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Manual Diagnostico Laboratorial Raiva PDF
Manual Diagnostico Laboratorial Raiva PDF
Raiva
Manual de Diagnóstico Laboratorial da
1ª edição
1º reimpressão
série a. normas e Manuais técnicos
t
Brasília – dF
2008
2008 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada
a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual
em Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
O conteúdo desta e de outras obras da editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página:
http://www.saude.gov.br/editora
Colaboração:
A redação deste manual, que se iniciou com a participação de diversos profissionais da Rede de
Laboratórios de Diagnóstico de Raiva do Brasil, só foi finalizada com a efetiva participação dos
pesquisadores do Laboratório de Referência Nacional, Instituto Pasteur. A CGLAB agradece a
colaboração de todos.
EDITORA MS
Documentação e Informação
SIA trecho 4, lotes 540/610 Equipe editorial:
CEP: 71200-040, Brasília – DF Normalização: Cinthia Kikuchi
Tels.: (61) 3233 1774/2020; Revisão: Lilian Alves Assunção e
Fax: (61) 3233 9558 Paulo Henrique de Castro
E-mail: editora.ms@saude.gov.br Capa, projeto gráfico e
Home page: www.saude.gov.br/editora diagramação: Marcus Monici
Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica.
Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde,
2008.
108 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
ISBN 978-85-334-1454-9
Apresentação _ ______________________________________________7
Capítulo 1 A raiva____________________________________________9
1.1 Distribuição geográfica_ ______________________11
1.2 Principais características do vírus da raiva_________12
1.3 Patogenia_ _________________________________16
1.4 Imunidade anti-rábica_ _______________________18
1.5 Epidemiologia_______________________________19
1.6 Anticorpos monoclonais como instrumento de
vigilância epidemiológica_____________________21
1.7 Estudos genéticos com o vírus rábico_____________24
1.8 Sintomatologia______________________________25
1.8.1 Humanos ______________________________25
1.8.2 Cães___________________________________26
1.8.3 Gatos__________________________________27
1.8.4 Bovinos________________________________27
1.8.5 Outros animais domésticos________________28
1.8.6 Animais silvestres________________________28
Capítulo 5 Soroneutralização__________________________________75
5.1 Avaliação sorológica para raiva__________________79
5.1.1 Colheita do soro_________________________80
5.2 Soroneutralização em cultura de células_ _________80
5.2.1 Materiais necessários_____________________80
5.2.1.1 Equipamentos_____________________80
5.2.1.2 Materiais diversos_ _________________81
5.2.1.3 Reativos__________________________81
5.2.2 Procedimentos__________________________81
5.2.3 Coloração com conjugado fluorescente______82
5.2.4 Leitura_________________________________82
5.3 Soroneutralização em camundongos_____________83
5.3.1 Diluição do soro a ser testado e do
soro-padrão____________________________83
5.3.2 Diluição do vírus desafio_ _________________84
5.3.3 Inoculação e observação dos camundongos__85
5.3.4 Cálculos segundo Reed & Müench_ _________85
Capítulo 6 Logaritmos________________________________________87
6.1 Conceitos básicos______________________________89
6.2 Operações com logaritmos______________________89
6.3 Cologaritmo__________________________________91
6.4 Estrutura de logaritmo decimal___________________91
6.5 Obtenção de antilogaritmos_____________________92
Apresentação
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Capítulo
1
A raiva
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1.3 Patogenia
A patogenia da raiva é semelhante em todas as espécies de
mamíferos. O vírus se replica no local da inoculação, inicialmente
nas células musculares ou nas células do tecido subepitelial, até que
atinja concentração suficiente para alcançar as terminações nervo-
sas, sendo este período de replicação extraneural responsável pelo
período de incubação relativamente longo da raiva.
Nas junções neuromusculares, o vírus rábico, por meio da gli-
coproteína, se liga especificamente ao receptor nicotínico da ace-
tilcolina. Após essa fase, os vírus atingem os nervos periféricos, se-
guindo um trajeto centrípeto, em direção ao sistema nervoso central
(SNC). O vírus segue o fluxo axoplasmático retrógrado e o transpor-
te é célula a célula. Estima-se que o genoma viral tenha um desloca-
mento de 25 a 50mm por dia, até chegar ao sistema nervoso central.
A distribuição do vírus rábico não é homogênea no SNC e, por tal
razão, a porção de eleição para encaminhamento ao laboratório de
diagnóstico varia de espécie para espécie. As regiões mais habitu-
almente atingidas são: o hipocampo, o tronco cerebral e as células
de Purkinje, no cerebelo. Muitas vezes, os sintomas estão associados
com a localização anatômica no cérebro.
Nos ruminantes suspeitos de raiva, deve ser feita a colheita de
todo o encéfalo ou, de preferência, de fragmentos do sistema nervo-
so (córtex, cerebelo e hipocampo ou corno de Amon) de ambos os
hemisférios. Nos eqüídeos, deve-se enviar, também, o bulbo e frag-
mentos das porções inicial, medial e terminal da medula espinhal.
Nos cães, a porção de eleição é o corno de Amon ou o hipocampo.
Ressalta-se que, na coleta de amostras de todas as espécies (domésti-
cas ou silvestres), deve ser encaminhada porção da medula.
A partir da intensa replicação no SNC, o vírus da raiva segue
em direção centrífuga, disseminando-se através do sistema nervo-
so periférico e autônomo para diferentes órgãos (pulmões, coração,
rins, bexiga, útero, testículos, folículo piloso, etc.) e glândulas sali-
vares, sendo eliminado pela saliva. A disseminação possibilita que
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e perdura durante o quadro clínico, até a morte. Tal período foi bas-
tante estudado em cães e gatos, sendo, na grande maioria das vezes,
de cerca de dois a quatro dias antes do surgimento dos sintomas no
animal, até sua morte, que ocorre geralmente cinco dias após.
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1.5 Epidemiologia
A raiva é uma enfermidade que ocorre de maneira endêmica
em diversos países. Suas formas epidemiológicas obedecem a uma
divisão didática, sendo que as mais conhecidas são a raiva urbana e
a raiva rural.
A raiva urbana é transmitida principalmente de cão para cão.
O vírus é mantido primariamente na população canina; porém, ou-
tros animais domésticos urbanos são freqüentemente infectados. Os
cães, como já foi dito, são os importantes transmissores da raiva para
o homem. Esta forma é um grave problema de saúde pública, devido
ao estreito relacionamento entre as pessoas e seus animais de com-
panhia.
A raiva rural é mantida no campo pelo morcego hematófago
(desmodus rotundus), que é o reservatório do vírus rábico no am-
biente rural. Dessa forma, o morcego transmite o vírus para dife-
rentes espécies de animais domésticos, como bovinos, eqüinos, ca-
prinos, etc.
O número de casos de raiva em herbívoros, confirmados labo-
ratorialmente, tem tido, nos últimos anos, um acréscimo de maneira
preocupante em algumas regiões, devido principalmente à intensa
proliferação dos morcegos hematófagos e à crescente dificuldade de
controle de suas populações.
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1.8 Sintomatologia
A sintomatologia varia conforme o animal infectado. Assim,
serão apresentadas considerações sobre a sintomatologia em huma-
nos, cães, gatos, outros animais domésticos e animais silvestres.
1.8.1 Humanos
O período de incubação, na maioria dos casos, é de 2 a 12 se-
manas, podendo variar de 10 dias até 4 a 6 anos. Durante o período
de incubação, o paciente apresenta-se absolutamente assintomático.
A maior ou menor duração do período pode depender da dose de
vírus injetada pela mordedura, do lugar desta e da gravidade da le-
são, sendo mais longo o período quanto mais distante do sistema
nervoso central localizar-se a lesão.
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Secretaria de Vigilância em Saúde
1.8.2 Cães
O período de incubação é, em geral, de 15 dias a 2 meses. Na
fase prodrômica, os animais apresentam mudança de comportamen-
to, escondem-se em locais escuros ou mostram uma agitação inusi-
tada. A excitabilidade reflexa fica exaltada e o animal se sobressalta
ao menor estímulo. Observa-se a ocorrência de anorexia, irritação
ou prurido na região de penetração do vírus e uma ligeira elevação
da temperatura. Após um a três dias, ficam acentuados os sintomas
de excitação. O cão se torna agressivo, com tendência a morder obje-
tos, outros animais, o homem (inclusive o seu proprietário) e morder
a si mesmo, muitas vezes provocando graves ferimentos. A salivação
torna-se abundante, uma vez que o animal é incapaz de deglutir sua
saliva, em virtude da paralisia dos músculos da deglutição. Há alte-
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1.8.3 Gatos
Na maioria das vezes, a doença é do tipo furioso, com sintoma-
tologia semelhante à raiva canina.
Observação: especial atenção se deve dar a outras sintomato-
logias que podem ocorrer quando a raiva em cães e gatos for trans-
mitida por morcegos, fato que vem ocorrendo em algumas regiões
do país.
1.8.4 Bovinos
Na raiva transmitida por morcegos hematófagos (Desmodus
rotundus), o período de incubação é geralmente mais longo, com va-
riação de 30 a 90 dias ou até mais. A sintomatologia predominante
é da forma paralítica. Os animais infectados se afastam do rebanho,
apresentam as pupilas dilatadas e os pêlos eriçados. É possível obser-
var, também, lacrimejamento, catarro nasal e movimentos anormais
das extremidades posteriores. Os acessos de fúria são raros, poden-
do se observar, no entanto, inquietação, tremores musculares e hi-
persensibilidade no local da mordedura, de modo que os animais
podem até provocar autodilacerações. Com a evolução da doença,
observam-se contrações tônico-clônicas e incoordenação motora; os
animais apresentam dificuldade de deglutição e param de ruminar.
Os sinais de paralisia aparecem entre o segundo e terceiro dia após o
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Capítulo
2
Biossegurança
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Capítulo
3
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3.2 Necropsia
A sala de necropsia deve ser localizada em área de circulação res-
trita e, se possível, próxima à área de acondicionamento dos resíduos
sólidos de saúde. É necessário que as carcaças ou as cabeças dos ani-
mais sejam colocadas em sacos apropriados para resíduos infectantes
e colocadas em câmara fria (-20oC) até o seu recolhimento para a inci-
neração, quando não for possível sua descontaminação no local.
O necropsista deverá ser imunizado e devidamente treinado,
para a perfeita coleta do sistema nervoso central ou de seus fragmen-
tos, e deverá embalar corretamente o material, para que este chegue
ao laboratório em condições de ser processado e não apresente, du-
rante o transporte, risco às pessoas que o manipulem.
3.2.1.2 Instrumentais:
• morsa para contenção adequada da cabeça do animal;
• bisturi;
• faca de dissecação;
• serra de arco e lâminas para substituição;
• cinzel;
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Remetente:________________________________________________________
Endereço:_________________________________________________________
Cidade:__________________________________Estado:___________________
Telefone: ( )_____________________________Ramal:___________________
Fax: ( )__________________________________________________________
E-mail:____________________________________________________________
Identificação do animal:
Data da coleta:____________________________________________________
Espécie: ( ) cão ( ) gato ( ) bovino ( ) eqüino ( ) outra__________________
Raça:_____________________Sexo:_______ Cor:__________ Idade:_________
( ) Morcego (espécie)___________________Hora da coleta:________________
Local da coleta:__________________________________( ) Vivo ( ) Morto
Procedência do animal:______________________________________________
Proprietário ou responsável:__________________________________________
Endereço: _________________________________________________________
Bairro:__________________________________Telefone: ( )________________
Cidade:_____________________________Estado:________________________
Vacinação anti-rábica: ( ) sim ( ) não n.º de doses___________
Há pessoas agredidas ou que tiveram contato: ( ) sim ( ) não quantas:____
Sacrificado: ( ) sim ( ) não
Sinais anteriores:____________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
__________________________________
Responsável pela solicitação
Observação: por favor, preencha a ficha com letra de forma e coloque a identificação
nas amostras.
Endereço para o envio da amostra: Alameda Rodrigues, 416 – Cerqueira César, São
Paulo (SP) – CEP: 01418-000.
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Capítulo
4
Diagnóstico laboratorial
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4.1.1.2 Reagentes:
• álcool metílico absoluto;
• azul de metileno;
• fucsina básica;
• óleo de imersão.
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• tesouras e pinças;
• suportes para coloração.
4.1.1.4 Corante:
• Solução-mãe:
Azul de metileno: 10g de azul de metileno + 1.000ml de álcool
metílico.
Fucsina básica: 5g de fucsina básica + 500ml de álcool metílico.
Preparo do corante de Sellers:
2 partes da solução de azul de metileno + 1 parte da solução de
fucsina básica.
Após a mistura das duas soluções, o corante deve ser envasado
em frasco âmbar com tampa esmerilhada. Deixe-o maturar por 48
horas.
• Ajustes do corante de Sellers:
A) Após a maturação, convém realizar uma coloração de prova.
B) Se a impressão ficar avermelhada, devem ser adicionadas
gotas da solução de azul de metileno.
C) Se os corpúsculos de Negri aparecerem com uma cor casta-
nha e as células com um azul muito intenso, deve-se fazer o
ajuste com gotas da solução de fucsina básica.
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4.1.2 Coloração
Quando a amostra for conservada em glicerina, os decalques
produzidos serão insatisfatórios, por causa das dificuldades na ade-
rência. Para se retirar a glicerina do tecido nervoso, é necessária sua
lavagem com salina, agitando-se suavemente o preparo com movi-
mentos rotatórios. A lavagem deverá ser repetida sucessivas vezes.
A) Prepare lâminas com impressões de fragmentos de hipo-
campo, cerebelo, córtex e medula (figura 9). As impressões
devem ser extremamente finas e, quando houver necessida-
de, o excesso pode ser retirado com papel filtro.
B) Submerja as lâminas no corante de Sellers por aproximada-
mente cinco segundos (figura 10).
C) Lave as lâminas, rapidamente, em água corrente e seque-as
à temperatura ambiente (figura 11).
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4.1.3 Leitura
Os corpúsculos de Negri (figura 12) são encontrados princi-
palmente no corno de Amon (hipocampo), nas células de Purkinje
do cerebelo e na medula. Eles podem estar presentes, também, em
um grande número de órgãos, porém nestas estruturas geralmen-
te apresentam pequeno tamanho. Tais inclusões são acidófilas, com
granulações basófilas.
O corante de Sellers demonstra os corpúsculos de Negri dife-
renciados com coloração arroxeada e estrutura interna azul-escura
no citoplasma celular, que é corado em rosa.
Quando o tecido cerebral está em decomposição, geralmente a
impressão torna-se avermelhada ou azulada; porém, os corpúsculos
de Negri mantêm sua coloração.
A utilização da coloração de Sellers permite a realização de um
diagnóstico diferencial entre raiva e cinomose, visto que a infecção
pelo vírus da cinomose determina a formação de inclusões de Lentz
(figura 13), que são intracitoplasmáticas ou intranucleares e basófilas
e possuem estrutura homogênea. Ressalta-se que o vírus que causa a
cinomose pertence à família Paramyxoviridae, gênero Morbillivirus.
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4.2.1.2 Reativos:
• conjugado anti-rábico;
• CVS (challenge virus standard);
• cérebro de camundongo normal (sadio);
• acetona PA;
• glicerina PA;
• cloreto de sódio (NaCL);
• fosfato de potássio monobásico (KH2PO4);
• fosfato de potássio dibásico (K2HPO4);
• penicilina e estreptomicina ou gentamicina;
• soro normal de coelho ou de eqüino não imunizados contra
a raiva.
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• lamínulas;
• pipetas diversas;
• tubos diversos;
• estantes para tubos;
• papel de filtro;
• espátulas de madeira;
• câmara úmida;
• coplin (suporte para lâminas).
4.2.1.4 Procedimentos:
• Identifique as lâminas.
• Corte fragmentos das diferentes porções do sistema nervoso
central (SNC).
• Toque ligeiramente o fragmento na lâmina, fazendo dois es-
paços de aproximadamente 1,5cm2 cada, com impressões na
mesma lâmina.
Observações:
A) Para cães e gatos, recomenda-se fazer impressões do corno
de Amon (hipocampo). Para herbívoros e animais silvestres,
utilize fragmentos da medula, do cerebelo e do corno de
Amon para as impressões.
B) Utilize os fragmentos para o preparo do inóculo destinado
à prova biológica.
• Deixe secar a lâmina por aproximadamente 15 a 30 minutos.
• Fixe a lâmina, no mínimo durante 30 minutos, em acetona a
-20°C contida em coplin (este e a acetona devem ser manti-
dos permanentemente em congelador).
• Retire a lâmina da acetona e deixe-a escorrer e secar.
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+ + + + +
CVS 100μl 100μl 100μl 100μl
Diluições 20 40 80 160
+ + + + +
CN 200μl 100μl 100μl 100μl
1:2 1:2 1:2
� �
Conjugado 1:10 100μl 100μl 100μl 100μl
�
+ + + + +
CVS 200μl 100μl 100μl 100μl
Diluições 30 60 120 240
+ + + +
CVS 100μl 100μl 100μl
Diluições 50 100 200
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4.3.2 Procedimentos
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• agitador magnético;
• sistema de purificação de água (Milli-Q);
• balança analítica.
4.4.1.2 Reativos:
• água destilada;
• tripsina a 0,2% e versene a 0,02% (ATV);
• aminoácidos não essenciais;
• antibiótico (sulfato de gentamicina);
• dimethiyl sulfoxide (DMSO);
• conjugado anti-rábico;
• acetona a 80%;
• glicerina tamponada;
• reagente para preparo da solução salina tamponada;
• dihidrogenofosfato de sódio (NaH2PO4.H2O);
• di-sódio hidrogênio fosfato dodecahidrato
(Na2HPO4.12H20);
• cloreto de sódio (NaCl).
4.4.1.3 Materiais diversos:
• garrafas de plástico;
• microplacas de 96 wells;
• micropipetadores multicanais (8) de 20-200µl;
• pipetas de vidro ponteiras;
• tubos de 1,5mL para alicotar aminoácidos e gentamicina;
• tubos cônicos de plástico de 50mL para alicotar soro fe-
tal bovino e ATV;
• becker.
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4.4.2 Procedimentos
Preparo das suspensões do SNC
• Prepare uma suspensão de tecido cerebral a 20% - 0,6g de
tecido + 2,4mL de diluente (1ml de gentamicina e 20ml de
soro fetal bovino, completando o preparo com quantidade
suficiente para 1000ml de solução fisiológica a 0,85%).
• Deixe o antibiótico agir por 1 hora.
• Centrifugue o preparo por 30 minutos em 3000rpm (1400g)
a 4ºC.
• Separe o sobrenadante como suspensão para a inoculação
em célula.
Preparo da suspensão celular
• Células N2A mantidas no laboratório são resuspensas em
10mL de meio (5x105 células/mL) contendo 10% de soro
fetal bovino, 30µL de antibiótico (gentamicina) acrescido de
30µL de aminoácido.
Preparo da placa
• Em cada 3 orifícios da placa, inocule 1 suspensão de amostra
de quiróptero, adicionando 40µL por orifício (para a suspen-
são ficar na concentração de 4%). Juntamente com as amos-
tras de rotina, também serão aplicados na placa um controle
positivo (amostra fixa – CVS) e controles negativos (somente
célula e outro com cérebro normal de camundongo – CN).
• Em seguida, adicione 160µL de meio de cultura contendo
30µL de antibiótico [3X] e 30µL de aminoácido para cada
10ml de meio preparado.
• Deve-se homogeneizar o material adicionado na placa.
• Em cada orifício da placa, adicione 100µL da suspensão ce-
lular (com meio preparado igual à etapa citada), na qual a
célula é mantida com repiques sucessivos no laboratório.
• Incube a placa a 37ºC em câmara úmida com CO2 a 5% por
96 horas.
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Observações
Não deverão ser observadas inclusões fluorescentes nos ori-
fícios contendo os controles negativos (CN e somente célula); este
procedimento é importante para determinar a especificidade do
teste e evitar o falso positivo. No controle positivo (CVS), deverão
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Anticorpos
C1 C4 C9 C10 C12 C15 C18 C19 AgV
monoclonais
CVS/ERA SAD/
+ + + + + + + + Lab.
Past
Perro/mangosta + + + + + + - + 1
Perro + + - + + + - + 2
Vampiro - + + + + - - + 3
Tadarida
- + + + + - - - 4
brasiliensis
Vampiro - + + + + v - v 5
Lasiurus cinereus v + + + + - - - 6
Zorro de Arizona + + + - + + - + 7
Zorrillo centro/sur? - + + + + + + + 8
Tadarida Br. mex. + + + + + - - - 9
Baja SC zorrillo + + + + - + - + 10
Vampiro - + + + - - - + 11
Fonte: Mattos, C.; Mattos, C. (1998).
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Capítulo
5
Soroneutralização
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5.2.1.3 Reativos:
• vírus PV;
• conjugado anti-rábico;
• células BHK 21 – clone 13;
• soro hiperimune padrão;
• meio essencial mínimo de Eagle (MEM);
• solução de tripsina a 0,05% de EDTA;
• acetona a 80% em H2O destilada;
• tampão de carbonato/bicarbonato (0,05M, pH 8,5);
• salina fosfato tamponada (pH 7,3);
• glicerina tamponada (pH 8,5);
• soro fetal bovino.
5.2.2 Procedimentos
• Inative o soro a 56ºC , em banho-maria, durante 30 minutos.
• Faça duas séries de quatro diluições (razão 2) do soro hiperi-
mune padrão (por exemplo: 200UI/mL) com diluições iniciais
de 1:2000 e 1:3000, respectivamente, em volumes de 100μL.
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Secretaria de Vigilância em Saúde
• Faça seis diluições dos soros que devem ser testados (razão
2), a partir da diluição de 1:5, em volumes de 100μL.
• Adicione 50μL de vírus em diluição pré-determinada sufi-
ciente para infectar, no mínimo, 80% das células.
• Incube o preparo a 37ºC, durante uma hora, em atmosfera
contendo 5% de CO2.
• Adicione 50μL de suspensão de células BHK-21 (10.000 cé-
lulas/poço).
• Faça uma diluição de vírus (razão 2) de 1:1 a 1:8 a partir da
diluição utilizada na placa.
• Incube as placas a 37ºC, com 5% de CO2, durante 24 horas.
5.2.4 Leitura
As placas são lidas em microscópio de fluorescência sem char-
riot (com objetiva de 10x) ou diretamente em microscópio de fluo-
rescência invertido.
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Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
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Exemplo:
• Distribua o diluente em tubos de 12 x 75mm, colocando
150µL no primeiro tubo e 200µL nos demais.
• Coloque 100µL do soro no primeiro tubo, homogeneize o
preparo e transfira 50µL para o segundo tubo e assim suces-
sivamente, desprezando 50µL do último tubo.
• Dilua o soro-padrão, seriadamente, na base 2, iniciando com
a diluição 1:1.000 até 1:32.000, deixando um volume final,
em cada tubo, igual ao da diluição dos soros.
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Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
acumulados)
Mac (mortos
Mortalidade
Diluição do
Vac (vivos
Animais
Animais
mortos
vivos
vírus
(%)
10-3,7 8 0 29 0 100
10-4,7 8 0 21 0 100
10-5,7 7 1 13 1 92,8
10-6,7 6 2 6 3 66,6
10-7,7 0 8 0 11 0
Fórmula:
Título do vírus
= log de diluição _____% de mortalidade > 50% – 50%__________ x log do fator
> 50% de % de mortalidade > 50% – % de sobrevivência < 50% de diluição
mortalidade
Título do
Vírus = log 10-6,7 – 66,6 – 50 x 1
66,6 – 0
Título do vírus = – 6,7 – 0,25 = -6,95
85
Secretaria de Vigilância em Saúde
Sobreviventes
acumulados)
acumulados)
Mac (mortos
Diluição do
Vac (vivos
Animais
Animais
mortos
vivos
soro
(%)
1:5 0 8 0 20 100
1:25 0 8 0 12 100
1:125 5 3 5 4 44,4
Fórmula:
Título do soro =
Log de diluição _____% de sobrevivência > 50% – 50%__________ x log do fator
> 50% de % de sobrevivência > 50% – % de sobrevivência < 50% de diluição
sobrevivência
86
Capítulo
6
Logaritmos
Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
89
Secretaria de Vigilância em Saúde
90
Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
Log 10 = 2/2;
Log 10 = 1.
6.3 Cologaritmo
Cologb N = log 1/N = logB N = 0 - logB N = 0 - logB N = - logB N.
Exemplo: colog10 10.000 = log10 1/10.000 = -4.
91
Secretaria de Vigilância em Saúde
2962,35 3
26386,35 4
35,20 1
2,24 0
0,0092 -3
0,01 -1
Visto que a mantissa de um logaritmo é sempre positiva, quando
a característica for negativa, o sinal negativo deve ser escrito sobre o
valor da característica, indicando que só ela é negativa.
92
Capítulo
7
DP = distância proporcional;
FD = fator de diluição.
Título: recíproca da diluição do vírus que afeta 50% das unida-
des-teste; equivale ao número de unidades infecciosas/unidades de
volume.
Dose: diluição do vírus/unidade de volume.
Exemplo: Dict50 = 10-6/0,1mL.
Dados úteis:
Log2 ≈ 0,30 log7 ≈ 0,85
Log3 ≈ 0,40 log8 ≈ 0,90
Log4 ≈ 0,60 log9 ≈ 0,95
Log5 ≈ 0,70 log10 ≈ 1
Log6 ≈ 0,80
95
Capítulo
8
Tampões e soluções
Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
99
Secretaria de Vigilância em Saúde
100
Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
Referências
101
Secretaria de Vigilância em Saúde
102
Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
103
Secretaria de Vigilância em Saúde
104
Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva
105
Secretaria de Vigilância em Saúde
106
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