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Os Lusiadas

CANTO I – ESTÂNCIAS 105, 106


Estâncias
105- O recado que trazem é de amigos,
Mas debaixo o veneno vem coberto;
Que os pensamentos eram de inimigos,
Segundo foi o engano descoberto.
Oh! Grandes e gravíssimos perigos!
Oh! Caminho de vida nunca certo:
Que aonde a gente põe sua esperança,
Tenha a vida tão pouca segurança!
106- No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?
Resumo geral das estâncias
Estas estâncias são uma reflecção do poeta onde ele fala
sobre a vida humana e os perigos que lhe estão sujeitos.
Conteúdo das estâncias
Estância 105
(v.1-4) O sujeito poético mostra-nos que o povo de
Mombaça se finge de amigos dos portugueses para os
traírem, mas são descobertos pelos portugueses.

(v.5-8) O sujeito poético fala dos perigos e inseguranças


que a vida tem e da esperança que as pessoas colocam na
vida e no futuro
Estância 106
(v.1-4) O sujeito poético fala do mar e da terra, o mar
simbolizando a morte e perigos e a terra simbolizando
a guerra e o engano.

(v.5-8) O sujeito poético fala do ser humano como um


ser fraco diante da natureza e por ele ser fraco e
pequeno nunca vai encontrar segurança.
Os portugueses são considerados “bichos da terra”
mas eles conseguiram vencer batalhas e fazer feitos
históricos e por isso são considerados heróis.
Figuras de estilo
 Estância 105
 Interjeição/anáfora- (v.5/6) “Oh/Oh”
 Antítese- (v.1-4)
“amigos/coberto/inimigos/descoberto”
 Metáfora- (v.2) “Mas debaixo o veneno vem
coberto”
 Estância 106
 Anáfora- (v.1-4) “Tanta”, “Tanto”, “Tantas”
 Anáfora- (v.5/6) “Onde/Onde”
 Paralelismo/enumeração- (v.1/2) “No mar, tormenta,
dano, vezes a morte apercebida.”
 Personificação- (v.7) “Que não se arme, e se indigne o
Céu sereno”
 Metáfora- (v.8) “Bichos da terra”
 Int.retórica- (v.5-8) “Onde pode acolher-se um fraco
humano,/Onde terá segura a curta vida,/Que não se
arme, e se indigne o Céu sereno/Contra um bicho da
terra tão pequeno?”
Critica presente no século
XXI
 Falsidade – (estância 104)
“Estranhamente ledo, porque espera
De poder ver o povo batizado,
Como o falso piloto lhe dissera”

 Traição- (estância 105)


“O recado que trazem é de amigos,
Mas debaixo o veneno vem coberto;
Que os pensamentos eram de inimigos,
Segundo foi o engano descoberto.”
Paralelismo entre o século
XVI e XXI
 Esperança no futuro - (estância 105)
“Que aonde a gente põe sua esperança,
Tenha a vida tão pouca segurança!”
(estância 106)
“Onde terá segura a curta vida”

 Terra e Mar – (estância 106)


“No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!”

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