreendidas para
adquirir as competências necessárias, de modo a confirmar que o resultado esperado está a ser atingido.

7.3 Consciencialização
A gestão de topo tem uma responsabilidade fundamental na consciencialização numa organização em relação
ao sistema de gestão ambiental e desempenho ambiental, a fim de melhorar o conhecimento e promover
comportamentos que suportem os compromissos da política ambiental da organização. Isto inclui a
consciencialização dos trabalhadores e outras pessoas que trabalham sob o controlo da organização acerca
dos valores ambientais da organização, e de como estes valores podem contribuir para a estratégia de
negócio da organização (ver 5.1).
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A gestão de topo deverá assegurar que as pessoas que trabalham sob o controlo da organização são
encorajadas a:
 melhorar o desempenho ambiental;
 contribuir para os resultados pretendidos do sistema de gestão ambiental;
 reconhecer a importância de atingir os objetivos ambientais pelos quais são responsáveis ou
responsabilizados;
A gestão de topo deverá também assegurar que todas as pessoas que trabalham sob o controlo da organização
estejam conscientes do seguinte:
 política ambiental da organização e o seu compromisso com a política ambiental;
 importância da conformidade com os requisitos do sistema de gestão ambiental;
50
 contribuição para a eficácia do sistema de gestão ambiental;
 benefícios da melhoria do desempenho ambiental;
 responsabilidades e responsabilizações no sistema de gestão ambiental;
 aspetos ambientais significativos reais ou potenciais e impactes ambientais associados às suas atividades
profissionais;
T1
 riscos e oportunidades identificados que necessitam de ser tratados, em relação às suas atividades
profissionais, se aplicável;
 consequências de desvios aos requisitos aplicáveis do sistema de gestão ambiental, incluindo as
obrigações de conformidade da organização.
Exemplos de métodos para aumentar a consciencialização podem incluir a comunicação interna, os sinais
C

visuais e cartazes, as campanhas, a formação ou o ensino e a tutoria.

7.4 Comunicação
7.4.1 Generalidades
A organização deverá estabelecer processos de comunicação relevantes para o sistema de gestão ambiental,
tendo em conta as obrigações de conformidade da organização. Estes processos deverão identificar:
 que informação necessita de ser comunicada;
 quando ou em que circunstâncias necessita de ser comunicada;
 a quem necessita de ser comunicada;
 como será comunicada.
A organização pode considerar os potenciais custos e benefícios de diferentes abordagens no
desenvolvimento de processos para comunicação que sejam apropriados a cada circunstância particular.
A comunicação da informação ambiental deverá ser baseada na informação gerada dentro do sistema de
gestão ambiental e consistente com esta, incluindo a avaliação interna do desempenho ambiental da
organização (ver 9.1).
NOTA: Na ISO 14063 é fornecida informação adicional sobre comunicação.
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Ao determinar como pretende comunicar, a organização deverá considerar diferentes métodos de


comunicação que encorajem o conhecimento e a aceitação do esforço da gestão ambiental da organização e a
promoção do diálogo com as partes interessadas. Os métodos de comunicação incluem, por exemplo,
discussões informais, dias abertos na organização, grupos dedicados (focus groups), diálogo com a
comunidade, eventos que envolvem a comunidade, sítios da internet e correio eletrónico, notícias, anúncios e
publicações periódicas, relatórios anuais ou periódicos e linhas telefónicas dedicadas.
A organização deverá considerar e responder a questões relevantes, preocupações, ou outros dados de
entrada comunicados do seu sistema de gestão ambiental. Pode ser benéfico estabelecer um processo para
receber e responder a tais comunicações internas e externas.
A organização deverá reter informação documentada como evidência das suas comunicações, como
apropriado, para:
 rastrear a história de uma comunicação de uma parte interessada específica, de inquéritos ou de
preocupações;
50
 compreender a natureza do compromisso de diversas partes interessadas ao longo do tempo;
 melhorar a eficácia da organização no desenvolvimento de comunicações futuras e no acompanhamento
e tratamento de preocupações de partes interessadas específicas, quando necessário.
Algumas comunicações não necessitam de ser documentadas se não acrescentarem benefício ao sistema de
gestão ambiental, p. ex. comunicações informais. A organização, no estabelecimento do(s) seu(s) processo(s)
T1
de comunicação, deverá ter em conta a sua natureza e dimensão, os seus aspetos ambientais significativos e a
natureza e necessidades e expectativas das suas partes interessadas.
A organização deverá considerar os seguintes passos no processo:
 reunir informação ou realizar inquéritos, incluindo de partes interessadas relevantes (ver 4.2);
 determinar a(s) audiência(s)-alvo e as suas necessidades de informação ou diálogo;
C

 selecionar informação relevante para os interesses da audiência;


 decidir qual a informação a comunicar à audiência-alvo;
 determinar quais métodos e formatos são apropriados para a comunicação;
 avaliar e periodicamente determinar a eficácia do processo de comunicação.
Os principais componentes de comunicação de um sistema de gestão ambiental estão resumidos na caixa de
apoio prático 18. Estes componentes são recomendados como sendo essenciais, mínimos, e a organização
pode ir além destes, se necessário para uma comunicação eficaz e relevante para o sistema de gestão
ambiental.

Caixa de apoio prático 18 – Comunicação do sistema de gestão ambiental


Principais componentes de comunicação:
A gestão de topo deverá comunicar a importância da eficácia do sistema de gestão ambiental e a conformidade com os
requisitos do sistema de gestão ambiental (ver 5.1).
A gestão de topo deverá assegurar que os elementos seguintes são comunicados na organização:
 a política ambiental (ver 5.2);
 as responsabilidades e autoridades para as funções relevantes (ver 5.3).
A organização deverá comunicar:
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 os seus aspetos ambientais significativos aos vários níveis e funções da organização, como apropriado (ver 6.1.2.5);
 os seus objetivos ambientais (ver 6.2.2);
 os seus requisitos ambientais relevantes aos fornecedores externos, incluindo subcontratados (ver 8.1);
 informação relevante sobre o desempenho ambiental, interna e externamente, como determinado pelo(s) seu
processo(s) de comunicação e como requerido pelas suas obrigações de conformidade (ver 9.1.1).
A organização deverá assegurar que os resultados das auditorias internas são reportados à gestão relevante (ver 9.2).
A revisão pela gestão de topo do sistema de gestão ambiental da organização deverá incluir considerações sobre a(s)
comunicação(ões) das partes interessadas (ver 9.3).

7.4.2 Comunicação interna


A comunicação na organização e entre e os diferentes níveis e funções é essencial para a eficácia do sistema
50
de gestão ambiental. Por exemplo, a comunicação é importante para a resolução de problemas, para a
coordenação de atividades, para o acompanhamento de planos de ação e para o desenvolvimento futuro do
sistema de gestão ambiental. O fornecimento de informação apropriada àqueles que trabalham sob o controlo
da organização contribui para os motivar e encorajar a aceitar o esforço da organização para melhorar o
desempenho ambiental. Isto pode ajudar trabalhadores e fornecedores externos que trabalham sob o controlo
da organização a cumprir as suas responsabilidades e pode ajudar a organização a atingir os seus objetivos
T1
ambientais. A organização deverá ter um processo que permita a comunicação a todos os níveis da
organização. Isto pode possibilitar comentários e sugestões que melhoram o sistema de gestão ambiental e o
desempenho ambiental da organização. Os resultados da monitorização do sistema de gestão ambiental,
auditoria e revisão pela gestão deverão ser comunicados às pessoas apropriadas na organização.

7.4.3 Comunicação externa


A comunicação com as partes interessadas externas pode ser uma ferramenta importante e eficaz para a
C

gestão ambiental. A organização deverá ter em conta requisitos de comunicação associados às suas
obrigações de conformidade e aos seus processos de comunicação (ver 7.4.1) e comunicar externamente a
informação relevante para o sistema de gestão ambiental, como requerido. Pode ainda considerar se irá
comunicar externamente às suas partes interessadas os seus aspetos ambientais, incluindo aqueles que estão
relacionados com a distribuição, utilização e destino final de produtos.
No caso de situações de emergência que possam afetar ou preocupar partes interessadas externas, a
organização deverá dispor de um processo de comunicação com essas partes interessadas. A organização
pode considerar útil documentar os seus processos de comunicação externa.
NOTA: Ver também 8.2 sobre preparação e resposta a emergências.

A comunicação a partes interessadas externas relativa ao desempenho ambiental da organização deverá ser
rigorosa, fiável e verificável (ver ISO/TS 14033). Alegações relacionadas com o desempenho ambiental
podem, por exemplo, estar num formato de relatório de sustentabilidade, documentos promocionais ou
campanhas publicitárias. As organizações podem equacionar a verificação das suas alegações de
desempenho ambiental.
Para linhas de orientação relacionadas com desempenho de uma organização, ver a ISO 14031. Para linhas
de orientação sobre alegações ambientais relacionadas com produtos, ver a ISO/TS 14033 e a ISO 14020.
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7.5 Informação documentada

7.5.1 Generalidades
A organização deverá desenvolver e manter a informação documentada adequada para assegurar que o seu
sistema de gestão ambiental está a operar de forma eficaz, é entendido pelas pessoas que trabalham sob o
controlo da organização e outras partes interessadas relevantes, e que os processos associados ao sistema de
gestão ambiental são realizados como planeado. A informação documentada deverá ser recolhida e mantida
de forma a refletir a cultura e as necessidades da organização.
A informação documentada sob a forma de processos, planos e programas, por exemplo, deverá ser mantida,
conforme apropriado, para garantir a consistência, a atualidade e a repetibilidade dos resultados. A
informação documentada sob a forma de registos deverá ser mantida como evidência dos resultados
alcançados ou das atividades realizadas, a fim de demonstrar a implementação eficaz dos requisitos do
sistema de gestão ambiental. A informação que serve como registo dos resultados alcançados ou evidências
das atividades realizadas é parte da informação documentada da organização, mas poderá ser controlada
através de diferentes processos de gestão. 50
Para uma gestão eficaz das suas atividades principais (p. ex. as atividades associadas aos seus riscos e
oportunidades identificados que necessitam de ser tratados), a organização pode descrever a realização das
atividades estabelecendo um ou mais processos, o(s) qual(is) pode(m) ser documentado(s) e pode(m)
descrever com o detalhe apropriado como as atividades são geridas. Caso a organização opte por não
documentar um processo, as pessoas afetadas, que trabalhem sob o controlo da organização, deverão ser
T1
informadas sobre os requisitos a serem cumpridos, conforme apropriado, por meio de comunicação ou
formação.
A organização pode optar por documentar o seu sistema de gestão sob a forma de um manual, o qual
constitui uma visão geral ou resumida do sistema, descrevendo os elementos principais, e que pode fornecer
orientações para a informação documentada associada. Não é obrigatório que a estrutura deste manual do
sistema de gestão ambiental siga a estrutura da ISO 14001 ou de qualquer outra norma (ver caixa de apoio
C

prático 19).
A extensão da informação documentada pode variar de uma organização para outra. A criação de informação
documentada desnecessária ou complexa pode diminuir a eficácia do sistema de gestão ambiental. Ao
considerar a extensão da informação documentada a criar, a organização pode, portanto, considerar os
benefícios de uma informação documentada no que diz respeito à eficácia, à continuidade e à melhoria
contínua do sistema de gestão ambiental.
A informação documentada pode ser controlada através de qualquer suporte (papel, digital, registo
fotográfico e cartazes) que seja útil, legível, de fácil compreensão e acessível àqueles que necessitam das
informações nele contidas.
Se os processos do sistema de gestão ambiental estiverem alinhados com os de outros sistemas de gestão, a
organização pode combinar a informação ambiental documentada relevante com a informação documentada
desses outros sistemas de gestão.
A principal informação documentada relacionada com o sistema de gestão ambiental encontra-se resumida
na caixa de apoio prático 19. Esta é a informação essencial, mínima, que deverá ser documentada. A
organização pode ir além destes requisitos mínimos, se necessário para a eficácia do seu sistema de gestão
ambiental.
Caixa de apoio prático 19 – Informação documentada
A organização deverá manter a seguinte informação documentada:
 o âmbito de aplicação do sistema de gestão ambiental (ver 4.3);
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 a política ambiental (ver 5.2);


 as riscos e oportunidades identificados que necessitam de ser tratados (ver 6.1.1);
 os processos requeridos em 6.1.1 a 6.1.4, na medida necessária para ter confiança de que estes são
realizados conforme planeados (ver 6.1.1);
 os aspetos ambientais e impactes ambientais associados, os critérios utilizados para determinar os aspetos
ambientais significativos, e os aspetos ambientais significativos (ver 6.1.2);
 as obrigações de conformidade (ver 6.1.3);
 informações sobre os objetivos ambientais (ver 6.2.1);
 informação relacionada com os processos de controlo operacional necessários para satisfazer os
requisitos do sistema de gestão ambiental, na medida do necessário para ter a confiança de que os
50
processos foram realizados conforme planeado (ver 8.1);
 os processos necessários para a preparação e resposta às potenciais situações de emergência identificadas
em 6.1.1, na medida do necessário para ter a confiança de que os processos são realizados conforme
planeado (ver 8.2).
A organização deverá reter informação documentada como evidência (registos) do seguinte:
T1
 competências, conforme apropriado (ver 7. 2);
 comunicações, conforme apropriado (ver 7.4.1);
 monitorização, medição, análise e avaliação de resultados, conforme apropriado (ver 9.1.1);
 resultado(s) da avaliação da conformidade (ver 9.1.2);
 implementação do programa de auditoria e resultados da auditoria (ver 9.2);
C

 resultados das revisões pela gestão (ver 9.3);


 natureza das não conformidades identificadas e quaisquer ações subsequentes empreendidas, e os
resultados de qualquer ação corretiva (ver 10.2).
Outros exemplos de informação documentada incluem a descrição de programas e responsabilidades,
procedimentos, informação de processos, organogramas, normas internas e externas e planos de emergência
das instalações.

7.5.2 Criação e atualização


Ao criar e atualizar informação documentada relacionada com o sistema de gestão ambiental, a organização
deverá assegurar que o seguinte é apropriado:
 identificação e descrição (p. ex. título, data, autor ou número de referência);
 formato (p. ex. idioma, versão do software, gráficos) e suporte (p. ex. papel, eletrónico);
 revisão interna e aprovação quanto à pertinência e adequação da informação.

7.5.3 Controlo da informação documentada


O controlo da informação documentada do sistema de gestão ambiental é importante para assegurar que:
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 a informação pode ser identificada com a organização, a divisão, a função, a atividade ou a pessoa de
contacto apropriadas;
 a informação mantida pela organização é regularmente analisada, revista quando necessário e aprovada
por uma pessoa devidamente autorizada, antes da sua emissão;
 as versões atuais da informação documentada relevante estão disponíveis em todos os locais onde as
operações essenciais ao funcionamento eficaz do sistema são efetuadas, incluindo as necessárias para
assegurar o cumprimento dos requisitos;
NOTA: Quando a disponibilização de informação documentada não é exequível, as ações que cumpram com as práticas prescritas
podem ser consideradas adequadas.

 a informação obsoleta é prontamente retirada de todos os locais de emissão e de utilização (em algumas
circunstâncias, p. ex. para fins de preservação legal e/ou conservação do conhecimento, a informação
documentada obsoleta pode ser mantida como evidência dos resultados alcançados).
A informação documentada pode ser controlada de forma eficaz através de:
50
 desenvolvimento de um formato único apropriado que inclua títulos, números, datas, revisões, histórico
de revisões e autoridade responsável pela revisão;
 atribuição da revisão e aprovação da informação documentada mantida pela organização a pessoas com
as capacidades técnicas e autoridade hierárquica suficientes;
 manutenção de um sistema de distribuição eficaz.
T1
8 Operacionalização

8.1 Planeamento e controlo operacional


C

8.1.1 Orientação geral: controlo operacional


A organização deverá assegurar que as suas operações e processos associados são realizados de uma forma
controlada, a fim de cumprir com os compromissos da sua política ambiental, atingir os seus objetivos
ambientais e gerir os seus aspetos ambientais significativos, as suas obrigações de conformidade e os seus
riscos e oportunidades que devem ser tratados. Para planear controlos operacionais eficazes e eficientes, a
organização deverá determinar onde tais controlos são necessários e para que objetivo. Deverá, assim,
estabelecer os tipos e níveis de controlo que satisfazem as necessidades da organização. Os controlos
operacionais selecionados deverão ser mantidos e avaliados periodicamente para garantir que se mantêm
eficazes.
Ao determinar os controlos necessários, ou ao considerar alterações nos controlos existentes, deverão ser
considerados os riscos, bem como as oportunidades, que necessitam de ser tratados e quaisquer efeitos
indesejados que deles podem resultar. A organização deverá controlar as alterações planeadas e rever os
efeitos indesejados dessas alterações, empreendendo ações para mitigar quaisquer efeitos adversos, conforme
necessário.
Ao considerar os controlos para os impactes ambientais adversos, a organização pode observar a seguinte
hierarquia:
 eliminação, como por exemplo a proibição da utilização de PCB, CFC, etc.;
 substituição, como por exemplo a mudança de tintas à base de solvente para tintas à base de água;
 controlos de engenharia, tais como os controlos de emissões, tecnologias de redução, etc.;
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 controlos administrativos, tais como procedimentos, controlos visuais, instruções de trabalho, fichas de
dados de segurança (FDS), etc.
Para evitar desvios à política ambiental, aos objetivos ambientais e às obrigações de conformidade, pode ser
elaborada informação documentada, conforme apropriado, para explicar, por exemplo:
 uma sequência específica de atividades que devem ser levadas a cabo;
 as qualificações necessárias do pessoal envolvido, incluindo a qualidade de execução exigida;
 as variáveis chave que deverão ser mantidas dentro de determinados limites, por exemplo, temporais,
físicas, biológicas;
 as características dos materiais a utilizar;
 as características das infraestruturas a utilizar;
50
 as características dos produtos resultantes do processo.

8.1.2 Identificação das necessidades para os controlos operacionais


A organização pode usar controlos operacionais para:
 gerir os aspetos ambientais significativos identificados;
T1
 assegurar o cumprimento das obrigações de conformidade;
 atingir os objetivos ambientais e assegurar a consistência com a sua política ambiental, incluindo o
compromisso com a proteção do ambiente, a prevenção da poluição e a melhoria contínua;
 evitar ou minimizar os impactes adversos para o ambiente ou os efeitos adversos para a organização;
 maximizar as oportunidades.
C

Com base no âmbito do seu sistema de gestão ambiental e nas ações determinadas em 6.1 e 6.2, a
organização deverá determinar os controlos operacionais necessários (ver 6.1 e 6.2), utilizando uma
perspetiva de ciclo de vida, incluindo controlos para operações relacionadas com funções, tais como a
investigação e o desenvolvimento, o design, as vendas, o marketing, as compras e a gestão de instalações.
O tipo e extensão do controlo ou influência a ser aplicado durante as fases do ciclo de vida deverá ser
definido no sistema de gestão ambiental.
A perspetiva de ciclo de vida deverá ser considerada o mais cedo possível, ou seja, no processo de design e
desenvolvimento. Isto irá proporcionar uma maior oportunidade para fazer melhorias no desempenho
ambiental global das atividades, processos, produtos ou serviços, e ajudar a organização a reduzir o potencial
de transferência de impactes ambientais adversos para outras fases. Isto resultará num valor acrescentado
para a organização e para a proteção do ambiente.
Muitas organizações podem ter os seus aspetos ambientais significativos na fase de utilização ou na
aplicação das informações fornecidas pela organização. Exemplos de métodos para influenciar os aspetos
ambientais significativos poderiam, então, incluir:
 fornecer formação sobre como gerir os impactes ambientais relevantes;
 fornecer fácil acesso à informação (p. ex. em sites, sob a forma de perguntas mais frequentes (FAQ));
 criar grupos de utilizadores para partilhar informações e manter os utilizadores atualizados.
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Conforme aplicável, a organização deverá considerar o modo como os fornecedores externos e os processos
subcontratados podem afetar a sua capacidade de gerir os seus aspetos ambientais e cumprir as suas
obrigações de conformidade. A organização deverá estabelecer os controlos operacionais necessários, tais
como procedimentos documentados, contratos ou acordos com fornecedores, ou instruções para o utilizador
final, e comunicá-los aos seus subcontratados, fornecedores e utilizadores, conforme apropriado. Um
processo subcontratado pode ser sujeito a controlo ou influência. Um processo subcontratado é aquele que
cumpre todos os seguintes critérios:
a) a função ou o processo é parte integrante do funcionamento da organização;
b) a função ou o processo é necessário para que o sistema de gestão ambiental atinja os resultados
pretendidos;
c) a responsabilidade pela conformidade de uma função ou de um processo com os requisitos é mantida
pela organização;
d) a organização e o fornecedor externo têm uma relação, p. ex. em que o processo é entendido pelas partes
50
interessadas como sendo executado pela organização.
NOTA 1: O design pode significar o desenvolvimento de um novo produto, enquanto os produtos existentes podem ser sujeitos a
melhoria ou redesign.
NOTA 2: Nas ISO 14006 e ISO/TR 14062 é fornecida informação adicional sobre a perspetiva do ciclo de vida durante o processo
de design.
NOTA 3: Nas ISO 14020, ISO 14021, ISO 14024, ISO 14025, ISO 14046 e ISO/TS 14067 é fornecida informação adicional sobre a
T1
informação do produto.

8.1.3 Estabelecimento dos controlos operacionais


Os controlos operacionais podem assumir várias formas, tais como procedimentos, instruções de trabalho,
controlos físicos, utilização de pessoal competente, ou qualquer combinação destes. A escolha dos métodos
específicos de controlo depende de uma série de fatores, tais como o saber-fazer e a experiência das pessoas
C

responsáveis pela operação e a complexidade e significância ambiental da operação em si. A organização


pode optar por planear e estabelecer processos para aumentar a sua capacidade de implementar os controlos
de uma forma consistente.
Uma abordagem comum para estabelecer os controlos operacionais pode incluir:
a) a escolha de um método de controlo;
b) a seleção de critérios operacionais aceitáveis, p. ex. as características de funcionamento de máquinas e as
medições de peso ou de temperatura;
c) o estabelecimento de processos, conforme necessário, que definem como as operações identificadas são
planeadas, executadas e controladas;
d) a documentação destes processos, conforme necessário, sob a forma de instruções, cartazes, formulários,
vídeos, fotografias, etc.;
e) a aplicação de opções tecnológicas, tais como sistemas automatizados, materiais, equipamentos e
software.
Os controlos operacionais podem ainda incluir disposições para medição, monitorização e avaliação, e para
determinar se os critérios operacionais estão a ser cumpridos.
Uma vez estabelecidos os controlos operacionais, a organização deverá monitorizar a implementação
continuada e a eficácia desses controlos, bem como planear e empreender qualquer ação necessária.
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8.2 Preparação e resposta a emergências


Na preparação da resposta a uma situação de emergência, deverá ser considerado o impacte ambiental inicial
que pode resultar, bem como qualquer impacte ambiental secundário que pode resultar da resposta ao
impacte ambiental inicial. Por exemplo, na resposta a um incêndio, deverá ser considerado o potencial de
poluição do ar.
Ao preparar a resposta a situações de emergência razoavelmente previsíveis, deverá ser dada especial
atenção às condições de paragem e de arranque e às condições de operação anómala. Ver 6.1.1 para a
determinação de situações de emergência.
A organização deverá estar preparada para diferentes tipos de situações, tais como derrames de produtos
químicos de pequena escala, falha do equipamento de redução de emissões, ou situações ambientais graves
que possam colocar em perigo os seres humanos e o ambiente em grande escala. A organização deverá estar
preparada para cada tipo de situação de emergência razoavelmente previsível.
50
É da responsabilidade de cada organização desenvolver planos de preparação e resposta a situações de
emergência adaptados às suas necessidades específicas. Ao estabelecer esses planos, a organização deverá
considerar:
 condições ambientais externas atuais e potenciais, incluindo desastres naturais;
 a natureza dos perigos da instalação, p. ex. líquido inflamável, tanques de armazenamento ou gases
T1
comprimidos, e as medidas a tomar em caso de derrames ou descargas acidentais;
 o tipo e escala mais prováveis de uma situação de emergência;
 os equipamentos e os recursos necessários;
 o potencial de uma ou mais situações de emergência numa instalação nas proximidades (p. ex fábrica,
estrada, linha ferroviária);
C

 o(s) método(s) mais adequados(s) de resposta a uma situação de emergência;


 as ações necessárias para minimizar os danos ambientais;
 a organização da emergência e as responsabilidades;
 os circuitos de evacuação e os pontos de encontro;
 a lista do pessoal chave e de organismos de socorro, incluindo contactos, p. ex. bombeiros e serviços de
limpeza de derrames;
 a possibilidade de assistência mútua de organizações vizinhas;
 os processos de comunicação internos e externos;
 a(s) ação(ões) empreendidas de mitigação e resposta para diferentes tipos de situação(ões) de
emergência;
 o(s) processo(s) para efetuar uma avaliação pós-emergência, incluindo a avaliação da resposta planeada,
para estabelecer e implementar ações corretivas e preventivas;
 os testes periódicos do(s)procedimento(s) de emergência;
 informação sobre materiais perigosos, incluindo o impacte potencial de cada material no ambiente, e as
medidas a tomar em caso de emissão acidental;
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 os requisitos de formação ou competência, incluindo os aplicáveis às equipas de intervenção de


emergência e o teste da sua eficácia.
Ao planear a preparação para emergências, podem ser consideradas as ligações com outros sistemas de
gestão relacionados com a continuidade do negócio e com a saúde e segurança do trabalho.
A organização deverá manter informação documentada na extensão necessária para ter confiança de que os
processos necessários para a preparação e resposta a emergências são executados conforme planeado.

9 Avaliação do desempenho 


9.1 Monitorização, medição, análise e avaliação

9.1.1 Generalidades
50
A organização deverá ter uma abordagem sistemática para monitorização, medição, análise e avaliação do
seu desempenho ambiental de forma regular. Isto pode permitir à organização reportar e comunicar com
precisão o seu desempenho ambiental.
A monitorização refere-se geralmente a processos onde observações são efetuadas ao longo do tempo, sem
utilizar necessariamente equipamento de monitorização. A medição refere-se geralmente a processos onde
um equipamento é tipicamente utilizado para determinar propriedades quantitativas ou qualitativas. Por essa
T1
razão, a medição pode implicar a necessidade de controlos adicionais que assegurem a fiabilidade sustentada
desse equipamento (p. ex. calibração), quando apropriado.
A organização deverá determinar o que necessita de ser monitorizado e medido, tendo em consideração os
seus objetivos ambientais, os aspetos ambientais significativos, as obrigações de conformidade e os controlos
operacionais. Tal deverá incluir a determinação da frequência e dos métodos utilizados para recolher os
dados.
C

De modo a concentrar os seus recursos nas medições mais importantes, a organização deverá selecionar os
indicadores relevantes que são fáceis de compreender e que fornecem informação útil para avaliação do seu
desempenho ambiental. A seleção dos indicadores deverá refletir a natureza e escala das operações da
organização e ser apropriada aos seus impactes ambientais. Exemplos de indicadores incluem parâmetros
físicos, tais como as temperaturas, as pressões, o pH, a utilização de materiais, a eficiência energética, a
escolha de embalagem e o transporte. Para orientação na seleção de indicadores, ver a ISO 14031.
A monitorização e a medição podem servir várias finalidades num sistema de gestão ambiental, tais como:
 acompanhar o progresso no atingir dos compromissos da política ambiental, dos objetivos ambientais e
da melhoria contínua;
 fornecer informação para determinar aspetos ambientais significativos;
 recolher dados sobre emissões e descargas para cumprimento das obrigações de conformidade;
 recolher dados sobre a utilização de água, energia ou matérias-primas para atingir os objetivos
ambientais.
 fornecer dados para suportar ou avaliar os controlos operacionais;
 fornecer dados para avaliar o desempenho ambiental da organização;
 fornecer dados para avaliar o desempenho do sistema de gestão ambiental.
NOTA 1: Na ISO 14031 são fornecidas orientações adicionais sobre a avaliação do desempenho ambiental.
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NOTA 2: Na ISO/TS 14033 são fornecidas orientações adicionais sobre informação ambiental quantitativa.

A monitorização e a medição deverão ser conduzidas sob condições controladas, com processos apropriados
para garantir a validade dos resultados, tais como:
 seleção das técnicas de amostragem e de recolha de dados;
 disponibilização de calibração adequada ou de verificação do equipamento de medição;
 utilização de normas de medição que sejam rastreáveis a normas de medição internacionais ou nacionais;
 utilização de pessoal competente;
 utilização de métodos de controlo de qualidade pertinentes que incluam a interpretação dos dados e a
análise de tendências.
As organizações deverão considerar, quando apropriado, utilizar laboratórios cujas técnicas de teste tenham
50
sido acreditadas por um organismo nacional de acreditação ou aprovadas por reguladores. Se a acreditação
ou aprovação não é possível ou não está disponível, então a organização pode considerar outros métodos
pertinentes para verificar a precisão dos resultados, tais como análise de amostras repartidas, teste de
materiais de referência certificados e programas de ensaios de aptidão.
Os resultados da monitorização e medição deverão ser analisados e utilizados para identificar não
conformidades, o respeito dos limites especificados pelas obrigações de conformidade, tendências de
T1
desempenho e oportunidades para melhoria contínua. A análise dos dados pode incluir a consideração da
qualidade, da validade, da adequação e da exaustividade dos dados necessários para produzir informação
fiável. Podem ser utilizadas ferramentas estatísticas para aumentar a fiabilidade das decisões sobre se um
resultado desejável foi atingido ou não. Estas ferramentas podem incluir, conforme apropriado, técnicas
gráficas, indexação, agregação ou ponderação.
Procedimentos escritos para conduzir a monitorização, medição, análise e avaliação podem ajudar a fornecer
C

consistência, reprodutibilidade e fiabilidade dos dados produzidos. Os resultados da monitorização, medição,


análise e avaliação deverão ser retidos como informação documentada.

9.1.2 Avaliação da conformidade


A organização deverá estabelecer um processo para avaliar em que medida as suas obrigações de
conformidade são cumpridas, através da monitorização, medição, análise e revisão do seu desempenho face
às suas obrigações de conformidade, como determinado em 4.2 e 6.1.3 Este processo pode ajudar a
organização a demonstrar o seu compromisso para cumprir as obrigações de conformidade, compreender o
seu estado de conformidade, reduzir o potencial de incumprimentos regulamentares e evitar ações adversas
das suas partes interessadas.
O desempenho face a todas as obrigações de conformidade deverá ser avaliado periodicamente, embora a
frequência e o tempo possam diferir, dependendo:
 dos requisitos legais da organização;
 da relevância de outros requisitos adotados como obrigações de conformidade;
 das alterações das obrigações de conformidade;
 do desempenho passado da organização relacionado com uma obrigação de conformidade, incluindo os
potenciais efeitos adversos associados à não conformidade;
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 das variações expectáveis no desempenho de um processo ou atividade; p. ex. o desempenho de uma


estação de tratamento de águas residuais pode variar dependendo do volume de água residual
rececionado.
A avaliação da conformidade deverá ser um processo iterativo que utiliza a saída de outras áreas do sistema
de gestão ambiental para determinar se a organização está a cumprir as suas obrigações de conformidade. Os
métodos utilizados para a avaliação de conformidade podem incluir a recolha de informações e de dados, por
exemplo através de:
 visitas e inspeções às instalações;
 observações diretas ou entrevistas;
 revisões em fase de projeto ou de obra;
 revisões de análises de amostras ou de resultados de testes, e comparação com os limites regulamentares;
 verificação da amostragem ou de testes;

documentos regulamentares a submeter).


50
 revisão de informação documentada exigida legalmente (p. ex. registos de resíduos perigosos,

As auditorias internas (ver 9.2) podem ser utilizadas para determinar a eficácia do(s) processo(s)
estabelecidos e implementados para avaliar o cumprimento das obrigações de conformidade, mas não podem
ser utilizadas para demonstrar que as obrigações de conformidade da organização foram cumpridas. No
T1
entanto, podem ser aplicadas pela organização técnicas de auditoria para avaliar o cumprimento das suas
obrigações de conformidade.
As obrigações de conformidade podem ser consideradas numa variedade de processos do sistema de gestão
ambiental, tais como:
 determinação dos aspetos ambientais significativos (ver 6.1.2.5) e dos riscos e oportunidades que devem
ser tratados (ver 6.1.1);
C

 planeamento das ações (ver 6.1.4);


 estabelecimento dos objetivos ambientais (ver 6.2.2.);
 desenvolvimento dos processos para consciencialização (ver 7.3), comunicação externa (ver 7.4.3),
planeamento e controlo operacional (ver 8.1) e monitorização e medição (ver 9.1).
A eficácia destes processos e dos resultados atingidos podem também fornecer evidências de cumprimento
das suas obrigações de conformidade.
A organização pode escolher rever relatórios e comunicações fornecidos pelas partes interessadas (p. ex.
relatórios de inspeções regulamentares à instalação ou auditorias de cliente) ou comunicar com as partes
interessadas especificamente sobre as suas obrigações de conformidade.
A organização deverá empreender ações quando é identificada uma falha ou possível falha no cumprimento
de uma obrigação de conformidade. O processo de não conformidades e ações corretivas da organização (ver
10.2) pode ser utilizado para tratar as correções necessárias. Quando apropriado e conforme requerido, a
organização deverá comunicar ou reportar falhas no cumprimento de uma obrigação e conformidade à(s)
parte(s) interessada(s) relevantes (ver 7.4).
Um incumprimento não é necessariamente considerado uma não conformidade do sistema de gestão
ambiental se, por exemplo, for identificado e corrigido pelos processos do sistema de gestão.
Ao avaliar a conformidade, a organização ganha conhecimento e compreensão do seu estado de
conformidade. A frequência das avaliações de conformidade deverá ser apropriada para manter este
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conhecimento e compreensão atualizados. A avaliação deverá ser conduzida de uma forma que forneça
entradas atempadas para a revisão pela gestão (ver 9.3), de modo que a gestão de topo possa rever o
cumprimento das obrigações de conformidade da organização e se mantenha ciente do estado de
conformidade da organização.
A organização deverá reter informação documentada como evidências da sua avaliação de conformidade.
Estas podem incluir:
 relatórios dos resultados das avaliações de conformidade;
 relatórios das auditorias internas e externas;
 relatórios e comunicações internas e externas.

9.2 Auditoria interna


50
As auditorias internas do sistema de gestão ambiental de uma organização deverão ser conduzidas em
intervalos planeados para determinar se o sistema está conforme as disposições planeadas e se foi
adequadamente implementado e mantido e fornecer essa informação à gestão. Os resultados podem ser
utilizados para identificar oportunidades, para melhorar o sistema de gestão ambiental da organização.
A organização deverá estabelecer um programa de auditoria interna para dirigir o planeamento e a condução
de auditorias internas e para identificar as auditorias necessárias para atingir os objetivos do programa da
T1
auditoria. O programa da auditoria e a frequência das auditorias internas deverão ser baseados na natureza
das operações da organização em termos dos seus aspetos ambientais e potenciais impactes ambientais, dos
riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados, dos resultados de auditorias internas e externas
anteriores e de outros fatores relevantes (p. ex. alterações que afetem a organização, resultados da
monitorização e medição e situações de emergência anteriores). No planeamento do programa da auditoria
deverão ser considerados processos subcontratados que tenham disposições relativas à auditoria, tais como
C

controlos.
A organização deverá determinar a frequência das auditorias internas. O programa da auditoria pode, por
exemplo, abranger um ano ou vários anos e pode consistir numa ou mais auditorias.
Cada auditoria interna não necessita de abranger todo o sistema, desde que o programa de auditorias assegure
que todas as unidades e funções da organização, elementos do sistema e o âmbito completo do sistema de
gestão ambiental são auditados periodicamente.
As auditorias internas deverão ser planeadas e conduzidas por um auditor ou equipa auditora objetiva e
imparcial, assistidos por perito(s) técnico(s), quando apropriado, selecionado(s) dentro da organização ou
proveniente(s) do exterior. A sua competência coletiva deverá ser suficiente para atingir o objetivo da
auditoria e para satisfazer o âmbito da auditoria em particular e credibilizar a fiabilidade dos resultados.
Os resultados de uma auditoria interna podem ser fornecidos na forma de um relatório como base da
verificação e utilizados para corrigir ou prevenir não conformidades específicas ou para atingir um ou mais
objetivos do programa de auditoria, e para fornecer entradas para a revisão pela gestão.
A organização deverá reter informação documentada como evidência da implementação do programa de
auditoria e dos resultados de auditoria.
NOTA: Na ISO 19011 são fornecidas orientações para auditar o sistema de gestão ambiental.
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9.3 Revisão pela gestão


A gestão de topo da organização deverá, em intervalos que determina, conduzir uma revisão do seu sistema
de gestão ambiental para avaliar a continuada pertinência, adequação e eficácia do sistema. Esta revisão
deverá cobrir os aspetos ambientais das atividades, produtos e serviços que estão dentro do âmbito do
sistema de gestão ambiental.
A revisão pela gestão pode coincidir com outras atividades de gestão (p. ex. reuniões de direção, reuniões
operacionais) ou pode ser conduzida como uma atividade separada. A revisão pela gestão pode ser
coordenada com o ciclo de planeamento e de orçamentação da organização, e o desempenho ambiental pode
ser avaliado durante a revisão do seu desempenho global de negócio pela gestão de topo, de modo que
decisões sobre as prioridades e recursos para o sistema de gestão ambiental sejam balanceadas com outras
prioridades do negócio e necessidade de recursos.
As entradas para a revisão pela gestão podem incluir:
 resultados das auditorias e avaliações de cumprimento das obrigações de conformidade;

 o desempenho ambiental da organização;


50
 comunicação de partes interessadas externas, incluindo reclamações;

 em que medida os objetivos ambientais foram atingidos;


 o estado das ações corretivas;
T1
 o seguimento de ações de revisões pela gestão anteriores;
 alterações de circunstâncias, incluindo:
 o contexto da organização;
 alterações nas atividades, produtos e serviços da organização;
C

 os resultados da avaliação dos aspetos ambientais significativos e dos riscos e oportunidades que
necessitam de ser tratados para desenvolvimentos planeados ou novos;
 alterações nas obrigações de conformidade da organização;
 pontos de vista das partes interessadas;
 avanços na ciência e tecnologia;
 lições aprendidas a partir de situações de emergência;
 adequação dos recursos;
 recomendações para melhoria.
As saídas da revisão do sistema de gestão ambiental deverão incluir decisões sobre:
 a pertinência, a adequação e a eficácia do sistema;
 oportunidades para a melhoria contínua;
 necessidades de alterações aos recursos físicos, humanos e financeiros;
 ações, se necessárias quando os objetivos ambientais não foram atingidos;
 ações relacionadas com possíveis alterações à política ambiental, aos objetivos ambientais e a outros
elementos do sistema de gestão ambiental;
NP
EN ISO 14004
2017

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 ações relacionadas com a melhoria da integração do sistema de gestão ambiental com outros processos
de negócio, se necessário;
 implicações para a direção estratégica da organização.
Exemplos de informação documentada mantida como evidência dos resultados da revisão pela gestão
incluem cópias dos tópicos da agenda da reunião, listas de participantes, apresentações ou materiais
distribuídos e decisões da gestão registadas em relatórios, atas ou sistemas de rastreabilidade.
A gestão de topo pode decidir quem deverá participar na revisão pela gestão. Tipicamente, inclui pessoal da
área ambiental, diretores de áreas chave e a gestão de topo. Também poderão participar representantes de
outros sistemas de gestão (p. ex. qualidade, segurança e saúde do trabalho, energia, continuidade do
negócio), com o propósito de integração.

10 Melhoria 50
10.1 Generalidades
A melhoria é parte integrante de um sistema de gestão ambiental eficaz. A organização deverá identificar
oportunidades de melhoria como resultado de:
 monitorização, medição, análise e avaliação relacionadas com o desempenho ambiental e o cumprimento
T1
das obrigações de conformidade (ver 9.1);
 auditorias ao seu sistema de gestão ambiental (ver 9.2);
 revisão pela gestão (ver 9.3).
De forma a atingir os resultados pretendidos do sistema de gestão ambiental, a organização deverá
C

empreender ações necessárias para tratar as oportunidades de melhoria identificadas, incluindo controlar e
corrigir não conformidades, e melhorar o seu desempenho ambiental através da melhoria contínua da
pertinência, da adequação e da eficácia do seu sistema de gestão ambiental.

10.2 Não conformidade e ação corretiva


Para um sistema de gestão ambiental ser eficaz numa base continuada, uma organização deverá ter uma
abordagem sistemática para identificar não conformidades, empreendendo ação(ões) para minimizar
qualquer impacte ambiental adverso, analisando a causa das não conformidade e implementando ações
corretivas. Esta abordagem auxilia a organização a implementar e manter um sistema de gestão ambiental.
Não conformidade é o não cumprimento de um requisito que pode ser definido em relação ao sistema de
gestão ambiental ou em termos de desempenho ambiental. Podem ocorrer situações em que parte do sistema
de gestão ambiental pode não funcionar como pretendido ou os requisitos do desempenho ambiental não são
atingidos.
Exemplos de tais situações incluem:
 não conformidades do desempenho do sistema de gestão ambiental, tais como:
 a significância dos aspetos ambientais dos produtos não é avaliada;
 não estão atribuídas responsabilidades para preparação e resposta a emergências;
 falha na avaliação periódica do cumprimento das obrigações de conformidade.
NP
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2017

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 não conformidades do desempenho ambiental, tais como:


 os objetivos de redução do consumo de energia não são atingidos;
 a manutenção dos requisitos não é efetuada como planeado;
 os critérios operacionais (p. ex. limites permitidos) não são atingidos.
O processo de auditoria interna descrito em 9.2 é uma forma de identificar periodicamente não
conformidades. Outra forma é atribuir responsabilidades pela identificação de não conformidades e reportar
problemas potenciais ou reais a todas as pessoas que trabalham sob o controlo da organização.
Uma vez identificada a não conformidade, esta deverá ser investigada para determinar a(s) causa(s), de modo
a que a ação corretiva se foque na parte apropriada do sistema de gestão ambiental. Ao desenvolver um plano
para tratar a não conformidade, a organização deverá considerar que ações deverá empreender para resolver
o problema, que alterações deverá concretizar para corrigir a situação e repor a normalidade da(s)
operação(ões) e o que deverá ser realizado para eliminar a(s) causa(s) e prevenir a recorrência do problema
50
ou a sua ocorrência noutro local. O carácter e a calendarização de tais ações deverão ser apropriados à
natureza e escala da não conformidade e do impacte ambiental.
Se um problema potencial é identificado, mas não existe uma não conformidade real, devem ser
empreendidas ações para prevenir a ocorrência da não conformidade. Podem ser identificados problemas
potenciais utilizando métodos, tais como extrapolar ações corretivas de não conformidades reais de outras
áreas aplicáveis onde ocorrem atividades similares, análise estatística ou estudos de perigos, e deverão ser
T1
considerados quando são planeadas ações para tratar os riscos e oportunidades identificadas em 6.1.1.
Quando as ações resultem em alterações no sistema de gestão ambiental, a informação documentada
associada e as necessidades de competência deverão ser atualizadas, se aplicável, e as alterações deverão ser
comunicadas àqueles que necessitam de ter conhecimento. A gestão deverá assegurar que foram
implementadas ações corretivas e ações para prevenir problemas antes que os mesmos ocorram e que existe
revisão sistemática e seguimento para assegurar a eficácia das ações empreendidas.
C

A organização deverá reter a informação documentada como evidência da natureza das não conformidades e
ações empreendidas subsequentes e dos resultados das ações corretivas empreendidas.

10.3 Melhoria contínua 


10.3.1 Oportunidades de melhoria


A melhoria contínua é um atributo chave de um sistema de gestão ambiental eficaz para melhorar o
desempenho ambiental. Pode ser conseguida através do atingir dos objetivos ambientais e da melhoria global
do sistema de gestão ambiental ou de qualquer dos seus componentes. A organização pode encorajar todos os
empregados a contribuir com ideias para a melhoria. 

A organização deverá avaliar continuamente o seu desempenho ambiental e o desempenho dos seus
processos do sistema de gestão ambiental para identificar oportunidades de melhoria. A gestão de topo
deverá estar diretamente envolvida nesta avaliação através do processo de revisão pela gestão. 

A identificação de deficiências do sistema de gestão ambiental também fornece oportunidades significativas
para melhoria. Para realizar essas melhorias, a organização deverá conhecer que deficiências existem e
entender porque é que existem. Isto pode ser atingido através da análise das causas raiz das deficiências do
sistema de gestão ambiental. 

Algumas fontes de informação úteis para a melhoria contínua incluem:
 a experiência adquirida a partir de não conformidades e ações corretivas relacionadas; 

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2017

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 benchmarking externo face a melhores práticas; 



 associações comerciais e grupos com o mesmo negócio; 

 nova legislação ou alterações propostas à legislação existente; 

 sistema de gestão ambiental e outros resultados de auditoria; 

 avaliação e análise dos resultados da monitorização e medição; 

 literatura sobre os avanços na tecnologia; 

 opiniões das partes interessadas, incluindo empregados, clientes e fornecedores. 


10.3.2 Implementação da melhoria contínua


50
Quando as oportunidades de melhoria são identificadas, deverão ser avaliadas para determinar que ações
deverão ser empreendidas. As ações de melhoria deverão ser planeadas e as alterações ao sistema de gestão
ambiental deverão ser implementadas em conformidade.
As melhorias não terão necessariamente lugar em todas as áreas simultaneamente (ver 4.4.1). A melhoria
contínua do sistema de gestão ambiental pode tornar-se cada vez mais difícil de atingir, à medida que o
T1
desempenho do sistema vai melhorando. Na caixa de apoio prático 20 são fornecidos exemplos de ações de
melhoria.
Caixa de apoio prático 20 – Exemplos de melhoria
Alguns exemplos de melhoria incluem:
 estabelecer um processo para avaliar novos materiais, para promover a utilização de materiais menos nocivos;
C

 melhorar a formação em materiais e manuseamento para reduzir a produção de resíduos na organização;


 introduzir processos de tratamento de águas residuais para permitir a reutilização da água; 

 implementar alterações nas configurações padrão do equipamento de impressão para imprimir cópias frente e verso
num escritório;
 redesenhar rotas de entrega para reduzir o consumo de combustíveis fósseis por empresas de transporte;
 definição de objetivos ambientais para implementar a substituição de combustível nas operações de caldeiras e
reduzir as emissões de partículas; 

 desenvolver uma cultura de melhoria ambiental no seio da organização; 

 desenvolver parcerias com as partes interessadas; 

 considerar a sustentabilidade nos processos de negócio da organização.
NP
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Anexo A
(informativo)

Exemplos de atividades, produtos e serviços, e os seus aspetos e impactes


ambientais associados, riscos e oportunidades, e ações
Quadro A.1 – Exemplos de atividades, produtos e serviços, e os seus aspetos e impactes ambientais
associados, riscos e oportunidades, e ações

Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações
Atividade: Operações de caldeira a combustível
50 Riscos (potenciais efeitos
adversos)
Monitorizar
preços dos
combustíveis a
pedido do
– Indisponibilidade de óleo departamento
de aquecimento financeiro,
T1
comparar
– Aumento do custo do óleo cenários de
Depleção de de aquecimento futuros custos e
Utilização de óleo conduzir
recursos naturais não
de aquecimento Oportunidades (potenciais análises de
renováveis
efeitos benéficos) custo-benefício
– Substituição da fonte de Estabelecer um
C

aquecimento da caldeira por objetivo


energia solar ambiental para
substituir fonte
– Redução de custos de aquecimento
operacionais da caldeira por
Operação da caldeira energia solar

Riscos (potenciais efeitos Implementar


adversos) controlos
operacionais
Impactes – Falha no cumprimento que assegurem
respiratórios nos das obrigações de que as
habitantes locais conformidade obrigações de
Emissão de
conformidade
dióxido de – Possível coima
Impactes da chuva são cumpridas
enxofre, óxido de
ácida nas águas
azoto e CO2 (isto
superficiais – Publicidade negativa Estabelecer um
é, gases com recebida objetivo
efeito de estufa) Aquecimento global ambiental para
e alterações Oportunidades (potenciais
instalar o
climáticas efeitos benéficos) 
 equipamento
apropriado para
– Redução das emissões:
redução das
instalar sistema de
emissões
dessulfurização dos gases
NP
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2017

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Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações
de combustão

Oportunidades (potenciais Estabelecer um


efeitos benéficos) objetivo
Alterações na ambiental para
Descarga de água – Recuperação do calor das
qualidade da água instalar um
aquecida águas residuais
(p. ex. temperatura) sistema de
– Redução dos custos recuperação de
operacionais calor

50 Desenvolver
planos de
emergência
para tratar
derrames do
Riscos (potenciais efeitos tanque e para a
adversos) despoluição
T1
– Custos de despoluição Implementar
controlos
Armazenamento do Derrame de óleo
Poluição do solo 
 – Coimas operacionais
combustível para a para o solo
Poluição das águas para deteção
caldeira em depósitos (situação de Oportunidades (potenciais
subterrâneas periódica de
subterrâneos emergência) efeitos benéficos) fugas no
tanque
C

– Substituição da fonte de
aquecimento da caldeira por Estabelecer um
energia solar objetivo
ambiental para
substituir fonte
de aquecimento
da caldeira por
energia solar

Desenvolver
Riscos (potenciais efeitos processo de
adversos) distribuição
Descarga não
controlada de Poluição das águas
óleos de superficiais – Custos de despoluição Desenvolver
Entrega e trasfega de planos de
aquecimento em
óleos de aquecimento Bioacumulação de – Coimas emergência
águas superficiais substâncias tóxicas para tratar a
(situação de – Publicidade negativa que
na fauna descarga não
emergência) implica a redução do valor controlada e
da empresa para a
despoluição

Atividade: Construção de estradas


NP
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2017

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Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações

Implementar
controlos
operacionais
Riscos (potenciais efeitos para reter
adversos) sedimentos do
escoamento
Erosão do solo – Custos de despoluição
Escoamento de Desenvolver
Poluição das águas
Construção sob águas pluviais – Coimas planos de
superficiais
chuvas intensas (condições emergência
anómalas) – Publicidade negativa para mitigar o
Degradação de (devido à degradação do escoamento
50
habitats húmidos habitat), levando à perda de
futuros projetos de
construção
não controlado

Desenvolver
uma resposta
associada à
despoluição
T1
Atividade: Agricultura: Cultivo de arroz

Riscos (potenciais efeitos


adversos)

Alterações climáticas (p.


ex. redução da precipitação)
C

Modelar a
Aumento da dependência disponibilidade
de poços artesianos e de água
aquíferos baseada em
cenários
Custo mais elevado da
Utilização de Depleção de águas futuros de
água
água subterrâneas alterações
Oportunidades (potenciais climáticas
Inundação e efeitos benéficos)
preparação dos Investir em
campos de arroz – Encontrar espécies de oportunidades
arroz com baixa de investigação
necessidade de água (isto é,
mais resistente à seca)

– Produção de culturas
alternativas

Poluição do solo Riscos (potenciais efeitos Investigar a


adversos) possibilidade
Utilização de Bioacumulação de de minimizar /
pesticidas substâncias tóxicas – Poluição das águas substituir a
na fauna, subterrâneas 
 utilização de
provocando efeitos pesticidas
adversos crónicos na – Organismos resistentes
NP
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Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações
saúde ou na extinção aos pesticidas 
 Controlo
das espécies operacional da
– Aumento do uso de
aplicação de
pesticidas pesticidas
– Aumento dos custos Pesquisar
métodos de
Oportunidades
agricultura
(potenciais efeitos
biológica atuais
benéficos)

50 – Utilização de métodos de
agricultura biológica

– Gestão integrada de
pragas

– Redução dos custos de


T1
pesticidas

Riscos (potenciais efeitos Potencial


Emissão de CO2 e
Aquecimento global adversos) investigação
de metano (isto é,
e alterações para
gases com efeito
climáticas – Prejudicial à imagem da compensação
estufa) organização e da indústria de carbono
C

Produto: Caldeira

Oportunidades (potenciais
efeitos benéficos)
Campanha de
Conservação de
Redução da marketing
Design de caldeira fontes de energia – Aumento de vendas 

utilização de sobre redução
de alto rendimento não renováveis
combustível – Reputação melhorada de custos e de
(impacte benéfico)
devido a design inovador carbono

Oportunidades (potenciais
efeitos benéficos)
Fornecer com o
Redução da
Substituição de produto as
produção de Redução de resíduos – Aumento de vendas 

materiais não informações
resíduos perigosos para aterro
perigosos na fase – Redução de coimas sobre a sua
perigosos em fim (impacte benéfico)
de design provenientes de legislação recuperação
de vida
sobre responsabilidade do apropriada
produtor 


Produto: Cartucho de tinta de impressora


NP
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2017

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Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações

Redução da
Conservação de
utilização de Oportunidades (potenciais Fornecer
fontes de energia
matérias-primas e efeitos benéficos) informações no
não renováveis
energia ponto de venda
(impacte benéfico) – Oferta de serviços 

Cartucho reutilizável do produto
Redução da sobre como
Redução de resíduos
produção de – Relações de longo prazo reciclar
para aterro (impacte
resíduos sólidos com os clientes 
 cartuchos
benéfico)
em fim de vida

Produto: Ar condicionado

Utilização de
eletricidade (a
50 Riscos (potenciais efeitos
adversos)
Análise
comparativa do
desempenho
face a outros
concorrentes
Depleção de
organização
recursos naturais não
poderá ser capaz – Perda de vendas para Investir mais
T1
renováveis
de "influenciar” o fabricantes mais em pesquisa e
aspeto) competitivos desenvolvimen
to relacionado
com eficiência
energética

Riscos (potenciais efeitos


C

adversos)

– Publicidade negativa pelo


Utilização da uso de gases de refrigeração Estabelecer
Aquecimento global com elevado potencial de
unidade pelo parceria com
e potencial depleção aquecimento global e
consumidor Utilização de instituto de
da camada de ozono depleção da camada de
gases de investigação de
quando existem ozono
refrigeração alternativas aos
fugas do sistema de
gases de
ar condicionado Oportunidades (potenciais
refrigeração
efeitos benéficos)

– Novo serviço
disponibilizando
engenheiros qualificados

Riscos (potenciais efeitos


Produção de Aumento de resíduos adversos)
resíduos sólidos para aterro Investigação
(a organização – Aumento do custo de em opções de
pode ser capaz de taxas de deposição reciclagem ou
"influenciar” o de reutilização
aspeto) – Proibição da deposição
em aterro
NP
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2017

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Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações

Serviço: Serviços de manutenção e reparação

Emissão não Riscos (potenciais efeitos Estabelecer


controlada Poluição do ar adversos) objetivo
Manuseamento e durante um ambiental para
utilização de produtos incêndio ou
Poluição do solo – Custos de despoluição eliminar a
químicos explosão utilização de
Lesões no ser – Coimas
(situação de humano produtos
emergência) – Publicidade prejudicial químicos

Reparação
subcontratada do ar
Libertação de
substâncias
nocivas à camada
de ozono (isto é,
gás de
50
Depleção da camada
de ozono
Riscos (potenciais efeitos
adversos)

– Coimas
Abertura de
novo contrato
para assegurar
condicionado a melhoria da
refrigeração)
– Publicidade prejudicial manutenção
(condição
T1
anómala)

Serviço: Serviços de apoio aos escritórios

Riscos (potenciais efeitos Pesquisar


Utilização de adversos) oportunidades
eletricidade
Impressão de Depleção de para
C

– Perda de negócios para


documentos recursos naturais fornecimento
Utilização de uma tecnologia de
de tecnologias
papel escritório mais competitiva
sem papel
sem papel

Redução da
utilização de
recursos naturais Conservação de Oportunidades (potenciais
efeitos benéficos) Desenvolver
Cópia frente e verso (a organização recursos naturais
documentação
pode ser capaz de (impacte benéfico) – Redução de custos comercial para
"influenciar" este
promover os
aspeto)
benefícios
ambientais e
Redução da
Oportunidades (efeitos financeiros
produção de
benéficos potenciais) para os
resíduos sólidos Redução de resíduos
Reciclagem de potenciais
(a organização para aterro (impacte
resíduos de papel – Redução de custos 
 clientes
pode ser capaz de benéfico)
"influenciar" este – Publicidade positiva
aspeto)

Serviço: Transporte e distribuição de produtos e serviços

Manutenção de rotina Redução das Redução da poluição Riscos (potenciais efeitos Comunicar
NP
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2017

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Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações
da frota (incluindo emissões de do ar (impacte adversos) benefícios
mudanças de óleo) óxidos de azoto benéfico) ambientais a
– Coimas quem realiza a
Descarga de óleos Poluição do solo manutenção
usados – Custos de despoluição
Desenvolver
Oportunidades (potenciais processo de
efeitos benéficos) controlo
operacional
– Reciclagem de óleos para gestão dos
usados 
 resíduos
– Redução de custos
50 operacionais
Considerar a
mudança para
veículos
elétricos
durante a
recapitalização
T1
Riscos (potenciais efeitos
adversos)

– Disponibilidade de
combustível 

Estabelecer
– Custos de combustível
objetivos
Depleção de mais elevados 

C

Utilização de ambientais para


combustíveis fósseis
combustíveis reduzir a
não renováveis Oportunidades (potenciais
utilização de
efeitos benéficos) 
 combustível
– Utilização de combustível
alternativo (GN / GPL)

Operação da frota – Redução dos custos de


combustível

Poluição do ar Riscos (potenciais efeitos Pesquisa de


Emissão de adversos) métodos para
Aquecimento global
óxidos de azoto redução de
e alterações – Introdução de normas de
emissões
climáticas emissão mais rigorosas

Fornecer
Riscos (potenciais efeitos formação aos
Desconforto ou adversos) motoristas
Emissão de ruído incomodidade para
os habitantes locais – Prejudicial para a imagem Impor horas de
da organização funcionamento
restritas
NP
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2017

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Impactes Planeamento
Atividade / produto / Riscos e oportunidades que
Aspetos ambientais ambientais reais e para empreender
serviço necessitam de ser tratados
potenciais ações

Oportunidades (potenciais Promover este


efeitos benéficos) serviço como
Devolução de Redução de resíduos
Embalagem parte das
embalagens para aterro – Melhoria da relação com negociações do
o cliente contrato

50
T1
C
NP
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2017

p. 70 de 78

Quadro A.2 – Exemplos de atividades, produtos e serviços e seus aspetos ambientais associados, objetivos
ambientais, metas, programas, indicadores, controlos operacionais, e monitorização e medição
Aspetos Objetivos Metas Programas Indicadores Controlos Monitorização e
operacionais medição

Atividade: Operações de caldeira a combustível


Utilização Reduzir a Redução da Instalação de Etapas do plano Processos para Avaliação
de óleo de utilização de utilização de queimadores de projeto a instalação de trimestral do
aquecimento recursos não óleo de mais queimadores progresso do
Utilização de
renováveis aquecimento eficientes modificados plano de projeto
óleo de
(com base no
aquecimento Processos para Acompanhamento
consumo do
por hora de registo da mensal das taxas
presente ano)
funcionamento utilização do de utilização de
em 20% em 1
da caldeira óleo óleo
ano
Descarga de
água
aquecida
Minimizar os
impactes
negativos na
qualidade da
massa de
Reduzir a
temperatura
média diária
da água de
descarga até
50
Engenheiros e
projetistas
redefinem
operações
para extrair e
Temperatura
média diária da
água de
descarga
Parâmetros de
Processos de
análise e
amostragem
da qualidade
da água
Monitorização
contínua da
temperatura de
descarga
Monitorização
água recetora 5 ºC até 2018 reutilizar o
qualidade de Plano de trimestral da
devido a calor de águas
água do meio amostragem qualidade da água
T1
efluentes residuais (isto
recetor de do meio recetor
com é, cogeração)
peixes/fauna
temperatura Número e
elevada diversidade de Processos
espécies de operacionais
peixes/fauna no de cogeração
meio recetor
Controlos de
C

engenharia
Produto: Ar condicionado
Utilização Incentivar o Reduzir a Educar o Aumento do Design de Inquérito aos
de consumidor a temperatura de consumidor interesse dos produtos a utilizadores
eletricidade consumir funcionamento sobre os clientes na partir de
menos em 5 %, até ao impactes conservação de materiais
energia final do ambientais energia eficientes
presente ano, relacionados
Aumento do Utilização de
com base na com a
interesse dos energia
temperatura de utilização
clientes em elétrica
funcionamento excessiva de
novos produtos
do último ano energia, Consideração
energeticamente
através da dos requisitos
eficientes
distribuição de eficiência
de energética dos
documentos clientes no
de design de
informação, novos
com o produtos
produto,
sobre
eficiência
energética (p.
ex.: redução
NP
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Aspetos Objetivos Metas Programas Indicadores Controlos Monitorização e


operacionais medição

de custos,
redução de
impactes
ambientais
adversos)
Quantidade de Processos de Monitorização
Redesenhar a materiais de controlo do trimestral da
embalagem embalagem por design quantidade de
Reduzir a
dos produtos unidade materiais de
produção de Processos de
Atingir 5 % de (departamento embalagem
resíduos de % de redução produção de
redução em de utilizados, p. ex.
embalagens em materiais de embalagem
materiais de engenharia, 6 as compras menos
Produção de
resíduos
sólidos
no
consumidor
através da
redução da
quantidade
embalagem na
gama de
produtos
50
atuais até 2018
meses)
Implementar
as alterações
na produção
embalagem
utilizados na
linha de produto
Redução
estimada na
os desperdícios
Unidades de
produtos
expedidos na
de materiais (6 meses) linha de produto
produção de
de
Execução de resíduos sólidos
T1
embalagem
testes e pelos
utilizados
produção em consumidores,
pleno em volume/
unidade
Serviço: Transporte e distribuição de produtos e serviços (manutenção da frota)
Emissão de Aumento dos Atingir 25 % Identificar % de Processos de Acompanhamento
C

óxidos de impactes de redução de parâmetros manutenção manutenção da frequência de


azoto (NOx) ambientais NOx até 2018 chave de atempada manutenção
Formação de
positivos na manutenção versus o plano
Emissões de técnicos de
qualidade do para redução
NOx/km manutenção Monitorização da
ar através da de NOx
eficiência do NOx
melhoria Notificação
Rever do combustível
efetiva da computorizada
programas de do veículo
manutenção do plano de
manutenção
da frota manutenção Testes trimestrais
para
das emissões de
incorporar
NOx do veículo
tarefas chave
de redução de Avaliação anual
NOx das reduções de
NOx atingidas
Otimizar o
plano de
manutenção
da frota
através de
programas
informáticos
Produção de Gerir os Atingir a Desenvolver e % de Processos de Monitorização da
óleos usados óleos usados conformidade implementar empregados dos gestão de formação
em com os um programa centros de resíduos ministrada aos
NP
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Aspetos Objetivos Metas Programas Indicadores Controlos Monitorização e


operacionais medição

conformidade requisitos de de formação assistência com Programa de empregados dos


com os eliminação de em gestão de formação formação para centros de
requisitos óleos usados resíduos nos empregados assistência
Número de não
nos centros de centros de dos centros de
conformidades Acompanhamento
assistência no assistência assistência
quanto ao das quantidades e
espaço de 1
destino final de métodos de
ano
resíduos eliminação de
óleos usados
% de óleos
usados
eliminados
como requerido

50
T1
C
NP
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Quadro A.3 – Exemplos de riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados e ações para os tratar,
associados a obrigações de conformidade
Obrigações de conformidade Riscos e oportunidades que Planeamento para empreender
necessitam de ser tratados ações
Requisitos legais emergentes Riscos (potenciais efeitos adversos) Desenvolver processo(s) de controlo
para assegurar que a monitorização do
Falha na identificação e no
panorama regulamentar é eficaz para
cumprimento de obrigações de
melhorar a identificação de requisitos
conformidade novas ou alteradas, que
emergentes.
pode prejudicar a reputação da
organização e pode levar a coimas
Pedido de informações de entidade Riscos (potenciais efeitos adversos) Desenvolver processo(s) de
reguladora comunicação mais eficaz para receber
Falha, atraso ou imprecisão na
e responder a comunicações de
50
resposta, que pode levar a um maior
controlo pela entidade reguladora
Oportunidades (potenciais efeitos
benéficos)
entidades reguladoras oficiais,
incluindo prazos de reporte
Aplicar um programa de auditorias
internas para fazer recomendações
Comunicação oportuna, pró-ativa e que melhorem a prontidão e a
transparente, que pode fortalecer a transparência da comunicação, e
T1
relação entre a organização e empreender ações para a melhoria
entidades reguladoras contínua dos processos de
comunicação, se necessário
Requisitos de clientes regionais para Riscos (potenciais efeitos adversos) Estabelecer objetivos para
devolução de produtos em fim de vida desenvolver e implementar o design
Aumento dos recursos e logística,
para refabricação de produtos como
requeridos para apoiar a devolução de
apoio a programas de devolução, de
C

produtos regionais, que pode


modo a conservar recursos e reduzir
aumentar significativamente o custo
custos de matérias-primas
de produção por unidade
Oportunidades (potenciais efeitos
benéficos)
Implementar, a nível mundial, a
devolução de produtos para todos os
clientes, que pode melhorar a
reputação da organização na gestão
ambiental e pode levar a novas
oportunidades de negócio
NP
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Quadro A.4 – Exemplos de riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados e ações para os tratar,
associados a outras questões e requisitos
Outras questões e requisitos Riscos e oportunidades que Ações para tratar riscos e
necessitam de ser tratados oportunidades
Impostos sobre carbono (gestão de Riscos (potenciais efeitos adversos) Estabelecer objetivos para diversificar
ativos/organizações de serviços portefólios através do aumento de
Ativos irrecuperáveis, tais como as
financeiros) investimentos em setores renováveis e
reservas de carvão conhecidas que
diminuição dos investimentos em
poderão não ser queimadas, devido à
setores com emissões elevadas
transição para uma economia de baixo
carbono
Oportunidades (potenciais efeitos
benéficos)
Elevado retorno financeiro realizado

Escassez de água (organizações do


sector de restauração e bebidas)
50
por investimentos em tecnologias
renováveis/limpas
Riscos (potenciais efeitos adversos)
Restrições na produção devido à
Aplicar controlos de engenharia para
reduzir as perdas de água nos
processos de produção
disponibilidade limitada de água
Oportunidades (potenciais efeitos
T1
benéficos) Estabelecer indicadores de
desempenho e monitorizar/medir a
Aumento da eficiência alcançada
utilização de água por unidade de
através da otimização do processo
produção
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Anexo B
(informativo)

Abordagem faseada para a implementação de um sistema de gestão ambiental


(baseada na ISO 14005)

A organização pode desenvolver um sistema de gestão ambiental completo quando o âmbito do sistema de
gestão ambiental inclui todas as atividades, produtos e serviços da organização, e estes são abordados
utilizando todos os elementos de um sistema de gestão ambiental, em toda a sua extensão. Desenvolver um
sistema de gestão ambiental completo de uma só vez pode apresentar dificuldades para algumas
organizações. Para estas organizações, uma abordagem faseada traz diversas vantagens, tais como a
50
capacidade de avaliar prontamente em que medida o tempo e o dinheiro investidos num sistema de gestão
ambiental têm retorno. A organização pode ver como as melhorias no desempenho ambiental podem ajudar a
reduzir custos, a melhorar as suas relações com a comunidade, a permitir ir de encontro às expectativas do
cliente e a demonstrar o cumprimento das obrigações de conformidade. A organização pode seguir os
benefícios do seu sistema de gestão ambiental enquanto implementam o sistema passo-a-passo, adicionando
ou expandindo elementos que acrescentem valor à organização. As possíveis abordagens ao desenvolvimento
T1
faseado do sistema de gestão ambiental incluem o seguinte:
a) Realizar um único projeto, focando-se apenas num ou num número limitado de aspetos ambientais. Isto
permitiria familiarizar-se com os elementos básicos do sistema de gestão ambiental, experimentar alguns
dos benefícios de gerir os aspetos ambientais de uma forma sistemática e ajudar a melhorar o
desempenho ambiental, e assim assegurar o apoio da gestão para implementar o sistema de gestão
ambiental.
C

b) Utilizar etapas fixas para seguir a progressão dos elementos (ver Figura B.1). Esta abordagem pode servir
a organizações que, após a execução inicial de um projeto ambiental, decidem adotar esta abordagem
estruturada para gerir os seus aspetos ambientais.
c) Utilizar uma seleção de etapas que poderão ser implementadas consecutivamente ou simultaneamente.
Esta seleção de etapas poderá ser escolhida para fazer face a questões ambientais específicas, tais como o
cumprimento de obrigações de conformidade, incluindo o cumprimento das necessidades das partes
interessadas, ou a melhoria do desempenho ambiental. Esta abordagem poderá servir a organizações que
desejam desenvolver o sistema de gestão ambiental ao seu próprio ritmo, através dos recursos que têm
disponíveis para assegurar a eficácia do seu sistema de gestão ambiental.
Um plano de implementação poderá ser útil, uma vez que pode identificar:
 a abordagem a ser adotada;
 o calendário de realização;
 os recursos necessários;
 as funções e responsabilidades de quem implementa o plano;
 a informação documentada requerida;
 os métodos que permitem monitorizar e medir consistentemente os progressos realizados.
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O progresso pode ser medido em termos dos resultados específicos atingidos no final de cada fase e a
conformidade com o plano de implementação. Medir o progresso no sentido de implementar um sistema de
gestão ambiental é útil para assegurar a utilização eficaz dos recursos e o atingir dos objetivos ambientais da
organização.
A Figura B.1 mostra a implementação de um sistema de gestão ambiental em cinco fases. A primeira fase
corresponde à implementação de um projeto específico. As fases 2, 3, 4 e 5 correspondem à implementação
sequencial dos principais elementos de um sistema de gestão ambiental. Quando uma organização está
suficientemente comprometida para iniciar a implementação de um sistema de gestão ambiental, pode
começar na fase 2.
A Figura em forma de triângulo mostra como o nível de desenvolvimento dos elementos de suporte cresce à
medida que o sistema de gestão ambiental é implementado. A extensão da necessidade dos elementos de
suporte cresce à medida que o sistema de gestão ambiental é implementado.

50
T1
C
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Fase 1: Empreen der um projeto relacionado com o ambiente para assegurar o


Fase 1: suporte
Realização de um projeto
e o compromisso relacionado
da gestão para iniciar acom o ambiente
implementação
para assegurar
faseada o apoio
de um sistema à gestão
de gestão ambientale comprometer o início
da fase de implementação
 Envolvimento detopo
da gestão de um Sistema de Gestão
Ambiental
 Identificação e seleção de um projeto
 Envolvimento
 Planeamentoda Gestão de ação
e implement Topodo projeto selecionado
 Identificação e seleç ão de um projeto
 Planeamento e implementação do projeto selecionado

Fase 2: Desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão ambiental


 Verificar e rever o projeto selecionado
 Compreender o contexto da organização
 Preparar uma proposta da política ambiental

 Identificação dos aspetos ambientais


significativos da organização



50
 Identificação das obrigações de
conformidade da organização
 Avaliação da conformidade

Determinação dos riscos e oportunidades que


tratados e planeamento das ações para os tratar
necessitam de ser
T1
Fase 3: Desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão ambiental
 Finalizar e comunicar/disponibilizar a política ambiental
 Definir objetivos ambientais e estabelecer programa (s)
 Avaliar o desempenho ambiental incluindo m onitoriz ação e
medição (reunir informações sobre as características chave e definir Elementos que
indicadores de desempenho) suportam a
implementação e
manutenção de um
C

sistema de gestão
ambiental:
Fase 4: Desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão ambiental
 Controlo operacional
 Planeamento e resposta a emergências  Liderança
 Recursos
 Competência
 Consci encialização
Fase 5: Desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão ambiental  Comunicação
 Avaliações de desempenho ambiental , incluindo monitorização e  Informação
medição (desenvolver um processo para recolher, medir, analisar e documentada
avaliar o desempenho ambiental)
 Auditorias internas
 Ge stão das situações em que algo não acontece como planeado
 Revisão pela gestão do progresso e do desempenho
 Implementação da melhoria contínua

Figura B.1 – Exemplo de implementação em cinco fases


NP
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Bibliografia

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[2] ISO 14005 Environmental management systems – Guidelines for the phased
implementation of an environmental management system, including the use of
environmental performance evaluation
[3] ISO 14006 Environmental management systems – Guidelines for incorporating ecodesign
[4] ISO 14020 Environmental labels and declarations – General principles
[5] ISO 14021 Environmental labels and declarations – Self-declared environmental claims
(Type II environmental labelling)
[6] ISO 14024 Environmental labels and declarations – Type I environmental labelling –

[7]

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ISO 14025

ISO 14031:2013
50
Principles and procedures
Environmental labels and declarations – Type III environmental declarations
– Principles and procedures
Environmental management – Environmental performance evaluation –
Guidelines
T1
[9] ISO/TS 14033 Environmental management – Quantitative environmental information –
Guidelines and examples
[10] ISO 14040 Environmental management – Life cycle assessment – Principles and
framework
[11] ISO 14044:2006 Environmental management – Life cycle assessment – Requirements and
guidelines
C

[12] ISO 14045 Environmental management – Eco-efficiency assessment of product systems —


Principles, requirements and guidelines
[13] ISO 14046 Environmental management – Water footprint – Principles, requirements and
guidelines
[14] ISO/TR 14062 Environmental management – Integrating environmental aspects into product
design and development
[15] ISO 14063 Environmental management – Environmental communication – Guidelines
and examples
[16] ISO/TS 14067 Greenhouse gases – Carbon footprint of products – Requirements and
guidelines for quantification and communication
[17] ISO 19011:2011 Guidelines for auditing management systems
[18] ISO 26000 Guidance on social responsibility
[19] ISO 31000 Risk management – Principles and guidelines
[20] ISO 50001 Energy management systems – Requirements with guidance for use
[21] ISO Guide 73:2009 Risk management – Vocabulary

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