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ABORDAGEM HISTÓRICA
Você pode sonhar, projectar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é preciso
pessoas para tornar o sonho realidade'
Walt Disney
Alguns autores referem que na origem do que se viria a designar por “Função Pessoal”
estão os chamados Welfare Officers, funcionários encarregados de zelar pela melhoria das
condições de trabalho e de alojamento e pelo apoio aos trabalhadores doentes ou mais
necessitados. Por essa razão se pode afirmar que, quer nos Estados Unidos da América
(EUA)quer na Europa, a “Gestão de Pessoal” remonta ao século XIX, muito associada à
garantia de boas condições de vida laboral e pessoal dos trabalhadores. O papel dos Welfare
Officers correspondia, em larga medida, ao de uma «almofada social», capaz de amortecer a
grande conflitualidade existente entre o empregador e os seus empregados. Numa perspectiva
crítica, o seu papel pode também ser visto como uma tentativa de garantia e manutenção de
baixos salários a troco de alguns benefícios sociais permitindo, ainda, limitar a influência
sindical no interior da empresa. (Cabral-Cardoso, 1999 e Carvalho, 1998).
Embora o aparecimento de uma secção de pessoal nas empresas possa ser referenciado
ainda no século XIX, foi apenas a partir do início do século XX que esta assume um carácter
de maior funcionalidade e importância.
Na década de 80, resultado de diversos factores que marcaram os anos 70, como a
globalização, a desregulação e as rápidas mudanças tecnológicas exige-se, por parte das
empresas, um planeamento estratégico, ou seja, um processo de antecipação das mudanças
futuras e do alinhamento das várias componentes da organização, de forma a promover a
eficácia e eficiência organizacional. Assim, embora os aspectos técnicos da administração de
pessoal tradicional fossem ainda uma componente integral da GRH tradicional, a formulação
e implementação estratégica transformam-se no seu paradigma dominante.
A GRH é vista, pela primeira vez, como um agente de ajuda às empresas para a
realização dos seus principais objectivos (Lawler, 1999).
1.1.1 EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NO
SÉCULO XX
A permuta do nome Gestão de Pessoal para o de Gestão de Recursos Humanos não foi
uma mudança consensual por parte dos gestores de pessoal, como refere Cabral-Cardoso
(1999). Como afirma Moura (2000), do ponto de vista conceptual, a designação GRH que
evoluía a partir do conceito de Gestão de Pessoal “está longe de constituir um campo de
conhecimentos estabilizado e aceite na literatura”. Carvalho (1998) argumenta que a essência
do processo de evolução está no facto dos trabalhadores passarem a ser vistos como um
recurso a valorizar e não apenas como um custo a minimizar, sendo considerados como um
dos factores competitivos da organização. Torrington e Hall (1995) caracterizam a Gestão de
Pessoal como sendo orientada para os empregados, enquanto a GRH seria mais orientada para
a gestão. Beaumont (1993) considera a GRH como a continuidade da Escola das Relações
Humanas, enquanto outros argumentam que existem poucas diferenças entre a Gestão de
Pessoal e a GRH.
- a GRH tem uma perspectiva integrada da gestão das pessoas, o que exige uma visão
mais vasta da organização e uma compreensão de todas as dimensões e conceitos do
comportamento organizacional, como a cultura e estrutura, ao invés de se limitar a um
conjunto de técnicas, mais ou menos sofisticadas, mas que não formam um corpo conceptual
coerente e global, como acontecia na gestão de pessoal;
A novidade mais relevante introduzida, na década de 80, foi a nova visão dos recursos
humanos considerados como um investimento organizacional pela primeira vez e não como
um custo, considerados como tal até final da década de 70. Inicialmente chamaram-lhe Gestão
de Pessoal e nos anos 80, Recursos Humanos, ou seja, a passagem da utilização das
expressões Pessoal, Direcção de Pessoal ou Função Pessoal, para Recursos Humanos,
Direcção de Recursos Humanos ou DRH, partindo do princípio que “Recursos Humanos é
estratégico; Pessoal é operacional”. Logo estamos perante práticas distintas de gestão de
pessoas. Segundo esta distinção, a GRH passa a estar integrada na gestão estratégica, faz o
alinhamento claro com as novas concepções da gestão global e do funcionamento das
organizações e adopta uma perspectiva de individualização relativamente às pessoas na
organização. Desde então, está mais envolvida no negócio global, mais proactiva e integrada
na gestão e não apenas implicada na satisfação dos trabalhadores, nas suas necessidades de
trabalho e na resolução dos seus problemas.
Segundo Keating (2002), o desenvolvimento da DRH pode também ser visto como
intimamente ligado à evolução das relações de trabalho na organização. A sua legitimidade
derivaria, principalmente, da maior ou menor capacidade para lidar com as incertezas
provenientes das relações entre os grupos divergentes da organização. Segundo esta corrente,
até ao final dos anos 70, a DRH limitava-se a processar salários e a dar respostas de carácter
administrativo às exigências legais em vigor. As pessoas eram admitidas, geralmente sem
critérios de selecção e procurava-se enquadrá-las nas funções, valorizando-se a disciplina e a
eficiência. A partir da década de 80 inicia-se um novo tipo de relacionamento com os
trabalhadores e muitas empresas criaram, pela primeira vez, os seus órgãos de RH. Os
procedimentos de selecção melhoram, gerem-se as remunerações com preocupação de
equilíbrio interno e externo e a formação profissional começa a ter alguma expressão. Em
resposta a estas reclamações de salário igual para função igual, começa-se a falar em
avaliação de mérito e mais tarde em avaliação de desempenho.
Com este novo contexto, assiste-se a fortes mudanças na natureza das funções dos
gestores de pessoal, ou seja, as limitadas preocupações com as actividades meramente de
natureza administrativa são alargadas para preocupações mais centradas no desenvolvimento
dos recursos humanos da organização, especialmente preocupações com a motivação,
envolvimento, empenhamento, flexibilidade e competências nucleares dos empregados. Hoje,
o que destaca a Gestão Estratégica de Recursos Humanos (GERH) da sua perspectiva mais
tradicionalista é a detenção de recursos humanos dotados de características profissionais que
permitam à organização demarcar-se da concorrência. Esta demarcação define-se pela posse
de competências difíceis de imitar, garantindo-lhe a vantagem competitiva de que necessita
para se afirmar no contexto de mercado global que caracteriza as últimas décadas do século
XX. Daí a aproximação da FRH aos centros de decisão estratégica das empresas ser cada vez
mais forte. Alguns autores sintetizam que as ideias centrais da GERH poderão, assim, ser
agrupadas em torno dos movimentos de descentralização de tomada de decisão e de
centralização nas competências–chave, que caracterizam o mundo moderno da actividade
organizacional. A última década tem sido generosa em produzir uma série de práticas de
gestão destinadas a, por um lado, atribuir cada vez mais tarefas e responsabilidades aos
indivíduos colocados nas bases da organização e, por outro, concentrar os esforços da
organização nas competências em que ela é realmente especialista, libertando-se das
competências periféricas. Importa, contudo, referir que se por um lado existem vantagens que
passam por uma maior implicação e motivação dos colaboradores, pois estes são chamados a
participar em algumas das decisões da sua empresa verificam-se, igualmente, na GRH actual
algumas desvantagens, particularmente esta vê-se destituída de algumas das suas
responsabilidades transferidas, na sua maior parte, para uma contratação em regime de
outsourcing (Gomes e Cunha, 2003).
Assim, a nova FRH não se pode limitar a procurar a adequação às exigências de curto
prazo, mas deve pensar em necessidades de médio e longo prazos, com o intuito de assegurar
o êxito dos projectos da empresa e de se prevenir contra os riscos de uma inadequação das
competências na relação com as novas exigências de trabalho. Este entendimento permite
atribuir à GERH um novo papel, agora totalmente integrado com o resto da organização.
No geral, as grandes ideias associadas às transformações da FRH, nos anos 90, foram
segundo alguns autores:
iv. Criar organizações mais flexíveis, achatadas e mais complexas (em termos de
produção, recursos, …);
Nos últimos anos, organizações têm sido submetidas a uma série de mudanças que
influenciam directamente seus modelos de gestão, como a velocidade de transmissão das
informações, em um contexto no qual o espaço físico já não constitui barreira à concretização
de negócios (KANTER, 1997). Essas transformações no mundo do trabalho impuseram às
empresas padrões de gestão pautados em novos conceitos, tais como: flexibilidade, inovação,
conhecimento e excelência. Consequentemente, novos arranjos de trabalho começam a surgir,
implicando uma alteração nas relações de emprego formal, tais como terciarização, horário
flexível, teletrabalho, Job sharing, offshoring. (PICCININI et al, 2005; GANDOSY e KAO,
2006; DYCHTWALD, 2006). Guest (2006) cita outras tendências que tiveram impacto
directo nos moldes tradicionais de gestão, tais como o aumento da presença feminina na força
de trabalho, a maior preocupação dos empregados com a vida pessoal, as diferenças culturais
e as inovações tecnológicas. De uma forma geral, as mudanças nas premissas da força de
trabalho indicam a procura por uma forma mais flexível de gestão. Nesse contexto de
mudanças, alguns desafios são colocados às empresas, entre os quais a diminuição da oferta
de força de trabalho. Durante décadas, as organizações contaram com um enorme contingente
de talentos, composto pelos baby boomers (GANDOSSY e KAO, 2006). Contudo, a saída
desses profissionais do mercado de trabalho, atrelada à redução da taxa de natalidade e ao
aumento da expectativa de vida, indicam a escassez de mão-de-obra especializada
(DYCHWALD, 2006; DELOITTE, 2004). Experts projectam que, até o ano de 2010, haverá
uma diminuição de 10 milhões de trabalhadores e que essa deficiência de recursos humanos
será sentida principalmente em áreas que requerem alta capacitação técnica e conhecimentos
especializados, como nos sectores de saúde e de alta tecnologia. Assim, são colocados para os
próximos anos desafios cuja natureza e evolução fogem ao controle directo das organizações,
na medida em que sofrem influência das grandes transformações em curso nas esferas
económica, política, social, tecnológica e demográfica (MACROPLAN, 2006). Por outro
lado, o conhecimento consolidou-se como vantagem competitiva directa para organizações
que pretendem se diferenciar pela forma como atendem seus clientes. Assim, organizações de
sucesso são, actualmente, aquelas que conseguem atrair, desenvolver, reter e compensar
talentos que sejam responsáveis tanto por seus clientes quanto pela gerência das crescentes
oportunidades tecnológicas (ULRICH, 1998). Diversas pesquisas indicam a gestão de talentos
como a maior preocupação gerencial desta década, sugerindo uma tendência de aumento da
competição por talentos. Daí porque, em vários estudos e mesmo nas organizações, este
processo vem sendo definido como War for Talent – Guerra por Talentos (GUTHRIDGE,
2008).
Esses factores relatados de forma sucinta têm trazido para o topo das organizações da
indústria do petróleo a discussão sobre o impacto que os recursos humanos podem ter na
concretização de suas estratégias. As áreas de RH das empresas têm sido chamadas a
contribuir com projectos de como atrair e manter os talentos necessários ao negócio em
quantidade e qualidade adequadas. Desta forma, a gestão de talentos requer grandes
investimentos em recursos financeiros e humanos. Estudos indicam que boas práticas de
gerenciamento de talentos envolvem estratégias organizacionais que enfatizam a importância
dos talentos para o sucesso organizacional. Em pesquisa realizada com 50 CEOs e
profissionais de RH, Guthridge etal. (2006) Concluíram que, muitas vezes, a gestão de
talentos encontra-se desassociada das estratégias do negócio, citando casos em que a proposta
de valor chega a constituir um impedimento à atracão de talentos. Algumas barreiras se
referem principalmente, ao descomprometimento de gerentes, que não disponibilizam tempo e
atenção suficientes para a gestão de talentos; baixo empenho dos gerentes de linha com o
desenvolvimento dos empregados; e a visão da organização em “silos” – focando nos
interesses das partes em detrimento do todo. Muito mais que atrair pessoas e aplicar sistemas
de informação, os autores chamam a atenção para a integração da gestão de talentos às
estratégias da organização, buscando o comprometimento de todos os atores envolvidos e o
alinhamento das capacidades e competências existentes às prioridades da organização.
Neste sentido, Barros (2003) ressalta que a retenção de talentos tende a ser fator chave,
por exemplo, em processos de Fusões e Aquisições (F&A) e um grande desafio em mercados
em crescimento, nos quais “a disputa pelos melhores é maior”. Nestes processos, há uma
evasão de talentos, causada principalmente pela insegurança gerada pela falta de lugar na
nova organização e pela perda de poder. Assim, é preciso garantir a retenção daqueles
empregados considerados estratégicos, tanto para o processo de integração – no curto prazo –
quanto tendo em vista a operação da empresa em longo prazo. É necessário conciliar a
convivência entre diferentes modelos, bem como solucionar divergências que possam
potencializar as dificuldades, como diferentes padrões de remuneração entre as empresas
adquirentes e as adquiridas. No que se refere às formas de captação, estas podem ocorrer no
ambiente externo ou através da promoção de talentos internos à organização. Diversas
empresas combinam as duas formas de captação, já que um ambiente interno rico em talentos
tenderá a atrair talentos externos (NOHRIA et al., 2003). No caso de recrutamento de talentos
externos, estudo da American Productivity & Quality Center (APQC, 2004) discute como este
processo é realizado, destacando a importância de a organização possuir uma recruiting brand
que atraia talentos, através da ênfase em aspectos como a maximização do potencial, o
desenvolvimento pessoal, existência de desafios e outras características que, de alguma forma,
comuniquem ao público externo as vantagens em se trabalhar na organização em questão, em
detrimento de outras. Evans et al. (2002) destacam que em muitos casos, o recrutamento é
realizado directamente por profissionais provenientes de great schools, que são escolas
especializadas no desenvolvimento de competências de liderança. Em casos de recrutamento
interno, frequentemente é realizada uma avaliação de potenciais, em termos de competências,
desempenho e experiências, que indica quais são os potenciais candidatos, bem como o seu
nível de preparação para ocupá-las, subsidiando processos de desenvolvimento e treinamento
(APQC 2004). Quanto à forma como este processo tem ocorrido, organizações “estão
desenvolvendo práticas de desenvolvimento profissional e pessoal cujo objectivo é o de
estabelecer o compromisso entre as metas da empresa e os propósitos individuais do
profissional” (FONTENELLE, 2005). Segundo a autora, esta actuação tem se dado em duas
frentes: oferecendo informações aos empregados sobre os critérios de progressão na carreira,
com base em competências e desempenho; e pela disponibilização de oportunidades de
crescimento e desenvolvimento, através, por exemplo, de “avaliação 360º” e os programas de
coaching, mentoring e counseling.
Tendo em vista estas mudanças no mundo do trabalho e os desafios que são colocados
para as organizações, a área de recursos humanos assume um papel fundamental na definição
e execução de ações estratégicas de atração e retenção de talentos. Mudanças demográficas e
a ascensão do conhecimento como ativo estratégico reforçam a idéia de que a gestão de
talentos deve ser colocada no “coração da estratégia” (GUTHRIDGE et al., 2008) e que esta
tarefa requer comprometimento da alta administração e dos profissionais de RH, sendo estes
os responsáveis por traduzir as estratégias organizacionais em estratégias detalhadas de gestão
de talentos, necessitando, para isso de profundos conhecimentos do negócio.
No ambiente atual mercadológico, a cada dia que passa o capital humano tem
alcançado maior importância para o crescimento e desenvolvimento das organizações. Tal
seriedade tem sido ativada pelo fato de as pessoas consistir em um dos grandes diferenciais
dentro das empresas.
Mas, na busca por talentos, as empresas têm encontrado problemas pra atingirem esse
objetivo, pois, gerir talento humano é algo que demanda planejamento e políticas de gestão de
recursos humanos. Dessa forma, é imprescindível que as empresas tenham um objetivo bem
marcante na hora de realizar a gestão de talentos. Sendo assim, por meio de pesquisa
bibliográfica, este trabalho aborda as técnicas de atração, desenvolvimento e retenção de
talentos, três passos fundamentais para o êxito de uma política de recursos humanos que visa
captar, gerir e encarreirar grandes profissionais dentro da instituição. A proposta deste artigo é
mostrar a importância da atração e retenção dentro da gestão de pessoas para a organização da
qual justifica-se pelo seu valor no cenário mercado lógico. Trata-se de um artigo por pesquisa
de metodologia de revisão bibliográfica realizada entre Novembro de 2010 e Março de 2012 a
partir do arsenal bibliográfico de livros específicos com ênfase em teorias de administração e
Recursos Humanos (RH), bem como materiais disponíveis na internet.
Gestão de pessoas
Dentro deste contexto Chiavenato (2004, p.09), diz que gestão de pessoas baseia-se
em vários aspectos sendo eles fundamentais para o crescimento das organizações. As pessoas
como seres humanos: dotados de personalidade própria e completamente diferente entre si,
com uma história pessoal particular e diferenciada, donas de conhecimentos, habilidades e
competência imprescindível a adequada gestão de recursos organizacionais, pessoas como
pessoas e não como meros recursos na organização. As pessoas com atiradores inteligentes de
recursos organizacionais: são elementos impulsionadores da empresa e capazes de enchê-la de
inteligência, talento e aprendizagem necessária a sua constante renovação e competitividade
em um mundo cheio de mudanças e desafios, sendo agentes passivos inertes e estáticos. As
pessoas como parceiras das organizações: são aptos de conduzi-la a excelência e ao sucesso,
como parceiros as pessoas fazem investimento na organização como esforço, dedicação,
responsabilidade e comprometimento, daí, o carácter de reciprocidade na interacção entre
pessoas e organizações.
A área de Gestão de Pessoas está cada vez mais estratégica nas empresas, sendo assim
é indispensável identificar, reter e comprometer os colaboradores que contribuem de forma
significativa para a competitividade e o sucesso da organização.
Talento era o nome dado a uma moeda valiosa na antiguidade. Hoje, é preciso saber
atrair, aplicar, desenvolver, recompensar, reter e monitorar esse activo precioso para as
organizações. Esse é um desafio para toda organização e não apenas na área de RH.
(CHIAVENATO; 2004, p. 53).
Lorsch e Tierney (2003, p. 85) afirmam que mesmo que as percepções das empresas
quanto à importância das pessoas dentro da organização tenham se mostrado distintas, com
algumas delas ainda não considerando os colaboradores como diferencial nas actividades das
empresas, existe uma tendência crescente do aumento da valorização do factor humano nas
instituições, tendo em vista que as empresas têm visto o importante papel desempenhado
pelos funcionários em seus trabalhos.
Para Dessler, (1997, p.694) gerir talento humano está se tornando indispensável para o
sucesso das organizações. Ter pessoas não significa necessariamente ter talentos. E qual a
diferença entre pessoas e talentos? Um talento e sempre um tipo especial de pessoa, e nem
sempre toda pessoa e um talento; para ter talento a pessoa precisa possuir algum diferencial
que a valorize.
Chiavenato, (2004, p.52) comenta que talento envolve três aspectos: Conhecimento é o
saber; constitui o resultado de aprender a aprender, aprender continuamente e aumentar
continuamente o conhecimento. Habilidades são o saber fazer; significa utilizar e aplicar o
conhecimento, seja para resolver problemas ou situações ou criar e inovar. Competência é o
saber fazer acontecer; a competência permite alcançar e superar metas e resultados, agregar
valor, obter excelência e abastecer o espírito empreendedor. Consequentemente, o conceito de
talento humano conduz necessariamente ao conceito de capital humano, do qual é composto
por dois aspectos: Talentos – dotados de conhecimentos e habilidades constantemente
reforçados e recompensados, porém, não abordado em sistema fechado ou sozinho, pois
precisa existir e coexistir com liberdade, autonomia e retaguarda para expansão. E o Contexto
– o ambiente para que os talentos floresçam de acordo com o desenho organizacional (divisão
de trabalho), da cultura organizacional (democrática e participativa) ou estilo de gestão
(descentralização de poder) (CHIAVENATO; 2004, p. 54). Programa de trainees O programa
de trainees desenvolvidos em algumas empresas no Brasil tem sido considerado uma
estratégia na busca de vantagem competitiva para os próximos anos (COSTA; 1994, p. 02).
Serson (1973) (apud COSTA; 1994, p. 03) definiu a palavra trainee como aquela usada para
"designar a situação em que fica a pessoa, com direitos trabalhistas, mas com salário inferior
ao cargo que irá ocupar terminada a preparação profissional a ele ministrado pela empresa."
Tal programa constitui-se de uma estratégia das quais as empresas, sobretudo, os
gestores de Recursos Humanos/Recrutamento e Seleção empregam para atrair jovens e
identificar seus potenciais e talentos, bem como, aprimorar suas capacidades tendo como seu
publico alvo, consideravelmente, os universitários recém-formados ou em término de sua
formação acadêmica.
Costa (1994, p. 05) explana a reportagem da Revista Exame (1989), que afirma que
ser escolhido como trainee de uma grande empresa, significa receber uma espécie de
passaporte para o futuro, com garantia de rápida ascensão profissional. Isto não significa,
entretanto, que devam considerar a vida ganha. Os critérios de seleção de trainees são
extremamente rigorosos em todas as empresas, seja pelo reduzido número de vagas
oferecidas, seja pelos altos investimentos exigidos na sua formação.
Costa (1994, p. 05) explana a reportagem da Revista Exame (1989), que afirma que
ser escolhido como trainee de uma grande empresa, significa receber uma espécie de
passaporte para o futuro, com garantia de rápida ascensão profissional. Isto não significa,
entretanto, que devam considerar a vida ganha. Os critérios de seleção de trainees são
extremamente rigorosos em todas as empresas, seja pelo reduzido número de vagas
oferecidas, seja pelos altos investimentos exigidos na sua formação.
Percebe-se que reter talentos é fundamental para diminuir gastos com recrutamento,
selecção e treinamento, além de proporcionar estabilidade aos colaboradores, porém nem
todas as empresas ainda conseguiram enxergar esse tema por esse prisma.
[...] hoje não é mais tão importante reter talentos na organização. Possuir talentos é apenas
uma parte da questão. O mais importante é o que fazer para que estes talentos sejam aplicados de
maneira rentável, ou seja, como aplicar esses talentos no sentido de obter elevados retornos desse
precioso capital humano. (CHIAVENATO 2005, p.4)
Percebe-se que reter pessoas vai além de um objectivo e sim uma consequência
perfeita se as organizações possuírem uma boa gestão e reconhecer que a única maneira das
empresas prosperarem é através da fidelização e retenção dos colaboradores potenciais,
através de medidas eficientes, como reconhecimento e capacitação constante. Vê-se que o
fator humano no mundo contemporâneo deve-se ser mais valorizado do que mesmo a
tecnologia, sendo assim, é relevante que as empresas utilizem de subsidio para reter seu
capital e consigam ter um diferencial. Rowh (HSM Management, 2008, vol. 12, nº67 p.138)
afirma que “Quando atraímos pessoas maravilhosas e as retemos, criamos uma vantagem
competitiva para nossos negócios”.
Chiavenato (2004, pg. 15) diz que “processos de manter pessoas, são os processos
utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as actividades das
pessoas”. Todo ser humano tem por necessidade o reconhecimento e não é diferente com a
pessoa talentosa. Sendo reconhecida e recompensada com certeza esse talento irá avançar
cada vez mais e será retido pela organização em que presta seus serviços contribuindo com
suas qualidades, como afirma Chiavenato (2010, pg. 209): “Contudo, atrair, reter e utilizar
talentos não é mais suficiente”, é necessário também saber recompensar, desenvolver e
monitorar sua actuação.
Ulrich (1999, p. 29) afirma que tal como as equipes esportivas recrutam
agressivamente os melhores atletas, as organizações empresariais no futuro competirão
agressivamente pelo melhor talento. Cumprir com os direitos dos trabalhadores, darem
condições de trabalho e respeitar sua cultura é importante, mas é preciso muito mais, é
necessário que a empresa invista no potencial do seu capital humano tanto profissionalmente
como pessoalmente.
A empresa socialmente responsável está sempre atenta a todos esses fatores, além de
ter um bom relacionamento com seus profissionais, para que esses se sintam a vontade e
satisfeitos na organização que prestam seus serviços.
Dinheiro satisfaz num primeiro momento, depois disso é preciso mais, como
valorização, benefícios, boas condições de trabalho, motivação, valorização são alguns dos
fatores que agregam a permanência de talentos nas organizações.
Pércia, Sita apud Lombardo (2013, p. 18) diz que: a oferta de bons salários e
benefícios contribui para a permanência de profissionais talentosos, mas existem fatores ainda
mais determinantes para gerar motivação, aumentando de forma significativa o diferencial
competitivo para retenções de talentos nas empresas políticas internas de valorização do
profissional; a utilização de metodologias de trabalho cooperativo, bem como a adoção e
valorização de atitudes respeitosas e agregadoras de competências por parte da liderança.
Entretanto, para que a gestão de talentos seja eficiente e eficaz, estimular e garantir um alto
nível de motivação é tão importante e necessário quanto prevenir e minimizar a desmotivação
individual e coletiva.
O mais importante é o que fazer para que esses talentos sejam aplicados de maneira
rentável, ou seja, como aplicar esses talentos no sentido de obter elevados retornos desse
precioso capital humano. Isso significa preparar e motivar talentos para um contínuo
crescimento e desenvolvimento profissional e abrir oportunidades para que eles alcancem
sucesso.
Segundo Souza (2008), talentos são vistos como dons, habilidades, conhecimento,
experiência, inteligência, discernimento, atitudes, caráter, impulsos que nascem do individuo
e da capacidade de aprender e de se desenvolver. Porém, é necessário que a empresa defina
qual talento é necessário para desenvolver a atividades que eles precisam, pois um talento
pode não ser bom em uma área, mas pode ser bom em outra.
Já para Ruiz (2000), talentoso é o profissional que faz um bom trabalho, e que
independente da sua experiência profissional, normalmente sendo um quociente de
inteligência superior ao da média e oferece resultados em pouco tempo. Os talentos são
aqueles que expõem a sua criatividade e que está sempre a procura de novos desafios.
De acordo com Inácio (2008), a expressão talento faz com que se reporte aos tempos
antigos, onde para os povos hebreus, gregos e romanos, o talento era entendido como uma
unidade de peso, passando a tornar-se uma unidade monetária, em virtude da troca de metais
precisos por esse peso. Depois de passados muitos anos, o talento continua sendo visto como
uma moeda, já que as organizações, buscam adquirir e multiplicar seus talentos humanos a
fim de serem bem-sucedidas e lucrativas, pois somente assim conseguirão permanecer no
mercado com elevado grau de competitividade. Os talentos são exigências da globalização e
as empresas necessitam da presença deles para que alcancem o sucesso almejado.
Para Lima (2007), uma pessoa talentosa consegue influenciar outros colaboradores
fazendo com que eles se sintam mais seguros a fazer o seu trabalho, pois sabem que ao lado
deles o resultado é garantido. Com isso, o talento é necessário e faz diferença dentro de uma
organização.
Afirma Chitero (2010), que a presente época, considerada era da informação, faz com
que as organizações, embora necessitem de habilidades manuais, estejam sempre em busca de
fornecedores cerebrais, valorizando ainda mais as atividades do cérebro. É uma intensa
procura por pessoas criativas, íntegras, autocríticas, flexíveis, que tenham iniciativa, capazes
de aprender de forma contínua. As organizações não estão buscando apenas competências
técnicas; mas acima de tudo, os aspectos qualitativos das pessoas, para que se tenham cada
vez mais variedade de estilos, comportamentos e qualificações dentro das empresas.
Conforme Ruiz (2000), a pessoa talentosa não procura o emprego é a organização que
busca por ele. Ela é bastante procurada e muito concorrida, dificilmente o talento fica algum
tempo sem trabalho.
Para Chitero (2010), atualmente, as empresas têm como maior desafio transformar
seus colaboradores, desenvolvendo-os e estimulando-os, para que possam ser capazes de
garantir os resultados da organização, e de alcançar o sucesso não basta só atrair e
desenvolver, é necessário reter tais talentos, e isso torna-se possível através de investimentos
em treinamentos, cursos, e possibilitanto a chance de darem sugestões, o que os incentivará a
serem criativos.
Pavan (2008) diz que muitas empresas ainda procuram a forma correta de reter
talentos, porém devido a suas diferenças esquecem de montar seu próprio plano estratégico
para a produção. Há alguns artifícios que podem ser seguidos, como o objetivo de evitar a
migração de seus talentos e colaboradores. Uma das formas de descobrir motivos pelos qual o
colaborador está se desligando da empresa é através da entrevista de desligamento, pois
quando bem feitas podem fornecer informação da qual a empresa desconhecia.
Para Buffon (2010), o processo de reter talentos já não é mais uma diferenciação e
sim uma questão de sobrevivência organizacional. Isso remete ao fato de que a vantagem
competitiva pertencerá às organizações que souberem atrair, desenvolver e reter seus talentos.
Atualmente, não são mais os bens físicos que indicam o sucesso; a capacidade de cultivar
talentos decide se uma empresa ganhará ou perderá.
Reichheld (2002) diz que as empresas de sucesso têm de vencer a guerra pelo talento
recrutado e retendo os funcionários mais capazes. A competência, porém não é a dimensão
que mais interessa esses líderes, porque pode ser avaliada com facilidade e desenvolvida por
meio do treinamento e da educação, sobretudo se os candidatos tiverem as aspirações e
atitudes corretas. Existem líderes que buscam além de aumentarem os padrões de desempenho
da empresa, também desenvolver planos de carreira do tipo up-or-out (cresça ou saia da
empresa), tornando mais difícil que o colaborador se acomode a sua função, pois a cultura de
alto nível de empresa não tolera mediocridade e nem comportamento egoísta.
De acordo com Wlesel (2010), uma organização somente conseguirá reter seus
talentos a partir do momento em que perceber que seus colaboradores precisam sentir-se
motivados para que permaneçam na empresa em que se encontram; e isso acontece, posto que
eles possuem necessidades que precisam ser supridas, sendo elas: a possibilidade de
crescimento, desenvolvimento e realizações; reconhecimento na família, na empresa e na
comunidade; poder e sucesso. Logo, é de suma importância que as organizações entendam o
que é a motivação, e como ela se dá na vida de um colaborador, e assim se colocarem como
um meio para que as pessoas possam alcançar seus sonhos. Para isso, é preciso que as
organizações criem ferramentas a fim de que isso ocorra.
Ainda segundo o autor (op. cit), compreende-se que as organizações devem buscar no
mercado, profissionais que tenham sonhos, ambições, que desejem crescer, busquem o
sucesso profissional e pessoal, posto que assim elas se coloquem comprometidas em oferecer
condições e oportunidades para que tudo isso seja realizado.
Para Saviani (1997), ter o conhecimento dos planos de crescimento para os próximos
meses ou anos, saber que vai passar a conhecer novas tecnologias, novos mercados, às vezes
novos países dentro de um processo de intercâmbio comercial tornou-se fator motivacional
incrível para um colaborador de talento.
O talento está substituindo o capital financeiro como recurso estratégico fundamental. A vantagem
competitiva e a criação de valor decorrem cada vez mais da alavancagem do capital humano – idéias,
expertise e relações que existem dentro da organização. (KURTZMAN, 2004, p. 186)
Segundo Inácio (2008), com o intuito de reter talentos, as empresas devem observar
se estão dando as seguintes oportunidades aos seus colaboradores: realização;
reconhecimento; progresso; prazer pelo que estão fazendo; desenvolvimento pessoal e
responsabilidade. Portanto, o desenvolvimento organizacional, alcançará o resultado esperado
a partir do instante em que as organizações passarem a investir no talento humano. Pode até
ocorrer que por um dado momento a empresa exerça boas práticas utilizando-se de artifícios
que tornem mais fácil o procedimento de produção ou de otimização de tempo, no entanto,
um líder não conseguirá por muito tempo seguir com seus processos, sem realizar o
desenvolvimento e a retenção dos talentos de sua organização.
Souza (2008) explica que quando uma empresa procura do talento muitas vezes ela
acaba envolvendo alguns empregados na missão, são os chamados Headhunter ou caça-
talentos, essas pessoas são responsável por analisarem e identificarem um talento para que
estejam na empresa e assim quando conseguem realizar a missão muitas vezes são
gratificados e até recompensados financeiramente por isso. O lado positivo disto é a
participação, o envolvimento, o comprometimento com esse trabalho na busca de talentos.
De acordo com Chiavenato (2004), uma pessoa que está inserida no quadro de
colaboradores de uma organização, deve ser dotada de comprometimento, pois é por meio
deste que se torna possível o estabelecimento de uma relação de confiança. E, para manter
esta parceria é necessário manter uma boa comunicação entre os seus colaboradores, se
preocupando com uma comunicação clara, onde os objetivos definidos e a avaliação
permanente do desenvolvimento dos talentos na organização sejam comunicados de maneira
esclarecedora, pois assim, a empresa além de impressionar o ambiente externo, também terá
uma equipe satisfeita de trabalho dentro de sua realidade. E, é por meio desta prática, que faz
com que a organização crie um forte laço com um de seus maiores clientes, que são os
internos.
Arruda (2009) afirma que a empresa que investe em seus talentos oferecendo-lhes
boas condições de trabalho terá como retorno alta produtividade, competitividade e maior
rentabilidade. Assim, o endomarketing surgiu para fortalecer as relações entre empresa e
colaboradores, e enrijecer dentro do ambiente organizacional a noção de cliente, afinal, tanto
os clientes externos quanto os clientes internos, são a base para o amparo das organizações.
O gestor não pode somente ver as pessoas como recursos humanos, como ocorreu na
revolução industrial, mais sim saber que as pessoas são contidas por talentos, organização e
cultura organizacional, com isso buscam trabalhar juntas e em harmonia para o alcance dos
objetivos que é formado por motivação.
Toda empresa deve ter o desenvolvimento organizacional para poder diagnosticar seus
problemas organizacionais pela procura de incongruências no ambiente, estruturas processos e
pessoas e é ai que entra a gestão de mudanças, onde as gestões vão procurar obter mudanças
dentro da organização pra solucionar os problemas, mais as pessoas que tiverem resistência a
essas mudanças vão ter que ter a capacidade de agir e se adaptar, procurando também um
meio de convencer os funcionários de que a mudança é melhor e necessária.
A qualidade vida no trabalho é um ativo importante que tem como objetivo encorajar
e apoiar hábitos e estilos de vida que promovam saúde e bem estar entre todos os funcionários
e famílias durante toda a sua vida profissional. É um conjunto de percepções individuais de
vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que vivem, e em relação a suas
metas, expectativas, padrões e preocupações, com o intuito de promover um ambiente que
estimule e dê suporte ao indivíduo e à empresa, conscientizando sobre como sua qualidade de
vida está diretamente relacionada à produtividade tem se investido cada vez mais em QVT
com isso as gestores perceberam que o nível de produtividade subiu pois procuraram investir
na segurança de seus funcionários.
Ainda segundo Carissimi (2008), o engenheiro francês Henri Fayol embasou seus
métodos dentro de uma linha de raciocínio voltado para o gerenciamento das organizações.
Não importando a natureza, tipo e finalidade, não se prenderam somente em melhorar a
eficiência da empresa privada, mas também na empresa pública. Embora tenha desenvolvido
suas pesquisas ao mesmo tempo em que Taylor, ambos não conhecia os estudos um do outro.
Taylor iniciou seus estudos a partir do operário e levando até a gerência e Fayol começou pela
cúpula administrativa, descendo até o nível operacional. Ele se concentrou nos problemas da
administração geral. Fez a ligação entre a estratégia e a teoria empresarial e sublinhou a
necessidade de aprofundar a gestão e cultivar qualidades de liderança. Fayol defendia que os
mesmos princípios podiam ser aplicados em empresas de dimensões diferentes e de todo o
tipo - industriais, comerciais, governamentais, políticas ou mesmo religiosas.
Ocupando um espaço cada vez mais importante nas decisões organizacionais, a Gestão
Estratégica de Pessoas é um fator preponderante para diagnosticar, elaborar e aplicar
estratégias que apresentem efetividade no mercado.
O conceito de estratégia é originário de raízes militares, significa literalmente, "arte do
general" derivando se da palavra grega strategos, que significa, estritamente, "general".
(OLIVEIRA, 2011, p.181). Utilizando a terminologia militar, VonBülow (1950, p.21 apud
OLIVEIRA, 2011, p.181) explica que "estratégia é a ciência dos movimentos guerreiros fora
do campo de visão do general, e a tática, a ciência dos movimentos dos guerreiros dentro do
referido campo".
A liberdade de acção;
Conforme Nascimento (2006, p.VIII) o ambiente actual nesse início de século XXI,
não tem mais espaço para a organização mecanicista, que se caracteriza pela falta de
flexibilidade e da dificuldade para o aprendizado e evolução, não apresentando condições de
adaptações ao cenário económico, que é complexo e voltado para o conhecimento, que muda
constantemente.
Entretanto, segundo Chiaventato (2010, p.172) de nada vale tentar orientar as pessoas
dentro da organização, se a organização não sabe para onde pretende ir. é saber para onde a
organização está indo para tentar fazer com que as pessoas ajudem na sua trajectória.
Conhecer a missão, a visão da organização é fundamental. E, sobretudo ajustar-se à sua
cultura organizacional.
Define-se cultura como crenças, valores e costumes. Um indivíduo, uma comunidade,
uma nação, são exemplos de entes que possuem suas próprias personalidades e cultura
distintas. Assim conceitua Chiavenato (2010, p.172) "cultura organizacional ou cultura
corporativa é o conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos por normas, valores, atitudes e
expectativas, compartilhado por todos os membros da organização." Saber utilizar de maneira
adequada e produtiva os recursos, credencia e a torna competitiva, ou seja, tem competência
organizacional.
As organizações são a expressão de uma realidade cultural, eles são chamados a viver
em um mundo de constante mudança, tanto social como econômica e tecnológica ou de outra
forma, como um corpo, fechado dentro de seus limites. Segundo Núñezetalii(2003) esta
realidade cultural reflete um quadro de valores, crenças, idéias, sentimentos e desejos de uma
instituição. Logo, a cultura organizacional fornece indicadores para seus membros e dá
orientações sobre como as pessoas devem comportar-se. Não raro, essa cultura é tão latente
que pode-se notar as mudanças no comportamento das pessoas quando se cruza os portões da
empresa[1]
organização que deseja garantir sua efetividade deve ir além de um sistema altamente
tecnificado e produtivo, dirigindo seu esforço para o conhecimento das pessoas, seus
comportamentos, formas de agir e ser. Portanto, toda organização deve desenvolver um
espírito crítico e ações efetivas junto ao público interno, para que este possa representá-la da
melhor forma possível, uma vez que toda organização é desenvolvida e estimulada pelos
indivíduos.
Para Chiavenato (2010, p.74) refere-se à organização como uma totalidade e indica
como a estratégia global deverá ser formulada e executada.
Segundo Campos (2013), "é uma forma de acrescentar novos elementos de reflexão e
ação sistemática e continuada, a fim de avaliar a situação, elaborar projetos de mudanças
estratégicas e acompanhar e gerenciar os passos de implementação".
Segundo Pereira (2013), "A gestão estratégica é uma "metodologia" importante que
visa assegurar o sucesso da empresa no momento atual, bem como principalmente o seu
sucesso no futuro".
De a Moreira etalii (2013) a gestão estratégica consiste em fazer com que a estratégia
de?nida seja sistematicamente acompanhada, analisada e, se for preciso, rede?nida, para
garantir que a visão de futuro, objetivo maior da organização, seja alcançada. A gestão
estratégica pressupõe uma mudança cultural e de atitude na organização, desde a presidência
até a operação, incluindo áreas de apoio e, na maioria das vezes, até mesmo os terceiros.
Segundo Vasconcellos Filho (1978, p.10 apud CARVALHO, 2006, p.176) caracteriza
como metodologia de pensamento participativo, utilizada para definir a direção que a empresa
deve seguir, por meio da descoberta de objetivos válidos não subjetivos. O produto final dessa
metodologia é um documento escrito chamado Plano Estratégico.
Santos (1992, p.27) definem que planeamento estratégico equivale, entre outras coisas,
ao seguinte:
processo participativo;
Segundo Oliveira (2011, p.6) "o planeamento de uma empresa deve respeitar alguns
princípios para que os resultados de sua operacionalização sejam os esperados". O autor
separa esses princípios em gerais e específicos:
Princípios gerais:
das maiores influência e abrangência, pois o planeamento pode provocar uma série de
modificações nas características e actividades da empresa;
Princípios específicos:
Ainda segundo Carvalho (2006, p.177), via de regra, o plano estratégico é elaborado
obedecendo às seguintes etapas:
A missão de uma empresa deve expressar um modelo de negócio que seja viável.
Modelo no qual a organização entregará valor aos clientes atendendo seus desejos,
necessidades, expectativas, inclusive nos planos emocional e espiritual. Precisa também ser
um modelo de negócio que atenda as expectativas dos sócios, e possibilite o crescimento
pessoal e profissional de todos os seus colaboradores;
A visão deve espelhar o sonho dos sócios, baseado nos seus objetivos pessoais e
profissionais, e alinhado com as expectativas dos clientes que pretendem atender. Na visão da
empresa é imprescindível a possibilidade de acompanhar permanentemente a evolução da
sociedade, através de inovação e de criatividade, além de ser um modelo lucrativo e
sustentável a longo prazo; Os valores precisam conter os comportamentos éticos e as atitudes
de eficácia, necessários a que a banca seja uma organização moderna e respeitada junto ao
mercado, a partir do qual poderá construir uma marca diferenciada junto aos clientes.
De acordo com Chiavenato (1996), mudanças nas empresas e organizações através das
pessoas demanda necessariamente uma profunda reformulação na maneira de administrar as
pessoas. Urge uma modificação respeitável na área de recursos humanos. Requer
imperativamente a adoção de um conjunto integrado de medidas, administração participativa,
desenvolvimento de uma cultura empresarial eminentemente democrática, ênfase na
qualidade total, nova estrutura organizacional enxuta e flexível, descentralização,
compartilhar de decisões e acções, terceirização, benchmarking e coisas afins. Ainda assim,
mesmo com toda a pressão desses processos envolvida, Grodiski (2004) alerta que o
profissional é um ser humano movido a ações e emoções, e não um robô ou uma máquina e
completa: "A gestão estratégica de pessoas evita que se abra um abismo entre ações para o
alcance dos objetivos pessoais e organizacionais". Segundo Albuquerque (2002, p.37), os
pressupostos da Gestão Estratégica atuais objetivam:
Destacar a gestão estratégica de pessoas como pano de fundo para promover mudanças
organizacionais e como instrumento adequado para dar respostas aos desafios do ambiente
empresarial.
Com isso, pessoas, processos, políticas, relações, papéis e responsabilidades devem ser
harmonicamente organizados e cuidadosamente geridos e planejados. A gestão estratégica de
pessoas constitui-se em dos principais diferenciais que as empresas possuem para que atinjam
níveis diferenciados de competitividade e posicionamento em seus mercados de actuação.
Fleury e Sampaio (p.288, 2002) descrevem os três elementos que constituem a cultura
organizacional, a forma como eles funcionam e, ainda, as mudanças comportamentais que
eles provocam. A saber:
Artefatos visíveis: layout da organização, comportamento e vestuário das pessoas,
rituais, mitos organizacionais, assim como crenças expressas em documentos – fáceis de ser
percebidos, mas difíceis de ser interpretados.
Existem ainda as organizações que vão além dos limites nacionais e passam a operar
em contextos culturais diferentes dos de origem, as multinacionais. Segundo Pechincha (p.84,
2010) "essas devem ter especial cuidado, pois é problemático transpor as filosofias de gestão
típicas de uma determinada cultura para organizações inseridas noutros ambientes culturais".
Adiciona ainda, que para evitar conflito, as organizações decidem levar em conta a cultura
dominante no país onde se inserem.
Conceito de Liderança
Para Chiavenato (2002 citado por BENTO e CASEIRO, 2007) é uma influência
interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida por meio do processo de comunicação
humana para a consecução de um ou mais objectivos específicos. Os elementos que
caracterizam são, portanto, quatro: a influência, a situação, o processo de comunicação e os
objectivos a alcançar. Para Hunter (2006 citado por GUARESCHI etalii, 2013) "Liderança é a
habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente, visando atingir
objectivos comuns, inspirando confiança por meio da força do carácter.
Para Weil e Tompakow (2005), o líder deve apresentar autocontrole e empatia, buscar
a unanimidade, dar o exemplo e saber enfrentar tensões e conflitos. Em outras palavras,
“liderança é a influência interpessoal exercida numa situação, por intermédio do processo de
comunicação, para que seja atingida uma meta.” (MINICUCCI, 2006, p.170).
Compreende-se que o papel do líder não está limitado a planejar, dar ordens e
supervisionar a execução de tarefas. Muito mais que isso, segundo Goleman, Boyatzis e
McKee (2002), o líder é responsável pela difusão de sentimentos positivos entre o grupo. Isso
implica trabalhar para estimular a aprendizagem contínua, a fim de diminuir do nível de
resistência às mudanças, e criar condições para uma comunicação clara que permita aos
integrantes vencer dificuldades, conquistar a autonomia e participar do crescimento da
organização.
Para Chiavenato (2004) cabe ainda salientar que o papel do líder vem sofrendo
alterações, a exemplo de todo o meio social em que está inserido. Por conseguinte, liderança
não é uma capacidade nata, privilégio de poucos. Trata-se de um processo dinâmico que pode
ser aprendido e implantado nas organizações, em todos os seus níveis de atuação. Para tanto,
não bastam investimentos em conhecimento técnico. Torna-se imprescindível a valorização
do potencial humano em toda sua extensão.
Falando-se em líderes e talentos, Cintra, et., tal. (2011, pg. 120) diz que: “No passado,
as organizações privilegiavam profissionais que apenas cumprissem normas e procedimentos
de trabalho previamente estabelecidos, pois questionamentos não eram permitidos e nem
necessários”. Hoje o cenário é outro, é preciso deixar de ser chefe para tornar-se líder, o
talento precisa de espaço e apoio dos superiores para poderem dar o melhor de si.
Stewart (1998, pg. 79) afirma que: “Os líderes precisam focalizar e acumular talento
onde necessário seja por meio da contratação ou do ensino”. Como sempre ocorre no caso do
capital intelectual, a ligação com a estratégia é fundamental.
Para o sucesso das organizações, é preciso ter líderes que saibam lidar de maneira
adequada com os talentos, pois esses são pessoas especiais, dotadas de competências. Por isso
é necessário gestores cada vez mais humanos e aptos a entender esses profissionais e os dar
liberdade de colocar seus talentos em prática.
Líderes eficazes sabem como identificar, reter e gratificar seus talentos, deixando-os
satisfeitos com seus superiores e com a organização, dando o resultado esperado nesse
mercado tão competitivo.
Pércia, Sita apud Lombardo (2013, pg. 22): Assim como manter talentos a empresa
deverá deixá-los satisfeitos no ambiente organizacional, essa tarefa poderá ser feita por
gestores qualificados e que estejam preparados para essas situações, pois, sabe-se que o
colaborador que trabalha satisfeito tem seu potencial melhor aproveitado.
Chiavenato (2004, pg. 396) diz: a organização viável é aquela que não somente
consegue captar e aplicar adequadamente os seus recursos humanos, como também os
mantém satisfeitos em longo prazo na organização. Pode-se definir que uma organização de
sucesso é a que tem líderes eficientes e que saibam usar essas ferramentas adequadamente
para satisfazer seus talentos para que possam dar o melhor de si para o sucesso da
organização.
A comunicação efetiva com os colaboradores é uma das práticas mais eficazes para
motivar e reter subordinados pois permite que se estabeleça uma conexão com os mesmos,
além de demonstrar que existe preocupação quanto ao seu desempenho e crescimento
profissional.. O feedback é sem dúvida a melhor ferramenta para que essas diretrizes sejam
implementadas, pois permite que se estabeleça uma zona de comunicação entre os diferentes
níveis de uma organização e que se desenvolva relacionamento interpessoal, essencial para
um ambiente de trabalho saudável e propício. Assim sendo, fica clara a importância de o líder
valer-se dessa estratégia que pode funcionar como um poderoso fator motivador, se feito no
momento adequado e da forma correta.
De acordo com Williams (2005) são quatro os tipos de feedback: Feedback positivo:
Quando o objetivo é reforçar o que a pessoa é ou o que ela faz; feedback corretivo: Quando se
pretende modificar um comportamento, tendo-se a preocupação de referir-se especificamente
ao comportamento e não à pessoa, evitando rótulos. Deve-se tomar cuidado para que não se
torne um feedback ofensivo, que pode gerar agressividade e afastamento, ao invés de uma
mudança positiva. Por último, há o feedback insignificante, que não traz informações
suficientes e a pessoa que o recebe não tem certeza de seu propósito.
Vale ressaltar que a ausência de feedback é também prejudicial, pois não leva a
mudanças desejáveis no comportamento das pessoas, além de transmitir uma mensagem de
ausência de interesse nas ações do subordinado e que portanto não se acompanha suas ações.
Williams (2005) afirma que a falta de retorno pode fazer com que uma pessoa reaja com baixa
produtividade e/ou comportamento inadequado, daí a importância de o líder estar atento a
esses aspectos cuja causa subjacente pode ser a qualidade e/ou a quantidade de feedback que
os colaboradores recebem.
Importante salientar que o feedback não consiste apenas de palavras, já que atos e
gestos podem ser até mais reveladores das intenções e sentimentos do interlocutor do que
verbalizações. Fazer contato visual quando se está falando com a pessoa é importante, pois
mostra que há interesse e abertura ao diálogo.
Segundo Padilha (2013), diferencial competitivo "é tudo aquilo que torna a sua
empresa única aos olhos do cliente". É um recurso que uma empresa possui ou controla e que
é percebido pelo mercado como positivamente destacado. Acrescenta ainda que:
Que este recurso seja raro. Ou seja, muito difícil (trabalhoso, demorado ou caro) para
ser adquirido ou controlado pelo concorrente;
Que este recurso seja idiossincrático. Ou seja, que este recurso se combine com outros
recursos da empresa de forma única (isto é, de maneira diferente da possível combinação com
recursos do concorrente) e que essa combinação permita à empresa conceber e implementar
estratégias que produzam vantagem competitiva;
Portanto, que esse recurso produza vantagens e benefícios para os clientes e que eles
(os clientes) consigam perceber claramente essas vantagens e benefícios.
Para Alves (2013), diferencial competitivo "são atributos que tornam a empresa única
e superior aos seus principais concorrentes." Tratam-se das vantagens e benefícios exclusivos
que a empresa proporciona à sua clientela e que a concorrência ainda não conseguiu oferecer.
Para Campos (2013), o verdadeiro diferencial competitivo "não aquilo que difere o seu
produto dos demais, mas aquilo que difere positivamente na mente do consumidor".De acordo
com Faria (2009), vantagem competitiva ou diferencial competitivo é uma ou um conjunto de
características que permitem a uma empresa diferenciar-se, por entregar mais valor aos seus
clientes, em comparação aos seus concorrentes e sob o ponto de vista dos clientes. Como a
vantagem competitiva é algo que torna a sua empresa - ou você - diferente para melhor, aos
olhos dos seus clientes, também é conhecida como diferencial competitivo.
A mão de obra humana jamais será substituída pelas máquinas por mais que essas
exerçam suas funções com exímia destreza, pois, onde tem uma máquina que trabalha tem
uma pessoa que a opera, alguém com sentimentos, com objetivos, ideais, e principalmente que
acredita na organização para a qual trabalha sempre dando o melhor de si cooperando para o
crescimento e desenvolvimento da mesma.
"Quando as organizações são bem sucedidas, elas tendem a crescer ou, no mínimo, a
sobreviver''. O crescimento acarreta maior complexidade dos recursos necessários às suas
operações, com o aumento de capital, incremento de tecnologia, atividades de apoio etc. E, de
lambuja, provoca o aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de intensificar a
aplicação de seus conhecimentos, habilidades e destrezas indispensáveis à manutenção e
competitividade do negócio.
Com tudo isto se assegura que os recursos materiais, financeiros e tecnológicos sejam
utilizados com eficiência e eficácia. E as pessoas passam a significar o diferencial competitivo
que mantém e promove o sucesso organizacional, elas passam a construir a competência
básica da organização, a sua principal vantagem competitiva em um mundo globalizado,
instável, mutável e fortemente concorrencial. Chiavenato (2004, pg. 4).
O capital financeiro é essencial para o bom andamento das empresas, mas é preciso
muito mais que isso, é preciso o capital humano, ainda mais sendo ele um talento dentro das
organizações. Hoje o cenário mudou e a valorização das pessoas está cada vez mais em
evidência, comprovado em estudos a importância delas dentro do ambiente organizacional.
Agregando valor nos processos e serviços prestados, com essa valorização todos em
ganhá-la principalmente a empresa retentora dessa mão de obra humana, como explana
Pércia, Sita apud Lombardo em sua obra:
Para evoluir no seu contexto de atuação, as empresas têm a disposição muito mais que
seu capital financeiro. De acordo com as teorias e estudos mais recentes, o que mais pode
gerar e agregar valor nos processos, serviços e produtos de qualquer organização é seu próprio
“capital humano”, constituído pelas pessoas que nela trabalham e por suas competências.
Estas competências resultam da integração e combinação variável de conhecimentos,
habilidades e atitudes, que podem ser em parte de origem genética e em parte adquiridas e
desenvolvidas ao longo das experiências de vida, aprendizado e relacionamento interpessoal,
em âmbito considerando-se seu valor Pércia, Sita apud Lombardo (2013, pg. 31).
Para Chiavenato (2010, pg. 125) “Reter talentos, no entanto, não é um desafio de mão
única”. É fundamental também que cada pessoa também faça a sua parte, demonstrando em
seu cotidiano as competências chave para os negócios. Com essa afirmação percebe-se que o
colaborador também precisa fazer sua parte, colocando em prática todo o seu talento para
contribuir com o sucesso da organização.
Por mais que as empresas invistam em tecnologias, o capital humano ainda é o mais
importante para o sucesso, as organizações que investem nos profissionais, ou seja, em
pessoas e que valorizam os colaboradores, tendem ao sucesso organizacional como relata
Cintra et., tal. (2011, p. 120): “Hoje, as organizações estão se equiparando tecnologicamente,
mas o que as distâncias, diferenciando-as umas das outras, são as pessoas, consideradas
CAPITAL INTELECTUAL e primordiais para o sucesso organizacional.”.
Identificar e reter o capital humano nas organizações não é tarefa fácil, porém, perder
esse profissional para a concorrência é prejuízo duplo, pois, além de ter um talento a menos
para colaborar com o sucesso da empresa, essa pessoa irá trabalhar para o adversário, levando
consigo todo o aprendizado adquirido e a empresa precisará repor esse talento que em alguns
casos não será tão eficiente como o perdido. Essa concorrência poderá ser vista positivamente
no sentido agregará valor à mão de obra.
Em mercados que são competitivos por qualificações escassas, pessoas e grupos serão
cortejados e seduzidos. Em uma empresa comercial, perder um ativo vital para um competidor
é um prejuízo duplo, somente não teremos o benefício, como ainda poderia trabalhar
ativamente contra nós. Alguns dizem que, quanto mais concorrentes estiverem tentados a
contratar o seu pessoal, maior será o conceito externo sobre o valor do capital humano da
empresa. Mayo (2003, p. 101).
Nos dias de hoje podemos dizer que as pessoas estão se tornando o ativo mais
importante das Organizações, isso se deve a capacidade do ser humano ser o único elemento
passível a desenvolvimento, treinamento e possuir desenvoltura para reverter situações
adversas.
Podemos perceber que as empresas que priorizam o capital humano estão alcançando
cada vez mais suas metas e superando-se, pois são as organizações que possuem uma política
criativa e através de sua própria cultura organizacional buscam sempre priorizar estas
filosofias.
Com isso, temos a certeza de que não adianta a organização agregar vários
profissionais inovadores, com visão de desenvolvimento estratégico, motivação pessoal e
criatividade, é necessário que exista uma cultura focada na descoberta destes talentos e uma
eficaz Administração de Recursos Humanos, para que deste modo desenvolvam-se e somem
valores para a organização.
Para Chiavenato, o capital humano é constituído das pessoas que fazem parte de uma
Organização. Capital humano significa nos ativos tangíveis e físicos, está rodeada com um
fenômeno inesperado, pois o valor talentos que precisam ser mantidos e desenvolvidos. Mais
do que isso, capital humano significa capital intelectual. Um capital invisível composto de
ativos intangíveis.
Com base no que diz Chiavenato, podemos dizer que a contabilidade tradicional, ainda
com sua preocupação baseada somente de mercado das empresas não está baseada mais
somente em seu valor patrimonial físico, mas de seus talentos através de projetos inteligentes
em sua gestão principalmente do seu capital humano e intelectual.
As empresas vêm convivendo com um mercado de trabalho tão aquecidos que os bons
profissionais estão cada vez mais escassos, caros e mais disputados (BACOCCINA, CILO,
2010). Este fenômeno pode ser explicado, em parte, pelo fato dos talentos atualmente
decidirem sobre seu futuro profissional no sentido de escolher se ficam na empresa ou se
aceitam um novo desafio em outra organização, ou até mesmo fora do país.
Davenport (2001) aposta que uma estratégia bem definida para atrair e reter talentos
seria o equilíbrio que pondere os interesses de ambas as partes, talento e organização e que
haja um comprometimento e desenvolvimento para unir as pessoas à organização para que
elas possam se doar sem restrições.
O autor afirma também que é preciso cada vez mais atrair e reter as pessoas que
tenham a capacidade de se adequar e absorver os valores, missão e visão das organizações.
Para Kaye; Jordan-Evans (2000) se a organização possuir estratégia de retenção talentos a
partir de seu modo de gestão de pessoas, a responsabilidade maior para atrair e reter um
talento passar a ser do gestor imediato, o qual deve estar comprometido e ciente do papel que
desempenha na manutenção de talento na organização, pois são eles que possuem habilidades
específicas para identificar os sinais que se manifestam de forma antecipada no caso do
colaborador querer se desligar da organização ou ainda, habilidades que propicie identificar
uma progressão de carreira.
Dassler (2003), diz que os gestores de linha devem assumir comportamento de atrair e
reter os talentos nas organizações, buscando adequar seus processos, criar competências e
comportamentos e gerir a seleção, mas principalmente desenvolver pessoas com foco a
garantir o conhecimento e a competitividade, visando o mercado nacional e internacional.
Pontes (2005), destaca uma preocupação das empresas de como reter os novos talentos, pois
um talento depois de atraído preciso ser continuamente treinado, avaliado, estimulado com
desafios que agregam crescimento profissional e intelectual e alicerçar não somente seus
processos de recrutamento, mas também o de desenvolvimento para que os talentos
permaneçam.
Para Mayo (2003) está claro que o turnover desses talentos não vai acabar, pois, para
mercados específicos por qualificações escassas, esses talentos estarão sempre recebendo
ofertas e perder um talento para a concorrência é um prejuízo duplo, pois além de não se
poder contar mais com o talento, ele poderá impulsionar a competitividade da concorrência.
No entanto, a autora faz um alerta para as empresas que pensam que apenas altos
salários representam a garantia da permanência desses talentos nas organizações, pois este
elemento possui pouca influência se as empresas tiverem um ambiente tóxico.
Além das práticas já citadas anteriormente, segundo Sarsur et. tal (2003), a formação
de Talent Pool vêm ganhando força no mercado brasileiro.
As empresas precisam se conscientizar que apenas ações isoladas podem não ser
suficientes para atrair e reter os talentos certos.
Diante da complexidade dos mercados e das variáveis relacionadas aos talentos, a
gestão de talentos e diversificação das práticas pela área de recursos humanos, pode contribuir
para um maior índice de êxito nos objetivos traçados pela organização.
De acordo com SENGE (2004), organizações que aprendem são aquelas “[...] nas
quais as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que
realmente desejam, onde se estimulam padrões de pensamento novos e abrangentes, a
aspiração coletiva ganha liberdade e onde as pessoas aprendem continuamente a aprender
juntas". Para uma política de retenção eficaz, cabe às empresas se preocuparem de forma
contínua em atingir uma convergência entre os desejos do colaborador e o que a mesma tem a
oferecer, possibilitando assim uma união entre a necessidade da empresa e da pessoa com sua
paixão e seu talento.
Para tanto, é fundamental que a estratégia da área de Gestão de Pessoas esteja alinhada
a da empresa, conhecendo e vivenciando intensamente a missão e os valores organizacionais,
praticados pela cúpula diretiva das organizações, para que todos possam caminhar na mesma
direção de forma assertiva. Assim, o profissional de RH deve pensar de forma sistêmica para
promover entre os colaboradores o engajamento e perceber a necessidade de implantar de
forma estratégica políticas e mudanças em consonância com as diretrizes da empresa.
Segundo PASCHINI (2006), o profissional de RH deve buscar estabelecer uma relação
baseada na confiança mútua, no respeito, no comprometimento e na confidencialidade.
Para trabalhar com o capital humano, de modo que todos dêem o máximo de si, é
necessário ter pessoas motivadas e satisfeitas, pois assim desenvolverão com melhor
qualidade suas atividades e perseguirão objetivos com maior eficácia, portanto, torna-se
indispensável a qualquer empresa, independentemente do seu porte, empreender esforços para
possíbil itar que as pessoas sintam-se sempre estimuladas a crescer junto com a
organização.
A busca constante pela excelência destes itens é essencial para que a empresa se torne
um ótimo lugar para se trabalhar, contribuindo de forma significativa para o grande desafio da
contemporaneidade: a busca e retenção de talentos, movimento impulsionado com o
aquecimento da economia, que cria cada vez mais vagas estimulando a competitividade das
empresas, e vem gerando esta nova cultura no mercado brasileiro.
Em uma pesquisa divulgada pela Taleo Researh em 2009, verificou-se que noventa e
sete por cento dos diretores de empresas participantes disseram que o fator número um para a
vantagem competitiva e crescimento sustentável em longo prazo nas empresas é o acesso a
talentos e sua retenção. Esses dados alertam para o fato que a empresa que negligenciar essa
realidade em suas políticas de Recursos Humanos estará pondo em risco seu futuro no
mercado.
Parodi (2009) afirma que atualmente só sobrevive no mercado uma empresa que seja
capaz de identificar, desenvolver e reter seus talentos, já que essa política está intimamente
relacionada a aspectos econômicos, na medida em que se busca reter os profissionais cujos
resultados são satisfatórios para a organização.
Diante dessa realidade, buscar-se-á então apontar algumas medidas que visem
minimizar a perda de capital humano, levando-se em consideração as relações estabelecidas
no ambiente empresarial e entre os indivíduos, as especificidades e o contexto dessas
organizações com o objetivo de evitar níveis de rotatividade que comprometam sua
viabilidade e saúde financeira.
Nakashima (2003) argumenta que a retenção de talentos envolve obrigatoriamente
duas dimensões: o ser humano e a organização. Esse processo implica na implementação de
políticas e estratégias que favoreçam a permanência do profissional na empresa, por um lado,
e o ser humano, responsável pelos seus desejos e realizações por outro. Nessa rede de
relações, o que pode ser atrativo (salário, benefícios, plano de carreira, desafios, transparência
na comunicação, participação nos acontecimentos) para um profissional, pode não ser para os
demais, já que as pessoas são diferentes e têm necessidades diferentes.
Biondo (2005) lembra que nos anos sessenta Abraham Maslow, psicólogo e teórico
das relações humanas elaborou sua famosa hierarquia das necessidades, que trazia conceitos
hoje amplamente difundidos como motivação e sinergia bem como preocupação acerca dos
desejos subjacentes ao ser humano quando as necessidades fisiológicas estão supridas. A
existência e a manifestação de outras necessidades menos fisiológicas, como o sentido de
posse, o reconhecimento, a autoestima ou a auto-realização são inerentes ao homem e devem
ser levadas em consideração ao se planejar e implantar políticas de manutenção de capital
humano.
Um dos aspectos mais importantes da filosofia de uma organização é o que se relaciona com a
política de salários. O nível de salários é o elemento essencial na posição competitiva da organização
no mercado de trabalho, como nas relações da organização com seus próprios empregados.
Por outro lado, o mesmo autor (2003, p. 35) também enfatiza a importância da
concessão de benefícios nesse contexto e utiliza o termo Compensação para essa prática, que
ele define como: “[...] sistema de incentivos e recompensas que a organização estabelece para
remunerar e recompensar as pessoas que nela trabalham.” Desse modo, a compensação
envolve a remuneração sob todas as suas formas possíveis, nas quais os benefícios se
destacam como um diferencial nas políticas de Recursos Humanos.
Todavia, não existe uma forma ideal de gerir a remuneração e outros fatores têm
influenciado nessa prática e por vezes acabam tendo peso maior do que o salário em si quando
analisados de forma conjunta.
Pesquisas realizadas pelo Grupo Catho/ Carreira e Sucesso (2009) apontam que os
profissionais, via de regra, não têm como prioridade a remuneração, mas valorizam
perspectivas de crescimento dentro da empresa. O salário aparece em terceiro lugar. Há
preocupação com o desenvolvimento da carreira e aprimoramento do currículo. Esses
resultados também apontam outros itens que podem compor um pacote atrativo de benefícios,
como por exemplo: Stock Options, onde a empresa fornece ações aos seus funcionários por
um valor bem abaixo do mercado; empréstimo social, quando a empresa empresta dinheiro
sem nenhuma taxa de juros, ou com uma taxa simbólica; participação em resultados; cursos
tanto para aperfeiçoar o lado técnico como o comportamental do funcionário; aluguel,
supermercado, combustível e estudo dos filhos.
Vale lembrar que não basta apenas adotar certos benefícios, é necessário que haja
critérios técnicos para que não percam sua característica recompensadora e se tornem apenas
mais um item no cardápio oferecido ao colaborador. Nessa perspectiva, Gil (2006, p. 193-
194) salienta a importância de usar os benefícios com parcimônia ao afirma que:
tem sido comum em muitas empresas a concessão de benefícios em lugar de aumentos, como forma de
evitar a tributação. Não há dúvida de que constitui medida bastante adequada para a saúde
financeira da empresa. Todavia, quando essa política de benefícios não é bem orientada, pode
provocar no empregado a sensação de que não está recebendo um benefício, mas algo dado em troca
de um aumento de salário.
Em síntese, alguns passos que podem ser considerados como elementos chave no que
concerne â retenção de talentos, de acordo com Talent Retention: Six Technology-Enabled
Best Practices (2009) são:
5. incentivar a pró-atividade; e,
EMPRESAS?
“Só se pode fazer duas coisas para atrair e reter talentos na sua empresa”.Primeiro monte
um tipo de organização para a qual as pessoas queiram trabalhar.A segunda é que toda a
organização deve desenvolver talentos, entendendo que eles não são empregados e sim
pessoas“ (DRUCKER, Peter. Uma conversa com Peter Drucker.
http://www.portalexame.abril.com.br - Acesso 19 de março de 2003).
Esta é a chave que abre a porta do sucesso para qualquer organização. Mas
como fazê-lo? Como desenvolver mecanismos que tornem este objetivo factível? Será
que esses mecanismos existem de forma estática como uma receita a ser seguida? Em
que nível dentro da organização isto deve ser pensado? A que setor ou área esta
atividade deve ser atribuída? Diretoria? Recursos Humanos? E se a empresa não
possuir recursos humanos?
Esta atribuição é o tema para discussão que deve ser pensado e debatido em todos os
níveis das organizações que se pretendem perenes e com crescimento sustentado dentro de
seus mercados.
Estes são caminhos fora dos quais todas as empresas estarão fadadas a estagnação,
perda de mercado e ao fracasso.
“O entendimento de que o elemento humano é um dos maiores valores dentro das empresas, tem feito
com que as empresas adotem iniciativas para identificar e reter seus talentos profissionais”.
(KFOURI. www.admbrasil.com.br/mat-mapeamento.htm - Acesso 20 de março de 2003).
O fato de atrair talentos não significa somente o ato de importar talentos de fora da
organização, mas também o de desenvolver ou descobrir os talentos que existem adormecidos
dentro da própria empresa, e mais, desenvolver não é tão somente treinar e dar os
conhecimentos técnicos necessários ao desempenho da função, e sim também lhes dar a
formação básica para que aprendam novas atitudes, soluções, idéias, conceitos que
modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem assim mais eficazes naquilo que
fazem.
Veja o caso do goiano Gercy Brasil Lima, 52 anos, analista sênior do departamento de
RH do Banco Central:
“Em 1993, Lima voltou de Madison, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, onde fez mestrado
em políticas públicas e administração, financiado pelo BC, com idéia de classificar os profissionais
do banco por perfil. Só conseguiu fazer isso em 1999, quando um processo de reestruturação deixou
300 pessoas sem função no banco. Com a ajuda de um colega, Ricardo Paixão, e um software francês
chamado Gingo (um programa de distribuição das pessoas por perfis profissionais), Lima e sua
equipe recolocaram os funcionários nas atividades que poderiam desempenhar melhor. No ano
seguinte, repetiram o processo com 249 analistas que foram admitidos em um concurso”Acabamos
com as interferências nas indicações dos cargos", diz Lima: olhos azuis não garantem mais emprego
na área internacional do banco. Tampouco quem tem pele 11 escura vai para os serviços
administrativos. Hoje, a pessoa certa vai para a área certa. Sem contar os benefícios para
treinamento e mudanças entre setores dentro do próprio Banco Central. O processo só termina
quando todos os 4,5 mil funcionários forem mapeados”. (FONTANA & VIEIRA - Quem se lembra do
Barnabé? http://portalexame.abril.com.br – Acesso 19 de março de 2003).
Além desta gestão inteligente, o Banco Central tem outra maneira de desenvolver e
reter seus talentos. Paga 15% a mais no salário para quem fizer mestrado e 30% para quem
tiver doutorado. Lima foi premiado por isso. Por causa do salário satisfatório e da
estabilidade, já rejeitou propostas de trabalho fora do banco, onde ganharia mais. Lima diz
"Ganho um salário razoável e estou bem instalado em Brasília. Também reconheço o que o
banco fez por mim" apud Fontana & Vieira (2003).
“A qualidade da empresa pode ser definida pelo grau até o qual o desempenho global de uma
empresa ou organização satisfaz as expectativas técnicas e humanas”. (MOLLER, Claus. O lado
Humano da qualidade. São Paulo: Pioneira, 1999, p. 161).
A remuneração não pode ser considerada individualmente como fator para manter as
pessoas ou talentos atraídos, a perspectiva pessoal do indivíduo vai além da remuneração
oferecida pelas organizações.
“Definir os estilos de administração que moldam a gestão de pessoas, as relações entre organização
e funcionários, compreensão dos mecanismos para fomentar a disciplina com responsabilidade,
programas de assistência ao empregado, convergência dos objetivos da organização com os objetivos
individuais dos funcionários”. (CHIAVENATTO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos
recursos humanos. Rio de Janeiro: Campus, 1999, p. 45).
A convergência dos objetivos da organização versus empregado é o que mais
verdadeiramente incomum vem existindo até hoje nas empresas, sendo que somente uma
ínfima parcela delas vem se preocupando em sair do discurso e agir efetivamente na busca
desta convergência. Assim mostramos alguns dos objetivos da organização e do indivíduo que
devem ser convergidos, de acordo com o quadro a seguir:
Objectivos Organizacionais
♦ Sobrevivência
♦ Crescimento sustentado
♦ Lucratividade
♦ Produtividade
♦ Redução de custos
♦ Novos mercados
♦ Novos clientes
♦ Competitividade
♦ Imagem no mercado
Objectivos Individuais
♦ Estabilidade no emprego
♦ Segurança no trabalho
♦ Satisfação no trabalho
♦ Consideração e respeito
♦ Oportunidades de crescimento
♦ Orgulho da organização
FONTE: CHIAVENATTO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos. Rio de
Janeiro: Campus, 1999, p. 46.
Mapeamento de perfil
O mapeamento de perfil é uma técnica utilizada para colocar a pessoa certa no lugar certo.
Esse mapeamento visa detectar profissionais que se destacam em suas atividades, na tentativa de evitar
que sejam cobiçados por headhunters e/ou empresas concorrentes, tem como objetivo identificar,
permanentemente, os profissionais que podem dar passos mais largos dentro da empresa.
“Tentamos identificar quem são as pessoas que têm maior potencial a desenvolver e que podem, mais
adiante, estar substituindo os cargos de maior peso, até a vice-presidência” (RANGEL,
http://portalexame.abril.com.br – Acesso 21 de março de 2003).
Relacionamento: Que inclui interesse pelas pessoas, habilidade no trato com superiores e
subordinados e formas de relacionamentos.
O profissional de RH exerce a cada dia um dos papéis mais estratégicos na organização, que é
o de identificar, reter e engajar os colaboradores que contribuem de forma significativa para a
competitividade e o sucesso da empresa.
Quais são as razões pelas quais os profissionais talentosos decidem deixar a empresa?
Muitos autores têm refletido acerca dessa questão e muitos fatores têm sido enumerados.
A perda de um colaborador pode trazer prejuízos à organização, pois ele leva consigo
toda a experiência e conhecimentos adquiridos durante o seu período de atuação na empresa,
gerando ainda uma lacuna no quadro de colaboradores que nem sempre é preenchida a tempo
e de modo satisfatório. Isso implica dizer que quando a instituição perde um talento para o
mercado perde também capital humano, bem como todo o tempo e os recursos que foram
investidos nessa pessoa. Nessa abordagem, Mayo (2003, p. 101) complementa que “em uma
empresa comercial, perder um ativo vital para um competidor é um prejuízo duplo – não
somente não teremos o benefício, como ainda poderia trabalhar ativamente contra nós”.
Branham (2002) menciona os seguintes motivos que podem levar a perda de capital humano:
- não considerar seu trabalho importante ou achar que suas contribuições não são
reconhecidas e valorizadas;
1. Abuso sistémico, que ocorre quando uma empresa não está cumprindo suas promessas e
renega seus compromissos;
Lico (2011) reforça alguns aspectos que podem influenciar os talentos na decisão de
deixarem a empresa, tais como:
Toda empresa que busca alcançar o sucesso precisa encontrar formas para se
diferenciar e conquistar um espaço único. Nesse processo, a retenção de talentos é um fator
essencial. Afinal, um bom time de colaboradores, que seja engajado, motivado e envolvido
com as questões da organização, tende a ser o responsável pela melhoria dos processos, pela
solução de desafios e pelo alcance de bons resultados.
No post de hoje, nós, da Metadados – empresa que desenvolve sistemas para a gestão
de RH – trouxemos algumas estratégias eficientes para que você possa cativar os seus
colaboradores, garantindo a sua permanência na equipe. Confira:
Muito mais do que um bom salário no fim do mês, as pessoas têm procurado
diferenciais que as façam identificar os valores da empresa. É claro que uma remuneração
adequada e justa é essencial, mas não mais suficiente e definidora.
Um plano de cargos e salários, por exemplo, tem toda a condição de fazer a diferença
para o colaborador. À medida que ele consegue entender suas possibilidades de crescimento e
desenvolvimento dentro da empresa, está apto a organizar o seu futuro, criando as próprias
metas e fatores de incentivo. E pode ter certeza: trabalhar com perspectivas animadoras faz
toda a diferença.
Por isso, invista em um plano de cargos e salários que seja consistente, interessante e
transparente, permitindo que os seus colaboradores vislumbrem as possibilidades e vantagens
de permanência na empresa, não somente em termos de remuneração e benefícios, mas
também de desafios e reconhecimento.
Conceder autonomia
É sempre importante lembrar-se das razões que levaram você a contratar determinado
colaborador, que, muito provavelmente, são as habilidades específicas, o conhecimento
diferenciado e o talento de cada um. Então, nada mais natural do que oferecer os meios
necessários para que os colaboradores apliquem essas qualidades.
Um bom ambiente de trabalho é um princípio básico para uma empresa que quer atrair
e reter talentos. Aqui entram tanto as questões práticas (como um mobiliário adequado para a
execução das funções — uma boa cadeira, por exemplo, afeta diretamente a rotina e a
produtividade de um colaborador no escritório —, iluminação, manutenção de uma
temperatura agradável, etc) como a construção de um lugar com um bom clima de trabalho,
onde exista leveza, relacionamentos saudáveis e uma boa energia.
Muito tem se falado de qualidade de vida, um conceito amplo, que abrange uma série
de fatores. No meio organizacional, cabe aos gestores encontrar formas de permitir que os
colaboradores se sintam satisfeitos e percebam que a empresa os ajuda a ter uma vida melhor,
e não o contrário.
Pense em aspectos como horário flexível, possibilidade de home office, espaço para
amamentação, ginástica laboral e outras questões que mostram aos colaboradores uma
preocupação constante com a satisfação de cada um.
Oferecer feedbacks
É claro que os erros e problemas devem ser apontados, mas o tom da conversa deve
ser o de encontrarem juntos soluções e caminhos para a melhoria. Além disso, nunca se
esqueça de ressaltar os pontos altos e as qualidades de cada um — isso faz toda a diferença no
interesse do colaborador em permanecer na organização.
Uma organização que não está aberta ao diálogo com os seus colaboradores está,
definitivamente, fadada ao fracasso. É importante lembrar que as pessoas são o principal bem
de uma organização e cuidar do bem-estar e satisfação de cada uma deve ser uma
preocupação constante de todo gestor.
Um time engajado faz toda a diferença nos resultados finais de uma empresa, além de
significar grande economia para o gestor, que não precisa investir constantemente em
processos de contratação, treinamento de processos básicos e apresentação da cultura
organizacional. Em outras palavras, ao cuidar da retenção de talentos dentro da sua
organização, você só tem a ganhar.
BENEFÍCIOS
Algumas empresas utilizam benefícios flexíveis, Robbins (2005) afirma que esse
plano de benefícios permite ao colaborador optar entre diversos itens oferecidos pela empresa,
aqueles que mais atende suas necessidades pessoais. Segundo Marras (2012), os planos
flexíveis de benefícios permitem que o funcionário adeque os benefícios que compõe a sua
remuneração a sua necessidade do momento. Também ressalta que a política de benefícios
flexíveis costuma ser proporcional ao cargo ocupado na empresa, ou seja, quanto mais alto o
cargo mais amplo é o leque de possibilidades de benefícios oferecidos.
Chiavenato (2004) alerta que o plano de benefícios flexíveis possui aspectos positivos
e negativos. Nos aspectos positivos se ressalta que o funcionário tem liberdade de escolha dos
benefícios que melhor se adequam as suas necessidades, a empresa pode perceber e se
adequar mais facilmente as mudanças das necessidades dos seus funcionários, permite a
introdução de novos benefícios a um custo menor uma vez que basta adicionar uma nova
opção ao composto de benefícios dispostos pela empresa e aumenta o envolvimento do
funcionário e da sua família com a organização e aumentam a compreensão dos benefícios
ofertados. Em contrapartida, nos aspectos negativos ressalta-se que os custos administrativos
aumentam e os funcionários podem realizar escolhas adversas tornando o pacote de benefícios
inadequado ao atendimento de situações emergenciais que não foram previstas. Assim é
evidente que esta modalidade de plano de benefícios requer acompanhamento do RH porque
escolhas indevidas podem comprometer o caráter estratégico do plano. 2.2 Retenção de
Talentos Quando seleciona-se pessoas talentos
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