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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Secretaria de Estado da Educação


CEEFMTI DR GETUNILDO PIMENTEL

ATIVIDADE PEDAGÓGICA NÃO PRESENCIAL – APNP


_______________________________________________________________
Identificação
Disciplina: História
Professor: Vaneska Godoy de Lima
Série/Turma: 2 série Turno: Integral Ano: 2020

Revisão: A escravidão negra de origem


africana no Brasil e suas formas de
resistência.
1 (UFPE) As razões que fizeram com que no Brasil colonial e mesmo durante o império a
escravidão africana predominasse em lugar da escravidão dos povos indígenas podem ser
atribuídas a (à):

a. setores da Igreja e da Coroa que se opunham à escravização indígena; fugas,


epidemias e legislação antiescravista indígena que a tornaram menos atraente e
lucrativa.
b. religião dos povos indígenas, que proibia o trabalho escravo. Preferiam morrer a ter
que se se submeterem às agruras da escravidão que lhes era imposta nos engenhos de
açúcar ou mesmo em outros trabalhos.
c. reação dos povos indígenas, que, por serem bastante organizados e unidos, toda vez
que se tentou capturá-los, eles encontravam alguma forma de escapar ao cerco dos
portugueses.
d. ausência de comunicação entre os portugueses e os povos indígenas e à dificuldade de
acesso ao interior do continente, face ao pouco conhecimento que se tinha do território
e das línguas indígenas.
e. um enorme preconceito que existia do europeu em relação ao indígena, e não em
relação ao africano, o que dificultava enormemente o aproveitamento do indígena em
qualquer atividade.

2 (UFC-CE) Por aproximadamente três séculos, as relações de produção escravista


predominaram no Brasil, em especial nas áreas de plantation e de mineração. Sobre este
sistema escravista é correto afirmar que:

a. impediu as negociações entre escravos e senhores, daí o grande número de fugas.


b. favoreceu ao longo dos anos a acumulação de capital em razão do tráfico negreiro.
c. possibilitou a cristianização dos escravos, fazendo desaparecer as culturas africanas.
d. foi combatido por inúmeras revoltas escravas, como a dos Malês e a do Contestado.
e. foi alimentado pelo fluxo contínuo de mão de obra africana até o momento de sua
extinção em 1822.

3 Leia a letra da música abaixo:

Todo Camburão Tem Um Pouco De Navio Negreiro

Marcelo Yuka e O Rappa

Tudo começou quando a gente conversava


Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?

É mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro


Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a aids possui hierarquia
Na áfrica a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro


Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
A letra acima retrata a permanência do preconceito sofrido pelos negros africanos em
decorrência de mais de trezentos anos de escravidão em terras brasileiras. A partir da letra da
música e de seus conhecimentos sobre a escravização no Brasil, indique a
alternativa incorreta.

a. O fim da escravidão no Brasil não foi acompanhado de medidas para inserir os


africanos escravizados na sociedade, já que não eles tiveram acesso a terra e, quanto à
adoção do trabalho assalariado, foi dado um estímulo maior aos imigrantes europeus.
b. Os africanos exerciam uma série de atividades, dentre as quais podem ser destacadas
as domésticas, quando trabalhavam nas casas, e também quando eram escravos de
ganho, administrando pequenos comércios, praticando o artesanato ou prestando
pequenos serviços para seus senhores.
c. Após a Independência do Brasil, em 1822, houve uma intensa campanha pelo fim da
escravidão do Brasil, organizada principalmente por abolicionistas que se adiantaram às
pressões dos ingleses pelo fim do Trafico no Atlântico. Em razão da ação dos
abolicionistas, a Lei Eusébio de Queirós foi promulgada em 1850.
d. Um dos principais exemplos da permanência do preconceito contra os negros no Brasil
após o fim da escravidão pode ser encontrado na violência policial, que durante todo o
século XX incidiu muito mais nos descendentes de africanos que sobre a população
branca.

4 “Nos mais de trezentos anos de existência da escravidão africana na América, e nos anos em
que existiu a escravidão indígena, as populações escravizadas resistiram de diferentes formas
ao processo de escravidão. Resistir, entretanto, não significa aqui suportar, mas sim lutar
contra a dominação imposta, buscar a liberdade.”

JUNIOR, Roberto Catelli. História: texto e contexto. São Paulo: Scipione, 2006. p. 300.

Durante o período colonial e imperial, a resistência dos africanos escravizados contra a


escravidão ocorreu de várias formas. Dentre elas, estavam lutas contra os governos que foram
organizadas por escravos ou que tiveram como uma de suas reivindicações o fim da
escravidão. Dentre as revoltas abaixo com essas características, não podemos incluir:

a. Revolta Farroupilha
b. Revolta dos Malês
c. Confederação do Equador
d. Balaiada

5 Leia abaixo um trecho de uma entrevista de Abdias do Nascimento, escritor, político e


militante do movimento negro:

“Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da
polícia do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças
que provavam a suposta delinquência ou anormalidade mental da comunidade negra. Na
Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era um camarada
doente da cabeça por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto.
Eles não podiam aceitar isso.”
Retirado do Portal Afro:
<http://www.portalafro.com.br/entrevistas/abdias/internet/abdias.htm> acessado em
25/09/2013.

A partir do trecho acima citado, é possível afirmar que:

a. apesar da escravidão a que estavam sujeitos, os africanos sempre tiveram autonomia


para praticar seus cultos religiosos.
b. ao chegarem ao Brasil e passarem a conviver com os europeus, os africanos
escravizados foram paulatinamente perdendo seus traços culturais originais, adotando
ao final integralmente a cultura europeia.
c. mesmo com todo o tipo de repressão a que estavam sujeitos, os africanos
escravizados ainda buscaram manter vivas suas tradições culturais religiosas.
d. Nina Rodrigues e seus seguidores estavam certos ao afirmarem que os africanos eram
degenerados por não aceitarem a cultura europeia como superior às suas.

6 A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação


ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e (ou) negras e amarelas. Ela
resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do
continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse
que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão
e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In:
Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.
Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que:
a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse
continente.
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão europeia do início da Idade
Moderna.
e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.

7 A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por
insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi
nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como
aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento
e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de
ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000
(adaptado).
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da
escravidão no Brasil, no qual:

a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.


b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais..

c) optava pela via legalista de libertação.

d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.

e) antecipava a libertação paternalista dos cativos.

8 Os senhores chamavam os africanos recém-chegados, que ainda não


entendiam nem falavam português e que não conheciam os costumes da terra,
de boçais. Quando os africanos aprendiam português e os costumes da nova
terra, mostravam-se obedientes aos seus senhores e desempenhavam bem as
tarefas que lhes eram atribuídas, passavam a ser chamados de ladinos. Já os
crioulos eram os que haviam nascido no Brasil, tinham o português como a sua
primeira língua, quase sempre eram batizados e, pelo menos diante dos
senhores, comportavam-se conforme os padrões portugueses, que pouco a
pouco iam se tornando brasileiros.

(Marina de Mello e Souza.  África e Brasil africano, p. 89. Adaptado)

Segundo Marina de Mello e Souza, as relações entre os africanos e os crioulos,


entre outras formas, caracterizavam-se

a. pela complementariedade, pois os crioulos arrastaram os africanos para as


ações mais radicais de luta contra a escravidão.
b. por atritos, pois os crioulos podiam assumir funções mais cômodas nas
atividades ligadas ao trabalho.
c. por uma disputa, pois os dois grupos buscavam a confiança dos senhores
para obter a alforria mais rapidamente.
d. por uma violenta rivalidade, pois os senhores preferiam usar o trabalho dos
africanos, mais adaptados ao trabalho forçado.
e. por uma acentuada colaboração, pois as condições de trabalho dos africanos
e dos crioulos eram semelhantes.

9 Kalunga é o nome de um quilombo no Estado de Goiás. Em 1993, de 2 mil a 4


mil negros viviam em 41 comunidades espalhadas por 2,02 mil quilômetros
quadrados em uma região montanhosa próxima à vila de Cavalcante. Esse talvez
seja o mais antigo quilombo habitado permanentemente do Brasil.
Diferentemente do famoso quilombo dos Palmares, nunca foi destruído.
Referências incompletas, em fontes estrangeiras, sugerem que ele data pelo
menos desde o início do século XIX. Os africanos talvez tenham vivido lá antes
da expulsão dos jesuítas em 1759, porque dois jesuítas que trabalharam no
norte de Goiás foram acusados de terem se relacionado com os quilombolas.
Não se sabe como ou por que os quilombolas escolheram nomear um vale de
montanhas e seu quilombo de Kalunga. O que o nome Kalunga indica,
entretanto, é que os centro-africanos habitavam um lugar tão remoto quanto a
capitania de Goiás.
(Mary C. Karasch, Centro-africanos no Brasil Central, de 1780 a 1835.In: Linda M.
Heywood (Org.), Diáspora negra no Brasil)

A presença de centro-africanos no interior do Brasil colonial está relacionada


com

a. a fundação de missões religiosas, organizadas para conter as invasões de


colonos espanhóis em terras portuguesas.
b. o trabalho nas minas de ouro, descoberto no início do século XVIII, na
capitania de Goiás.
c. a criação de animais de carga para serem fornecidos para as regiões
exploradoras dos metais preciosos.
d. o Tratado de Madri, que reconheceu as terras de Goiás e do Mato Grosso
como posse permanente de Portugal.
e. a produção de tabaco e arroz, duas mercadorias fundamentais para o
escambo de escravos na África.

10 Leia o texto.

Os africanos foram trazidos do chamado “continente negro” para o Brasil em


um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas
transportadas como escravos variam muito. Estima-se que entre 1550 e 1855
entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria
jovens do sexo masculino.

A região de proveniência dependeu da organização do tráfico, das condições


locais na África e, em menor grau, das preferências dos senhores brasileiros.
(Boris Fausto,  História do Brasil, p. 51)

Acerca do tráfico negreiro, é correto afirmar que

a. nos séculos XVI e XVII, a preferência dos senhores de terra do Brasil recaía
sobre a exploração da mão de obra compulsória dos índios, mas com a
definitiva proibição de escravizar os indígenas, no princípio do século XVIII,
com o início do tráfico de escravos, optou-se pela exploração exclusiva do
escravo africano.
b. desde o século XVI, a preferência dos senhores de engenho recaía sobre os
escravos vindos dos portos de Benguela e Cabinda, especialmente os huaças e
os jejes, reconhecidos como os homens mais fortes, que conheciam a
metalurgia e ofícios mecânicos, além de se apresentarem mais leais aos seus
senhores.
c. no século XVI, os portos ao longo do litoral de Daomé forneceram o maior
número de escravos, e nos séculos XVII e seguintes, as regiões do Congo e de
Angola tornaram-se os centros mais importantes de exportação de escravos;
além disso, Salvador e Rio de Janeiro foram os grandes centros importadores
de escravos.
d. a efetiva entrada de escravos africanos no Brasil ocorreu a partir da segunda
metade do século XVIII, momento no qual já existiam justificativas religiosas e
morais para a escravização do homem africano, e, em toda ordem escravista,
Moçambique foi a mais importante região fornecedora de escravos.
e. entre os séculos XVI e XVIII, o norte da África foi, quase exclusivamente, a
região fornecedora de mão de obra compulsória para o Brasil e o resto da
América colonial, mas essa situação foi radicalmente transformada com a ação
do governo da França que proibiu, após a Revolução Francesa, a retirada de
escravos de qualquer parte da África.

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