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CIÊNCIAS SOCIAIS
Karen da Rosa1
Maria Luisa Pablo
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Trabalho elaborado por Karen Susan S. P. da Rosa e Maria Luisa Pablo, discentes na graduação em Ciência
Política e Sociologia para a disciplina de Métodos e Técnicas Qualitativas de Investigação Social, ministrada
pelo Profa. Marília Bortoluzzi Severo no semestre 2019.2 pelo Instituto Latino-Americano de Economia,
Sociedade e Política.
Enfermagem (GASQUE, 2007).
Como toda teoria que busca explicar seu objeto de estudo, a Teoria Fundamentada
também possui debates em seu entorno, especialmente por ser uma teoria que embora seja
compreendida como pós-positivista devido a sua abordagem qualitativa, está fortemente
arraigada aos dados. Por este contexto Raymon (2005) expõem, tal como o positivismo a
experiência aparece como fonte principal de conhecimento permitindo derivar leis gerais
de múltiplos acontecimentos empíricos. Diante disso, os princípios da Teoria
Fundamentada estão fortemente concordantes com a ortodoxia positivista dos anos 1960,
embora outros autores como Bryant (2002), Wagenaar (2003) e Clarke (2003) que
militam pela vertente da teoria fundamentada interpretativista e construtivista, que se
envolvam com os atores e seus contextos, ademais de incorporar compreensão dos
fenômenos relativista e perspectivista.
Embora exista este debate que divide seus seguidores, o importante neste
momento e para os fins desta pesquisa é a compreensão de que o caráter híbrido do
método permite sua aplicação em ambos os paradigmas, ademais de que este método ou
abordagem, não busca que o pesquisador tente ajustar seus dados a pressupostos teóricos,
mas sim que o pesquisador construa a partir de sua observação específica do fenômeno,
sua própria teoria (GASQUE, 2007; RAYMOND, 2005). Assim sendo, os procedimentos
da teoria fundamentada tem como objetivo identificar, desenvolver e relacionar os
conceitos.
Cassiani et al. (1 , p. 7 ) nessa tentativa de representar o método dessa abordagem
a divide nas seguintes etapas “coleta dos dados empíricos, os procedimentos de
codificação ou an lise dos dados codificação aberta, codificação axial ou formação e
desenvolvimento do conceito codificação seletiva ou modificação e integração do
conceito e delimitação da teoria”. Em síntese todas estas etapas compreendem a seleção
e identificação do problema em um primeiro momento, seguindo para o método de
codificação e análise, avançando para o grau de operacionalização e a natureza da teoria
emergente para enfim fazer a prova da teoria.
Igualmente importante, como as etapas desse método, é a compreensão do
pesquisador de que é importante especificar o tipo do uso que se faz da teoria
fundamentada no marco da justificação do estudo, como também, fornecer as
informações necessárias que possibilitem a compreensão da pesquisa.
Por fim, existem alguns pesquisadores que usam a metodologia GT, mas na
América Latina-Brasil existem livros sobre o uso do GT na grande área das ciências
sociais como o artigo em que ele fala de “A Teoria Fundamentada como Método de Pesquisa
em Ciências Sociais: na encruzilhada de dois paradigmas” (Raymond, 2005). Neste texto,
percebemos que o pesquisador formado em antropologia e desenvolvimento na Universidade
do Chile aplica e explica a metodologia da Grounded Theory. Ele comenta o que foi atribuído
à sociologia e fenomenologia americanas, uma dupla herança que foi e continuou sendo uma
questão de debate em ciências sociais.
Além disso, o autor convida os pesquisadores a compartilhar todas as etapas do
estudo, desmistificando com os sujeitos os elementos de uma investigação. Para estes, é uma
oportunidade de pensar sobre seu trabalho de uma maneira diferente, procurando maneiras
de simplificá-los, vendo-os sob uma nova luz.
Referências Bibliográficas
BITTENCOURT, Maíra. Grounded theory como metodologia para o estudo das mídias
digitais. C&S – São Bernardo do Campo, v. 39, n. 1, p. 143-167, jan./abr. 2017.
CASSIANI, SH de B.; CALIRI, Maria Helena Larcher; PELÁ, Nilza Teresa Rotter. A
teoria fundamentada nos dados como abordagem da pesquisa interpretativa. Revista
latino-americana de enfermagem, v. 4, n. 3, p. 75-88, 1996.