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Questões para debate (Texto 1)-Amanda Brito:

Por que a ideia de convenção impede que a denotação de um signo seja tratada na
lógica de Peirce?
A convenção impõe acordo previamente estabelecido que engessa as possibilidades
representativas do signo, isto é, sentidos presos ao que foi convencionado, o que não
cabe na visão triádica de Peirce que, ao trazer o interpretante para o estudo do signo,
permite possibilidades representativas, surgindo um mundo de interpretantes potenciais
múltiplos. (pág. 181, § 2).

Dentro da lógica de Peirce, os termos ‘cópia’ e ‘representação’ são utilizados como


sinônimos. Explique a falsidade ou veracidade da afirmativa.
Não é possível utilizar ambos os termos como sinônimos, segundo a lógica de Peirce, de
modo que há falsidade na afirmativa sugerida. Representação é observada de modo
geral, sendo a cópia um destes modos. As cópias têm necessária relação de similitude
com os objetos que representam, predendo a representação ao objeto e impedindo
possibilidades de interpretantes vários, pois, quando se fala de cópia, a relação é objeto
e representação, não havendo uma influência primordial de uma terceiro fenômeno,
como se dá na teoria peirceana. (pág.182, citação em destaque).

Considerando os conceitos de signo, cópia e símbolo, indique e justifique qual deles


está diretamente relacionado ao conceito interpretante em Peirce.
A cópia precisa de uma similitude com o objeto, prendendo-se a este. O signo precisa de
uma convenção prévia para prendê-lo ao objeto. O símbolo é o único que não possui
amarras ao objeto ou amarras ao acordo coletivo, visto que é algo sobre o qual o ser é
apresentado à mente, um conceito, com maleabilidade decorrente da soltura relativa às
duas prisões anteriores, possibilitando a indeterminação do signo e a multiplicidade de
interpretantes, posto ser o símbolo algo apresentado à mente, submetido à variabilidade
do intelecto do intérprete, aquele que desatará interpretantes, dentre os possíveis.
(pág.182, citação em destaque).
Descreva as relações sígnicas dos fenômenos cópia e comparação em Peirce.
Numa cópia, uma representação de um signo é produzida por similitude. Tem-se um
signo em questão. Numa comparação, ao interpretar um signo, outro é produzido.
Portanto, as relações sígnicas numa cópia estão entre um signo e sua representação. Na
comparação, dois signos estão em tese: um signo interpretado a partir do qual surge
outro, uma comparação com o primeiro. Note-se o diagrama: signo-representação (por
similitude) e signo-signo (por comparação). (pág. 181, § 2, 183, §2 e 184, § 0).

Na relação tríadica S-O-I, explique por que a degeneração para chegar ao ícone
pode prescindir de dois termos.
Uma dupla degeneração ocorre nesse caso. Os termos degenerados são o segundo e o
terceiro. Os ícones podem prescindir dos correlatos da relação tríadica, uma vez que
dependem de suas qualidades intrínsecas. A relação dual entre objeto e signo é
degenerada e consiste em mera semelhança entre dois. Um ícone é um signo que se
refere ao objeto que denota meramente em virtude de seus próprios caracteres, que são
possuídos por ele ainda que seu objeto não exista realmente, logo, pode prescindir de
termos da tríade. (pág. 185, § 2 e 186, § 0).

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